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SUMÁRIO

1. IDENTICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO..........................................................1
2. LOCALIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO.........................................................1
3. IDENTIFICAÇÃO DO RESPOSÁVEL TÉCNICO.................................................1
4. OBJETIVOS DO ESTABELECIMENTO................................................................1
5. OBJETIVO DO MANUAL.......................................................................................1
6. INTRODUÇÃO.........................................................................................................1
7. DEFINIÇÕES ADOTADAS.....................................................................................2
8. ESTRUTURA FÍSICA - INSTALAÇÕES...............................................................4
8.1. Características das Instalações............................................................................4
8.2. Limpeza e Sanitização........................................................................................6
8.3. Programa de Controle de Pragas.........................................................................6
9. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL.......................................................................6
9.1. Organograma Hierárquico..................................................................................7
9.2. Responsabilidades e Atribuições........................................................................8
9.3. Treinamentos.....................................................................................................10
9.4. Saúde, Segurança, Higiene, Vestuário e Conduta.............................................11
10. AQUISIÇÃO DE PRODUTOS............................................................................11
10.1. Qualificação dos Fornecedores.....................................................................11
10.2. Aquisição.......................................................................................................12
10.3. Recepção.......................................................................................................12
10.4. Avaliação das Transportadoras.....................................................................12
10.5. Conferência...................................................................................................12
11. ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO DOS PRODUTOS........................13
11.1. Medicamentos Próximos do Vencimento.....................................................13
11.2. Medicamentos Vencidos...............................................................................14
12. DISPENSAÇÃO...................................................................................................14
12.1. Medicamentos Prescritos...............................................................................15
12.1.1. Medicamentos sujeitos à Controle Especial..........................................15
12.1.2 Medicamentos Antimicrobianos...................................................................15
12.2. Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP)..................................................16
12.3. Dispensação de Alimentos............................................................................17
13. SERVIÇOS FARMACÊUTICOS........................................................................17
13.1. Aplicação de Injetáveis.................................................................................18
13.2. Aferição da Pressão Arterial.........................................................................19
13.3. Aferição da Temperatura Corporal...............................................................20
13.4. Aferição da Glicemia Capilar.......................................................................20
13.5. Perfuração do lóbulo auricular para colocação de brincos............................20
13.6. Aplicação de Inalação...................................................................................21
13.7. Realização de Curativo..................................................................................22
14. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DA DROGARIA....................................23
14.1. Critérios para Acondicionamento de Resíduos Infectantes...........................23
14.1.1. Material Biológico.................................................................................23
14.1.2. Material Perfurocortante........................................................................23
14.2. Critérios para Acondicionamento de Resíduos Farmacêuticos.....................23
14.3. Critérios para Acondicionamento de Resíduos Comuns...............................23
15. DOCUMENTAÇÃO............................................................................................24
16. REFERÊNCIAS...................................................................................................25
17. HISTÓRICO.........................................................................................................25
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Manual de Dispensação e Boas Práticas Farmacêuticas

1 IDENTICAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

RAZÃO SOCIAL: Farmaplus Assessoria Farmacêutica LTDA


NOME DE FANTASIA: Farmaplus
TIPO DE ESTABELECIMENTO: Drogaria
CNAE (classificação nacional de atividades econômicas): 4771-7/01
CNPJ 20.314.127/0001-92

2 LOCALIZAÇÃO DO ESTABELECIMENTO

ENDEREÇO: Rua das Guabirobas, 1090


BAIRRO: Jardim Paraiso II
CIDADE/UF: Sinop – Mato Grosso
TELEFONE: (66) 99991-3093

3 IDENTIFICAÇÃO DO RESPOSÁVEL TÉCNICO

NOME: Luis Fernando Köhler


IDENTIFICAÇÃO PROFISSIONAL: CRF/MT 3332

4 OBJETIVOS DO ESTABELECIMENTO

Proporcionar atendimento farmacêutico de qualidade à população respeitando os preceitos


éticos e legais, visando à assistência farmacêutica assim como, o uso racional dos
medicamentos.

5 OBJETIVO DO MANUAL

Estabelecer os requisitos gerais de Boas Práticas a serem observadas na assistência


farmacêutica aplicada a dispensação de produtos industrializados em drogaria.

6 INTRODUÇÃO

A dispensação de medicamentos é o ato de fornecer e orientar o consumidor a respeito do


“produto” que está adquirindo, afim que este proporcione o efeito terapêutico desejado.
Porém, para que ocorra este ato, é necessária uma série de eventos que o antecedem, tais
como o correto controle sanitário na aquisição, no armazenamento e na conservação desses
medicamentos, pois para conseguir realizar uma assistência farmacêutica de qualidade, temos
que ter certeza da procedência do que estamos dispensando.
Uma vez que as farmácias/drogarias estão inseridas na cadeia de distribuição de
medicamentos que compreende desde a descoberta de uma nova molécula com propriedades
farmacológicas, por um grande laboratório farmacêutico, passando pelo diagnóstico clínico e
laboratorial pelos médicos ou demais profissionais da saúde, até chegar à comercialização
pelas distribuidoras e farmácias/drogarias ao consumidor.

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7 DEFINIÇÕES ADOTADAS

Antissepsia: emprego de substância capaz de impedir a ação de microrganismos pela


inativação ou destruição;
Armazenamento: procedimento de estocagem ordenado, que deve levar em conta as boas
práticas de estocagem e armazenamento com vistas a garantir a integridade e a estabilidade
dos produtos;
Assistência farmacêutica: conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da
saúde, tanto individuais como coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial, visando
o acesso e o seu uso racional, envolvendo aquelas referentes à atenção farmacêutica;
Assistência Técnica: é o conjunto de ações que envolvem a assistência e atenção
farmacêutica;
Atenção farmacêutica: modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da
assistência farmacêutica, que compreende atitudes, valores éticos, comportamentos,
habilidades, compromissos e corresponsabilidades na prevenção de doenças, na promoção e
na recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde, mediante interação direta do
farmacêutico com o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados
definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida.
Automedicação responsável: uso de medicamentos não prescritos que deve ser orientado e
acompanhado pelo farmacêutico;
Certificado de Regularidade: documento expedido pelo Conselho Regional de Farmácia que
atesta o profissional farmacêutico não está sob impedimento ou suspeição, sem prejuízo dos
artigos 19 a 21 da Lei Federal nº 3.820/60;
Correlato: substância, produto, aparelho ou acessório, cujo uso ou aplicação esteja ligado à
defesa e proteção da saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de ambientes, ou para
fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos, perfumes e produtos de higiene, produtos óticos,
de acústica médica, odontológicos, dietéticos e veterinários;
Cosméticos: produtos para uso externo, destinados à proteção ou ao embelezamento das
diferentes partes do corpo, tais como: pós-faciais, talcos, cremes de beleza, soluções de
beleza, soluções leitosas, cremosas e adstringentes, loções para as mãos, bases de maquiagem
e óleos cosméticos, ruges, blushes, batons, simulatórios, rimeis, sombras, delineadores,
tinturas, capilares, agentes clareadores de cabelos, fixadores de cabelos, laquês, brilhantinas e
similares, loções capilares, depilatórios e epilatórios, preparados para unhas e outros. Lápis
labiais, preparados antissolares, bronzeadores e cosméticos, perfumes e produtos de higiene e
ainda os produtos óticos, de acústica médica, odontológicos, dietéticos e veterinários;
Direção Técnica: compreendem a coordenação de todos os serviços farmacêuticos do
estabelecimento no gerenciamento da disponibilização dos medicamentos, objetivando,
através de um trabalho em equipe, o atendimento eficaz ao paciente respeitada as condições
socioeconômicas;
Diretor Técnico: é o farmacêutico responsável que trata a lei 5991/73, cuja função é a
assistência e a direção técnica do estabelecimento farmacêutico;
Dispensação: ato de fornecimento ao consumidor de droga, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos, a título remunerado ou não;
Drogaria: estabelecimento de dispensação e comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos em suas embalagens originais;

