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ANTIMICROBIANOS

Professor:
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Dr Farmacêutico
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Visão Geral
▪ Os micro-organismos importantes sob a perspectiva médica podem ser classificados
em quatro grupos gerais: bactérias, vírus, fungos e parasitos

▪ Assim... existem os ANTIBACTERIANOS, ANTIVIRAIS, ANTIFÚNGICOS e


ANTIPARASITÁRIOS

Os fármacos antimicrobianos devem ser entendidos como ligantes, cujos


receptores são proteínas microbianas, que, por sua vez, são componentes
essenciais das reações bioquímicas dos micro-organismos e a interferência com
estes processos fisiológicos resulta em sua destruição

▪ Na medida que o agente antimicrobiano tenha como alvo uma proteína que não é
expressa por outras bactérias, este fármaco será relativamente seletivo em seus
efeitos antimicrobianos
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Classificação dos ANTIMICROBIANOS


A classificação de um antibiótico baseia-se nos seguintes fatores:

▪ A classe e o espectro de micro-organismos que ele destrói.


▪ Os processos bioquímicos com os quais interfere.

Carregando…
A estrutura química do seu farmacóforo.

▪ A relação entre a concentração do fármaco e o


efeito em uma população de micro-organismos
ainda é representada pela curva de Hill para
receptores e agonistas (modelo sigmóide).

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Ação dos ANTIMICROBIANOS


Dose – supressão - crescimento

I. Bactericida – inativa e destrói as bactérias. Ex.


Inibidores da síntese proteica, como
Aminoglicosídeos

II. Bacteriostático – controle do crescimento


bacteriano. Ex. Inibidores da replicação do DNA,
como as Sulfonamidas (Cuidado na associação com
corticoide);

III. Bacteriolítico – Promovem a lise da bactéria. Ex.


Inibidores da Parede celular, como as Penicilinas
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Farmacocinética do tratamento
ANTIMICROBIANO
Entrada dos antimicrobianos nos compartimentos anatômicos

Para que cada antibiótico seja eficaz ele precisa ser capaz de chegar aonde o
patógeno está, ou seja, penetrar no compartimento infectado

Esta penetração depende: Carregando…


▪ Barreiras físicas que a molécula precisa atravessar (camadas de células
epiteliais e endoteliais, e junções comunicantes – coeficiente de partição).
▪ Propriedades químicas do antimicrobiano (hidrosolúvel e lipossolúvel).
▪ Existência de transportadores para múltiplos fármacos (p. ex. glicoproteína P
– dificulta a penetração de fármacos).

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Laboratório de MICROBIOLOGIA
O Laboratório de Microbiologia desempenha um papel muito importante na
decisão de escolher determinado antimicrobiano em detrimento de outros

▪ A identificação e o isolamento do micro-organismo responsável pela doença


ocorrem quando as amostras obtidas do paciente são enviadas ao laboratório

▪ Após a identificação, a escolha do


antimicrobiano ou classe que provavelmente
funciona no paciente torna-se possível

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Impacto dos testes de sensibilidade na eficácia dos


ANTIMICROBIANOS
▪ Os processos evolutivos tornam as cepas ligeiramente diferentes das outras, de
modo que cada cepa demonstra sensibilidade singular aos antimicrobianos

O seleção de uma semiespécie portadora de uma


mutação associada à RESISTÊNCIA farmacológica
a no mínimo um fármaco é comum, dependendo dos
fatores probabilísticos no contexto das altas taxas
de replicação e dos números de micro-organismos
no local da infecção

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Alterações no modelo sigmóide de Emáx com o aumento da


resistência aos fármacos antimicrobianos

▪ O aumento da resistência pode casar alterações na CE50 (Gráfico A) ou diminuição


da Emáx (Gráfico B)

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Relação entre Resistência e [Emáx]

▪ Os testes de sensibilidade para bactérias, fungos, parasitos e vírus foram


desenvolvidos para determinar se estes desvios ocorreram em um grau suficiente
para justificar o uso de doses mais altas para conseguir determinado efeito

Neste contexto, o micro-organismo agora “tornou-se resistente” a determinado


antibiótico

▪ Com a redução da Emáx o aumento da dose do antimicrobianos além de


determinado ponto não consegue efeito adicional, pois as alterações em
determinados micro-organismos são de tal magnitude que a sua erradicação por
certo fármaco não seria possível

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Relação PK/PD

Maior Concentração Ex.


Mais rápida ação Aminoglicosídeo

Maior Exposição
Maior Ação

Ex. β-Lactâmicos
Vancomicina

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Relação PK/PD/Hospedeiro
▪ Aspectos Farmacológicos

▪ Química/ mecanismo de ação;

Carregando…
▪ Perfil farmaoclógico (Pk e PD);

▪ Dose – via de administração;

▪ Penetração nos tecidos;

▪ Interações e toxicidade.

