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POLÍCIA CIVIL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

ACADEMIA DE POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS

PLANEJAMENTO, GESTÃO E FINANÇAS

CURSO DE FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL

Administração: Dra. Yukari Miyata


Belo Horizonte – 2023
Coordenação Geral
Dra. Yukari Miyata

Subcoordenação Geral
Dr. Marcelo Carvalho Ferreira

Coordenação Psicopedagógica
Rita Rosa Nobre Mizerani

Coordenação de Recrutamento e Seleção


Dr. Robson Silva de Aguiar

Coordenação Administrativa
Dr. Horivelton Cabral Ribeiro

Coordenação de Disciplina
Dr. Hugo e Silva

Produção do Material:
Amanda Fernanda Gontijo
Anna Paula Vieira de Souza
Antônio Cipriano das Neves Silva
Cristiane Santana Martins de Lana
Daiana Silva Caetano
Elaine de Fátima Mello dos Santos
Guilherme Sgarbi Chaves
Lívia Maria Gomes Abrão Raso
Luana Carolina de Souza Ribeiro
Marcela Diniz dos Santos Diretora
Michele Aparecida Mendes Batista
Raphaela Lara Gomes
Edição:
Divisão Psicopedagógica - Academia de Polícia Civil de Minas Gerais
Organização:
Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças/PCMG

Reprodução Proibida

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Sumário
1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................5
2. SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E FINANÇAS .......................5
2.1 Atribuições ...................................................................................................................7
3. PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO NA PCMG - DPO ...............................................9
3.1. Instrumento de Gestão Governamental........................................................................9
3.2 Planejamento Governamental no Âmbito da PCMG ..................................................12
3.3 Orçamento Base Zero – OBZ.....................................................................................14
3.4 Cenário Orçamentário no Âmbito da PCMG ..............................................................14
3.5 Execução Orçamentária.............................................................................................15
3.6 Importância da Execução Orçamentária pelas Unidades ...........................................17
4. GESTÃO DE COMPRAS NA PCMG – DIRETORIA DE AQUISIÇÕES.......................17
4.1 A Diretoria de Aquisições ...........................................................................................21
4.2 Unidades Gestoras de Objeto da PCMG ...................................................................22
4.3 As normas regentes das compras públicas ................................................................25
4.4 A regra da licitação e suas exceções .........................................................................26
4.5 Pesquisa de Preços ...................................................................................................27
4.6 O Registro de Preços .................................................................................................28
4.7 Dispensa Eletrônica de Licitação por Valor ................................................................29
4.8 Reflexões sobre a Nova Lei de Licitações – Lei 14.133/2021 ....................................31
5. CONTRATOS E CONVÊNIOS NA PCMG – DCC .......................................................32
5.1 Diferença entre Contratos e Convênios .....................................................................33
5.2 Divisão de Contratos..................................................................................................34
5.3 Divisão de Convênios ................................................................................................37
5.4 Procedimentos Operacionais Padrão – POP .............................................................41
6. EXECUÇÃO DE DESPESAS ......................................................................................41
6.1 Agentes Envolvidos na Execução de Despesas ........................................................42
6.2 Princípio da Segregação de Funções ........................................................................43
6.3 Estágios da Execução de Despesas ..........................................................................44
7. FERRAMENTAS DE GESTÃO - GESTÃO IMOBILIÁRIA.........................................500
7.1 Estrutura Predial ........................................................................................................50
7.2 - Diagnóstico das Unidades Policiais .........................................................................51
7.3 Síntese Geral dos Imóveis Ocupados pela PCMG .....................................................51
7.4 Sistema de Gestão de Imóveis – SGI ........................................................................52
7.5 Manual de Padronização de Arquitetura e Engenharia ..............................................53
7.6 Contrato de Manutenção............................................................................................54
8. GESTÃO DE MATERIAIS PERMANENTES E DE CONSUMO NA PCMG .................55
8.1. Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços - SIAD........................56
8.2. Diretoria de Logística, Patrimônio e Manutenção - DLPM .........................................58
9. FERRAMENTAS DE GESTÃO – FROTA DE VEÍCULOS – DT ..................................64
9.1 Indicadores – Consequências ....................................................................................66
9.2 Módulo Frota de Veículos - SIAD ...............................................................................67
9.3 Tipos de Abastecimento.............................................................................................68
9.4 Sistema NETFROTA ..................................................................................................72

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9.5 Manutenção ...............................................................................................................74
10. DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO E PAGAMENTO DE PESSOAL .......................75
10.1 Ingresso ...................................................................................................................75
10.2 Designação ..............................................................................................................76
10.3 Exercício ..................................................................................................................76
10.4 Estágio Probatório ...................................................................................................77
10.5 Avaliação de Desempenho Individual (ADI) e Especial (AED) ...............................788
10.6 Adicional de Desempenho .......................................................................................83
10.7 Estabilidade .............................................................................................................84
10.8 Licenças e Afastamentos .........................................................................................84
10.9 Regime Jurídico do Trabalho Policial .......................................................................86
10.10 Acúmulo de Cargo .................................................................................................87
10.11 Desenvolvimento na Carreira Policial...................................................................877
10.12 Férias Regulamentares e Férias Prêmio ................................................................93
REFERÊNCIAS ...............................................................................................................97

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PLANEJAMENTO, GESTÃO E FINANÇAS NA POLÍCIA CIVIL DE
MINAS GERAIS

1. INTRODUÇÃO

Com o advento da globalização, a sociedade passou a sofrer


transformações com menores intervalos de tempo e maiores impactos. Nesse
contexto, as organizações devem se preparar para suprir as constantes variações
nas necessidades da sociedade, por meio do contínuo aprimoramento dos
processos, com foco na ampliação da capacidade competitiva e eficiência. Assim
como as demais organizações, a Administração Pública precisa ser capaz de
responder às mudanças da sociedade, motivando a necessidade de
aperfeiçoamento e as frequentes alterações na atuação por parte do Estado
(FERREIRA, 2015).
A Polícia Civil de Minas Gerais, com o objetivo geral de satisfação dos
interesses públicos, está constantemente readequando a sua estrutura, com a
execução do planejamento estratégico.
Metodologicamente, o conteúdo deste material tem a finalidade de
demonstrar um panorama sobre os setores da Polícia Civil responsáveis pelo
planejamento, gestão e finanças, com as suas funcionalidades e as suas ações,
capitaneados pela Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças.
Enfim, visa abordagem de pontos estratégicos, sem a pretensão de
esgotar o assunto, haja vista que outros pontos, não menos importantes, serão
ministrados oportunamente, por meio do Ensino à Distância – EAD – Educação
Continuada, promovido pela Academia da Polícia Civil.
Bons estudos!

2. SUPERINTENDÊNCIA DE PLANEJAMENTO, GESTÃO E


FINANÇAS

A Polícia Civil do Estado de Minas Gerais – PCMG é órgão autônomo,


essencial à segurança pública, à realização da justiça e à defesa das instituições
democráticas. Para que PCMG possa exercer as suas funções, atendendo aos
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preceitos contidos no art. 2º da Lei Complementar n.º 129, de 08/11/2013, em
conformidade com o art. 136 da Constituição do Estado de Minas Gerais, é
necessário que seja realizado o Planejamento Estratégico, subsidiando a
proposta orçamentária anual da PCMG, com a análise de programas, projetos e
ações, bem como o acompanhamento da execução orçamentária.
Dispõe o art. 5º, da Lei Complementar n.º 129, de 08/11/2013 que:
Art. 5º À PCMG é assegurada autonomia administrativa e financeira,
cabendo-lhe, especialmente:
a. - elaborar a sua programação financeira anual e acompanhar e avaliar
sua implantação, segundo as dotações consignadas no orçamento do
Estado;
b.- executar contabilidade própria;
c. - adquirir materiais, viaturas e equipamentos específicos.
Parágrafo único. As atividades de planejamento e orçamento e de
administração financeira e contabilidade subordinam-se
administrativamente ao Chefe da PCMG e tecnicamente às Secretarias
de Estado de Planejamento e Gestão e de Fazenda, respectivamente.
(MINAS GERAIS, 2013).
Em consonância com a lei, a unidade responsável pela coordenação e
execução do planejamento logístico; pelo gerenciamento do orçamento, da
contabilidade e da administração financeira; e por gerir os recursos materiais e a
administração de pessoal é a Superintendência de Planejamento, Gestão e
Finanças – SPGF. Trata-se de uma unidade administrativa, que está contida na
Administração da Polícia Civil e compõe o Conselho Superior da PCMG. O
Superintendente de Planejamento, Gestão e Finanças é o gestor máximo,
responsável pelo gerenciamento de todas as Diretorias e as Assessorias que a
compõem.
Cabe à SPGF executar o suporte administrativo-logístico para a garantia
da eficácia das atividades finalísticas da Polícia Civil, assegurando o regular
funcionamento de suas unidades, por meio dos recursos necessários ao exercício
da polícia judiciária e da investigação criminal.
A finalidade da SPGF é a coordenação, orientação, avaliação e a
execução das atividades de planejamento setorial, orçamento, modernização
institucional, contabilidade e administração financeira, bem como a gestão de
recursos humanos, administração de pessoal, patrimônio, manutenção,
transportes, gestão de documentos e de recursos logísticos.
Dessa forma, a SPGF é responsável, por exemplo, pela compra de
viaturas, armamentos, mobiliários e demais insumos para a operacionalização
das atividades meio e fim. Ainda, cuida da gestão dos contratos de locação, de
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obras, de prestação de serviços, da contabilidade, dos pagamentos, da prestação
de contas, enfim, de todas as fases dos procedimentos de aquisição, de
incorporação ao patrimônio, de gerenciamento e de desfazimento do bem.
Abaixo o organograma da SPGF:

Gráfico Organograma da Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças da Polícia Civil do Estado de Minas
Gerais. (Fonte: Produção Própria).

2.1 Atribuições
O art. 44 da Lei Complementar n.º 129/2013 estabelece as atribuições da
Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças. O Decreto nº
43.279/2003 ratifica o contido na Lei Complementar e dispõe sobre finalidade e
competência da Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças:
Art.18 – A Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças tem
por finalidade assistir e manter sempre informado o Chefe da Polícia Civil
quanto ao planejamento global, o orçamento, a modernização e a
informação institucional, a contabilidade, a administração financeira bem
como a gestão de recursos logísticos, tecnológicos e humanos,
competindo- lhe:
I - Assessorar o Chefe da Polícia Civil em assuntos de política
institucional, observando suas determinações;
II - Coordenar a elaboração do planejamento global do órgão,
acompanhar e avaliar sua execução, bem como propor medidas que
assegurem a consecução dos objetivos e metas estabelecidos;
III - Coordenar a elaboração da proposta orçamentária anual do órgão e
acompanhar sua efetivação e execução financeira;
IV - Coordenar o sistema de administração de material, patrimônio e
transportes oficiais;
V - Coordenar as atividades de conservação e manutenção dos edifícios
e instalações;
VI - Gerir as atividades de suporte administrativo às atividades do órgão;
VII - Elaborar o planejamento das atividades de desenvolvimento de

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recursos humanos e promover sua implementação;
VIII - Gerir as atividades sócio-funcionais dos servidores;
IX - Promover a modernização e a informação institucional;
X - Elaborar e propor, em conjunto com a Secretaria de Estado de
Planejamento e Gestão, instrumentos e mecanismos capazes de
assegurar interfaces e processos para a constante capacidade inovativa
da gestão e modernização do arranjo institucional do setor, face às
mudanças ambientais;
XI - Gerir as atividades de modernização do arranjo institucional setorial;
XIII - Cumprir a orientação normativa das unidades centrais a que esteja
subordinada tecnicamente como unidade setorial de sistema estadual;
XIV - Exercer outras atividades correlatas, designadas pelo Chefe da
Polícia Civil por meio de resolução. (MINAS GERAIS, 2003).

Para que tais atribuições/competências sejam exercidas, a SPGF


subdividiu-se em Diretorias e Assessorias, cada qual com a sua própria
funcionalidade, porém, com atividades interligadas para a consecução dos
objetivos. São elas:
Coordenação de Planejamento, Gestão e Finanças - CPGF
- Seção de Engenharia
- Seção de Controle Imobiliário - SCI
Assessoria Técnica - ASTEC
Assessoria de Administração – AADM
Diretoria de Aquisições – DA
Diretoria de Contratos e Convênios – DCC
Diretoria de Planejamento e Orçamento – DPO
Diretoria de Administração Financeira – DAF
Diretoria de Material Bélico – DMB
Diretoria de Logística, Patrimônio e Material - DLPM
Diretoria de Administração e Pagamento de Pessoal – DAPP
Diretoria de Transportes – DT
Diretoria de Documentação e História – DDH
Diretoria de Análise e Prestação de Contas – DAPC
Diretoria de Contabilidade – DC

Cada Diretoria/Assessoria possui suas atribuições bem definidas,


regulamentadas pelo Decreto n.º 43.279/2003 e por Resoluções específicas,
sendo estas últimas publicadas pelo(a) Chefe da Polícia Civil de Minas Gerais.
Conforme a necessidade do serviço e com o fito de atender aos objetivos para o

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qual foi criada, a SPGF mantém a maioria das Diretorias/Assessorias reunidas em
um mesmo espaço físico, facilitando a comunicação entre os servidores e a
gestão documental.
Para compreensão da formação do orçamento, das compras e das
contratações e dos convênios formalizados pela PCMG, bem como a execução
de despesas, gestão de materiais, de frota e gestão de pessoal, será objeto de
estudos o detalhamento das atribuições das Diretorias/Assessorias.

3. PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO NA PCMG - DPO

A Diretoria de Planejamento e Orçamento - DPO tem por finalidade


gerenciar as atividades de planejamento e orçamento da PCMG.
Compete à DPO/SPGF/PCMG:
 Coordenar a elaboração, revisão, monitoramento e avaliação do Plano
Plurianual de Ação Governamental (PPAG), em articulação com a
Assessoria de Planejamento Institucional (API).
 Consolidar a formulação da proposta orçamentária;
 Elaborar a programação orçamentária da despesa;
 Acompanhar e controlar a execução orçamentária da receita e da despesa;
 Efetuar os registros de descentralizações orçamentárias no Sistema
Integrado de Administração Financeira de Minas Gerais - SIAFI-MG;
 Acompanhar e avaliar o desempenho global da PCMG, a fim de subsidiar
as decisões relativas à gestão de receitas e despesas.

3.1 Instrumentos de Gestão Governamental

O sistema orçamentário é o conjunto de leis por meio das quais o


Governo define como pretende gastar os recursos públicos, ou seja, recursos
arrecadados com tributos e outras fontes de receita.

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Figura 1: Ciclo orçamentário Minas Gerais. (Fonte: SEPLAG/DCPPN)

3.1.1 Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado – PMDI


Dentro do sistema orçamentário, o Plano Mineiro de Desenvolvimento
Integrado (PMDI) é a norma que contém o planejamento de longo prazo do
Estado.
O PMDI atualmente em vigor consolida as grandes escolhas para o
Estado que será válido até 2030. Foi regulado pela Lei 23.577/2020, que teve
origem no Projeto de Lei (PL) 1.165/19.
Esse planejamento proporciona as condições estruturantes para um ciclo
prolongado de crescimento econômico e social do Estado.

3.1.2 Plano Plurianual de Gestão Governamental – PPAG


De acordo com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão
(SEPLAG), o PPAG compreende um plano de médio prazo, mediante o qual se
elabora as diretrizes, os objetivos e as metas da Administração Pública Estadual
para os próximos quatro anos, envolvendo um conjunto de programas e ações
direcionados para a concretização da visão de futuro, das diretrizes, objetivos e
resultados estratégicos inscritos no PMDI, abarcando a alocação de todos os
recursos orçamentários, seja em ações finalísticas, seja em ações de apoio
administrativo, ou ainda naquelas que se destinam ao cumprimento de obrigações
especiais (inativos, pensionistas, dívida pública interna e externa, transferências
constitucionais a municípios, entre outros). (SEPLAG, 2007, p.13).

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3.1.3 Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
A LDO compreende as metas e prioridades da Administração Pública
estadual, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orienta a elaboração da lei orçamentária anual, bem como dispõe
sobre as alterações na legislação tributária e estabelece a política de aplicação
das agências financeiras oficiais de fomento.

3.1.4 Lei Orçamentária Anual - LOA


A Lei Orçamentária anual estabelece o orçamento do Estado de Minas
Gerais e nela são estimadas as receitas e fixadas as despesas do governo.
Cabe à Assembleia Legislativa avaliar e emendar a proposta do Poder Executivo.
O Orçamento é um instrumento de transparência das contas públicas
ao permitir que todo o cidadão acompanhe e fiscalize a correta aplicação dos
recursos públicos.
Uma vez elaborado ou revisto o PPAG, são especificados, por meio da
Lei Orçamentária Anual (LOA), os recursos e as despesas que serão realizados
no âmbito de cada conjunto de programas e ações estabelecidos.
Salienta-se que os itens 3.1.1, 3.1.2, 3.1.3 e 3.1.4 terão abordagem
sistêmica e detalhada na Disciplina de Planejamento Estratégico.

3.1.5 Decreto de Programação Orçamentária (DPO)


O Decreto nº 48.574, de 17 de fevereiro de 2023, dispõe sobre a
programação orçamentária e financeira do Estado de Minas Gerais.
Em decorrência da necessidade de garantir o cumprimento dos resultados
fiscais estabelecidos na LDO e de obter maior controle sobre os gastos, a
Administração Pública, em atendimento aos arts. 8º, 9º e 13 da Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF), faz a programação orçamentária e financeira da
execução das despesas públicas, bem como o monitoramento do cumprimento
das metas de superávit primário.
A preocupação de estabelecer mecanismos de controle dos gastos
públicos já constava na Lei nº 4.320/1964, prevendo a necessidade de estipular
cotas trimestrais das despesas que cada Unidade Orçamentária - UO ficava
autorizada a utilizar.

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Esse mecanismo visa manter o equilíbrio entre receitas e despesas no
momento da execução orçamentária constante na LRF e determina a elaboração
da programação financeira e do cronograma mensal de desembolso, bem como a
fixação das metas bimestrais de arrecadação, no prazo de 30 dias após a
publicação da LOA.
Verificada a frustração na arrecadação da receita prevista ou o aumento
das despesas obrigatórias, que venham a comprometer o alcance das metas
fiscais, torna-se necessária a adoção de mecanismos de ajuste entre receita e
despesa.
A limitação dos gastos públicos é feita por Decreto do Poder Executivo e
por ato próprio dos demais Poderes, de acordo com as regras fixadas pela LDO
(arts. 58 e 59).
No âmbito do Poder Executivo, esse decreto é conhecido como
Decreto de Contingenciamento, que normalmente é detalhado por portaria
evidenciando os valores autorizados para movimentação e empenho e para
pagamentos no decorrer do exercício.

3.2 Planejamento Governamental no Âmbito da PCMG


A elaboração do Plano Plurianual de Ação Governamental – PPAG 2020
– 2023, em especial no exercício de 2020, foi efetuada para trazer maior clareza
na maneira de gerir a PCMG, tanto em sede de planejamento orçamentário,
quanto no que se refere à finalidade precípua da Instituição. Para tanto, foram
utilizadas as seguintes premissas:
 Melhorar o aspecto qualitativo das ações, com foco no maior detalhamento;
 Melhorar a correlação entre os objetivos estratégicos contidos no PMDI
com os programas e as ações desenvolvidos pela Polícia Civil, uma vez
que o segundo deve possibilitar e nortear a entrega prevista no
planejamento de longo prazo.
A partir dessas premissas, em especial o alinhamento com os objetivos
estratégicos do PMDI, a Polícia Civil criou um programa para comportar as suas
ações finalísticas (Programa 005 - Investigação), além de melhor adequação dos
demais programas com as respectivas entregas/finalidades.
Abaixo, encontra-se um diagrama especificando o planejamento

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governamental da PCMG em 2023, conforme as diretrizes estabelecidas no
PMDI:

PROGRAMAS DA POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS

Figura 2: Programas sob a responsabilidade Institucional da PCMG em 2023. (Fonte: elaboração própria).

AÇÕES DA POLÍCIA CIVIL DE MINAS GERAIS

Figura 3: Ações sob a responsabilidade Institucional da PCMG em 2023’’. (Fonte: elaboração própria).

A partir da execução de 2019, verificou-se uma série de oportunidades de


melhoria na distribuição dos programas e ações da PCMG, com a principal
premissa de simplificar o planejamento, a fim de possibilitar uma melhor
execução.

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3.3 Orçamento Base Zero – OBZ
Em 2019, foi estipulado que os planejamentos anuais dos órgãos
componentes do Estado (a começar pelos órgãos de segurança pública),
deveriam adotar um novo modelo de elaboração, em substituição ao modelo até
então utilizado (Orçamento Base Histórica).
O OBZ é uma é uma ferramenta estratégica utilizada pelo Estado de
Minas Gerais na elaboração do Planejamento Orçamentário para um
determinado período a partir de uma base zerada, ou seja, sem levar em
consideração as Receitas, Custos, Despesas e Investimentos de exercícios
anteriores (a chamada Base Histórica).
Vantagens da adoção do OBZ:
 Permite alocação dos recursos de maneira muito mais eficiente;
 Auxilia na detecção de orçamentos inflados;
 Elimina processos que não agregam valor;
 Aumenta a motivação dos gestores ao dar maior autonomia e
responsabilidade pela tomada de decisões;
 Melhora a comunicação e coordenação dentro do órgão.

3.4 Cenário Orçamentário no Âmbito da PCMG


Unidade Unidade Grupo de
Limite Total
Orçamentária Orçamentária Despesa
1511 PCMG 3 R$ 187.226.732,00
1511 PCMG 4 R$ 29.776.873,00

Os recursos ordinários são advindos dos impostos arrecadados e para


livre utilização, conhecidos como recursos do tesouro.
Conforme dispõe Lei 4.320/64, a categoria econômica divide-se em
despesas de capital e despesas correntes. Entende-se por despesas de
capital aquelas realizadas com o propósito de formar e/ou adquirir um bem
(equipamentos/veículos) que se caracterizam como investimento, não se
constituindo como despesas correntes anuais para funcionamento da
Administração Pública. Em regra, agregam valor ao órgão incrementando o seu
aparato.

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Já as despesas correntes são aquelas que ocorrem em decorrência das
despesas de capital, como as despesas de manutenção das atividades do
órgão. Via de regra, são as despesas vigentes decorrentes da manutenção anual
do órgão.
Categoria Econômica (art. 12 da Lei 4.320/64)
Categoria/grupo de despesa 3 = Despesas Correntes
Classificam-se como despesas correntes aquelas destinadas à
manutenção de serviços anteriormente criados, incluindo-se as transferências
correntes, pagamento de despesas de pessoal de juros e encargos.
Categoria/ grupo de despesa 4 = Despesas de Capital
Classificam-se como despesas de capital aquelas destinadas ao
planejamento e execução de obras, aquisição de equipamentos e material
permanente e as transferências para investimentos que outras pessoas de direito
público e privado devam realizar.