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Embalagem: invólucro, recipiente ou qualquer forma de acondicionamento, removível ou


não, destinado a cobrir, empacotar, envasar, proteger ou manter, especificamente ou não, os
produtos de que trata esta resolução;
Embalagem original: acondicionamento aprovado para fins de registro pelo órgão
competente do Ministério da Saúde, destinado à proteção e manutenção das características de
qualidade, segurança e eficácia do produto, compreendendo as embalagens destinadas ao
fracionamento;
Farmacêutico: profissional com título universitário de nível superior habilitado pelo
Conselho Regional de Farmácia, para o exercício das atribuições legais e técnicas inerentes à
profissão farmacêutica;
Fármaco: princípio ativo do medicamento;
Farmacovigilância: é a vigilância farmacológica tendo por objetivos a identificação e
avaliação dos efeitos, do risco do uso, podendo ser feita no conjunto da população ou em
grupos de pacientes expostos a tratamentos específicos;
Medicamento: produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade
profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnósticos;
Medicamento de Controle Especial: Medicamentos entorpecentes ou psicotrópicos e outros
relacionados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em especial pela portaria
N°SVS / MS 344/98 e suas alterações, e que são capazes de causar dependência física ou
psíquica;
Medicamento Genérico: medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que
pretende ser por este intercambiável, geralmente produzido após expiração ou renúncia da
proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia,
segurança e qualidade, e designado pela DCB ou na ausência pela DCI;
Medicamentos Não Prescritos: são aqueles cuja dispensação não requer prescrição;
Medicamentos de Referência: produto inovador registrado no órgão federal de vigilância
sanitária e comercializado no país. Sua eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas
cientificamente junto ao órgão federal competente por ocasião do registro;
Medicamento Similar: aquele que contém o (s) mesmo (s) princípio (s) ativo (s) apresenta a
mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação
terapêutica do medicamento de referência, podendo diferir nas características relativas ao
tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipiente e veículos,
devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca;
Medicamentos Tarjados: medicamentos que apresentam em sua embalagem tarja
vermelham ou preta e cujo uso requer a prescrição por profissional habilitado;
Medicamento de Uso Contínuo: utilizados continuamente no tratamento de doenças
crônicas e ou degenerativas;
Prescrição: ato de indicar o medicamento a ser utilizado pelo paciente, de acordo com
proposta de tratamento farmacoterapêutico, que é privativo de profissional habilitado e se
traduz pela emissão de uma receita;
Problema relacionado ao medicamento: situação de risco potencial ou real na vigência de
um tratamento medicamentoso.
Notificação de Receitas: documento padronizado, acompanhado de receita, destinado à
notificação da prescrição de substâncias e de medicamentos sujeitos a controle especial;

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Número de Lote: designação impressa na etiqueta de um medicamento e produto que permite


identificar o lote ou a partida, permitindo localizar e rever todas as operações de fabricação e
inspeção praticadas durante a produção;
Procedimento Operacional Padrão (POP): procedimentos escritos de técnicas e operações
utilizadas na drogaria, com objetivo de padronizar as ações, garantindo a preservação da
qualidade dos produtos, a uniformidade dos serviços e a segurança dos profissionais e
usuários;
Produto: substância ou mistura de, com finalidade terapêutica, profilática, estética ou de
diagnóstico;
Produtos Dietéticos: produtos obtidos e elaborados tecnicamente, para atender às
necessidades dietéticas de pessoas em condições fisiológicas especiais;
Produtos de Higiene: produtos de uso externo, antissépticos ou não, com fins de asseio ou de
desinfecção corporal (sabonetes, xampus, dentifrícios, enxaguatórios bucais, antiperspirantes,
desodorantes, produtos para barbear e após barbear, estíptico e outros);
Receita: prescrição de medicamento por profissional habilitado. Contém a orientação de uso;
Responsabilidade Técnica: consiste na aplicação dos conhecimentos técnico-profissionais,
com responsabilidade objetiva, sujeita às sanções de Natureza cível, penal e administrativa;
Serviços Farmacêuticos: serviços de atenção à saúde prestada pelo farmacêutico;
Supervisão Farmacêutica: supervisão realizada pelo farmacêutico no estabelecimento pelo
qual presta seus serviços.

8 ESTRUTURA FÍSICA - INSTALAÇÕES

8.1 Características das Instalações


O estabelecimento possui infraestrutura adequada às atividades desenvolvidas. Possui
um acesso (entrada e saída) com áreas separadas para dispensação, atenção farmacêutica,
perfuração de lóbulo auricular, escritório, depósito e sanitário. Local em boas condições de
higiene.
O piso, paredes e teto são de material liso, resistente, impermeável e de cor clara.
A farmácia dispõe de iluminação, ventilação natural e artificial em quantidade
suficiente, não havendo incidência de luz solar sobre os medicamentos.
Os sistemas elétricos e hidráulicos estão em boas condições de funcionamento. A água
utilizada para todos os procedimentos é proveniente da rede pública e para o consumo, é
utilizada água mineral. O destino das águas servidas é a rede pública de esgotos.
Os equipamentos de combate a incêndio estão em local de fácil acesso, dentro do
prazo de validade.
A empresa realiza semestralmente desinsetização e desratização através da empresa
legalmente constituída e habilitada, mantendo-se os devidos registros destes procedimentos.
O sanitário para uso dos funcionários possui sabão líquido, toalha de papel
descartável, lixeira com tampa e pedal e saco plástico coletor e é limpo diariamente com
desinfetante e água sanitária.

Área Administrativa
Piso: cerâmica.

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Paredes: concreto com tinta lavável.


Teto: forro de PVC lavável.
Materiais e equipamentos: escrivaninha de MDF, cadeira, e telefone/fax, computador,
impressora.

Área de Dispensação
Área destinada ao atendimento de clientes, onde é feita a avaliação das receitas
médicas, dispensação de medicamentos e venda de produtos.

Piso: cerâmica.
Paredes: concreto com tinta lavável.
Teto: forro de PVC lavável.

Materiais e equipamentos: computador com impressora, telefone, balcão de MDF, banco de


madeira, prateleiras e expositores de aço.

Área de Atenção Farmacêutica


Área destinada à realização de serviços farmacêuticos, como a aplicação de injetáveis,
aferição da glicemia capilar, da pressão arterial e da temperatura corporal, colocação de
brincos.

Piso: cerâmica.
Paredes: concreto com tinta lavável.
Teto: forro de PVC lavável.

Materiais e equipamentos: balcão de MDF com pia de alumínio, descartex, monitor de


glicemia, aparelho de pressão arterial digital com leitura automática da pulsação, termômetro
clínico digital, pistola para perfuração lóbulo auricular, agulhas, seringas, álcool 70º, algodão,
luvas.

Sanitário
Os atendentes, os farmacêuticos, os administradores e os clientes utilizam o sanitário
localizado na farmácia.

Piso: cerâmica.
Paredes: concreto com tinta lavável e azulejos.
Teto: concreto com tinta lavável.
Aberturas: alumínio.

Materiais: pia, vaso sanitário e ralo.