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Procedimentos para determinação da Sensibilidade aos


Antimicrobianos

CIM – CONCENTRAÇÃO INIBITÓRIA


MÍNIMA

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Técnica de Difusão em Disco


▪ Também chamado de Teste de Sensibilidade aos Antimicrobianos (TSA)
fornecem apenas dados qualitativos e semiquantitativos sobre a sensibilidade aos
antimicrobianos

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Teste E – Teste epsilométrico (Etest®)


▪ Determinação da concentração inibitória mínima (CIM).
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Polymerase Chain Reaction


(PCR)

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ESQUEMA POSOLÓGICO

Ainda que os testes de sensibilidade sejam essenciais às decisões que devem


ser tomadas, eles não preveem completamente as respostas dos pacientes

▪ Isso é justificado pelo fato de que nos testes realizados em laboratório os micro-
organismos ficam expostos a concentrações invariáveis do fármaco, enquanto que
no paciente ficam expostos a diferentes concentrações do antimicrobiano

▪ Além disso os antibióticos são prescritos com um


esquema definido (p. ex. 3 vezes/dia), de modo
que há periodicidade nas flutuações do fármaco
no foco infeccioso

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Tipos de tratamento ANTIMICROBIANO


Quando há uma infecção, as contagens de micro-organismos geralmente são
pequenas no início e aumentam com a replicação – sendo que em alguns casos o
SISTEMA IMUNE controla e elimina a infecção antes que cause quaisquer danos
adicionais

▪ Uma abordagem útil para organizar os tipos e os objetivos do tratamento


antimicrobiano é iniciado ao longo da linha de progressão da doença, no qual o
tratamento pode ser: Profilático - Preventivo, Empírico, Definitivo ou Supressos

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Cuidado com a DOSE ERRADA


▪ Baixa
I. Prolonga a multiplicação residual;
II. Torna quadros crônicos;
III. Aumenta persistência bacteriana.

▪ Duração do Tratamento
IV. Variáveis não bem definidas – Empírico
V. Pacientes imunocomprometidos - maior
tempo
VI. Sem resposta em 2 dias – Reavaliação!
VII. Usualmente 7-10 dias – Infecções Agudas.
VIII. Avaliação dos sintomas.
IX. Dose única.
X. Prescrição versus Profilaxia (Cirurgia). 19
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Os princípios básicos da utilização dos


ANTIMICROBIANOS

▪ Evitar resistência a um fármaco utilizado isoladamente

▪ Acelerar a rapidez da atividade microbicida

▪ Aumentar a eficácia terapêutica com a utilização de combinações sinérgicas, ou


ampliar a atividade microbicida de um fármaco com base em uma mutação
produzida pela resistência de outro antimicrobiano

▪ Reduzir a toxicidade

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Combinação de Drogas

▪ Sinergismo: aumentar o
espectro de ação

▪ Drogas que alteram a


membrana podem facilitar a
entrada de uma segunda droga
(ex.: aminoglicosídeos e beta-
lactâmicos).
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▪ Cuidado com o aparecimento

Mecanismos de Resistência aos ANTIMICROBIANOS

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Fatores que “levam a Resistência” aos


ANTIMICROBIANOS...

▪ PRÁTICA CLÍNICA/AMBIENTAL (uso errôneo de antibióticos);


▪ Acesso reduzido do antibiótico ao patógeno;
▪ Alterações das proteínas microbianas que transformam os pró-fármcos em
moléculas ativas;
▪ Alterações das proteínas alvo (variação antigênica);
▪ Desenvolvimento de vias metabólicas alternativas ás que foram suprimidas
pelos antibióticos.
▪ Liberação de enzimas microbianas que destroem o antibiótico;
▪ Biofilme;
▪ Aumento da eliminação do antibiótico por bombas de efluxo;

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Molecular mechanisms of antibiotic resistance

Figure 1: Intrinsic mechanisms of resistance.

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http://www.nature.com/nrmicro/journal/v13/n1/pdf/nrmicro3380.pdf Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
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The rise of the Enterococcus: beyond


vancomycin resistance

FIGURE 4 | Main mechanisms of enterococcal antibiotic resistance.

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http://www.nature.com/nrmicro/journal/v10/n4/pdf/nrmicro2761.pdf Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
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The rise of the Enterococcus: beyond


vancomycin resistance

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ANTIBACTERIANOS
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MICROBIOTA

▪ Hospitalar

▪ Comunitária

Carregando…

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ESCOLHA DO ANTIBIÓTICO

▪ Identificação do Microrganismo;

▪ Tratamento Empírico (escolher fármaco seletivo, para o possível agente com base
no provável diagnóstico clínico, com menor potencial tóxico ou alergênico):
I. Quando começar o tratamento?
II. A escolha do fármaco?
III. Recomendado em casos graves.

▪ Determinação da suscetibilidade antimicrobiana de microrganismos infecciosos.

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Fatores que influenciam a escolha dos antimicrobianos

▪ Características do paciente.
▪ Sistema imune Efeitos adversos relacionados ao uso
▪ Disfunção Renal de antimicrobianos
▪ Disfunção hepática
▪ Má perfusão I. Nefrotoxicidade
▪ Idade II. Hepatotoxicidade
▪ Gestação III. Cardiotoxicidade
▪ Agente Etiológicos IV. Hipersensibilidade
▪ Propriedades dos Antimicrobianos.

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Quando usar um antimicrobiano?
▪ Situação ideal DIAGNÓSTICO
▪ Diagnóstico da doença
▪ PRESUNTIVO
▪ Agente etiológico
I. Sintomatologia;
▪ Sensibilidade II. Exame físico;
III. Exames complementares;
▪ Tem a infecção? IV. Hemograma;
V. Citologia;
Histórico, anamnese VI. Imagem.
Foco da infecção
Exame Físico
Exames Complementares ▪ ETIOLÓGICO
I. Cultura;
II. Sensibilidade;
TRATAMENTO EMPIRICO III. Pesquisa de DNA e RNA;
IV. Histopatológico.
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ERISIPELA E CELULITE
▪ São infecções cutâneas muito comuns que se desenvolvem devido à
entrada de bactérias através da barreira da pele.

Celulite cutânea superficial com Infecção cutânea que compromete uma


comprometimento importante dos parte maior dos tecidos moles,
vasos linfáticos da derme decorrente estendendo-se profundamente através
da infecção por Estreptococos beta- da derme e tecido subcutâneo. Pode se
hemolíticos do grupo A (SBHGA) e, iniciar como erisipela. Seus principais
raramente por Staphylococcus aureus. agentes são S. aureus e SBHGA.

