Revista Ciência & Inovação - FAM - V.6, N.
1 - OUT - 2021
RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA
NA SAÚDE ANIMAL E PÚBLICA:
REVISÃO DE LITERATURA
Ariadiny Assumpção
Discente do curso de Medicina Veterinária
Faculdade de Americana – FAM.
Jhenniffer Fernanda dos Santos
Discente do curso de Medicina Veterinária
Faculdade de Americana – FAM
Julia Brenda Lopes da Silva
Discente do curso de Medicina Veterinária
Faculdade de Americana – FAM
Resumo
Ao longo da existência da humanidade e toda
sua evolução, o ser humano se encontra também
passando pela experiência da evolução das doenças
infecciosas causadas por diversas espécies bacterianas
como, infecções de garganta, ouvido, urinárias, sepse,
entre outras, essas enfermidades podem ser as causas
de muitas mortes quando não tratadas ou não tratadas
adequadamente. A antibiótico terapia foi por muitos anos
a grande solução para todas essas infecções, ainda é a
melhor solução, pois quando se detecta através de
exames laboratoriais qual a bactéria presente no
indivíduo e qual o antibiótico ideal a ser usado é
possível um prognóstico muito bom para o paciente,
porém o uso irracional de antimicrobianos é o que fez
surgir ao longo dos anos a temida resistência
bacteriana, um problema da atualidade para tratamento
de enfermidades causadas por diversas espécies de
bactérias. É a atual preocupação da saúde pública
mundial, incluindo governos, indústria farmacêutica,
médicos, médicos veterinários, profissionais da saúde
em geral e sociedade. Por isso a cautela e todo cuidado
é de extrema importância na utilização da antibiótico
terapia, se atentando ao medicamento correto sob
aquela bactéria em proliferação, se atentar a posologia,
cada detalhe nesse protocolo é importante para evitar a
disseminação da resistência, ou corremos grandes
riscos de daqui alguns anos não termos antimicrobianos
potentes suficientemente para serem usados, sendo
assim a escolha será somente em tratar sintomas e não
a causa base da enfermidade, levando o paciente ao
risco eminente de morte.
Palavras-chave: Antibióticos, resistência, bactéria.
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Letícia Barbosa da Silva
Discente do curso de Medicina Veterinária
Faculdade de Americana – FAM.
Patricia Lacava
Discente do curso de Medicina Veterinária
Faculdade de Americana – FAM.
Abstract
Throughout the existence of humanity and all its
evolution, the human being is also experiencing the
evolution of infectious diseases caused by several
bacterial species such as infections of the throat, ear,
urinary tract, sepsis, among others, these diseases can
be the causes of many deaths when not treated or not
treated properly. Antibiotic therapy has been the great
solution for all these infections for many years, it's still the
best solution, because when it's detected through
laboratory tests which bacteria are present in the
individual and which ideal antibiotic to use, a very good
prognosis is possible for the patient, however, the
irrational use of antimicrobials is what has brought about
the feared bacterial resistance over the years, a current
problem for the treatment of diseases caused by several
species of bacteria. It's the current concern of public
health worldwide, including governments, the
pharmaceutical industry, doctors, veterinarians, health
professionals and society in general. That's why caution
and great care is of utmost importance in the use of
antibiotic therapy, paying attention to the correct
medication under that proliferating bacteria, if you pay
attention to the dosage, every detail in this protocol is
important to avoid the spread of resistance, or we run
great risks a few years from now that we may not have
antimicrobials potent enough to be used, so the choice
will be only to treat symptoms and not the underlying
cause of the disease, leading the patient to the imminent
risk of death.
Keywords: antibiotics, resistance, bacteria.