8.2 Limpeza e Sanitização

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Existe procedimento operacional padrão descrevendo a limpeza e sanitização de todos os


setores da farmácia. A limpeza é realizada no final do dia de trabalho para não interferir nos
trabalhos da farmácia.
A limpeza e sanitização do piso são feita diariamente com pano úmido e sanitizante (sem
varrer). As bancadas são limpas com álcool 70º GL antes do início dos trabalhos do dia e ao
final do expediente. As paredes e tetos são limpos uma vez por mês.
O lixo acumulado nas lixeiras de todos os setores é retirado no final dos trabalhos do dia,
sendo transferido para o local de coleta.
A farmácia possui Programa de Gerenciamento dos Resíduos dos Serviços de Saúde
(PGRSS), que se encontra em anexo ao Manual de Boas Práticas de Dispensação.

8.3 Programa de Controle de Pragas

A farmácia dispõe de programa de controle de pragas mantendo-se os respectivos


registros. O controle de roedores, insetos, aves e outros animais são feito através de:

1) Controle não químico através da verificação das instalações, avaliando a presença de


possíveis pontos de entrada de pragas, devendo estes serem eliminados; aparecimento de
qualquer sinal que indique a presença de insetos e roedores, os sinais poderão ser fezes,
materiais roídos, insetos. Todos os funcionários da farmácia devem participar do controle,
comunicando ao farmacêutico caso observe alguma desconformidade.
O controle não químico deve ser utilizado primeiramente, caso seja possível. Este é feito
através de medidas que visam modificar as condições favoráveis para a existência desta praga.
Utilizam-se para tanto, barreiras de oclusão, armadilhas, aspiração, controle da luz e
temperatura, manejo adequado dos resíduos, boas práticas de saneamento e manutenção nas
instalações.
2) Controle químico, por meio de contrato com uma empresa especializada em
desinsetização, descupinização e desratização, que deverá apresentar literatura técnica dos
ativos utilizados nos procedimentos, bem como, selecionar o defensivo químico adequado,
aprovado pela autoridade sanitária, e a tecnologia de aplicação. O controle químico deve ser
aplicado de forma planejada, racional e seletiva, objetivando diminuir a exposição aos agentes
químicos.
Repetir periodicamente a aplicação conforme orientação da empresa especializada ou
sempre que necessário. Relatar as operações efetuadas, registrando-as.

9 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Todo o funcionário que ingressa na empresa é submetido ao exame médico admissional


conforme PCMSO. Recebe treinamento inicial de higiene e conduta, incluindo o uso
adequado e manutenção dos EPIs fornecidos pela empresa, e treinamento específico para a
função. O treinamento é registrado em registro específico.

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A empresa fornece os equipamentos de proteção individual necessários e a entrega destes


é registrada em registro específico para controle de entrega de EPIs.
Para todos os cargos existentes é feita uma descrição das atribuições pertinentes a cada
um. O número de funcionários é suficiente para realizar todas as tarefas com segurança. O
farmacêutico é encarregado de supervisionar a dispensação.

9.1 Organograma Hierárquico

9.2 Responsabilidades e Atribuições

Diretor Administrativo:
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1. Prever e prover os recursos financeiros, humanos e materiais necessários ao


funcionamento do estabelecimento.
2. Garantir que a qualidade do atendimento prevaleça sobre quaisquer outros aspectos.
3. Estar comprometido com as atividades das Boas Práticas de Dispensação, melhoria
contínua e garantia da qualidade.
4. Favorecer e incentivar programas de educação continuada para todos os envolvidos nas
atividades realizadas na farmácia.

Gerente Comercial:
1. Definir juntamente com a gerência técnica o perfil e atribuições de cada função necessária
na empresa.
2. Selecionar e contratar pessoal qualificado.
3. Gerenciar toda rotina administrativa da empresa.
4. Gerenciar toda rotina financeira da empresa.
5. Estar comprometido com atividades de melhoria contínua.
6. Assegurar condições para o cumprimento das atribuições gerais da equipe e dos
profissionais, visando prioritariamente à qualidade, eficácia e segurança do produto
dispensado.
7. Gerenciar o efetivo cumprimento de todas as normas legais e fiscais relativas à empresa.
8. Gerenciar aspectos técnico-administrativos das atividades de dispensação.
9. Zelar pelo cumprimento das diretrizes de qualidade estabelecidas nas BPD.

Gerente Técnico-Científico:
1. Desempenhada pelo farmacêutico. É responsável pela supervisão. São inerentes ao
profissional farmacêutico as seguintes atribuições:
2. Conhecer, interpretar, cumprir e estabelecer condições para cumprimento da legislação em
vigor.
3. Especificar, selecionar, inspecionar e armazenar, criteriosamente, os medicamentos.
4. Qualificar fornecedores, estabelecer critérios e supervisionar o processo de aquisição.
5. Avaliar a prescrição médica quanto a sua adequação, concentração e compatibilidade
físico-química dos seus componentes, dose e via de administração.
6. Assegurar que os rótulos dos produtos dispensados apresentem, de maneira clara e
precisa, todas as informações legalmente exigidas.
7. Assegurar condições adequadas de dispensação, conservação e transporte da medicação.
8. Manter arquivos com toda a documentação correspondente aos serviços farmacêuticos
prestados.
9. Participar de estudos de farmacovigilância com base em análise de reações adversas e
interações medicamentosas, informando a Autoridade Sanitária local.
10. Organizar e operacionalizar as áreas e atividades da farmácia.
11. Participar, promover e registrar as atividades de treinamento operacional e de educação
continuada, garantindo a atualização dos seus colaboradores, bem como para todos os
profissionais envolvidos na dispensação.
12. Supervisionar e promover auto inspeção nas rotinas operacionais de dispensação.
13. Guardar as substâncias sujeitas a controle especial e medicamentos que as contenham
cumprindo com as exigências do artigo 68 da Portaria SVS/MS n.º 344/98.

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14. Prestar assistência farmacêutica necessária aos pacientes, objetivando o uso racional e
seguro dos medicamentos, informando, sempre que necessário, o modo de usar, possíveis
riscos, efeitos colaterais, interações com medicamentos e alimentos e outras informações
pertinentes à utilização correta dos produtos ao paciente.

Atendente:
1. Primeiro atendimento ao cliente é feito pelo atendente. Tem que ser simpático, atencioso,
saber ouvir e ter boa comunicação.
2. É importante entender qual a necessidade do cliente.
3. Efetuar a primeira conferência das receitas.
4. Conferir o produto antes da entrega ao cliente.
5. Fazer a entrega e último contato com o cliente.
6. Quando necessário, solicitar a presença do farmacêutico.
7. Manter sempre a área de exposição de produtos em ordem e abastecida.
8. Manter balcões e estantes sempre limpos.
9. Cuidar para que pisos, paredes, janelas estejam sempre limpos, solicitando imediatamente
a presença do auxiliar de serviços gerais sempre que necessário.
10. Ficar atenta sobre a iluminação e ventilação.
11. Em hipótese alguma dar informações ao cliente sobre os medicamentos, substâncias,
ações e efeitos. Na insistência do mesmo solicitar a presença do farmacêutico.

Comprador:
1. Efetuar as compras conforme orientações definidas pelo farmacêutico responsável.
2. Cuidar do contato com os fornecedores, procurando manter o bom relacionamento e a
qualidade dos mesmos.
3. Cuidar para que não haja falta de produtos para o desenvolvimento das operações da
empresa.
4. Manter todos os dados de estoque e especificações técnicas de produtos atualizados.
5. Cuidar da limpeza e manutenção dos equipamentos e mobiliário do setor.

Auxiliar de Serviços Gerais:


1. Responsável pela higiene e sanitização da todas as áreas da farmácia (internas e externas);
do recolhimento e disposição do lixo;
2. Controlar o estoque do material de limpeza, solicitando a compra, quando necessário.

9.3 Treinamentos

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Objetivo: definir itens importantes a serem abordados em treinamento inicial e contínuo de


higiene e conduta e treinamentos específicos para os funcionários, para manutenção dos
conhecimentos, segurança e garantia da dispensação correta.