3.5 Execução Orçamentária

3.5.1 Solicitação de autorização orçamentária


Após aprovado o orçamento dos órgãos do Estado (através da LOA e seu
Decreto Orçamentário), um importante instrumento utilizado para dar concretude
às despesas é a Autorização Orçamentária.
O orçamento público é um sistema que se baseia na autorização
orçamentária como meio permissivo para continuação do processo de custeio das
despesas (dever de efetivamente pagar seus compromissos financeiros), que
permite um grau de liberdade de atuação dentro das linhas aprovadas, sendo
instrumento importante para o desenvolvimento do controle orçamentário.
Para solicitar análise orçamentária de uma determinada despesa, é
preciso encaminhar o formulário de Solicitação de Autorização Orçamentária
(documento Padrão incluído no Sistema SEI) para a Diretoria de Planejamento e
Orçamento, via processo SEI: PCMG/DPO;
O processo deve conter os seguintes documentos:
1) Termo de Referência devidamente preenchido;
2) 03 (três) orçamentos do material que se deseja adquirir, oriundos da
pesquisa de mercado, e fazer, dentro do Portal de Compras, o mapa comparativo
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de preços, a fim de se apurar o valor de referência de cada objeto;
3) Formulário de Solicitação Autorização Orçamentária (Formulário Padrão
SEI), devidamente preenchido, contendo as informações de detalhamento das
despesas, tais quais: elemento item, descrição das despesas (objeto), valores,
justificativa, entre outros dados.
Será emitida a AUTORIZAÇÃO ORÇAMENTÁRIA e o processo SEI será
devolvido à unidade para continuidade do processo.
Finalizado o processo de compras, a unidade deverá solicitar a
descentralização do recurso no mesmo processo SEI do processo de compras.
(ATENÇÃO: Caso tenha uma previsão da data de conclusão do processo, solicite
a descentralização com antecedência de 10 dias úteis).

3.5.2 Quando fazer o pedido de solicitação orçamentária


Toda vez que a unidade pretender realizar qualquer despesa
orçamentária, aquisição, celebração de novo contrato - desde que previsto na
Programação Orçamentária e aprovado na LOA -, a unidade deverá verificar junto
à DPO se há disponibilidade orçamentária para atendimento da demanda por
meio de “Solicitação de Autorização Orçamentária”, conforme material
complementar.
Havendo disponibilidade, será emitida a Autorização Orçamentária,
documento que confere a unidade executora a possibilidade de execução da
despesa.
Importante: Algumas despesas específicas, como exemplo as concernentes
às diárias de viagens devidas ao servidor, não necessitam da emissão de
Autorização Orçamentária para sua consolidação, mas a regra é a emissão
prévia para as demais despesas a serem realizadas.

3.5.3 Quando solicitar a cota


Havendo disponibilidade orçamentária e após a emissão e devida
assinatura da Autorização Orçamentária, a unidade deverá encaminhar o
procedimento para a Diretoria de Aquisições. Após a conclusão do processo
deverá solicitar a DPO a descentralização de cota, que corresponde ao
quantitativo necessário para atendimento da despesa (empenho e liquidação).

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3.5.4 Dotação orçamentária
As dotações orçamentárias são valores monetários autorizados,
consignados na Lei Orçamentária Anual - (LOA), para atenderem a uma
determinada programação orçamentária. Entende-se como toda e qualquer verba
prevista como despesa em orçamentos públicos e destinada a fins específicos.

3.6 Importância da Execução Orçamentária pelas Unidades


A execução orçamentária impacta diretamente na aprovação do
orçamento nos exercícios financeiros seguintes. Após aprovação da LOA, quando
realizada análise do orçamento a ser destinado a Polícia Civil (pelo Decreto de
Programação Orçamentária), o governo (através da SEPLAG), analisa, para além
da metodologia OBZ, as execuções orçamentárias de seus órgãos, de modo que
uma execução insatisfatória em exercícios financeiros pretéritos pode significar a
aprovação de recursos abaixo do necessário para a PCMG.

4. GESTÃO DE COMPRAS NA PCMG – DIRETORIA DE


AQUISIÇÕES

A Administração Pública, para seu funcionamento e para prestação dos


serviços públicos, precisa contratar diversos bens e serviços, de todas as
categorias e tipos, desde papel e caneta para uma pequena repartição até um
avião para o comando aéreo de uma instituição de segurança pública, por
exemplo.
Entretanto, diferentemente do que ocorre no âmbito privado, em que os
particulares é que vão até o mercado comprar, no âmbito público, a Administração
Pública não vai diretamente ao fornecedor contratar, ocorre uma publicação nos
meios oficiais informando toda a sociedade de que um órgão da administração
necessita de determinado bem ou serviço, para que, então, os fornecedores
interessados apresentem suas propostas. Essa relação de aquisição de bens e
serviços está inserida num procedimento amparado em lei, no qual existem
diversas regras para habilitação jurídica, econômica, técnica das empresas, sobre
o procedimento de escolha da proposta vencedora e demais atos relacionados
com a compra pública.

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Isso se dá por um motivo muito importante. O recurso público é de todos,
sendo assim, o seu gasto deve ser extremamente formalizado, justificado e
isonômico.
Superada a análise da origem do orçamento público (recurso) e a
destinação dos valores, conforme plano de necessidades, bem como a previsão
de recursos na Lei Orçamentária atribuindo-os para determinado órgão, toda a
sua tramitação deve seguir um procedimento impessoal e isonômico do gasto
público.
A Administração Pública, através da etapa de planejamento, definirá
quanto será gasto com o que, ou seja, os recursos orçamentários atribuídos a
cada tipo de objeto, conforme uma análise das demandas do órgão, que perpassa
necessariamente por um DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL. Afinal, para um órgão
definir o que necessita, precisará apurar tudo o que possui.
É preciso exemplificar para que haja uma melhor compreensão do
conteúdo. No exercício das nossas atribuições, é óbvia a necessidade de
renovação da frota (capital) para a realização de diversas tarefas investigativas,
de encaminhamento de presos ao Sistema Prisional, de atividades
administrativas, atividades de polícia judiciária, etc. Justificada a necessidade de
renovação da frota, é preciso que se estude preliminarmente quais as opções de
mercado existentes. Hoje em dia, pode-se adquirir veículos comuns e adaptá-los
ou adquirir viaturas já adaptadas para o uso específico (com plotagem,
compartimento de presos, sirene, giroflex, rádio, etc). Ainda, há possibilidade de
locação de viaturas. Tais opções trazem, cada uma, facilitadores e dificultadores
que serão levados em conta, como por exemplo entender e quantificar o fato de
que frota própria requer manutenção (custeio), frota alugada não.
Para além dessa definição, de cunho qualitativo, ainda resta à PCMG
definir a quantidade de viaturas necessárias ao bom funcionamento do órgão e
quais critérios usará de parâmetros, número de procedimentos policiais
produzidos, número de servidores, número de habitantes de determinado
município coberto pela atuação da viatura, etc.
Enfim, é preciso verificar, dentre as viaturas porventura já existentes no
nosso patrimônio, qual a quilometragem e tempo de uso de cada uma, qual a
durabilidade média delas, qual o estado de conservação, etc, ou seja, produzir um

18
diagnóstico da frota.
Com o diagnóstico devidamente formalizado e após a elaboração do
ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR - ETP (documento que integra a fase de
planejamento das contratações públicas e tem o objetivo de demonstrar a real
necessidade da contratação, analisar a viabilidade técnica de implementá-la, bem
como instruir o arcabouço básico para a elaboração do Termo de Referência ou
Projeto Básico), é possível promover a LICITAÇÃO pela Administração Pública,
caso a conclusão seja pela necessidade de aquisição de bens e serviços do
mercado.
A título de aprofundamento, deixamos um link SEI_GOVMG - 63676873 - Estudo
Técnico Preliminar (ETP).pdf e QR CODE do modelo padrão estadual de ETP.

A licitação consiste em um procedimento administrativo mediante o qual


a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de
seu interesse, numa sucessão ordenada de atos, proporcionando igual
oportunidade a todos os interessados e atuando como fator de eficiência e
moralidade nos negócios administrativos.
Muito se questiona acerca da burocracia na Administração Pública,
entretanto, não há, hoje, outro modo de prover os órgãos e entes dos bens e
serviços necessários sem um procedimento que permita um controle sobre os
atos realizados, afinal, o recurso público é de todos e seu gasto deve ser
extremamente criterioso.
Para que a compra pública seja vantajosa para a Administração Pública é
muito importante ter em mente a relação CUSTO-BENEFÍCIO das diversas
soluções existentes no mercado para cada tipo de demanda de um órgão. Assim,
nem sempre o produto mais barato é o mais vantajoso. Antes de se avaliar o

19
critério preço, é importante definir corretamente a ESPECIFICAÇÃO daquilo que
se pretende contratar.
É necessário constar no TERMO DE REFERÊNCIA - TR (documento que
apresenta todas as informações da solução escolhida. Conterá os resultados
obtidos no ETP e mostrará qual a contratação pretendida pela área demandante),
toda a especificação do bem ou serviço buscado, tais como material, tamanho,
formato, design, funções, validade, além de definir data e local de entrega,
montagem, instalação, se será exigida comprovação de capacidade técnica
através de profissional habilitado, de experiência de contratação anterior, trazer
todas as obrigações do fornecedor e da Administração Pública, as sanções
aplicáveis às eventuais falhas, etc. Atualmente, todos os órgãos de Minas Gerais
têm acesso a um modelo padrão de Termo de Referência no Sistema SEI.
Para ilustrar, segue link SEI_GOVMG - 63619567 - PADRÃO - Termo de
Referência Pregão de Bem.pdf e QR Code para acesso ao padrão de TR usado
na modalidade de licitação PREGÃO ELETRÔNICO. É a modalidade mais usada
pela PCMG e seguramente pela maioria dos órgãos públicos.

É na etapa de elaboração do Termo de Referência que se torna possível


aferir o nível de qualidade esperado, a partir do qual, então, é possível definir o
vencedor pelo critério preço, dentre os fornecedores que apresentaram as
propostas vinculadas aos requisitos do TR.
É com base nos dados que constam no Termo de Referência que será
elaborado o Edital pela Diretoria de Aquisições/SPGF. Por isso, a qualidade deste
documento é de extrema importância, pois garante uma contratação eficiente e
sem nenhum tipo de ilegalidade. O Termo de Referência é uma das principais
peças de uma licitação.
Mencionou-se acima sobre a importância do binômio custo-benefício nas
20
compras públicas. Assim sendo, é imperioso conciliar preço com qualidade, pois
uma análise improvisada da licitação levaria o gestor a acreditar que o produto
mais barato é o que deve ser comprado pela Administração Pública.
Tal pensamento é uma falácia que pode culminar em prejuízos caso não
se seja verificada a relação custo-benefício. Para ilustrar esse pensamento e
afastar de vez o sensu comum é preciso mencionar a praxe. A Prefeitura de certo
município compra as torneiras mais baratas para equipar os banheiros das
escolas municipais. Ocorre que o material é ruim, não gera encaixe, exigindo
reiteradas manutenções, causando trincas na louça das pias, resultando em
vazando e desperdício de água. Com esse simples exemplo, uma torneira mais
barata, ocasionou gastos com manutenção, desperdício de água, gastos com a
compra de pias novas, além, é claro, do transtorno causado aos alunos e
funcionários da escola.
Por isso, conclui-se que para realizar uma compra pública vantajosa, a
Administração Pública necessita de servidores que possuem conhecimentos em
dois aspectos: NORMAS e MERCADO.
O profissional que atua nas licitações precisa conhecer o arcabouço
normativo que envolve o tema, bem como entender o mercado daquele objeto
que se pretende adquirir.

4.1 A Diretoria de Aquisições


A PCMG adota um fluxo de compras concentrado, no qual a maior parte
das aquisições de bens e serviços é realizada pela Diretoria de Aquisições,
pertencente à estrutura da SPGF. É nela que as licitações e as contratações
diretas são formalizadas. Entretanto, não se deve confundir tal afirmação e
entender que todos os documentos que compõem o processo de compras são por
ela produzidos, há uma SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES, da seguinte forma:
Existem unidades gestoras para cada tipo de objeto, por exemplo,
transportes, informática, material bélico, engenharia, mobiliário, etc. Após a
definição qualitativa e quantitativa das compras realizadas por essas Unidades
Gestoras de Objetos (UGO) é que o processo segue para a Diretoria de
Aquisições, que efetivamente formalizará a licitação ou contratação direta do bem
ou serviço. E ainda, caso seja uma aquisição que necessite de contrato, o

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processo seguirá para a Diretoria de Contratos, que após elaboração de Nota
Técnica pela Assessoria Tecnica, efetivará a contratação.
A Diretoria de Aquisições/SPGF/PCMG tem por finalidade gerenciar,
orientar, executar e avaliar as atividades de aquisição de bens e contratação de
serviços no âmbito da PCMG, bem como:
 Controlar e acompanhar os processos de aquisição de bens e contratação
de serviços para a PCMG;
 Identificar os objetos que serão contratados de forma concentrada;
 Controlar e orientar a utilização do Portal de Compras para a aquisição de
bens e contratação de serviços;
 Orientar as unidades solicitantes sobre a instrução de processos;
 Orientar e auxiliar na elaboração de termos de referência/projetos básicos
para aquisição de bens e contratação de serviços;
 Elaborar os editais respectivos;

4.2 Unidades Gestoras de Objeto da PCMG


Conforme mencionado no item 4.1, a PCMG possui várias Unidades
Gestoras de Objeto - UGO’s, que são responsáveis por gerir o suprimento de
cada tipo de bem ou serviço adquirido pelo órgão. São estas unidades gestoras
que devem conhecer o objeto do ponto de vista técnico, suas especificações,
entender o mercado fornecedor, suas características, além de realizar
constantemente os levantamentos do que a PCMG já tem (diagnóstico), do que
precisa, se há necessidade de manutenções, de reposição, de substituição
periódica, etc, obviamente cada qual no seu âmbito de ação.
No dia a dia das unidades policiais, é comum chamar estas unidades
gestoras de CPD - Centro de Processamento de Despesas. Antes de aprofundar
neste tema, é preciso conhecer todas as Unidades Gestoras de Objetos da
PCMG:
● Diretoria de Transportes - DT - Viaturas, combustível, peças, manutenções,
locação de viaturas.
● Diretoria de Logística, Patrimônio e Manutenção - DLPM - Móveis,
ventilador, bebedouro, fragmentadora, micro-ondas, geladeira, TV, cofre, ar
condicionado, pequenas manutenções na Capital/Região Metropolitana.

22
● Superintendência de Informações e Inteligência Policial - SIIP - Softwares e
programas de inteligência policial, computadores avançados para rodar softwares
e programas específicos.
● Diretoria de Informática - DINFO - Computadores, acessórios de informática,
impressoras, câmera fotográfica, filmadora, projetores e outros.
● Diretoria de Telecomunicações - DITEL - Aparelhos telefônicos fixos e
móveis, linha telefônica/internet, rádio de comunicação e outros.
● Coordenação Aerotática - CAT - Aeronaves, drones e manutenção.
● Hospital da Polícia Civil - HPC - Equipamentos e insumos médicos,
odontológicos, fisioterapêuticos e hospitalares.
● Superintendência de Polícia Técnico-Científica - SPTC - Equipamentos e
insumos para perícias criminais, perícias médico-legais e invólucros para cadeia
de custódia.
● Instituto de Criminalística - ICMG - Equipamentos e insumos para perícias
criminais.
● Instituto Médico Legal André Luiz Roquette - IMLAR - Equipamentos e
insumos para perícias médico-legais.
● Almoxarifado-Geral de Consumo - AGC - Material de escritório, material de
limpeza, café, tonner impressora.
● Seção de Engenharia - ENG - Reformas de unidades, CFTV, manutenção de
unidades, instalação de ar condicionado e outros
● Diretoria de Material Bélico - DMB - Armamento, munição, acessórios bélicos.
● Superintendência de Investigações e Polícia Judiciária - SIPJ - Alimentação de
presos (Casa de Custódia), alimentação e saúde animal (Canil).
● Assessoria de Comunicação - ASCOM - Banner, display, placas externas e
internas, padronização visual, eventos, cerimonial.
● Academia da Polícia Civil - ACADEPOL - Parque gráfico, equipamentos e
programas de ensino presencial e EaD, insumos específicos de
estruturação/conservação do campus.
● Instituto de Identificação - IIMG - Equipamentos, softwares e insumos para
identificação civil, carteira de identidade e outros.
Com esse formato concentrado de compras, a PCMG ganha em
economia de escala, sustentabilidade, organização, padronização, dentre outras

23
vantagens.
Por outro lado, se cada unidade policial fizer tais definições de forma
isolada poderá ocorrer desperdício de recursos, desorganização, dificuldades na
manutenção, fornecimento de insumos, dentre outros prejuízos.
Vencidas as Unidades Gestoras de Objetos é preciso descrever sobre
CPD - Centro de Processamento de Despesas. Trata-se de um termo muito
utilizado no dia a dia de uma unidade policial.
Assim sendo, toda unidade policial possui um CPD, setor com várias
funções administrativas. Em geral, o CPD atua nas requisições de material de
consumo e permanente, controle de frota, gestão de diárias, pagamento de
aluguel e alguns contratos, controla o inventário de bens da unidade e outras
tarefas de igual natureza. Durante o curso algumas dessas funções serão
abordadas em razão da importância que apresentam na atividade das unidades
policiais.
Ocorre que se a unidade é gestora de algum objeto, por exemplo, a
Diretoria de Informática, que gere esse objeto perante toda PCMG, suas funções
serão mais abrangentes, pois terá que trabalhar visando suprir toda a PCMG dos
itens de informática necessários. Para tanto, terá que aprofundar o conhecimento
técnico, realizar constantes pesquisas de mercado, apurar o estado atual dos
itens já alocados nas diversas unidades policiais, levantar as demandas, elaborar
os documentos de planejamento e preparatórios para licitação, etc.
Ressalta-se que, como a maioria das aquisições e contratações de
serviços tem pertinência com uma Unidade Gestora de Objeto, e que estas gerem
(inclusive distribuem) para toda PCMG os referidos objetos, indaga-se: Quais
aquisições e contratações então devem ser realizadas nas Unidades Policiais,
pelos seus CPD’s?
A resposta é simples, as Delegacias Regionais ou Departamentos de
Polícia Civil poderão adquirir e contratar serviços que não são geridos ou
distribuídos por alguma das Unidades Gestoras de Objeto, e geralmente, são
compras/contratações de pequeno valor, para a manutenção da estrutura das
Unidades Policiais, viabilizado pela dispensa de licitação em razão do baixo valor,
antiga Cotação Eletrônica de Preços - COTEP (Lei nº 8.666/93), agora Dispensa
Eletrônica, em razão da Lei nº 14.133/202 (Nova Lei de Licitação ). Ex. Se a

24
Unidade Gestora de Objeto - “Diretoria de Material Bélico” é responsável por
adquirir e distribuir munições para toda a PCMG, não caberá ao CPD local
(Unidade Policial) adquirir o referido item. Noutro norte, se o serviço de
manutenção de elevadores não é contratado por nenhuma Unidade Gestora de
Objeto da PCMG, e a Unidade Policial depender de tal serviço para consecução
de suas atividades, o CPD local da Unidade Policial que possuir o elevador
poderá contratar o referido serviço, se enquadrar na hipótese de pequeno valor,
como será visto no próximo tópico.

4.3 As normas regentes das compras públicas


No cenário atual, há uma nova lei de licitação em vigência e leis antigas
ainda com atividade legislativa, ou seja, trata-se de um momento de transição
normativa, motivo pelo qual não se pretende apegar às modalidades de licitação,
nem da nova lei e nem das antigas leis, bastando afirmar que o Pregão Eletrônico
era e seguirá sendo a modalidade de licitação mais usada pela PCMG.
A doutrina tem chamado esta transição normativa de vigência paralela,
pois existem duas leis gerais de licitação em vigor, Lei Federal nº 8.666/93 e Lei
Federal nº 14.133/2021, sendo que cabe aos aplicadores optar por uma ou outra,
desde que utilizem a escolhida de forma integral para toda tramitação de um dado
processo de compra, inclusive nos contratos dele advindos.
Entretanto, apesar da possibilidade de aplicação imediata, a Secretaria de
Estado de Planejamento e Gestão – Seplag/MG orientou os órgãos do Estado de
Minas Gerais a não utilizar a nova lei antes das regulamentações necessárias.
Sendo assim, o ideal é se inteirar com a nova lei, porém continuar aplicando a
8.666/93 e a 10.520/02 até que ocorra a revogação total de vigência, o que iria
ocorrer em 1º de abril de 2023, data em que a nova lei passaria a ter vigência
absoluta.
Porém, foi publicada uma medida provisória (MP) nº 1.167/2023 que
prorroga até 30 de dezembro de 2023 a validade de três leis sobre compras
públicas: a antiga Lei de Licitações (Lei 8.666/1993), o Regime Diferenciado de
Compras – RDC (Lei 12.462/2011) e a Lei do Pregão (Lei 10.520/2002). Com a
prorrogação de vigência das leis, órgãos e entidades da Administração Pública
Federal, Estadual ou Municipal podem publicar editais nos formatos antigos de

25
contratação até o dia 29 de dezembro de 2023. A opção escolhida deverá ser
expressamente indicada no edital. Assim, a recomendação é adotar os
regramentos antigos, porém estudo sobre a lei nova deverá ocorrer para o
momento da mudança legislativa.

4.4 A regra da licitação e suas exceções


Sem tratar especificamente de uma ou de outra lei, pode-se afirmar que
as contratações públicas ocorrem, em regra, via licitação. É este o comando
constitucional do art. 37, XXI:
XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras,
serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de
licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os
concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da
lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
(BRASIL, 1988)
Assim, a licitação é a regra. A exceção fica por conta das hipóteses de
CONTRATAÇÃO DIRETA, dividida em licitação dispensável e licitação
inexigível.
Na licitação dispensável, configura-se a viabilidade de competição, o
que torna a licitação possível. No entanto, por comando normativo expresso, o
procedimento licitatório está dispensado.
A inexigibilidade de licitação tem como principal característica a
inviabilidade de competição, o que torna inviável a realização de certame
licitatório.
Avaliando o cotidiano das unidades executoras da PCMG nos últimos
exercícios orçamentários, depara-se com a execução de alguns recursos via
dispensa e inexigibilidade de licitação.
Por exemplo, a contratação de manutenção de um equipamento durante a
vigência da garantia pode ensejar a contratação direta com o fabricante, para que
não ocorra a perda da garantia. Outro caso é a contratação de energia elétrica de
concessionárias, ou dos serviços de tecnologia da informação com a Prodemge,
empresa pública estadual. São casos de licitação dispensável.
Na licitação inexigível, por exemplo, a aquisição de munições que
atualmente possui fornecedor único no país - Companhia Brasileira de Cartuchos
- CBC, ou, ainda, a aquisição de um determinado software para extração de

26
dados de celular, só comercializado por uma única empresa no país. Nesses
casos, a publicação de edital de licitação não surtirá efeito, pois existe somente
um fornecedor.
Enfim, ressalva-se que mesmo nos casos em que é permitido promover a
contratação direta, é obrigatória a comprovação de que o preço está de acordo
com o praticado no mercado.

