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PRINCÍPIOS GERAIS DA ANTIBIOTERAPIA
Classificação:
• Síndromes febris
• Bronquite aguda
• Sinusite, rinite aguda
• Otite média
• Amigdalite aguda
1. Terapêutica curativa:
a. Empírica- quando se presume o agente envolvido
b. Dirigida- para determinada bactéria
2. Terapêutica profilática/preventiva:
a. Quando contacto de risco
b. Geralmente de curta duração
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ANTIBIOTERAPIA EMPÍRICA
ANTIBIOTERAPIA PROFILÁTICA
ESCOLHA DO ANTIBIÓTICO
Na escolha do antibiótico deve-se ter em conta 3 fatores: o doente, o agente patogénico
e os fármacos disponíveis.
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Em relação aos fármacos é importante avaliar:
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ANTIBIÓTICOS BETA-LACTÃMICOS
• Penicilinas
• Cefalosporinas
• Outros
o Carbapenems
o Aztreonam
o Inibidores das beta-lactamases
Mecanismo de resistência:
PENICILINAs
Penicilinas naturais:
o Penicilina G- injetável (IM, EV)
o Penicilina V- oral
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Apresentam:
• Semivida curta, pelo que a sua utilização envolve várias administrações diárias
• Distribuição ampla:
o Elevada no fluido articular, pericárdico e bílis
o Baixa nas secreções prostáticas, intraocular e LCR
• Excreção renal
• Necessitam de ajuste da dose na insuficiência renal
➢ Cocos Gram +
o Staph. Aureus β- (não produtores de beta lactamases)
o Strep. Piogenes e pneumoniae
➢ Cocos Gram –
o Neis. Gonor. e minin.
➢ Bacilos +
o Clostridia
o Cor. Dipht
o Hem. Influenzae (pouco)
Usos terapêuticos:
Usos profiláticos:
➢ Infeções estreptocócicas
o Exposição a Str. pyogenes
o Recidivas de febre reumática
➢ Sífilis
➢ Procedimentos cirúrgicos em doentes com próteses valvulares (há alternativas)
Conclusão: a penicilina G é uma penicilina que se mantém útil hoje em dia mas que não é
utilizada habitualmente em ambulatório para infeções comuns porque não é de administração
cómoda.
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Penicilinas anti-estafilocócicas (resistentes às penicilinases)
o Nafcilina, oxacilina, cloxacilina
o Dicloxacilina
o Flucloxacilina
São úteis para infeções por Staphylococcus Aureus não metilcilino resistentes.
A flucloxacilina é um fármaco útil porque está disponível para administração oral, usada em
infeções da pele e tecidos moles. Eliminação renal, mas com significativa eliminação biliar após
metabolização hepática. Necessita de ajuste da dose na insuficiência renal. Interesse nas
infeções causadas por Streptococcus e Staphylococcus:
Aminopenicilinas
o Ampicilina- formulação mais utilizada é a endovenosa
▪ Eficaz na meningite por Listeria monocytogenes
o Amoxicilina- formulação oral preferencialmente
▪ Menos eficaz na Shigella
É o grupo mais utilizado das penicilinas. Enquanto que a ampicilina atinge o LCR, a
amoxicilina já não o consegue. Apesar desta diferença, ambos são eliminados por via renal e,
por isso, necessitam de ajuste de dose na insuficiência renal.
Usos terapêuticos:
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➢ Infeções por Salmonella (incluindo febre tifóide)
o Mas F-quinolona ou ceftriaxone são 1ª escolha
• Pseudomonas aeruginosa
• Enterobacteriaceae (não produtoras de beta- lactamases)
• Bacteroides
Usos terapêuticos:
Deve-se ter sempre em atenção reações alérgicas cruzadas a outros beta-lactâmicos pois
são frequentes. São fármacos de categoria B na gravidez, pelo que poderão ser utilizados, mas
também na amamentação.
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CEFALOSPORINAS
Farmacocinética:
• Absorção
o Estão disponíveis para administração por via oral (útil em infeções de
ambulatório) e parentérica (infeções hospitalares)
o Na via oral, a presença de alimentos pode diminuir a sua absorção
• Distribuição
o Satisfatória na maioria dos tecidos, exceto LCR
o Apresentam boa distribuição no LCR. Ceftriaxone, cefuroxima, ceftazidima,
cefepima, cefotaxima (são 1ª escolha no tratamento empírico de
meningites e abcessos cerebrais)
• Metabolismo
o Metabolismo hepático pouco importante
o São exceções a cefotaxima, cefalotina, cefapirina
• Excreção
o Maioritariamente renal
o Exceções: Ceftriaxone, cefoxitina, cefoperazona, cefmetazol (são úteis em
situações de insuficiência renal crónica e lesão renal aguda)
Deve-se considerar, por defeito, que as cefalosporinas são possíveis de administração por via
parentérica. Estão disponíveis para administração por via oral:
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1ª Geração (Cefazolina)
2ª Geração
➢ Cefuroxima
o Espetro:
▪ Menor atividade para Gram + que 1ª G
▪ Maior atividade para Gram –
o Usos terapêuticos:
▪ Profilaxia cirurgias do aparelho urinário, colorretais e ginecológicas (e
tratamento)
▪ Tratamento de infeções intra-abdominais, pélvicas e pé diabético
➢ Cefoxitina
o Espetro:
▪ Maior atividade para Bacterioides fragilis e spp.