Penicilina Procaína Clindamicina 300-


IM 600.000 UI 1 ou 450 mg VO de 8/8
2 vezes ao dia horas Doxiciclina
100 mg VO de
12/12 horas
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Sintomas: Com a comercialização da penicilina, à


• Cefaleia, qual o Treponema pallidum é suscetível,
• Febre, acreditou-se na possibilidade de sua
• Calafrios,
erradicação, o que não se concretizou.
• Mal-estar,
• Hipotensão Em certas doenças infecciosas a primeira
• Sudorese dose de um tratamento antimicrobiano
eficaz pode desencadear uma resposta
inflamatória no hospedeiro.
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Antibióticos β-lactâmicos

Os antibióticos β-lactâmicos
são antimicrobianos úteis e
frequentemente prescritos,
os quais têm em comum
uma estrutura e um
mecanismo de ação – a
inibição da síntese da parede
celular bacteriana de
peptídeoglicano

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PENICILINAS
Histórico

▪ Em 1928 - Alexander Fleming;

▪ O “bolor” pertencia ao um fungo do gênero


Penicillium, e Fleming deu o nome de
penicilina à substância por ele produzida

▪ Química: Anel de tiazolidina ligado a um anel


β-lactâmico

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PENICILINAS – Relação Estrutura Atividade

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PENICILINAS – Mecanismo de ação

▪ O Peptidoglicano: N-acetilglicosamina e ácido


N-acetilmurânico)

▪ O último estágio de síntese consiste na ação


da Peptídoglicano-glicosil-transferase –
inibição pelas Penicilinas e Cefalosporinas

▪ Outro alvo é inibição: Proteínas de Ligação


as Penicilnas (PBP) – transpeptidase →
Mecanismo Lítico

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Resistência as PENICILINAS e
CEFALOSPORINAS
▪ Em razão das diferenças estruturais das
PBP’s

▪ Como os antibióticos β-lactâmicos inibem


muitas PBP’s de uma única bactéria é
preciso que ocorra redução da afinidade
(aumento do peso molecular da PBP’s)
dos antibióticos para que o micro-
organismo adquiram resistência

▪ Outro caso de resistência é a incapacidade do fármaco de penetrar no seu local


de ação (p ex. Porinas e Bombas de efluxo)

▪ β-lactamases – inativação dos antibióticos


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Propriedades Farmacológicas das Penicilinas


Penicilina G e V
São altamente ativos contra cepas sensíveis de cocos
gram-positivos, mas são facilmente hidrolisáveis pela
penicilinase. Por isso são INEFICAZES contra maioria
das cepas de S. aureus

▪ pH ácido diminui sua concentração (penicilina V-


maior estabilidade ao pH estomacal);

I. Procaína: concentração detectável por + de 24hs;


II. Benzatina: maior o tempo de retenção;

▪ Susceptíveis a penicilases.

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Propriedades Farmacológicas das Penicilinas


Penicilinas semi-sintéticas (Q)

▪ As penicilinas resistentes as penicilinases


(Meticilina/ Nafcilina/ Oxacilina/ Cloxacilina/
Dicloxacilina/Ampicilina) constituem o tratamento
preferível contra cepas de S. aureus e S.
epidermidis

▪ Associação ao ácido clavulânico- inibidor de


penicilinases

Obs. As doses e a potência antibacteriana das


pencilinas semissintéticas são expressas em
termos de peso
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Propriedades Farmacológicas das Penicilinas


▪ A Ampicilina e Amoxicilina (amplo espectro, incluindo E. coli e Proteus mirabilis) –
administrados com um inibidor da beta-lactamase, como CLAVULONATO,
SULBACTAM

▪ Carbenicilina/ Ticarcilina - possui atividade contra cepas


de Pseudomonas, Enterobacter e Proteus

▪ Mezlocina/ Azlocilina/ Piperacilina tem excelente


atividade contra Pseudomonas, Klebisiella e alguns
micro-organismo gram-negativos

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Interações – Toxicidade – Dose


Interações: Toxicidade: Dose :

▪ Aminoglicosídeos ▪ Anafilaxia ▪ Tempo dependente


(casos de
resistência) ▪ Solução aquosa-
instável-refrigerar
▪ Ligadores de β-
lactamase ▪ 1 U penicilina =
(cloxacillina, 0,6µg
clavulanico acido,
Sulbactam,
Tazobactam e
agumas
cefalosporinas)
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Muitos doentes mostram evidências de


coinfecção por agentes bacterianos – por
exemplo, cultura de swab de nasofaringe de
infecção recente por Streptococcus pyogenes
– devendo, assim, receber antimicrobianos
apropriados, excetuando-se a ampicilina e a
amoxicilina, as quais podem desencadear
erupção cutânea em infectados pelo vírus
Epstein-Barr com MI.
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Dessensibilização
Procedimento que permite aos pacientes tolerar transitoriamente a medicação
que desencadeou a reação original, com administração da dose completa para
tratamento.

As indicações de dessensibilização a drogas são:


● não há nenhuma droga alternativa;
● a droga envolvida é mais eficaz (maior qualidade de vida e/ou expectativa de vida)
e/ou está associada a menos efeitos colaterais do que drogas alternativas.
● droga culpada tem um mecanismo único de ação.

O paciente com rótulo de “alergia à penicilina” é mais propenso a receber antibióticos


de amplo espectro, como fluoroquinolonas, vancomicina e clindamicina.

