Você está na página 1de 84

Universidade FASIPE Rondonópolis

Faculdade de Odontologia
Biossegurança e Ergonomia na Odontologia

Biossegurança
Higienização
Protocolo geral de controle de infecção
Desinfecção
Processamento de materiais

Profa. MSc. Brena Manzano


Biossegurança
Conceito

Biossegurança é conjunto de ações voltadas para a prevenção


e minimização de riscos inerentes às atividades de pesquisa,
02
produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação
de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a
preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados.
03
(Manual de Biossegurança, 2008)
Infecção cruzada

É a passagem de vírus de uma pessoa para outra


Transmissão da infecção

Contato direto

●Gotículas dispersas no ar

●Contato indireto- objetos contaminados

Infecção cruzada
Falta de barreira, desinfecção, instrumentos
não esterilizados, Não degermação das mãos

Paciente - Paciente

Profissional- Paciente
Tosse espirro s/ mascara
Contato com pele lesionada e gotículas
Transmissão de infecção da clínica Odontológica para
Comunidade

●Os microrganismos patógenos podem sair da clínica


odontológica e entrar na comunidade de várias maneiras:

• ● Moldagens contaminadas para o laboratório de prótese,


• ● Equipamentos contaminados para a revisão e reparo,
• ● Equipe odontológica transmitindo patógenos através das
roupas e cabelos,
• ● Resíduos de saúde descartados inadequadamente.
De onde vem o risco ocupacional
?
• Entender o mecanismo da infecção cruzada
• Falta de treinamento
• Supervisão ineficiente
• Práticas inadequadas
• Mau uso de EPI
• Trabalho falho
• Não seguimento das normas
COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
CIPA

Ilustrar os riscos no ambiente de trabalho.

NR-5
A construção e a manutenção
de ambientes seguros são um
dos principais objetivos da
biossegurança

É necessário diversas ações e


procedimentos e assegurar o cumprimento
dos princípios
A construção e a manutenção
de ambientes seguros são um
dos principais objetivos da
biossegurança

É necessário diversas ações e


procedimentos e assegurar o cumprimento
dos princípios
Protocolo geral de
controle de infecção
odontológica
Protocolo geral de controle de infecção odontológica

O protocolo eficaz e seguro, é de extrema importância que


façamos uma divisão, para que o conjunto de medidas seja
realizado de forma interdependente.

Pode ser dividido em 5 partes:


1. Precauções padrão
2. Desinfecção
3. Barreiras Físicas
4. Radioproteção
5. Central de Esterilização
1. Precauções padrão
●São medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os
pacientes na manipulação de sangue, secreções e excreções e contato com mucosas
e pele não-íntegra. Isso independe do diagnóstico definido ou presumido de doença
infecciosa (HIV/AIDS Hepatites B e C).

● Dividimos didaticamente as Precauções Padrão em:

A. Higienização de mãos
B. EPI – Equipamento de Proteção Individual
C. Imunização
D. Condutas pós-exposição com material biológico
O Serviço de Limpeza e Desinfecção de Superfícies em Serviços de
Saúde compreende a limpeza, desinfecção e conservação das
superfícies fixas e equipamentos permanentes das diferentes áreas;

Tem a finalidade de preparar o ambiente para suas atividades,


mantendo a ordem e conservando equipamentos e instalações,
evitando principalmente a disseminação de microrganismos
responsáveis pelas infecções relacionadas à assistência à saúde.
Lavagem das mãos
1. Precauções padrão Objetivo

• Primeiro contato

• Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pelos, células descamativas e da


microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas
ao contato;

• Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas;

• As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser


higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico.
1. Precauções padrão

O termo HIGIENIZAÇÃO DE MÃOS engloba:

● Higienização simples
● Higienização antisséptica
● Fricção antisséptica
● Antissepsia/Degermação cirúrgica (higienização e fricção)
1. Precauções padrão
Higienização das mãos
Indicação
Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas
com sangue e outros fluidos corporais.

