Você está na página 1de 41

Editorial

©2021 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Todos os direitos reservados. Permitida a reprodução parcial ou total, desde que


citada a fonte e que não seja para venda ou qualquer fim comercial. A responsabilidade
pelos direitos autorais de textos e imagens desta obra é do autor.

Elaboração, distribuição, informações:

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Secretaria de Defesa Agropecuária

Departamento de Suporte e Normas

Coordenação-Geral de Análise e Revisão de Atos Normativos

Endereço: Esplanada dos Ministérios, bloco D, anexo, ala A, 4º andar, sala 448.

CEP: 70043-900. Brasília-DF

Tel.:(61)3218-2826

E-mail: cgan.dsn@agricultura.gov.br

Equipe técnica: Carlos Roberto de Carvalho Fonseca, Vanessa Ponce Lima, Ana
Paula Franco de Souza e Janice Baptista Algayer

Coordenação técnica: Rodrigo do Espírito Santo Padovani

Coordenação jurídica: Consultoria Jurídica - Conjur/MAPA

2 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Sumário

Introdução..............................................................................................................4
1. Boas práticas regulatórias...............................................................................7
2. Agenda regulatória...........................................................................................8
3. Análise de impacto regulatório – AIR........................................................ 10
3.1. Contextualização sobre a importância do uso da AIR no processo
de regulamentação....................................................................................... 10

3.2. Finalidade do uso da AIR e a estrutura do relatório...................... 13

3.3. Casos de dispensa e não aplicabilidade de AIR............................... 18

4. Técnicas de redação oficial.......................................................................... 21


4.1. Ato Normativo - definição, características gerais e espécies....... 23

4.2. Elementos constitutivos dos atos normativos................................ 26

4.3. Estrutura dos atos normativos........................................................... 29

4.4. Como atender aos atributos de um ato normativo ....................... 31

5.1. Importância............................................................................................ 33

5. Participação social......................................................................................... 33
5.2. Instrumentos de participação social................................................. 34

5.2.1. Consulta interna........................................................................................................34

5.2.2. Consulta pública........................................................................................................34

5.2.3. Tomada pública de subsídios ..................................................................................35

5.2.4. Audiência pública......................................................................................................36

6. Práticas voltadas à gestão do estoque regulatório................................. 37


Referências Bibliográficas................................................................................ 40

3 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Introdução

A Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991, que dispõe sobre a Política Agrícola¹, criou o Sistema
Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária – SUASA e os Sistemas Brasileiro de Inspeção de
Produtos e Insumos Agropecuários. Foi regulamentada pelo Decreto nº 5.741, de 30 de março de
2006, que organiza o SUASA e estrutura a execução das atividades de defesa agropecuária, cujo
objetivo é garantir:

I a proteção da saúde dos animais;

II a sanidade dos vegetais;

a idoneidade dos insumos e dos


III serviços utilizados na agropecuária; e

IV a identidade, a qualidade e a segurança higiênico-


sanitária e tecnológica dos produtos agropecuários
finais destinados aos consumidores.

O SUASA estrutura as atividades da defesa agropecuária por meio de instâncias e de sistemas. Às


instâncias compete a realização das atividades de vigilância e de defesa sanitária vegetal e animal e aos
sistemas, conhecidos como Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários
- SISBI, compete a gestão das atividades de inspeção e classificação de produtos de origem vegetal e
animal e dos insumos agropecuários.

4
4 Noções deBoas
Noções de
Normativa
BoasPráticas
Práticas
Afetaà àDefesa
Normativa Afeta
Regulatórias
Regulatórias
Defesa
Voltados
Voltados
Agropecuária
Agropecuária
à Produção
à Produção
De acordo com o disposto na legislação, o papel de Instância Central e Su-
perior é exercido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento-
-SDA/MAPA, e o papel de Instâncias Intermediárias e Locais é exercido, em
cada Unidade da Federação, pelos órgãos e pelas unidades locais de atenção
à sanidade agropecuária, cabendo a estas instâncias, inclusive, as atividades
de natureza normativa e reguladora relativas à defesa agropecuária.

O MAPA também exerce o papel de órgão coordenador dos SISBI. As Unidades da Federação
têm competência para atuar nas atividades desenvolvidas por meio dos respectivos SISBI, desde
que façam a adesão aos sistemas. Os Municípios têm competência para atuar especificamente
na inspeção de produtos de origem animal e na inspeção de bebidas, nessa última, apenas
quando aderidos aos SISBI. Em relação à regulamentação, as Unidades da Federação e os
Municípios aderidos aos SISBI ficam obrigados a seguir a legislação federal ou dispor de
regulamentos equivalentes.

Destaca-se ainda, que o art. 24 da Constituição atribui à União e às Unidades da Federação a


responsabilidade de legislar concorrentemente sobre questões relacionadas à produção e ao
consumo de produtos agropecuários.

Neste contexto, é fundamental criar um ambiente jurídico que possibilite o alinhamento dos sistemas
regulatórios implementados, no âmbito dos Governos municipais, estaduais, distrital e federal, para a
construção de políticas públicas direcionadas ao segmento agropecuário.

No âmbito federal, o art. 21 do Decreto nº 10.253, de 20202 estabelece


que a Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pe-
cuária e Abastecimento - SDA/MAPA é o órgão competente para exercer
as funções de Instância Central e Superior do SUASA, nos termos do dis-
posto no § 4º do art. 28-A da Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 19913; e para
realizar a normatização das atividades referentes à defesa agropecuária.

5 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Diante da relevância desta função, desde janeiro de 2019, a SDA/MAPA vem adotando ações constantes
e gradativas para promover a melhoria da qualidade regulatória na elaboração de normas afetas à
defesa agropecuária. Alguns exemplos relacionados às Boas Práticas Regulatórias que apresentam
resultados satisfatórios para a sociedade são:

I - a instituição da Agenda Regulatória da SDA/MAPA para o biênio 2020-2021;

II - a incorporação da análise de impacto regulatório -AIR para a tomada de decisão de normatizar;

III - o incremento da participação social durante a elaboração dos atos normativos; e

IV - a disseminação das técnicas de redação normativa.

Este conjunto de ações para a melhoria regulatória encontra-se alinhado às diretrizes exaradas pelo
Governo federal4 e pelos Organismos Internacionais que tratam desta matéria, com destaque para a
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE.

6 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
1. Boas práticas regulatórias

A adoção de Boas Práticas Regulatórias - BPR pelas diversas esferas do Poder Executivo prima por
assegurar que os atos infralegais propostos e editados pelos órgãos de defesa agropecuária sejam
baseados na coleta de evidências robustas que justifiquem tal ação.

