Você está na página 1de 18

Marilia Petrillo – 21/10/2021

Introdução
Desinfecção – age sobre matéria inorgânica, reduz as formas de vida até não ser detectada (não mata
esporos, e sim formas vegetativas), pode ser de vários níveis (exemplo: desinfecção de centro cirúrgico é de
alto nível).
Antissepsia – age sobre a matéria orgânica, reduz as formas de vida até não ser detectada (não mata
esporos, e sim formas vegetativas) → exemplo: álcool 70%, alguns fármacos que agem somente no canal da
uretra.
Esterilização – mata todas as formas de vida, até esporos.
Prevenção de infecções – vacinas.
Tratar infecções:

• Cirúrgico (exemplo: retirar abcessos que dificultam a entrada do antibiótico no local)


• Imunoterapia passiva
• Antimicrobiano – usado para cura e profilaxia

Categorias de terapia
Linha de tempo da progressão da doença e sua relação com a
terapia antimicrobiana.

Figura 1 - 3 pilares importantes.

Devemos pensar em nosso paciente, nos seus fatores


fisiológicos e imunológicos, por exemplo se ele é
hepatopata ou renal posso ter que ajustar a dose do
fármaco, saber o estado imunológico.

Saber qual é a bactéria, se tem fator de virulência.


Tratamento profilático – não tem infecção nenhuma, visa a
impedir que uma infecção se desenvolva. É feita, por exemplo, ao Saber também a farmacocinética, como em um paciente
grande queimado não tem mais vaso sanguíneo irrigando a
fazer uma cirurgia que tem risco de infecção. região que o antibiótico precisa chegar, o que pode precisar
que se use antibiótico tópico.
Tratamento preventivo – indivíduo infectado, mas sem sintomas,
não está doente. Saber se um antimicrobiano tem um índice terapêutico
baixo (mais chances de efeitos tóxicos). Fazer a técnica de
• OBS: somente ter infecção não significa estar doente. concentração inibitória mínima para termos a dose do
antibiótico mais segura.

Tratamento empírico – indivíduo com sintomas (doença


infecciosa em si) sem saber do agente etiológico.
- Deve-se fazer escalonamento (ideal já no tratamento empírico) → uso de antibiótico para um grupo de
microrganismo específico (exemplo: coco gram positivo) – antibiótico de curto espectro.

• Quando o antibiótico de curto espectro não é efetivo deve-se utilizar de amplo espectro.
Tratamento direcionado – é o ideal, quando já se tem o isolamento de patógeno.
Tratamento supressor – na fase da redução dos sintomas. Em infecções fúngicas, por exemplo, mesmo sem
sintomas tem que estender o tratamento. O mesmo ocorre no tratamento da tuberculose.

Antimicrobianos
Termo mais amplo, inclui:

• Antibacterianos → foco da aula


• Antifúngicos
• Antiprotozoários
• Anti-helmintos
• Antivirais
Saber diferencia o agente de cada infecção para tratar corretamente – exemplo: pneumonia bacteriana,
fúngica, de helmintos, entre outros.

História

Antibióticos

• Primeiros a serem descobertos


• 1928 – penicilinas (placa com S. aureus – fungo inibiu o crescimento – antibiose).
o OBS: lisozima também inibe o crescimento (existe na pele) – Fleming descobriu isso primeiro.
• Antibiótico = antibacteriano de origem natural
Quimioterápicos

• Antibacterianos sintéticos
• Agentes anticancerígenos

Tabela de microrganismos utilizados para produzir antibacterianos


OBS: Streptomyces – actinobactéria (do solo e água).
Concentrção inibitória mínima (CIM)
É a dose mínima do fármaco que é capaz de inibir o crescimento ou matar o microrganismo.
Quando se usa essa menor dose possível, afasta-se a dose tóxica da dose terapêutica.

Antibacterianos
Local de ação e mecanismo de ação – importante saber.
Bactericida – mata a bactéria.
Bacteriostático – impede o crescimento, replicação, da bactéria.

Perguntas a serem feitas

• Por que usar? • Era só um processo inflamatório?


• Qual é o agente? • Algum foco que mostra infecção?
• Precisa realmente usar? • Como administrar, a via?
• Precisa de exame laboratorial? • Qual é o melhor?
Exemplo: urocultura de controle para saber se um antibiótico funcionou.