Responsável: farmacêutico.

Materiais: planilha de controle para registro do treinamento realizado, POPs sobre os


assuntos a serem abordados, Manual de Boas Práticas Farmacêuticas.

Procedimento: todo funcionário que ingressa na empresa deve receber treinamento inicial e
contínuo sobre higiene e conduta, treinamento específico referente às suas atribuições e ao
setor de trabalho ao qual será locado, conscientização dos padrões de qualidade por eles
exigidos, cuidados para evitar a contaminação, sua responsabilidade dentro da empresa e
junto ao consumidor final, motivação para a manutenção dos padrões de qualidade, estímulo
para relatar erros não intencionais cometidos em qualquer etapa da dispensação ou propor
correções. É fundamental, no treinamento de qualquer setor da farmácia colocar a importância
do trabalho em equipe e que o trabalho de cada um depende do trabalho dos outros e qualquer
setor pode, direta ou indiretamente, causar desvio na qualidade dos serviços prestados. Os
funcionários devem ter consciência da sua importância para a empresa, indiferente do setor.
Segurança (extintores de incêndio, matérias-primas de risco), uso adequado dos
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), manutenção e a responsabilidade do
funcionário. Perfis e responsabilidades no trabalho em farmácia de dispensação. O conceito
de Qualidade e todas as medidas capazes de melhorar a compreensão e sua implementação
devem ser amplamente discutidos durante as sessões de treinamento; periodicamente, todos os
funcionários recebem treinamento de reciclagem. Os treinamentos realizados são registrados
em registro de controle, que é arquivado na farmácia.

Treinamento específico deve ser aplicado por área de atividade do pessoal envolvido e
deve abordar:
Atendimento ao cliente no balcão
O treinamento deve abranger: como lidar com o cliente, execução do orçamento, avaliação da
receita para evitar erros na dispensação, atendimento na entrega da medicação, com
orientações sobre o uso correto do produto, conservação adequada, prazo de validade,
cuidados especiais, observância da rotulagem (indicações especiais). Perfil para atender.

Farmacêutico
Deve receber treinamento sobre como auditar constantemente todas as atividades executadas
por pessoas de outras áreas; desenvolvimento de espírito de liderança e espírito inovador para
promover as mudanças necessárias para melhoria da qualidade na farmácia.

Pessoal do departamento de limpeza


Seu treinamento abrange a necessidade de executar bem suas tarefas para o conjunto do
programa de qualidade da farmácia; soluções e produtos utilizados na limpeza e sanitização
das dependências da farmácia.

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9.4 Saúde, Segurança, Higiene, Vestuário e Conduta

Todos os funcionários passam por exames médicos no momento de sua admissão,


quando retornam de férias, quando da troca de função e também no momento da demissão.
No caso de suspeita ou confirmação de qualquer enfermidade ou lesão, o funcionário é
remanejado dentro do quadro de funcionários, afastado de suas atividades temporariamente ou
definitivamente, de acordo com as recomendações médicas.
Todos os funcionários recebem orientações quanto às práticas de higiene pessoal,
devendo obedecê-las.
Todo o funcionário tem a obrigação de informar ao seu superior qualquer condição de
risco, relativas ao produto, ambiente, equipamento ou pessoal.
Todo o funcionário, independente de sua função, deve estar corretamente uniformizado
para a execução de suas funções, assegurando a sua proteção individual e a do cliente contra
contaminação. Os uniformes devem ser trocados sempre que necessário para garantir a
higiene adequada, no mínimo duas vezes na semana.
Os procedimentos de higiene pessoal e paramentação são obrigatórios para todos os
funcionários da farmácia.
Qualquer acidente de trabalho deve ser imediatamente comunicado ao farmacêutico
responsável, para que sejam tomadas as devidas providências.
Não é permitido fumar, comer, mascar, pentear cabelos, atender celulares, manter
plantas, alimentos, bebidas, fumo e objetos pessoais na farmácia.
Os funcionários devem evitar atos não sanitários como: coçar a cabeça, introduzir dedos
nas orelhas, nariz e boca.
Antes de tossir ou espirrar, a pessoa deve se afastar, cobrir a boca e o nariz com a mão e
lavar as mãos imediatamente para evitar contaminação.
O lanche deve ser feito na copa ou fora das dependências da empresa, nos horários pré-
determinados pela administração.
Todos os funcionários devem manter sigilo sobre os produtos dispensados para os
clientes.
Os funcionários devem ser atenciosos e gentis com os clientes e colegas.

10 AQUISIÇÃO DE PRODUTOS

10.1 Qualificação dos Fornecedores

Todos os medicamentos/produtos são adquiridos somente de fornecedores


previamente qualificados.
A qualificação é realizada pelo farmacêutico responsável e tem como objetivo
comprovar a regularidade do fornecedor perante as autoridades sanitárias competentes.
São solicitados alvará de funcionamento, alvará sanitário, autorização especial (no
caso de fornecedores de substâncias sujeitas ao controle especial, certidão de regularidade do
CRF (quando pertinente).
Os fornecedores têm seu desempenho monitorado continuamente, registrando
sistematicamente os produtos entregues ou dos serviços prestados, bem como qualquer defeito
no serviço de entrega e nas comunicações.

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10.2 Aquisição

A farmácia adquire produtos dos fornecedores legalmente habilitados, mantendo-se o


cadastro com os seguintes documentos: Alvará Sanitário de Funcionamento e Autorização
Especial para as Distribuidoras que nos fornecem produtos controlados.

10.3 Recepção

Os medicamentos/produtos chegam diariamente e são conferidas as caixas de


transporte (se estão em boas condições e lacradas), se o número de produtos recebidos confere
com o da Nota Fiscal.
Os produtos devem ser examinados no momento da recepção, para verificar se as
embalagens não foram violadas e se correspondem ao envio.
Se tudo conferir, os medicamentos/produtos seguem para a Conferência. Caso haja
rejeição por qualquer irregularidade, a mercadoria é devolvida aos fornecedores. As condições
físico-estruturais são satisfatórias as necessidades de seu atendimento.
Quanto aos medicamentos controlados, estes são separados e conferidos pelo
Responsável Técnico. São acondicionados em armário com chave de material resistente.
Antes do acondicionamento, procede-se à entrada no sistema.

10.4 Avaliação das Transportadoras

O farmacêutico ou outros funcionários sob sua supervisão devem realizar avaliação das
condições do transporte aplicando um check-list de acordo com o POP especifico.
Quando for verificada alguma irregularidade, por exemplo, caixas amassadas, quebradas,
termolábeis não armazenados corretamente, veículo sem controle de temperatura poderá
recusar o recebimento.
Sempre que identificar alguma irregularidade, deverá informar oficialmente o
Farmacêutico responsável pela Transportadora e o farmacêutico responsável pela
distribuidora, solicitando correções;

10.5 Conferência

É realizada por um funcionário treinado, mediante a Nota Fiscal, onde se observa os


seguintes aspectos: se os medicamentos recebidos conferem com os solicitados e com os que
constam na Nota prazos de validade, lote, registro no Ministério da Saúde, identificação da
distribuidora e integridade dos produtos.

11 ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO DOS PRODUTOS

Os medicamentos isentos de prescrição poderão permanecer ao alcance dos usuários para


obtenção por meio de autosserviço no estabelecimento, devendo ser dispostos de forma

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separada dos demais produtos comercializados na área de autosserviço.