● Ao iniciar o turno de trabalho


● Após ir ao banheiro
● Antes e depois das refeições
● Antes de preparo de alimentos
● Antes de preparo e manipulação de medicamentos
1. Precauções padrão

Higienização das
mãos para
procedimento não
cirúrgico
1. Precauções padrão
Higienização das mãos

Para ter ação germicida o álcool precisa estar


diluído em água, para facilitar a entrada do
produto no interior do microrganismo,
diminuindo a evaporação e aumentando o
tempo de ação. Por isso, a composição mais
indicada é o álcool em gel 70%, pois ele já
vem pronto, diluído exatamente na
quantidade certa para uso.
“Este Regulamento possui o objetivo de instituir e promover a higienização das mãos nos
serviços de saúde do país, por meio de preparação alcoólica para fricção antisséptica das
mãos, de acordo com as diretrizes da Organização Mundial de Saúde previstas na Aliança
Mundial para a Segurança do Paciente, com o intuito de prevenir e controlar as infecções
relacionadas à assistência à saúde, visando à segurança do paciente e dos profissionais de
saúde”
1. Precauções padrão Higienização das mãos
proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente

Indicação
Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas

• Após risco de exposição a fluidos corporais;

• Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro,


limpo, durante o cuidado ao paciente (Menos
contaminado para o mais contaminado);

• Após contato com objetos inanimados e superfícies


imediatamente próximas ao paciente;

• Antes e após remoção de luva.


Higienização/Degerm
ação das mãos para
procedimento
cirúrgico
Produtos para degermação das mãos para
procedimento cirúrgico
O antisséptico cirúrgico deve ser capaz de eliminar totalmente a microbiota transitória das
mãos e reduzir significativamente a residente no começo do procedimento, e inibir o seu
crescimento em mãos enluvadas até o final da cirurgia

Clorexidina
polivinilpirrolidona iodo (PVPI)
Gonçalves KJ, et. al. Rev Esc Enferm USP 2012; 46(6):1484-93
Biossegurança
Controle de infecção cruzada

Proteção do paciente e equipe

EPI
5 1. Palma das mãos
8

7
Antebraço
6 1. Interna
2. Externa
http://www.fob.usp.br/adm/comissoes/bioseg/cap09.htm
Sapatos fechados
1. Precauções padrão
Imunização
NR32 – item 32.2.4.17 –
Para todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido,
gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria,
hepatite B e os estabelecidos no PCMSO (Programa de Controle Médico em
Saúde Ocupacional).

Item 32.2.4.17.6 a vacinação deve ser registrada no prontuário clínico


individual do trabalhador e mantê-lo disponível à inspeção do trabalho.

●A norma refere-se a TODO trabalhador na área de saúde. Caso o mesmo se


negue a tomar as vacinas, ele deve fazer uma declaração de próprio punho
explicando os motivos. Esta declaração deve ficar com o empregador e serve
como documentação legal.
Imunização
Hepatite B
É administrada em 3 doses. Via intramuscular, músculo deltoide com intervalo de um mês
entre a primeira dose e a segunda e de seis meses entre a segunda e a terceira dose. É
indicado fazer o Anti-HBs entre o 7º e 13º mês para documentar a viragem sorológica
para ratificar a imunidade para a Hepatite B.

Gripe (Influenza)
É administrada em dose única anualmente. Via intramuscular. Altamente recomendada
ao profissional da Odontologia por lidar direta e exclusivamente com as vias respiratórias
do paciente. Contra-indicada para indivíduos alérgicos a ovo.

Tétano e Difteria (dT adulto ou toxóide tetânico)


É administrada em 3 doses, via intramuscular sendo a 2ª dose realizada de 4 a 8 semanas
após a primeira e a 3ª dose, de 6 a 12 meses após a segunda. O reforço deve ser feito em
dose única a cada 10 anos. Gestantes devem ser vacinadas a partir do segundo trimestre.
Imunização
Varicela
É administrada em 2 doses com intervalo entre as doses de 4 a 8 semanas em via
subcutânea. É contra-indicado para gestantes e é aconselhável evitar gestação até 1 mês
após receber a vacina. Fortemente recomendada para profissionais de saúde suscetíveis à
varicela e, em especial, aos profissionais que atendem bebês e crianças

Rubéola, Sarampo e Caxumba (MMR Tríplice Viral)