3ª Geração
➢ Cefotaxima, Ceftriaxone)
o Deve ser evitado o seu uso em contexto de profilaxia
o Utilizadas em infeções comprovadas, quer como terapêutica empírica, como
dirigida
o Pneumonias da comunidade, meningites, infeções urinárias altas (são
excelentes fármacos neste contexto)
➢ Ceftazidina
o Deve ser utilizada para terapêuticas dirigidas em que a bactéria envolvida é
Pseudomonas Aeruginosa
4ª Geração (Cefepima)
5ª Geração (Ceftarolina)
Não têm utilidade para infeções provocadas por: Enterococcus faecalis e faecium,
Staphylococcus aureos metacilina resistente, Listeria monocytogenes, Legionella spp.,
Acinetobacter.
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Reações Adversas
As cefalosporinas são fármacos com um bom perfil de segurança, apresentando baixa
incidência de efeitos adversos. Contudo, deve-se ter precaução na prescrição em doentes com
alergias às penicilinas devido a possíveis reações cruzadas. Portanto, em doentes com reações
alérgicas graves às penicilinas devem ser evitados.
• Rash
• Eosinofilia
• Sintomas gastrointestinais
• Alterações hematológicas
• Nefrotoxicidade (Cefalotina)
• Superinfeções
• Hemorragia (Cefaperazona, Cefmetazol)
• Lama biliar (Ceftriaxone)
CARBAPENEMS
O fármaco padrão é o Imipenem. Diferem das penicilinas por serem insaturados e por terem
um átomo de carbono em vez de enxofre. São fármacos de largo espetro, eficazes contra Gram
+, Gram – e anaeróbios.
Uso hospitalar:
O ideal é utilizar em terapêutica dirigida, mas em situações graves, poderá estar indicado a sua
utilização em terapêutica empírica.
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São três fármacos:
Efeitos adversos:
• Náuseas e vómitos
• Convulsões
o Na presença de fatores de risco: idade avançada, TCE, convulsões prévias,
AVC, insuficiência renal
• Reações de hipersensibilidade com penicilinas
MONOBACTÂMICOS
Como apresenta um espetro tão curto, não deve ser utilizado em terapêuticas empíricas
nem em profilaxia.
Não apresentam atividade antibacteriana intrínseca importante, pelo que são utilizados
em associação.
Tem uma eliminação renal, com necessidade de ajuste de dose na insuficiência renal.
Permitem alargar o espetro e são úteis em infeções com flora bacteriana mista.
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AMINOGLICOSÍDEOS
Estrutura
• Má absorção oral (porque não passa bem por membranas lipofílicas; daí a utilização
oral só estar indicada para uso tópico intestinal)
• Concentrações insuficientes no LCR (em situações em que não haja inflamação das
meninges)
• Excreção relativamente rápida pelo rim normal
• Naturais
a. Estreptomicina (parentérica; usada em casos de tuberculose, mas associada a
ototoxicidade)
b. Deoxistreptomicinas
i. Formulação oral: Neomicina, Framicetina, Paromomicina
ii. Parentéricos: Canamicina, Gentamicina, Tobramicina, Ribostamicina,
Sisomicina
• Semissintéticos
a. Derivados da Canamicina: Dibecacina, Amicacina
b. Derivados Sisomicina: Netilmicina
• Não aminoglicosídeo
a. Espectinomicina
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Mecanismo de ação
Portanto têm um efeito bactericida e efeito pós-antibiótico (mesmo quando já não existe
concentração sérica, consegue manter uma ação antibiótica), dependentes da concentração. O
efeito pós-antibiótico deve-se à disrupção ribossómica.
A penetração através da membrana bacteriana interna está dependente de energia, pelo que
poderá ser bloqueada por:
Mecanismos de resistência:
Farmacocinética
1. Absorção
a. Via oral/retal- absorção muito baixa
b. Biodisponibilidade sistémica através das outras membranas também é baixa
c. Absorção rápida por via parentérica
2. Distribuição
a. Devido à sua natureza polar, não penetram na maioria das células, SNC, olho
(exceção córtex renal e ouvido interno, o que explica os seus efeitos adversos:
nefrotoxicidade, ototoxicidade)
b. Fraca ligação proteica, exceto estreptomicina
c. Baixas concentrações nas secreções e tecidos
3. Metabolismo pouco importante (risco de interação com outros fármacos baixo)
4. Excreção
a. Quase totalmente por filtração glomerular (importante monitorizar função
renal)
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b. Risco de acumulação na insuficiência renal (semividas superiores nestes
doentes)
Administração única diária: tão ou mais eficaz e menos tóxica do que múltiplas tomas.
Pode não ser adequada na associação com beta-lactâmicos na endocardite enterocócica.
A sua eficácia terapêutica depende não do período de tempo em que a sua concentração
está acima da sua concentração inibitória mínima, mas sim da relação entre a concentração
máxima sobre concentração inibitória mínima. Daí que uma toma única com dose dupla
(atingindo concentrações séricas mais elevadas) é mais eficaz do que concentrações reduzidas
por períodos de tempo mais longos.
Atividade antibacteriana
1. Presença de oxigénio
a. Logo não são úteis em abcessos (anaerobiose)
b. Não têm ação contra anaeróbios
2. pH do meio
a. numa infeção urinária, se a urina for ácida serão menos eficazes
b. manhã a urina é mais ácida (por causa do jejum), pelo que não devem ser dados
pela manhã
3. Concentração de iões bivalentes
a. se não houver cálcio, por exemplo, terá um menor efeito
Espetro
A Gentamicina e Netilmicina são os mais usados na prática clínica, sendo úteis para os
Gram negativos mais frequentes (E. coli, Kleebsiella). No caso de Pseudomonas, já estará
indicado a utilização de Tobramicina ou Amicacina. Embora a Netilmicina tenha indicação para
Enterococcus faecalis, este agente geralmente é resistente (inativação enzimática), pelo que não
se usa muito.