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Cefalosporinas
São antimicrobianos ß-lactâmicos de amplo espectro classificadas em gerações, a
partir da análise da atividade antimicrobiana e características farmacocinéticas e
farmacodinâmicas

Características Gerais:
▪ Atuam sobre microrganismos produtores de
b lactamases
▪ Atividade bactericida contra cocos de
importância
▪ Administração parenteral

Apresentam hipersensibiidade cruzada com as penicilinas e não podem ser


opção para alérgicos à penicilina.

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Cefalosporinas – 1º Geração

▪ Administração parenteral
▪ Moderada Atividade
▪ Staphylococcus produtor de β-lactamase

Ex. Cefalotina, Cefazolina, Cefalexina e Cefadroxila

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Cefalosporinas 2º Geração

▪ Administração por VO e IV.


▪ Moderada Atividade
▪ Staphylococcus produtor de β-lactamase

Otorrinolaringologista
▪ Micro-organismos: Proteus sp.

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Cefalosporinas - 3º Geração

▪ Via Parenteral;
▪ Resistente a muitas beta-lactamases;

▪ Micro-organismos: Pseudomonas sp.

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Cefalosporinas 4º geração

▪ Via Parenteral;
▪ Resistente a muitas beta-lactamases;

▪ Micro-organismos: Família Enterobacteriaceae

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Indicações para as Cefalosporinas

▪ As cefalosporinas de primeira geração são apropriadas no tratamento de


infecções causadas por S. aureus sensíveis à oxacilina e Estreptococos.

I. Mais comumente em infecções de pele, partes moles, faringite estreptocócica.

II. Também no tratamento de infecções do trato


urinário não complicadas, principalmente
durante a gravidez.

III. Pela sua baixa toxicidade, espectro de ação,


baixo custo e meia vida prolongada, a
Cefazolina é o antimicrobiano recomendado
na profilaxia de várias cirurgias.
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Cefalosporinas
Interações: Toxicidade: Dose :

▪ Combinação com ▪ Hematológicos - ▪ Tempo dependente


Aminoglicosídeos Trombocitopenia

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Carbapenêmicos

▪ Apresentam amplo espectro de ação para uso


em infecções sistêmicas e são estáveis à
maioria das ß–lactamases

▪ Em relação à atividade antimicrobiana,


o Meropenem é um pouco mais ativo contra
bactérias gram-negativas, ao passo que
o Imipenem apresenta atividade um pouco
superior contra gram-positivos

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Resistência aos Carbapenêmicos


Carbapenemases

▪ Em relação ao mecanismo de resistência, foi


observado em cepas de Pseudomonas
aeruginosa

▪ Por serem drogas de amplo espectro e com


penetração na maioria dos sítios de infecção,
podem ser utilizados no tratamento de
infecções em que exista uma forte suspeita
de microbiota aeróbia e anaeróbia ou infecções
causadas por organismos multirresistentes

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Carbapenêmicos - Propriedades Farmacológicas

▪ Pouco absorvidas por VO/ Adm IM/EV;


Os carbapenêmicos não devem ser utilizados como
▪ Meropenem não são degradados pela primeira escolha no tratamento empírico de
infecções comunitárias ou hospitalares.
peptidases renais;
▪ Baixa ligação com as proteínas
plasmáticas;
O ertapenem (marcador de resistância) é uma
▪ Boa penetração: abdome, respiratório, alternativa para o tratamento de infecção por
bile, TU, liquor (meropenem)e órgãos Klebsiella pneumoniae produtoras de
betalactmases de espectro estendidos e para
genitais. continuidade de tratamento no domicilio por sua
apresentação IM e dose única diaria, é uma droga
de alto custo.

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Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Quinolonas

▪ Com o acréscimo de um átomo de flúor no anel


quinolônico surgiram as fluorquinolonas (principal
representante: Ciprofloxacina), com aumento do
espectro, para os bacilos gram-negativos e boa
atividade contra alguns cocos gram-positivos,
porém, pouca ou nenhuma ação
sobre Streptococcus spp., Enterococus spp. e
anaeróbios

▪ O Ciprofloxacino é a mais potente contra


Psedomonas aeruginosas

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Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

How antibiotics kill bacteria: from


targets to networks

Mecanismo de ação das Quinolonas:


▪ Inibem a atividade da DNA girase ou topoisomerase II, enzima essencial à
sobrevivência bacteriana

Figure 1 | Drug-target interactions and associated cell death mechanisms.

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http://www.nature.com/nrmicro/journal/v8/n6/pdf/nrmicro2333.pdf Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
FARMACOCINÉTICA - Quinolonas
Espectro de Ação:
Farmacocinética:
Gram-/Gram+
▪ VO/VI, Chamydia, Mycoplasma, Brucella,
▪ Metabolizado pelo fígado; Micobactérias.
▪ Excretado por secreção tubular e
bile. Excelente: Salmonellas spp,
Shigella, Campilobacter e E. coli.
Usos Terapêuticos:
Toxicidade:
▪ Infecções TGU
I. GI irritação ~ doses;
▪ Prostatite II. Convulsões: associados com
▪ Infecções do TGI AINES.
▪ Infecções das Vias Aéreas. III. Casos Raros de Leucopenia e
▪ Infeções Ósseas, articulares e eosinofilia
tecidos moles. IV. Aumento das transaminases.
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SULFONAMIDAS

Ação RÁPIDA

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MECANISMO DE AÇÃO/Bacteriostático

▪ Dapsona – Micobarterium leprae

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Prof. Antônio Wilton
ESPECTRO DE AÇÃO - SULFAS
Cocos gram-positivos (CA-MRSA) e gram
▪ BACTÉRIAS; negativos
Stenotrophomonas
Brucela
maltophilia
Enterobactérias
Burkholderia cepacia
Vibrião da cólera
Yersinia pestis
Hemófilos
Nocardia
▪ PROTOZOÁRIOS; Actinomices