4.5 Pesquisa de Preços


Destacou-se que há dois ramos do conhecimento importantes no
processo licitatório - as normas e o mercado. Pois bem, para atingir o
conhecimento é preciso conhecer sobre PESQUISA DE PREÇOS.
A Pesquisa de Mercado é uma das fases mais delicadas da compra
pública.
É através da pesquisa de mercado (pesquisa de preço) que o VALOR DE
REFERÊNCIA (valor máximo permitido para uma compra) será definido, pois
caso não reflita a realidade de mercado, haverá consequências:
 Se o valor de referência estiver muito abaixo da realidade, a
compra/contratação não terá a qualidade esperada, ou então nenhum fornecedor
conseguirá chegar no preço (licitação fracassada);
 Se o valor de referência estiver muito acima da realidade, poderá causar
prejuízo à Administração Pública e responsabilização de servidores.
O excesso de formalismo não significa eficiência e vantajosidade. Mas, o
formalismo protege o gestor que atua na licitação. Então, é preciso dar atenção
para os seguintes cuidados:
 As normas, jurisprudência e doutrina indicam o mínimo de 03 orçamentos,
entretanto, nos casos em que é possível ter mais orçamentos, isso deve ser feito.
 A pesquisa de preços precisa ser formalizada, é necessário constar no
processo como foi feita, por qual meio, prazo de resposta concedido, etc.
 É preciso descartar da pesquisa os preços tidos como manifestamente
altos ou inexequíveis.
 A pesquisa deve ser ampla no sentido de não serem consultados somente
os mesmos fornecedores, para evitar qualquer suspeita de direcionamento.
 Mesmo que se consigam 03 orçamentos diretamente com o fornecedor,

27
também verificar os bancos oficiais de preços, módulos de melhores preços, que
são preferenciais pelo caráter informal que empregam à pesquisa.
Não basta colher os preços, é preciso fazer uma avaliação crítica, pois
preço muito abaixo do esperado, pode ser o caso de o objeto orçado não ser
exatamente o que se almeja adquirir ou o oposto também. Se estiver o preço
muito acima do esperado, pode ser o caso de se estar orçando um objeto acima
do que se busca comprar. Não se trata de uma mera burocracia, a finalidade é
apurar o preço justo de mercado para o Estado não pagar nem mais nem menos
que o mercado indica.
Outro ponto relevante é a ferramenta de gestão de compras públicas mais
utilizada na atualidade: Registro de Preços - RP.

4.6 O Registro de Preços


Por fim, a forma de aquisição que é o REGISTRO DE PREÇOS - RP, se
mostra atualmente como a principal e mais importante ferramenta de gestão em
compras públicas, pois permite a Administração Pública, de modo planejado,
adquirir bens e contratar serviços, quando, efetivamente, necessitar e tiver
disponibilidade orçamentária, atendendo ao interesse público com celeridade e
eficiência.
Explica-se: Numa compra pública tradicional, a Administração Pública só
pode publicar edital ou promover a formalização da contratação caso tenha a
previsão de recursos orçamentários de forma prévia. Isso se justifica para que
não se gere uma expectativa no mercado/fornecedor que poderá se frustrar, pois
seria uma irresponsabilidade com os fornecedores, em outras palavras, não se
pode fechar negócio sem ter o recurso financeiro para pagar.
Assim, a Administração precisa primeiro ter o recurso (na PCMG adota-se
a prática da Diretoria de Planejamento e Orçamento, que emitirá uma autorização
orçamentária – cuja objetivo é a comprovação de que há recursos na Lei
Orçamentária para aquele gasto específico), para só então iniciar uma licitação ou
contratação.
Verifica-se que uma licitação é permeada de fases e documentos, o que
leva um certo tempo para ser formalizada. Esse tempo pode inclusive impedir
uma compra pública caso o fim do EXERCÍCIO FINANCEIRO (costuma ser de

28
fevereiro a novembro) se aproxime. Não havendo tempo hábil para aquisição em
razão do tempo.
É neste ponto que surge a vantagem do Registro de Preço. É através dele
que a Administração Pública promoverá uma licitação apenas para registrar o
preço, sem ter a obrigatoriedade de efetivamente comprar. Assim, o fornecedor
participa do certame conhecendo esta particularidade. Para tornar o procedimento
mais atrativo e eficiente tanto para o mercado quanto para o Estado ocorre a
reunião da expectativa de compra de vários órgãos num só processo.
Em resumo, as vantagens na utilização do RP são registradas abaixo:
 Facultatividade na aquisição do objeto licitado;
 Compra progressiva, pois não é obrigatória a compra total do quantitativo
estimado;
 Desnecessidade da demonstração de disponibilidade de recursos
orçamentários no momento da licitação, sendo necessário somente quando da
efetiva compra;
 Evita multiplicidade de licitações repetitivas, contínuas e seguidas;
 Economia de escala.
As figuras existentes no Registro de Preços são:
Órgão Gestor: Órgão ou entidade da Administração Pública responsável
pela condução do procedimento para registro de preços e gerenciamento da Ata
de Registro de Preços – ARP.
Órgão Participante: Órgão ou entidade da Administração Pública que
participa dos procedimentos iniciais da licitação para registro de preços e integra
a ARP.
Órgão Não Participante/Carona: Órgão ou entidade da Administração
Pública que, não tendo participado dos procedimentos iniciais da licitação, faz
adesão à ARP durante sua vigência.

4.7 Dispensa Eletrônica de Licitação por Valor


Há a existência de hipóteses legais em que é permitido promover a
contratação direta, ou seja, sem licitação. Trata-se de situações excepcionais,
mas a regra, frise-se, é a licitação.
Dentre as hipóteses de licitação dispensável, está a dispensa por valor.

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Nesta, a ideia é que até determinado patamar de valor, a Administração Pública
pode deixar de licitar, para agilizar a compra. Entretanto, por mais que se
enquadre como uma dispensa de licitação, o que ocorre na verdade é um
procedimento licitatório simplificado, sem todos os rigores das modalidades
licitatórias, com menor prazo de publicação, por exemplo.
No regramento da Lei nº 8.666/93, é comum chamar esta forma de
compra de Cotação Eletrônica de Preços - COTEP.
Em termos práticos, o patamar de valores atual para a dispensa é de R$
114.416,65 para obras e serviços de engenharia e serviços de manutenção de
veículos automotores e de R$ 57.208,33 para os demais bens e serviços (os
valores são atualizados anualmente via decreto).
Uma interpretação apressada poderá levar ao entendimento de que toda
compra neste patamar de valor pode ser feita via dispensa eletrônica. Entretanto,
não é este o entendimento. O que ocorre é que uma mesma unidade
orçamentária não pode fracionar aquisições de bens e serviços de um grupo de
objetos da mesma natureza no mesmo exercício financeiro. Assim, não se pode,
por exemplo, dentro da PCMG, realizar diversas pequenas compras de
computador no mesmo ano, de modo a fazer várias dispensas, trata-se tal
procedimento de uma burla à regra da licitação.
Se somadas as diversas dispensas eletrônicas de um certo grupo de
objetos da mesma natureza dentro de um órgão público ultrapassar o valor limite,
significa que houve FRACIONAMENTO DE DESPESAS e o correto seria realizar
uma única licitação, em vez de várias dispensas.
O fracionamento de despesas é definido pelo TCU como a divisão da
despesa para adoção de dispensa de licitação ou modalidade de licitação de
menor valor.
Pelo exposto, a dispensa deve ser usada para objetos de mesma
natureza que, como um todo, na Instituição, não ultrapassem o limite de valor
estabelecido em lei.
Então, é muito importante fazer uma conexão com a proposta das
Unidades Gestoras de Objeto da PCMG. Mencionou-se em outro ponto que a
PCMG adota um formato concentrado de compras, assim a maioria dos objetos é
adquirida em grandes blocos, de modo a atender todo o órgão com uma só

30
licitação.
Por esse prisma, as dispensas por valor só vão ocorrer nos casos de bens
e serviços que não sejam demandados pelas várias unidades policiais, que sejam
de necessidade individual de alguma Unidade Policial específica, o que acaba
sendo raro. Por exemplo, algum insumo de laboratório necessário apenas ao
Laboratório de Química Legal do Instituto de Criminalística, que não extrapola o
limite da dispensa eletrônica, para suprir o setor por um ano. Neste caso, é
permitido adotar a dispensa eletrônica.
Na prática, uma unidade policial só vai realizar uma dispensa eletrônica
após a Unidade Gestora do Objeto em questão autorizar, ou seja, após confirmar
que não configurará fracionamento de despesas. Então, caso uma unidade
policial qualquer se depare com caso parecido, a orientação é que seja feito
contato formal com a Unidade Gestora de Objetos, cuja atribuição mais se
aproxima do objeto que sua unidade policial precisa, para só então, unidade
demandante promover a dispensa eletrônica.
O passo a passo sobre como realizar uma dispensa eletrônica será objeto
de curso em formato EaD, na modalidade de Educação Continuada.

4.8 Reflexões sobre a Nova Lei de Licitações – Lei 14.133/2021


Para o momento, já é salutar inteirar-se dos principais destaques da nova
lei, suas novidades mais marcantes.

4.8.1 Governança nas contratações


A alta administração do órgão ou entidade é responsável pela governança
das contratações e deve implementar processos e estruturas, inclusive de gestão
de riscos e controles internos, para avaliar, direcionar e monitorar os processos
licitatórios e os respectivos contratos, com o intuito de (1) alcançar os objetivos
estabelecidos do processo licitatório, promover um ambiente íntegro e confiável,
(2) assegurar o alinhamento das contratações ao planejamento estratégico e às
leis orçamentárias e (3) promover eficiência, efetividade e eficácia em suas
contratações.
Mecanismos:
 Liderança: profissionalização dos agentes que atuam com compras

31
públicas, com a determinação de promoção da gestão por competência, da
capacitação e da segregação de funções;
 Estratégia: compras centralizadas; catálogo eletrônico de padronização;
modelos de minutas de TR; editais e contratos padronizados, plano de
contratações anual e a exigência de programa de integridade;
 Controle: análise dos riscos da contratação, elaboração de matriz de
riscos da contratação, com a previsão dos riscos e alocação da responsabilidade
das partes e práticas de gestão de risco com a adoção do modelo de 3 linhas de
defesa, no nível operacional, de supervisão e de controle.

4.8.2 Portal Nacional de Contratações Públicas - PNCP


Objetivos:
 Divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos pela Lei
 Realização facultativa das contratações pelos órgãos e entidades dos
Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os entes federativos.
Os entes federativos poderão ter sítios próprios, desde que integrados ao
PNCP.
Conclui-se a parte dedicada às compras públicas. Qualquer dúvida que
surgir no dia a dia da sua unidade policial, fique à vontade para procurar a
Diretoria de Aquisições, pelos contatos previstos na Intranet ou via SEI
(PCMG/SPGF/AQUISIÇÕES).

5. CONTRATOS E CONVÊNIOS NA PCMG – DCC

Subordinada à Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças, a


Diretoria de Contratos e Convênios é essencial à formalização de instrumentos
jurídicos celebrados pelo Estado de Minas Gerais, por meio da Polícia Civil, com
pessoas físicas ou jurídicas que irão fornecer algum bem, prestar serviços à
PCMG ou, de qualquer outra maneira, contribuir para o fortalecimento da
segurança pública, por meio de parcerias das mais variadas formas legais
permitidas.
A depender da natureza do objeto, são diversos os instrumentos
confeccionados pela Diretoria de Contratos e Convênios.

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FIQUEM ATENTOS: As Unidades Policiais e seus gestores não possuem
autonomia para celebrar, em seu âmbito, contratos, convênios, acordos ou
ajustes de qualquer natureza, sendo que estes devem ser formalizados pela
Diretoria de Contratos e Convênios e assinados pelo(a) Exmo(a). Sr(a). Chefe da
Policia Civil, ou, atualmente, pelo Exmo. Sr. Superintendente de Planejamento,
Gestão e Finanças, por Delegação de Competência estabelecida na Resolução nº
8.215, de 5 de abril de 2022, que “Dispõe sobre a delegação de competência para
assinatura de contratos, convênios e congêneres no âmbito da PCMG, e dá
outras providências”
Registre-se que quaisquer desses instrumentos, se celebrados sem a
assinatura de quem é legalmente competente para o ato, não possuirão validade
jurídica até que sejam submetidos à Diretoria de Contratos e Convênios para
providências.

5.1 Diferença entre Contratos e Convênios


Incialmente cumpre esclarecer que os Contratos possuem natureza
diversa dos convênios. Cabe ressaltar ainda que estes não são os únicos
instrumentos celebrados na Polícia Civil de Minas Gerais, mas são, sem dúvidas,
os mais recorrentes.

CONTRATOS PÚBLICOS CONVÊNIOS PÚBLICOS

Interesses diversos e opostos: a Interesses comuns e coincidentes: ambos


Administração quer receber o bem ou celebram o ajuste em prol de um único
serviço. O particular quer ser remunerado desejo: fortalecer a segurança pública em
por seu trabalho. determinado aspecto.

Não há partes e, sim, partícipes:


Há partes: contratante e contratado.
concedente e convenente.

Não possui regulamentação na Lei nº


14.133 de 2021 (Nova Lei de Licitações),
que apenas menciona, em seu art. 184,
que: “Aplicam-se as disposições desta Lei,
no que couber e na ausência de norma
Está regulamentado na Lei nº 14.133, de
específica, aos convênios, acordos, ajustes
2021 (Nova Lei de Licitações).
e outros instrumentos congêneres
celebrados por órgãos e entidades da
Administração Pública, na forma
estabelecida em regulamento do Poder
Executivo federal.”

33
Importante destacar que para a elaboração dos convênios não é exigida
a prévia licitação, pois não há viabilidade da competição. Trata-se de mútua
colaboração, com interesses comuns e coincidentes.
Não obstante, por vezes é necessária a publicação de um Chamamento
Público, para que a Administração Pública divulgue o seu interesse na celebração
de parcerias, proporcionando assim, de modo isonômico e igualitário, a
participação de todos os interessados em contribuir com o nosso Ente.

5.2 Divisão de Contratos


A Divisão de Contratos é responsável por confeccionar todos os contratos
que a Polícia Civil figura como parte (representando o Estado de Minas Gerais) e
seus decorrentes (termos aditivos, apostilamentos, rescisão contratual), sendo
importante a sua conceituação.
Desse modo, esclareça-se que os Contratos Administrativos são ajustes
de vontades realizados entre particulares (pessoas físicas ou pessoas jurídicas) e
a Administração Pública, com cláusulas específicas exigidas pela Lei de
Licitações e Contratos Administrativos (Lei nº 14.133/21), que, por sua vez,
também disciplina sobre os procedimentos licitatórios.
Todo ente federado deve fazer uso dessas normas gerais de licitação e
contratação para adquirir qualquer bem ou serviço de que necessite, nos termos
do artigo 37, inciso XXI da Constituição da República de 1988 e dos artigos 1º e
5º da Lei nº 14.133/21.
Embora na celebração de um contrato cada parte possua seus interesses
primários, é importante destacar que os resultados dessa celebração serão
sempre de Interesse Público.
São características essenciais aos contratos administrativos:
 Formalidade: O contrato administrativo é considerado formal porque deve
seguir os requisitos e a forma prevista em lei. Caso não seja escrito e nem siga as
formalidades legais, o contrato será nulo e não terá validade.
 Personalíssimo: Essa característica também é conhecida como intuito
personae no mundo jurídico. Refere-se à necessidade de o contratado executar o
objeto do contrato por si mesmo, vedando a participação de terceiros, na
modalidade de subcontratação. Vale destacar que existe uma exceção para os

34
casos de subcontratação parcial do objeto, a qual é permitida desde que prevista
em contrato e autorizada pela Administração Pública.
 Licitação prévia: Conforme determina a Lei nº 14.133/21, a regra para a
formalização de contratos administrativos é que eles sejam precedidos de
licitação. A mesma lei prevê as exceções, quanto aos casos em que a licitação
pode ser dispensada ou inexigível, mas de toda forma será necessário um
procedimento administrativo prévio para que o contrato seja celebrado.
Na PCMG, os principais contratos administrativos celebrados,
conceituados no artigo 6º da Lei nº 14.133/21, são para:
 Contratos de Aquisição de Bens - os contratos de aquisição de bens,
também conhecidos como contratos de fornecimento, são os acordos por meio
dos quais a Administração Pública adquire, por compra, mediante processo
licitatório, coisas móveis, de pessoas físicas ou jurídicas, com quem celebra o
ajuste.
 Contratos de Serviços - é o acordo celebrado pela Administração Pública
com pessoas físicas ou jurídicas para a prestação de serviços de instalação,
operação, conservação, reparação, manutenção, transporte, dentre outros.
As modalidades de contratos descritas acima somente são formalizadas no final
do processo de compra. Entretanto, cabe destacar que, conforme art. 62, §4 da
Lei nº 8.666/93, o termo de contrato pode ser substituído por instrumento
equivalente (aqui na PCMG por nota de empenho de despesa), nos casos de
compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não
resultem obrigações futuras, independentemente do valor.
 Contratos para Obras - o contrato de obra pública é o ajuste levado a
efeito pela Administração Pública com pessoa física ou jurídica, que tem por
objeto a construção, a reforma ou a ampliação de certa obra pública. Nas
contratações de obras públicas é imprescindível a feitura de contrato. A Seção de
Engenharia está presente em todas as fases licitatórias: interna e externa e na
execução do objeto.

5.2.1 A peculiaridade do contrato de Locação de Imóvel:


A Lei nº 14.133/2021 estabeleceu subseção exclusiva para tratar da
Locação de Imóvel, no seguinte contexto:

35
Art. 51. Ressalvado o disposto no inciso V do caput do art. 74 desta Lei,
a locação de imóveis deverá ser precedida de licitação e avaliação
prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos de
adaptações e do prazo de amortização dos investimentos necessários.
(BRASIL, 2021)
O Inciso V do caput do art. 74 da Lei nº 14.133/2021, assim dispõe:
Art. 74. É inexigível a licitação quando inviável a competição, em
especial nos casos de:
(...)
V - aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e
de localização tornem necessária sua escolha.
(...)
§ 5º Nas contratações com fundamento no inciso V do caput deste artigo,
devem ser observados os seguintes requisitos:
I - avaliação prévia do bem, do seu estado de conservação, dos custos
de adaptações, quando imprescindíveis às necessidades de utilização, e
do prazo de amortização dos investimentos;
II - certificação da inexistência de imóveis públicos vagos e disponíveis
que atendam ao objeto;
III - justificativas que demonstrem a singularidade do imóvel a ser
comprado ou locado pela Administração e que evidenciem vantagem
para ela. (BRASIL, 2021).

A PCMG precisa, algumas vezes, locar bens de particulares para abrigar


as unidades policiais e melhor oferecer serviços à coletividade, seja por não
existir imóveis vinculados ao órgão na região, seja pelas condições precárias do
imóvel existente.
Desse modo, as cláusulas dos contratos de locação em que a PCMG
figura como locatária, serão regidas, concomitantemente com a Lei de Licitações,
pela Lei nº 8.245/91 – Lei do Inquilinato, conforme assente o Art. 89 da Lei nº
14.133/21, que estabelece que “Os contratos de que trata esta Lei regular-se-ão
pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, e a eles serão
aplicados, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as
disposições de direito privado”.
Cumpre ressaltar que, na legislação anterior, os contratos de locação
eram precedidos de processos de Dispensa de Licitação. Todavia, conforme
demonstrado acima, agora estes serão instruídos, via de regra, mediante
processo licitatório ou, excepcionalmente, por um processo de Inexigibilidade de
Licitação.
Observação 01: Ao ocupar seus postos de trabalho, é importante que
saibam a origem do imóvel que sedia a Unidade Policial, para que sua habitação
permaneça regular e tranquila: é um imóvel do Estado vinculado à PCMG? É um
imóvel alugado de um particular? As prestações locatícias estão em dia? É um

36
imóvel cedido por outro Ente? Como foram estabelecidas as obrigações de
manutenção do imóvel? Este acompanhamento é importantíssimo para que a
Polícia Civil consiga proporcionar uma melhor estadia a seus servidores e um
adequado atendimento aos cidadãos.
Observação 02: É importante acompanhar o prazo de vigência e de
execução de todos os contratos da sua unidade policial, para que estes não
expirem de forma inadequada, evitando que a Polícia Civil fique desguarnecida
em algum aspecto por causa do fim da vigência contratual.
Observação 03: O Gestor e o fiscal do contrato não atuam na Diretoria
de Contratos e Convênios, que somente formaliza as demandas solicitadas por
aqueles, na medida da necessidade. A função de gerir e fiscalizar a execução do
contrato cabe à unidade beneficiária da mesma, tanto para fins de solicitar
prorrogações, alterações, acréscimos, e de apurar eventual descumprimento de
contrato.

5.3 Divisão de Convênios


A Divisão de Convênios é responsável por confeccionar todos os
Convênios, Acordos de Cooperação Técnica, Protocolos de Intenções, Termos de
Doações, Cessões, Repasse de Recursos Materiais, enfim, qualquer ajuste em
que a Polícia Civil figura como parte (representando o Estado de Minas Gerais) e
seus decorrentes (termos aditivos, apostilamentos, rescisões), sendo importante a
sua conceituação. Desse modo, define-se Convênios como uma parceria entre
órgãos públicos ou particulares, para a realização de objetivos comuns, com
esforços conjuntos, visando o interesse público e o crescimento institucional.
Nos dizeres de Meirelles, “convênios administrativos são acordos
firmados por entidades públicas de qualquer espécie, ou entre estas e
organizações particulares, para realização de objetivos de interesse comum dos
partícipes” (2003, p.386).
Os Convênios foram tratados na Lei nº 14.133/2021 no seu artigo 184, da
seguinte forma:
Art. 184. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber e na
ausência de norma específica, aos convênios, acordos, ajustes e outros
instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da
Administração Pública, na forma estabelecida em regulamento do Poder
Executivo federal. (BRASIL, 2021).