De referir que a Amicacina é o aminoglicosídeo que apresenta espetro mais largo, com
maior resistência a enzimas inativadoras, sendo útil em infeções nosocomiais com resistência
aos outros aminoglicosídeos. Canamicina apresenta grande toxicidade, pelo que o seu uso é
obsoleto. A neomicina é de uso tópico e oral.
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Usos terapêuticos
Nas situações 2 e 3 só em justificação clínica comprovada, porque há outras opções mais válidas.
Reações adversas:
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3. Bloqueio neuromuscular: clinicamente significativo apenas em doentes com miastenia
gravis, hipocalcemia, hipomagnesémia ou administração pouco antes de bloqueador
neuromuscular.
a. Pode ser revertido pela administração de Cálcio IV e inibidores das
colinesterases (neostigmina)
Apresentam baixo potencial para alergias e a administração parentérica não causa colite
pseudo-membranosa.
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CLORANFENICOL
Estrutura
Mecanismo de ação
Atua por inibição da síntese proteica bacteriana (e em menor extensão das células
eucarióticas) por ligação reversível à subunidade 50 S do ribossoma. Apresenta efeito
bacteriostático para a maioria das bactérias, mas bactericida para H. influenzae, N. meningitidis
e S.pneumoniae.
Mecanismo de resistência
Farmacocinética
1. Absorção
a. Via oral:
i. Absorção rápida e completa no trato gastrointestinal
ii. Não afetada por alimentos ou iões metálicos
b. Via parentérica:
i. Reservada para situações graves (meningite, septicémia) ou
contraindicação para uso oral (por exemplo, vómitos)
2. Distribuição
a. Boa distribuição nos fluidos corporais:
i. LCR, bílis, passa a placenta e atinge o leite materno
ii. Pode acumular-se no cérebro
b. 50-60% ligado a albumina (diminuição nos insuficientes hepáticos e crianças)
3. Metabolismo/ eliminação
a. Inativação hepática por uma glucuroniltransferase (ajustar dose nos
insuficientes hepáticos)
b. Excreção renal:
i. 75-90% sobre a forma de um metabolito inativo
ii. 5-10%. Sobre a forma biologicamente ativa, mas não é necessário ajuste
de dose na insuficiência renal
c. Eliminação renal por secreção tubular e filtração glomerular
d. Semivida 1,5-3,5 horas.
e. Variabilidade no metabolismo e farmacocinética nos recém-nascidos, bebés e
crianças, especialmente com administração concomitante de agentes que
aumentem o metabolismo (fenobarbital, fenitoína, rifampicina).
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Espetro de ação
• Gram +
a. Streptococcus pneumoniae, pyogenes, agalactiae
b. Staphylococcus aureus menos sensíveis
• Gram –
a. H. Influenzae, Neiserria meningitidis e gonorrhoeae, Brucella, Bordetella
pertussis: > 95% sensíveis
b. E. Coli, Klebsiella pneumoniae: sensíveis (>75%)
c. Vibrio cholerae: sensível
d. Proteus mirabilis e spp: 50% sensíveis.
e. Pseudomonas aeruginosa: resistente
f. Shigella e Salmonella: resistências crescentes
• Anaeróbios
a. Clostridium spp; Bacteroides fragilis
• Outros
a. Mycoplasma, Chlamydia, Rickettsiae
Usos terapêuticos
O uso do cloranfenicol deve ser limitado a infeções (graves) em que os benefícios superem
a toxicidade potencial e em que não haja alternativas com melhor perfil de eficácia/segurança.
Deixou de ser a primeira opção para qualquer infeção bacteriana, uma vez que, em praticamente
todos os casos, há alternativas disponíveis.
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Reações adversas
1. Toxicidade hematológica
a. Efeito dependente da dose: anemia, leucopenia, trombocitopenia. Pode
progredir a aplasia fatal. Alguns dos que desenvolvem hipoplasia crónica, têm
risco de leucemia mieloblástica. Geralmente reversível com suspensão.
b. Efeito idiossincrático, independente da dose: anemia aplásica. Mais frequente
na exposição repetida e prolongada, predisposição genética, administração
oral. Rara (1/30 000 exposições) mas alta taxa de mortalidade. Risco ↑ de
leucemia aguda nos que recuperam.
2. Síndrome cinzento do recém-nascido: vómitos, nega alimentar, distensão abdominal,
respiração irregular, cianose, hipotermia, colapso vasomotor e morte em 40%.
