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Brazilian Journal of Development 48234

ISSN: 2525-8761

Atuação do farmacêutico na dispensação de antimicrobianos com foco


na resistência bacteriana

The workofthe pharmaceutist


In thedispensation
Ofantimicrobialswithfocusonbacterialresistance
DOI:10.34117/bjdv7n5-294

Recebimento dos originais: 07/04/2021


Aceitação para publicação: 14/05/2021

Pedro Juliano de Lara Vieira


Acadêmico do Curso de Farmácia
Instituição: FAPAL - faculdade de Palmas
Endereço: Felipe Sestren N° 545, Porto Belo-SC, Brasil
E-mail: pedrojuliano.laravieira@gmail.com

Leda Terezinha de Freitas


Mestre em Educação pela Universidade de Uberaba – UNIUB
Instituição: FAPAL - faculdade de Palmas
Endereço: 1004 sul alameda 09, Lote 04 apto 300 cond. vila Mariana. Palmas-TO,
Brasil
E-mail: ledatfs14@gmail.com

RESUMO
O uso irracional de antibióticos está relacionado com uma prescrição excessiva ou
inadequada, ou ainda, com a automedicação tornando a atenção farmacêutica um
elemento necessário na dispensação de antimicrobianos. Por isso, o presente artigo
considera como objetivo realizar uma revisão bibliográfica para evidenciar a atuação do
profissional farmacêutico na dispensação de antimicrobianos, no combate a resistência
bacteriana. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica de natureza exploratória, com o
levantamento de dados científicos secundários e a sistematização das informações a partir
de bancos de dados nacionais e internacionais que dispunham de acervo de acesso aberto
e repositórios de trabalhos acadêmicos científicos. A resistência bacteriana aos
antibióticos foi descoberta anos depois da criação do primeiro antibiótico, uma dessas
causas se da devido ao uso irregular dos antimicrobianos, desde então foram criadas
diversas estratégias para seu racional, tentando reduzir o aparecimento de superbactérias
resistentes a diversos tipos de antibióticos. O farmacêutico enquanto profissional que visa
contribuir para a promoção da saúde, tem papel fundamental na garantia do uso racional
de medicamentos, torna-se um pilar importante em um tratamento seguro. Os
farmacêuticos dispõem de conhecimentos para realizar um dispensação correta dos
antibióticos, um profissional voltado para aproximar a população de um tratamento
eficaz, assegurando para os pacientes informações cruciais para a adesão do tratamento
proposto pelo medico, sendo então privilegiado para a promoção do uso racional de
medicamentos.

Palavras-chaves: Atenção Farmacêutica, Antibióticos, Resistência bacteriana.

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ABSTRACT
The irracional use of antibiotics is related with a inadequate or excessive prescription, or
even, with automedication making the pharmaceutical attencion a necessary element on
the dispensation of antimicrobials. Because of that this article considers as a objective to
perform a bibliographical revision to show the work of a professional pharmaceutist on
the dispensation of antimicrobials, in the fight with bacterial resistance. It is about a
bibliographical research of the exploratory nature, with the survey of secondary scientific
data and a systematization of the informations from the nacional and internacional open
source databases and repositories of scientific term papers. The bacterial resistance from
antibiotics was discovered years after the creation of the first antibiotic, one of those
causes were given due to the irregular use of the antimicrobials, since then there were
created several stratagies for your rational, attempting to reduce the appearing of
superbacterias resistant to many kinds of antibiotics. The pharmaceutist as professional
that aims to contribute to the promotion of the healthiness, has the main part on assuring
the rational use of medications, becomes a important cornerstone in a safe treatment. The
pharmaceutists have knowledge to make a right dispensation of the antibiotics, a
professional focused to approximate the population to a efficient treatment, assuring the
pacients crucial informations to the accession of the proposed medical treatment, being
then gifted to a promotion of the rational use of medicines.

Keywords: Pharmaceutical attencion, Antibiotics, Bacterial resistance.

