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APOSTILA – PARTE 1
Maringá –Pr
2010
Ementa
Introdução à higiene e sanitização na indústria de alimentos, ferramentas de gerenciamento
de segurança alimentar, legislação de alimentos e aditivos alimentares.
Objetivos
Fornecer ao aluno os fundamentos necessários relacionados à higiene, aditivos e legislação
de alimentos.
Conteúdo Programático
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Referências
GUTHRIE, R.K. Food Sanitization. 3a. Ed. New York, Van Nostrand Reineld, 1988
Código Sanitário do Estado – Decreto N.° 3641/77 . Estado do Paraná. Secretaria de Saúde
e do bem estar social 1977.
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SUMÁRIO
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1 - OS PRINCÍPIOS GERAIS DE HIGIENE ALIMENTAR DO CODEX
ALIMENTARIUS
1.1 Alcance
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1.2 Papéis desempenhados por governos, indústrias e consumidores.
1.3 Uso
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Inevitavelmente, haverá situações em que alguns dos requisitos específicos contidos
no documento não são aplicáveis. A pergunta fundamental em cada caso é "o que é
necessário e apropriado em termos de segurança e inocuidade para consumo do alimento?”
O texto indica onde essas questões podem surgir usando as frases "quando
necessário" e "quando apropriado". Na prática isto significa que, apesar do requisito ser
geralmente apropriado e razoável, haverá algumas situações onde não será necessário nem
apropriado em termos de segurança e inocuidade do alimento.
2 - DEFINIÇÕES
Para atender aos fins do Codex, incluiu-se uma relação de expressões e suas
definições:
Desinfecção: redução, por meio de agentes químicos e/ou métodos físicos, do número de
microrganismos no ambiente, a ponto de não comprometer a segurança ou a inocuidade do
alimento.
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Inocuidade do alimento: garantia de que o alimento é aceitável para o consumo humano de
acordo com seu uso esperado.
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Anti-séptico: é uma substância que previne a ação dos microorganismos pela destruição ou
inibição de seu crescimento ou atividade, usado na pele, mucoso ou outros tecidos vivos.
Bacteriotático: é o agente que inibe o crescimento das bactérias, assim como fungistático é
o agente que inibe o crescimento de fungos.
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É importante que o processo de higienização não interfira nas propriedades
nutricionais e sensoriais dos alimentos, bem como garanta a preservação de sua pureza e de
suas características microbiológicas.
Assim, a utilização de cuidados rigorosos de higienização, seguindo normas
adequadas, favorece o controle, viabiliza os custos de produção, satisfaz os consumidores e
não favorece riscos a saúde do consumidor, além de respeitar as normas e padrões
microbiológicos recomendadas pela legislação.
Pode-se considerar a higienização eficiente (H E) como sendo o resultado da inter-
relação entre a energia química, mecânica e térmica, além do tempo de duração do
procedimento, ou seja:
“A limpeza reduz a carga microbiana das superfícies, mas não a nível satisfatório.”
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O termo sujidade é usado para identificar qualquer substância como poeira,
depósitos, resíduos ou qualquer outro material que deva ser removido de uma superfície na
operação de limpeza.
As sujidades, normalmente, contêm números elevados de microrganismos, que são,
na verdade, os principais agentes responsáveis pelos processos de deterioração de
alimentos.
Além de microrganismos, as sujidades podem conter resíduos de inseticidas,
raticidas, desinfetantes que, ao entrar em contato com os alimentos, poderão torná-los
prejudiciais à saúde humana.
As sujidades podem se depositar pela formação de um filme (película) de carbonato
de cálcio (CaCO3), à dureza da água, que ajuda a fixar proteínas, açúcares, gorduras e
minerais na superfície do equipamento ou pela precipitação da dureza dos agentes de
limpeza, como por exemplo, o fosfato trissódico (Na3PO4.12H2O), também adere á
superfície dos equipamentos.