a. Causas: incapacidade de glucuronoconjugação hepática e inadequada excreção
renal
3. Gastrointestinal: náuseas, vómitos, sabor desagradável, diarreia, irritação perineal
4. Reações de hipersensibilidade: rash cutâneo, febre, angioedema (raro)
5. Outras: visão turva, parestesias digitais
Interações farmacológicas
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SULFONAMIDAS
Mecanismo de ação
Mecanismos de resistência
Farmacocinética
1. Absorção/ Distribuição
a. Diferenças na absorção
b. Exceto os de uso tópico, a absorção oral é rápida e elevada; 70-100% (intestino
delgado, mas alguma no estômago)
c. Ligação variável às proteínas plasmáticas
d. Distribuição a todos os tecidos e fluidos corporais:
i. Fluido pleural, peritoneal, ocular, sinovial…
ii. LCR: concentrações 10-80% das sanguíneas
iii. Passam a placenta e atingem a circulação fetal
2. Metabolismo/ Eliminação
a. Metabolismo hepático: acetilação (metabólitos não têm atividade
antibacteriana, mas mantêm toxicidade)
b. Eliminação:
i. Sob a forma inalterada e como produtos metabólicos
ii. A maioria na urina (precipita em urina ácida, pelo que pode conduzir a
cristalúria- pode-se justificar a utilização de alcalinizantes da urina)
iii. Pequenas quantidades nas fezes e bílis, leite materno e outras
secreções
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Classificação (com base na velocidade de absorção e excreção)
Espetro de ação
• Gram +
a. Streptococcus: pneumoniae, pyogenes
• Gram –
a. Haemophilus influenzae
b. E. coli; Shigella; Neiserria meningitidis; resistências crescentes
c. Proteus mirabilis e Enterobacter spp: atividade moderada
d. Klebsiella: atividade pobre
e. Pseudomonas aeruginosa e Serratia: sem atividade
• Outros
a. Nocardia
b. Chlamydia trachomatis
c. Actinomyces
d. Calymmatobacterium granulomatosis
• Anaeróbios
a. Sem atividade
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Reações adversas
1. Alterações do trato urinário: cristalúria; risco menor com as novas substâncias; boa
ingestão hídrica e alcalinizar urina em alguns casos
2. Alterações hematopoiéticas:
a. Anemia hemolítica aguda
b. Agranulocitose
c. Anemia aplásica: extremamente rara, mas pode ser fatal; supressão reversível
em doentes com reserva medular limitada
3. Reações de hipersensibilidade variadas
a. Manifestações cutâneas e mucosas, de gravidade diversa (síndrome Stevens-
Johnsons)
b. Febre, mal-estar, prurido
c. Necrose hepática focal ou difusa
d. Cefaleias, náuseas, vómitos, hepatomegalia, icterícia, alterações das provas de
função hepática, atrofia hepática e morte
4. Reações diversas:
a. Anorexia, náuseas, vómitos
b. Recém-nascidos: kernicterus
Interações
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TRIMETOPRIM-SULFAMETOXAZOL (TMP-SMX)
Farmacocinética:
Espetro de ação
Espetro similar, mas SMX 20-100 vezes mais potente que o TMP. A maioria dos Gram + e
dos Gram – são sensíveis.
• Gram +
a. Staphylococcus aureus, epidermidis
b. Streptococcus: pneumoniae, pyogenes, vididans
c. Enterococcus: resistentes
• Gram –
a. Haemophilus influenzae
b. E. coli; Proteus mirabilis e outros, Enterobacter spp, Salmonella, Shigella, Ps.
Pseudomallei, Serratia, Klebsiella; Brucella, Pateurella, Yersinia
c. Neisserria meningitidis
d. Pseudomonas aeruginosa sem atividade
• Outros
a. Nocardia
b. Chlamydia trachomatis, Actinomyces, Calymmatobacterium granulomatosis
• Anaeróbios
a. Resistências; atividade mínima
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Usos terapêuticos
• Trato urinário
a. Infeções urinárias não complicadas
b. Prostatite
c. Prevenção de cistites de repetição
• Trato respiratório
a. Agudizações de bronquite crónica
b. Otite média em crianças (por H. influenzae e S. pneumoniae)
c. Sinusite maxilar aguda em adultos (por H. Influenzae e S. pneumoniae)
• Gastrointestinais
a. Shigelose: alternativa a uma quinolona
b. Febre tifóide (1ª linha: ceftriaxone ou quinolona)
c. Portadores de Salmonella typhi e outras
d. Diarreia aguda por E. coli enteropatogénica
• Infeções por Pneumocystis carinii
a. Infeção severa em HIV +
b. Profilaxia de pneumonias em HIV +
• Profilaxia em doentes neutropénicos
• Diversas
a. Nocardiose
b. Brucelose (Doxicilina + strepto ou gentamicina)
c. Parasitas intestinais (Cyclospora e Isospora)
d. Doença de Whipple
De uma forma geral, deve-se pensar no co-trimoxazol como uma alternativa às quinolonas.
Efeitos adversos
Nas doses recomendadas não induz deficiência de folato. Os efeitos adversos são raros exceto
nos doentes com SIDA.
Na gravidez deve ser evitado uma vez que atinge a placenta humana, podendo causar
no recém-nascido diversos efeitos, nomeadamente ósseos. Deve-se também ter muito cuidado
na sua utilização durante a amamentação. Está contraindicado em crianças com menos de 2
anos devido à imaturidade hepática. Durante a gravidez e amamentação devemos sempre
pensar em beta-lactâmicos!
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NITROFURANOS
A Nitrofurantoína tem boa absorção oral, com eliminação renal de 40%, pelo que se
deve ter em consideração se há insuficiência renal. Tem ação bactericida, espetro para Gram +
e -, com ótima atuação a pH entre 5 e 6, podendo conduzir a cristalúria se pH ≤ 5. É um
antibiótico bem tolerado, mas que pode conduzir a:
• Náuseas e vómitos
• Vertigens, cefaleias, polinevrites
• Hipersensibilidade: anemia hemolítica, granulocitopenia, icterícia colestática, lesão
hepatocelular
• Pneumopatias alérgicas graves (muito raro)
RIFAMICINAS
São antibióticos com efeito bactericida e de largo espetro de ação, mas que se deve
reservar a sua utilização para situações muito restritas.
• Rifamicina
a. Uso tópico em ferimentos cirúrgicos (PROIBÍDO- devido a resistências
crescentes)
b. Uso sistémico (de evitar!)
• Rifaximina
a. Não absorvível por via oral
b. Utilizada na diarreia do viajante (há outras opções)
• Rifampicina
a. Reservada para: tuberculose (em esquemas de múltiplos fármacos), lepra e
brucelose
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• Rifabutina
a. Reservar para resistência à rifampicina
ÁCIDO FUSÍDICO
• Atividade
a. Estafilococos (incluindo estirpes resistentes à Metilcilina)
b. Corynebacterium sp.
c. Propionibacterium acnes
d. Peptococcus spp.