Os medicamentos isentos de prescrição e de mesmo princípio ativo ou de mesmos
princípios ativos (no caso de associações) devem permanecer organizados em um mesmo
local e serem identificados, de forma visível e ostensiva ao usuário, com a Denominação
Comum Brasileira (DCB) do(s) princípio(s) ativo(s) ou, em sua falta, da Denominação
Comum Internacional (DCI), de modo a permitir a fácil identificação dos produtos pelo
usuário.
Na área destinada aos medicamentos, deve estar exposto cartaz, em local visível ao
público, contendo a seguinte orientação, de forma legível e ostensiva, permitindo a fácil
leitura a partir da área de circulação comum: “MEDICAMENTOS PODEM CAUSAR
EFEITOS INDESEJADOS”. EVITE A AUTOMEDICAÇÃO: INFORME-SE COM O
FARMACÊUTICO.
Todos os produtos são ser armazenados de forma ordenada, seguindo as especificações
do fabricante e sob condições que garantam a manutenção de sua identidade, integridade,
qualidade, segurança, eficácia e rastreabilidade.
O ambiente é mantido limpo, protegido da ação direta da luz solar, umidade e calor, de
modo a preservar a identidade e integridade química, física e microbiológica, garantindo a
qualidade e segurança dos mesmos.
Para os produtos que exigem armazenamento em temperatura abaixo da temperatura
ambiente (termolábeis), devem ser obedecidas as especificações declaradas na respectiva
embalagem, armazenando-os em geladeira utilizada exclusivamente esse fim, não sendo
permitido armazenar outro tipo de produto. Os termolábeis são armazenados em temperatura
controlada entre 2 e 8 °C (Farmacopeia Brasileira IV, 1998), devendo essas temperaturas
monitoradas e registradas diariamente.
Quando a temperatura estiver em desacordo dispor de caixa térmica com gelo
reciclável para armazenar os produtos e, se necessário, transportá-los para outra geladeira até
solução do problema.
Os medicamentos sujeitos a controle especial devem ser armazenados em sistema
segregado (armário resistente ou sala própria) com chave, sob a guarda do farmacêutico,
observando as demais condições estabelecidas em legislação específica.
Os produtos violados, vencidos, sob suspeita de falsificação, corrupção, adulteração
ou alteração devem ser segregados em ambiente seguro e diverso da área de dispensação e
identificados quanto a sua condição e destino, de modo a evitar sua entrega ao consumo.

11.1 Medicamentos Próximos do Vencimento

A política da empresa em relação aos produtos com o prazo de validade próximo ao


vencimento deve estar clara a todos os funcionários e descrita no Procedimento Operacional
Padrão (POP) específico.
O usuário deve ser alertado quando for dispensado produto com prazo de validade
próximo ao seu vencimento.
Considera-se antecipadamente vencido o medicamento cuja posologia não passa ser
inteiramente efetivada no prazo de validade ainda remanescente.
É vedado dispensar medicamentos cuja posologia para o tratamento não possa ser

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concluída no prazo de validade.


O paciente deve ser informado no ato da dispensação sobre proximidade do
vencimento do produto e, caso vença antes do final do tratamento o mesmo não pode ser
dispensado.

11.2 Medicamentos Vencidos

Os produtos que por algum motivo tornaram-se impróprios para consumo ficarão
acondicionados no período máximo de 30 dias e colocados em saco branco e destinado em
local específico até o recolhimento pela empresa responsável pela coleta dos RSS e destinação
final conforme descrito no PGRSS.
Os controlados serão levados pelo Técnico Responsável para a Vigilância Sanitária local,
para baixa do inventário.
No caso de medicamentos recolhidos/retirados do mercado por ordem da ANVISA ou do
próprio Laboratório, verificamos o produto, o lote específico, estes são retirados
imediatamente do local de produtos comercializáveis e separados em uma área própria
segregada, até que seja completada a operação, de acordo com as instruções do titular do
registro do produto ou determinadas pelas Autoridades Sanitárias competentes.
No caso de produtos farmacêuticos identificados como adulterados ou falsificados,
notifica-se imediatamente a Autoridade Sanitária, indicando o nome do produto, fabricante,
número de lote(s) e procedência, a fim de que a Autoridade Sanitária tome as providências
necessárias.

12 DISPENSAÇÃO

A dispensação de medicamentos aos pacientes realizada na farmácia é feita somente com


prescrição médica, exceto na automedicação responsável e em casos de extrema necessidade,
com aval do farmacêutico.
O estabelecimento farmacêutico deve assegurar ao usuário o direito à informação e
orientação quanto ao uso de medicamentos.
São elementos importantes da orientação, entre outros, a ênfase no cumprimento da
posologia, a influência dos alimentos, a interação com outros medicamentos, o
reconhecimento de reações adversas potenciais e as condições de conservação do produto.

12.1 Medicamentos Prescritos

A dispensação de medicamentos prescritos será realizada somente mediante a


apresentação do receituário e deverá se proceder após ser realizada a análise pelo
farmacêutico responsável, que deverá avaliar os seguintes itens:
I - legibilidade e ausência de rasuras e emendas;
II - identificação do usuário;

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III - identificação do medicamento, concentração, dosagem, forma farmacêutica e


quantidade; IV - modo de usar ou posologia;
V - duração do tratamento;
VI - local e data da emissão; e
VII - assinatura e identificação do prescritor com o número de registro no respectivo
conselho profissional.
O prescritor deve ser contatado para esclarecer eventuais problemas ou dúvidas detectadas
no momento da avaliação da receita.
O usuário deverá ser esclarecido sobre a existência do medicamento genérico, substituindo,
se for o caso, o medicamento prescrito exclusivamente pelo medicamento genérico
correspondente, salvo restrições expressas de próprio punho consignadas no documento pelo
profissional prescritor.
No verso da prescrição deverá ser indicado à substituição realizada, citando o nome
genérico do medicamento e a indústria produtora, apondo o carimbo que conste o nome e
número de inscrição no CRF, local e data, assinando a declaração.
No momento da dispensação dos medicamentos deve ser feita a inspeção visual para
verificar, no mínimo, a identificação do medicamento, o prazo de validade e a integridade da
embalagem.
Dentro das necessidades, o usuário deverá ser orientado por escrito de forma legível e de
fácil compreensão quanto à forma, posologia (como, quando e quanto), modo de usar,
duração do tratamento, efeitos colaterais, contraindicações, dietas alimentares e outros que
possam comprometer a terapêutica. Se forem medicamentos controlados, são feitos
esclarecimentos sobre efeitos colaterais indesejáveis ou que alterem o sistema neurológico.

12.1.1 Medicamentos sujeitos à Controle Especial

São Medicamentos Sujeitos à Controle Especial os psicotrópicos, entorpecentes,


retinóides, anabolizantes e outras substâncias sujeitas a controle listados na Portaria nº.
344/98.
A dispensação desses medicamentos deve atender às disposições contidas na
legislação específica e descritas em Procedimento Operacional Padrão (POP) específico.

12.1.2 Medicamentos Antimicrobianos

São medicamentos Antimicrobianos aqueles cujas substâncias estão listadas no Anexo


I da RDC nº. 20/2011.
A dispensação desses medicamentos deve atender às disposições contidas na
legislação específica e descritas em Procedimento Operacional Padrão (POP) específico.

12.2 Medicamentos Isentos de Prescrição (MIP)

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A prescrição farmacêutica constitui uma atribuição clínica do farmacêutico e deverá ser


realizada com base nas necessidades de saúde do paciente, nas melhores evidências
científicas, em princípios éticos e em conformidade com as políticas de saúde vigentes.

I - identificação das necessidades do paciente relacionadas à saúde;


II - definição do objetivo terapêutico;
III - seleção da terapia ou intervenções relativas ao cuidado à saúde, com base em sua
segurança, eficácia, custo e conveniência, dentro do plano de cuidado;
IV - redação da prescrição;
V - orientação ao paciente;
VI - avaliação dos resultados;
VII - documentação do processo de prescrição.