Para se obter sucesso na limpeza de equipamentos é preciso conhecer o tipo de
resíduo que adere a superfície. Os resíduos apresentam uma composição bastante complexa
variando conforme o tipo de indústria alimentícia. Normalmente, contém carboidratos,
lipídios, proteínas e sais minerais monovalentes ou polivalentes. Uma deposição ou resíduo
pode conter um ou todos os componentes residuais acima mencionados. Além dos resíduos
de alimentos, as deposições podem conter sais de cálcio e magnésio, origináveis da água
dura, poeira, óleo de lubrificação de equipamentos e ingredientes insolúveis de produtos de
limpeza.
Alguns procedimentos podem ser adotados para minimizar a formação de depósitos
e facilitar a limpeza.
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c) enxaguar as superfícies imediatamente após a drenagem ou esvaziamento do
equipamento, para tirar espuma e produto, pois a secagem deste causa um aumento
na dificuldade de limpeza;
d) manter os filmes de sujeira sempre úmidos, na hipótese de não ser possível
lavagem imediata do equipamento.
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Figura 1. Mapa conceitual de higienização na indústria de alimentos
a) Resíduo Orgânico
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b) Resíduo Mineral
A Tabela 1 apresenta a solubilidade, remoção e alteração pelo calor para cada tipo
de resíduo da indústria de alimentos.
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Este biofilme contém proteínas, lipídeos, fosfolipídeos, carboidratos, sais minerais e
vitaminas.
4 - INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA
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alimento. Estas alterações ocorrem pelo metabolismo do microrganismo que usa o alimento
como fonte de energia. São exemplos: bactérias, bolores e leveduras.
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4.2 Tipos de contaminação
Procarionte: não tem núcleo, possui DNA, fazem divisão binária (menor que eucarioto)-
primitivo. Ex: bactérias
Eucariontes: possuem núcleo, divisão por mitose, maior tamanho, possui mitocôndrias,
retículo endoplasmático liso e rugoso. Ex: fungos.
O universo microbiano abrange diversas formas de vida:
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- gram negativas: possuem em sua membrana externa lipopolissacarídeos
(LPS) é muito impermeável. Tem maior capacidade de permanecer no
organismo pois é mais resistente a antibióticos. O corante não consegue se
fixar fica rosa. Ex: bacilos, E.coli, Salmonela.
c) Vírus: não possuem vida própria, só crescem quando estão dentro da célula do
organismo do homem ou animal. O homem adquire pela ingestão de água, leite ou
qualquer alimento contaminado ou pelo contato direto com pessoas doentes. Ex:
hepatite, sarampo.
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O crescimento microbiano é favorecido quando 1,0 < Aa < 0,6. Nos alimentos os
valores de Aa variam de 0 a 1.
Bactérias por exemplo necessitam de mais água do que fungos e leveduras. Bactérias
gram negativas requerem maior Aa que as gram positivas.
b) pH
É a medida da acidez, ou seja, a concentração de íons hidrogênio. Os alimentos podem
ser classificados de acordo com seu pH em pouco ácidos (pH > 4,5 ex: carnes e pescados),
ácidos (ph entre 4 a 4,5 ex : frutas e hortaliças), muito ácidos (pH < 4,0, ex: sucos de frutas,
refrigerantes).
d) Composição do alimento
Os alimentos devem conter nutrientes disponíveis para que haja multiplicação
microbiana: água, açucares, gorduras, proteínas, vitaminas, sais minerais (cálcio, fósforo,
potássio, ferro, etc)
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Um microrganismo pode produzir metabólitos no alimento que podem afetar o
crescimento de outros microrganismos. Exemplo: bactérias produtoras de ácido láctico
acidificam o meio não deixando que outros microrganismos se desenvolvam.
a) Temperatura
Os microrganismos podem se multiplicar em uma faixa muito ampla de
temperatura, havendo registros de multiplicação a um mínimo de –35o C e um máximo de
90o C. Os microrganismos são divididos nos seguintes grupos:
b) Umidade Relativa:
É relacionada com a atividade de água, o alimento está sempre trocando umidade com
seu ambiente.