• Absorção oral
a. 30-40%
b. 90%- fusidato de sódio (Fucidine)
• Difusão
a. Insuficiente
b. Suficiente no tecido ósseo (ortotraumatologia)
c. Suficiente na pele e tecidos moles (dermatologia)
É de toma única em jejum. Tem uma ação na síntese da parede celular (fase
intracitoplasmática- efeito bactericida). Apresenta largo espetro de ação (Gram + e Gram -),
incluindo Pseudomonas. É absorvido por via oral, apresenta boa distribuição (incluindo LCR) e
tem boa eliminação renal, pelo que é um fármaco muito utilizado em infeções urinárias
(primeira linha para tratamento de cistites). Tem duração de ação de aproximadamente 2-3 dias.
Pode ser utilizada em grávidas e em contexto de profilaxia de infeções urinárias. É bem tolerado,
tendo uma pequena toxicidade.
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POLIPEPTÍDEOS
Apresentam má absorção oral, pelo que a sua administração é feita por via parentérica
e apresenta eliminação renal. Têm toxicidade renal (necroses tubulares, nefropatias
intersticiais) e cócleo-vestibular. Têm um interesse reduzido atualmente.
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NITRIMIDAZÓIS
• Metronidazol
• Tinidazol
• Nimorazol
• Ornidazol
• Secnidazol
O Metronidazol destaca-se pela sua particular utilidade em infeções por anaeróbios (B.
fragilis, Str. anaeróbios, Clostridios, Fusobactérias). Alguns tem utilidade como
antiprotozoários.
Apresentam boa absorção oral e boa distribuição (incluindo LCR e barreira placentar).
Têm metabolismo hepático e eliminação renal. São administrados por via oral, embora
também hajam fórmulas parentéricas.
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MACRÓLIDOS
Mecanismo de ação
São inibidores da síntese proteica bacteriana por ligação reversível à subunidade 50S do
ribossoma. Geralmente bacteriostáticos, embora possam ser bactericidas em elevadas
concentrações, contra bactérias suscetíveis. As bactérias Gram + acumulam 100x mais
eritromicina que Gram –, daí o seu espetro. As células são mais permeáveis às formas não
ionizadas, daí a maior atividade a pH alcalino.
Mecanismos de resistência
Farmacocinética
Absorção
• Eritromicina
o Absorção incompleta no intestino delgado proximal
o Inativada pelos sucos gástricos (administração com revestimento
apropriado pode minimizar a destruição e aumentar a absorção)
o Comida aumenta a acidez e atrasa a absorção
o Formulações oral e endovenosa
• Claritromicina
o Absorção gastrointestinal rápida, mas biodisponibilidade de 50-55% (efeito
de primeira passagem)
o Formulações “padrão” com ou sem comida
o Formulações prolongadas (1 toma/dia) devem ser administradas com a
comida. Formulação oral
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• Azitromicina
o Rápida absorção por via oral
o Não administrar com comida
o Antiácidos diminuem pico de concentração
o Formulações oral e ev.
Como regra, não se deve administrar macrólidos uma hora antes nem duas horas após
a toma de alimentos.
Distribuição
• Boa difusão para quase todos os tecidos, com exceção do cérebro e LCR; inclui
próstata e ouvido médio
o Podem ser utilizados em otites agudas, mas não em prostatites agudas pois
não tem atividade contra as estirpes habitualmente envolvidas (bacilos
Gram -)
• Atravessam a barreira placentar e atingem boas concentrações no líquido materno
o Mas são fármacos seguros na amamentação
• Atingem altas concentrações intracelulares
Semivida
Espetro de ação
A sua ação contra Streptococcus faz com que sejam úteis em infeções como amigdalites,
erisipelas, celulites e otites médias agudas (têm alguma atividade contra H. influenzae).
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Para os Gram -, não são ativos contra a maioria dos bacilos entéricos. Apresentam
atividade contra:
Usos terapêuticos
1. Pneumonias atípicas, quer por mycoplasma quer por legionella (são alternativa às
tetraciclinas)
2. Infeção por Chlamídea
a. Infeções uretrais, endocervicais, retais ou do epidídimo- alternativa à doxiciclina
b. Pneumonia na infância (C- pneumoniae) e conjuntivite- tetraciclinas
contraindicadas
c. Pneumonia (C. pneumoniae)
3. Difteria
a. Na infeção aguda ou no estado de portador (associada a antitoxina)
4. Infeções estreptocócicas
a. S. Pyogenes (faringite, escarlatina, erisipela, celulite) - alternativa a beta-
lactâmicos, mas resistências crescentes
b. S. pneumoniae- alternativa a alergia por beta-lactâmicos
5. Infeções estafilocócicas
a. S. aureus- alternativa a beta-lactâmicos, mas resistências crescentes
Usos profiláticos
Reações adversas
Reações adversas com eritromicina são raras. Contudo são de salientar as seguintes:
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Interações farmacológicas
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QUINOLONAS
A quinolona que se deve pensar por defeito é a Ciprofloxacina. Para contexto de infeção
respiratória baixa deve-se pensar na Levofloxacina, embora não seja utilizada como primeira
linha. A maioria das quinolonas necessitam de duas tomas diárias, exceto a Levofloxacina, que
é de toma única diária.
Estrutura
Mecanismo de ação
Baseia-se na inibição da síntese de DNA através da ação da DNA girase, nos Gram
negativos, e da topoisomerase tipo IV, para Gram positivos.