No ato da prescrição, o farmacêutico deverá adotar medidas que contribuam para a


promoção da segurança do paciente, entre as quais se destacam:

I - basear suas ações nas melhores evidências científicas;


II - tomar decisões de forma compartilhada e centrada no paciente;
III - considerar a existência de outras condições clínicas, o uso de outros medicamentos,
os hábitos de vida e o contexto de cuidado no entorno do paciente;
IV - estar atento aos aspectos legais e éticos relativos aos documentos que serão
entregues ao paciente;
V - comunicar adequadamente ao paciente, seu responsável ou cuidador, as suas decisões
e recomendações, de modo que estes as compreendam de forma completa;
VI - adotar medidas para que os resultados em saúde do paciente, decorrentes da
prescrição farmacêutica, sejam acompanhados e avaliados.

A prescrição farmacêutica deverá ser redigida em vernáculo, por extenso, de modo


legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas oficiais, sem emendas
ou rasuras, devendo conter os seguintes componentes mínimos:

I - identificação do estabelecimento farmacêutico ou do serviço de saúde ao qual o


farmacêutico está vinculado;
II - nome completo e contato do paciente;
III - descrição da terapia farmacológica, quando houver, incluindo as seguintes
informações:
a) nome do medicamento ou formulação, concentração/dinamização, forma
farmacêutica e via de administração;
b) dose, frequência de administração do medicamento e duração do tratamento; c)
instruções adicionais, quando necessário.
IV - descrição da terapia não farmacológica ou de outra intervenção relativa ao cuidado
do paciente, quando houver;
V - nome completo do farmacêutico, assinatura e número de registro no Conselho
Regional de Farmácia;
VI - local e data da prescrição.

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12.3 Dispensação de Alimentos

O farmacêutico diretor técnico não poderá permitir a dispensação nas farmácias e


drogarias dos seguintes alimentos: Alimentos convencionais e bebidas em geral, “in natura”
e/ou industrializados; Leites pasteurizados, esterilizados, e outros derivados do leite na forma
líquida.
Crianças, gestantes, idosos e portadores de qualquer enfermidade consultem um médico
e/ou nutricionista.
Conservar o produto em lugar fresco e seco protegido dos raios solares.
Fica vedada expressamente a venda de bebidas alcoólicas, cigarros e seus derivados, por
serem comprovadamente prejudiciais à saúde.
Os produtos regulados pela Norma Brasileira de Comercialização de Alimentos para
Lactantes – NBCAL devem obedecer ao disposto na norma para sua exposição e
comercialização.
Os alimentos devem ter registro no ministério competente;
A oferta de produtos alimentícios deverá ser realizada em prateleiras, balcões ou
gôndolas distintos daquelas que estiverem armazenados/expostos os medicamentos e
insumos farmacêuticos.
Os produtos devem obedecer à rotulagem da legislação específica;
Os consumidores devem ser orientados quanto às diferenças, indicações e riscos do uso
destes alimentos.

13 SERVIÇOS FARMACÊUTICOS

O farmacêutico poderá prestar os Serviços Farmacêuticos autorizados na Resolução


n.º 357/01 do CFF e Resolução RDC n.º 44/2009 da ANVISA.
Todos os Serviços Farmacêuticos realizados no estabelecimento devem estar
autorizados na Licença Sanitária e na Autorização de Funcionamento (AFE).
São serviços farmacêuticos de acordo com a legislação: aplicação de injetáveis,
verificação de temperatura corporal e pressão arterial, verificação da glicemia capilar,
perfuração do lóbulo auricular para colocação de brinco, aplicação de inalação, realização de
curativos e a prestação de atenção farmacêutica domiciliar.
A presença do farmacêutico é indispensável à realização dos serviços.
Após a prestação do Serviço Farmacêutico deve ser entregue ao usuário a Declaração
do Serviço Farmacêutico.
A aferição de parâmetros fisiológicos ou bioquímico oferecida na farmácia e drogaria
deve ter como finalidade fornecer subsídios para a atenção farmacêutica e o monitoramento
da terapia medicamentosa, visando à melhoria da sua qualidade de vida, não possuindo, em
nenhuma hipótese, o objetivo de diagnóstico.
Verificada discrepância entre os valores encontrados e os valores de referência
constantes em literatura técnico-científica idônea, o usuário deverá ser orientado a procurar
assistência médica.

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Para a medição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos permitidos deverão ser


utilizados materiais, aparelhos e acessórios que possuam registro, notificação, cadastro ou que
sejam legalmente dispensados de tais requisitos junto à ANVISA.
Para a administração de medicamentos deverão ser utilizados materiais, aparelhos e
acessórios que possuam registro, notificação, cadastro ou que sejam legalmente dispensados
de tais requisitos junto à ANVISA.
O ambiente destinado aos serviços farmacêuticos deve ser diverso daquele destinado à
dispensação e à circulação de pessoas em geral, devendo o estabelecimento dispor de espaço
específico para esse fim e, ainda deve permitir atendimento individualizado para garantir a
privacidade e o conforto dos usuários, possuindo dimensões, mobiliário e infraestrutura
compatíveis com as atividades e serviços a serem oferecidos.
Os procedimentos que gerem resíduos de saúde, como materiais perfuro cortantes,
gaze ou algodão sujos com sangue, deverão ser descartados conforme as exigências de
legislação específica para Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde.
O uso de Luvas descartáveis é imprescindível durante a manipulação de objetos
perfuro cortantes e as mesmas devem ser descartadas junto ao lixo biológico contaminantes.

13.1 Aplicação de Injetáveis

As aplicações de injetáveis são realizadas somente mediante prescrição médica e todas


são registras na Declaração dos Serviços Farmacêuticos, sendo uma Via entregue ao cliente e
ou Via arquivada, onde consta data, nome do paciente, endereço, nome do medicamento
administrado, concentração, via de administração, lote, data de validade e fabricante, nome do
médico prescritor e respectivo CRM e nome ou assinatura do profissional responsável pela
aplicação.
Observar os seguintes itens da receita médica: nome e número do CRM do médico,
nome do paciente, data, nome do medicamento, dosagem, via de administração e
concentração. Siga rigorosamente as orientações contidas na receita e na bula. Não misture
medicamentos em uma mesma seringa sem conhecimento ou sem que a receita solicite.
O procedimento de aplicação é feito pelo Responsável Técnico ou por profissional
capacitado (supervisionado pelo Responsável Técnico).
O material utilizado (seringas e agulhas) é descartável.
O material perfuro cortante é descartado em recipiente apropriado, rígido, resistente,
impermeável, identificado pela simbologia de resíduo infectante.
As aplicações podem ser:

 Injeções Intramusculares (IM)


 Injeções Subcutâneas (SC)
 Injeções Intradérmicas (ID)
 Injeções Endovenosas (EV)

1. Identifique o material a ser utilizado durante a aplicação confrontando com a receita.


2. Lave bem as mãos e antebraço quando possível antes de preparar a injeção (conforme
descrito anteriormente).

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3. Seque as mãos com toalha de papel.