• Deve-se colher a urina depois de 5 tempos de meia-vida depois que suspendeu o antibiótico, porque
se não poderá atrapalhar (no caso de infecção urinária). Geralmente esses antibióticos para infecção
urinária tem uma meia vida de cerca de 12 horas (como as fluoroquinolonas).
A via de administração depende do sítio anatômico onde teve infecção, da urgência. Exemplo: paciente com
meningite (mata com 4 horas por bacteremia) se tratar com antibiótico de uso oral não da tempo.
Classificações importantes

Bacteriostáticos x bactericidas

• Bactericida – destrói o microrganismo.


• Bacteriostático – inibe o crescimento do microrganismo (exemplo: alguns
que inibem a síntese proteica), reduz a atividade. A bactéria continua
presente, mas não se multiplica.
o Sulfonamidas
o Rifampicina
o Aminoglicosídeo pode ter efeitos bacteriostáticos ou bactericida
OBS: dei bactericida na infecção urinária, mas o paciente está tendo infecção de repetição e então usarei o
bacteriostático com uso mais constante como profilaxia, e incidência menor de efeitos adversos. Isso
também pode ser feito para pacientes com cálculo renal, sondado, entre outros, que tem infecção de
repetição.

Curto espectro x largo espectro

• Curto espectro – age sobre um grupo restrito de


microrganismo → escalonamento.
• Amplo espectro – age sobre vários microrganismos. Não é
ideal usar em qualquer situação pois pode levar a
resistência.
No quadro – tipo de bactéria e os fármacos de escolha.
Síndrome de Fournier – gangrena de Fournier – necrose de
órgãos genitais por anaeróbios (essas bactérias geram esporos
em material microbiológico) → uso de metronidazol sempre nos
anaeróbios.
Penicilina inicialmente era mais voltada para os gram +. Depois foram adicionando radicais aumentando o
espectro (como a ampicilina já é efetiva para gram -).

Concentração inibitória mínima (MIC) e concentração bactericida mínima (MBC)


MIC – mínimo de antibiótico preciso para se ter efeito farmacológico terapêutico.
MBC – efeito sobre as bactérias.
Área sobre a curva – o efeito farmacológico está sendo exercido
naquele microrganismo de forma específica.
Quando a concentração do fármaco fica abaixo do MIC, tem-se
diminuição do efeito farmacológico ou não.
→ Por isso devemos saber a periodicidade para administrar o
fármaco, acima de manter concentrações acima da MIC
(esquema posológico).

• Se o intervalo não for seguido corretamente para manter MIC pode ocorrer seleção de cepas
resistentes.
Dose ideal – planejada de forma a assegurar uma probabilidade alta de ultrapassar o índice FC/FD
(farmacocinética/farmacodinâmica) microbicida CE80 (concentração de eficácia 80 – consegue resolver 80%
dos casos) ou o índice associado à supressão da resistência, levando em consideração a variabilidade
farmacocinética populacional e a distribuição da MIC das cepas isoladas clinicamente.
Esquema posológico – escolhido com base no fato de que a eficácia é determinada pela razão AUC/CIM (ou
AUC/ CE95), CPmáx/CIM ou T > CIM. Em seguida, a duração do tratamento é definida com base nas
melhores evidências disponíveis.

Efeito pós-antibiótico
Parâmetros farmacocinéticos/farmacodinâmicos dose-dependentes (altas
relações ASC/MIC ou Cmax/MIC) – inibem multiplicação bacteriana mesmo
após concentrações abaixo do MIC.

• Fármacos com efeito pós-antibiótico permitem aplicação com doses


maiores e maior espaçamento entre os intervalos de administração
(age mesmo abaixo do MIC) → aminoglicosídeos e quinolonas.
o Exemplo: ciprofloxacino de 12 em 12 horas.
• Maior espaçamento da dose facilita adesão, menor incidência de
cepas resistentes.
Parâmetros farmacocinéticos/farmacodinâmicos tempo-dependentes –
requerem concentrações acima do MIC por mais tempo.

• Fármaco que não tem efeito pós-antibiótico – necessitam de


aplicação em intervalos de tempo menor para manter a maior parte
do fármaco acima do MIC → betalactâmicos.

Mecanismo de resistência aos antibióticos


Exemplo: produção de beta-
lactamases.

• Ácido clavulânico/clavulanato
– é inibidor de beta lactamases
e pode ser associado as
penicilinas que antes seriam
inativas por esses
microrganismos resistentes.

