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Trabalho termino de curso

Andressa Belmiro

Paulo Henrique Vargas Marques dos Santos

RDC 20/2011 – Síntese da legislação e fatores que levaram os


antibióticos ao controle da ANVISA.

Bauru

2019
Resumo

O presente trabalho aborda o conhecimento obtido através de pesquisas


a respeito da história dos antibióticos e o que levou a implantação da RDC
20/2011, cujo objetivo é promover o uso consciente em relação a essa classe de
medicamentos e consequentemente diminuir a resistência bacteriana.
Introdução:

Os medicamentos antimicrobianos são ferramentas importantes na saúde


com a finalidade de inibir o crescimento ou levar a morte de bactérias sem
danificar as células do nosso corpo. Existem diversos tipos de antibióticos para
diversos tipos de bactérias, tendo efeitos diversos em cada uma.

A penicilina foi o primeiro antibiótico descoberto em 1928 por Alexander


Fleming, através de um bolor produzido pelo fungo Chrysogenum Penicillium que
se desenvolveu enquanto o cientista saída em uma viagem esquecendo-o em
seu laboratório. Em 1941 foi disponível como fármaco, sendo uma super
evolução no tratamento de doenças infecciosas.

O antibiótico revolucionou o mercado farmacêutico aumentando a


expectativa de vida, mas também trouxe um problema que coloca em risco a
saúde pública da população.

Visando melhorar o comportamento das pessoas quanto a utilização dos


antibióticos, a lei RDC 20/2011 foi designada para controlar a compra excessiva
e a utilização responsável, com fins de minimizar a resistência bacteriana.
Resistencia bacteriana:

Com uso frequente de antibióticos, as bactérias aprenderam a se


defender. As bactérias são organismos vivos que evoluem e são capazes de se
adaptar aos antibióticos, podendo torna-los ineficazes. Algumas bactérias são
resistentes a vários medicamentos e são conhecidas como multirresistentes
utilizando alguns meios de proteção contra os antibióticos.

Mutação (camuflagem): Para agir o antibiótico deve se fixar em um alvo.


Se o alvo muda de aparência pode impedir a sua eficiência.

Alteração: Para se defender, uma cepa de bactéria produz uma enzima


que muda a composição do antibiótico impedindo a ação do medicamento.

Blindagem: As bactérias fecham os poros por onde os antibióticos


penetram na célula, algumas expelindo os mesmos eliminando os elementos
considerados tóxico.

Bomba efluxo: o bombeamento dos antimicrobianos do meio intra para o


meio extracelular produz resistência da bactéria a certos tipos de
antimicrobianos.

As bactérias resistentes a antibióticos determinam novas consultas e


exames diagnósticos além de internação e ocupações hospitalares, tornando-se
um problema de saúde pública mundial.

Existem duas formas de classificar a resistência de determinados


organismos a certas drogas, sendo elas a resistência intrínseca (natural) ou
adquirida. A primeira está relacionada ao que herda geneticamente, já a
adquirida se dá por fatores externos, como o uso indiscriminado de antibióticos.
A falta de informação sobre medicamentos e a urgência em melhorar a saúde
por parte da população com um medicamento mais potente com fim de encurtar
o tempo em consultas médicas levam a má utilização do antibiótico.
Para a utilização correta dos medicamentos a prescrição médica é
indispensável, contendo todas as informações necessárias e dispõem sobre o
controle sanitário do comercio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos
e correlatos, e também é um elo entre o prescritor, o paciente e dispersor.

A falta de material divulgando os riscos causados pelo mau uso de


antibióticos para a população é escassa. Em alguns casos nem mesmo os
médicos tem essas informações sobre os fármacos e seus efeitos danosos ou
interações medicamentosas.

É importante a orientação da sociedade como um todo para essa questão,


divulgando informações técnicas e cientificas com o intuito de conscientizar de
modo geral por meios de atividades educacionais que incluam a racionalização
da utilização dos antibióticos.
RDC N° 20/2011

Trata-se da primeira legislação brasileira a debater o controle da


dispensação de antibióticos, visando controlar o abuso desses medicamentos
sendo de grande importância, pois dificulta o acesso livre do medicamento à
população.