37
Cumpre deixar bem claro que a nomenclatura utilizada para definir
determinado instrumento que traz obrigações para as partes não
necessariamente é a questão mais importante de um acordo.
O que definitivamente importará é o seu objeto, o seu conteúdo, as
obrigações de ambos os partícipes, e, acima de tudo isso, qual exatamente foi a
pretensão dos envolvidos na celebração daquela parceria, que sempre haverá
como “pano de fundo” o Interesse Público.
Distinguem-se os “Convênios” dos “Acordos de Cooperação Técnica -
ACT”, inicialmente, porque o termo “Convênio” é utilizado quando a parceria
envolve o repasse de recursos financeiros e os “Acordos de Cooperação
Técnica” envolvem somente o repasse de recursos materiais ou humanos
(como por exemplo a cessão de um servidor).
Portanto, para detectar a natureza da parceria, confiaremos em suas
cláusulas e demais obrigações, para que não se incida em erros exclusivamente
provocados por uma questão de nomenclatura.
Para que se concretizem as parcerias como os Convênios e Acordos de
Cooperação Técnica, o Órgão precisa buscar a captação destes recursos.
A captação é a prática de obter recursos (financeiros e não financeiros)
alternativos às fontes próprias para implementar políticas públicas ou realizar
investimentos que não seriam viáveis sem esse aporte adicional ou mesmo não
se tinham previsões dos respectivos gastos no orçamento ordinário do órgão.
No âmbito da Polícia Civil de Minas Gerais classifica-se duas formas de
entradas de recursos:

5.3.1 Entrada de Recursos Financeiros


A entrada de recursos financeiros caracteriza-se pelo repasse do recurso
em espécie, para aquisição de bens ou contratação de serviços/obras, cuja
modalidade remete à execução direta por parte da PCMG. Os exemplos são:
Transferências Voluntárias da União (convênio federal, contrato de
repasse e transferência especial): Repasses de recursos financeiros sem
vinculação constitucional, legal ou àquelas destinadas ao Sistema Único de
Saúde, mas com dotações orçamentárias previstas na Lei Orçamentária Anual da
União para atender determinados projetos e atividades de interesses mútuos,

38
destinados a determinada população, mediante parcerias firmadas com os entes
federados (Estados, Distrito Federal e Municípios).
Obs. Não é objetivo desta disciplina adentrar neste conteúdo, pois será
oportunamente apresentado após o curso de formação em EaD – Educação
Continuada.
Emendas Parlamentares: Outra forma de entrada de recurso financeiro
são as emendas parlamentares, que é o instrumento que as Casas Legislativas
possuem para participar da elaboração do orçamento anual. Por meio das
emendas, os parlamentares procuram aperfeiçoar a proposta encaminhada pelo
Poder Executivo, visando a uma melhor alocação dos recursos públicos. É a
oportunidade que eles têm de acrescentarem novas programações orçamentárias
com o objetivo de atender às demandas das comunidades que representam.
Convênios com as Prefeituras: De modo semelhante ao que ocorre nas
parcerias no âmbito federal, os convênios com as Prefeituras são celebrados
entre a Polícia Civil e os Municípios, mediante regime de mútua cooperação, a fim
de concretizar os objetivos de interesses comuns entre as partes, como a
reforma, construção ou reestruturação de unidades policiais, por exemplo,
envolvendo o repasse para a PCMG de recurso financeiro.
Termo de Descentralização de Crédito Orçamentário (TDCO): É um
instrumento jurídico de transferência de recursos orçamentários, celebrado entre
órgãos da Administração Pública, autárquica ou fundacional, no qual o Órgão
Titular do Crédito Orçamentário (o Ministério Público, por exemplo) realiza a
descentralização de seus recursos ao Órgão Gerenciador do Crédito
Descentralizado (a PCMG, por exemplo) para que o último proceda com a
execução de programas, projetos/atividades ou eventos de interesse recíproco
(objeto do TDCO), em regime de mútua cooperação.
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC): É um acordo formal
(termo de compromisso) que o Ministério Público celebra com o violador de
determinado direito coletivo e que pode envolver a transferência de recurso
financeiro para a PCMG. Este instrumento tem a finalidade de impedir a
continuidade da situação de ilegalidade, reparar o dano ao direito coletivo e evitar
a ação judicial.
Observação Importante: O recurso financeiro proveniente de um

39
Termo de Ajustamento de Conduta comumente aporta na Polícia Civil por meio de
uma Doação de Bem ou, como melhor nomeado, “Termo de Transferência de
Bem” que significa que: com o dinheiro obtido através do TAC, um interveniente
(como o Conselho Estadual de Segurança Pública por exemplo), adquire o bem
apresentado no projeto do Órgão em seu nome e depois “doa” ou “transfere” este
bem à Polícia Civil, a qual receberá o bem estipulado no projeto e não o dinheiro
em si.
Fundo a Fundo: É uma modalidade de transferência de recursos do
Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), instituído pela Lei nº 13.756, de 12
de dezembro de 2018 (sobre a destinação do produto da arrecadação das
loterias), aos Fundos Estaduais de Segurança Pública. Para tanto, em Minas
Gerais, foi criado o Fundo Estadual de Segurança Pública de Minas Gerais
(FespMG), por meio da Lei nº 23.471, de 11 de novembro de 2019, com o objetivo
recepcionar e garantir recursos para apoiar projetos e ações nas áreas de
segurança pública e de defesa social, bem como de prevenção à violência.

5.3.2 Entrada de Recursos Não Financeiros


A entrada de recursos não financeiros é caraterizada pela entrada de
recursos materiais, ou seja, recebimento de bens e serviços ou de cessão de
servidores. Os exemplos dessa modalidade são:
Acordos de Cooperação Técnica: Instrumento jurídico formalizado entre
órgãos e entidades da Administração Pública ou entre estes e entidades privadas
com o objetivo de firmar interesse de mútua cooperação técnica visando à
execução de programas de trabalho, projetos/atividades ou eventos de interesse
recíproco, da qual não decorra obrigação de repasses financeiros entre os
partícipes.
Termos de Doação de Bens e/ou Serviços: É a transferência voluntária da
posse e propriedade de material:
 oriundo de terceiros a órgãos e entidades do Poder Executivo;
 entre entidades autárquicas do Poder Executivo;
 entre entidades fundacionais do Poder Executivo;
 entre entidades autárquicas e fundacionais do Poder Executivo;
 entre Administração Direta e entidades do Poder Executivo.

40
Termos de Cessão de Bens Móveis e Imóveis: Movimentação externa de
bens, com transferência gratuita de posse e troca de responsabilidade, de caráter
temporário, entre órgãos ou entidades da Administração Pública Direta,
Autárquica e Fundacional do Poder Executivo, ou entre estes e órgãos de
quaisquer dos Poderes, do Ministério Público, do Tribunal de Contas ou de outra
esfera da Federação.
Termo de Comodato: O mesmo que Termo de Cessão, porém quando a
outra parte for um particular e não ente da Administração.
Termo de Transferência de Bens: Nomenclatura utilizada para o
recebimento de bens oriundos de Termos de Ajustamento de Conduta ou outros
instrumentos de natureza obrigacional. Nada mais é do que uma “doação” sem o
caráter de “voluntariedade”.
Protocolo de Intenções: Trata-se de um documento firmado pelas partes
estabelecendo seus objetivos futuros, no intuito de melhor organizar as parcerias
celebradas pelas Instituições. Não é necessário celebrar este instrumento antes
da parceria, mas muitas vezes opta-se por esta prática.

5.4 Procedimentos Operacionais Padrão – POP


Os Procedimentos Operacionais Padrão – POP da Diretoria de Contratos
e Convênios estão disponíveis na página da intranet PCMG:
https://extranet.policiacivil.mg.gov.br/intranet/arquivoOrgao/download

6. EXECUÇÃO DE DESPESAS
A execução de despesas é uma das etapas do ciclo orçamentário e é um
processo essencial para que a despesa prevista na Lei Orçamentária Anual (LOA)
seja efetivamente gasta e se transforme em recursos geradores de serviços após
o processo de licitação.
Após o planejamento e aprovação do orçamento, por meio da elaboração
da LOA ficam estabelecidas as despesas a serem realizadas pelo governo
durante o ano fiscal. Todavia, é necessário que seja realizado um processo de
licitação para contratação de bens, serviços ou obras necessários para a
implementação das políticas públicas e cumprimento dos objetivos estabelecidos
na LOA.

41
Uma vez concluído o processo de licitação, o órgão responsável pode
efetuar a contratação e iniciar a execução da despesa e em seguida, apresentar
todas as formalizações destas etapas à prestação de contas/contabilização. Esta
última encerra o ciclo de execução de despesas. É nessa etapa que o órgão
responsável pelo gasto público apresenta os comprovantes, documentos e
registros contábeis que evidenciam a regularidade e a conformidade da execução
da despesa.
Essa prestação de contas pode ocorrer tanto internamente, para fins de
controle e fiscalização, quanto externamente, para órgãos de controle externo,
como tribunais de contas e auditorias.

6.1 Agentes Envolvidos na Execução de Despesas


Os agentes envolvidos na execução da despesa desempenham funções
específicas que contribuem para o adequado controle, acompanhamento e
realização das despesas públicas. É preciso analisar a função de cada um dos
agentes mencionados:
a) Responsável técnico da unidade: O responsável técnico da unidade é o
profissional designado para acompanhar e garantir a correta execução da
despesa de acordo com as especificações técnicas e requisitos estabelecidos. É
o profissional responsável pelo lançamento das informações pertinentes à
execução nos sistemas eletrônicos utilizados pela Polícia Civil, como por exemplo
o Portal de Compras e as aplicações da PRODEMGE.
b) Fiscal do contrato/execução: O fiscal do contrato ou fiscal de execução é o
agente designado para acompanhar e fiscalizar o cumprimento das obrigações
contratuais por parte do fornecedor ou contratado. Tem a responsabilidade de
monitorar a execução do contrato, verificando o cumprimento dos prazos, a
qualidade dos serviços, o fornecimento dos bens, entre outros aspectos. O fiscal
do contrato deve atuar de forma imparcial e zelar pelos interesses da
administração pública, garantindo que as cláusulas contratuais sejam cumpridas
corretamente.
c) Ordenador de despesas: O ordenador de despesas é o agente público que
tem a autoridade para autorizar a realização de despesas e emitir ordens de
pagamento. É o responsável por verificar a disponibilidade orçamentária, a

42
legalidade e a adequação das despesas antes de autorizá-las. O ordenador de
despesas deve tomar decisões responsáveis, baseadas na legislação vigente e
nos princípios da administração pública, garantindo a correta aplicação dos
recursos e evitando gastos indevidos ou irregulares.
Esses agentes desempenham papéis importantes na execução das
despesas, atuando em diferentes momentos e com diferentes responsabilidades,
mas sempre com o objetivo de assegurar a eficiência, a legalidade e a
transparência na utilização dos recursos públicos.
Seus trabalhos são fundamentais para o controle adequado dos gastos e para a
prestação de serviços de qualidade à sociedade.

6.2 Princípio da Segregação de Funções


O princípio da segregação de funções, também conhecido como princípio
da separação de cargos ou princípio da divisão de responsabilidades, é um
importante conceito de controle interno na Administração Pública. Esse princípio
estabelece que diferentes responsabilidades e funções relacionadas a um
processo devem ser atribuídas a pessoas distintas, a fim de evitar conflitos de
interesse, promover a transparência e mitigar riscos.
A segregação de funções é baseada no pressuposto de que nenhuma
pessoa deve ter controle completo sobre todas as etapas de um processo,
especialmente quando envolve atividades que podem ser potencialmente
prejudiciais ou suscetíveis a erros. Ao distribuir as responsabilidades entre
diferentes indivíduos, busca-se estabelecer um sistema de controle interno eficaz,
que reduza as chances de fraudes, erros ou abusos.
A segregação de funções não apenas contribui para o controle interno e a
prevenção de irregularidades, mas também fortalece a transparência e a
confiança nas operações. Ao dividir as tarefas entre diferentes agentes, promove-
se uma maior responsabilização e redução dos riscos inerentes aos processos. É
importante ressaltar que a segregação de funções deve ser acompanhada de
políticas, procedimentos e controles internos adequados para garantir sua efetiva
implementação e eficácia.

43
6.3 Estágios da Execução de Despesas
Existem três estágios que compõem a execução de despesas e devem
ser cumpridos de forma ordenada para assegurar a adequada aplicação
processual. Os estágios da execução de despesas são – necessariamente nesta
ordem - o empenho, a liquidação e o pagamento. Cada um desses estágios
desempenha um papel importante no fluxo financeiro e no controle das despesas
realizadas pelos órgãos e entidades públicas.
Importante lembrar que todos esses estágios são realizados via Sistemas
Corporativos do Estado. Na PCMG, os sistemas eletrônicos utilizados na
execução das despesas são o Portal de Compras-MG e o SIAFI-MG.
O Portal de Compras-MG é uma plataforma online que permite a
realização de processos licitatórios, desde a publicação dos editais até a
apresentação das propostas e a adjudicação dos contratos. Esse sistema é
responsável por promover a transparência, a competitividade e a eficiência nas
aquisições realizadas pela PCMG.
O SIAFI-MG (Sistema Integrado de Administração Financeira para
Estados e Municípios de Minas Gerais) é o sistema responsável pela gestão
financeira e contábil do estado de Minas Gerais. Salienta-se que abrange diversas
áreas, incluindo a execução orçamentária, a liquidação de despesas, o controle
de saldos e a geração de relatórios financeiros. O SIAFI-MG permite o registro e o
acompanhamento detalhado de todas as etapas da execução da despesa,
assegurando o correto registro contábil e o controle dos gastos públicos.
A utilização desses sistemas proporciona maior agilidade na gestão
financeira, reduzindo a burocracia e os processos manuais, além de facilitar o
acesso às informações e a prestação de contas. Dessa forma, desempenham um
papel importante na modernização e na melhoria da gestão dos recursos públicos
na PCMG.
Para operacionalização desses sistemas eletrônicos, são utilizados alguns
códigos numéricos para identificação do órgão e a unidade que está realizando a
execução, já que é um sistema utilizado por todos os órgãos públicos do estado
de Minas Gerais.
Em resumo esses códigos são destinados à identificação das unidades
administrativas que realizam ações nos sistemas, os exemplos mais comuns são:

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Unidade Orçamentária, segmento da administração direta ou
administração indireta a que o orçamento da União consigna dotações específicas
para a realização de seus programas de trabalho e sobre os quais exerce o poder
de disposição. Na PCMG a Unidade Orçamentária é representada pelo número
1511.
Unidade Executora, unidades operacionais do sistema. Movimentam,
solicitam, requisitam, compram, etc. Na polícia as unidades executoras são
associadas aos Departamentos, Regionais e Delegacias Especializadas, por
exemplo: 1510130 – DEOESP, 1510093 – 5° DEPTO UBERABA, 1510029 –
1DRPC MONTES CLAROS
Unidade Contábil, unidade operacional do SIAFI que possui competência
para contabilizar todas as operações financeiras do Órgão/Entidade. Na PCMG as
Unidades Contábeis serão representadas pelos mesmos números de identificação
das Unidades Executoras.

Empenho
O primeiro passo da execução de despesas é o empenho. O empenho
consiste em um ato administrativo pelo qual a Administração Pública reserva uma
parcela do orçamento para o pagamento de uma despesa prevista.
O empenho é parte importante do processo de controle e transparência
dos gastos governamentais. Ao realizar o empenho, o órgão público compromete
uma parte do orçamento para o pagamento de uma despesa específica. Esse
comprometimento é formalizado por meio de um documento denominado nota de
empenho.
O empenho tem como finalidade assegurar que o valor necessário para o
pagamento da despesa esteja reservado no orçamento, evitando assim que
ocorram gastos além do limite previsto. É uma forma de garantir que os recursos
estejam disponíveis e que a despesa seja realizada de acordo com as regras e
limitações estabelecidas na legislação orçamentária.
Vale ressaltar que o empenho não representa o efetivo pagamento da
despesa, mas sim a reserva de recursos para sua quitação.
O artigo 60 da Lei 4.320/64 aponta uma importante regra para a execução
das despesas públicas ao afirmar que é vedada a realização de despesa sem

45
prévio empenho. Essa disposição legal enfatiza a necessidade de que toda
despesa pública seja previamente empenhada, ou seja, que haja um registro
formal e documentado do compromisso financeiro assumido pelo órgão ou
entidade pública.
Ao exigir o prévio empenho, a lei busca evitar gastos descontrolados e o
comprometimento de recursos sem a devida reserva orçamentária. O empenho
garante que haja disponibilidade financeira para a realização da despesa e
permite o acompanhamento da execução orçamentária.
Todavia, em algumas situações excepcionais, pode ocorrer de uma
despesa ser devida pelo órgão público mesmo sem prévio empenho. Nestes
casos, os pagamentos podem ocorrer por meio de dois mecanismos específicos:
a Despesa de Exercícios Anteriores (DEA) e a indenização.

DEA e Indenização
A Despesa de Exercícios Anteriores (DEA) é um mecanismo legal que
permite o pagamento de despesas relacionadas a exercícios anteriores, ou seja,
despesas que foram empenhadas e não foram pagas no exercício
correspondente. Isso pode ocorrer por diversos motivos, como atrasos no
processamento de pagamentos, estimativas incorretas da despesa ou até
negligência dos agentes envolvidos. A DEA possibilita a regularização dessas
despesas pendentes, desde que devidamente justificadas e autorizadas pela
Secretária da Fazenda.
Além disso, em determinados casos, os pagamentos podem ocorrer por
meio de indenização. A indenização é uma forma de ressarcir uma pessoa ou
entidade pelos prejuízos causados por ação ou omissão do poder público. Essa
modalidade de pagamento está relacionada a situações em que ocorrem danos,
perdas ou privações decorrentes de atividades públicas. A indenização tem como
objetivo compensar o prejudicado pelos danos sofridos, e o seu pagamento segue
procedimentos legais específicos.
É importante ressaltar que tanto a DEA quanto a indenização são
exceções à regra geral do prévio empenho, e sua utilização deve ocorrer de
acordo com os critérios e procedimentos estabelecidos pela legislação vigente.
Essas modalidades de pagamento visam garantir a regularização de despesas

46
devidas, sem comprometer a legalidade e a transparência na utilização dos
recursos públicos.

Empenhos inscritos em restos a pagar


Na execução das despesas públicas, é importante destacar que nem
todos os empenhos são integralmente executados dentro do exercício financeiro
vigente ou “ano fiscal”. Em algumas situações, há a necessidade de inscrever
esses empenhos em uma categoria específica conhecida como "restos a pagar".
Os restos a pagar referem-se aos empenhos realizados em um
determinado exercício financeiro, mas que não foram completamente liquidados e
pagos até o encerramento desse período. Essa situação ocorre quando há a
contratação de bens, serviços ou obras que demandam um prazo mais longo para
sua execução, ou quando há pendências documentais, processuais ou
orçamentárias que impedem o pagamento imediato.
Ao inscrever os empenhos em restos a pagar, a Administração Pública
reconhece a obrigação de pagamento e registra essas despesas como
compromissos a serem honrados nos exercícios seguintes.
A existência de empenhos inscritos em restos a pagar reflete a
continuidade das obrigações financeiras assumidas em um exercício, mesmo que
o seu pagamento ocorra em momentos subsequentes. É uma forma de assegurar
que os fornecedores, prestadores de serviço e demais credores tenham seus
direitos garantidos e recebam os valores devidos, respeitando os princípios da
legalidade e da responsabilidade fiscal.
Despesas que foram empenhadas, mas não foram liquidadas nem
tampouco pagas dentro da vigência do exercício financeiro corrente serão
inscritas em restos a pagar não processados. Despesas que foram empenhadas e
liquidadas, mas não foram pagas dentro da vigência do exercício financeiro
corrente serão inscritas em restos a pagar processados.

Nota de empenho
O documento que traz materialidade ao empenho é chamado de nota de
empenho. A nota de empenho é o documento formal que registra o compromisso
assumido pela administração pública de realizar um gasto específico.

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A nota de empenho deve apresentar as seguintes informações:
Identificação do órgão (ou entidade) emissor: Deve constar o nome, o
CNPJ/CPF e o endereço completo do órgão ou entidade que emite a nota de
empenho.
Número e data da nota de empenho: Cada nota de empenho deve possuir
um número sequencial único e a data em que foi emitida.
Identificação do fornecedor: Deve ser informado o nome, o CNPJ/CPF e o
endereço completo do fornecedor ou prestador de serviços que será beneficiado
pelo empenho.
Tipo de empenho: Deve ser indicado o tipo de empenho a ser utilizado,
como empenho ordinário, empenho estimativo ou empenho global.
Descrição da despesa: Deve ser detalhada a natureza da despesa a ser
realizada, descrevendo o objeto ou serviço a ser adquirido, contratado ou
executado. É importante fornecer informações suficientes para identificar
claramente o que está sendo empenhado.
Valor do empenho: Deve ser indicado o valor total do empenho, ou seja, o
montante financeiro que será utilizado para efetuar o pagamento da despesa.
Dotação orçamentária: Deve ser informada a dotação orçamentária
correspondente ao empenho, indicando o código e a descrição da fonte de
recursos que será utilizada para custear a despesa.
Assinatura e cargo do responsável: A nota de empenho deve ser assinada
pelo responsável legalmente autorizado, indicando seu cargo ou função dentro do
órgão (ou entidade) emissor.
Essas são as informações essenciais que uma nota de empenho deve
apresentar. Quanto à informação de “tipo de empenho”, esta é importante para
definir a natureza e as características específicas do compromisso financeiro
assumido pelo órgão ou entidade pública. Cada tipo de empenho possui suas
peculiaridades e regras próprias, sendo determinante para a correta execução da
despesa e o seu registro contábil. Podem ser três os tipos de empenho:
Empenho Ordinário: O empenho ordinário ocorre quando a despesa já
está prevista e possui disponibilidade orçamentária suficiente para ser liquidada e
paga de uma só vez.
Empenho Estimativo: O empenho estimativo é utilizado quando não é

48
possível determinar com precisão o valor exato da despesa no momento do
empenho. Esse tipo de empenho é utilizado em situações em que o valor pode
variar, ou quando há descentralização parcial dos recursos orçamentários, como
contratos de serviços contínuos, locações ou fornecimento de materiais em
quantidades não determinadas. O valor empenhado é uma estimativa do
montante total que será despendido ao longo da execução do contrato ou da
prestação do serviço.
Empenho Global: O empenho global é utilizado quando há a necessidade
de empenhar um valor total para um determinado objeto ou serviço, sem a
necessidade de discriminação detalhada das parcelas. Esse tipo de empenho é
utilizado quando não é possível ou viável determinar previamente os valores a
serem liquidados e pagos separadamente, como em casos de obras de grande
porte ou aquisições de grande volume.
O empenho global permite que o órgão ou entidade pública empenhe um
valor total para posterior liquidação e pagamento de acordo com a evolução do
objeto.