INTRODUÇÃO
O objetivo deste artigo é abordar um assunto
extremamente importante, que é o uso de antibióticos. É
um medicamento amplamente utilizado, afinal ele é
responsável por inibir o crescimento ou destruir
totalmente as bactérias em questão, ou seja, é usado
para tratar infecções bacterianas, porém o seu uso
inadequado está trazendo suas consequências. Desse
modo é explanado sobre os cuidados necessários ao
utilizar um antibiótico, afim de diminuir a quantidade de
casos de resistência, seus mecanismos de ação,
mecanismos de ação em relação a resistência, exames
como antibiograma (analisa a sensibilidade da bactéria
perante a presença de alguns antimicrobianos), assim
garantindo a eficácia do tratamento, entre outros
aspectos.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
USO DE ANTIMICROBIANOS
Os antibióticos são drogas produzidas por
microrganismos capazes de inibir ou destruir os
microrganismos.Podemserusadosdemaneiraterapêutica
(tratamento da doença em si) ou profilática (prevenção),
além disso na medicina veterinária também podemos
destacar o uso em metafilaxia e melhoramento de
desempenho (SPINOSA; GORNIAK; BERNARDI, 2011).
Figura 1 - Uso de antibióticos
Fonte: Farmacologia aplicada à medicina veterinária -
Spinosa; Gorniak; Bernardi, 5ª ed., 2011.
Ressaltando que recentemente o Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) proibiu o
uso de tais aditivos para melhorar o desempenho, afim
de controlar o aumento de resistência bacteriana.Através
de instrumento específico elaborado para a coleta de
dados dessa revisão, no qual seu objetivo era organizar
esumarizarasinformações,buscandocompararosestudos
para atingir os objetivos propostos. O instrumento foi
composto dos seguintes itens: localização, identificação
de artigo, objetivo, método, resultado e conclusão.
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Revista Ciência & Inovação - FAM - V.6, N.1 - OUT - 2021
IMPORTÂNCIA
Médicos veterinários entre outros especialistas
da área da saúde, devem ser cautelosos na utilização de
antimicrobianos. É importante avaliar corretamente a
situação, fazer os exames necessários, assim evitando
o uso indiscriminado (se atentar a escolha do
medicamento, dose, tempo de tratamento, entre outros
fatores) (CRMV-SP, 2019).
O aumento da resistência conforme o passar dos
anos vem trazendo grandes preocupações, segundo o
estudo Review on Antimicrobial Resistance, isso só
tende a piorar, gerando milhares de mortes por ano.
Figura 2
FARMACOCINÉTICA DOS ANTIBIÓTICOS
Absorção
Acontece com a chegada do antibiótico na
corrente sanguínea pelas membranas celulares. Este
processo ocorre pelo transporte de membranas,
podendo ser realizada por difusão passiva, saindo da
concentração mais alta para a mais baixa, por difusão
facilitada com ajuda de proteínas transportadoras em
casos de moléculas maiores ou por transporte ativo, indo
da concentração menor para a mais elevada
(WHALHEN, 2016).
Alguns fatores podem influenciar na absorção do
fármaco como por exemplo seu peso molecular,
tamanho, pH, composição e até mesmo a via de
administração (SANTOS, 2010).
Distribuição
Após a absorção, o antibiótico é transportado
para outros tecidos e para seu local de ação (local da
infecção bacteriana) através da corrente sanguínea
(Santos, 2010).
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Excreção Morfologia
Os antibióticos são excretados principalmente
pelos rins (na urina), porém também podem ser excretados
nas fezes, saliva, lágrima e até suor (Anvisa, 2007).

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
Os antibióticos podem ser administrados pela via
oral, endovenosa, intramuscular ou via tópica (Anvisa).

MÉTODOS PARA PREVENÇÃO DE

RESISTÊNCIA BACTERIANA
- Aprimorar os conhecimentos sobre a resistência;
Figura 4 - Formas que as bactérias podem possuir
- Melhorar a vigilância em relação a venda de Fonte: BLACK, 2002.
antibióticos (somente com receituário);
- Seguir a prescrição do médico ou veterinário
(respeitar o período de utilização, dosagem); Classificação
- Prevenção de doenças; Elas são classificadas em gram positiva ou gram
negativa, se diferenciando pela composição de sua
- Não utilizar medicamentos sem prescrição de
algum profissional (automedicação); parede celular e sua coloração.

- Em relação ao setor agrícola não fazer o uso de

antibióticos sem necessidade;
- Otimização do uso de antibióticos (Organização
mundial da saúde, 2017).