Tal ação contribui para a melhoria do ambiente de negócios do País, que promove a cidadania, o
progresso econômico e a minimização dos impactos sociais, econômicos e ambientais. Assim, são
esperados os seguintes benefícios no âmbito da temática Defesa Agropecuária:

I – a padronização e a governança do processo de regulamentação;

II –a integração e a cooperação entre as instâncias técnicas, no âmbito de suas competências;

III – a harmonização e a sistematização dos procedimentos administrativos exercidos pelas instâncias


técnicas;

IV – a qualificação dos subsídios técnicos, administrativos e jurídicos destinados à tomada de decisão


quanto às propostas de ato normativo;

V – o aprimoramento e a efetividade dos atos normativos;

VI – o aperfeiçoamento da gestão do estoque regulatório; e

VII – a melhoria do acesso à informação e o fortalecimento dos mecanismos de participação social


no processo de regulamentação.

7
7 Noções deBoas
Noções de
Normativa
BoasPráticas
Práticas
Afetaà àDefesa
Normativa Afeta
Regulatórias
Regulatórias
Defesa
Voltados
Voltados
Agropecuária
Agropecuária
à Produção
à Produção
2. Agenda regulatória

Embora a regulação seja instrumento fundamental para o cumprimento das atribuições dos órgãos
de defesa agropecuária, a elaboração de normas deve ser sempre proporcional e equilibrada, sob
pena de imposição de barreiras indevidas à cadeia produtiva, à inovação, à livre concorrência e
ao comércio exterior. Além disso, é importante lembrar que os recursos humanos e financeiros à
disposição da administração pública são limitados.

Uma forma eficiente de planejar a atuação estatal e de priorizar a aplicação dos recursos
em determinado período de tempo é a instituição de uma Agenda Regulatória - AR. Aliada
à padronização do fluxo de produção normativa, a AR favorece a criação de um ambiente
regulatório seguro e confiável, que confere maior previsibilidade e segurança jurídica à
sociedade e ao setor regulado.

Normalmente, a AR está organizada por um processo


interno e por outro externo com participação
social. Na primeira fase, as áreas técnicas do órgão
identificam os temas passíveis de regulamentação,
de acordo com as demandas recebidas e a análise
do estoque regulatório. Então, consolida-se uma
listagem, que é submetida ao crivo da sociedade
civil, órgãos governamentais, setores interessados,
entes que integram o SUASA, entre outros, que
compreende a segunda fase. Ao término dessa fase em que há a participação social, são selecionados
os temas que serão priorizados pela instituição durante um período preestabelecido.

8
8 Noções deBoas
Noções de
Normativa
BoasPráticas
Práticas
Afetaà àDefesa
Normativa Afeta
Regulatórias
Regulatórias
Defesa
Voltados
Voltados
Agropecuária
Agropecuária
à Produção
à Produção
Cumpre destacar que cada tema envolve um problema regulatório asso-
ciado à falhas de mercado, regulatórias ou institucionais. Logo, a discussão
acerca da melhor solução para o problema regulatório pode resultar, inclu-
sive, na recomendação de medidas de caráter não-normativo, como a rea-
lização de programas de incentivo, de campanhas educativas, a elaboração
de guias e manuais, entre outras medidas.

Por fim, para que se atinja um nível satisfatório de implementação da AR, é fundamental que ela esteja
alinhada aos objetivos estabelecidos no Plano Estratégico do órgão para que se alcance a priorização
pretendida.

9 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
3. Análise de impacto regulatório –
AIR
3.1. Contextualização sobre a importância do uso da AIR
no processo de regulamentação
A ação governamental deve maximizar os benefícios para a
sociedade em um cenário de recursos cada vez mais limitados.
Assim, a regulamentação funciona como uma alavanca
crucial para o Governo influenciar o comportamento dos
agentes econômicos e proteger a saúde, a segurança e o
bem-estar dos cidadãos, além de propiciar a consolidação da
democracia e do Estado moderno, ao permitir o equilíbrio
entre os interesses concorrentes e a harmonização de visões divergentes sobre qual caminho seguir.

Os sistemas regulatórios expandiram-se em resposta à dinâmica e à complexidade das atividades


econômicas e sociais. As profundas e recentes transformações estão associadas às inovações
tecnológicas, às demandas dos consumidores por melhores serviços e à interdependência dos
mercados regionais e globais5.

A busca pela qualidade regulatória se tornou objetivo comum e tema de intercâmbio crescente entre
as nações. A experiência positiva dos Governos que adotaram um processo consistente de produção
normativa pautou a ascensão de uma nova agenda de cooperação internacional focada no emprego
e na disseminação de novas ferramentas, tais como as alternativas não-regulatórias, os mecanismos
de participação social e a análise de impacto regulatório - AIR. Promovidos especialmente pela
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico - OCDE, estes princípios de boa
governança têm gerado uma cultura administrativa mais estruturada, capaz de avaliar previamente as
consequências da aplicação das opções políticas existentes.

10
10 Noções deBoas
Noções de
Normativa
BoasPráticas
Práticas
Afetaà àDefesa
Normativa Afeta
Regulatórias
Regulatórias
Defesa
Voltados
Voltados
Agropecuária
Agropecuária
à Produção
à Produção
Portanto, para atender aos interesses dos cidadãos de maneira efetiva, é
fundamental que a tomada de decisão sobre a elaboração ou a alteração de
regulamento decorra de um processo robusto. Do contrário, a confiança
no Governo pode ser prejudicada por impactos imprevistos ou pela redu-
ção da competitividade.

A qualidade do ambiente regulatório depende do processo de discussão da proposta de


intervenção governamental e dos seus prováveis efeitos, pois os custos associados à proposta
podem superar os benefícios almejados. As consequências de normas mal elaboradas podem
ocasionar impactos negativos, sobretudo para os cidadãos sem acesso à informação e à
educação e que vivem à margem da sociedade. Este tipo de norma prejudica o crescimento
econômico inclusivo, o desenvolvimento sustentável, a construção da confiança no País e a
manutenção da integridade do Estado de Direito.

No Brasil, o peso regulatório tem sido frequentemente associado ao custo de investimentos no País.
De acordo com a Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade da Secretaria Especial
de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, a administração pública
federal possui, no mínimo, cento e sessenta e três órgãos reguladores. Além disso, o Custo Brasil
alcançou o patamar de R$ 1.500.000.000.000,00 (um trilhão e quinhentos bilhões de reais) por ano,
ou seja, cerca de vinte por cento do Produto Interno Bruto - PIB, segundo o estudo do Programa de
Melhoria Contínua da Competitividade, elaborado pelo Ministério da Economia em parceria com o
Movimento Brasil Competitivo - MBC6.

11 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Figura 1. Custo Brasil.

A edição de 2020 do Relatório Doing Business7, elaborado anualmente pelo Banco Mundial, o
País caiu da 109ª posição para a 124ª de um total de cento e noventa países. Já o Indicador de Com-
petitividade Global – GCI (Global Competitiveness Index), divulgado em 2019 pelo Fórum
Econômico Mundial, classificou o País na 71ª posição de um total de cento e quarenta e um países.
O último componente do GCI mensura o peso da regulação e o resultado indica a complexidade e
a instabilidade do estoque regulatório, motivos pelos quais os investidores deixam o País.