Mutação espontânea

• Mutação genética simples em uma população bacteriana leva a organismos resistentes que
sobrevivem e crescem seletivamente, enquanto bactérias sensíveis são mortas por um fármaco
antibacteriano.
• Isso é chamado evolução vertical.
Os outros 3 mecanismos envolvem aquisição de material genético de outros organismos resistentes,
conferindo, assim, resistência. Isso é chamado evolução horizontal.

• Conjugação – transpóson (Plasmídeo) – mais frequente


• Transdução – bacteriófagos – vírus infecta uma bactéria, incorpora material genético, e transporta
os genes de resistência a outras bactérias – muito raro
• Transformação – incorporação de DNA de bactérias mortas por bactérias vivas contendo genes de
resistência
Conjugação – pili sexual (transmite plasmídeo) → forma de adquirir resistência mais frequente

• Genes que codificam enzimas que fazem com que uma bactéria fique resistente a antibióticos.
• Exemplo: genes de beta-lactamases, MRSA (Staphylococcus Aureus resistente à meticilina –
mupirocina para quando na cavidade nasal), ESBL – transmitem dessa forma de uma bactéria para
outra.
• A bactéria que recebe o gene pode incorporar ao seu material genético ou manter no plasmídeo.
• Precaução de contato é essencial!

Beta-lactâmicos
Possuem anel beta lactâmico.
São eles – PICCM:

• Penicilinas
• Inibidores de beta lactamases
• Cefalosporinas
• Carbapenêmicos
• Monobactâmicos
Ação – inibem a síntese da parede celular bacteriana.

• O anel betalactâmico tem afinidade com enzimas transpeptidases e carboxipeptidases – PROTEÍNAS


LIGADORAS DAS PENICILINAS (PLPS) – liga-se a elas (na parede de peptideoglicano) e inibe a síntese
dessa.
o Bactericida.
Espectro – sem atividade contra microrganismos sem parede celular: Rickettsia sp, Micoplasma sp.
Resistência

4 mecanismos gerais:

• Inativação pela beta-lactamase – mecanismo mais comum


o As β-lactamases, quando presentes, localizam-se no espaço periplasmático ou sobre a
superfície externa da membrana citoplasmática, onde podem destruir os antibióticos β-
lactâmicos que penetram na membrana externa.
o β-lactamase AmpC produzida por Pseudomonas aeruginosa e Enterobacter sp., e as β-
lactamases de espectro ampliado (ESBL), hidrolisam as cefalosporinas e as penicilinas →
nesse caso usam-se carbapenêmicos.
o Os carbapenêmicos são hidrolisados por uma metalo-β-lactamase e por carbapenemases.
• Modificação das PBPs alvo (baixa afinidade dos beta-lactâmicos)
o Base da resistência a meticilina nos estafilococos e a penicilina nos pneumococos e
enterococos.
• Penetração reduzida do fármaco até as PBPs alvo – só ocorre em gram-negativas (em razão da
membrana externa), como por uma ausência de porinas que permite a penetração do antibiótico
• Efluxo do antibiótico – ocorre em alguns gram-negativos

Penicilinas
Mecanismo de ação
Inibem o crescimento das bactérias ao interferir na reação de transpeptidação da síntese da parede celular
bacteriana.
Penicilinas ligam-se as PBPs e inibem a transpeptidação, interrompendo a síntese da peptidoglicana e
levando a morte da célula.

• A proteína de ligação da penicilina (PBP, uma enzima transmembrana) remove a alanina terminal no
processo de formação de uma ligação cruzada com um peptídeo adjacente da peptidoglicana. As
ligações cruzadas conferem à parede celular a sua rigidez estrutural.
Os antibióticos β-lactâmicos são bactericidas apenas quando as células bacterianas estão em crescimento
ativo e sintetizando a sua parede celular.