Mecanismo de resistência
Farmacocinética
• Absorção/ distribuição
o Boa absorção por via oral
▪ Pico sérico 1-3 horas
▪ Alimentos atrasam pico sérico
▪ Norfloxacina atinge níveis séricos baixos, não podendo ser utilizada
em situações sistémicas (não atinge boas concentrações no
parênquima renal), mas útil para infeções urinárias baixas (cistites)
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o Distribuição ampla nos fluidos corporais
▪ Concentrações na urina, rim, pulmão, tecido prostático, bílis, fezes,
macrófagos e neutrófilos superiores às séricas (útil em cistites)
▪ Detetadas no leite materno
• Metabolismo/eliminação
o Eliminação renal por filtração glomerular e secreção tubular
o Ajustamento da dose na insuficiência renal (Norfloxacina, Ciprofloxacina)
o Algumas com metabolização hepática (Trovafloxacina- hepatotoxicidade)
Espetro de ação
1. Gram +
a. Staphylococcus aureus: boa atividade, incluindo os meticilino-resistentes
b. Streptococcus: atividade limitada a algumas quinolonas (levofloxacina,
moxifloxacina, gatifloxacina)
2. Gram –
a. E. coli; Salmonella; Shigella; Enterobacter; Campylobacter; Neisseria;
Pseudomonas aeruginosa
3. Bactérias intracelulares
a. Chlamydea, Mycoplasma, Legionella, Brucella
b. Mycobacterium tuberculosis
4. Anaeróbios
a. Moxifloxacina, trovafloxacina e sitafloxacina
Usos terapêuticos
1. Trato urinário
a. Alto, nomeadamente em pielonefrites (ciprofloxacina), como alternativa aos
beta-lactâmicos
b. Baixo, nomeadamente cistites e epididimites
2. Prostatites (1ª linha)
3. DST
a. N. gonorrhoeae: 1 toma, alternativa ao ceftriaxone
b. C. trachomatis: 7 dias, alternativa a tetraciclinas ou macrólidos
c. Haemophilus ducreyi: 3 dias
d. Doença inflamatória pélvica: 7-14 dias
4. Gastrointestinais e abdominais (por atingir boas concentrações nas fezes)
a. Febre dos viajantes (E.coli enterogénica)
b. Shigelose
c. Salmonellla typhi
d. Diarreia na cólera
e. Peritonites em doentes em diálise peritoneal
5. Infeções respiratórias
a. Pneumonias da comunidade e bronquite: levo, moxi, gati e trovafloxacina:
excelente atividade contra S. pneumoniae
b. Legionella: alternativa aos macrólidos
c. Fibrose quística (Pseudomonas a.)
36
d. Infeções por outros agentes: H. influenzae, Moraxella c., S. aureus, M.
pneumoniae, C. pneumoniae, Legionella pneumophila
6. Osso, articulações e tecidos moles
a. Osteomielite crónica
b. Infeções do pé diabético (em associação)
7. Outras
a. Tuberculose multirresistente (em associação)
b. Infeções micobacterianas atípicas como M. avium no doente com SIDA (em
associação)
c. Doentes neutropénicos: profilaxia (contudo deve-se evitar nestes doentes),
síndromes febris
d. Bacilu anthracis: anthrax
Reações adversas
Interações
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TETRACICLINAS
• Naturais
o Tetraciclina
o Clortetraciclina
o Oxitetraciclina
o Demeclociclina
• Semissintéticas
o Doxiciclina (+ utilizada)
o Minociclina
o Metaciclina
o Rolitetraciclina
o Meclociclina
Mecanismo de ação
Mecanismos de resistência
Farmacocinética
• Absorção
o Absorção parcial no trato gastrointestinal: estômago e intestino delgado
proximal
o Maior absorção em jejum (exceto mino e doxiciclina)
o Menor absorção: aumento da dose (%), laticínios, hidróxido de alumínio,
sais de magnésio, cálcio, ferro e zinco, salicilato de bismuto (formação de
quelatos)
• Distribuição
o Excelente distribuição na maior parte dos tecidos e fluidos (devido à
lipossolubilidade):
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▪ Urina, próstata, LCR, placenta e líquido amniótico
▪ Leite materno
o Acumulam-se:
▪ Células reticuloendoteliais do fígado, baço e medula
▪ Osso, dentina
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Duração de ação
• Curta (6h-8h)
o Tetraciclina
o Clortetraciclina
o Oxitetraciclina
• Intermédia (aproximadamente 12h)
o Demeclociclina
o Metaciclina
• Longa (superior a 16h)
o Doxiciclina
o Minociclina
o Tigeciclina
Espetro de ação
• Gram +
o Apenas 50% de Enterococcus B é suscetível
o Staphylococcus aureus sensível em menos de 65%
o S. pnemoniae- maioria sensível
• Gram –
o H. Influenzae> 90% sensíveis
o Brucela, Haemophilus ducreyi, Vibrio cholerae, Legionella pneumophila,
Campylobacter jejuni, Helicobacter pylori, Yersinia pestis e enterocolitica,
Francisella tularensis, Pasteurella multocida
o Neiserria gonorrhoeae e miningitidis atualmente são resistentes
o Pseudomonas aeruginosa resistente, mas Ps. Pseudomomallei sensível
o Enterobacteriaceae: resistentes
• Anaeróbios
o Ativos contra a maioria dos anaeróbios
o Actinomyces: atividade relevante
o Bacteroides gragilis: cloranfenicol, clindamicina, metronidazol e alguns
beta-lactâmicos são mais ativos
• Outros
o Rickettsiae
o Coxiella burnetti
o Espiroquetas, incluindo: Borelia burgdorferi e recurrentis, Treponema