No âmbito federal, para apoiar a reversão do quadro exposto anteriormente, a Casa Civil da
Presidência da República publicou, em junho de 2018, as Diretrizes Gerais e Roteiro
Analítico sugerido para análise de impacto regulatório - Diretrizes Gerais AIR
e o Guia Orientativo para a elaboração de análise de impacto regulatório - Guia
AIR8. Condensados em uma única publicação, tais documentos alicerçaram o plano traçado para
disseminar práticas voltadas à melhoria da qualidade regulatória. Em seguida, a Lei nº 13.874, de 20

12 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
de setembro 20199, instituiu a Declaração de Direitos de Liberdade Econômica e determinou no art.
5º que a edição ou a alteração de atos normativos de interesse geral proposta por órgão ou entidade
da administração pública federal, incluídas as autarquias e as fundações públicas, seja precedida da
realização de AIR, que conterá informações e dados sobre os possíveis efeitos do ato normativo
para verificar a razoabilidade do seu impacto econômico9. Por fim, o Decreto nº 10.411, de 30 de
junho de 202010, regulamentou a análise de impacto regulatório e dispôs sobre o seu conteúdo, os
quesitos mínimos a serem objeto de exame, as hipóteses em que será obrigatória e as hipóteses em
que poderá ser dispensada.

No País, não há obrigatoriedade de uso da AIR pelos Governos estaduais, distrital e municipais.
Entretanto, espera-se que a ferramenta seja incorporada gradualmente nas suas políticas
regulatórias, em razão dos benefícios sociais e institucionais gerados.

A identificação do problema regulatório e a avaliação do órgão quanto à obrigatoriedade ou à


conveniência e à oportunidade para a solução do problema identificado é um passo anterior a
iniciação da AIR, de acordo com o disposto no art. 5º do Decreto 10.411, de 202010.

3.2. Finalidade do uso da AIR e a estrutura do relatório

“A análise de impacto regulatório - AIR é uma das principais ferramentas


de melhoria da qualidade regulatória. Conhecida como ex ante, pode ser
definida como um processo sistemático de análise baseado em evidências, que
busca avaliar, a partir da definição de um problema regulatório, os possíveis
impactos das alternativas de ação disponíveis para o alcance dos objetivos
pretendidos. Sua finalidade é apresentar elementos técnicos e analíticos para
os tomadores de decisões políticas e regulatórias a fim de garantir que a
ação governamental seja justificada e apropriada, considerados os impactos
positivos e negativos envolvidos”11. A AIR também resguarda a posição dos
formuladores de políticas públicas, demonstrando os benefícios muitas
vezes negligenciados pela sociedade e pelo setor regulado10. E a busca por
dados deve ser constante, pois uma avaliação deficiente pode prejudicar a
ação governamental, seja por agravar o problema original ou por acarretar
outras falhas regulatórias.

13 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
A AIR contempla, ainda, os anseios da sociedade, na medida em que participa da produção normativa,
ao invés de tomar conhecimento das novas regras pela publicação em Diários Oficiais.

O conhecimento prévio e informado da intenção de regular pode fomentar o levantamento


espontâneo de evidências científicas pelo próprio setor regulado e por instituições acadêmicas, com
vistas a dimensionar o real impacto na economia e na sociedade da medida aventada sob perspectiva
diferente da governamental. Uma fonte de dados importante pode ser a chamada tomada pública de
subsídios - TPS, onde são coletados dados, informações ou evidências sobre o relatório preliminar
de análise de impacto regulatório e sugestões de agentes interessados, que contribuirão para o
diagnóstico do problema e o levantamento de alternativas de ação. É um mecanismo de consulta
aberto ao público em geral ou direcionado a grupos específicos e possibilita a participação social
pelo envio direto de contribuições.

É importante frisar que não existe um padrão a ser seguido na realização da


AIR. A definição do desenho e da metodologia deve considerar não apenas
o contexto social, cultural e jurídico dos países, mas também a realidade da
instituição competente para a edição da norma. Ademais, a profundidade
da análise pode ser diferenciada, de acordo com a complexidade e a
abrangência do problema regulatório ou da intervenção governamental
proposta.

Inicialmente, é preferível que se adote um modelo simples e flexível, capaz de se adaptar às


características da instituição e às necessidades dos tomadores de decisão.

14 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Resumidamente, os
passos fundamentais a descrição do problema regulatório
de uma AIR são:
I que se pretende solucionar;

a identificação e a consulta aos


II atores ou grupos afetados;

o levantamento da base legal


III aplicável ou impactada pela
proposta;

a descrição e a comparação das


IV possíveis alternativas ou a
combinação de alternativas de ação; e

a definição dos objetivos pretendidos


V com a atuação regulatória
recomendada.

A primeira alternativa regulatória será a não ação mantida a situação atual,


que servirá de referência para a definição dos objetivos, a comparação das
alternativas e a avaliação ex post dos resultados da solução adotada.

15 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Quando os agentes I
regulados apresentam autorregulação - o setor regula
o comportamento de seus membros
comportamento por meio de regras e de códigos
colaborativo, devem próprios que disciplinam a atividade;

ser preferidas as
alternativas não
normativas,
tais como: II
corregulação ou regulação
compartilhada - o setor desenvolve
seus próprios padrões, mas o Governo
fornece o apoio legal para sua aplicação;

III
incentivos econômicos - os
instrumentos que buscam recompensar
a mudança de comportamento
dos agentes, geralmente por meio
da alteração de preços ou de custos
relativos; e

IV
informações e campanhas de
educação - a divulgação para
equalizar a informação entre os
agentes ou para elevar o conhecimento
público sobre algum fator relacionado
ao problema.

16 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Finalmente, há as opções regulatórias normativas do tipo “comando e controle”. Embora essa
intervenção seja mais rígida e imutável, é geralmente preferida pelos tomadores de decisão por
promover soluções padronizadas e focadas na veiculação da informação de forma clara e na
fiscalização do cumprimento da regra.

Após a confecção da lista das alternativas de ação, deve-se analisar a viabilidade de cada uma e os
impactos positivos e negativos frente à situação de não normatização. Outro ponto fundamental para
a eficácia do ato proposto é o alinhamento às políticas públicas definidas para o setor agropecuário
e à missão e aos objetivos estratégicos do órgão executor da AIR.

Descartadas as opções consideradas inviáveis, a conclusão da AIR deve indicar a alternativa


recomendada de forma clara, com a fundamentação da preferência nas evidências apresentadas e na
comparação com as demais alternativas viáveis.