BACTÉRIA
A Bactéria é um microrganismo unicelular, que
pode ser encontrada isolada ou em colônias. Constituída
por uma célula sem núcleo (procariontes) que podem ter
o tamanho de 2 a 6 µm de comprimento e 1 a 2 µm de
largura. Figura 5 - Parede celular da bactéria gram negativa
Fonte: VIEIRA, 2012.

Figura 6 - Parede celular da bactéria gram positiva

Fonte: VIEIRA, 2012.
Figura 3 - Componentes da bactéria.
Fonte: VIEIRA, 2012.

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MECANISMOS DE AÇÃO DOS

ANTIBACTERIANOS B
O objetivo do uso de antibióticos é matar ou inibir,
também chamados respectivamente de bactericidas ou
bacteriostáticos, certos microrganismos, levando em
consideração o conhecimento sobre suas propriedades,
já que são capazes de agir em diferentes alvos (como
parede celular, membrana citoplasmática, síntese de
proteínas, síntese de DNA e síntese de metabólitos
essenciais), ou seja, cada medicamento é capaz de
interferir em alguma atividade da célula bacteriana.
Importante ressaltar que algumas drogas bacteriostáticas
podem se tornar bactericidas se administrados em doses
altas ou até mesmo utilizados em certas espécies Figura 8 — Inibição da síntese da parede celular.
(TRABULSI; ALTERTHUM, 2015). (A) Bactéria em sua forma integra. (B) Lise celular.
Fonte: Microbiologia – Tortora; Funke; Case, 12ª
ed., Artmed, 2017.

Atuação na membrana citoplasmática

São capazes de provocar uma desorganização
da membrana, assim alterando a sua permeabilidade,
gerando o extravasamento de seus metabólitos
(TRABULSI; ALTERTHUM, 2015).

Figura 7 - Principais mecanismos de ação dos antibióticos.

Fonte: Microbiologia – Tortora; Funke; Case, 12ª ed., Artmed, 2017.
Figura 9 — Desorganização da membrana.
Fonte: Microbiologia – Luiz B. Trabulsi; Flávio
Atuação na parede celular
Alterthum, 6 ed. Atheneu, 2015.
Os β-lactâmicos são capazes de interferir na
síntesedopeptideoglicano,maisespecificamentenaetapa
final (3ª etapa), isso ocorre devido a capacidade de inibir Atuação na síntese de proteínas
astranspeptidases(responsávelpelaligaçãodascadeias).
Atuam ao nível dos ribossomos e são capazes
Existem outros meios de ação, como as proteínas fixadoras
de atuar em vários sítios de ação, ou seja, podem inibir
de penicilinas (protein binding penicillins ou PBP), também
referidas como transpeptidases. Cada bactéria possui a formação das proteínas de várias formas diferentes
diversas PBPs e cada uma delas podem causar diferentes (TRABULSI; ALTERTHUM, 2015).
condições, de maneira que, são capazes de intervir na
função de várias enzimas, como por exemplo, podem levar
há um aumento das enzimas autolisinas, assim resultando
na lise da bactéria (NEU; GOOTZ, 1996; TRABULSI;
ALTERTHUM, 2015).

Figura 10 — Inibição da síntese de proteínas.

Fonte: Microbiologia – Tortora; Funke; Case, 12ª ed., Artmed, 2017.