Liquidação
A liquidação é uma etapa da execução da despesa pública que consiste
na verificação e comprovação do cumprimento do objeto contratado ou do serviço
prestado. É o momento em que se atesta a realização efetiva da despesa,
conferindo sua materialidade.
Durante a liquidação, são realizadas atividades como a conferência da
entrega de bens, a verificação da conformidade dos serviços prestados ou a
execução parcial do objeto contratado. É nesse momento que são analisados os
documentos e informações necessários para atestar que a despesa foi
efetivamente cumprida e que as condições estabelecidas foram atendidas.
Para tanto, realiza-se o ateste fiscal. Uma declaração formal que
comprova a prestação ou entrega satisfatória de serviços ou materiais ao serviço
público. Além disso, o ateste também verifica se os valores unitários e totais
presentes no documento fiscal estão de acordo com as condições estabelecidas
na contratação, conforme estipulado no § 1º do Artigo 10 do Decreto nº
37.924/96.

49
Para que seja válido, o ateste deve conter a assinatura de dois servidores
e indicar a data de recebimento, a qual não pode ser posterior à data de
liquidação da nota fiscal.
Nessa fase, ocorre a verificação do direito adquirido pelo credor, com
base nos documentos e comprovantes referentes ao crédito correspondente. A
finalidade da liquidação é apurar:
I - a origem e o objeto da obrigação a ser paga;
II - o valor exato a ser pago;
III - o beneficiário a quem o valor deve ser pago, visando extinguir a obrigação.
Dessa forma, a liquidação busca garantir a correta identificação dos
compromissos financeiros, bem como assegurar que o pagamento seja realizado
de acordo com as obrigações contratuais estabelecidas.
Após a liquidação, a despesa está pronta para ser efetivamente paga,
dando continuidade ao ciclo orçamentário.

Pagamento
A etapa de pagamento é a fase em que ocorre efetivamente a
transferência dos recursos financeiros para o credor ou fornecedor, como forma
de quitar a obrigação contraída pelo órgão ou entidade pública.
No processo de pagamento, são realizadas as atividades de registro da
despesa no sistema contábil, conferência dos documentos fiscais e de liquidação,
verificação da disponibilidade financeira e emissão da ordem de pagamento.
Geralmente, o pagamento é efetuado por meio de transferência bancária
ou utilização de meios eletrônicos de pagamento. É fundamental que o
pagamento seja realizado dentro do prazo estipulado, evitando atrasos e
eventuais penalidades para a administração pública.

7. FERRAMENTAS DE GESTÃO - GESTÃO IMOBILIÁRIA

7.1 Estrutura Predial


Compete à Coordenação de Planejamento, Gestão e Finanças, da
Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças a gestão do patrimônio
imobiliário e de Engenharia, sendo executados por intermédio da Seção de
Controle Imobiliário e pela Seção de Engenharia, respectivamente.
50
A Seção de Controle Imobiliário é responsábel pela gestão dos bens
imóveis no âmbito da Polícia Civil, auxiliando as Unidades Policiais na
regularização da ocupação e mantendo catalogado, através do Sistema de
Gestão de Imóveis – SGI, os imóveis disponibilizados para utilização da PCMG.
A Seção de Engenharia é responsável pelas demandas naturais e de
fatos supervenientes oriundas dos Poderes Legislativo e Judiciário, Ministério
Público e das Unidades Policiais do Estado de Minas Gerais que necessitam de
vistoria destinadas às obras de reforma e/ ou ampliação e/ou adequação da
edificação, avaliação de imóveis para locação, avaliação de terrenos para
construção, elaboração de relatório, planta baixa/layout, planilha de materias e
serviços, memorial descritivo, termo de referências, entre outros documentos.

7.2 - Diagnóstico das Unidades Policiais

7.3 Síntese Geral dos Imóveis Ocupados pela PCMG


As Modalidades e os respectivos procedimentos a serem observados para
a obtenção de novos imóveis/sedes utilizados pela PCMG:
Pedidos de Vinculação de Imóveis: Pedidos realizados à Diretoria Central
de Gestão de Imóveis da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão -
SEPLAG para utilização de imóveis de propriedade do Estado de Minas Gerais
(antigos Fóruns/antigos presídios/outros Órgãos da Administração Direta).
Alienação de bens imóveis: Realizado pela Diretoria Central de Ativos da
Secretaria de Estado de Fazenda para imóveis identificados como inservíveis

51
para a prestação de serviços públicos, possibilitando a ampliação dos
investimentos com a arrecadação resultante da alienação de imóveis e revertidos
os recursos para investimento em políticas públicas dos órgãos aos quais os
imóveis se encontram vinculados e sem utilização.
Doação: Recebimento de Doação de Terrenos para construção e doações
de Prédios.
Permuta de Imóvel: Liberação de imóvel pertencente ao Estado (com
prévia autorização da SEPLAG) para permuta por Unidade Construída em
Contrapartida à disponibilização de imóvel em desuso;
Cessão de Uso de bens Imóveis: Formalização de empréstimo de imóvel
por meio de cessão de uso (Prefeituras/DER/SPU/Órgãos Administração Indireta);
Acordo de Cooperação Técnica: Formalização de Acordo de Cooperação
Técnica realizado entre PCMG e Prefeituras contemplando dentre outros o
custeio de imóvel para uso da Unidade Policial (Locação custeada pelo
Município);
Contrato de Locação de Imóvel custeado pela PCMG
BUIT TO SUIT – BTS: Projeto de locação de imóveis sob encomenda,
com projeto piloto iniciado em Patos de Minas.

7.4 Sistema de Gestão de Imóveis – SGI


O Sistema de Gestão de Imóveis consiste em um banco de dados que
visa gerenciar os imóveis disponibilizados para uso da PCMG, objetivando a
catalogação dos imóveis, sendo necessário que as Unidades Policiais com o
auxílio da Seção de Controle Imobiliário inclua e atualize as informações no
Sistema de Gestão de Imóveis – SGI.

7.4.1 Cadastramento de usuários:


Os servidores são indicados pelos Delegados Regionais e serão os
responsáveis pelas inserções e/ou atualizações de informações, documento,
fotos, devendo acessar o
link https://www.intranet.pc.mg.gov.br ou extranet.pc.mg.gov.br - Sistemas - diag-
unidade.

52
7.4.2 Acesso ao SGI
O Acesso se faz através da intranet ou extranet na opção SISTEMAS –
diag-unidade, inserindo o Masp e senha DINFO.

7.4.3 O Sistema consiste no preenchimento de campos abaixo:


 Situação do Imóvel: Próprio, Imóvel locado e Imóvel cedido
 Identificação Externa
 Identificação Interna
 Localizaçao
 Hidrômetro e medidor de energia
 Dependências
 Acessibilidade
 Detalhamentos
 Sistema de Segurança e Prevenção de Incêndio
 Conservação: teto, piso, telhado, problemas hidráulicos
 Problemas elétricos
 Pintura/revestimento
 Sala cofre
 Laudo de vistoria
 Necessidade de reformas
 Compartilhamento com outros Órgãos
 Inclusão de documentos de propriedade, fotos.

7.5 Manual de Padronização de Arquitetura e Engenharia


O Manual de Padronização e Arquitetura estabelece um conjunto de
recomendações, especificações e normas essenciais para preservar as
propriedades visuais da PCMG e facilitar sua identificação e memorização.
Diante da necessidade de planejar ações coordenadas de intervenção
(construção, recuperação, adequação, manutenção) em nossos equipamentos
edificados, apoiamos na Ferramenta GUT, que é uma metodologia comumente
empregada para gerar uma matriz de priorização da resolução de problemas e
direcionamento de demandas, organizando sob os critérios de G (gravidade),

53
U(urgência) e T(tendência) das possíveis falhas ou necessidades de melhoria.
Paralelamente, a matriz em referência visa a suprir a necessidade de se
formular um “check list” que pudesse servir de guia orientativo para gestores de
Unidades vinculadas à PCMG na abordagem preventiva e corretiva dos imóveis
sob suas responsabilidades, além de fomentar a administração central quanto ao
“status” das principais disciplinas de construção civil e instalações que estão
disponíveis em nossas unidades.
A Matriz GUT que serve inicialmente para gerar informações mensuráveis
e passiveis de uma avaliação qualitativa preliminar das condições: físicas,
estruturais e funcionais das Unidades Policiais, e em segunda fase gerarão um
acervo informativo da realidade das nossas edificações, a partir da qual pode-se
definir de forma mais assertiva ações de intervenção, direcionamento de recursos,
estratégias de aquisição e até dispensas ou desuso de alguns equipamentos.

7.6 Contrato de Manutenção


A Polícia Civil busca melhorar as condições de suas instalações prediais,
referenciando-se à necessidade de conservação do patrimônio público e ao bom
andamento das atividades da Administração, bem como segurança dos
servidores e sociedade.
Devido à importância destes serviços e diante da impossibilidade de
execução direta, uma vez que a PCMG não dispõe de recursos materiais e
humanos suficientes em seu Quadro de Pessoal para realização dessas
atividades, fez-se necessária a contratação de empresa especializada para a
prestação dos serviços de manutenção predial.
Neste contexto, a PCMG formalizou o Contrato de Manutenção, cujo
objeto é a prestação de serviços que compreendem reparos, demolição,
execução e revestimentos de alvenarias, execução ou substituição de pisos
existentes, reparos de infiltrações, adequação da edificação aos critérios de
acessibilidade, prevenção e combate a incêndio, revisão de redes elétricas,
lógicas e hidráulicas, pintura, capina e diversos outros itens, desde que não
impliquem acréscimo de área de imóvel, para os imóveis utilizados pela PCMG.

54
8. GESTÃO DE MATERIAIS PERMANENTES E DE CONSUMO NA
PCMG

A gestão de materiais permanentes e de consumo na Polícia Civil de


Minas Gerais é de fundamental importância para a garantia da prestação dos
serviços de polícia judiciária nas Unidades Meio e finalística. Pois, é por meio da
aquisição desses materiais que as unidades se estruturam fisicamente.
Todo o mobiliário e os computadores são caracterizados como materiais
permanentes. Os materiais de escritório utilizados na elaboração dos
procedimentos de polícia judiciária, por exemplo, são caracterizados como
materiais de consumo.
Essa gestão de materiais obedece ao planejamento de compras da
PCMG, que da mesma forma deve obedecer ao planejamento anual de compras
do Estado.
A Gestão de Materiais permanentes e de consumo é apenas uma parte
de todo o processo de planejamento orçamentário anual. Inicia-se com o
planejamento, percorre toda a execução da compra, sendo definido pelo processo
de licitação propriamente dito, até a execução orçamentária e financeira. Esse
processo se caracteriza pela elaboração do empenho, liquidação e pagamento.
Se a PCMG tem como meta a renovação da frota, deve-se planejar a
aquisição de viaturas, realizar a compra, proceder à entrada do bem no órgão, por
meio de sua nota fiscal, providenciar o pagamento ao fornecedor do bem
adquirido, distribuir nas Unidades Policiais e inventariá-los ao final de todo ano.
Depois de realizado todo esse processo de planejamento e execução
orçamentária, com a emissão do devido empenho, é realizada a entrada dos
materiais no estoque da PCMG via SIAD, ficando os materiais disponíveis para a
utilização.
Todas essas ações são realizadas via Sistemas Corporativos do Estado e
são de suma importância para a garantia do equilíbrio contábil e financeiro da
Polícia Civil, em especial os atinentes à gestão de material de consumo e
permanente.
Principais sistemas utilizados no Estado:
 SIAFI / MG – Sistema Integrado de Administração Financeira
 SIAD – Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços

55
 Portal de Compras
 SEI – Sistema Eletrônico de Informações
A gestão de materiais no Estado de Minas Gerais, desde a entrada até a
saída desses materiais, é realizada através do Sistema Integrado de
Administração de Materiais e Serviços – SIAD.

8.1. Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços - SIAD


Instituído pelo Decreto nº 42.873, de 9 de setembro de 2002, o Sistema
Integrado de Administração de Materiais e Serviços – SIAD tem como finalidade
controlar o ciclo dos materiais, serviços e obras, desde sua entrada no estoque
até a distribuição dos materiais de consumo, bem como a baixa dos bens
permanentes do patrimônio e a realização dos serviços e obras.
O SIAD é composto por módulos, de acordo com suas finalidades. Os
principais módulos utilizados são:
I - Módulo Órgãos e Entidades - O&E: permite o cadastro dos órgãos e
entidades, das unidades administrativas, suas atribuições e responsáveis,
possibilitando a autorização de acesso aos usuários do SIAD, com a respectiva
formalização das transações que são registradas nos módulos do sistema.
II - Módulo Material e Serviço - CATMAS: permite a catalogação dos materiais e
serviços destinados às atividades-fim e às atividades meio da Administração
Pública Estadual com os padrões de desempenho desejados.
III - Módulo de Material Permanente - MATPEM: permite a gestão dos bens
móveis de propriedade do Estado ou de terceiros que estão sob a
responsabilidade dos órgãos e entidades da Administração Pública Estadual
abrangidos pelo Decreto.
IV - Módulo Material de Consumo - MATCON: permite a gestão dos materiais
de consumo, controlando o registro da entrada, o armazenamento, a requisição e
a distribuição dos materiais de consumo recebidos pela PCMG.
V - Módulo de Frota: estabelece processo padronizado de gestão da frota
estadual, com a respectiva conservação, guarda, manutenção, movimentação e
utilização de veículos oficiais, em todos os órgãos e entidades estaduais.
VI - Módulo Bolsa de Materiais: gerencia e racionaliza a utilização e o estoque
de materiais e sua redistribuição, orientando os respectivos processos de

56
aquisição e alienação.

Objetivos do SIAD:
 Padronizar e classificar Materiais e Serviços;
 Obter informações consolidadas em nível Estadual, que possibilitem a
formulação, de maneira mais eficaz, do planejamento estratégico das ações,
buscando a redução de custos;
 Acompanhar a execução do orçamento;
 Acompanhar, orientar e corrigir distorções;
 Controlar, fiscalizar e auditar os processos (compras, contratos, estoque,
patrimônio, gestão da frota, alienação de bens, dentre outros);
 Reduzir os custos diretos e indiretos;
 Reordenamento e modernização financeira;
 Maior transparência nos Órgãos e Entidades da Administração Direta e
Indireta do Estado.
Os órgãos e entidades da Administração Pública direta, autárquica e
fundacional e as empresas estatais dependentes, que recebem recursos do
Tesouro Estadual, são usuários obrigatórios do SIAD.
O SIAD pode ser acessado através do MAINFRAME/PRODEMGE
(computador de grande porte, dedicado ao processamento de um grande volume
de informações de múltiplos acessos) ou através da INTERNET, pelo site de
compras do Governo de Minas, através do link:
https://wwws.siad.mg.gov.br/siad/login.jsp.

Unidades operacionais do SIAD


A PCMG possui 2.845 unidades operacionais SIAD identificadas por um
código numérico de 7 dígitos, identificadas pelo prefixo do Órgão (15 - Polícia
Civil), conjugada pelo número identificador da funcionalidade (14 - Almoxarifado
Secundário) e unidade corresponde (022 – HPC). 1514022 – HPC – Almoxarifado
Secundário do Hospital da Polícia Civil.
Cada unidade policial possui várias unidades operacionais no SIAD, por
exemplo, a Delegacia Regional de Polícia de Varginha, possuí no mínimo 5
(cinco) unidades operacionais destinadas cada uma para uma finalidade dentro

57
do sistema.
1510 – Unidade Contábil / Executora / CPD
1511 – Unidades “comuns” – Permanente e Consumo
1512 – Unidades “comuns” - Permanente e Consumo
1513 – Unidades de frota
1514 – Unidades de almoxarifado
1515 – Unidades “comuns” - Permanente e Consumo

8.2. Diretoria de Logística, Patrimônio e Manutenção - DLPM


A gestão de materiais na PCMG ocorre de forma fragmentada, seguindo
as especificidades dos materiais.
O planejamento, execução, controle e distribuição dos equipamentos de
informática, de telecomunicações, de veículos e de equipamentos bélicos são
realizados, respectivamente, pela Diretoria de Informática, pela Diretoria de
Telecomunicações, pela Diretoria de Transportes e pela Diretoria de Material
Bélico.
A DLPM realiza a gestão dos materiais permanentes e de consumo. A
gestão dos materiais permanentes acontece na Seção de Controle de Patrimônio,
e a gestão de materiais de consumo no Almoxarifado Geral de Consumo da
PCMG.

8.2.1 Gestão de Material Permanente


A gestão dos materiais permanentes que compõem a carga patrimonial de
toda a PCMG é realizada pela Seção de Controle de Patrimônio, que tem como
atribuições:
Promover a gestão e a alimentação do sistema de administração e bens e
serviços – SIAD, módulo material permanente, no âmbito da Polícia Civil.
Coordenar, executar e controlar as atividades relativas à compra,
recebimento, guarda, e distribuição de material permanente e de acervo
patrimonial da Polícia Civil.
Propor e fornecer subsídios para elaboração de normas sobre
administração de bens móveis, e material permanente, e zelar pela sua
observância.

58
Articular-se com unidades da Polícia Civil e demais órgãos da
administração pública, visando à elaboração da programação para aquisição de
material permanente destinado aos setores da Polícia Civil.
Planejar, coordenar e controlar a execução de inventário de materiais
permanentes e bens patrimoniais.
O Módulo Material Permanente fornece para os usuários as rotinas
necessárias para operação e gerenciamento de aquisição, incorporação,
armazenagem, movimentação, reaproveitamento, alienação e outras formas de
desfazimento do bem. Ainda, registra e controla todo o ciclo dos materiais
permanentes, desde a entrada no órgão até o seu desfazimento.
Os materiais permanentes são aqueles que, em razão de seu uso, não
perde a sua identidade física, e/ou tem uma durabilidade superior a dois anos e
geram um valor contabilizado ao patrimônio público. E a natureza do gasto
realizado na sua aquisição é caracterizada pela despesa de capital, pois gera
investimento na máquina pública.
Exemplos de materiais permanentes: viatura, arma de fogo, estação de
trabalho, computador e impressora.
O fluxo de entrada do material permanente inicia-se na Seção de Controle
de Patrimônio com a entrada do material, via nota fiscal, termo de doação ou
cessão de uso, no SIAD. E é finalizada na unidade destino com a realização do
devido aceite, via SIAD.
Sempre que um material permanente for recebido fisicamente em uma
unidade, o mesmo deverá ser aceito no sistema. O aceite no SIAD é a
comprovação de que o bem foi recebido pela unidade destino (destinatário) e sua
pendência acarreta impossibilidade de novas transferências.
A transferência virtual ocorre em complementação a movimentação física
do material permanente. Sempre que um bem patrimoniado tiver sua localização
física alterada, seu patrimônio deverá ser enviado para a unidade de destino. A
localização física e virtual do material devem ser a mesma.
As únicas exceções ocorrem para os materiais permanentes: veículos e
armas de fogo. Pois os veículos ficam depositados na unidade SIAD do
Departamento, sendo que a destinação física é realizada pelo gestor da unidade.
A distribuição dos equipamentos bélicos no âmbito da PCMG se dá

59
através de CAUTELA ao gestor da unidade, em caso de arma de uso portátil ou
de equipamento de uso compartilhado. E AUTO DE DEPÓSITO em caso de
equipamento de uso individual ou arma de fogo (porte), sendo a gestão de
responsabilidade do policial designado para a função.8.2.1.1 Consulta Patrimonial
A consulta patrimonial é utilizada para verificar a localização virtual do
material permanente.
Informações importantes da tela de consulta:
Documento: Número do documento gerado na última movimentação do material.
Patrimônio: Número do patrimônio do material.
Material: Descrição do bem permanente.
Situação: Situação do bem permanente na unidade de alocação virtual.

Tipos de “Situação” mais comuns:


“Em uso” – material foi transferido e aceito na unidade de destino
“Em trânsito” – material foi transferido, porém a unidade de destino não fez o
aceite virtual.
Destino: Unidade virtual de alocação do material

8.2.1.2 Desfazimento de Materiais


O Decreto nº 47.622, de 15 de março de 2019 - Dispõe sobre o
desfazimento e inutilização de materiais:
Art. 3º – Desfazimento é o processo de transferência da posse e
propriedade do material para terceiro de forma gratuita ou onerosa, ou
de renúncia ao direito de propriedade com a determinação de destinação
ou disposição final ambientalmente adequada do material cujo
reaproveitamento ou alienação não seja possível ou conveniente, nos
termos deste decreto. (MINAS GERAIS, 2019).

O desfazimento de material deverá ser refletido nas respectivas contas de


ativos, com a saída do material de consumo do almoxarifado ou a baixa do
material permanente do patrimônio do órgão ou entidade.
A baixa é o registro contábil e patrimonial da exclusão do material
permanente do patrimônio do órgão ou da entidade.
A baixa poderá ocorrer por:
I – alienação;
II – inutilização;

60
III – destinação ou disposição final ambientalmente adequada;
IV – caso fortuito ou força maior;
V – reclassificação do material;
VI – reaproveitamento de parte ou do todo do material;
VII – morte de semovente;
VIII – furto, roubo, extravio.
“Art. 25 – A baixa será motivada e autorizada pelo titular da
Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças ou autoridade
equivalente do órgão ou da entidade a que o material se encontra
vinculado.
Art. 19 – A inutilização consiste na destruição total ou parcial do material
que, em razão de suas características, apresenta risco à saúde pública
ou à qualidade ambiental, de acordo com a lei, mediante autorização do
Secretário de Estado ou do dirigente máximo do órgão ou da entidade”.
Art. 21 – O processo de inutilização será instruído com:
I – autorização do Secretário de Estado ou do dirigente máximo,
permitida a delegação de competência”.

A Bolsa de Materiais, instituída pelo Decreto nº 43.053/2002, foi criada


para gerenciar e racionalizar a utilização e o estoque de materiais e sua
redistribuição oriundos do processo de desfazimento, orientando os respectivos
processos de aquisição e alienação dos bens.
A Bolsa de Materiais tem como objetivo promover, em conjunto com os
órgãos e entidades da Administração Pública, o remanejamento de material
permanente e de consumo que esteja ocioso ou em desuso, para potencializar a
capacidade de prestação de serviço público, evitando desperdícios e gerando
economia de recursos públicos.