No âmbito federal, o Decreto nº 10.411, de 202010, regulamentou que a AIR será concluída por meio
de relatório que contenha:

I - sumário executivo objetivo e conciso, que deverá empregar linguagem simples e acessível ao
público em geral;

II - identificação do problema regulatório que se pretende solucionar, com a apresentação de suas


causas e sua extensão;

III - identificação dos agentes econômicos, dos usuários dos serviços prestados e dos demais afetados
pelo problema regulatório identificado;

IV - identificação da fundamentação legal que ampara a ação do órgão ou da entidade quanto ao


problema regulatório identificado;

V - definição dos objetivos a serem alcançados;

VI - descrição das alternativas possíveis ao enfrentamento do problema regulatório identificado,


consideradas as opções de não ação, de soluções normativas e de, sempre que possível, soluções
não normativas;

VII - exposição dos possíveis impactos das alternativas identificadas, inclusive quanto aos seus custos
regulatórios;

VIII - considerações referentes às informações e às manifestações recebidas para a AIR em eventuais


processos de participação social ou de outros processos de recebimento de subsídios de interessados
na matéria em análise;

17 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
IX - mapeamento da experiência internacional quanto às medidas adotadas para a resolução do
problema regulatório identificado;

X - identificação e definição dos efeitos e riscos decorrentes da edição, da alteração ou da revogação


do ato normativo;

XI - comparação das alternativas consideradas para a resolução do problema regulatório identificado,


acompanhada de análise fundamentada que contenha a metodologia específica escolhida para o caso
concreto e a alternativa ou a combinação de alternativas sugerida, considerada mais adequada à
resolução do problema regulatório e ao alcance dos objetivos pretendidos; e

XII - descrição da estratégia para implementação da alternativa sugerida, acompanhada das formas de
monitoramento e de avaliação a serem adotadas e, quando couber, avaliação quanto à necessidade de
alteração ou de revogação de normas vigentes.

3.3. Casos de dispensa e não aplicabilidade de AIR


A análise de impacto regulatório - AIR traz maior robustez ao processo regulatório, entretanto, é
forçoso reconhecer que sua realização pode, muitas vezes, gerar maior complexidade e morosidade.
Por esse motivo, é necessário considerar o grau de proporcionalidade e significância da matéria a
ser regulada.

Neste contexto, o § 2º, do art. 3º e o art. 4º, do Decreto nº 10.411, de 202010, trouxeram clareza para
a administração pública federal ao prever os casos de inaplicabilidade e dispensa, respectivamente.
As Unidades da Federação e os Municípios, caso não possuam legislação específica para o tema
e respeitadas as suas competências, poderão utilizar as hipóteses de inaplicabilidade e dispensa
previstos na legislação federal.

18 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Não se aplica
I a AIR aos atos III
normativos:
de natureza
administrativa, que disponham sobre
cujos efeitos sejam execução orçamentária
restritos ao II e financeira;
âmbito interno
do órgão ou
da entidade; de efeitos concretos,
destinados a disciplinar
situação específica,
IV cujos destinatários VI
sejam individualizados;

que disponham que visem a consolidar


estritamente sobre outras normas sobre
política cambial matérias específicas,
e monetária; V sem alteração de mérito.

que disponham
sobre segurança
nacional; e

A AIR poderá ser dispensada nas hipóteses de:

I - urgência;

II - ato normativo destinado a disciplinar direitos ou obrigações definidos em norma hierarquicamente


superior que não permita, técnica ou juridicamente, diferentes alternativas regulatórias;

III - ato normativo considerado de baixo impacto, ou seja, aquele que:

a) não provoque aumento expressivo de custos para os agentes econômicos ou para os usuários dos
serviços prestados;

b) não provoque aumento expressivo de despesa orçamentária ou financeira; e

19 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
c) não repercuta de forma substancial nas políticas públicas de saúde, de segurança, ambientais,
econômicas ou sociais;

IV - ato normativo que vise à atualização ou à revogação de normas consideradas obsoletas, sem
alteração de mérito;

V - ato normativo que vise a preservar liquidez, solvência ou higidez:

a) dos mercados de seguro, de resseguro, de capitalização e de previdência complementar;

b) dos mercados financeiros, de capitais e de câmbio; ou

c) dos sistemas de pagamentos;

VI - ato normativo que vise a manter a convergência a padrões internacionais;

VII - ato normativo que reduza exigências, obrigações, restrições, requerimentos ou especificações
com o objetivo de diminuir os custos regulatórios; e

VIII - ato normativo que revise normas desatualizadas para adequá-las ao desenvolvimento tecnológico
consolidado internacionalmente, nos termos do disposto no Decreto nº 10.229, de 05 de fevereiro
de 202011.

Cabe salientar que, nas hipóteses de dispensa de AIR, será elaborada nota
técnica ou documento equivalente que fundamente a proposta de edição ou
de alteração do ato normativo, contendo obrigatoriamente a identificação
do problema regulatório que se pretende solucionar e a descrição dos
objetivos que se pretende alcançar, de modo a subsidiar a elaboração da
avaliação de resultado regulatório - ARR.

20 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
4. Técnicas de redação oficial

A administração pública detém o poder de elaborar normas para disciplinar matérias não privativas de
Lei. Ato normativo, como o próprio nome sugere, estabelece normas, regras, padrões ou obrigações.

O exercício desse poder é legítimo na medida em que sejam observadas as regras fundamentais de
competência, finalidade, forma, motivo e objeto, que são os elementos essenciais de validade dos atos
administrativos.

Competência - define o fato de sempre existir um agente público ao qual a lei dá competência para
prática de ato específico. É um elemento irrenunciável, imprescritível, improrrogável e intransferível.
Em regime de excepcionalidade, pode haver avocação, que é quando um ente toma para si a
competência de agente inferior, somente. Já a delegação acontece quando um órgão de mesma ou
inferior hierarquia toma para si as atribuições de algum órgão, não a titularidade.20

Finalidade – é aquilo que ele procura quando é editado, a finalidade que pretende alcançar, para
afirmar a busca pelo interesse público, mas além disso, sempre há uma finalidade prevista na lei
e passível de controle pelo Judiciário. Qualquer falta de atendimento à finalidade configura vício
insanável, sendo obrigatória a anulação do ato, sem poder ser convalidado.20

Forma - é o meio pelo qual o ato se apresenta. Em geral, é escrito e está baseado no princípio da
instrumentalidade das formas.A forma é um elemento sempre vinculado, por isso, passível de controle
judiciário. Defeito de forma é geralmente possibilita convalidação, a menos que a lei estabeleça
diferente.20

Motivo - é o elemento do ato que dá base e fundamento à sua edição. É a relação entre o
motivo e o resultado (objeto e finalidade). O motivo tem que ser diferenciado da motivação. O
primeiro, constitui-se no propósito do ato. A motivação é a exposição do motivo, sua explicitação
e fundamentação.20

Objeto - constitui aquilo que se pode traduzir no conteúdo/matéria do ato. Por meio dele, a
administração manifesta a sua vontade ou trata sobre situações preexistentes. Consiste, em outras
linhas, na alteração que esse elemento causa no universo jurídico, que é imediato.20

A redação oficial, por sua vez, é a maneira de redigir os atos normativos, as correspondências, os
processos e os documentos relativos à administração pública. A conjunção desses dois preceitos
forma o mecanismo de comunicação que expressa a vontade da administração pública, que, “agindo

21
21 Noções deBoas
Noções de
Normativa
BoasPráticas
Práticas
Afetaà àDefesa
Normativa Afeta
Regulatórias
Regulatórias
Defesa
Voltados
Voltados
Agropecuária
Agropecuária
à Produção
à Produção
nessa qualidade, tem por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.”12

A padronização e a uniformização da linguagem utilizada nos atos administrativos pelos Poderes


Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios representam um significativo
avanço no modelo de gestão pública.