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Atuação na síntese de DNA
Alguns fármacos atuam inibindo a duplicação
(reprodução) e transcrição do DNA, impedindo a ação do
DNA girase (responsável por enrolar e desenrolar o DNA,
afim de não ocupar tanto espaço dentro da bactéria) e
topoisomerase IV (TRABULSI; ALTERTHUM, 2015;
TORTORA; FUNKE; CASE, 2017).
Atuação na síntese de metabólitos essenciais
Interferem no metabolismo de ácido fólico. Sulfas
são similares ao ácido paraminobenzoico (PABA), assim
ocorrendo uma inibição competitiva e por conta de o PABA
ser um precursor do ácido fólico, acaba ocorrendo a sua
inibição,consequentementeafetandoasíntesedeproteínas
(DNA e RNA), afinal ela é uma importante coenzima para
tal realização (TORTORA; FUNKE; CASE, 2017).
Figura 11 — Inibição de enzimas.
Fonte: Microbiologia – Tortora; Funke; Case, 12ª ed., Artmed, 2017.
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MECANISMOS DE RESISTÊNCIA AOS
ANTIBIÓTICOS
A resistência bacteriana é decorrente da
existência de genes que são capazes de afetar os
mecanismos de ação dos fármacos utilizados. Ela pode
ser natural (caráter hereditário) ou adquirida
(transmissão de material genético ou mutação).
Importante ressaltar que os antimicrobianos não
induzem a resistência, o que ocorre realmente é a
seleção dos mais resistentes já existentes (TAVARES,
2014; TRABULSI; ALTERTHUM, 2015).
Tais genes podem ser transferidos entre as
bactérias, sendo elas da mesma espécie ou não, por
transdução, conjugação, transposição ou transformação
(QUINNetal.,2005;GALLAGHER;MACDOUGALL,2018).
Transdução: o gene é transmitido por meio de
um bacteriófago (atua como um veículo transportador do
DNA e ao infectar outra bactéria repassa o gene em
questão) (SPINOSA; GORNIAK; BERNARDI, 2011;
TAVARES 2014).
Conjugação: transferência de material genético
(plasmídeo), através do contato entre duas bactérias
(SPINOSA; GORNIAK; BERNARDI, 2011; TAVARES,
2014).
Transposição: transferência realizada por meio
de transposons (SPINOSA; GORNIAK; BERNARDI,
2011).
Transformação: material genético existente no
meio, devido a lise de alguma bactéria é transportada
para outro microrganismo ali presente (SPINOSA;
GORNIAK; BERNARDI, 2011; TAVARES, 2014).
Já em relação aos mecanismos de ação das
bactérias está incluído, alteração da permeabilidade, do
local de ação, bomba de efluxo e inativação por enzimas
(SPINOSA; GORNIAK; BERNARDI, 2011; TAVARES,
2014).
Figura 12 — Mecanismos de resistência bacteriana.
Fonte: Microbiologia – Tortora; Funke; Case, 12ª ed., Artmed, 2017.

Alteração na permeabilidade
Ocorre devido a modificações em relação as
porinas (proteína presente na membrana celular,
responsável pelo transporte de substâncias para o interior
da célula) (SPINOSA; GORNIAK; BERNARDI, 2011).
Figura 13 — Esquema representando a incapacidade de
a substância penetrar a membrana.
Fonte: Anvisa, 2007.
Alteração do local de ação
Sucede da alteração das proteínas de ligação das
penicilinas, assim afetando a interação com certos
antibióticos, ou seja, impede a sua ligação (TAVARES,
2014).
Figura 14 — Alteração do sítio de ligação.
Fonte: https://slideplayer.com.br/slide/49515/.
Alteração da bomba de efluxo
Advém da presença de proteínas na membrana
que atuam como bombas que são capazes de mover
fármacos do meio intracelular para o extracelular
(TORTORA; FUNKE; CASE, 2017; GALLAGHER;
MACDOUGALL, 2018).
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Figura 15 — Mecanismo de ação da bomba de efluxo.
Fonte: Anvisa, 2007.
Inativação por enzimas
Em relação a esse mecanismo podemos dizer
que as bactérias produzem enzimas que destroem ou
mudam os medicamentos usados, a partir de hidrólise
(quebra), transferência de grupo (transferases) e
mecanismos redox (oxidação ou redução) (DZIDIC;
SUSKOVIC; KOS, 2008).
Figura 16 — Mecanismo de ação das enzimas.
Fonte: https://www.slideshare.net/JoaoMaarcos/mtodos-
de-deteco-de-resistncia-bacteriana-aos-antimicrobianos-
em-bgn-cultura-de-vigilncia-epidemiolgica.
A IMPORTÂNCIA DO EXAME LABORATORIAL
NA ANTIBIÓTICO TERAPIA
Os testes de sensibilidade bacteriana são de
suma importância nos tratamentos de diversas doenças
causadas por microrganismos, e com o aumento das
super bactérias resistentes a diversos antibióticos o
profissional deve se atentar ainda mais ao uso
indiscriminado da antibiótico terapia. O exame de cultura
e antibiograma é um auxílio médico, pois dessa forma é
garantida a eficácia do tratamento visto que a medicação
será de ação satisfatória sob o microrganismo (Figura 1).
Temos que levar em consideração também que existem
casos rotineiros, como quando o animal apresenta uma