8.2.2 Gestão de Material de Consumo


A gestão de material de consumo é realizada pelo Almoxarifado Geral de
Consumo da PCMG e tem como atribuições:
Planejar e adotar providências para a aquisição dos materiais de consumo
de uso geral, para toda a PCMG;
Manter estoque do material de uso frequente, nos diversos setores da
Polícia Civil.
Manter atualizado o sistema de controle quantitativo e financeiro do
material sob sua guarda.
Zelar pelo material sob sua guarda, adotando as providências de proteção
que se fizerem necessárias.
61
Coordenar as atividades de recebimento, aceitação, registro, guarda,
controle e distribuição do material de consumo.
Analisar, estatisticamente, o comportamento da movimentação do
material, extraindo informações que permitam o aprimoramento dos
procedimentos de gestão de estoque.
O Módulo Material de Consumo fornece para os usuários as rotinas
necessárias para a operação e o gerenciamento das Entradas e Saídas de
Material de Consumo dos almoxarifados, além de permitir a realização de
consultas rápidas e a emissão de relatórios.
Esse módulo registra e controla todo o ciclo dos materiais estocados,
desde a entrada no almoxarifado até a sua distribuição e saída para consumo.
Os materiais de consumo são aqueles que, em razão de seu uso corrente,
perde normalmente sua identidade física ou tem sua utilização limitada a um
prazo de, no máximo, dois anos, contados de sua fabricação. Portanto, não
agregam valor ao patrimônio público, pois são consumidos. E a natureza do gasto
realizado na sua aquisição é caracterizada pela despesa corrente, ou seja, não
gera investimento, apenas custeia o funcionamento da máquina pública.
Exemplos de materiais de consumo: papel A4, caneta, toner, papel
higiênico, colete, água, energia elétrica, telefone e gasolina.
O fluxo de entrada do material de consumo começa no Almoxarifado
Geral de Consumo, com a entrada do material, por meio de nota fiscal ou termo
de doação, via SIAD. E é finalizada na unidade almoxarifado secundário com a
devida baixa, ou nas unidades consumidoras com a saída de material, via SIAD.
A saída do material de consumo consiste em baixá-lo do seu estoque
virtual, para as unidades que configuram como Almoxarifados Secundários. Para
as Unidades Consumidoras, os materiais são consumidos de forma automática no
momento da saída dos materiais, via SIAD do Almoxarifado Geral.
A unidade de almoxarifado que não realiza a devida baixa dos materiais,
acumula no SIAD um saldo alto de quantitativo de materiais no estoque de suas
unidades virtuais, o que na maioria das vezes não condiz com estoque físico
existente na unidade.
Esse distanciamento virtual da realidade física, dificulta a regularização do
inventário, prejudica a solicitação orçamentária anual e impacta diretamente na

62
liberação de recursos para a Polícia Civil, uma vez que o saldo virtual do
quantitativo de materiais existentes, no SIAD, reflete seu valor contábil no SIAFI.

Fluxo de solicitação e distribuição de materiais de consumo básicos


A solicitação de materiais básicos de consumo de uso geral como:
escritório; limpeza; toner e invólucros é realizada mensalmente pelas unidades
policiais via requisição SIAD e distribuídas pela Empresa Brasileira de Correios e
Telégrafos.
A distribuição de materiais foi implementada por meio da Ação Estratégica
denominada “Distribuição de Materiais”, com objetivo de readequação da logística
de distribuição de suprimentos para as unidades da PCMG.
Com o novo redesenho e readequação da logística de distribuição de
materiais, todas as unidades – Departamentos, Delegacias Regionais e
Delegacias de Polícia - passam a realizar a requisição de materiais, via SIAD,
para o Almoxarifado Geral. Entretanto, para que os materiais cheguem até as
unidades policiais é necessária a solicitação de materiais por meio de requisição
de consumo SIAD.

Requisição de Consumo
A requisição de consumo deverá ser realizada por uma unidade
consumidora, periodicamente de acordo com suas necessidades.

Informações importantes da tela de requisição:


Unidade de estoque:
Digitar o código do Almoxarifado Geral (1511192)
Item de material: Código referente ao item correspondente, previamente
cadastrado no CATMAS – Catálogo de Materiais e Serviços;
Elemento de despesa: “Família” a qual pertence o item de material, por exemplo:
3005 – Material para escritório;
Unidade de distribuição: Código da apresentação do item de material solicitado,
por exemplo: 001 – Unidade; 0037 – 1 litro.

Considerações finais

63
1. O Almoxarifado Geral disponibiliza uma tabela atualizada contendo os códigos
de todos os materiais fornecidos por meio do link:
https://docs.google.com/spreadsheets/d/1kdKOhpU1ZMDwNqp02PqIvULw3pTSh
MxTWgPCfNDlvB4/edit#gid=0.
2. É necessária a inclusão da requisição por Elemento Despesa: cada grupo
deverá ser requisitado separadamente (exemplo: Material de Escritório e Material
de Limpeza devem ser solicitados separadamente).
3. O material deverá ser solicitado até o 5º dia útil de cada mês.
4. A requisição poderá ser cancelada ou alterada. Por isso, é importante anotar o
número gerado.
Por fim, ressalta-se a importância da Gestão de Materiais Permanentes e de
consumo no intuito de garantir a funcionalidade das Unidades Policiais, refletindo
em um atendimento eficiente para a sociedade.

9. FERRAMENTAS DE GESTÃO – FROTA DE VEÍCULOS – DT

Editado em novembro de 2018, o Decreto Estadual 47.539 de 23/11/2018


define normas para a gestão da frota de veículos oficiais e estabelece como
Gestor de Frota do Órgão – GFO - o representante da Superintendência de
Planejamento, Gestão e Finanças – SPGF – ou unidade administrativa
equivalente.
Na PCMG a gestão da frota é de responsabilidade da Diretoria de
Transportes - DT, unidade vinculada à SPGF, que possui as atribuições definidas
pelo Decreto Estadual 43.279, de 22 de abril de 2022, além de outras descritas no
artigo 8° do Decreto Estadual 47.539/2018.
O Decreto Estadual n°. 47.539/2018 estabelece normas para a gestão da
frota de veículos oficiais da administração pública direta, autárquica e fundacional
do Poder Executivo, e ainda dispõe acerca da política de indicadores de
desempenho, tais como manutenção, atendimento e abastecimento, a fim de
otimizar o uso dos veículos oficiais e o gasto público.
Ressalta-se que, de acordo com o referido Decreto, veículo oficial é todo
veículo automotor de propriedade ou posse dos órgãos e entidades do Poder
Executivo. Como subcategorias, temos os seguintes tipos de veículos:
veículo oficial próprio: veículo automotor de propriedade dos órgãos e entidades,
64
adquirido ou recebido em razão de doação, dação em pagamento, adjudicação ou
por outra forma de transferência de propriedade;
veículo oficial de terceiro: veículo automotor de propriedade de particular ou de
órgão ou entidade da Administração Pública não contemplado no art. 1º, locado,
recebido em cessão de uso, em comodato ou por depósito judicial.
Portanto, a frota de veículos oficiais é o conjunto de veículos oficiais sob a
gestão de um órgão ou entidade.
Destaca-se pontos relevantes do Decreto, que carecem serem
analisados:
Art. 6º - São responsáveis pela gestão da frota:
I – gestor de frota do Estado – GFE: representante da unidade central da
Seplag, responsável pela normalização e orientação técnica relativas aos
temas de gestão de frota e transportes oficiais;
II – gestor de frota do órgão ou entidade – GFO: representante da
Superintendência de Planejamento, Gestão e Finanças – SPGF – ou
unidade administrativa equivalente do órgão ou entidade;
III – gestor de frota de unidade – GFU: representante do setor de
transportes ou equivalente, designado pela SPGF ou unidade
administrativa equivalente, responsável pela gestão dos veículos de uma
ou mais unidades do órgão ou entidade;
IV – condutor: servidor público, contratado ou empregado de instituição
pública federal, estadual, municipal e de instituição privada a serviço do
Poder Executivo por força de convênio ou contrato celebrado,
devidamente habilitado, autorizado pelo gestor de frota do órgão ou
entidade a conduzir veículo oficial;
V – usuário: pessoa que, em razão do serviço público, utiliza o veículo
oficial como passageiro para o seu deslocamento.

Art. 8º – Compete ao gestor de frota do órgão ou entidade:


I – planejar, implementar, monitorar e controlar os processos
relacionados a transportes oficiais no seu respectivo órgão ou entidade;
II – planejar e programar os atendimentos a serem realizados com o
veículo oficial, de modo a conferir o seu melhor aproveitamento;
III – promover a guarda, manutenção, conservação e controle de
circulação dos veículos oficiais;
IV – monitorar o cumprimento, pelas unidades de frota de seu órgão ou
entidade, das políticas definidas pela Seplag;
V – manter atualizados, inclusive no Módulo de Frota do Siad-MG, os
dados cadastrais, os registros de situação, circulação e custo de veículo
oficial sob sua responsabilidade, bem como sobre o condutor,
contemplando no mínimo:
a) Autorização de Saída de Veículo – ASV – ou documento com a
autorização formal de circulação, nos casos em que não for possível
emitir ASV previamente;
b) informações relativas a tributos, seguro, autuações, multas e
acidentes do veículo oficial;
c) consumo de combustível e gasto com manutenções e lavagens;
d) dados pessoais e de habilitação dos condutores de veículo oficial.
VI – efetuar o registro tempestivo, no Siad-MG, da movimentação do
veículo oficial entre as unidades administrativas internas e externas ao
órgão ou entidade;

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VII – zelar para que o veículo oficial satisfaça as condições
técnicas e os requisitos de segurança exigidos nas normas
vigentes;
VIII – zelar para que o veículo oficial trafegue com a
documentação exigida pelos órgãos competentes;
IX – orientar os gestores de frota de unidade, os condutores e os
usuários de veículo oficial quanto às normas vigentes;
X – prestar informações ao gestor de frota do Estado, sempre que
forem solicitadas.

Art. 9º – O gestor de frota de unidade possui as mesmas competências


do gestor de frota do órgão ou entidade, limitadas aos veículos oficiais
sob sua responsabilidade.
Parágrafo único – Os veículos sob a responsabilidade do gestor de frota
de unidade são aqueles vinculados à unidade pertencente ao órgão ou
entidade no Módulo de Frota do Siad-MG para a qual ele foi designado.

Em razão da configuração e distribuição virtual dos veículos em nível


Departamental, considera-se Gestor de Frota da Unidade - GFU, o Chefe do
Departamento ou a Autoridade Competente responsável pela pasta, e os veículos
sob sua responsabilidade são aqueles vinculados à unidade para a qual foi
designado.
Art. 46 – O veículo oficial próprio pertencente a órgão da administração
direta, que esteja ocioso, paralisado, ou sem informações cadastrais
complementares registradas no Módulo de Frota do Siad-MG, deverá ser
obrigatoriamente remanejado ou alienado pela Seplag.
§ 1º – Considera-se ocioso o veículo que, embora em condições de uso,
esteja subutilizado.
§ 2º – Considera-se paralisado o veículo sem registro de atendimento,
abastecimento ou manutenção no Módulo de Frota do Siad-MG pelo
período de trinta dias.

9.1 Indicadores – Consequências


Dos indicadores sinalizados – ocioso e paralisado – depreende-se a sua
inutilidade. Ou seja, permanecer com veículos nessas situações significa que a
frota da PCMG é mais do que suficiente.
A partir da conclusão provocada por tais índices, os Pareceres Técnicos
emitidos a cada solicitação de autorização para incorporação de viaturas
apresentam algumas condicionantes, entre as quais destacam-se a justificativa
para a compra e a indicação de um veículo para baixa, em contrapartida a cada
unidade recebida.
Entre as formas mais comuns de incorporação enumeramos as seguintes:
 Aquisição – recurso ordinário e extraordinário;
 Depósito judicial;

66
 Locação;
 Doação

9.2 Módulo Frota de Veículos - SIAD


O “Frota de Veículos” é um dos módulos do Sistema Integrado de
Administração de Materiais e Serviços - SIAD e oferece as rotinas necessárias
para operação e gerenciamento da frota de veículos automotores oficiais de
propriedade da Administração Pública Direta, Autárquica e Fundacional do Poder
Executivo Estadual.
O Módulo Frota apresenta diversas funcionalidades; destacamos apenas
aquelas ligadas diretamente ao escopo deste curso que são:

Condutor - Função utilizada para cadastro e atualização de condutores.


Atendimento - Função utilizada para lançamento de saídas e retornos. É
essencial para a constante atualização da quilometragem, e é integrada aos
registros de abastecimentos.
Abastecimento - Função utilizada para consulta dos abastecimentos
realizados e lançamento manual de abastecimento (abastecimento por convênio).
Manutenção - Função utilizada para consulta às manutenções realizadas,
lançamento de dados de orçamento dentre várias outras funcionalidades ligadas à
manutenção.
Infração - Função utilizada para consulta e relatórios de Multas.
Consulta e Relatórios - Funções utilizadas para consultas gerais e relatórios
impressos.
No Módulo Frota são cadastrados Gestores de Unidade e usuários. Os
gestores são os responsáveis pela manutenção das atividades da frota em
situação regular. Aos usuários em geral, compete o lançamento de atendimentos,
abastecimentos e preservação da frota.

9.2.1 Rotina e Atendimento


Cadastro de condutor / atualização de senha
Esta operação é efetuada pelo Gestor de Unidade.

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IMPORTANTE:
O sistema impede o cadastro ou operação de condutor em férias, em
licença ou aposentado.
Pontuação não impede o cadastro do condutor desde que não tenha
evoluído para PROCESSO (BINCO); Suspensão(Reciclagem).
O condutor cadastrado em outro ÓRGÃO deve ter o REGISTRO liberado
pelo gestor daquele órgão para cadastro na PCMG.
CNH vencida há mais de 30 dias deve ser renovada antes do cadastro.
A senha do condutor deve ter no mínimo 4 caracteres e no máximo 6 e
atualmente a criação de senha de condutor é feita pela equipe SIAD/Diretoria de
Transportes.

9.2.2 Saída e Retorno de Veículos


Saída e retorno de veículos são funções utilizadas para registrar os
deslocamentos, sendo o lançamento de responsabilidade do condutor. Isso
mantém a quilometragem atualizada e em correspondência com os prazos e
condições de manutenção. Quando do retorno, é possível preencher os campos
com informações relevantes como: diligências, condutor real, troca de condutores
e outros informes.

9.3 Tipos de Abastecimento

9.3.1 Abastecimento SGTA


Os abastecimentos dos veículos da frota da PCMG operam no sistema
denominado SGTA (Sistema de Gestão Total de Abastecimento) o qual conta
com uma rede de postos própria incluindo postos da PMMG, CBMMG e Polícia
Civil.
Os abastecimentos realizados no SGTA são exportados ao SIAD a fim de
serem:
Enquadrados em um atendimento do módulo Frota/SIAD;
Contabilizados na unidade de estoque (módulo Material de Consumo/SIAD).
É fundamental que o órgão entidade utilize regularmente o módulo
Frota/SIAD para que possa efetuar, sem pendências, os abastecimentos pelo
SGTA.
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9.3.1.1 Requisitos para abastecimento SGTA
Para que um veículo possa ser abastecido é necessário que ele tenha
sido ABERTO (ou, seja, “Atendimento Saída”) deve ser lançado previamente.
Além disso, é necessário observar os seguintes requisitos:
 Órgão/Entidade com saldo de combustível disponível para o
abastecimento;
 Veículo ativo e com destinação “em uso” no módulo Frota/SIAD;
 Condutor ativo e com senha cadastrada no módulo Frota/SIAD;
 Condutor pertencente ao órgão do veículo;
 Abastecimento de acordo com os parâmetros definidos;
 Atendimento aberto no módulo Frota/SIAD.
Feito isso, dirigir-se ao posto e efetuar o abastecimento normalmente. O
sistema automaticamente registra a transação com data, hora e quantidade
abastecida, inclusive, registrando a quilometragem exata marcada no hodômetro.

Erros comuns e solução de problemas – SGTA

I - GTA Pendente
O sistema SIAD trabalha em conjunto com o Sistema Netfrota de
Abastecimento. É o sistema gestor dos custos e transações relacionados aos
abastecimentos. Como são plataformas diferentes, pode haver um “gap” no
carregamento das informações entre o Mainframe SIAD e o ambiente WEB do
Sistema Netfrota.
Dessa forma, se um registro for efetuado de forma incorreta no SIAD após
um abastecimento, quando os sistemas se atualizarem, o erro aparecerá e
bloqueará o veículo para um futuro abastecimento ou Saída Atendimento SIAD.
O GTA pendente, na verdade, é um abastecimento pendente de
conclusão (confirmação) entre os sistemas por falta de algum dado ou incorreção
no lançamento, como por exemplo: Km de retorno menor que o km de
abastecimento; hora ou data de retorno menor que hora do abastecimento ou erro
de leitura de km na bomba.
A resolução de pendência SGTA se dá por meio dos Gestores de Unidade
que possuem perfil liberado para essa operação.

69
IMPORTANTE: Se o condutor abrir o veículo (efetuar saída) já diante da
bomba, deve-se atentar para o fato de que o km no hodômetro é o que será
puxado na bomba, portanto, o km da bomba nunca pode ser igual ao de saída.
Tem que se encaixar no intervalo.

II - Abastecimento em contingência
Abastecimento utilizado quando há falha no funcionamento do dispositivo
do veículo ou do posto, bem como para o abastecimento sem dispositivo nos
postos automatizados. Deverá seguir os seguintes passos:
O Frentista, o Gestor de Posto ou o condutor devem ligar para o Call
Center Unidata: 0800 600 9946.
Informar ao atendente: nome do posto de abastecimento e do frentista,
justificativa pelo abastecimento em contigência, bico em que será efetuado o
abastecimento, órgão/entidade do veículo, placa e hodômetro do veículo e CPF
do condutor.
Anotar o número do protocolo de atendimento. se houver impedimento
para o veículo ou condutor, o GFE ou o GFU deverá, ainda, ser acionado pelo
condutor para liberar o abastecimento no sistema.
Após a liberação do veículo e condutor, o atendente da Unidata parrará
dois códigos para o frentista, que deverão ser digitados no terminal.
Obs.: Este processo é moroso para que sejam mantidos os quesitos de
segurança exigidos no edital. Por isso é importante que os veículos que ainda não
possuem o dispositivo, façam a instalação durante a migração ao novo modelo.

9.3.2 Abastecimento Valecard


A gestão de frotas que utiliza o módulo de Gestão de Abastecimento da
ValeCard conta com um sistema totalmente desenvolvido pela empresa que se
utiliza de cartões de abastecimento liberados para unidades policiais, com
permissão para abastecer em postos particulares.
O Gestor de Abastecimento Valecard, a partir da Diretoria de Transportes,
aloca quantitativos financeiros virtuais para as diversas unidades da Polícia Civil
(Centros de Custo) onde não há o sistema SGTA. Sendo assim, o abastecimento
via cartão só pode ser utilizado em regiões onde não há disponibilidade do

70
sistema SGTA.
O Sistema VALECARD de abastecimento é parte de uma cesta de
serviços de Gestão de Frota que se utiliza de uma rede de postos credenciados
multibandeira e que atende parte da demanda por abastecimento da frota da
Polícia Civil.
Nesse tipo de abastecimento, o condutor recebe um cartão magnético e
senha que será utilizado para o abastecimento do respectivo veículo.
Para o abastacimento nesta modalidade é preciso seguir alguns passos:
1 – Identifique o posto credenciado através do site (valecard.com.br) ou consulte
o seu Gestor de Frota da Unidade.
2 – Solicite o abastecimento sempre completando o tanque.
3 – Ao finalizar o abastecimento, forneça o seu cartão ao frentista e informe
corretamente os seguintes dados:
 Quilometragem
 Validação da matrícula de condutor
 Informe número do Cupom Fiscal gerado pelo Posto
 Indique o tipo de combustível (Etanol, Gasolina, Diesel)
 Validação do quantitativo de litros digitado no painel
 Validação do valor da transação.
 Confirme o valor total
 Digite sua senha de condutor para encerrar a transação.

É EXPRESSAMENTE PROIBIDO:
 Utilizar combustível diferente daquele pré-estabelecido;
 Colocar mais combustível que a capacidade do tanque;
 Informar quilometragem no hodômetro inferior àquela mencionada no
último abastecimento.

9.3.3 Abastecimento por Convênio


Utilizado em localidades em que haja um convênio com a prefeitura, em
que o combustível é doado pelo município.
O abastecimento deverá obrigatoriamente ser registrado no SIAD, em
campo específico. Caso contrário, haverá um mascaramento no relatório de

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desempenho Km/Litro daquela viatura que abasteceu em postos externos não
credenciados. Portanto, para que se preserve a lisura dos dados, esse
abastecimento deve ser lançado de forma manual.
Os Gestores de Frota da Unidade deverão solicitar o Formulário e
orientações aos gestores do órgão da equipe SIAD.

9.4 Sistema NETFROTA


9.4.1 Ferramentas do Sistema Netfrota
O Sistema Netfrota é acessado por meio da internet. Trata-se de uma
plataforma digital de gestão de transações e dados relativos a Abastecimentos
SGTA; Agendamento e Manutenção de Dispositivos Eletrônicos de
Abastecimento (chip); Recebimento de Notas de Combustível, dentre outras
funções.
O Gestor de Frota da Unidade é o agente autorizado a operar este
sistema e o seu acesso se dá através do site: www.netfrota.com.br . Após prévio
cadastro do gestor, (cadastro efetuado pela equipe SIAD) e que estará apto a
operar o sistema Netfrota.
As principais ferramentas Netfrota estão ligadas às funções por categorias
que são:
1 - Cadastro: Função utilizada para cadastrar Gestores de Frota de Unidades.
Esta função é liberada apenas para os Gestores de Frota do Órgão que são os
integrantes da equipe SIAD/SPGF.
2 – Condutores: Esta função permite consultar os condutores relacionados no
SIAD. O sistema Netfrota não cadastra esses condutores, apenas integra o banco
de condutores já cadastrados no SIAD.
3 – Veículos: Função que permite gerenciar e alterar alguns parâmetros dos
veículos, como Limitações de Abastecimento e Cotas.
4 – Agendamento: Função que permite ao gestor agendar manutenção de
dispositivo eletrônico de abastecimento, instalação e desinstalação do chip.
5 – Relatórios: Função que gera consultas e relatórios relacionados aos
abastecimentos, em formato Excel ou PDF.
6 – Auditoria de Parâmetros: Função de acesso dos Gestores de Frota do
Órgão que permite acompanhar todas as transações efetuadas na base pelos

72
Gestores de Unidade.

9.4.2 Gestores de Unidades e Auditoria de Parâmetros


Toda e qualquer alteração efetuada pelos gestores locais é acompanhada
pela equipe de Auditoria da Diretoria de Transportes. Portanto, a função de
gerenciamento de cota quando em períodos restritivos, só deve ser utilizada pela
equipe de Gestores de Frota do Órgão SIAD/SPGF.
Uma vez identificada alguma alteração não autorizada, os Gestores do
Órgão bloquearão as funções operacionais dos Gestores de Unidade e reportarão
o caso às instâncias competentes.