Penicilinas naturais
Penicilina-G (Benzilpenicilina) Naᶧ/Kᶧ (U.I.) – atenção em pacientes com HAS em razão do sódio

• Curto espectro – geralmente cocos gram-positivos


• Inativação em meio ácido (não pode ser administrada por via oral)
• Eliminação renal rápida
• Inativação pela Beta-lactamase
• Pequena penetração no líquor
• Hipersensibilidade – deve ser administrada no
hospital mesmo que a pessoa já tenha tomada
antes, para monitoração
o Reações lentas
o Choque anafilático
• Exemplo de uso: sífilis, faringoamigdalites
• Intervalos de tempo menor (cerca de 4 horas)

Penicilina-G Procaína – anestésico associado, 12/12 h

• Era usadaa no tratamento de pneumonia pneumocócica e gonorreia não complicadas. Porém hoje
em dia é pouco prescrita, visto que muitas cepas gonocócicas são resistentes à penicilina, e
numerosos pneumococos necessitam de doses mais altas de penicilina G ou do uso de β-lactâmicos
mais potentes
Penicilina-G Benzatina

• Efeito longo – 28-30 dias (toma 1 vez ao mês)


• Muito utilizada para prevenção doenças pós-estreptocócicas e também na sífilis
→ A penicilina G benzatina e a penicilina G procaína para injeção intramuscular produzem níveis baixos,
porém prolongados do fármaco.

Penicilina-V (Fenoximetilpenicilina)

• Pode ser administrada por via oral pois tem uma modificação de radical que permite resistir ao meio
ácido (VO 6/6 h) – alimentos retardam absorção.
• Apenas indicada para infecções menores em razão da biodisponibilidade baixa e curto espectro.
Costuma-se usar amoxicilina em seu lugar.

Aminopenicilinas
O radical amina adicionando aumenta o espectro de ação (ação sobre alguns gram-negativos a mais) e
melhora da absorção digestiva.
Ampicilina e Amoxicilina

• Ampicilina – ação sobre alguns bacilos gram-negativos


• Amoxicilina – maior absorção digestiva (uso em úlcera péptica por Helicobacter pylori)

Penicilinas resistentes às penicilinases


Oxacilina (protótipo meticilina).
Indicadas para infecções por estafilococus produtores de beta-lactamases.
O uso empírico dessas penicilinas diminuiu em razão de taxas crescentes de resistência à meticilina nos
estafilococos.

• Era muito utilizado para Staphylococcus epidermidis, porém esse tornou-se frequentemente
resistente a meticilina (MRSA)

Penicilinas de amplo espectro


Ticarcilina e Piperacilina

• Piperacilina tem efeito contra pseudomonas e no grupo da CESP PM.

CESP PM (citrobacter, enterobacter, serracia, providencia,


Inibidores de Beta-lactamases
pseudomonas e morganella) – produzem AMPc
Ácido-clavulânico, Sulbactam, Tazobactam cromossômica ou plasmidial (enzima induzível – com o
uso o antibiótico irá parar de ter efeito).

• Evitar utilizar penicilinas, monobactâmicos e


cefalosporinas de 1ª,2ª e 3ª geração.
Efeitos colaterais
Em geral bem toleradas.
Efeitos colaterais ocorrem em sua maioria por reações de hipersensibilidade.
Tratamento para alergias às penicilinas – epinefrina, corticóides e anti-histamínicos.

Vias de administração
A absorção gastrintestinal da nafcilina é errática, de modo que esse fármaco não é apropriado para
administração oral.
A dicloxacilina, a ampicilina e a amoxicilina são estáveis em ácido e relativamente bem absorvidas
A absorção da maioria das penicilinas por via oral (à exceção da amoxicilina) é afetada pelos alimentos, de
modo que esses fármacos devem ser administrados pelo menos 1 a 2 horas antes ou depois das refeições.

Cefalosporinas
Quanto menor a geração, mais curto é o espectro de ação.
Ação – parede celular.

1ª geração
Uso em cocos gram positivos.
OBS: Enterococcus sp tem resistência intrínseca a cefalosporinas de 1ª, 2ª e 3ª gerações e aminoglicosídeos.
Via oral: Via IM ou IV:

• Cefalexina (uso de 6/6h) • Cefalotina


• Cefadroxila (uso de 8/8h) • Cefazolina

2ª geração
Via oral: Via IV:

• Cefaclor • Cefuroxima acetil


• Cefuroxima • Cefoxitina

3ª geração
Excelente penetração SNC (Neisseria meningitides, Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae) –
de escolha para meningite.
Via IV:

• Ceftazidima → ação contra pseudomonas sp.


• Cefotaxima
• Ceftriaxona
4ª geração – cefens
Única que pode ser usada contra Pseudomonas sp (produtor de AMPc).
Via IV:

• Cefepime

5ª geração

• Ceftobiprol
• Ceftarolina
Atividade anti-MRSA e Streptococcus pneumoniae resistente a penicilina.