pallidum e pertenue
o Chlamydia
o Mycoplasma
o Ureaplasma
o Plasmodium
o Mycobacterium marinum
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Usos terapêuticos
1. Chlamydea
a. Linfogranuloma venéreo (C. trachomatis)
i. 1ª linha, doxiciclina 100 mg, 2x por dia, 3 semanas
ii. Eritromicina ou azitromicina alternativas
b. Trachoma (C. trachomatis)
i. Doxiciclina 100 mg, 2x dia, 14 dias
ii. Conjuntivite granular; frequentemente na infância, com
contraindicação para tetraciclinas (azitromicina toma única é preferível)
c. Uretrites não específicas (C. trachomatis)
i. Doxiciclina 100 mg, 2x por dia, 7 dias (azitromicina 1g, dose única é
preferível)
ii. Pneumonia, bronquite, sinusite (C. pneumoniae)
2. DSTs
a. Gonorreia (neiserria gonorrhoeae)
i. Doxiciclina 100 mg, 2x por dia, 7 dias mas cefixima, ceftriaxone ou
quinolona, 1 dose são preferíveis
ii. C. Trachomatis coexiste com frequência
b. Doença inflamatória pélvica aguda
i. C. trachomatis coexiste com frequência
ii. Doxiciclina geralmente associada a cefoxitina
c. Epididimite aguda
i. Homens jovens
ii. Coinfecção frequente de N. gonorrhoeae com C. trachomatis:
ceftriaxone 250 mg (im) + doxiciclina 100 mg, 2x dia, 10 dias, tratar
parceiras
d. Sífilis primária, secundária ou latente
i. Alérgicos às penicilinas, não grávidas: doxiciclina 100 mg, 2x dias, 14
dias (não usar na neurosífilis)
3. Mycoplasma
a. Mycoplasma pneumoniae
i. Pneumonia (tetraciclina ou eritromicina)
4. Rickettsiae
a. “Rocky Montain Spotted Fever”
i. Febre da carraça- América do Norte e Sul
b. Vários tipos de tifo
i. Ácaros, piolhos, pulgas
c. Febre Q (Coxiella burnetti)
i. Transmissão: bovinos, ovinos, caprinos
5. Infeções bacilares
a. Brucelose
i. Doxiciclina 200 mg/dia + rifampicina 600-900 mg/dia, 6 semanas na
brucelose aguda
ii. Doxiciclina 200 mg/dia + estreptomicina 1g/dia em doentes com
espondilite
b. Tularemia (Francisella tularensis)
i. Estreptomicina 1ª linha
41
c. Cólera (Vibrio cholerae)
i. Dociclina 300 mg, dose única
ii. Algumas resistências
d. Shigella, Salmonella
i. Diarreia dos viajantes
ii. Resistências elevadas limitam utilidade
6. Infeções por coccos
a. Pneumonia da comunidade (S. pneumoniae)
i. Em associação com beta-lactâmicos
b. Staphylococcus, Streptococcus, Neisseria meningitidis
i. Não indicadas devido às resistências
7. Outros
a. Actinomicose
i. Penicilina G; tetraciclina alternativa
b. Nocardiose
i. Minociclina + sulfonamida (alternativa ao cotrimoxazol)
c. Leptospirose, Borelia, doença de Lyme (B. burgdoferi)
i. Tratamento e profilaxia
d. Mycobacterium marinum
e. Acne
i. Propionibactérias
Reações adversas
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• Alterações no sangue periférico: leucocitose, linfocitose atípica, púrpura
trombocitopénica, granulação tóxica dos granulócitos.
• Pseudo-tumor cerebral: ↑ pressão intracraniana e abaulamento das fontanelas.
• Toxicidade vestibular: minociclina
• Reações de hipersensibilidade: raras
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CLINDAMICINA
Mecanismo de ação
Mecanismo de resistência
Farmacocinética
• Absorção
o Via oral
▪ Quase completa
▪ Concentração plasmática máxima 1 hora após a ingestão
▪ Alimentos não reduzem absorção
▪ Semivida de 2,9 horas
o Via parentérica (formulação sob a forma de éster fosfato de clindamicina)
• Distribuição
o Boa distribuição em muitos tecidos e fluidos corporais, incluindo osso e
articulações:
▪ Passa a barreira placentar
▪ Não atinge concentrações suficientes no LCR, mas pode ser usado na
toxoplasmose cerebral
▪ Acumula-se nos PMNs, macrófagos alveolares e abcessos
o >90% ligado a proteínas plasmáticas
• Metabolismo/eliminação
o Metabolização hepática a formas inativas (acumulação na insuficiência hepática
grave)
o 10% excretada inalterada na urina
o Pequena quantidade nas fezes, mas atividade antimicrobiana nas fezes persiste
5 ou mais dias após paragem da administração endovenosa e o crescimento de
organismos sensíveis é suprimido 2 semanas- daí a possibilidade de
desenvolvimento de colite pseudomembranosa com a toma deste fármaco
44
Espetro de ação
• Gram +
o Streptococcus pneumoniae, pyogenes, viridans: > 90% sensíveis, mesmo os
resistentes aos macrólidos.
o Staphylococcus aureus: os meticilino resistentes e coagulase negativos
frequentemente resistentes.
• Gram –
o Bacilos aeróbios Gram – são resistentes
• Anaeróbios
o Bacteroides fragilis (+)
o Outros: B. Melaninogenicus, Fusobacterium, Peptostreptococcus,
o Peptococcus, C. Perfringens (outros Clostridium 10-20% são resistentes)
o Actinomyces israelii e Nocardia asteroides: sensíveis
• Outros
o Mycoplasma pneumoniae: resistente
o Chlamydea spp: sensibilidade variável, mas utilidade clínica?
o Babesiose
o Plasmodium falciparum e vivax: cura de apenas 50% num estudo.
