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Introdução
Desinfecção – age sobre matéria inorgânica, reduz as formas de vida até não ser detectada (não mata
esporos, e sim formas vegetativas), pode ser de vários níveis (exemplo: desinfecção de centro cirúrgico é de
alto nível).
Antissepsia – age sobre a matéria orgânica, reduz as formas de vida até não ser detectada (não mata
esporos, e sim formas vegetativas) → exemplo: álcool 70%, alguns fármacos que agem somente no canal da
uretra.
Esterilização – mata todas as formas de vida, até esporos.
Prevenção de infecções – vacinas.
Tratar infecções:
Categorias de terapia
Linha de tempo da progressão da doença e sua relação com a
terapia antimicrobiana.
• Quando o antibiótico de curto espectro não é efetivo deve-se utilizar de amplo espectro.
Tratamento direcionado – é o ideal, quando já se tem o isolamento de patógeno.
Tratamento supressor – na fase da redução dos sintomas. Em infecções fúngicas, por exemplo, mesmo sem
sintomas tem que estender o tratamento. O mesmo ocorre no tratamento da tuberculose.
Antimicrobianos
Termo mais amplo, inclui:
História
Antibióticos
• Antibacterianos sintéticos
• Agentes anticancerígenos
Antibacterianos
Local de ação e mecanismo de ação – importante saber.
Bactericida – mata a bactéria.
Bacteriostático – impede o crescimento, replicação, da bactéria.
• Deve-se colher a urina depois de 5 tempos de meia-vida depois que suspendeu o antibiótico, porque
se não poderá atrapalhar (no caso de infecção urinária). Geralmente esses antibióticos para infecção
urinária tem uma meia vida de cerca de 12 horas (como as fluoroquinolonas).
A via de administração depende do sítio anatômico onde teve infecção, da urgência. Exemplo: paciente com
meningite (mata com 4 horas por bacteremia) se tratar com antibiótico de uso oral não da tempo.
Classificações importantes
Bacteriostáticos x bactericidas
• Se o intervalo não for seguido corretamente para manter MIC pode ocorrer seleção de cepas
resistentes.
Dose ideal – planejada de forma a assegurar uma probabilidade alta de ultrapassar o índice FC/FD
(farmacocinética/farmacodinâmica) microbicida CE80 (concentração de eficácia 80 – consegue resolver 80%
dos casos) ou o índice associado à supressão da resistência, levando em consideração a variabilidade
farmacocinética populacional e a distribuição da MIC das cepas isoladas clinicamente.
Esquema posológico – escolhido com base no fato de que a eficácia é determinada pela razão AUC/CIM (ou
AUC/ CE95), CPmáx/CIM ou T > CIM. Em seguida, a duração do tratamento é definida com base nas
melhores evidências disponíveis.
Efeito pós-antibiótico
Parâmetros farmacocinéticos/farmacodinâmicos dose-dependentes (altas
relações ASC/MIC ou Cmax/MIC) – inibem multiplicação bacteriana mesmo
após concentrações abaixo do MIC.
• Ácido clavulânico/clavulanato
– é inibidor de beta lactamases
e pode ser associado as
penicilinas que antes seriam
inativas por esses
microrganismos resistentes.
Mutação espontânea
• Mutação genética simples em uma população bacteriana leva a organismos resistentes que
sobrevivem e crescem seletivamente, enquanto bactérias sensíveis são mortas por um fármaco
antibacteriano.
• Isso é chamado evolução vertical.
Os outros 3 mecanismos envolvem aquisição de material genético de outros organismos resistentes,
conferindo, assim, resistência. Isso é chamado evolução horizontal.
• Genes que codificam enzimas que fazem com que uma bactéria fique resistente a antibióticos.
• Exemplo: genes de beta-lactamases, MRSA (Staphylococcus Aureus resistente à meticilina –
mupirocina para quando na cavidade nasal), ESBL – transmitem dessa forma de uma bactéria para
outra.
• A bactéria que recebe o gene pode incorporar ao seu material genético ou manter no plasmídeo.