Monobactâmicos
Espectro de atividade limita-se a bastonetes Gram-negativos aeróbios. Não tem atividade contra gram-
positivos ou anaeróbios.
Aztreonam – uso IV.
Em pacientes com história de anafilaxia à penicilina, o aztreonam pode ser usado para o tratamento de
infecções graves, como pneumonia, meningite e sepse causada por patógenos Gram-negativos sensíveis.

Carbapenêmicos
Uso IV:

• Ertapenem – sem ação para bacilos gram-negativos não fermentadores de glicose.


• Imipenem
• Meropenem
OBS: bactérias KPC (produtoras de carbapenemases) – gene plasmidial de resistência.

Outras informações
Uso indiscriminado de antibióticos – superinfecção por C. difficile.
Outros efeitos adversos – neurotoxicidade reversível após suspensão – ceftazidima e cefepime.

Macrolídeos
Agem na fração 50S do ribossomo e inibem a síntese de proteína RNA-dependentes.

• Efeito bacteriostático ou bactericida – concentração plasmática ou tecidual.

- Eritromicina

• Base
• Estearato
• Estolato
- Azitromicina → utilizado em infecções de pele, e não tem risco de choque anafilático (ao contrário das
penicilinas) – 1 comprimido ao dia.
- Claritromicina
- Roxitromicina

Cloranfenicol
Agem na porção 50S do ribossomo inibindo a síntese proteica.
Pouco usado.
Efeitos adversos graves – ototoxicidade e aplasia de medula.
Síndrome do bebê cinzento:

• Mais comum em neonatos prematuros


• Distensão abdominal, vômitos, diarréia, hipotonia, hipotermia, cianose, taquipneia e choque
• Acúmulo cloranfenicol não metabolizado – deficiência glicuroniltransferase
• Cerca de 50% - óbito
• Bebê tem deficiência de algumas enzimas pois o fígado não está completamente formado
• Evitar na pediatria

Clindamicina e lincomicina
Agem na porção 50S do ribossomo inibindo a síntese proteica.

Tetraciclinas
Agem na porção 30S do ribossomo e inibem a síntese proteica.
Anel tetracíclico de carboxamida naftaceno.
São quelantes de cálcio. Uso oral na gravidez pode levar a mal formação.
Mais reservado para o uso tópico.

• Clortetraciclina
• Doxiciclina
• Minociclina

Aminoglicosídeos
Agem na porção 30S do ribossomo e inibem a síntese proteica.
Risco de nefrotoxicidade – deve-se monitorar a ureia e a creatinina.
Tem efeito pós-antibiótico (administrar doses com espaços maiores).

• Estreptomicina
• Gentamicina
• Canamicina
• Amicacina
• Tobramicina – muito usada em colírios

Quinolonas
Inibição das topoisomerases, inibindo a síntese de DNA.
Primeiro foi o ácido nalidíxico.
Foi adicionado flúor na tentativa de melhorar biodispobilidade e diminuir toxicidade – fluorquinolonas.
Grupo de antimicrobianos mais frequentemente associado à incidência de efeitos adversos

• Exemplos: síndrome do Túnel do Carpo, convulsões, psicoses, tendinites.


Fármacos:

• Norfloxacino – entrou em desuso nos EUA. Muito associado a efeitos adversos.


• Ciprofloxacino – efeito sistêmico bom.
• Levofloxacino
• Ofloxacino
• Gatifloxacino
• Moxifloxacino

Metronidazol
Ação anti-protozoária.
Ação contra bactérias anaeróbias e Gardnerella vaginalis.
Efeito antabuse – exacerba os efeitos da bebida (metabólito formado).
Sulfonamidas
Inibição da síntese do ácido fólico. Efeito
bacteriostático.

• Sulfadiazina
• Sulfametoxazol
• Sulfadoxina
• Sulfadiazina de prata
Comum utilizar associação sulfametoxazol +
trimetroprim.

Oxazolidininonas
Linezolidas – 1 só agente

• Bacteriostáticas – inibição síntese proteica fração 50S ribossomos


Vem com promessa de substituir vancomicina em pacientes com bactérias resistentes. Porém não tem
respondido bem nos tratamentos.