Toxoplasma gondii
Isospora belli
Plasmodium
▪ FUNGOS – sistêmicos
(lesões teciduais) Paracoccidioides brasiliensis (comum em pacientes
com HIV – pneumonia)
Pneumocystis jiroveci

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INDICAÇÕES CLÍNICAS
▪ Sulfadiazina e Sulfadoxima: Tracoma e
conjuntivite de inclusão (Chlamydia
tracomatis)
▪ Sulfadiazina e Sulfametoxina:
Cancroide ou Cancro mole (Haemophilus
ducreyi)
▪ Sulfazalazina: Colite ulcerativa e Doença
de Crohn;
▪ Sulfadiazina: Peste bubônica

▪ Infecções Urinárias
▪ Brucelose (cotrimoxazol) = escolha em
Gestantes
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DAPSONA Multibacilares (MB) -
dimorfa e
virchowiana-
▪ Mycobacterium leprae disseminada

Paucibacilares
(PB) -
Tuberculoide/
indeterminada -
localizada/ nervo
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Hanseníase
Poliquimioterapia – PQT

▪ PB → Dose mensal supervisionada de 600 mg de Rifampicina, e tomará


100 mg de Dapsona diariamente* (em casa) - 6 meses (6 cartelas);
Dapsona (suspensão) → Clofazimina 50 mg por dia (dose supervisionada)

▪ MB → dose mensal supervisionada de 600 mg de Rifampicina, 100 mg de


Dapsona e de 300 mg de Clofazimina.
– Em casa, o paciente tomará 100 mg de Dapsona e 50 mg de
Clofazimina diariamente - e 12 meses (12 cartelas);
– Dapsona (suspensão) → Ofloxacina 400 mg ou Minociclina 100 mg
(dose supervisionada).
2 horas após o almoço*

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Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Aminoglicosídeos
▪ Enterobactérias ATENÇÃO:

▪ Pseudomonas aeruginosa Não age sobre Gram positivos.


Não agem sobre anaeróbios.
▪ Acinetobacter spp Não agem sobre bactérias
intracelulares.
▪ Yersinia pestis
▪ Mycobacterium
tuberculosis e outras

Propriedades farmacológicas:

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Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Aminoglicosídeos
Propriedades farmacológicas:

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Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

How antibiotics kill bacteria: from


targets to networks

Mecanismo de ação dos Aminoglicosídeos:


▪ Ligam-se à fração 30S dos ribossomos inibindo a síntese proteica ou produzindo
proteínas defeituosas.

Figure 1 | Drug-target interactions and associated cell death mechanisms.

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http://www.nature.com/nrmicro/journal/v8/n6/pdf/nrmicro2333.pdf Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Farmacocinética dos AMINOGLICOSÍDEOS
▪ Sem absorção por via oral (uso
ACÚMULO:
EV ou IM); Ossos
▪ Eliminação por via RENAL; Fluido sinovial
▪ Não concentram no LCR; Fluido peritoneal
▪ Não atingem concentração Rins (100 X)
intracelular; Ouvido
▪ Não devem ser utilizados em Olho 40%
GESTANTES; LIMITADO
▪ Preferencialmente em DOSE SNC
ÚNICA DIÁRIA Abscesso intra-abdominal

OTOTOXICIDADE

74
Prof. Antônio Wilton
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Fatores de risco para intoxicação com Aminoglicosídeos

▪ Idade
▪ Choque hipovolêmico
▪ Acidose
▪ Depleção de sódio ou potássio
▪ Sepse
▪ Transplante renal
▪ Doença hepática e renal
▪ Dose e duração do tratamento
▪ Exposição prévia aos aminoglicosídeos
▪ Duração da anestesia
▪ Uso de cefalosporinas ou drogas nefrotóxicas

75
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
MACROLÍDEOS

Eritromicina
Claritromicina
Azitromicina

Obs. Competem com o cloranfenicol - bacteriostáticos ou


bactericidas (altas doses) contra cocos e bacilos Gram +

76
Prof. Antônio Wilton
Indicações clínicas da ERITROMICINA
Primeira escolha:
▪ Pneumonias por bactérias “atípicas”
(Mycoplasma pneumoniae, Legionella
pneumophila, Chlamydia spp.)
▪ Difteria; Campylobacter jejuni; Bartonelose
(“gato”) e Coqueluche.

Em alérgicos à penicilina ou como droga


alternativa (TODOS).

▪ Infecções estreptocóccicas;
▪ Prevenção de endocardite após procedimento
odontológico.
▪ Profilaxia de febre reumática 77
Prof. Antônio Wilton
CLARITROMICINA
Primeira escolha:
▪ Pneumonias por bactérias “atípicas” (Mycoplasma
pneumoniae, Legionella pneumophila, Chlamydia
spp.)
▪ Micobaterioses não tuberculose; Campylobacter
jejuni; Bartonelose; Coqueluche e Helicobacter
pylori.

▪ Infecções estreptocóccicas/ Pneumonia.

▪ Hemophilus influenza e Moraxella catarrhalis.

78
Prof. Antônio Wilton
Indicações clínicas da AZITROMICINA
Primeira escolha:
▪ Pneumonias por bactérias “atípicas” (Mycoplasma
pneumoniae, Legionella pneumophila, Chlamydia spp.)
▪ Micobaterioses não tuberculose; Uretrite não
gonocóccica; Bartonelose; Coqueluche e Cancro mole.

▪ Infecções estreptocóccicas (Pneumonia); Hemophilus


influenza e Moraxella catarrhalis; Febre tifóide;
Shigelose; Doença de Lyme (“pulga”) e Babesiose.