• Precaução de contato é essencial!
Beta-lactâmicos
Possuem anel beta lactâmico.
São eles – PICCM:
• Penicilinas
• Inibidores de beta lactamases
• Cefalosporinas
• Carbapenêmicos
• Monobactâmicos
Ação – inibem a síntese da parede celular bacteriana.
4 mecanismos gerais:
Penicilinas
Mecanismo de ação
Inibem o crescimento das bactérias ao interferir na reação de transpeptidação da síntese da parede celular
bacteriana.
Penicilinas ligam-se as PBPs e inibem a transpeptidação, interrompendo a síntese da peptidoglicana e
levando a morte da célula.
• A proteína de ligação da penicilina (PBP, uma enzima transmembrana) remove a alanina terminal no
processo de formação de uma ligação cruzada com um peptídeo adjacente da peptidoglicana. As
ligações cruzadas conferem à parede celular a sua rigidez estrutural.
Os antibióticos β-lactâmicos são bactericidas apenas quando as células bacterianas estão em crescimento
ativo e sintetizando a sua parede celular.
Penicilinas naturais
Penicilina-G (Benzilpenicilina) Naᶧ/Kᶧ (U.I.) – atenção em pacientes com HAS em razão do sódio
• Era usadaa no tratamento de pneumonia pneumocócica e gonorreia não complicadas. Porém hoje
em dia é pouco prescrita, visto que muitas cepas gonocócicas são resistentes à penicilina, e
numerosos pneumococos necessitam de doses mais altas de penicilina G ou do uso de β-lactâmicos
mais potentes
Penicilina-G Benzatina
Penicilina-V (Fenoximetilpenicilina)
• Pode ser administrada por via oral pois tem uma modificação de radical que permite resistir ao meio
ácido (VO 6/6 h) – alimentos retardam absorção.
• Apenas indicada para infecções menores em razão da biodisponibilidade baixa e curto espectro.
Costuma-se usar amoxicilina em seu lugar.
Aminopenicilinas
O radical amina adicionando aumenta o espectro de ação (ação sobre alguns gram-negativos a mais) e
melhora da absorção digestiva.
Ampicilina e Amoxicilina
• Era muito utilizado para Staphylococcus epidermidis, porém esse tornou-se frequentemente
resistente a meticilina (MRSA)
Vias de administração
A absorção gastrintestinal da nafcilina é errática, de modo que esse fármaco não é apropriado para
administração oral.
A dicloxacilina, a ampicilina e a amoxicilina são estáveis em ácido e relativamente bem absorvidas
A absorção da maioria das penicilinas por via oral (à exceção da amoxicilina) é afetada pelos alimentos, de
modo que esses fármacos devem ser administrados pelo menos 1 a 2 horas antes ou depois das refeições.
Cefalosporinas
Quanto menor a geração, mais curto é o espectro de ação.
Ação – parede celular.
1ª geração
Uso em cocos gram positivos.
OBS: Enterococcus sp tem resistência intrínseca a cefalosporinas de 1ª, 2ª e 3ª gerações e aminoglicosídeos.
Via oral: Via IM ou IV:
2ª geração
Via oral: Via IV:
3ª geração
Excelente penetração SNC (Neisseria meningitides, Haemophilus influenzae e Streptococcus pneumoniae) –
de escolha para meningite.
Via IV:
• Cefepime
5ª geração
• Ceftobiprol
• Ceftarolina
Atividade anti-MRSA e Streptococcus pneumoniae resistente a penicilina.
Monobactâmicos
Espectro de atividade limita-se a bastonetes Gram-negativos aeróbios. Não tem atividade contra gram-
positivos ou anaeróbios.
Aztreonam – uso IV.
Em pacientes com história de anafilaxia à penicilina, o aztreonam pode ser usado para o tratamento de
infecções graves, como pneumonia, meningite e sepse causada por patógenos Gram-negativos sensíveis.
Carbapenêmicos
Uso IV:
Outras informações
Uso indiscriminado de antibióticos – superinfecção por C. difficile.