UR > Aa do alimento, este absorve água, então Aa aumenta
UR< Aa do alimento, este perde água, então Aa diminui
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c) Composição do ambiente
Sabe-se que a presença de oxigênio fornece o crescimento de aeróbios ou
facultativos e a ausência de oxigênio favorece o crescimento de anaeróbios ou
facultativos. São usadas atmosferas modificadas para controlar.
O estudo das interações entre os vários fatores intrínsecos e extrínsecos que afetam
a capacidade de sobrevivência e de multiplicação dos microrganismos nos alimentos deu
origem ao famoso conceito dos obstáculos de Leistner (Nurdle theory).
O conceito dos obstáculos deu origem à tecnologia dos obstáculos (Nurdley
technology) que se baseia na utilização simultânea de mais de uma forma de controle
microbiano nos alimentos, como salga, acidificação, processamento térmico, adição de
conservantes químicos, etc. O objetivo é a obtenção de produtos alimentícios estáveis, de
prolongada vida de prateleira e seguros à saúde dos consumidores.
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- deveria haver técnicas rápidas, simples e precisas para a sua detecção e/ou
contagem.
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Sua presença em números elevados indica práticas sanitárias inadequadas ou
exposição do alimento a condições que permitam multiplicação de microrganismos.
• Outros indicadores:
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Clostrídios: não são específicos nas fezes humanas. Por serem formadores de esporos,
podem persistir nos alimentos quando a minoria dos microrganismos entéricos foram
destruídos.
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- Caracterização das doenças de origem alimentar: define-se surto como a
ocorrência de dois ou mais casos associados a um alimento.
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4.8 Doenças Veiculadas Por Alimentos (DVA)
As DVA são problemas sérios em todo o mundo e não existe imunidade neste caso,
independe da raça, poder ou classificação mundial.
Com a mudança dos hábitos alimentares os microrganismos também estão se
alterando (sofrendo mutações) e se adaptando aos novos meios. A cada dia, descobrem-se
novas doenças os microrganismos modificam-se.
As enfermidades podem ocorrer de três formas:
• Pré –lavagem
• Aplicação de detergente
• Sanificação
• Lavagem final
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passíveis de remoção. O tipo de detergente a ser usado está condicionado à natureza da
sujidade a ser removida.
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• Penetração- O liquido se introduz através de substâncias porosas, de orifícios, de fissuras
ou de pequenas aberturas;
• Sequestração — impedem a deposição de sais minerais e com isso a sua remoção das
superfícies;
6- Peptizar proteínas;
13 - Ser econômico;
14- Biodegradável;
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15 -Estável durante o armazenamento
• Custo.
a) Agentes Alcalinos
b) Agentes Àcidos
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c) Agentes Tensoativos - Aniônicos
Catiônicos
Não-iônicos
Anfótero
a – Agentes alcalinos
• Sesquissilicato de sódio(3Na2).2Si211H2
Os álcalis fortes têm efeito sobre vidro, alumínio, zinco (incluindo ferro galvanizado)
estanho, e são extremamente perigosos para manipulação. Em geral, eles têm poder
dissolvente elevado e são relativamente bons dispersantes. Os detergentes alcalinos têm
propriedades de umectação e de enxaguadura baixas.
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• Fosfato trissódico ou TSP (Na3POH4 . 12 H2O);
Assim como os álcalis fortes, eles são usados como fonte de oxigênio para remoção
de resíduos orgânicos, e exceto os polifosfatos, podem reagir com cálcio e/ou magnésio,
formando depósitos. Os polifosfatos apresentam boa propriedade de condicionamento de
água, e são freqüentemente adicionados com este propósito. Os álcalis suaves são
adequados para limpeza manual por serem menos perigosos, porém não são tão efetivos
quanto os compostos alcalinos fortes.
b- Agentes Ácidos
Ácidos inorgânicos - são corrosivos embora alguns como: os ácidos sulfúricos, clorídricos
e nítricos sejam usados pra remover incrustações causadas pela dureza da água e pela
precipitação de partículas que aderem aos pasteurizadores em indústrias de laticínios.