9.4.3 Agendamentos dispositivo de abastecimento – DVEC


Para abastecimento através do Sistema SGTA, os veículos precisam
estar equipados com o Dispositivo Veicular – DVEC (chip) instalado e seus
totalizadores em conformidade com o SIAD.
Caso o veículo ainda não possua o dispositivo instalado (veículos
incluídos na frota recentemente) ou a quilometragem referenciada durante o
abastecimento esteja em desacordo com o hodômetro real, o Gestor de Frota da
Unidade – GFU deverá solicitar a instalação ou a manutenção do chip para a
viatura.
Além disso, é de responsabilidade da Unidade Policial a retirada do
Dispositivo quando da baixa do veículo (devolução à justiça, leilão, etc.), e a
desinstalação também deverá ser agendada através do NetFrota.
A solicitação de atendimento o GFU deverá informar o tipo de agenda, de
acordo com sua necessidade e disponibilidade.
Ressaltamos a opção Agenda Especial, que deve ser utilizada quando
houver necessidade de atendimento em lote (mais de 3 veículos) e/ou quando a
viatura não puder deslocar-se ao local indicado.
Todos os campos solicitados deverão ser preenchidos. Após informar a
placa, clique no botão Adicionar Placa. (Obs.: O operador poderá informar tantas
placas quanto forem necessárias). Na sequência, clicar em Salvar Solicitação.
Há que se destacar que o contrato de gerenciamento do abastecimento
não possui disponibilidade de instalação do Dispositivo de Abastecimento (chip)

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para todos os veículos oficiais. Portanto, para aquelas viaturas que não possuem
o DVEC, o abastecimento deverá ser realizado com o auxílio do call center,
conforme tópico “Abastecimento em contingência” (9.3.1.2 II).

9.5 Manutenção
A manutenção dos veículos oficiais se dará na oficina orgânica quando
houver disponibilidade de insumos e mão de obra, além da viabilidade de
deslocamento com o veículo até a Diretoria de Transportes.
Já o contrato de manutenção externa trata-se da quarteirização do serviço
de manutenção, na qual a Administração contrata, por meio de licitação, empresa
especializada para o gerenciamento da manutenção de sua frota por meio de
sistema informatizado, de equipe especializada e da rede de oficinas
credenciadas.
Outras palavras, a Administração contrata empresa para gerenciar a
execução da manutenção de sua frota de veículos. Tal manutenção, por sua vez,
é executada pelas oficinas que fazem parte da rede credenciada da contratada. O
gerenciamento é realizado por meio de sistema informatizado de gestão e equipe
de especialistas.

9.5.1 A manutenção veicular será:


PREVENTIVA: quando ocorrer periodicamente para a troca de materiais,
fluídos e peças desgastadas, conforme indicação do fabricante e/ou do gestor de
frota.
CORRETIVA: quando for constatada a quebra ou defeito em peças,
componentes e sistemas do veículo, acarretando falhas em seu funcionamento.
CORRETIVA – SINISTRO: quando da ocorrência de acidentes
envolvendo o veículo.
A solicitação de manutenção deverá ser encaminhada para a Diretoria de
Transportes, via SEI, e assinada pela Autoridade Policial, e condicionada à
disponibilidade orçamentária.
A resposta também será encaminhada, via SEI, para apresentação à DT
(capital) ou a oficina designada (interior);
Nos casos de manutenções externas a unidade policial será informada via

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e-mail e SMS para retirada do veículo, mediante senha pré-definida.

10. DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO E PAGAMENTO DE PESSOAL

A Administração de Recursos Humanos é o gerenciamento utilizado na


administração de pessoas, no intuito de planejar, organizar, dirigir e controlar o
potencial humano da Polícia Civil, auxiliando no desenvolvimento de metas, com
o escopo de alcançar os objetivos institucionais graças à gestão do capital
humano, que é o principal componente da Polícia Civil.

10.1 Ingresso
Ingresso é a forma de acesso do indivíduo para ocupar cargo, emprego
ou função na Administração Pública. É a investidura em cargo público, mediante
ato administrativo de competência exclusiva do Chefe do Poder Executivo.
A investidura em cargo, emprego ou função pública depende de
aprovação prévia em concurso público de provas, ou de provas e títulos,
ressalvadas as nomeações para cargo em comissão, declarado em lei, de livre
nomeação e exoneração.
Além dos requisitos gerais previstos na Constituição da República de
1988 e na Constituição do Estado de Minas Gerais, a Lei Complementar 129, de 8
de novembro de 2013 – Lei Orgânica da Polícia Civil (LOPC), em seus artigos 83,
84 e 85, dispõe sobre as etapas específicas do concurso público para provimento
dos cargos de natureza policial.
Depois de aprovado nas etapas do concurso público o candidato será
nomeado e empossado no respectivo cargo público e matriculado
automaticamente no curso de formação técnico-profissional, fazendo jus à
percepção do valor correspondente à remuneração atribuída ao primeiro grau do
nível inicial da carreira para a qual tenha se candidatado, nos termos do artigo 83,
§2º, da Lei Complementar nº. 129/2013 (LOPC).

10.1.1 Nomeação em cargo efetivo


Espécie de provimento originário que vincula inicialmente o servidor ao
cargo público. A nomeação para o cargo efetivo depende de prévia aprovação em
concurso público e é ato de competência exclusiva do Governador do Estado, na
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forma dos artigos 11 e 12 da Lei nº 869, de 5 de julho de 1952, e obedecerá à
ordem de classificação dos candidatos considerados aptos no concurso público.

10.1.2 Posse em cargo efetivo


É o ato de investidura do servidor no cargo público. A posse deverá
verificar-se no prazo de trinta dias, contados da data da publicação do ato de
nomeação, podendo ser prorrogada, por mais trinta dias, a critério da autoridade
competente, conforme artigo 66, §1, da Lei nº 869/1952.
Se a posse não se der dentro do prazo inicial ou no da prorrogação, será
tornado sem efeito o ato de nomeação.

10.2 Designação
É o ato por meio do qual o policial civil toma conhecimento de sua
unidade de lotação, isto é, do local onde deverá se apresentar para desempenhar
as funções do cargo para o qual foi nomeado e empossado.
Por força do §2º do artigo 83 da Lei Complementar nº 129/2013, todos os
servidores empossados serão matriculados automaticamente no curso de
formação técnico-profissional, Academia de Polícia Civil de Minas Gerais
Uma vez concluído o curso de formação técnico-profissional ministrado
pela ACADEPOL/MG, o servidor será designado para sua unidade de lotação,
agora para o exercício das atividades inerentes ao cargo.
Aos titulares de unidades da Polícia Civil compete comunicar formalmente
à Diretoria de Administração e Pagamento de Pessoal a data da assunção das
atividades pelo policial designado.

10.3 Exercício
É o efetivo desempenho das atribuições do cargo ou função.
O início, a interrupção e o reinício do exercício são registrados no
assentamento individual do servidor e devem ser comunicados pelo titular do
órgão ou unidade em que estiver em atividade o servidor, à Diretoria de
Administração e Pagamento de Pessoal.
A data de assunção do servidor demarca o início da contagem de tempo
para todos os fins, tais como: férias regulamentares, férias prêmio, estágio

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probatório, avaliação de desempenho, promoção, aposentadoria, entre outros
benefícios e direitos.
O início do exercício do servidor deve se dar no prazo máximo de 30 dias,
contados da data da posse, podendo ser prorrogado por mais trinta dias, por
solicitação do interessado e a juízo da autoridade competente, conforme dispõe o
art. 70 da Lei nº 869/1952.

10.3.1 Efetivo exercício


É o período contabilizado em dias para fins de concessão de direitos e
vantagens, à vista de documentação comprobatória de frequência.
Há situações em que, mesmo não exercendo de fato as atribuições do
cargo, o servidor pode ter contabilizado determinado período para diversos fins,
tais como a promoção, a progressão ou a avaliação de desempenho. Em outras
palavras, embora o servidor não trabalhe efetivamente, há períodos de
afastamentos das atividades que devem ser considerados como se estivesse em
atividade. A título exemplificativo, temos que o período de afastamento para
usufruto de férias regulamentares ou de licença para tratamento de saúde é
contabilizado como se em exercício o servidor estivesse, para fins de
aposentadoria.
Importante destacar que a contagem de dias de efetivo exercício pode ser
realizada de forma distinta, a depender do tema envolvido. Isso é dizer que, por
exemplo, para fins de estágio probatório a contagem de dias de efetivo exercício
pode ser diferente da contagem para fins de aposentadoria ou para fins de
promoção ou para outros fins, cada qual com sua especificidade.

10.4 Estágio Probatório


É o período dos três primeiros anos de exercício do servidor, a contar da
data da posse, conforme preceitua o artigo 87 da LOPC, durante o qual será
avaliada, em caráter permanente, sua aptidão para fins de declaração de
estabilidade na carreira.
O estágio probatório do policial civil é dividido em etapas, conforme a
seguinte regra:
Primeira etapa: da data de início do efetivo exercício até o final do ano.

77
Etapas intermediárias: do primeiro ao último dia do ano.
Última etapa: do primeiro dia do ano até completar 1.095 dias de efetivo
exercício.
Importante destacar que os três anos previstos para conclusão do estágio
probatório devem ser considerados de efetivo exercício, ou seja, para concluir o
estágio probatório, policial civil deve completar 1.095 dias de efetivo exercício.
E, para este fim, o §2º do art. 4º do Decreto nº 45.851/2011 dispõe que
não são considerados como efetivo exercício os afastamentos, as licenças, as
férias regulamentares, as férias-prêmio ou qualquer interrupção do exercício das
atribuições do cargo ou da função exercida, que sejam superiores a vinte por
cento do total de dias de cada uma das etapas, ressalvado o último mês de cada
etapa que será considerado como efetivo exercício. As licenças e os
afastamentos que não são considerados como efetivo exercício para fins de
aposentadoria não estão sujeitos a esta regra e ocasionam a suspensão do
estágio probatório do servidor.
Ressalta-se que as faltas serão sempre desconsideradas do cômputo de
efetivo exercício, ainda que ocorram no último mês da etapa.
O acompanhamento do estágio probatório é realizado pela Corregedoria-
Geral da Polícia Civil, conforme dispõe o inciso XIV do art. 33 da LOPC, enquanto
que a sua avaliação é realizada pela comissão de acompanhamento e avaliação
especial de desempenho prevista no artigo 88 da LOPC.
Nos 90 dias que antecedem o término do estágio probatório, o
Corregedor-Geral da PCMG deve apresentar ao Conselho Superior da PCMG um
parecer sobre a homologação do estágio probatório, conjuntamente com a
expedição da declaração de estabilidade do policial civil (art. 90, LOPC). Uma vez
homologado o estágio probatório, compete ao(à) Chefe da PCMG o ato
declaratório de estabilidade, que será publicado após a efetiva conclusão do
estágio probatório (art. 91, LOPC).

10.5 Avaliação de Desempenho Individual (ADI) e Especial (AED)


A avaliação de desempenho foi instituída no âmbito do Poder Executivo
Estadual de Minas Gerais com a entrada em vigor da Lei Complementar nº 71, de
30 de julho de 2003.

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Todos os servidores públicos estão sujeitos à avaliação de desempenho,
sendo que o resultado satisfatório é requisito para diversos benefícios, tais como
(i) a aptidão para ocupar o cargo, para fins de estabilidade; (ii) o recebimento do
adicional de desempenho; (iii) a progressão e a promoção na carreira; além de
ser o primeiro critério de desempate na classificação da lista de antiguidade.
É dever do servidor inteirar-se da legislação que regulamenta o processo
de avaliação, realizar o acompanhamento do seu processo e responsabilizar-se
solidariamente pelo cumprimento dos prazos.
Para auxiliar no processo, a Diretoria de Administração e Pagamento de
Pessoal divulga no boletim interno da PCMG, anualmente, a relação de atividades
a serem executadas pelos servidores, comissões e chefias imediatas, bem como
prazos de execução e tutoriais detalhados.
Para a modernização do processo de avaliação de desempenho, a
Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG editou a Resolução nº
43/2020, estabelecendo procedimentos pertinentes à assinatura e à ciência
eletrônica do servidor avaliado, em cada uma das etapas do processo avaliatório
no ambiente do Sistema de Avaliação de Desempenho - SISAD.
A assinatura eletrônica é necessária para verificação da autoria e da
integridade dos documentos. Já a ciência eletrônica é necessária para assegurar
o conhecimento do servidor em relação ao cumprimento das etapas, sendo
inclusive o marco inicial para contagem do prazo de pedidos de reconsideração e
recursos.
Desse modo, a comissão é responsável por notificar o servidor em cada
etapa do processo avaliatório, que por sua vez deve dar ciência a cada
notificação.
A não notificação eletrônica do servidor inviabiliza a conclusão da etapa
do processo avaliatório, podendo causar prejuízos ao servidor.
A cada notificação recebida, o servidor deve registrar sua ciência
eletrônica, no prazo de 20 dias. Não o fazendo no prazo estipulado, o SISAD
processará automaticamente, no dia seguinte, a ciência à revelia, conforme
previsto no parágrafo único do artigo 6º da Resolução SEPLAG nº 043/2020.

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10.5.1 Avaliação Especial de Desempenho – AED
Na forma do artigo 88 da LOPC, o policial civil em estágio probatório será
avaliado por comissão de acompanhamento e avaliação especial de desempenho
composta por policiais civis estáveis, instituída por ato do Chefe da PCMG.
E a avaliação especial de desempenho-AED é a denominação dada ao
termo utilizado para realizar a avaliação do policial civil em estágio probatório, que
se destina a apurar sua aptidão para as funções do cargo, para fins de declaração
de estabilidade na carreira.
Os critérios de avaliação e as formalidades são diferenciados para os
servidores policiais civis. Isso porque, no âmbito da Polícia Civil, a AED do
servidor policial está regulamentada pela Resolução PCMG nº 7.776/2016, que
dispôs sobre o peso dos critérios, a periodicidade e os meios para avaliação.
́ do de estágio probatório será avaliado
O policial civil em perio
mensalmente, através de atribuição de uma nota entre zero e dez pontos, para
cada critério de avaliação previsto no artigo 87 da LOPC, a saber: (I) idoneidade
moral; (II) conduta compatível com as atribuições do cargo; (III) dedicação no
cumprimento dos deveres e das atribuições do cargo; (IV) eficiência,
pontualidade, assiduidade e comprometimento no desempenho de suas
atribuições; (V) presteza e segurança na atuação profissional; (VI) referências em
razão da atuação funcional; (VII) publicação de livros, teses, estudos e artigos,
premiação, concessões de comendas, títulos e condecorações; (VIII) contribuição
para a melhoria dos serviços da instituição; (IX) integração comunitária no que
estiver afeto às atribuições do cargo; e (X) frequência e a avaliação em cursos
promovidos pela PCMG.
A avaliação do policial civil em estágio probatório é realizada pela
comissão de acompanhamento e avaliação especial de desempenho de que trata
o artigo 88 da LOPC e gerida em sistema informatizado denominado "Caderneta
Eletrônica". Para subsidiar a avaliação da comissão, compete à chefia imediata do
servidor apresentar proposta de nota.
Em que pese a existência de Resolução para tratar de forma específica a
avaliação especial de desempenho do policial civil, também devem ser
observadas, no que couber, as regras dispostas no Decreto nº 45.851/2011, que
regulamentou o estágio probatório e a avaliação especial de desempenho do

80
servidor público civil ocupante de cargo de provimento efetivo do Poder Executivo
Estadual.
Assim, ao final de cada período avaliatório, deve ser observado se o
policial civil implementou o mínimo de cento e cinquenta dias de efetivo exercício
para ser avaliado, conforme exigido no artigo 22 do Decreto nº 45.851/2011. Para
contagem dos dias de efetivo exercício para fins de AED, o citado Decreto dispõe
que o marco temporal final é o dia 30 de novembro (§1º, art. 22) e que somente
devem ser considerados o descanso semanal remunerado, os feriados, pontos
facultativos e as folgas compensativas decorrentes de horas-extras. Os demais
afastamentos não podem ser considerados como efetivo exercício.
Ao final da última etapa, a comissão de acompanhamento e avaliação
especial de desempenho elaborará o Parecer Conclusivo, onde serão adotados
os seguintes conceitos:
a) – apto, quando o servidor obtiver o mínimo de sessenta por cento de
aproveitamento na média do somatório dos pontos obtidos em todas as etapas de
AED;
b) – inapto, quando o servidor não atender ao previsto no inciso I;
c) – frequente, quando o servidor obtiver o mínimo de noventa e cinco por cento
de frequência em cada etapa de AED e também ao final do período de estágio
probatório; e
d) – infrequente, quando o servidor não obtiver o mínimo de noventa e cinco por
cento de frequência em cada etapa de AED e também ao final do período de
estágio probatório.
O servidor que discordar do resultado de sua Avaliação Especial de
Desempenho poderá apresentar pedido de reconsideração a quem o avaliou e,
posteriormente, se for o caso, recurso hierárquico dirigido à autoridade
hierarquicamente superior à sua chefia imediata.
Já no caso de discordância dos conceitos atribuídos em seu Parecer
Conclusivo, cabe recurso ao Chefe da PCMG.

10.5.2 Avaliação de Desempenho Individual – ADI


A avaliação de desempenho individual - ADI consiste na avaliação anual
do desempenho do servidor estável no cargo efetivo ou na função pública.

81
A ADI é regulamentada pelo Decreto nº 44.559, de 29 de junho de 2007 e
pela Resolução Conjunta PCMG/SEPLAG nº 001, de 29 de junho de 2006, que
define a metodologia e os procedimentos para a avaliação de desempenho
individual de policiais civis, em exercício na Polícia Civil de Minas Gerais.
A ADI é realizada pela comissão de avaliação instituída no âmbito da
respectiva unidade de exercício do servidor. Assim, no caso de um servidor estar
lotado em uma unidade policial, porém exercendo suas atividades em unidade
diversa, cabe à comissão desta última unidade realizar a sua avaliação.
O processo de avaliação é composto, basicamente, das seguintes etapas:
a) elaboração do plano de gestão de desenvolvimento individual - PGDI;
b) acompanhamentos periódicos das metas atribuídas no PGDI;
c) avaliação pela comissão e preenchimento do termo de avaliação; e
d) notificação do servidor quanto ao resultado da sua avaliação;
Os policiais civis são avaliados, necessariamente, conforme os seguintes critérios:
(I) hierarquia; (II) disciplina; (III) qualidade do trabalho; (IV) produtividade no
trabalho; (V) iniciativa; (VI) presteza; (VII) interesse em participar de programas de
capacitação; (VIII) aproveitamento em programa de capacitação; (IX) assiduidade;
(X) pontualidade; (XI) administração do tempo e tempestividade; (XII)
racionalidade; (XIII) comunicação; (XIV) ética profissional; (XV) adaptabilidade;
(XVI) capacidade de trabalho em equipe;
Para ser avaliado, o servidor deve implementar 150 dias de efetivo
exercício no período avaliatório, até o dia 30 de novembro, conforme dispõe o art.
11 do Decreto nº 44.559/2007. No caso de não implemento do tempo exigido, o
servidor não poderá ser avaliado, sendo incluído em seu prontuário um "motivo de
não avaliação", e deverá aguardar o próximo período avaliatório para ser
submetido a nova Avaliação de Desempenho Individual.
Para fins de ADI, e conforme dispõe o §4º do artigo 11 do citado Decreto,
são considerados como efetivo exercício os dias efetivamente trabalhados pelo
servidor, o descanso semanal remunerado, os feriados, os pontos facultativos, o
período de licença à funcionária gestante e as folgas compensativas decorrentes
de horas-extras.
Todo o processo da ADI é registrado no Sistema de Avaliação de
Desempenho - SISAD, por onde são cadastradas as comissões de avaliação,

82
registrados os PGDIs e realizadas as avaliações de desempenho, dentre outras
atividades.
Para obter resultado satisfatório no processo de avaliação de
desempenho individual, a nota do servidor deve ser igual ou superior a 70 pontos.
Do resultado da avaliação, cabe pedido de reconsideração a quem o
avaliou e contra o resultado do julgamento do pedido de reconsideração poderá
ser apresentado recurso hierárquico dirigido ao(à) Chefe da PCMG.

10.6 Adicional de Desempenho


O adicional de desempenho - ADE foi instituído pela Lei nº 14.693/2003, é
regulamentado pelo Decreto nº 44.503/2007, e consiste na vantagem pecuniária a
ser concedida mensalmente ao servidor, com o fim de incentivar e valorizar seu
desempenho e sua contribuição para o alcance das metas institucionais do Órgão
ou Entidade onde estiver em exercício, bem como para incentivar sua formação e
seu aperfeiçoamento.
Tal vantagem é assegurada ao servidor que ingressou no serviço público
após a entrada em vigor da Emenda Constitucional nº 57/2003, ou àqueles que
ingressaram anteriormente, mas optaram pelo seu recebimento, conforme
autorização expressa no artigo 115 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias da Constituição do Estado de Minas Gerais.
O valor do ADE aumenta progressivamente, conforme a evolução do
quantitativo de avaliações de desempenho com resultado satisfatório. O
quantitativo de avaliações com resultado satisfatório indicará o percentual máximo
do vencimento básico, conforme previsto no art. 105 do LOPC, que será pago a
título de adicional de desempenho:

Quantitativo de ADIs ou AEDs satisfatórias 3 5 10 15 20 25 30 35

Percentual do vencimento básico 6% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

O valor do ADE é calculado conforme Anexo I do Decreto nº 44.503/2007


e leva em consideração o quantitativo de avaliações e os resultados da avaliação
de desempenho do servidor e da avaliação de desempenho institucional - AI. O
reajuste do ADE ocorre sempre no dia 1º de outubro de cada ano, conforme

83
previsto no inciso III do §5º do art. 4º do Decreto nº 44.503/2007, e com base na
avaliação de desempenho do exercício anterior.
O servidor que obtiver resultado inferior a setenta por cento ou que não
for submetido à avaliação de desempenho, não fará jus ao ADE no exercício
subsequente, conforme restrição expressa no §3º do artigo 4º do Decreto
regulamentador.

10.7 Estabilidade
É a garantia de permanência no serviço público, adquirida pelo servidor
nomeado para cargo de provimento efetivo em razão de concurso público, após 3
(três) anos de efetivo exercício, cumpridas as exigências do estágio probatório
mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei
complementar, assegurada a ampla defesa.
A publicação do ato declaratório de estabilidade compete exclusivamente
ao Chefe da PCMG, na forma do artigo 91 da LOPC.