Usos terapêuticos
• Cocos Gram +
o Efeitos adversos limitam o seu uso
• Anaeróbios, em particular, B. fragilis
o Outros fármacos eficazes contra anaeróbios: metronidazol, cloranfenicol,
cefoxitina, cefotaxima, imipenem, penicilinas + inibidores das beta-lactamases
o Abcessos intra-abdominais, pélvicos (+ aminoglicosídeos)
o Abcessos pulmonares e infeções pleurais/pulmonares
o Abcessos cerebrais não: metronidazol + penicilina ou cefalosporina 3ª geração
• Encefalite por T. gondii em doentes com SIDA
o Clindamicina + pirimetamina
• Pneumonia ligeira/moderada por P. carinii em doentes com SIDA
o Clindamicina + primaquina
• Acne vulgar
o Oral ou topicamente nos casos mais recalcitrantes e com intolerância às
tetraciclinas
• Vaginoses bacteriana- topicamente
45
Reações adversas
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QUINUPRISTINA/ DALFOPRISTINA
Mecanismo de ação
Farmacocinética
• Administração exclusivamente via ev., lenta (>1 hora), endextrose 5% (em cateteres
venosos centrais)
• Metabolismo hepático por conjugação.
• 80% eliminada por excreção biliar; restante por eliminação renal.
• Sem necessidade de ajustamento da dose na insuficiência renal.
• Sem necessidade de ajustamento da dose na insuficiência hepática, exceto se
intolerância (reduzir frequência de 3 x dia para 2 x dia).
• Efeito pós-antibiótico (duração deste efeito pode ser de 10 horas para S.aureus e de 9
horas para S. pneumoniae).
Espetro de ação
• Gram +
o Streptococcus pneumoniae, β e α hemolíticos
o Enterococcus faecium (mas não faecalis) – efeito bacteriostático
o Staphylococcus
• Gram –
o Maioritariamente inativos exceto:
▪ Moraxella catarrhalis e Neisseria spp
• Outros
o Mycoplasma pneumoniae
o Chlamydea pneumoniae
o Legionella spp
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Usos terapêuticos
• E. faecium
o Estirpes resistentes à vancomicina
• S. aureus e pyogenes
o Infeções e pneumonias nosocomiais
o Infeções cutâneas complicadas
Reações adversas
Interações
É um fármaco seguro na gravidez e na amamentação, mas deve ser preferido alternativas, como
os beta-lactâmicos.
LINEZOLIDE
Mecanismo de ação
Farmacocinética
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• Ligação proteica 31%.
• Boa distribuição a tecidos bem perfundidos.
• Metabolização hepática por oxidação não enzimática.
• Eliminação urinária de 80%:
o 30% composto ativo e 50% metabólitos primários (sem necessidade de ajustar
doses na Insuficiência renal)
o Fecal 10%.
Espetro de ação
• Gram +
o Staphylococcus
o Streptococcus
o Enterococcus faecium e faecalis
• Anaeróbios Gram +
o Cocos Gram +
o Bacilos Gram +
o Corynebacterium spp.
o Lysteria monocytogenes
• Outros
o Mycobacterium tuberculosis: moderadamente suscetível
Usos terapêuticos
Infeções graves por organismos Gram + multirresistentes. Não usar quando existem alternativas
(é última linha).
• E. faecium
o Estirpes resistentes à vancomicina
• S. aureus
o Pneumonias nosocomiais
o Infeções cutâneas
• S. pneumoniae
o Pneumonias
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Reações adversas
Interações
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GLICOPEPTÍDEOS
São fármacos com efeito bactericida, atuando na síntese da parede bacteriana, ainda na fase da
membrana citoplasmática. Têm atividade contra Gram + aeróbios e anaeróbios, embora com
resistências crescentes.
VANCOMICINA
Inibição da síntese da parede celular bacteriana por ligação de alta afinidade a unidades
percursoras D-ala-D-ala; bactericida para microrganismos em multiplicação.
Farmacocinética
Espetro de ação
• Gram +
o Staphylococcus aureus e epidermidis (resistências crescentes)
o Enterococcus gaecium e faecalis (resistências crescentes)
o Streptococcus pneumoniae, pyogenes e viridans
• Anaeróbios Gram +
o Corynebacterium spp
o Flavobacterium
o Actinomyces
o Clostridium spp.
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Usos terapêuticos
Infeções graves por organismos Gram + multirresistentes. Não usar quando existem alternativas
(última linha).
• S. aureus
o Infeções meticilino-resistentes, incluindo pneumonia, empiema, endocardite,
osteomielite, abcessos de tecidos moles.
o Infeções graves e alergia penicilinas e cefalosporinas
o Hemodiálise/diálise peritoneal (infeção acessos)
o Infeções SNC (via ev e intraventricular)
• S. viridans e S. pneumoniae
o Alternativa nas alergias e resistências às penicilinas
• Enterococcus
o Endocardite: + aminoglicosídeo
• Clostridium d.
o Colite pseudomembranosa
Reações adversas
Cuidado com a administração simultânea com fármacos nefro ou ototóxicos ou em doentes com
insuficiência renal.
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TEICOPLANINA
LIPOPEPTÍDEOS CÍCLICOS
DAPTOMICINA
• Ação bactericida
• Atua a nível da membrana plasmática sem penetrar no citoplasma
• Ação dependente de cálcio (alteração do potencial de membrana)
• Para Gram +
• 4 vezes mais potente que a Vancomicina
• Efeitos adversos (no animal)
o Gastrointestinais: náuseas, vómitos, diarreia
o SN: degenerescência axonal nos nervos periféricos
o Toxicidade renal
o Toxicidade músculo-esquelético: miopatias reversíveis
Indicações:
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