Tem-se como objetivo traçar um ca-


minho jurídico delineado com as ca-
racterísticas básicas que afetam a ad-
ministração pública, tendo em vista o
disposto no caput do art. 37 da
Constituição que informa os princí-
pios da legalidade, da impessoalidade,
da moralidade, da publicidade e da
eficiência a serem obedecidos.

O texto das normas jurídicas deve ser unívoco, preciso e completo e sua redação deve ser simples,
clara, precisa, objetiva, coerente e impessoal, de forma a ser facilmente compreendido por seus
regulados.

O conteúdo exposto no presente módulo do curso está fundamentado na seguinte legislação:

I - Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998, que dispõe sobre a elaboração,


a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina o parágrafo único
do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas para a consolidação dos atos
normativos que menciona13;

II - Decreto nº 9.191, de 1º de novembro de 2017, que estabelece as normas e as diretrizes


para elaboração, redação, alteração, consolidação e encaminhamento de propostas de
atos normativos ao Presidente da República pelos Ministros de Estado14; e

III - Decreto nº 10.139, de 28 de novembro de 2019, que dispõe sobre a revisão e a


consolidação dos atos normativos inferiores a decreto e suas alterações.15

22 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
4.1. Ato Normativo - definição, características gerais e
espécies
Tendo em vista as boas práticas regulatórias, a minuta do ato normativo deve ser elaborada após a
decisão da autoridade competente, de acordo com as evidências científicas e as conclusões da AIR.

Note-se que, por definição, um ato normativo é uma norma jurídica que estabelece ou sugere
condutas de modo geral e abstrato, ou seja, sem destinatários específicos e tratando de hipóteses.
Atos normativos, como o próprio nome sugere, têm carga normativa, ou seja, estabelecem
normas, regras, padrões ou obrigações.

As premissas para redação oficial estão dispostas no caput do art. 37 da Constituição, no art. 11
da Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998, e no Manual de Redação da Presidência da
República.16

23 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
24 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção
Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Nos termos do disposto no art. 2º do Decreto nº 10.139, de 201915, os atos normativos inferiores
a decreto editados por órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional serão sob a forma de:

25 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Resoluções
atos normativos
editados por
colegiados.

Portarias
atos normativos

c
editados por uma ou

b
mais autoridades
singulares;

a Instruções Normativas
atos normativos que, sem
inovar, orientem a
execução das normas
vigentes pelos agentes
públicos;

Matérias idênticas não poderão ser disciplinadas por mais de um ato normativo da mesma espécie.
Novos dispositivos deverão ser incluídos no ato normativo em vigor, como alterações.

No âmbito das Unidades da Federação e Municípios, serão observadas as legislações que definem
os tipos de atos normativos inferiores a decreto que podem ser editados por órgãos e entidades da
administração pública.

4.2. Elementos constitutivos dos atos normativos


Nos termos do disposto no art. 5º do Decreto nº 9.191, de 201714, o ato normativo é estruturado
em três partes básicas:

26 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
1- PARTE PRELIMINAR

Compreende
a epígrafe, a
a ementa e o
preâmbulo. Epígrafe
é o elemento inicial que tipifica do documento, identifica sua origem e
o situa no tempo. É formado pelo título da espécie normativa, pelo seu
número e pela data de assinatura, grafada em letras maiúsculas, sem ne-
grito e centralizada.

b
Ementa
é o pequeno texto que explicita o objeto do ato normativo contido no
seu primeiro artigo. Portanto, não mencionar apenas um tópico genéri-
co do ato normativo acompanhado do clichê "e dá outras providên-
cias", devendo tal expressão ser utilizada apenas:

I para evitar ementas muito extensas;

II quando houver multiplicidade de temas; e

se a questão não expressa for pouco relevante e estiver rela-


III cionada com os demais temas explícitos na ementa.

A descrição apropriada da Ementa é essencial para auxiliar na indexa-


ção do ato normativo nas bases de dados oficiais e, por sua vez, na pes-
quisa do mesmo pelos interessados, o que contribui para as práticas
apropriadas da boa gestão do estoque regulatório.

c
Preâmbulo
Tem como conteúdo:

I a autoria;

II o fundamento de validade; e

quando couber, a ordem de execução, o enunciado do


III objeto e a indicação do âmbito de aplicação da norma.

O objeto e o âmbito de aplicação deverão estar indicados no primeiro


artigo do ato normativo. A norma não poderá conter matéria estranha
ao objeto ao qual visa disciplinar e não vinculada a ele por afinidade,
pertinência ou conexão.

27 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Epígrafe
Ementa

Preâmbulo

II – PARTE NORMATIVA

representa o corpo da norma que contém a matéria legislativa propriamente dita, que regula o
objeto.

III – PARTE FINAL

contém as medidas necessárias à implementação das normas constantes da parte normativa, as


disposições transitórias, a cláusula de revogação, quando couber, e a cláusula de vigência.

A cláusula revogatória apresenta, de forma expressa, no penúltimo artigo do ato normativo, os atos
ou as partes de atos que, em face do novo regulamento, ficam revogados. Caso não haja a revogação
de nenhum dispositivo normativo, o ato não possuirá cláusula revogatória.

No âmbito federal, o art. 4º do Decreto nº 10.139, de 201915, estabeleceu que os atos


normativos inferiores a decreto apresentarão data certa para a sua entrada em vigor e para a
sua produção de efeitos:

I - de, no mínimo, uma semana após a data de sua publicação; e

II - sempre no primeiro dia do mês ou em seu primeiro dia útil.

28 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Cabe salientar que tal disposição não é aplicável aos atos normativos que requerem urgência, cuja
motivação deverá ser justificada no expediente administrativo.

IV – ANEXOS

previstos de acordo com a necessidade do objeto a ser regulamentado.

