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Antimicrobianos

Enfª. Camila Vespoli Ramos Costa


Definição
São produtos naturais (antibióticos – bactérias, fungos) ou
sintéticas (quimioterápicos - laboratório) que agem sobre os
microrganismos inibindo o seu crescimento ou causando a sua
destruição.
Antibioticoterapia

• É o tratamento de pacientes
com sinais e sintomas clínicos
de infecção. Possui a finalidade
de curar uma doença infecciosa
ou de combater um agente
infeccioso situado em um
determinado foco de infecção.
Sinais e sintomas clínicos de infecção
• Febre (a partir de 37,8°C);
• Taquicardia;
• Taquipneia;
• Astenia;
• Hipotensão;
• Redução do débito urinário;
• Sonolência;
• Confusão mental.
Princípios da Antibioticoterapia
• Atenção deve ser dada a:
Determinar o
agente causal da
- Indicação; infecção

- Dose; Resultados clínicos,


epidemiológicos e
- Via de Administração; laboratoriais

- Tempo de uso. Susceptibilidade


aos
antimicrobianos
Princípios da Antibioticoterapia
Princípios da Antibioticoterapia
Uso racional de antimicrobianos
• Indicação incorreta:
- Erro de diagnóstico;
- Insegurança ou pressa ao avaliar o paciente como um todo;
- Indisponibilidade de exames microbiológicos;
- Interpretação incorreta de exames microbiológicos;
- Desconhecimento dos riscos associados.
Uso racional de antimicrobianos
• Utiliza-se antimicrobianos a partir de um diagnóstico preciso ou
presuntivo da etiologia do processo infeccioso, fundamentado na
anamnese, nos exames clínicos e laboratoriais.
Ação: Bactericida x Bacteriostática
• Os antibióticos podem apresentar duas funções distintas:

• Inibição do crescimento bacteriano através da ação


BACTERIOSTÁTICA: Mantém o microrganismo na fase
estacionária.
> Auxílio do nosso sistema imunológico.

• Destruição de uma população bacteriana, por uma ação


BACTERICIDA: Atua em processos vitais para a célula,
resultando em morte celular.
> Endocardite, Meningite, Neutropenia – Pacientes
graves!!!!
Ação: Bactericida x Bacteriostática
Ação: Bactericida x Bacteriostática
Mecanismo de Ação
Mecanismo de Ação
Antibiótico Ideal
• Bactericida;
• Alcançar rapidamente o alvo, com boa distribuição no local de
infecção;
• Baixo nível tóxico e elevados níveis terapêuticos;
• Poucas reações adversas (seja de toxidade ou alergia);
• Várias vias de administração (Ex.: oral, EV, IM);
• Boa absorção;
• Não deve induzir resistências;
• Boa relação custo/eficácia.
Espectro em ação
• Pequeno espectro: Quando se conhece a etiologia da
- São antibióticos que atingem um doença, deve-se prescrever sempre
pequeno número de drogas de menor espectro e maior
microrganismos nas doses potência.
terapêuticas.
Ex.: penicilinas de pequeno -Ex.: Meningococcemia – com definição
espectro, eritromicina, lincomicina, etiológica - infecção muito grave.
etc

• Largo espectro: Sepse grave por exemplo, sem


- São antibióticos que atingem um definição etiológica, deve-se
grande número de microrganismos ampliar o espectro, procurando
nas doses terapêuticas.
atingir os microrganismos mais
Ex.: penicilinas de largo espectro,
tetraciclinas, cefalosporinas, etc. prováveis.
Problemas relacionados ao uso dos ATBs

• Aumento do índice de eventos adversos;


• Aumento dos custos da assistência prestada ao paciente (tempo de
internação, materiais/medicamentos);
• Aumento do risco de superinfecção;
• Aumento da resistência microbiana.
Eventos Adversos relacionados aos ATBs
• TOXICIDADE:

Irritação Local:
 Irritação Gástrica;
 Dor e formação de abcessos
(intra-musculares);
 Tromboflebites.
Eventos Adversos relacionados aos ATBs
• TOXICIDADE SISTÊMICA:

Nefrotoxicidade:
- Vancomicina, polimixina B,
aminoglicosídeos, anfotericina B
Hepatotoxicidade
- Rifamicinas, azólicos, macrolídeos
Cardiotoxicidade
- Fluoroquinolonas e antimoniais
Eventos Adversos relacionados aos ATBs
• Reações de Hipersensibilidade
Mais comum com:

 Penicilinas;
 Cefalosporinas;
 Sulfonamidas.
Superinfecção
• Nova infecção sobreposta a uma infecção preexistente durante a
terapêutica microbiana desta última;

• Mais comum quando a defesa do hospedeiro encontra-se


comprometida:
- Terapia com corticoides;
- Leucemias e outras neoplasias;
- Síndrome da imunodeficiência adquirida (retrovirose);
- Diabetes, lúpus eritematoso disseminado.
Superinfecção
• Microrganismos causadores e tratamento:
Medidas para minimizar as superinfecções

• Antimicrobiano específico
(espectro estreito) sempre
que possível;
• Não utilizar antimicrobianos
para o tratamento
desnecessariamente (ex.:
infecções virais);
• Não prolongar
desnecessariamente a terapia
antimicrobiana.
Resistência Bacteriana
• Pressão seletiva:

- Criação da população de bactérias


resistentes e eliminação da população
sensível a partir de um antimicrobiano
utilizado;

- Processo natural inevitável, mas pode


ser retardado.
Prevenção da resistência à ATBs
Situação ideal para a escolha do ATB

1. Diagnóstico do Estado Infeccioso – características do paciente,


localização do processo infeccioso;
2. Diagnóstico Etiológico – antibiograma e prováveis mecanismos de
resistência;
3. Conhecer a sensibilidade do germe – ATB dirigido ao agente e de
menor espectro.
Vias de Administração de ATB
– Via oral: – Via Intramuscular:
Ex.: Amoxicilina, Azitromicina Ex.: Benzilpenicilina benzatina
• Comodidade, economia, e facilidade (Benzetacil)
de uso
• Reservada para tratamento de casos
leves a moderados – Tópica:
Ex.: Neomicina, Tirotricina
– Via endovenosa:
Ex.: Cefazolina, Vancomicina
• Via de escolha para infecções graves
– Nível terapêutico imediato
– Comodidade para administrar
doses elevadas
Equipe de Enfermagem e Gestão do Uso de
Antimicrobianos

- Qual o papel da enfermagem?

- Qual é o conhecimento da
enfermagem sobre o tema?

- Que pontos são essenciais


para atingir uma prática
segura?
Equipe de Enfermagem e Gestão do Uso de
Antimicrobianos
• Como a enfermagem pode contribuir para a redução das IRAS e
resistência antimicrobiana através da participação na gestão de
antimicrobianos?
Equipe de Enfermagem e Gestão do Uso de
Antimicrobianos
 Foco principal: Seguir a prescrição médica;
 Administração correta dos medicamentos;
 Aprazamento correto dos medicamentos, respeitando os intervalos;
 Atenção quanto às interações medicamentosas (Ex.: Eritromicina reduz
efeito do Clopidogrel);
9 certos: Paciente certo, Medicamento certo, Dose certa, Via de adm.
Certa, Horário certo, Registro certo, Devolução certa, Orientação e
informação certa ao paciente, Compatibilidade certa;
 Segurança na administração de medicamentos por via intravenosa.
Equipe de Enfermagem e Gestão do Uso de
Antimicrobianos
 Atentar para a forma de apresentação, a dosagem e a via de
administração prescritas pelo médico;
 A administração endovenosa deve seguir o protocolo da instituição
sobre diluição de antibióticos. A diluição e o tempo de infusão são
determinados por protocolos institucionais elaborados pela CCIH e
Farmácia, específicos conforme o tipo de antibiótico, a dosagem, a
indicação do medicamento e a idade do paciente (adulto ou
criança);
 Orientar o paciente a não deixar o leito sem estar acompanhado
por profissionais de enfermagem, devido ao risco de queda causado
por efeitos colaterais (queda de pressão arterial e vertigem);
 Atentar para sinais e sintomas dos efeitos colaterais.
 Observar dispositivos do
paciente;
 Troca de equipos;
Autonomia do Técnico de
Enfermagem quanto ao
tempo de infusão do ATB,
bólus;
 Discussão
multidisciplinar;
 Ferramentas de auxílio.
Dúvidas?
Para fixar:

1. Descreva o conceito de Antimicrobianos.


2. Quais as duas funções dos antibióticos e seus mecanismos de ação?
3. Como deve ser o antibiótico ideal?
4. Quais são as vias de administração que os antibióticos podem ser
aplicados?
5. Cite 4 cuidados do profissional de enfermagem ao manipular e
administrar o antibiótico corretamente.

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