10.8 Licenças e Afastamentos


A Lei Complementar nº 129/2013 traz em seus artigos 59 e seguintes as
licenças que podem ser concedidas ao policial civil, sendo elas:
a) licença para tratamento de saúde: licença concedida a pedido do servidor ou
de ofício pela Diretoria de Perícias Médicas do Hospital da Polícia Civil. É
considerada como efetivo exercício para fins de aposentadoria e adicionais de
tempo e durante o afastamento não acarreta prejuízo na remuneração. Esta
licença é cassada e será demitido do cargo o funcionário licenciado que se
dedicar a qualquer atividade remunerada, conforme prevê o artigo 256 da Lei
869/52. Ainda, tem prazo máximo de 24 meses, quando deverá o servidor ser
considerado incapaz para o trabalho de forma definitiva, sendo determinada sua
aposentadoria.
b) licença por motivo de doença em pessoa da família: concedida pela Diretoria
de Perícias Médicas, a pedido do servidor, pelo prazo de até 90 dias sem prejuízo
da remuneração e do efetivo exercício para fins de aposentadoria e adicionais de
tempo. Ainda, pode ser prorrogada por mais 120 dias, porém o prazo da
prorrogação não é considerado efetivo exercício para nenhum fim e não é

84
remunerado.
c) licença por motivo de maternidade, guarda ou adoção, nos termos da lei:
licença concedida a pedido da servidora, com prazo de 120 dias, prorrogáveis por
mais 60 dias. Durante o afastamento não haverá prejuízo da remuneração e o
período é computado como efetivo exercício para fins de aposentadoria,
adicionais de tempo e avaliação de desempenho individual.
d) licença por motivo de paternidade, guarda ou adoção, nos termos da lei:
licença concedida a pedido do servidor, com prazo constitucional de 5 dias
corridos (art. 7º, CR/1988), podendo ser estendido para 20 dias se requerida no
prazo máximo de 2 dias úteis do fato gerador, conforme artigo 3º do Decreto nº
48.368/2022.
e) licença por acidente em serviço: licença concedida pela Diretoria de Perícias
Médicas, pelo prazo máximo de 2 anos, desde que identificado nexo de
causalidade entre o fato gerador e o exercício das funções do cargo. O período é
considerado como efetivo exercício para fins de aposentadoria e adicionais de
tempo e não acarreta em prejuízo na remuneração; e
f) licença para exercer mandato eletivo em diretoria de entidade sindical
representativa de carreiras policiais civis: licença concedida pela Secretaria de
Estado de Planejamento e Gestão - SEPLAG, pelo tempo que durar o mandato
eletivo. É considerada como de efetivo exercício para todos os fins, exceto para
promoção por merecimento (art. 38, inc. IV, CR/1988), e não acarreta em prejuízo
da percepção da remuneração integral do cargo.
Já os afastamentos encontram-se taxados nos artigos 67 e seguintes da
própria LOPC, sendo eles:
a) por motivo de casamento: afastamento concedido pela Diretoria de
Administração e Pagamento de Pessoal - DAPP, a pedido do servidor, pelo prazo
de oito dias consecutivos.
b) por motivo de falecimento de cônjuge ou companheiro, ascendente,
descendente ou irmão: também concedido pela DAPP, a pedido do servidor e
pelo prazo de oito dias consecutivos.
c) para frequentar cursos relacionados com o exercício das funções do cargo
ocupado pelo policial civil: afastamento concedido pela Chefia da PCMG, pelo
prazo máximo de três meses, prorrogável por igual período.

85
d) para participar de congressos, seminários ou encontros relacionados com o
exercício da função: também concedido pelo Chefe da PCMG, pelo prazo
estabelecido no ato que o autorizar.

10.9 Regime Jurídico do Trabalho Policial


De acordo com o art. 58 da LC 129/2013, os ocupantes de cargos das
carreiras policiais civis sujeitam-se ao regime do trabalho policial civil, que se
caracteriza:
I - pela prestação de serviço em condições adversas de segurança,
cumprimento de jornadas normais e excepcionais, sujeito a plantões
noturnos e a convocações a qualquer hora e dia, inclusive durante o
repouso semanal e férias, garantidas, em caso de se exceder a carga
horária prevista em lei, as compensações devidas;
II - pelo dever de imediata atuação, sempre que presenciar a prática de
infração penal, independentemente da carga horária semanal de
trabalho, do repouso semanal e férias, respeitadas as normas técnicas
de segurança;
III - pela realização de diligências policiais em qualquer região do Estado
ou fora dele.18 de 21

Estabelecendo o § 1º do mesmo artigo que, na hipótese do inciso II do


caput, diante da impossibilidade de atuação decorrente de condições adversas,
por exposição a risco desproporcional à incolumidade do policial civil ou de
terceiros, deverá aquele acionar apoio para o atendimento do evento.
O § 2º, do mesmo artigo, destaca que a prestação de serviço em regime
de plantão implica:
I - no efetivo exercício das funções do cargo ocupado pelo policial civil
em atividades de competência da PCMG;
II - no prévio aviso a respeito da escala de plantão que deve ser
cumprida pelo policial civil;
III - no descanso, imediato e subsequente, pelo período mínimo de doze
horas;
IV - no cumprimento de carga horária semanal de trabalho de quarenta
horas;
V - compensação financeira ou em dias de folga, nos termos de lei
específica a ser encaminhada à Assembleia Legislativa.

Por sua vez, o § 3º prescreve que o período em trânsito para a realização


de diligências policiais em localidade diversa da lotação do policial civil, em
qualquer região do Estado ou fora dele, considera-se como tempo efetivamente
trabalhado.
A Lei Complementar 129/2013, ainda, determinou que as atribuições dos
cargos de provimento efetivo que integram as carreiras policiais civis são

86
essenciais, próprias e típicas de Estado, têm natureza especial e caráter técnico-
científico-jurídico para a carreira de Delegado de Polícia e caráter técnico-
científico para as demais, derivados da aplicação dos conhecimentos das ciências
humanas, sociais e naturalísticas, sendo incompatíveis com qualquer outra
atividade, com exceção daquelas previstas na Constituição da República de 1988.

10.10 Acúmulo de Cargo


A acumulação de cargos, empregos e funções públicas implica na análise
da licitude da situação a partir das disposições constitucionais.
Segundo o artigo 37, inciso XVI, da Constituição da República de 1988, a
acumulação remunerada de cargos públicos somente é permitida nos seguintes
casos:
 dois cargos de professor;
 um cargo de professor com outro, técnico ou científico;
 dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com
profissões regulamentadas.
É vedada a percepção cumulativa de remunerações referentes a três ou
mais cargos, empregos ou funções públicas, ainda que um ou mais destes sejam
decorrentes de proventos de inatividade, uma vez que a regra da proibição de
acumular também se estende aos proventos de aposentadoria, permitida apenas
em hipóteses específicas.
Deve-se verificar sempre a compatibilidade de horário, respeitando-se
intervalos para repouso, alimentação e distância a ser percorrida entre os locais
de exercício dos cargos, empregos ou funções.
No caso de acumulação de cargos públicos, cabe ao servidor, juntamente
com a DAPP, realizar a montagem do processo próprio e encaminhá-lo à
SEPLAG, que é o órgão competente para manifestar-se conclusivamente sobre a
licitude ou não do acúmulo de cargos.
Uma vez declarada ilícita a acumulação, o servidor deve realizar a opção
entre um ou outro cargo, desligando-se imediatamente.

10.11 Desenvolvimento na Carreira Policial


O desenvolvimento nas carreiras policiais civis dar-se-á mediante

87
progressão ou promoção, nos termos dos artigos 92 a 102 da LOPC e do Decreto
nº 46.549, de 26 de junho de 2014.

10.11.1 Progressão
É a passagem do policial civil do grau em que se encontra para o grau
subsequente, no mesmo nível da carreira a que pertence e está condicionada ao
preenchimento dos seguintes requisitos:
a) encontrar-se em efetivo exercício;
b) ter cumprido o interstício mínimo de um ano de efetivo exercício no mesmo
grau;
c) ter recebido avaliação periódica de desempenho individual satisfatória durante
o período aquisitivo, nos termos do § 3º do art. 31 da Constituição do Estado.
A progressão ocorrerá independentemente de requerimento do servidor,
em qualquer época do ano, com efeitos a contar da data de preenchimento dos
requisitos. É concedida por ato do Diretor de Administração e Pagamento de
Pessoal e fica vedada nas situações previstas no artigo 6º do Decreto nº
46.549/2014.

10.11.1.1 Progressão após estágio probatório


Após a conclusão do estágio probatório, o policial civil considerado apto
será posicionado no grau “D” do nível inicial da carreira, conforme previsto no
artigo 97 da LOPC, excetuada a carreira de Delegado de Polícia

10.11.1.2 Progressão no último nível da carreira:


Conforme dispõe o §2º do artigo 93 da LOPC, a progressão do grau "A"
para o grau subsequente no último nível da carreira somente será concedida após
o preenchimento dos seguintes requisitos:
a) ter cumprido os requisitos para a aposentadoria especial, a que se refere o § 2º
do art. 71;
b) ter cumprido um ano de efetivo exercício no último nível hierárquico da carreira
a que pertence;
c) ter recebido avaliação periódica de desempenho individual satisfatória no
último nível hierárquico da carreira a que pertence; e

88
d) ter requerido a aposentadoria, em caráter irretratável, e ter se beneficiado da
faculdade prevista no § 24 do art. 36 da Constituição do Estado.
No caso de cancelamento do afastamento preliminar ou da suspensão da
tramitação do processo de aposentadoria, ficam suspensos os efeitos desta
progressão.

10.11.2 Promoção
Promoção é a passagem do policial civil do nível em que se encontra para
o nível subsequente, na carreira a que pertence.
O artigo 94 enumera as seguintes espécies de promoção:
I - por antiguidade, conforme os seguintes critérios:
a) especial;
b) aposentadoria;
II - por merecimento, conforme os seguintes critérios:
a) mérito profissional;
b) por ato de bravura;
III - por invalidez;
IV - post mortem

A promoção pelos critérios alternados de antiguidade e merecimento


ocorrerá, anualmente, nos meses de junho e dezembro, conforme prevê o §2º do
artigo 94 da LOPC, e na forma do Decreto nº 46.549/2014.

10.11.2.1 Promoção por antiguidade em razão de tempo no nível


Trata-se de promoção a ser concedida aos servidores, conforme
disponibilidade de vaga, premiando o servidor que for mais antigo no nível da
carreira a que pertence.
No caso de empate no tempo no nível, serão observados os seguintes
critérios sucessivos de desempate:
a) a maior média de resultados obtidos nas avaliações de desempenho no
respectivo período aquisitivo;
b) o maior tempo de serviço na carreira;
c) o maior tempo no serviço público estadual;
d) o maior tempo em serviço público; e
e) o policial civil de maior idade.

Para concorrer à promoção, o servidor deve preencher aos requisitos

89
dispostos no §5º do art. 94 da LOPC, sendo eles:
a) encontrar-se em efetivo exercício;
b) ter cumprido o interstício mínimo de dois anos de efetivo exercício no mesmo
nível;
c) ter recebido no mínimo duas avaliações periódicas de desempenho individual
satisfatórias desde a sua promoção anterior, nos termos das normas legais
pertinentes e do § 3º do art. 31 da Constituição do Estado;
d) comprovar participação e aprovação em atividades de aperfeiçoamento; e
e) comprovar a escolaridade mínima exigida para o nível ao qual pretende ser
promovido.

10.11.2.2 Promoção por antiguidade pelo critério especial


É a promoção assegurada aos servidores ocupantes dos níveis
intermediários das carreiras de Investigador de Polícia e de Escrivão de Polícia,
independentemente de vaga, quando preenchidos os requisitos dispostos no
artigo 96 da LOPC, a saber:
a) estar em efetivo exercício.
b) ter permanecido no mesmo nível da respectiva carreira pelo prazo de oito anos
de efetivo exercício.
c) ter obtido resultado satisfatório nas avaliações de desempenho individual
durante o período aquisitivo, nos termos do § 3º do art. 31 da Constituição do
Estado; e
d) comprovar participação e aprovação em atividades de aperfeiçoamento.
Em que pese a promoção por antiguidade, pelo critério especial, não
depender de disponibilidade de vaga, a edição do ato de concessão é vinculado a
um edital de promoção e, por tal razão, não pode ser considerada uma promoção
automática, sendo certo que a vigência dos seus efeitos retroagirá à data da
implementação dos requisitos.

10.11.2.3 Promoção por antiguidade pelo critério aposentadoria


A promoção por antiguidade, pelo critério aposentadoria, é garantida aos
servidores ocupantes dos níveis intermediários das carreiras, independentemente
da disponibilidade de vaga, a partir do preenchimento dos requisitos de

90
aposentadoria no regime especial previsto no artigo 148 do Ato das Disposições
Transitórias da Constituição do Estado de Minas Gerais.
Tal promoção depende de requerimento do interessado e, conforme
preceitua o §2º do artigo 14 do Decreto nº 46.549/2014, produzirá efeitos somente
a partir da data do protocolo do requerimento na DAPP.

10.11.2.4 Promoção por merecimento, pelo mérito profissional


A promoção por merecimento, em razão de mérito profissional, é
processada duas vezes por ano, conforme disponibilidade de vaga.
Para concorrer à promoção, o servidor deve preencher aos requisitos
dispostos no §5º do art. 94 da LOPC, sendo eles:
a) encontrar-se em efetivo exercício;
b) ter cumprido o interstício mínimo de dois anos de efetivo exercício no mesmo
nível;
c) ter recebido no mínimo duas avaliações periódicas de desempenho individual
satisfatórias desde a sua promoção anterior, nos termos das normas legais
pertinentes e do § 3º do art. 31 da Constituição do Estado;
d) comprovar participação e aprovação em atividades de aperfeiçoamento; e
e) comprovar a escolaridade mínima exigida para o nível ao qual pretende ser
promovido.
São as seguintes as fases do processo de promoção por merecimento, de
caráter classificatório e eliminatório, no critério de mérito profissional:
a) inscrição;
b) habilitação; e
c) votação pelo Conselho Superior da PCMG.
Não terão deferidos os requerimentos de inscrição os servidores que não
tiverem preenchidos os requisitos para a promoção, que possuírem antecedentes
correcionais ou criminais incompatíveis com a evolução na carreira e/ou que se
encontrem nas situações dispostas no art. 6º do Decreto nº 46.549/2014.
Após deferimento da inscrição, é elaborada lista classificatória, por
carreira e nível, considerando os atributos previstos no artigo 19 do citado Decreto
regulamentador, ficando habilitados aqueles servidores que se classificarem
dentro do percentual igual ou superior a cinquenta por cento da lista de inscrições

91
deferidas, os quais estarão sujeitos à votação pelo Conselho Superior da PCMG.

10.11.2.5 Promoção por merecimento, por ato de bravura


Trata-se de promoção concedida ao policial civil que, no desempenho de
suas funções, demonstrar coragem excepcional diante de situação adversa,
assumindo consciente e voluntariamente risco de vida pessoal em defesa da
ordem pública ou da incolumidade de pessoas.
A aferição das circunstâncias fáticas para a concessão do direito à
promoção por ato de bravura ocorrerá por meio de sindicância de competência da
Corregedoria-Geral de Polícia Civil, a ser apreciada pelo Conselho Superior da
PCMG.
A caracterização do ato de bravura fica impedida quando a ação resultar
em morte do servidor ou quando for derivada de negligência ou imprudência,
sendo que, uma vez concedida, terá seus efeitos retroagidos à data do evento
que lhe deu causa.
Esta promoção é verificada duas vezes por ano e independentemente da
disponibilidade de vagas.

10.11.2.6 Promoção por invalidez


É a promoção concedida ao policial civil que tenha sofrido, no
cumprimento de suas funções e no exercício da atividade policial, lesão que o
torne incapacitado para o desempenho das funções do cargo, sendo que seus
efeitos retroagem à data do laudo médico declaratório da incapacidade.
Tal promoção pode ocorrer em qualquer época do ano e não depende de
disponibilidade de vagas.

10.11.2.7 Promoção post mortem


A promoção post mortem é aquela que decorre de reconhecimento
póstumo de reconhecimento ao policial civil falecido nas seguintes situações:
a) em consequência de ferimento recebido em ação de investigação criminal ou
de promoção da ordem e segurança públicas, ou ainda de doença, moléstia ou
enfermidade contraída em razão do trabalho, ou que neles tenham a sua causa
eficiente;

92
b) em decorrência de acidente em serviço, in itinere, ou mesmo por motivo de
doença, moléstia ou enfermidade que nele tenha sua causa eficiente; e
c) se, ao falecer, estiver com o nome incluído na lista de votação para promoção
por merecimento ou antiguidade e satisfizer as condições estabelecidas neste
Decreto.
Esta promoção poderá ocorrer em qualquer época do ano,
independentemente da disponibilidade de vagas, tem seus efeitos retroagidos à
data do óbito, mas não poderá ser concedida se o falecimento ocorreu por
negligência, imprudência ou em circunstâncias incompatíveis com atribuição
funcional.

10.11.2.8 Promoção após declaração de estabilidade


A LOPC, no artigo 95, conferiu aos servidores ocupantes de cargo da
carreira de Delegado de Polícia, a promoção do nível Substituto para o nível
Titular quando publicado o ato declaratório de estabilidade, o que ocorre após
conclusão do estágio probatório com elaboração de Parecer Conclusivo com
conceituação apto e frequente.
Diferentemente da carreira de Delegado de Polícia, para as demais
carreiras policiais a conclusão do estágio probatório ensejará evolução funcional
mediante progressão para o grau "D" do nível inicial da carreira.

10.12 Férias Regulamentares e Férias Prêmio


10.12.1 Férias Regulamentares
As férias regulamentares do servidor público do estado de Minas Gerais
estão previstas no art. 152 da Lei 869/1952 -, Estatuto do Servidor Público, e
regulamentada pela Orientação de Serviço SCAP nº 010/2014, da
Superintendência Central de Administração de Pessoal/SEPLAG.
Tal legislação dispõe que o servidor fará jus a férias regulamentares
anuais, de acordo com escala prévia, elaborada anualmente, correspondente a
vinte e cinco dias úteis, que poderão ser usufruídas em dois períodos, não
podendo nenhum deles ter duração inferior a dez dias úteis.
A escala deve ser elaborada de acordo com a conveniência do serviço,
não sendo permitida a acumulação de férias, portanto, ainda que as férias sejam

93
usufruídas em duas etapas, ambas devem ter início dentro do ano de referência
das férias.
Apenas os sábados, os domingos e os feriados nacionais são
desconsiderados na contagem dos vinte e cinco dias úteis das férias
regulamentares. Os dias de ponto facultativo são considerados como dias úteis
para efeito da contagem do período de férias.
O período de férias regulamentares que estiver sendo usufruído não
poderá ser interrompido por licença para tratamento de saúde, consulta e exame
médico ou odontológico, doação de sangue, luto, casamento, prova em instituição
de ensino. Caso o servidor enfrente problemas de saúde durante o período de
férias regulamentares, estas prosseguirão normalmente até o término do período
programado; neste caso, o servidor só poderá fazer uso da licença médica ou
outro afastamento após encerrado o período das férias regulamentares.
O servidor que permanecer afastado do exercício do cargo durante todo o
ano, ainda que em decorrência de licença para tratamento de saúde, não fará jus
às férias regulamentares referentes ao ano em que se manteve afastado; neste
caso, o servidor fará jus às férias relativas ao ano em que se der o seu retorno.

10.12.1.1 Programação de férias do servidor ingresso


O servidor que ingressar no serviço público estadual poderá gozar de
férias regulamentares somente após onze meses de efetivo exercício. Ainda
neste sentido, o servidor exonerado e novamente nomeado para exercer cargo
público estadual, no caso de ter havido interrupção do vínculo com a
administração, deverá cumprir novamente a exigência dos onze meses de serviço
para a aquisição de suas próximas férias regulamentares.

10.12.1.2 Programação de férias da servidora grávida


No caso de servidora grávida, a já mencionada Orientação de Serviço
prevê que as férias regulamentares deverão ser programadas para fruição normal
dentro do ano de referência de forma a não colidir com a licença maternidade.
Na hipótese de antecipação do parto ou de parto prematuro durante as
férias regulamentares estas serão interrompidas para que a servidora passe a
usufruir a licença maternidade, e o saldo das férias será usufruído imediatamente

94
após o término da licença maternidade, sendo tal regra aplicada também na
hipótese de licença paternidade.

10.12.2 Férias Prêmio


A constituição Estadual de Minas Gerais, em seu artigo 31, §4º, prevê o
direito do servidor público ou detentor de função pública à aquisição de férias-
prêmio, que consiste no afastamento do trabalho por até três meses a cada cinco
anos de efetivo exercício no serviço público do Estado de Minas Gerais, sem
prejuízo de sua remuneração. Em outras palavras, a cada cinco anos de efetivo
exercício o servidor adquire o direito ao usufruto de três meses de férias prêmio.
As férias-prêmio poderão ser usufruídas em qualquer época do ano, total
ou parceladamente, respeitado o período mínimo de um mês. Excepcionalmente,
mediante requerimento do servidor e aprovação pela chefia imediata, sempre em
observância ao interesse do serviço, o período mínimo de um mês poderá ser
fracionado em dois períodos de quinze dias, conforme autorização expressa no
parágrafo único do art. 1º do Decreto nº 43.285, de 23 de abril de 2003.
As solicitações para usufruto de saldo de férias-prêmio devem ser
realizadas:
a) até 30 de novembro de cada ano, quando o afastamento estiver previsto para o
primeiro semestre do ano subsequente;
b) até 31 de maio, quando o afastamento estiver previsto para o segundo
semestre do mesmo ano.
A Resolução nº 22/2003, da SEPLAG estabelece o conceito de
conveniência e oportunidade para fins de concessão de férias prêmio, senão
vejamos:
Art. 2º Considera-se conveniência e oportunidade:
I - a ausência de prejuízos ou interferências na continuidade e prestação
do serviço público;
II - a inexistência de gastos para a Administração Pública em razão da
substituição do servidor afastado;
III - a existência de servidores disponíveis para absorção das funções
desempenhadas pelo servidor afastado;
IV - outros fatores que possam afetar a qualidade e eficiência dos
serviços públicos.

O requerimento para usufruto de saldo de férias-prêmio deverá ser


formalizado através do Sistema Eletrônico de Informações - SEI, em

95
conformidade com o disposto no Decreto nº 47.228, de 4 de agosto de 2017.
Deverão ser respeitados o tutorial, o fluxo e as orientações disponibilizados pela
DAPP na seção download da intranet da PCMG, submetendo-o à análise e
manifestação da chefia imediata. Por gestão interna da PCMG, a manifestação
conclusiva quanto ao deferimento ou indeferimento do pedido de usufruto de
férias-prêmio fica a cargo do superior hierárquico membro do Conselho Superior
da Polícia Civil.

96
REFERÊNCIAS
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Forense, 1998.
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Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
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Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e
serviços comuns, e dá outras providências. Brasília, 17 jul. 2002. Disponível em:
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˂http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp101.htm ˃. Acesso em 17 maio 2023.
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Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das
Leis no 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, da Lei
no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro
de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de
outubro de 1999. Brasília, 14 dez. 2006. Disponível em:
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empresas de pequeno porte, agricultores familiares, produtores rurais pessoas
físicas, microempreendedores individuais e sociedades cooperativas nas aquisições
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aquisição de bens e a contratação de serviços comuns, incluídos os serviços comuns
de engenharia, no âmbito da Administração Pública direta, autárquica e fundacional
do Poder Executivo e dá outras providências. 22 jul. 2020. Disponível em:
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de preços para a aquisição de bens e contratação de serviços e regulamenta a
utilização de preços de referência disponibilizados pelo Módulo de Melhores Preços
do Sistema Integrado de Administração de Materiais e Serviços do Estado de Minas
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