1 INTRODUÇÃO
Os antibióticos são de grande importância na farmacologia desde sua descoberta,
tratando infecções que antigamente seriam fatais aos seres vivos, com exemplo da
descoberta da penicilina, que foi considerada uma revolução no mundo farmacêutico, pela
eficácia contra inúmeros tipos de bactérias que antes causaram infecções intratáveis
(SHAMA, 2014).
São indispensáveis nos dias atuais, porém com seu uso indiscriminado, seja por
prescrições inadequadas ou automedicação, os torna também uma classe aonde se devem
ter precauções em seu uso devido ao crescimento da resistência bacteriana aos
antibióticos.
A resistência antimicrobiana é a capacidade das bactérias de neutralizar o efeito
de um antibiótico. Pode ser uma conseqüência evolutiva por seleção natural, mas também
é causada pelo uso indiscriminado de agentes antimicrobianos (DE LA FUENTE-
SALCIDO et al, 2015).
Umas das principais causas de resistência bactéria, se da ao fato, do consumo
excessivo de antibióticos. Através de mecanismo de defesa das bactérias, surgem
bactérias super-resistente, o baixo índice de desenvolvimento de novos antibióticos frente
à alta velocidade que as bactérias assumem resistência aos antibióticos existente, os torna

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um grave problema público, gerando problema sócio econômico e afetando diretamente


a saúde da população.
Diante da utilização abusiva e irracional dos antimicrobianos, o papel do
farmacêutico que atua nas farmácias e drogarias é fundamental. Este profissional não só
pode, como deve contribuir para vencer a batalha contra as infecções, praticando a
dispensação orientada e prestando serviços de atenção farmacêutica, seja pelo
acompanhamento farmacoterapêutico ou por ações educativas (OMS 2010 apud
SOARES 2017).
Segundo BARBOSA, 2019 o farmacêutico torna-se responsável pela correta
dispensação de antibióticos aos usuários, além de levar informação pertinente de usos,
dos malefícios do uso indiscriminado, fazendo com que a população faça uso consciente
e racional de antibióticos.
O Fato de ser um profissional de saúde voltado para a promoção do uso racional
de medicamentos o torna um dos principais pilares para o combate, suas ações no ato da
dispensação, garantem ao paciente o uso seguro e correto, garantido o sucesso ao
tratamento minimizando fatores como a resistência bacteriana.

2 MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo aborda uma revisão de literatura qualitativa de natureza exploratória,
a respeito da atuação do farmacêutico na dispensação de antimicrobianos, através da
assistência farmacêutica como pilar para a promoção do uso racional de antibióticos
minimizando os riscos da resistência bacteriana.
A busca dos artigos científicos foi realizada utilizando os descritores Atenção
farmacêutica, antibióticos, resistência bacteriana, através das bases de dados eletrônico
da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), em seus periódicos indexados Scientific
Electronic Library Online, Google Scholar, ScienceDirect.
A seleção dos artigos teve como critérios de exclusão, artigos que não respondem
ao objeto do estudo, considerando os fatores, de publicação que sejam anteriores ao ano
de 2005 e, artigos científicos que não possuam indicação clara de autoria e titulo, assim
como publicações que não respondem ao objeto do estudo e artigos duplicados.
Para inclusão dos artigos de pesquisa, foram na língua portuguesa, disponíveis
na íntegra, dentro do recorte temporal.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Diante da pesquisa realizada no período entre junho de 2020 a abril de 2021, foi
possível identificar uma ligação proporcional de crescimento, entre o uso irracional de
antimicrobianos e a resistência bacteriana.
Com a descoberta da penicilina, considerada uma revolução no mundo
farmacêutico, pela eficácia contra inúmeros tipos de bactérias que antes causaram
infecções intratáveis, enaltece este antibiótico como “droga milagrosa” (SHAMA, 2014).
A penicilina mostrou eficaz no tratamento contra infecções graves marcando a
história do mundo da medicina. (CAVALCANTE et al, 2016). Mas bastou apenas três
anos de uso, para serem detectadas cepas resistentes a penicilina, chegando a 40% das
cepas resistentes em 1950 e 80% em 1960. (MENDOZA MEDELLIN, 2011).
Pode verificar que após a industrialização da penicilina houve um crescimento
rápido no desenvolvimento de novos antibióticos. Para melhor entendimento do
desenvolvimento desses antibióticos, foram apresentados o período e os respectivos
antibióticos, como pode ser visto pela tabela 1.

Tabela 1 - Período de Desenvolvimento dos Antibióticos.


Ano de descoberta Antibióticos descobertos
1940-1960 cefalosporina, estreptomicina, clortetraciclina, eritromicina, vancomicina,
(gram positivas) cloranfenicol, rifampicina B, clindamicina e polimixina B.
1960-1980 derivados betalactamicos, análogos de penicilina e cefalosporina, ácido
(gram positivos e clavulânico, aztreonam, análogos da tetraciclina, derivados
negativos) aminoglicosídicos como gentamicina, tobramicina, amicacina.
1980-2000 fluoroquinolonas sintéticas
2000-2020 linezolida
FONTE. Guimarães (2010).