4. Aplique um antisséptico nas mãos (ex.: álcool 70%).
5. Abra a embalagem da seringa utilizando o local correto de abertura, sempre pelo lado
do êmbolo da seringa, para diminuir o risco de contaminação. Certifique-se de que o
invólucro não esteja molhado, úmido ou danificado.
6. Conecte a agulha aplicando uma força e rotacionando-a para que ela fique travada. Se
houver alguma demora na preparação mantenha a seringa dentro da embalagem.
7. Não toque na agulha, bico da seringa ou na haste (parte que fica dentro do cilindro)
durante o manuseio da seringa.
8. Retire o protetor da agulha e aspire o medicamento.
9. Reencape a agulha tomando o cuidado para não tocar a ponta contaminando-a ou se
ferindo.
10. Retire o ar da seringa.
11. Troque a agulha.
12. Realize antissepsia do local da aplicação com algodão e álcool 70%.
13. Realize aplicação de acordo com o local e técnica adequados
14. Descarte o material corretamente
15. Lave as mãos

13.2 Aferição da Pressão Arterial

1. Selecionar aparelho adequado;


2. Colocar o paciente na posição correta;
3. Determinar o pulso cardíaco, palpar artéria radial (munheca) por trinta segundo e
multiplicar o valor por dois para obter o pulso por minuto;
4. Colocar o estetoscópio;
5. Posicionar a cânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial, na fossa
ante cubital, evitando compressão excessiva;
6. Palpar o pulso radial e insuflar o manguito até o desaparecimento do pulso;
7. Insuflar rapidamente até 30 mmhg acima da pressão máxima da insuflação;
8. Proceder à deflação, com velocidade constante inicial de 2 a 4 mmHg por segundos;
9. Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som,
seguido de batidas regulares que se intensificam com o aumento da velocidade de
deflação;
10. Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som;
11. Registrar os valores da pressão sistólica e diastólica, complementando com a posição
do paciente, o tamanho do e o braço em que foi feita a medida. Não arredondar os
valores de pressão arterial para dígitos terminados em zero ou cinco;
12. Espera 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas;
13. O paciente deve ser informando sobre os valores obtidos da pressão arterial e a
possível necessidade de acompanhamento.

13.3 Aferição da Temperatura Corporal

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1. Lavar as mãos;
2. Explicar o procedimento e a finalidade ao paciente;
3. Colocar o paciente em posição confortável;
4. Limpar o termômetro da haste para o bulbo, utilizando algodão embebido em álcool a
70%, com movimentos circulares firmes;
5. Caso o termômetro seja de mercúrio, reduzir a coluna de mercúrio a menos de 35°C,
utilizando força centrífuga (com movimentos firmes);
6. Abduzir o braço do paciente e enxugar bem a axila, sem limpá-la;
7. Colocar o bulbo do termômetro no ponto central da concavidade axilar em contato
direto com a pele;
8. Abaixar o braço do paciente;
9. Flexionar o antebraço do paciente e levá-lo sobre o tórax;
10. Deixar o termômetro no local durante 5 minutos;
11. Retirar o termômetro pela haste, abduzindo o braço;
12. Se o termômetro for de coluna de mercúrio limpá-lo pela haste, mantendo-o em nível
dos olhos e rodando-o entre os dedos até que a linha de mercúrio possa ser
visualizada;
13. Se o termômetro for digital, observar a temperatura no visor;
14. Limpar o termômetro da haste para o bulbo, utilizando algodão embebido em álcool a
70%, com movimentos circulares firmes;
15. Desprezar o algodão;
16. Recompor a unidade;
17. Lavar as mãos;
18. Informar o paciente dos resultados e, se necessário, orientar consulta médica.

13.4 Aferição da Glicemia Capilar

1. Lave as mãos usando sabonete e água;


2. Segure as extremidades da Tira Reagente e introduza totalmente no medidor;
3. Faça uma punção na extremidade do dedo do paciente com o Dispositivo de Punção
Automática e aperte o dedo do paciente até que uma gota de sangue se forme;
4. Toque a gota de sangue na extremidade da Tira Reagente até que o apito do medidor
soe;
5. Após 29 segundos o resultado do teste de glicemia aparece no visor;
6. Remova a Tira Reagente do Medidor usando uma toalha de papel. O medidor desliga-
se automaticamente e o resultado do teste fica armazenado na memória;
7. Registre os resultados em livro específico;
8. Informe os resultados ao paciente e, se necessário, indique consulta médica.

13.5 Perfuração do lóbulo auricular para colocação de brincos

1. Peça para o cliente escolher o brinco;


2. O cliente deve preencher e assinar o formulário Padrão de Autorização;
3. Peça-o para sentar-se no local designado para a perfuração;
4. Lave as mãos e coloque luvas descartáveis;

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5. Verifique se há cistos na orelha do cliente;


6. Realize antissepsia nas orelhas do cliente utilizando gaze esterilizada e álcool 70º;
7. Pergunte ao cliente onde ele gostaria de furar e faça a marcação com a caneta de
Marcação não tóxica;
8. Instalar na pistola o adaptador apropriado para os brincos que estiver usando;
9. Fazer antissepsia na área de encaixe de tarraxa na pistola com gaze esterilizada e
álcool 70º;
10. Insira um brinco e uma tarraxa na pistola;
11. Coloque a orelha entre o encaixe de tarraxa e o brinco, alinhando a ponta do pino do
brinco com a marca na orelha. Mantendo o alinhamento adequado, aperte o gatilho
devagar, até que a orelha esteja seguramente presa pelo aparelho;
12. Continue a apertar o gatilho até soltar o êmbolo e então a orelha é furada e a tarraxa é
automaticamente encaixada no pino, com o espaçamento correto;
13. Repita os procedimentos para outros furos;
14. Depois que terminar de furar, pergunte ao cliente se está tudo bem e, se necessário,
peça que aguarde alguns minutos;
15. Realize antissepsia na pistola.

13.6 Aplicação de Inalação

1. Colocar o aparelho sobre uma superfície plana na posição horizontal com a alça para
cima.
2. Realizar a assepsia das mãos calçar as luvas cirúrgicas.
3. Explicar o procedimento ao cliente.
4. Desrosquear o cabeçote do recipiente.
5. Verificar se o anteparo está encaixado até o fundo do recipiente.
6. Colocar o soro fisiológico dentro do recipiente.
7. Depois colocar o medicamento conforme quantidade especificada pelo médico.
8. Rosquear o cabeçote e encaixar o pino da extensão sob o recipiente.
9. Encaixar a máscara adulta ou a máscara infantil.
10. Conectar a extensão na saída de ar da unidade compressora (rosquear o conector
completamente até o final, para evitar vazamento) e encaixar o pino da extensão sob o
recipiente.
11. Conectar o plugue à tomada.
12. Ligar o interruptor da unidade compressora.
13. Colocar a máscara no rosto do cliente e instruí-lo a respirar normalmente até o término do
medicamento ou soro fisiológico.
14. Procurar manter a unidade micronebulizadora o mais vertical possível durante o uso.
15. Quando a névoa parar e o recipiente estiver praticamente vazio, o tratamento terá
terminado.
16. Desconectar o cabo.
17. Retirar a máscara da unidade micronebulizadora.
18. Desmontar a unidade micronebulizadora e colocar as peças em um reservatório com
solução desinfetante ou germicida (álcool 70%) durante 20 minutos, manuseando com
cuidado. Agindo assim os acessórios ficarão limpos.

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19. Enxaguar em água corrente.


20. Secar as partes que foram enxaguadas com pano limpo e macio.
21. Caso necessário, limpar as outras partes do aparelho (unidade compressora, cabo de força)
com um pano levemente umedecido em água e detergente neutro. Não permita que
líquidos penetrem no mecanismo da unidade compressora.
22. Depois de concluir o procedimento, descartar as luvas utilizadas em recipiente adequado
com símbolo e inscrição de resíduo biológico.
23. Entregar ao cliente a declaração de serviço farmacêutico realizado.

Obs: Todos os medicamentos utilizados pelo cliente deverão ser por ele levados para casa
depois de abertos.