situação precária de saúde, nessa circunstância não há
tempo para esperar o resultado do exame, sendo assim
o profissional opta por iniciar um tratamento o mais rápido
possível (LABORCLIN, 2011).
O exame tem a função de determinar e
quantificar a sensibilidade bacteriana a determinados
antibióticos, desse modo o exame identifica contra quais
antibióticos o microrganismo é resistente ou sensível.
Sendo assim, evita-se o uso de medicações que o
microrganismo já criou resistência, resultando em um
tratamento ineficaz (CONSELHO REGIONAL DE
FARMÁCIA DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2011).
Para realização do exame é necessário amostras
coletadas sem contaminação para serem identificadas
colônias gram-negativas ou gram-positivas,
armazenadas no máximo 24horas para realização do
exame, após esse tempo as colônias já não são viáveis
para o exame e resultado pode não ser fidedigno
(LABORCLIN, 2011).
Figura 17 — Relação entre medicação, micro-organismo
e paciente Fonte: Fiol, s.d.
Materiais necessários
- Estufa bacteriológica;
- Termômetro de máxima e mínima para controle
da estufa;
-Alças bacteriológicas em platina ou descartáveis;
- Ágar Sangue e MacConkey para crescimento
da colônia;
- Ágar Mueller Hinton em placas 90X15mm ou
140X15mm para crescimento da colônia com
discos de antibiótico;
- Solução salina estéril (NaCl 0,85%);
-Swabsestéreisparaespalhamentodasuspensão;
- Bico de Bunsen;
- Discos com antibióticos;
- Tabelas com os valores esperados de halos
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Procedimento para realização do exame
1º passo: Amostra recebida com possivelmente
presença de bactérias, com o swab estéril semear em
diferentes direções na placa de Agar Sangue e/ou
MacConkey, colocar a placa na estufa bacteriológica a 36
ºCpor18a24horasparacrescimentodacolôniabacteriana.
Antes do próximo passo, retirar os frascos de
antibióticos e placas da refrigeração por pelo menos 30
minutos, para que obtenham temperatura ambiente
(LABORCLIN, 2011).
2º passo: Necessário flambar a alça de platina
ou descartável para exterminar qualquer microorganismo
e após resfriá-la, retirar com a alça parte da bactéria que
cresceu na primeira etapa (LABORCLIN, 2011).
Figura 18 — Colônias bacterianas mantidas em estufa bacteriológica
a 36 ºC por 24 horas em meio Ágar Sangue e MacConkey.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 19 — Semeando bactéria em solução salina
na placa Mueller Hinton.
Fonte: LABORCLIN, 2011.
3° passo: Para bactéria ser transferida para placa
Mueller Hinton é necessário ser colocada em um tubo de
ensaio solução salina estéril (NaCl 0,85%), homogeneizar
até o líquido se apresentar turvo (LABORCLIN, 2011).
4° passo: Com um novo swab estéril mergulhar
no tubo com solução salina e a colônia de bactéria, após,
semear o swab com amostra na placa de Mueller Hinton
em diferentes direções para garantir que amostra com
bactéria será bem depositada em toda placa
(LABORCLIN, 2011).
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7º passo: Colocar a placa contendo os discos na

estufa bacteriológica a 36 ºC pelo tempo de 18 a 24
horas (LABORCLIN, 2011).