4.3. Estrutura dos atos normativos

Articulação dos atos normativos

Dispositivo Desdobramento

Artigos Parágrafos ou incisos

Parágrafos Incisos

Incisos Alíneas

Alíneas Itens

Itens Subitens
(excepcionalmente)

Figura 2. Representação dos dispositivos que estruturam o ato normativo e seus desdobramentos.

29 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
I - Artigo - é a unidade básica para apresentação, divisão ou agrupamento de assuntos em um
texto normativo.

II - Parágrafos - constituem a imediata divisão de um artigo para inserir aspectos complemen-


tares.

III - Incisos, alíneas e itens - são usados para enumerações. Os incisos são elementos
discriminativos de artigo ou parágrafo, as alíneas são desdobramentos dos incisos e os itens
são desdobramentos de alíneas.

Agrupamento de artigo

LIVRO

TÍTULO

CAPÍTULO

SEÇÃO

SUBSEÇÃO

Figura 3. Representação da hierarquização do agrupamento de artigos.

Livros, títulos, capítulos, seções, subseções e artigos são utilizados para a sistematização dos
atos normativos mais complexos, observada a seguinte ordem:

I - livros - para atos mais extensos, geralmente usado para o caso de codificações
ou consolidações;

II - títulos - engloba um conjunto de capítulos;

III - capítulos - formado pelo agrupamento de seções; e

IV - seções - conjunto de artigos que versam sobre o mesmo tema.

30 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
4.4. Como atender aos atributos de um ato normativo
Clareza

Para se obter clareza, recomenda-se o seguinte:

usar as palavras e as expressões em seu sentido comum, salvo quando a norma versar
sobre assunto técnico, hipótese em que se empregará a nomenclatura própria da área em
que se esteja legislando;

usar frases curtas e concisas;

construir as orações na ordem direta, evitando preciosismos, neologismos e adjetivações;

buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto das normas legais, dando
preferência ao tempo presente ou ao futuro simples do presente;

usar os recursos de pontuação de forma correta, removidos os abusos de caráter estilístico.

grafar as datas, obedecendo a seguinte forma:

Ex.: “4 de março de 1998” e “1º de maio de 1998”; e

grafar a remissão aos atos normativos:

Ex.: “Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990”, na ementa, no preâmbulo e na primeira


remissão no corpo da norma e “Lei nº 8.112, de 1990”, nos demais casos.

Precisão

Para se obter precisão, recomenda-se o seguinte:

articular a linguagem, técnica ou comum, de modo a ensejar perfeita compreensão do


objetivo da norma e a permitir que seu texto evidencie com clareza o conteúdo e o alcance
que o legislador pretende dar à norma;

expressar a ideia, quando repetida no texto, por meio das mesmas palavras, evitando o
emprego de sinonímia com propósito meramente estilístico;

evitar o emprego de expressão ou palavra que confira duplo sentido ao texto;

escolher termos que tenham o mesmo sentido e significado na maior parte do território
nacional, evitando o uso de expressões locais ou regionais;

31 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
usar apenas siglas consagradas pelo uso geral e não apenas no âmbito de setor da
administração pública ou de grupo social específico, observado que a primeira referência
no texto será acompanhada da explicitação de seu significado;

grafar por extenso quaisquer referências a números e percentuais, exceto data, número de
lei e nos casos em que houver prejuízo para a compreensão do texto;

indicar expressamente o dispositivo objeto de remissão, em vez de usar as expressões


‘anterior’, ‘seguinte’ ou equivalentes; e

utilizar as conjunções ‘e’ ou ‘ou’ no penúltimo inciso, alínea ou item, conforme a sequência
de dispositivos seja, respectivamente, cumulativa ou disjuntiva.

As siglas possuem regras específicas para a grafia, além de: a) não utilizar para designar órgãos da
administração pública direta; b) utilizar para designar entidades da administração pública indireta,
apenas se previsto em lei; c) não utilizar para designar ato normativo; d) usar apenas se consagrado
pelo uso geral e não apenas no âmbito de setor da administração pública ou de grupo social específico;
e e) na primeira menção, utilizar acompanhado da explicitação de seu significado.

O dispositivo objeto de remissão deve ser indicado expressamente por meio do emprego da
abreviatura “art.”, seguida do número correspondente, ordinal ou cardinal, em complemento às
regras já elencadas.

Ordem lógica

Para manter a ordem lógica, recomenda-se o seguinte:

reunir sob as categorias de agregação (subseção, seção, capítulo, título e livro) as disposições
relacionadas com o objeto da norma;

restringir o conteúdo de cada artigo a um único assunto ou princípio;

expressar por meio dos parágrafos os aspectos complementares à norma enunciada no


caput do artigo e as exceções à regra por este estabelecida; e

promover as discriminações e enumerações por meio dos incisos, alíneas e itens.

32 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
5. Participação social

5.1. Importância
Por mecanismos de participação social entende-se o conjunto de meios de comunicação instituídos
para facilitar o diálogo direto entre o Governo e o cidadão na discussão de políticas públicas.

O Estado deve assegurar que a atividade de


normatização preserve o interesse público, e a melhor
forma de atender este princípio é oportunizar que
os grupos afetados sejam informados e participem da
construção das regras que se farão compulsórias. É
fundamental que a administração pública reconheça
que o Poder Público não é o detentor exclusivo
do conhecimento. Os interessados (sociedade civil,
universidades, produtores rurais, indústria, etc.)
possuem informações valiosas para a construção
de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento
do agronegócio e precisam de mecanismos para
expressarem suas necessidades e seus conhecimentos.

33
33 Noções deBoas
Noções de
Normativa
BoasPráticas
Práticas
Afetaà àDefesa
Normativa Afeta
Regulatórias
Regulatórias
Defesa
Voltados
Voltados
Agropecuária
Agropecuária
à Produção
à Produção
5.2. Instrumentos de participação social

5.2.1. Consulta interna

A consulta interna submete a minuta de ato normativo às críticas e às sugestões dos colaboradores
do próprio órgão, para avaliar a proposta do ponto de vista institucional. Ocorre previamente à
Consulta pública.

Cumpre destacar que as contribuições apresentadas na consulta interna


não têm caráter vinculante. Porém, a fim de garantir a transparência do
processo, deve ser fundamentado o aceite ou a rejeição da proposição.

No âmbito federal, a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 199918, que regula o processo administrativo,
exige a justificativa de aceite ou rejeição de contribuições.

Ao final, a minuta deve ser revisada com a incorporação das sugestões de acréscimos, alterações ou
exclusões de texto.

5.2.2. Consulta pública

“A consulta pública é um dos principais


mecanismos de informação e inserção da
sociedade no processo regulatório, ajudando
a revelar as contradições entre os diferentes
grupos afetados, funcionando como uma
espécie de “termômetro” sobre a receptividade
da proposta para a tomada de decisão dos
reguladores”11.