13.7 Realização de Curativo

1. Encaminhar o paciente para a sala de Serviços Farmacêuticos;


2. Realizar assepsia das mãos e calçar luvas;
3. Colocar o paciente na posição apropriada e expor a área a ser tratada;
4. Preparar a bandeja com os materiais apropriados;
5. Lavar o ferimento com água e sabão ou soro fisiológico;
6. Secar o excesso de água com gaze;
7. Passar antisséptico na ferida, obedecendo a sequência do centro para a periferia, do mais
limpo para o menos limpo, do menos contaminado para o mais contaminado. Podendo
secar o excesso de solução.
8. Não usar duas vezes ou mais o mesmo lado da gaze;
9. Quando indicado proteger a ferida com gaze e fixar;
10. Descartar o lixo conforme PGRSS;
11. Colocar os materiais usados em recipiente adequado para serem esterilizados;
12. Lavar as mãos;

Obs1: Por não constar na RDC 44/09 este procedimento não é adotado como rotina pela
farmácia. Porém em casos esporádicos de emergências e após análise da gravidade da
situação a farmácia como estabelecimento de saúde e o farmacêutico como profissional da
saúde tem o dever de não omitir os primeiros socorros.
Após realizado o procedimento o farmacêutico deverá registrar o serviço e as orientações
prestadas ao paciente em local apropriado.

Obs2: Todos os medicamentos utilizados pelo cliente deverão ser por ele levados para casa
depois de abertos.

14 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DA DROGARIA

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Manual de Dispensação e Boas Práticas Farmacêuticas

A classificação dos RSS objetiva destacar a composição desses resíduos segundo as suas
características biológicas, físicas, químicas, estado da matéria e origem, para seu manejo
seguro.
A classificação adotada é baseada na Resolução RDC da ANVISA n.º 306 de 7 de
dezembro de 2004, Resolução CONAMA n.º 358, de 29 de abril de 2005.
Os resíduos gerados são:

 Grupo A4: Luvas, algodão, gazes, esparadrapo e tiras teste contendo secreções
provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes
Classe de Risco 4.
 Grupo B: Resíduos de produtos ou de insumos farmacêuticos.
 Grupo D: Resíduos comuns – papel, metal, vidro e plástico.
 Grupo E: Materiais perfuro cortantes – agulhas, cacos de vidro e plástico, lâminas de
vidro e de barbear, etc.

14.1 Critérios para Acondicionamento de Resíduos Infectantes

14.1.1 Material Biológico

Usar saco plástico, impermeável e resistente, de cor branca leitosa, com simbologia de
resíduo infectante.

14.1.2 Material Perfuro cortante

Acondicionar em recipiente rígido, resistente, impermeável, identificado pela


simbologia de resíduo infectante, com tamanho compatível com a quantidade de resíduos
produzidos e o número previsto de coleta e, quando cheio, sem sobrecarga, deve ser
devidamente fechado e acondicionado em local específico.

As agulhas não devem ser destacadas das seringas com as mãos, nem reencapadas, a fim de
evitar contaminação do pessoal e garantir a segurança do manipulador.

14.2 Critérios para Acondicionamento de Resíduos Farmacêuticos

Usar saco plástico, impermeável e resistente, de cor branca leitosa, com simbologia de
resíduo infectante.

14.3 Critérios para Acondicionamento de Resíduos Comuns

Acondicionar em recipiente com pedal e tampa (lixeira), forrado com saco plástico preto.

15 DOCUMENTAÇÃO

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Manual de Dispensação e Boas Práticas Farmacêuticas

O estabelecimento deve manter a Licença ou Alvará Sanitário e a Certidão de


Regularidade Técnica afixados em local visível ao público.
Adicionalmente, quando as informações a seguir indicadas não constarem na Licença
Sanitária ou Certidão de Regularidade o estabelecimento deverá manter afixado, em local
visível ao público, cartaz informativo contendo:

 Razão social;
 Número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica;
 Número da Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela
ANVISA;
 Número da Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando
aplicável;
 Nome do Farmacêutico Responsável Técnico, e de seu(s) substituto(s), seguido do
número de Inscrição no Conselho Regional de Farmácia;
 Horário de trabalho de cada farmacêutico;
 Números atualizados de telefone do Conselho Regional de Farmácia e do órgão
Estadual e Municipal de Vigilância Sanitária.

O estabelecimento deve manter Procedimentos Operacionais Padrão (POPs), de acordo


com o previsto no Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, no mínimo, referentes às
atividades relacionadas a:

 Manutenção das condições higiênicas e sanitárias adequadas a cada ambiente da


farmácia ou drogaria;
 Aquisição, recebimento e armazenamento dos produtos de comercialização permitida;
 Exposição e organização dos produtos para comercialização;
 Dispensação de medicamentos;
 Destino dos produtos com prazos de validade vencidos;
 Destinação dos produtos próximos ao vencimento;
 Prestação de serviços farmacêuticos permitidos, quando houver;
 Utilização de materiais descartáveis e sua destinação após o uso;

Os Procedimentos Operacionais Padrão (POP) devem ser aprovados, assinados e datados


pelo farmacêutico responsável técnico.
Qualquer alteração introduzida deve permitir o conhecimento de seu conteúdo original e,
conforme o caso, ser justificado o motivo da alteração.
Devem estar previstas as formas de divulgação aos funcionários envolvidos com as
atividades por eles realizadas.
Deve estar prevista revisão periódica dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP) para
fins de atualização ou correções que se façam necessários.
O estabelecimento deve manter registros, no mínimo, referentes à:
 Treinamento de pessoal;
 Serviço farmacêutico prestado, quando houver;

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Manual de Dispensação e Boas Práticas Farmacêuticas

 Divulgação do conteúdo dos Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) aos


funcionários, de acordo com as atividades por eles realizadas;
 Execução de programa de combate a insetos e roedores;
 Manutenção e calibração de aparelhos ou equipamentos, quando exigido.

Toda documentação deve ser mantida no estabelecimento por no mínimo 5 (cinco) anos,
permanecendo, nesse período, à disposição do órgão de vigilância sanitária competente para
fiscalização.

As farmácias e drogarias devem possuir os seguintes documentos no estabelecimento:

 Autorização de Funcionamento de Empresa (AFE) expedida pela ANVISA;


 Autorização Especial de Funcionamento (AE) para farmácias, quando aplicável;
 Licença ou Alvará Sanitário expedido pelo órgão Estadual ou Municipal de Vigilância
Sanitária, segundo legislação vigente;
 Certidão de Regularidade Técnica, emitido pelo Conselho Regional de Farmácia da
respectiva jurisdição;
Manual de Boas Práticas Farmacêuticas, conforme a legislação vigente e
as especificidades de cada estabelecimento.

16 REFERÊNCIAS

 Manual de Boas Práticas de Dispensação em Farmácias e Drogarias. Disponível em:


<HTTP: www.farmaceuticogaucho.pro.br/manual.doc> Acesso em: 18/05/2016.
 VALTINGOJER, H. W. Manual de Boas Práticas de Dispensação de Medicamentos
em Drogarias. Laboratório Apotex.
 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução nº 44, de 17 de Agosto
de 2009. Disponível em: < HTTP:// www.anvisa.gov.br> Acesso em: 13/05/2012.
 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Portaria nº 344, de 12 de Maio de
1998. Disponível em: < HTTP: www.anvisa.gov.br> Acesso em: 03/05/2012.
 Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução nº 20, de 05 de Maio de
2011. Disponível em: < HTTP:// www.anvisa.gov.br> Acesso em: 22/08/2012.
 Conselho Federal de Farmácia (CFF) Resolução nº 499, de 17 de Dezembro de 2008.
Disponível em: HTTP://www.cff.org.br. Acesso em 22/10/2012.

17 HISTÓRICO

Aprovado por: Data: Revisão:

Nome do Farmacêutico Responsável – CRF: 01/01/2019 21/03/2019

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