Outros efeitos adversos – neurotoxicidade reversível após suspensão – ceftazidima e cefepime.
Macrolídeos
Agem na fração 50S do ribossomo e inibem a síntese de proteína RNA-dependentes.
- Eritromicina
• Base
• Estearato
• Estolato
- Azitromicina → utilizado em infecções de pele, e não tem risco de choque anafilático (ao contrário das
penicilinas) – 1 comprimido ao dia.
- Claritromicina
- Roxitromicina
Cloranfenicol
Agem na porção 50S do ribossomo inibindo a síntese proteica.
Pouco usado.
Efeitos adversos graves – ototoxicidade e aplasia de medula.
Síndrome do bebê cinzento:
Clindamicina e lincomicina
Agem na porção 50S do ribossomo inibindo a síntese proteica.
Tetraciclinas
Agem na porção 30S do ribossomo e inibem a síntese proteica.
Anel tetracíclico de carboxamida naftaceno.
São quelantes de cálcio. Uso oral na gravidez pode levar a mal formação.
Mais reservado para o uso tópico.
• Clortetraciclina
• Doxiciclina
• Minociclina
Aminoglicosídeos
Agem na porção 30S do ribossomo e inibem a síntese proteica.
Risco de nefrotoxicidade – deve-se monitorar a ureia e a creatinina.
Tem efeito pós-antibiótico (administrar doses com espaços maiores).
• Estreptomicina
• Gentamicina
• Canamicina
• Amicacina
• Tobramicina – muito usada em colírios
Quinolonas
Inibição das topoisomerases, inibindo a síntese de DNA.
Primeiro foi o ácido nalidíxico.
Foi adicionado flúor na tentativa de melhorar biodispobilidade e diminuir toxicidade – fluorquinolonas.
Grupo de antimicrobianos mais frequentemente associado à incidência de efeitos adversos
Metronidazol
Ação anti-protozoária.
Ação contra bactérias anaeróbias e Gardnerella vaginalis.
Efeito antabuse – exacerba os efeitos da bebida (metabólito formado).
Sulfonamidas
Inibição da síntese do ácido fólico. Efeito
bacteriostático.
• Sulfadiazina
• Sulfametoxazol
• Sulfadoxina
• Sulfadiazina de prata
Comum utilizar associação sulfametoxazol +
trimetroprim.
Oxazolidininonas
Linezolidas – 1 só agente
Lipopeptídeos
Daptomicina – 1 só agente
Polimixinas
Muito tóxica, reservar para casos em que não obteve efeitos com outros antibióticos.
Antissépticos urinários
Trimetoprima
Nitrofurantoína
Metenamina
Associações de antimicrobianos ANTAGÔNICAS
Bacteriostáticos com Beta-lactâmicos
Exemplo: penicilinas + tetraciclinas
• 2 fármacos que agem no mesmo sítio de ação têm antagonismo – competem pelo mesmo local de
ação
• Agem na mesma via (do ácido fólico – são anti-fólicos), em pontos diferentes → objetivo final de
inibir a síntese de ácidos nucleicos
• Sulfametoxazol – na monoterapia é utilizado em 500 mg, na associação usa-se 400 mg
Sulfonamida se deposita nos túbulos renais porque o pH é ácido – restrição em insuficiência renal. Quando
usa com trimetoprima pode reduzir esse efeito.
OBS: eu escolho essa sulfonamida específica (sulfametoxazol) ao invés das outras, porque ela tem meia vida
parecida com a do trimetropima, o que leva a uma uniformidade do efeito.
• Amoxicilina-ácido clavulânico
• Ampicilina-sulbactam
• Piperacilina-tazobactam
• Ceftazidima-avibactam
Infecções polimicrobianas
Associação de fármacos para agir contra bactérias aeróbias + anaeróbias.
• O O2 é tóxico para o anaeróbio, mas quando se tem uma coinfecção o aeróbio utiliza esse O2 e
produz um ambiente favorável para as 2 bactérias.
o Na boca, por exemplo, é o 2º local do corpo com mais anaeróbios.