79
Prof. Antônio Wilton
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Tetraciclinas
▪ Absorção oral, modificada por alimentos
▪ Atravessa as barreiras hematoencefálica e placentária
▪ Manchas amareladas nos dentes;
▪ Reação tecidual
▪ Afinidade com cálcio
▪ Indicação: Patógenos Intracelular Orbigatórios (doxiclina)

80
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Tetraciclinas – Mecanismo de Ação (30S)

81
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Espectro de ação das TETRACICLINAS

▪ Bactérias Gram-positivas
▪ Bactérias Gram-negativas FARMACOCINÉTICA
▪ Anaeróbios Oral (8-12h) - Oxitetraciclina de longa
▪ Espiroquetas Administração duração
Parenteral (IV ou IM/dor)
▪ Organismos intracelulares
Quelatos insolúveis com íons divalente
(riquétsias, micoplasma,
Absorção e trivalente (exceto: doxaciclina)
clamídias) oral
Renal (FG) + biliar (exceto
Excreção doxaciclina - biliar)

82
Prof. Antônio Wilton
Contra indicações das TETRACICLINAS
▪ Gestantes e crianças < 8 anos:
▪ Alterações: esmalte e cor dos dentes de crianças
▪ Alterações ósseas (em prematuros)

Carregando…

83
Prof. Antônio Wilton
Indicações Clínicas das TETRACICLINAS
Primeira escolha:
Em alérgicos à penicilina ou como droga alternativa:
▪ Riquetsioses;
▪ Clamidia trachomatis;
▪ Clamidia psittasi;
▪ Bartonelose (angiomatose bacilar e D. arranhadura do gato);
▪ Uretites não gonocóccicas;
▪ Doença de Lyme;
▪ Brucelose (em associação); TETRACICLINA
▪ Pneumonias comunitárias (em associação); e
▪ Sífilis e outras treponematoses; DOXICICLINA
▪ Leptospirose;
▪ Acne.

84
Prof. Antônio Wilton
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Tetraciclinas
Interações: Toxicidade: Dose :

▪ Idade (evitar em ▪ Irritante – vômito, ▪ Via oral


crianças menores de pele ▪ Evitar injeções –
8 anos – formação ▪ Microbioma intestinal irritação e lesões
óssea). ▪ Antianabolizante –
Azostemia (↓força)
▪ Absorção reduzida ▪ Danos renais
na presença de ▪ Osteotróficas –
cátions ligação á cátions –
deposição dente-
▪ Sinérgico com a osso novo
Polimixina
85
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Antibióticos que alteram a estabilidade da Membrana


Plasmática
▪ Polienos (A): bactericida contra gram-
negativos
I. Polimixina B: usada em infecções
superficiais: uso sem prescrição
médica.
II. Polimixina E: Colistina
Mecanismo de ação:
Desestabilização da MP externa de G- (depleção de Ca+2 e Mg+2)

Farmacocinética:
Fígado/rins → dose corrigida em caso de insuficiência renal

86
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Polimixinas

Interações: Dose :
Sinérgico com rifampicina- Normal: 2,5-5mg/Kg/dia (8/8)
ceftazidima 2-3 milhões UI (8/8)
Colistina -carbapenens Evitar uso parenteral - toxicidade
Toxicidade:
Nefrotóxico, Neurotóxico e Bloqueio
Neuromuscular

Indicações:
Neutropenia
G- infecções de pele, ceratites e otites
Pseudomonas e Acinetobacter;
Infecções oculares

87
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Polimixina B – Ajusta para a função Renal?

A bula recomenda um redução da dosagem no comprometimento renal.

▪ Porém a resposta é NÃO!

EVIDÊNCIAS clínicas...

▪ A redução da dose no comprometimento renal pode levar a uma redução na


biodisponibilidade, desfechos clínicos adversos, falhas clínicas e resistência.

▪ Vias renais não são as principais vias de eliminação, porém o uso está associado a
NEFROTOXICIDADE;

▪ As diretrizes recomentam um ajuste de dose na INSUFICIÊNCIA RENAL.

88
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

In conclusion, we found
comparable drug exposures in
patients with different renal
function given standard dosing of
polymyxin B. If our preliminary
findings are verified in a large
prospective study, the dosing
guidelines of polymyxin B
should be revised for optimal
patient care.

89
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Glicopeptídeos
VANCOMICINA (VO/EV), Teicoplanina (Targocid) e Ramoplanina

▪ A Vancomicina foi introduzida para uso clínico em 1958, mas sua utilização em
maior escala iniciou-se nos anos 80, com o surgimento de infecções por
estafilococos resistentes à oxacilina e redução da toxicidade

▪ Micro-organismos multiresistentes;

IM/IV (12-24h) → 20mg/kg(3x)/ 400-800mg EV (6-12h) → 40mg/kg/dia/ 500mg 90


Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Antibiotics: Vancomycin sensing

http://www.nature.com/nchembio/journal/v6/n5/pdf/nchembio.356.pdf

Mecanismo de ação da Vancomicina - Inibição competitiva com a enzima


TRANSGLICOSILASE (parede celular) e alteram a permeabilidade da MP
Figure 1 | Modes of action of vancomycin as an inducer of glycopeptide resistance genes and as an
inhibitor of peptidoglycan polymerization