Nos anos seguintes, o panorama foi semelhante com os novos antibióticos


introduzidos, com mecanismos de resistência que surgiram quase que simultaneamente
com o uso desses medicamentos. Embora o problema tenha sido parcialmente resolvido
com a realização de modificações estruturais das classes de antibióticos, desenvolvidas
com o objetivo de ampliar o espectro de ação para os isolados resistentes, a situação se
agravou, a ponto de ter poucas opções disponíveis para a década de os anos oitenta.
(VANEGAS-MÚNERA, 2020)
A falta de opções terapêuticas tem levado a Organização Mundial da Saúde a
alertar para a chegada, no século XXI, de uma era pós-antibiótica, na qual, apesar dos
mais de 200 antibióticos desenvolvidos, nenhum será suficientemente eficaz; em um
cenário semelhante à era pré-antibiótica, em que essas drogas não estavam disponíveis.

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Se o problema da resistência não for controlado, no ano de 2050 ocorrerão mais de 10


milhões de mortes por essa causa, mortalidade superior à causada por doenças crônicas
como diabetes e câncer. (VANEGAS-MÚNERA, 2020).
Segundo NASCIMENTO, 2005 apud BERMUDEZ ,2000 citando estimativas
da OMS, até 75% das prescrições de antibióticos,são inadequadas, e apenas metade das
pessoas que usa medicamentos antibacteriano adequadamente.
A automedicação, facilitada pela chamada empurroterapia praticada nas
farmácias, somada à prescrição médica indevida foram às causas mais mencionadas para
explicar o uso indiscriminado de antibióticos. A prescrição indevida, por sua vez, foi
vinculada a diversos fatores: à má prática, à qualidade da formação médica, às políticas
de saúde, à grande variedade de antibióticos existentes no mercado e ainda à pressão
exercida por laboratórios farmacêuticos (NASCIMENTO, 2005).
No contexto pandêmico que se vive atualmente, é importante destacar o uso
indiscriminado de antibióticos na busca pela cura para a COVID-19 ou como medida
profilática, considerando que não há um tratamento específico para a doença e que vários
medicamentos estão sendo utilizados em forma de teste. Tal ação pode ocasionar a
seleção de bactérias resistentes e infecções intratáveis no futuro (Rocha, 2021).
Vale ressaltar que a pandemia causada pelo COVID-19 trás relações ao uso
exacerbado de medicações como os antibióticos. A busca pela cura da doença ocasionou
desespero na população mundial que se automedicam com quaisquer substâncias nas
quais são associadas a componentes que possivelmente podem ser o tratamento para o
combate aos sintomas causados pelo vírus. Contudo, há um longo trajeto até a descoberta
correta para o tratamento, e as consequências pelo uso de mediações indevidas podem
surgir mais tarde com o aparecimento de outras doenças causadas por bactérias resistentes
aos antibióticos utilizados na busca incerta pela cura do COVID-19 (ROCHA, 2021).
O uso inconsequente de antibióticos facilita o desenvolvimento da resistência
microbiana, pois seleciona as bactérias resistentes, as quais se proliferam e se disseminam
na população, sendo necessário o uso de novos antibióticos ou dosagens maiores para o
controle das infecções bacterianas, o que pode inclusive ser ineficaz, levando o paciente
à morte. Esta disseminação de bactérias resistentes aumenta as possibilidades de
voltarmos à era pré-antibiótica. (DA SILVA, 2015).
O uso sem consciência de antibióticos no tratamento da COVID-19, a qual ainda
não possui um tratamento 100% eficiente para a cura, poderá promover a seleção de

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bactérias resistentes com potencial para trazer sérios danos à saúde pública no futuro
(ROCHA, 2021).

3.1 MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIBIÓTICOS


Os antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o
crescimento ou causar a morte das bactérias, atuando por vários mecanismos, seu objetivo
causa danos em algumas das vias metabólicas essenciais para a sobrevivência das
bactérias. (DE LA FUENTE-SALCIDO et al, 2015).
Para melhor compreender a resistência bacteriana, foram apresentados os
mecanismos de ação das dos antibióticos, como pode ser visto na tabela 2.