A condução do processo de consulta pública compete à área responsável pelo tema regulado e será
necessária a divulgação da consulta nos canais de comunicação oficial (Diário Oficial), contendo:

a) a íntegra da minuta ou indicando onde acessá-la; e

b) a informação sobre o período e a forma de envio das contribuições.

34 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Considerando as legislações19 que tratam a matéria no âmbito da administração pública federal,
recomenda-se que o prazo mínimo para contribuições seja de quarenta e cinco dias, podendo ser
prorrogado, especialmente quando se tratar de casos mais complexos ou com maior repercussão na
sociedade. No momento da divulgação, devem ser disponibilizados todos os documentos relacionados
à proposta de ato normativo, inclusive o relatório de AIR, ressalvados aqueles de caráter sigiloso.

Cumpre destacar que as contribuições apresentadas na consulta pública não têm caráter
vinculante. Porém, a fim de garantir a transparência do processo, deve ser fundamentado o
aceite ou a rejeição da proposição, de acordo com o disposto na Lei nº 9.784, de 199918, que
regula o processo administrativo no âmbito federal.

Ao final do prazo para o envio de contribuições à consulta pública, a minuta deve ser novamente
revisada com a incorporação das sugestões acatadas de acréscimos, alterações ou exclusões de
texto.

5.2.3. Tomada pública de subsídios

A tomada pública de subsídios - TPS é um mecanismo que possibilita


a participação social em diferentes fases do processo regulatório e
contempla diferentes técnicas de coleta de dados, ideias, percepções,
alternativas de soluções e opiniões sobre determinado tema.

Por meio desse instrumento, tem-se o propósito de coletar


informações da sociedade e de regulados, como subsídio para as fases de estudo e para o
desenvolvimento de propostas de atos normativos e regulamentos.

Importante salientar que a TPS não se destina a submeter minutas de atos


à avaliação popular, o que se faz por meio da consulta pública.

Para que a TPS sirva de subsídio para o enfrentamento do problema regulatório é importante que
seu escopo e objetivos estejam definidos de forma clara. Ademais, deve ser divulgada nos canais de
comunicação oficial (Diário Oficial), com o estabelecimento de prazo para o envio de comentários
compatível com o grau de complexidade dos questionamentos apresentados para a sociedade.

35 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
5.2.4. Audiência pública
“A audiência pública constitui um espaço em que quaisquer interessados têm a oportunidade
de manifestação, em condições igualitárias e democráticas, sobre proposta de ato normativo em
elaboração. Entretanto, apesar de também ser um mecanismo de participação social, diferencia-se da
consulta pública pela oralidade, ou seja, concretiza-se por meio de debates orais em reunião formal,
previamente anunciada e marcada especificamente para esse fim”11.

A realização de audiência pública é recomendada, sobretudo, em face de assuntos que envolvam


polêmica, complexidade ou repercussão. Compete à área responsável pelo tema regulado identificar
essa relevância e proceder à sua convocação antes da finalização da minuta de ato normativo.
Confere-se, assim, maior publicidade, transparência e legitimidade às regulamentações oriundas da
defesa agropecuária.

Cumpre destacar que as manifestações, assim como ocorre na consulta pública, não têm
caráter vinculante, mas o órgão deve fundamentar o seu aceite parcial ou a sua rejeição, de
acordo com o disposto na Lei nº 9.784, de 199918, que regula o processo administrativo no
âmbito federal.

“A convocação deve ser amplamente divulgada, inclusive por


meio dos canais de comunicação oficial (Diário Oficial), com
antecedência mínima de quinze dias úteis da data marcada para
a audiência. A mesma anterioridade deve ser observada na
disponibilização de todos os documentos relacionados à proposta
de ato normativo, inclusive o relatório de AIR, ressalvados aqueles
de caráter sigiloso. O aviso deve informar data, local, horário e
programação, bem como o objetivo e a forma de cadastramento
e participação”11.

A condução da reunião compete à unidade responsável pelo


tema regulado, que a presidirá. Cabe à presidência manter a ordem concedendo e cassando a palavra,
bem como determinando a retirada de pessoas que perturbem o andamento dos trabalhos.

“A participação na sessão presencial deve se restringir aos assuntos constantes da pauta e depende
de inscrição prévia, sendo facultada a apresentação de documentos. A presidência deve observar a
ordem de registro, bem como estabelecer e cronometrar o tempo para as exposições, em função
do número de inscritos. O participante pode reformular ou complementar sua manifestação inicial,
bastando se inscrever novamente. À critério da presidência, a sessão pode ser gravada por meios
eletrônicos, assegurando-se o acesso dos interessados ao conteúdo. Ao final, os debates devem
ser registrados em ata e a minuta deve ser novamente revisada, com a incorporação das sugestões
acatadas de acréscimo, alteração ou exclusão de texto”11.

36 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
6. Práticas voltadas à gestão do
estoque regulatório
O conjunto de leis e decretos que regulamentam as atividades de defesa agropecuária remonta à
década de 1930. Desde então, foram introduzidas inúmeras modificações decorrentes do avanço do
conhecimento, da modernização dos sistemas produtivos e da reorganização dos mercados interno
e externo.

Em recente levantamento feito pelo MAPA, foram listados dois mil duzentos e sessenta e oito atos
normativos vigentes, que foram expedidos pelo órgão, afetos à matéria. O resultado é um arcabouço
legal disperso e, muitas vezes, obsoleto, o que dificulta a sua implementação e a formulação de políticas
e estratégias integradas e intersetoriais. E a percepção geral é de que o mesmo cenário se apresenta
nas demais esferas de Governo, uma vez que a Constituição atribui competência aos Estados e aos
Municípios para legislarem sobre a referida temática de forma concorrente e suplementar.

No âmbito federal o Decreto nº 10.139, de 201915, estabeleceu um


cronograma para que os órgãos e entidades da administração pública fede-
ral direta, autárquica e fundacional examinem todas as normas infralegais
vigentes.

O objetivo é atualizar e diminuir o estoque regulatório, eliminando normas obsoletas e minimizando


a complexidade dos processos, para promover a segurança jurídica e a redução do Custo Brasil.

37
37 Noções deBoas
Noções de
Normativa
BoasPráticas
Práticas
Afetaà àDefesa
Normativa Afeta
Regulatórias
Regulatórias
Defesa
Voltados
Voltados
Agropecuária
Agropecuária
à Produção
à Produção
Desta forma,
estabeleceu-se a
I gestão do estoque III
regulatório que
o levantamento e a compreende: a criação de
revisão do acervo de bibliotecas temáticas
de atos normativos,
atos normativos II de acordo com as
vigentes;
áreas de maior
a consolidação dos atos interesse dos
normativos por assunto usuários; e
temático, buscando dar
clareza e objetividade às
regras estabelecidas;

IV

a divulgação dos atos normativos


em sítios eletrônicos oficiais, em
endereço de acesso permanente
e único por ato, com registro no
corpo do texto das alterações
realizadas por normas esparsas,
das revogações de dispositivos e
das suspensões ou invalidações
por determinação judicial.