91
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

Glicopeptídeos - Indicações clínicas da vancomicina

VANCOMICINA*, Teicoplanina (Targocid) e Ramoplanina

▪ Usada como alternativa aos beta-lactâmicos em pacientes alérgicos

▪ É uma alternativa no tratamento de infecções por estafilococos resistentes a


oxacilina → Pacientes GRAVES!
• Gram positivas/MRSA
• Infecções porcateter
• Clostridium difficile
• Osteomielite
• Celulite
• Sepse/ Endocardite
• Neutropeinia Febril (suspeita pot Staphylococcus spp.)
92
▪ Cuidado: Muito Nefrotóxico*/ Ototóxico/ “síndrome do pescoço vermelho”
Antônio - infundir
Wilton Cavalcante Fernandes
Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO

RESUMO SIMPLIFICADO DOS ESPECTROS DE AÇÃO

ANAEROBIOS
Amoxi – Clav
Piper – Tazo
Clindamicina Imipenem Piperacilina
Moxifloxacino
Cefmicina
Tigeciclina
GRAM + GRAM -

Cloxacilina Cefalosporina 3ª Aminoglicosídeos


Vancomicina Cefalosporina 4ª Aztreonam
Teicoplamina Quinolonas Colistina
Linezolid
Daptomicina

93
Antônio Wilton Cavalcante Fernandes
INFECÇÕES PULMONARES

94
Prof. Antônio Wilton
“TRATAMENTOS ESPECÍFICOS”

A recomendação atual é o
emprego de β-lactâmico
associado a um macrolídeo
ou fluoroquinolona
respiratória isolada. Um β-
lactâmico isolado pode ser
usado se houver exclusão
confirmada de Legionella sp.

95
Prof. Antônio Wilton
TRATAMENTOS EMPÍRICOS SUGERIDOS

PACIENTES NÃO-INTERNADOS (Pneumonia)

▪ β-lactâmicos;
I. Amoxicilina (opção de menor custo/ Falha 1
a cada 12 pacientes);
II. Cefalosporinas orais de 2ª ou 3ªgeração
(cefuroxima, cefpodoxima ou cefprozil);

▪ Outros:
III. Macrolídeos (alérgicos aos acima)
IV. Fluoroquinolonas - respiratórias
(comorbidades e idosos)

▪ ASPIRATIVA: amoxacilina-clavulanato 96
Prof. Antônio Wilton
TRATAMENTOS EMPÍRICOS SUGERIDOS

Pneumonia

2) INTERNADOS EM ENFERMARIA:
▪ Fluoroquinolonas;
▪ Ceftriaxone/ Cefotaxima + Macrolídeo

3) RISCO DE Pseudomonas (DPOC, uso recente de


ATB, uso crônico de corticóide):
▪ Agente antipseudomonas (Tazocin, Carbapenêmicos,
Ceftazidima, Cefepime) + Ciprofloxacina.

4) ASPIRATIVA:
▪ Fluoroquinolona + Clindamicina/Metronidazol
97
▪ β-lactâmico com inibidor de β- lactamase Prof. Antônio Wilton
Infecções COMUNITÁRIAS

Antimicrobiano Diluição Ajuste Renal


Ceftriaxona SF 0,9% ou SG 5% 100 mL NÃO
1g de 12/12h em 30 min
Claritromicina SF 0,9% ou SG 5% 200 mL Creatinine clearance (CrCl) ≥ 30 mL/min Não
500 mg de 12/12h em 1 h CrCl < 30 mL/min : reduzir a dose em 50%

Azitromicina SF 0,9% ou SG 5% 100 mL NÃO


500 mg de 1x/dia em 30 min
Levofloxacino* Sem diluição CrCl 20-49 mL/min : 750 mg a cada 48h
750 mg 1x/dia em 1h CrCl < 20 mL/min : 750 mg 1x, depois 500 mg
a cada 48h
* Com fator de risco

98
Prof. Antônio Wilton
Infecções HOSPITALARES
Antimicrobiano Diluição Ajuste Renal
COBERTURA PARA Pseudomonas sp.
Cefepime SF 0,9% 100 mL CrCl 30-60 mL/min : mesma dose 12/12h
CrCl 11-29 mL/min : ½ da dose de 12/12h
2g de 8/8h (ataque em 30 min) CrCl < 10 mL/min : ½ dose 1x/d

Piperaciclina + SF 0,9% 100 mL CrCl 30-60 mL/min : mesma dose 12/12h


CrCl 11-29 mL/min : ½ da dose de 12/12h
Tazobactan 4,5g de 6/6h (ataque em 30 min) CrCl < 10 mL/min : ½ dose 1x/d

Paciente com USO PRÉVIO de ATB e fator de risco para Acinetobacter sp. e
Klebisiella MDR
Meropenem SF 0,9% 100 mL CrCl 26-50 mL/min : mesma dose 12/12h
CrCl 10-25 mL/min : ½ da dose de 12/12h
1-2g de 8/8h em 3h (ataque em 30 min) CrCl < 10 mL/min : ½ dose 1x/d

Polimixina B SG5% 250/500 mL Não é necessário ajuste de dose

500.000 15.000 UI/kg de 12/12h em 4h (ataque


de 25.000 UI/kg em 2h)
99
Prof. Antônio Wilton
Antimicrobiano Diluição Ajuste Renal
Paciente com USO PRÉVIO de ATB e fator de risco para Acinetobacter sp. e
Klebisiella MDR
Ampicilina SF 0,9% 100 mL CrCl 10-50 mL/min : adm a cada 6-12h
CrCl < 10 mL/min a cada 12-24h
1-2g de 6/6h em 4h (ataque 2g em 30
min)
Ceftazidima SF 0,9% 100 mL CrCl 50 mL/min : 1g 12/12h
CrCl 16-30 mL/min : 1g 1x/d
2g de 8/8h em 30 min CrCl 6-15 mL/min : 500 mg 1x/d
CrCl < 5 mL/min 500 mg a cada 48h