Lipopeptídeos
Daptomicina – 1 só agente

• Usado em Staphylococcus sp sensível ou resistente à oxacilina


• Pode causar neuropatia periférica.

Polimixinas
Muito tóxica, reservar para casos em que não obteve efeitos com outros antibióticos.

Polimixina B – mistura de 2 agentes.


Colistina – Polimixina E (tem efeito em infecção urinária).

Antissépticos urinários
Trimetoprima

Nitrofurantoína
Metenamina
Associações de antimicrobianos ANTAGÔNICAS
Bacteriostáticos com Beta-lactâmicos
Exemplo: penicilinas + tetraciclinas

• Teve evidência de antagonismo no uso em casos de meningite


o 1940 – Meningite pneumocócica – tratados com Penicilina 21% morreram contra 79% dos
tratados com penicilina + aureomicina.
• Suspeita → o bacteriostático inibe o efeito das penicilinas, aumentando a taxa de morte quando
comparado a monoterapia.

Antibacterianos que se ligam à fração 50S do ribossomo


Macrolídeos/lincosamina e cloranfenicol

• 2 fármacos que agem no mesmo sítio de ação têm antagonismo – competem pelo mesmo local de
ação

Inativação de aminoglicosídeos com beta-lactâmicos


Inativação química quando se usa junto – precipitação.
Recomenda-se administrar separadamente – se for usar os 2 dê espaço na administração.

Combinação beta-lactâmicos + cefalosporinas


Cefoxitina

• Induz desrrepressão, induzindo a formação de enzimas beta-lactamases no microrganismo e leva a


resistência ao beta-lactâmico.
• Perigo de transmissão plasmidial (horizontal) entre uma bactéria e outra – precaução de contato.

Associações de antimicrobianos SINÉRGICAS


Importante pois pode-se reduzir a dose desses fármacos e manter a eficácia, levando a menos efeitos
colaterais.
Quando usar sinergismo – quando tivermos melhor eficácia na terapia unida, que na monoterapia não seria
tão eficaz.

Inibição da mesma via metabólica


Sulfametoxazol + trimetoprima

• Agem na mesma via (do ácido fólico – são anti-fólicos), em pontos diferentes → objetivo final de
inibir a síntese de ácidos nucleicos
• Sulfametoxazol – na monoterapia é utilizado em 500 mg, na associação usa-se 400 mg
Sulfonamida se deposita nos túbulos renais porque o pH é ácido – restrição em insuficiência renal. Quando
usa com trimetoprima pode reduzir esse efeito.
OBS: eu escolho essa sulfonamida específica (sulfametoxazol) ao invés das outras, porque ela tem meia vida
parecida com a do trimetropima, o que leva a uma uniformidade do efeito.

• O mesmo vale para outras associações.

Inibidores de síntese de parede e aminoglicosídeos


Penicilinas (inibem a síntese da parede celular) + aminoglicosídeos (inibem síntese proteica).

• Associação muito utilizada para endocardite bacteriana por enterococo.


o Caso essa cepa de enterococo fosse resistente ao aminoglicosídeo em si, a monoterapia não
teria efeito.
• As penicilinas (agentes com boa ação sobre a parede celular bacteriana) aumentam a
permeabilidade dessa parede aos aminoglicosídeos.

Inibição de enzimas degradadoras


Penicilinas + inibidores de beta-lactamases

• Amoxicilina-ácido clavulânico
• Ampicilina-sulbactam
• Piperacilina-tazobactam
• Ceftazidima-avibactam

Infecções polimicrobianas
Associação de fármacos para agir contra bactérias aeróbias + anaeróbias.

• O O2 é tóxico para o anaeróbio, mas quando se tem uma coinfecção o aeróbio utiliza esse O2 e
produz um ambiente favorável para as 2 bactérias.
o Na boca, por exemplo, é o 2º local do corpo com mais anaeróbios.
→ Usa-se metronidazol (combater anaeróbio) + beta-lactamases (por exemplo – para combater aeróbios).

Vias de administração
Via intravenosa
Fármacos sem biodisponibilidade oral – I.M. semelhante a I.V.