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Ácidos Orgânicos — são bacteriostáticos e mais seguros de manusear, e podem ser usados
Ácido Cítrico
c- Agentes Tensoativos
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Tensoativo Anfótero — Podem ser aniônicos ou catiônicos dependendo do pH do meio.
Ex: dodecildiaminoetil g1icina que é ativo na forma aniônica.
Seqüestrantes
• Polifosfatos
• Fosfato SO
• Hexametafosfato de sódio
• Pirofosfato ácido de sódio
• Polifosfato tetrassódico
• Tetrafosfato de sódio
• Tripolifosfato de sódio
Quelantes
Tem ação similar aos polifosfatos, ao evitar que os componentes de dureza da água
se aglomerem nas superfícies. Os elementos presentes na água dura juntam e formam a
estrutura anelar dos quelantes.
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5.1.6 Fatores Que Influenciam na Eficiência da Detergência
a) Estado da Superfície
Dificuldade na limpeza
O tempo, por si só, não tem efeito na eficiência de limpeza, e portanto, deve ser
considerado em relação a outras variáveis como concentração, temperatura do detergente,
etc. Porém, se as outras variáveis forem mantidas constantes, um aumento no tempo
resultará num aumento da eficiência da limpeza.
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d) Tipo e concentração do detergente
e) Temperatura
f) Efeito mecânico
5.2 Sanitização
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importante ter alguns conceitos sobre como são inibidos ou mortos os microrganismos. O
conhecimento do modo de ação de um agente em particular pode predizer as condições sob
as quais ele funcionará de modo mais efetivo, assim como quais espécies de
microrganismos o agente terá maior eficácia. Uma vez que o processo letal é aplicado,
ocorre um efeito de dominó, constituindo-se num real problema estabelecer o local
primário de lesão responsável pela deterioração das funções vitais.
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Como a membrana citoplasmática, formada por várias camadas, é o local de
diversas enzimas, sua alteração pode afetar o funcionamento dessas enzimas.
A viabilidade de uma célula está associada com manutenção das proteínas e dos
ácidos nucléicos em seu estado normal. Qualquer condição ou substância que alterar esse
estado, ou seja, desnaturar as proteínas pode lesar irreparavelmente a célula. As
temperaturas altas e as concentrações elevadas de algumas drogas químicas podem
ocasionar coagulação irreversível (desnaturação) desses constituintes protoplasmáticos
vitais.
Cada uma das centenas de diferentes enzimas celulares representa um alvo potencial
para um inibidor. A inibição das reações geradoras de energia pode ser especialmente
prejudiciais e muitos agentes afetam as enzimas participantes dessas vias importantes
(sistema de glicólise, ciclo de Krebs e o sistema citocromo). O cianeto, por exemplo, inibe
a citocromooxidase, o fluoreto inibe a glicólise, os compostos do arsênio trivalente
bloqueiam o ciclo de ácido tricarboxílicos, enquanto o dinitrofenol rompe as fosforilações
oxidativas.
Os agentes oxidantes fortes (ex. os halogênios e o peróxido de hidrogênio) podem
danificar os constituintes celulares em tal extensão que as bactérias não conseguem mais
realizar suas fonações metabólicas normais. A atividade de muitas enzimas depende de um
de seus componentes, o grupamento sulfidrila, SH. Um agente oxidante pode alterar este
arranjo químico e inativar a enzima como mostra a Figura 2.
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SH S
Enzima Enzima
Ativa Inativa
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5.2.3 Fatores Que Influenciam na Escolha do Sanitizantes
g) Custo
Ter controle da qualidade da água utilizada para este processo, quanto a pH, dureza
e condições microbiológicas.