Tabela 2- Mecanismo de Ação dos Antibióticos


Antibiótico Local alvo Mecanismo
Inibição da formação de ligação
b-lactâmicos (penicilinas, cruzada entre cadeias de
cefalosporinas, carbapeninas, Enzima transpeptidase peptideoglicano, impedindo a
monobactamas) formação correta da parede
celular bacteriana.
Inibição da enzima de resistência
b-lactâmicos (oxapeninas,
Enzima b-lactamase bacteriana, que degrada
sulfoxapeninas)
antibióticos b-lactâmicos
Macrolídeos, lincosamidas,
estreptograminas (dalfopristina e Inibição da síntese proteica
Subunidade 50S ribossômica
quinupristina), cloranfenicol, bacteriana.
oxazolidinonas (linezolida)
Inibição da síntese proteica
Aminoglicosídeos, tetraciclinas Subunidade 30S ribossômica
bacteriana
Complexação com as cadeias
peptídicas não ligadas e bloqueio
Glicopeptídeos (vancomicina, Dipeptídeo terminal D-Ala-D-
da transpeptidação, impedindo a
teicoplanina) Ala do peptideoglicano
formação correta da parede
celular bacteriana
Afetam permeabilidade da
Peptídeos não ribossomais membrana bacteriana por
(bacitracina, gramicidina C, Membrana plasmática facilitarem o movimento
polimixina B) descontrolado de íons através da
membrana.
Afeta permeabilidade da
membrana bacteriana e bloqueia
Lipodepsipeptídeos síntese de ácido pipoteicoico,
Membrana plasmática
(daptomicina) componente da membrana
externa de bactérias Gram
positivo.
RNA polimerase dependente de
Ampicina Inibição da síntese de RNA.
DNA
Bloqueio da replicação e reparo
Fluoroquinolonas Enzima DNA girase
do DNA
Bloqueio da formação de cofatores
Sulfonamidas Enzima di-hidropteroatosintetase do ácido fólico, importantes para
síntese de ácidos nucleicos.

FONTE. Guimarães (2010).

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A resistência antimicrobiana é a capacidade das bactérias ou outros


microrganismos de neutralizar o efeito de um antibiótico. Pode ser uma conseqüência
evolutiva por seleção natural, mas também é causada pelo uso indiscriminado de agentes
antimicrobianos (DE LA FUENTE-SALCIDO et al, 2015).
Os principais mecanismos de resistência bacteriana aos antibióticos são: a
modificação ou destruição enzimática do antibiótico; diminuição da acumulação
intracelular do antibiótico através da redução da permeabilidade celular ao antibiótico;
existência de bombas de efluxo dos antibióticos e alterações nas moléculas alvo dos
antibióticos (LOUREIRO, 2016).

3.2 FARMACÊUTICO NA DISPENSAÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS


O farmacêutico torna-se um profissional da saúde muito importante, pois é por
ele que acontece o último contato do paciente com um profissional da saúde, antes da
dispensação. Uma boa orientação garante o sucesso no tratamento e o uso correto e seguro
dos antibióticos. (ASPDEN, 2007, apud SILVÉRIO, 2010).
Segundo Santos (2017), “A intervenção farmacêutica é caracterizada como o
conjunto de ações executadas nos serviços de saúde para assegurar que a assistência
terapêutica integral seja prestada a população na proteção, prevenção e recuperação da
saúde, nos seus fatores individuais e coletivos’’.
Para Aldrigue (2006), “é responsabilidade do farmacêutico durante a
dispensação: respeitar o direito do usuário de conhecer o medicamento que lhe é
dispensado e de decidir sobre sua saúde e seu bem-estar, informar e assessorar o paciente
sobre a utilização correta do medicamento” (apud SILVÉRIO, 2010).
A prescrição é a ordem médica dirigida ao farmacêutico para o cumprimento da
terapia medicamentosa do paciente. A falta de informação na prescrição pode interferir
com a comunicação entre os profissionais, prejudicando-a e levando a erros de medicação
ao paciente. (SILVÉRIO, 2010).
A legibilidade condiciona a comunicação, pode interromper ou alterar o
processo de assistência ao paciente, resultando em conseqüências danosas para o mesmo.
Sem dúvida, a escrita manual ilegível é uma reconhecida causa de erros envolvendo
medicamentos. (SILVÉRIO, 2010).
Na dispensa de medicamentos, especialmente os antibióticos, é de suma
importância uma informação adequada sobre o medicamento prescrito, como, a forma