→ Usa-se metronidazol (combater anaeróbio) + beta-lactamases (por exemplo – para combater aeróbios).
Vias de administração
Via intravenosa
Fármacos sem biodisponibilidade oral – I.M. semelhante a I.V.
• Aminoglicosídeos
• Via I.M. - Formulações de depósito – Benzilpenicilina procaína e benzatina
Infecções no SNC
• Usados nas primeiras 48 horas para aliviar os efeitos da infecção, mas depois deve-se interromper
para sabermos se o antibiótico irá funcionar.
• O antibiótico irá contra essa bactéria, reduzindo a infecção, o que por si só leva ao desaparecimento
dos sintomas.
o Caso for contínuo o uso dos analgésicos/antitérmicos pode ocorrer um mascaramento dos
efeitos do antibiótico, então se a cepa da bactéria for resistente os sintomas continuariam,
mas o uso do analgésico/antitérmico impediu isso.
Vitaminas
Algumas justificativas de pessoas – dizem que ocorrerá hipovitaminose por destruição da microbiota
intestinal produtora de algumas vitaminas e que permite absorção.
• Porém isso raramente vai ocorrer, porque a vitamina será suprida na alimentação, entre outros.
OBS: em algumas situações algumas vitaminas podem precisar de reposição (mas não como produto
dietético) em dose maior
Leite e antiácidos
Algumas pessoas mais velhas diziam que “antibiótico deve se tomar com leite” – muitas pessoas dizem
sentir “queimação” ao tomar o fármaco.
O leite tem proteínas que agem como tampões e podem diminuir a acidez estomacal.
Pode até ser usado, desde que não interfira na absorção do fármaco.
• Metais divalentes e trivalentes formam quelatos → complexos insolúveis, por isso não são
absorvidos.
• Leite + algumas tetracilinas – são quelantes de cálcio (clortetraciclina) forma-se quelato e não pode
tomar junto. OBS: com a minociclina pode tomar.
o Reação farmacocinética com redução da biodisponibilidade.
Etanol
O etanol interfere muito no metabolismo.
É uma droga estranha ao organismo – metabolizada pela enzima álcool desidrogenase e citocromo p450.
O álcool funciona como indutor e inibidor enzimático.
• Ocorre depois de 3 semanas em média de uso contínuo. Indutor – aumenta a expressão de proteínas
que o metabolizam (leva a tolerância) – no citocromo p450.
Totalmente contraindicado com metronidazol → funciona como antagus – taquicardia, náusea, entre
outros.
Indução
Citocromo p450 – é inespecífico → inativa diversas substâncias (antibióticos, depressores do SNC, entre
outros).
• Com isso, o álcool induzindo a expressão de mais enzimas dele, outros fármacos não conseguirão
agir propriamente, pois são rapidamente metabolizados → tolerância cruzada.
o Reduz a janela terapêutica, mas não necessariamente corta o efeito.
o Como médicos devemos contraindicar o uso
Inibição
O uso agudo de álcool em pessoa não alcoólica (não tem uso habitual), pode levar a competição do fármaco
com o álcool pelas enzimas do citocromo p450, quando ambos são metabolizados pela mesma isoforma.
Com isso, o efeito do álcool ou do antibiótico vai aumentar, pois um deles não será metabolizado
corretamente.
OBS: isso vale para qualquer substância que tenha relação com a metabolização da isoforma do citocromo
p450.
Anticoncepcional oral
Rifampicina (usado para tuberculose) → é indutor enzimático, aumentando o metabolismo do
anticoncepcional e reduzindo o seu efeito.
Darobactina
Novo antibiótico para bactérias resistentes.
Tem menos efeito sobre a microbiota.
Profilaxia com antimicrobianos
Estreptococos do Grupo Viridans
• Amoxicilina
• Penicilina-V
• Clindamicina
• Azitromicina
• Cefalexina
Actinobacillus actinomycetemcomitans
• Doxicilina
• Amoxicilina + Metronidazol