O tempo de contato com os itens a serem atuados deve ser suficiente para garantir
ao sanitizante uma plena atividade. A priori, os sanitizantes têm sua atividade analisada em
função de um tempo mínimo de atuação.
O nível de diluição do sanitizante deve ser monitorado, verificando-se a
concentração do produto e até que ponto o mesmo continua efetivo, através de testes de
laboratório específicos que fornecem um parâmetro confiável.
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5.2.5 Tipos de Agentes Sanitizantes
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Apresenta as seguintes desvantagens:
De uma forma geral, a sanificação utilizando calor é econômica, porém, não deve ser
aplicada em equipamentos grandes e abertos por causa da dissipação de calor, pois isto
representará um custo energético excessivo.
d. Radiação
A radiação apresenta vários efeitos sobre as células, que depende do tamanho da onda
intensidade e duração. Existem dois tipos de radiações que podem matar microrganismos,
ou radiações esterilizantes: ionizantes e não ionizantes.
lonizantes - raios gama, raios X ou irradiações de elétrons de alta energia, tem um
tamanho de onda menor que as não ionizantes, menor que 1 nm
A Tabela 2 apresenta um resumo dos agentes físicos mais comumente usados para
controlar e crescimento microbiano.
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Tabela 2 Agentes físicos usados para controlar o crescimento microbiano.
Calor
3-Calor seco
Xícaras de papel,
b- Incineração Flambagem às cinzas Método muito efetivo roupas contaminadas,
de esterilização carcaças de animais,
sacos
c- Esterilização oxidação
Efetivo método de
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por ar quente esterilização, mas Vidrarias,
requer temperatura instrumentos,
de 170C por 2 horas seringas
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Um sanitizante ideal deve apresentar as seguintes características:
b) não deve ser afetada por matéria orgânica, resíduos de detergentes, dureza da água e pH ;
a) Compostos Clorados
b) Compostos Iodados
a - COMPOSTOS CLORADOS
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Os compostos clorados têm sido os mais usados nas indústrias de alimentos, para
sanificação de equipamentos e utensílios e para o controle microbiológico da água de
abastecimento. Os compostos clorados podem ser orgânicos ou inorgânicos.
HOCl H+ + OCl
Sanificantes formulados com sais de compostos orgânicos que contêm cloro nas
moléculas. As cloraminas orgânicas podem ser produzidas pela reação de HOCl com
amina, amida, imina ou imida. Neste grupo de compostos mais importantes são a
cloramina-T, a diclorodimetilhidantouna e os ácidos clorocianúricos.
Os compostos clorados, de um modo geral, apresentam as seguintes vantagens:
a) largo espectro de atuação;
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As desvantagens são:
Fórmula usada:
Concentração (cloro) X 10
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SOLUÇÃO CLORO 2,5% CLORO 12%
Enxágüe das instalações 40 ml cloro + 8,5 ml de cloro + 10
100 ppm
(paredes, piso, etc) 10 litros de água litros de água
Enxágüe de vasilhames 40 ml cloro + 8,5 ml de cloro + 10
100 ppm
e equipamentos 10 litros de água litros de água
Água de chiller 8 ml de cloro + 100 2 ml de cloro +
2 ppm
litros de água 100 litros de água
20 ml de cloro + 4 ml de cloro +
5 ppm
100 litros de água 10 litros de água
Utensílios guardados de um dia
4ml de cloro + 1,0 ml de cloro +
para o outro submerso em 10 ppm
10 litros de água 10 litros de água
solução
40 ml cloro + 8,5 ml de cloro +
Pedilúvio 200 ppm
5 litros de água 5 litros de água
b - COMPOSTOS IODADOS
O iodo tem sido aplicado como sanificante há mais de um século nas formas de
tintura de iodo, solução de iodo alcoólico e soluções contendo iodo metálico mais iodeto.