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correta da sua utilização principalmente através do respeito pelas dosagens e intervalos


entre as doses e duração do tratamento (SILVÉRIO, 2010).
A dispensação é a etapa mais importante para o paciente, sendo revista a
prescrição médica e estabelecidas condições para o acompanhamento da evolução da
terapêutica adotada. Na validação da prescrição médica ocorre a minimização de
possíveis erros de dose ou de indicação terapêutica para o antibiótico prescrito (MALIN,
2010, apud Santos, 2017).
O profissional farmacêutico encontra-se em estabelecimento estratégico,
farmácia ou drogaria, e de amplo alcance à população, o que o torna um profissional
privilegiado para a promoção do uso racional de medicamentos (OLIVEIRA, 2017).
Presença e atuação do farmacêutico nesses espaços se justificam pelo fato de que
o uso racional dos medicamentos demanda conhecimento técnico científico aprofundado
sobre suas características, privilegiando a educação em saúde, sobretudo temas
relacionados a medicamentos (OLIVEIRA, 2017).
O uso irracional de antibióticos está relacionado com uma prescrição excessiva
ou inadequada ou automedicação, resultante da toma de medicamentos que sobraram de
tratamentos anteriores ou da aquisição direta nas farmácias sem uma receita (ROQUE,
2016).
O farmacêutico tem o dever de oferecer todas as informações imprescindíveis ao
usuário, como: as principais reações adversas, interações que podem ocorrer entre
alimentos, efeitos colaterais, essas pequenas atitudes iram reduzir a casos de resistência
bacteriana (SCARCELA, 2011 apud BARBOSA, 2019).
Dentro de um controle mais eficaz para dispensação de antibióticos está a RDC
20/2011 onde teve como propósito controlar de forma pontual a saída destes fármacos
dos estabelecimentos farmacêuticos (BARBOSA, 2019)
Compondo os integrantes de uma equipe de saúde, conforme estabelece a
Resolução CFF Nº 596/2014, o profissional farmacêutico torna-se responsável pela
correta dispensação de antibióticos aos usuários, além de levar informação pertinente de
usos, dos malefícios do uso indiscriminado, fazendo com que a população faça uso
consciente e racional de antibióticos (BARBOSA, 2019).
Para tanto o profissional farmacêutico tem o importante papel de minimizar o
uso inadequado dos antibióticos, onde o mesmo pode criar medidas, com o propósito

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fundamental de prevenir o desenvolvimento das bactérias resistentes, impedindo desta


forma seu uso indiscriminado (BARBOSA, 2019).
Diante da utilização abusiva e irracional dos antimicrobianos, o papel do
farmacêutico que atua nas farmácias e drogarias é fundamental. Este profissional não só
pode, como deve contribuir para vencer a batalha contra as infecções, praticando a
dispensação orientada e prestando serviços de atenção farmacêutica, seja pelo
acompanhamento farmacoterapêutico ou por ações educativas (OMS 2010 apud
SOARES 2017).
O farmacêutico deve ter uma atitude proativa, buscando não apenas cumprir o
disposto na legislação. É possível fazer muito mais, buscando conhecimento,
capacitando-se e interagindo com os demais profissionais da saúde envolvidos na cadeia
do medicamento (OMS 2010 apud SOARES 2017).
Desta forma, o farmacêutico não estará apenas zelando pela saúde dos pacientes,
mas também contribuindo para que a farmácia seja verdadeiramente reconhecida como
estabelecimento de saúde (OMS 2010 apud SOARES 2017).

4 CONCLUSÕES
A não adesão ao tratamento de antimicrobianos e um dos principais problemas
quando envolve a resistência bacteriana, diversas interações medicamentosas e efeitos
colaterais ou a falta de conhecimento do paciente, de quais horários devem tomar ou por
quantos dias, afastam o paciente do tratamento correto, muitas vezes finalizando o
tratamento antes do tempo certo, pelo fato de já se sentirem melhor, ou por algum
desconforto que o antimicrobiano possa causa.
A falta de atenção ou de esclarecimento dos profissionais da saúde, perante um
tratamento com antimicrobianos, é inegável infelizmente, seja por falta de conhecimento,
tempo ou excesso de trabalho, muitas vezes os pacientes saem de uma consulta ou de uma
farmácia sem ao menos saber para qual função do medicamento que está sendo tomado.
O farmacêutico como último profissional capacitado que irá conversar com o
paciente, ele tem o dever de orientá-lo, realizando um atendimento centrado e
individualizado, sempre esclarecendo a importância de uma boa adesão ao tratamento,
orientando em ralação as quantidades prescritas, horas e dias de tratamento, possíveis
efeitos colaterais, interações medicamentosas e demais outras atitudes que possam
prejudicar o tratamento.

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