• Aminoglicosídeos
• Via I.M. - Formulações de depósito – Benzilpenicilina procaína e benzatina
Infecções no SNC

• Fármaco deve ser lipossolúvel


• Ceftriaxona é um exemplo que atinge o SNC
• Intratecal – antimicrobianos de indicação insubstituível
• Endovenosa – favorecimento de passagem em meninges inflamadas e RN (não desenvolvimento
ainda da barreira hematoencefálica)

Associações com antimicrobianos


Antibióticos + analgésicos/antitérmicos
É muito comum ter febre e dor na infecção, por isso o uso desses fármacos.
Dipirona, paracetamol, ibuprofeno.

• Usados nas primeiras 48 horas para aliviar os efeitos da infecção, mas depois deve-se interromper
para sabermos se o antibiótico irá funcionar.
• O antibiótico irá contra essa bactéria, reduzindo a infecção, o que por si só leva ao desaparecimento
dos sintomas.
o Caso for contínuo o uso dos analgésicos/antitérmicos pode ocorrer um mascaramento dos
efeitos do antibiótico, então se a cepa da bactéria for resistente os sintomas continuariam,
mas o uso do analgésico/antitérmico impediu isso.

Antibióticos + anti-inflamatórios (AINES e corticoides)


Vale o mesmo para o citado para os analgésicos/antitérmicos.

Vitaminas
Algumas justificativas de pessoas – dizem que ocorrerá hipovitaminose por destruição da microbiota
intestinal produtora de algumas vitaminas e que permite absorção.

• Porém isso raramente vai ocorrer, porque a vitamina será suprida na alimentação, entre outros.

OBS: em algumas situações algumas vitaminas podem precisar de reposição (mas não como produto
dietético) em dose maior

• É o caso do tratamento para tuberculose – isoniazida (associada a neurite periférica) é antagônica da


vitamina B6 e precisa de reposição dela.

Leite e antiácidos
Algumas pessoas mais velhas diziam que “antibiótico deve se tomar com leite” – muitas pessoas dizem
sentir “queimação” ao tomar o fármaco.
O leite tem proteínas que agem como tampões e podem diminuir a acidez estomacal.
Pode até ser usado, desde que não interfira na absorção do fármaco.

O leite tem muito cálcio (divalente, assim como magnésio e alumínio).

• Metais divalentes e trivalentes formam quelatos → complexos insolúveis, por isso não são
absorvidos.
• Leite + algumas tetracilinas – são quelantes de cálcio (clortetraciclina) forma-se quelato e não pode
tomar junto. OBS: com a minociclina pode tomar.
o Reação farmacocinética com redução da biodisponibilidade.

Etanol
O etanol interfere muito no metabolismo.
É uma droga estranha ao organismo – metabolizada pela enzima álcool desidrogenase e citocromo p450.
O álcool funciona como indutor e inibidor enzimático.

• Ocorre depois de 3 semanas em média de uso contínuo. Indutor – aumenta a expressão de proteínas
que o metabolizam (leva a tolerância) – no citocromo p450.
Totalmente contraindicado com metronidazol → funciona como antagus – taquicardia, náusea, entre
outros.

Indução
Citocromo p450 – é inespecífico → inativa diversas substâncias (antibióticos, depressores do SNC, entre
outros).

• Com isso, o álcool induzindo a expressão de mais enzimas dele, outros fármacos não conseguirão
agir propriamente, pois são rapidamente metabolizados → tolerância cruzada.
o Reduz a janela terapêutica, mas não necessariamente corta o efeito.
o Como médicos devemos contraindicar o uso
Inibição
O uso agudo de álcool em pessoa não alcoólica (não tem uso habitual), pode levar a competição do fármaco
com o álcool pelas enzimas do citocromo p450, quando ambos são metabolizados pela mesma isoforma.

Com isso, o efeito do álcool ou do antibiótico vai aumentar, pois um deles não será metabolizado
corretamente.
OBS: isso vale para qualquer substância que tenha relação com a metabolização da isoforma do citocromo
p450.

Anticoncepcional oral
Rifampicina (usado para tuberculose) → é indutor enzimático, aumentando o metabolismo do
anticoncepcional e reduzindo o seu efeito.

Darobactina
Novo antibiótico para bactérias resistentes.
Tem menos efeito sobre a microbiota.
Profilaxia com antimicrobianos
Estreptococos do Grupo Viridans

• Amoxicilina
• Penicilina-V
• Clindamicina
• Azitromicina
• Cefalexina
Actinobacillus actinomycetemcomitans

• Doxicilina
• Amoxicilina + Metronidazol

Você também pode gostar