No entanto, nesta forma o iodo apresenta restrições em sua utilização, devido à baixa ação
de molhagem que apresenta, excessiva pressão de vapor, problemas com solubilidade,
irritação à pele, olhos e mucosas de manipuladores, entre outros. Por isso o uso do iodo
como agente de sanificação na indústria de alimentos tornou-se muito mais viável, com
formulações conhecidas como iodóforos.
Os complexos formados são solúveis em água, permanecendo ainda a capacidade
germicida, além de eliminar outras características indesejáveis presentes nas demais
soluções iodadas.
O termo iodóforo significa carreador de iodos: do latim “iodum” e do grego
“phorrein”, ou seja, carreador. Diluídos em água, estes complexos liberam lentamente iodo
e apresentam uma melhor solubilidade, são inodoros e não irritantes à pele, quando
comparados às soluções aquosas e alcoólicas de iodo.
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Para preparar o iodóforo, o iodo é adicionado ao tensoativo e aquecido à
temperatura de 55- 65°C, levando a uma estabilização do produto final. Se o nível de iodo
não ultrapassar o limite de solubilidade do tensoativo, o produto final será completamente
solúvel, por meio de uma lenta liberação do iodo em solução aquosa. O iodo encontra-se
ligado a um agregado micelar no carreador e quando diluído em água ocorre um processo
de dispersão micelar e a ligação iodo-tensoativo é desfeita, ocorrendo à liberação do
germicida. Em geral, apenas 80 a 90% do iodo nas formulações dos tensoativos tornam-se
efetivo como bactericida, ficando o restante complexado ao surfactante. Embora a
concentração de iodo nessas formulações possa variar de 1 até 30%, a maioria das
formulações comerciais encontra-se na faixa de 0,5 a 1,75% de iodo residual livre.
• Boa estabilidade
• Ação de molhagem
• Não corrosivo
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A ação dos compostos iodados se deve principalmente ao I2 liberado pelas soluções
aquosas e pelos complexos com agentes tensoativos. Em relação a células vegetativas,
pressupõe-se que o I2 penetre na parede celular, ocasionando a destruição da estrutura
protéica. Além disso, haveria uma ação em nível de protoplasma onde o I2, inibiria sistemas
enzimáticos chaves por meio da oxidação do aminoácido tirosina, formando diiodotirosina.
Esta reação mudaria a estrutura da enzima, afetando a atividade.
O iodo é tão eficiente quanto o cloro sobre células vegetativas, mas apresenta uma
ação muito menor quando se trata dos esporos bacterianos.
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Também, devem ser aplicados às superfícies previamente limpas, onde a matéria
orgânica tenha sido devidamente removida, sendo menos reativo com a matéria orgânica.
Em formulações com ácido fosfórico, com pH próximo de 2, são usados para
limpeza no lugar (CIP), desde que não forem muita espuma, o que poderia dificultar o
procedimento de higienização. Deve utilizar, portanto, tensoativos que apresentem boa ação
de molhagem, mas que não sejam excessivamente espumantes.
Na indústria de laticínios, o ácido participante das formulações comerciais previne a
formação de incrustações minerais, denominadas pedras de leite. A presença da pedra de
leite pode ser evidenciada pelo iodo, que a colore de amarelo.
Quando tamponamos com ácido acético mais acetato, os iodóforos são usados para
diminuir a microbiota de manipuladores de alimentos. Este produto por originar em solução
aquosa um pH próximo de 6, não provoca irritação à pele. Os iodóforos encontram-se entre
os mais efetivos sanificantes para remoção de Staphylococcus aureus das mãos, além de
serem ativos contra grande espectro de outros organismos patogênicos, incluindo
Mycobacterium tuberculosis, fungo, vírus e esporos fúngicos. Reduzem acentuadamente o
número de bactérias após dias consecutivos de uso.