Gentamicina SF 0,9% 100-200 mL CrCl 40-59 mL/min : adm a cada 36h


CrCl 20-39 mL/min : adm a cada 48h
5-7 mg/kg/d em 1-2h

POR GRAM-POSITIVO
Vancomicina SF 0,9% 100 mL Dose ajustada de acordo com coleta de
nível sérico
15-20 mg/kg/d de 12/12h em 1h
(ataque 25-30 mg/kg em 1h)
Linezolida Sem diluição Dose adicional de 600 mg após
Hemodiálise (HD)
600 mg 12/12h em 1h
100
Prof. Antônio Wilton
Farmacoterapia da Tuberculose
▪ A tuberculose é uma
doença curável em
praticamente todos
os casos, em
pessoas com bacilos
sensíveis aos
medicamentos
antituberculose
(antiTB), desde que
obedecidos os
princípios básicos da
terapia
medicamentosa e
que haja a adequada
operacionalização do 101
tratamento. Prof. Antônio Wilton
102
Prof. Antônio Wilton
INFECÇÕES NO TRATO GASTROINTESTINAL

103
Prof. Antônio Wilton
MICROBIOLOGIA - DIARREIA

Bactéria Virus Parasita


E. Coli Rotavirus Giardia spp.
enterotoxigênic
a
Shigella Norwalk Entamoeba sp.
Campylobacter Adenovirus Cryptosporidium
Salmonella Isospora sp.
Aeromonas Cyclospora
cayetenensis
Vibrio
104
Prof. Antônio Wilton
TRATAMENTOS EMPÍRICOS SUGERIDOS

DIARRÉIA AGUDA SEM FEBRE/SANGUE (TRATAMENTO)

▪ Patógenos não invasivos


Raros casos necessitam antibióticoterapia

▪ PERSISTENTES ou SINTOMAS MAIS INTENSOS:


I. Ciprofloxacina 500 mg 12/12 h 5-10 dias (maioria);
II. Metronidazol (ou Tinidazol): Giardíase;
III. Bactrim: Isospora;
IV. Macrolídeo (Azitromicina): Cryptosporidium.

105
Prof. Antônio Wilton
TRATAMENTOS EMPÍRICOS SUGERIDOS

DIARRÉIA COM FEBRE OU SANGUE

Patógenos invasivos

▪ Ciprofloxacina 500 mg 12/12 h 10 dias


(maioria);
PATÓGENOS
▪ Claritromicina 500 mg 12/12 h 5 dias
Shigella
Campylobacter (Campylobacter).
Salmonella spp.
Aeromonas
Víbrio parahaemolyticos
Yersinia
106
Prof. Antônio Wilton
INFECÇÕES NO TGU

107
Prof. Antônio Wilton
MICROBIOLOGIA

I. E. coli – 80% (comunitária); TRATAMENTOS EMPÍRICOS SUGERIDOS:

II. Staphylococcus ▪ Quinolonas: 1 até 7 dias


saprophyticus – 5 a 15%;
Obs. Não utilizar esquemas de dose única
III. Outros (BGN ou CG+ para idosos, diabéticos, imunossuprimidos e
resistentes) – 5%; infecções complicadas

IV. Germes de ITU nosocomial Esquemas alternativos para alérgicos ou


(E. coli, K. pneumoniae, P. gestantes:
aeruginosa, Enterococos, S. ▪ Amoxicilina: (3 a 7 dias);
aureus)
▪ Cefalosporinas: 1ª até 3ª geração VO (3
a 7 dias);
▪ Nitrofurantoína: 100 mg 6/6 h 7 dias
108
Prof. Antônio Wilton
1. Nitrofurantoína (100mg 1. Ceftriaxona (1g IV 12/12h
VO 6/6h por 5 dias) por 7 dias)
2. Fosfomicina (3g VO 2. Ciprofloxacina (400 mg IV
dose única) 12/12h por 7 dias)*
3. Cefuroxima (500mg 3. Amicacina (1g 1x/d por 5-7
12/12h por 7 dias) dias)
Bacteriúria assintomática 4. Amoxicilina com *Recomendação é evitarem quadros não
complicados devido aos efeitos colaterais
Gestante, pré operatório Clavulonato (875 mg/125 mg (rutura tendínea; dissecação da aorta,
1. Nitrofurantoína; VO 12/12h por 7 dias) prolongamento QT, delirium, hipoglicemia,
aumento de casos de bactérias MDR).
2. Fosfomicina
3. Cefuroxima
4. Amoxicilina com Clavulonato
109
Prof. Antônio Wilton
Infecções URINÁRIAS
Antimicrobiano Diluição Ajuste Renal
Ceftriaxona SF 0,9% ou SG 5% 100 mL NÃO
1g de 12/12h em 1h min
Ciprofloxacino SF 0,9% ou SG 5% 100 mL CrCl 10-50 e < 10 mL/min : 1/d
400 mg de 12/12h em 1h min
Levofloxacino Sem diluição CrCl 20-49 mL/min : 750 mg a cada
750 mg 1x/dia em 1h 48h
CrCl < 20 mL/min : 750 mg 1x, depois
500 mg a cada 48h

Sulfametozaxol + Sf 0,9% CrCl 30-50 mL/min : 5-20 mg/kg 6/6h


CrCl 10-29 mL/min : 5-10 mg/kg 12/12h
Trimetropim 150 mL – 1 amp; CrCl < 10 mL/min : não recomendado
400 + 80 mg 250 mL – 2 amp;
500 mL – 3 amp;
5-20 mg/kg de 6/6hou 12/1h

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Princípios gerais do tratamento ANTIMICROBIANO


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