Outra prática que favorece a organização do estoque regulatório é a instituição da avaliação de


resultado regulatório - ARR. Conhecida como ex post, a ARR é a ferramenta apropriada para
acompanhar o desempenho de atos normativos, que considera não só o alcance dos objetivos
traçados por ocasião da AIR, mas principalmente os efeitos observados sobre o mercado e a
sociedade11.

A ARR é de fundamental importância para o ciclo regulatório, pois uma regulação inicialmente
eficaz pode se tornar ultrapassada ou inútil.

38 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Algumas situações podem prejudicar o desempenho de atos normativos ao longo do tempo, tais
como:

a) fatores imprevisíveis;

b) alterações nos diversos riscos sanitários;

c) mudanças de contexto;

d) inovações tecnológicas; ou

e) alterações incontornáveis no comportamento dos agentes.

O acompanhamento e a análise regular da implementação do ato normativo permitem a constatação


tempestiva de necessidade de revisão e promoção de melhorias, que evita a continuidade de
regulamentações ineficazes, que oneram desnecessariamente o setor regulado, a sociedade e o
próprio Governo. Para tanto, é necessário estabelecer método de acompanhamento que possibilite
avaliar:

I - a resolução ou a permanência do problema regulatório;

II - o cumprimento dos objetivos originalmente pretendidos;

III - os impactos esperados e inesperados;

IV - a ocorrência de problemas ou efeitos indiretos não identificados; e

V - a necessidade de manutenção da ação regulatória.

Portanto, a instituição de um método de acompanhamento de atos normativos é necessária, tendo


em vista o disposto no Decreto nº 10.411, de 202010, que tornou obrigatória a implantação da ARR
para todos os órgãos da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.

39 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
Referências Bibliográficas
1 BRASIL. Decreto nº 5.741, de 30 de março de 2006. Diário Oficial da União. Brasília, 2006.
Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2006/decreto-5741-30-marco-
2006-541585-norma-pe.html>. Acesso em 30 mar. 2021.

2 ______. Decreto nº 10.253, de 20 de fevereiro de 2020. Diário Oficial da União. Brasília,


2020. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2020/decreto-10253-20-
fevereiro-2020-789793-norma-pe.html>. Acesso em 30 mar. 2021.

3 ______. Lei nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991. Diário Oficial da União. Brasília, 1991.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8171.htm>. Acesso em 01 jul. 2021.

4 ______. Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017. Diário Oficial da União. Brasília,


2017. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2017/decreto-9203-22-
novembro-2017-785782-norma-pe.html>. Acesso em 30 mar. 2021.

5 OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico. Regulatory Impact


Analysis in OECD Countries: Challenges for developing countries. Jun. 2005. Disponível em:
<https://zakonodavstvo.gov.hr/UserDocsImages/dokumenti/OECD%20(2005)%20RIA%20
in%20OECD%20Countries.pdf>. Acesso em 30 mar. 2021.

6 MBC - Movimento Brasil Competitivo. Avanço Regulatório. In: Revista Brasil+. Ano 5. 9. ed.
Dez. 2020. P. 58. Disponível em: <https://www.mbc.org.br/wp-content/uploads/2020/12/Revista-
Brasil-9%C2%AA-edi%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em 30 mar. 2021.

7 BANCO MUNDIAL. Doing Business 2020: Comparing Business Regulation in 190 Economies.
Washington, DC: World Bank. 2020. Disponível em: <https://openknowledge.worldbank.org/
handle/10986/32436>. Acesso em 30 mar. 2021.

8 BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Diretrizes Gerais e Guia Orientativo para
elaboração de análise de impacto regulatório - AIR. Brasília: Presidência da República. 2018.
Disponível em: <https://www.gov.br/casacivil/pt-br/centrais-de-conteudo/downloads/diretrizes-
gerais-e-guia-orientativo_final_27-09-2018.pdf/view>. Acesso em 30 mar. 2021.

9 ______. Lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2020. Diário Oficial da União. Brasília, 2020.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2019/lei/L13874.htm.
Acesso em 01 jul. 2021.

10 ______. Decreto nº 10.411, de 30 de junho de 2020. Diário Oficial da União. Brasília, 2019.
Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2020/decreto-10411-30-junho-
2020-790371-norma-pe.html>. Acesso em 30 mar. 2021.

40 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária
11 ______. Decreto nº 10.229, de 05 de fevereiro de 2020. Diário Oficial da União. Brasília,
2020. Disponível em: <https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/decreto-n-10.229-de-5-de-fevereiro-
de-2020-241828630>. Acesso em 01 jul. 2021.

12 ______. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Portaria nº 191, de 9 de junho de


2020. Diário Oficial da União. Brasília, 2020. Disponível em: <https://www.in.gov.br/en/web/
dou/-/portaria-n-191-de-9-de-junho-de-2020-261274666>. Acesso em 30 mar. 2021.

13 MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 36. ed. São Paulo: Malheiros Editores. 2010.

14 ______. Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1998. Diário Oficial da União. Brasília,
1998. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/leicom/1998/leicomplementar-95-
26-fevereiro-1998-363948-norma-pl.html>. Acesso em 30 mar. 2021.

15 ______. Decreto nº 9.191, de 1º de novembro de 2017. Diário Oficial da União. Brasília,


2017. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2017/decreto-9191-1-
novembro-2017-785689-publicacaooriginal-154137-pe.html>. Acesso em 30 mar. 2021.

16 ______. Decreto nº 10.139, de 28 de novembro de 2019. Diário Oficial da União. Brasília,


2019. Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/2019/decreto-10139-28-
novembro-2019-789486-norma-pe.html>. Acesso em 30 mar. 2021.

17 ______. Presidência da República. Casa Civil. Manual de Redação da Presidência da República. 3.


ed., rev., atual. e ampl. Brasília: Presidência da República, 2018.

18 ______. Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011. Diário Oficial da União. Brasília, 2011.
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm>.
Acesso em 01 jul. 2021.

19 ______. Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Diário Oficial da União. Brasília, 1999.
Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1999/lei-9784-29-janeiro-1999-
322239-norma-pl.html>. Acesso em 30 mar. 2021.

20 ______. Lei nº 13.848, de 25 de junho de 2019. Diário Oficial da União. Brasília, 2019.
Disponível em: <https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2019/lei-13848-25-junho-2019-
788523-veto-158409-pl.html>. Acesso em 30 mar. 2021.

21 ABREU FERREIRA, P. H.. Atos Administrativos. Revista do Âmbito Jurídico. São Paulo,
2016.Disponível em: < https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-administrativo/atos-
administrativos/>. Acesso em 01 jul. 2021.

41 Noções de Boas Práticas Regulatórias Voltados à Produção


Normativa Afeta à Defesa Agropecuária

Você também pode gostar