Figura 20 — Semeando swab com bactéria na placa

Mueller Hinton.
Fonte: LABORCLIN, 2011

5º passo: Aguardar até que toda superfície da

placa Mueller Hinton esteja completamente seca, tempo
Figura 23 — Placas de Mueller Hinton com discos de
máximo de espera 15 minutos (LABORCLIN, 2011). antibióticos (antibiograma) em estufa a 36ºC.
Fonte: LABORCLIN, 2011.
6º passo: Utilizando uma pinça esterilizada no
bico de Bunsen e resfriada, aplicar um a um os discos
8º passo: Analisar o resultado com uso de uma
contendo antibióticos e pressionando-os para serem bem
régua ou algum aparato semelhante que tenha a
aderidos na placa (LABORCLIN, 2011).
finalidade de medida deve-se medir o diâmetro dos halos
que formaram (ou não) cada disco de antibiótico, com
auxílio da tabela própria para definir se a bactéria
analisada no crescimento da etapa de cultura é sensível,
intermediário ou resistente ao antibiótico testado
(LABORCLIN, 2011).

Figura 21 — Discos, antibiograma de 18 antibióticos.

Fonte: Arquivo pessoal.

Figura 24 — Mensurando medida do halo criado em

volta do disco. Fonte: LABORCLIN, 2011.

Figura 22 — Discos com halos formados após 24 horas em estufa

bacteriológica a 36 ºC, antibiograma de 18 antibióticos. Figura 25 — Halo formado em volta do disco de
Fonte: Arquivo pessoal. antibiótico. Fonte: ANVISA, 2008

81

Figura 26 — Discos com halos formados após 24
horas em estufa bacteriológica a 36 ºC, antibiograma
de 9 antibióticos e 18 antibióticos.
Fonte: Arquivo pessoal.
Interpretação dos resultados
Os diâmetros dos halos do crescimento
bacteriano ao redor de cada disco são mensurados em
milímetros. Estão relacionados à sensibilidade da
bactéria e à velocidade de difusão do antibiótico
(LABORCLIN, 2011).
Sensível: Quando o halo formado em volta do
disco é grande, indica que a ação da medicação contida
no halo foi eficaz contra a espécie bacteriana que
cresceu na cultura, ou seja, teve efeito bactericida, o
antibiótico poderá ser administrado no tratamento do
paciente (ANVISA, 2008).
Intermediário: Quando o halo formado em volta
do disco é de tamanho médio/intermediário, isso nos
indica que a ação da medicação contida no halo teve
eficácia mediana contra a espécie bacteriana que
cresceu na cultura, portanto o antibiótico poderá ser
administrado no tratamento do paciente quando houver
necessidade de doses adequadas e poderá ser utilizado
em situações que é permitido uso de doses altas
(ANVISA, 2008).
Resistente: Quando não há presença de halo
em volta do disco ou o halo é muito pequeno, significa
que a ação da medicação contida no halo foi ineficaz
contra a espécie em que cresceu na cultura, ou seja, o
antibiótico não teve efeito sob a bactéria, a espécie
bacteriana resistiu a ação do fármaco, sendo assim não
poderá ser administrado no tratamento do paciente
(ANVISA, 2008).
CONCLUSÃO
Os antibióticos são drogas de grande importância
para a saúde humana e animal. Ele pode agir em vários
alvos celulares dependendo de sua classificação e do tipo
do microrganismo. Quando não usados corretamente
(como o uso sem necessidade ou em altas ou baixas
doses), as bactérias acabam sendo selecionadas, assim
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gerando a resistência, consequentemente causando a
ineficácia do medicamento. Para melhor eficiência do
fármaco é recomendado antes da prescrição do
medicamento, fazer um antibiograma, assim o médico ou
veterinário consegue definir qual será o melhor protocolo
a ser utilizado para combater a bactéria com sucesso.
Como um profissional da saúde deve-se
aconselhar as pessoas não se automedicarem ou até
mesmo medicarem seu animal de estimação sem
acompanhamento, não prescrever antibióticos sem
saber ao certo qual é o diagnóstico definitivo do
paciente, não vender medicamentos sem receita e
também dar o suporte necessário para o indivíduo
responsável, em outras palavras, fornecer informações
como, duração do tratamento, dosagem, horários.
Se trata de um problema sério e que irá trazer
um enorme impacto na saúde da sociedade, chegará um
momento que pouquíssimos antimicrobianos irão fazer
efeito, porém em contrapartida seu preço será muito
elevado. É importante alertar a população sobre esse
fato, é necessário fazer o uso de tal ferramenta de
maneira racional.
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