A prescrição dos medicamentos antibióticos deve ser realizada por


profissionais legalmente habilitados

As prescrições dos medicamentos devem ser realizadas em receituário


do prescritor específico de forma legível, sem rasuras, em duas vias e contendo
alguns dados obrigatórios, tais como:

1- Identificação do paciente: nome completo, idade e


sexo.
2- Nome do medicamento ou da substancia prescrita
sob a forma de Denominação Comum Brasileira, dose ou concentração, forma
farmacêutica, posologia e quantidade (em algarismos arábicos).
3- Identificação do emitente: nome do profissional com
sua inscrição no conselho regional, nome da instituição, endereço completo,
telefone, assinatura e marcação gráfica (carimbo).
4- Data da emissão.

A receita de antimicrobianos é válida em todo território nacional por 10


dias a contar da data de sua emissão.

Na lei RDC 20/2011 diz que a receita de antimicrobianos pode conter


outras categorias de medicamentos, desde que não seja de controle especial. A
lei também não limita a quantidade de antibióticos prescritos, podendo ser aceita
tranquilamente.

O cliente não tem a obrigação de comprar todos os medicamentos


antimicrobianos no mesmo lugar, podendo comprar alguns e o restante em outro
estabelecimento, sendo assim é preciso anotar no verso da receita os
medicamentos dispensados no momento, reter uma cópia, possibilitando assim
que o cliente compre com a mesma receita o restante dos medicamentos em um
outro lugar, ou data, respeitando a validade da receita.

Em situações de tratamentos prolongados, a receita poderá ser utilizada


dentro de um período de no máximo 90 dias, a contar da data de sua emissão.
Deve vir por escrito que é de uso continuo e a quantidade a ser utilizada a cada
trinta dias, garantindo a receita para três meses.

Para a dispensação é permitida a venda completa do tratamento de uma


única vez para os 90 dias ou também poderá ser dispensado a quantidade
suficiente para 30 dias, sendo anotado no verso da receita a quantidade
dispensada no momento, reter a cópia, possibilitando assim que o cliente faça a
compra do restante em outro estabelecimento ou outro dia, respeitando a
validade da receita.

O farmacêutico não deverá aceitar receitas com prazo ultrapassado de


validade de 10 dias e só podendo dispensar os antibióticos se as anotações
estiverem de forma legível e sem rasuras.

A RDC 20/2011 determina que a dispensação deve atender o que foi


prescrito. Sempre que possível o farmacêutico deve dispensar a quantidade
prescrita para o tratamento ou não havendo quantidade necessária, dispensar a
quantidade superior mais próxima do mesmo, de maneira a promover o
tratamento completo do paciente.

A devolução de antimicrobianos só é permitida por motivos de qualidade


do medicamento, impossibilitando sua utilização ou se a quantidade falada na
embalagem não for a mesma que o medicamento deveria ter.
Conclusão

Desde o emprego comercial dos antibióticos, começaram a surgir as


bactérias resistentes, seja por evolução natural das bactérias ou pela má
utilização da população com o antibiótico, que sem necessidade de receituário
médico poderia ser consumido por conta de qualquer gripe ou dor de cabeça. A
RDC 20/2011 foi implantada com meio de diminuir a utilização desnecessária do
antibiótico, com fatores importantes como a necessidade de um receituário
médico, contendo os dados do médico e do paciente, além da posologia e dentro
da data de uma data validade.
Referencias:

DE SOUZA, RAFAEL HENRIQUE FERREIRA. RDC 20/2011-O


CONTROLE DE ANTIMICROBIANOS: O QUE PODEMOS ESPERAR?. 2016.

CUNHA, Glaucia Maria Nogueira et al. Prescrições de antibióticos em


farmácias comunitárias: realidade após a RDC 20/2011. Boletim Informativo
Geum, v. 7, n. 3, p. 41, 2016.

http://portal.anvisa.gov.br/documents/33868/3233596/RDC+N%C2%BA+
20%2C+de+05+de+maio+de+2011.pdf/146404d2-1ac5-4a28-b677-
3f5d6277e0e3

NOVARETTI, Marcia Cristina Zago; AQUINO, Simone; PISCOPO, Marcos


Roberto. Controle de Vendas de Antibióticos no Brasil: Análise do efeito dos atos
regulatórios no uso abusivo pelos consumidores. Revista Acadêmica São
Marcos, v. 4, n. 2, p. 25-39, 2015.

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