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hidrofóbicos e, por isso, tendem a migrar às superfícies e interfases. Comparados com
hipocloritos, os CQ são mais caros, porém tem ótimas propriedades, são muito pouco
afetados pela presença e restos orgânicos, não corrosivos e tem baixa toxicidade não
irritando a pele e tem boa estabilidade. Tem efeito residual e portanto exige que as
superfícies sejam enxaguadas antes de entrar em contato com os alimentos. Não é
compatível com alguns detergentes.
d- solúveis em água;
As desvantagens são:
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h- são mais caros que os compostos clorados
d — OUTROS COMPOSTOS
1- COMPOSTOS FENÓLICOS
Os compostos fenólicos são pouco usados nas indústrias de alimentos. O emprego mais
comum é na elaboração de produtos para desinfecção da pele em serviços hospitalares. São
também utilizados como coadjuvantes de tintas antifúngicas, onde são empregados
compostos como: o-fenilfenol, 4,6 clor, 2-fenilfenol e o-benzil.p-clorofenol.
Apesar de sua alta toxicidade, os fenóis clorados são estáveis e podem ser estáveis e
podem ser usados a qualquer temperatura. Eles são efetivos contra esporos, vírus, fungos,
bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. São efetivos em água dura, e são menos
afetados pela presença de matéria orgânica que os compostos clorados.
Vantagens
• Ativo a baixas concentrações;
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• Apresentam amplo espectro de ação, atuando contra bactéria, vírus, fungos, algas,
inclusive esporos;
• Não altera o sabor ou odor dos alimentos, não precisando ser enxaguado;
Desvantagens
• Não é facilmente titulável;
• Treinamento do pessoal;
3- CLORHEXIDINA
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apresentam, é germicida. O mecanismo de ação da clorhexidina caracteriza- se pela rápida
absorção pelas células bacterianas, resultando em diversas modificações citológicas que
afetam a permeabilidade.
Tem sido recomendada como agente sanitizante na indústria alimentícia, sendo
utilizada por manipuladores, em equipamentos, utensílios e ainda recomendada para
controle microbiológico de salmouras no processamento de queijos.
Neste processo é utilizado um pré-enxagüe com água morna para retirar os resíduos
pouco aderentes, e depois é aplicado o detergente com ajuda de escovas ou esponjas. A
temperatura da solução detergente e o tipo de detergente devem ser adequados, de modo
que não causem danos ao operador. Este método é normalmente utilizado na limpeza de
grandes tanques abertos. Ex: tanques de fabricação de queijos.
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b) Manual com auxílio de aspersores de pressão
c) Imersão
d) Máquinas lavadoras
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e) Limpeza no lugar – Clean in Place (CIP)
1- Tempo
2- Temperatura
3- Turbulência
4- Concentração e composição do detergente
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Figura 3. Sistema CIP
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7 - MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA SANIFICAÇÃO
As placas tipo RODAC (Replicate Organism Direct Agar Contact) são as mais
utilizadas, estando disponíveis comercialmente. As placas têm aproximadamente 5 cm de
diâmetro e permite ser preenchida com ágar. A superfície do meio de cultura, em relevo,
permite o contato (por pressão) com a superfície a ser testada e posterior incubação à
temperatura adequada a análise microbiológica a ser realizada. A contagem é feita
diretamente na placa e o resultado expresso em número de microrganismos/cm2 Este
método pode ser qualitativo ou quantitativo, dependendo do tipo de Agar. Pode-se
quantificar apenas números relativamente baixos de microrganismos, uma vez que não é
possível fazer diluições. Além disso, a ocorrência de “spreads” e a presença de fungos
dificultam a contagem das colônias. Ao se aplicar a placa de contato, deve-se pressiona-la e
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não esfrega-la sobre a superfície, para evitar distorção na contagem de colônias. Este
método é mais adequado para superfícies lisas e planas.
e) Fitas de Acetato
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O método de lavagem da superfície pode ser melhorado pelo uso de membranas
filtrantes, particularmente onde a carga microbiana é baixa. As membranas concentram os
microrganismos, aumentando a precisão da técnica.
8 - CONCLUSÃO
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9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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