Administrada em dose única, via subcutânea. Recomenda-se uma 2ª dose para atingir
melhores índices de proteção sendo intervalo de 30 dias. É contraindicada na gestação e
recomenda-se evitar gestação até um mês após receber a vacina. Contraindicada para
indivíduos alérgicos a ovo e neomicina

Tuberculose (BCG)
Apesar de não existir estudos que comprovem sua eficiência na fase adulta, alguns autores
ainda indicam a BCG (Bacille Calmette-Guérin) para prevenção da turberculose em
profissionais de saúde.
Imunização
Tríplice bacteriana para adultos (DTP: Coqueluche, Tétano e Difteria)
Diante de surtos de coqueluche descritos nos últimos anos, cujo reservatório identificado
foram os profissionais de saúde, recomenda-se a vacinação, especialmente para os que
lidam com recém-nascidos, crianças e pacientes imunodeprimidos. É administrada via
intramuscular em dose única como 3º reforço, já que faz parte do calendário básico de
vacinação da criança.

Hepatite A – É administrada em 2 doses com intervalo de 0 e 6 meses. Via intramuscular.


Deve ser considerada para o profissional de saúde que trabalha em comunidades carentes,
sem saneamento básico e com pacientes institucionalizados

COVID-19
Profissionais da saúde- 4 doses
Protocolo geral de controle de infecção odontológica

O protocolo eficaz e seguro, é de extrema importância que


façamos uma divisão, para que o conjunto de medidas seja
realizado de forma interdependente.

Pode ser dividido em 5 partes:


1. Precauções padrão
2. Desinfecção
3. Barreiras Físicas
4. Radioproteção
5. Central de Esterilização
2. Desinfecção
Atualmente, o ambiente em serviços de saúde tem sido foco de especial atenção
para a minimização da disseminação de microrganismos, pois pode atuar como
fonte de recuperação de patógenos potencialmente causadores de infecções
relacionadas à assistência à saúde, como os microrganismos multirresistentes.

Segundo Rutala (2004), as superfícies limpas e desinfetadas conseguem reduzir em


cerca de 99% o número de microrganismos, enquanto as superfícies que foram
apenas limpas os reduzem em 80%.

As superfícies carreiam um risco mínimo de transmissão direta de infecção, mas pode


contribuir para a contaminação cruzada secundária, por meio das mãos dos
profissionais de saúde e de instrumentos ou produtos que poderão ser contaminados
ao entrar em contato com essas superfícies e posteriormente, contaminar os
pacientes
Dentre os fatores que favorecem a
contaminação do ambiente dos serviços de
saúde, citam- -se (GARNER, 1996; OLIVEIRA,
2005):
Há evidências da existência da transmissão de infecções
1. Mãos dos profissionais de saúde por rotavírus e Candida spp. Pelo meio ambiente, pois o
período de sobrevivência no meio ambiente do rotavírus
em contato com as superfícies; é maior que 12 dias, e o da Candida spp., de horas.
2. Ausência da utilização de técnicas
básicas pelos profissionais de
saúde; Já o vírus da imunodeficiência humana (HIV) consegue
3. Manutenção de superfícies sobreviver em superfície com matéria orgânica
ressequida até três dias, e o vírus da hepatite, nas
úmidas ou molhadas; mesmas condições, até uma semana (HINRICHSEN,
4. Manutenção de superfícies 2004).
empoeiradas;
5. Condições precárias de
revestimentos;
6. Manutenção de matéria orgânica.
Desinfecção
A desinfecção das superfícies do ambiente clínico deve ser feita:

1º. da área menos contaminada para mais contaminada;


2º. de cima para baixo;
3º. de dentro para fora.

Não se esqueça das mangueiras de ar e água e filtro do ar acondicionado.


Para a limpeza do biofilme das mangueiras de ar e água prefira utilizar ácido
paracético para desinfecção de alto nível (efetivo na possível presença de
matéria orgânica).
Desinfecção

Cadeia asséptica é um
conjunto de medidas
tomadas para a prevenção
de contaminação e
proliferação de vírus e
bactérias.
Locais que devem ter barreiras mecânicas
(filmes de PVC ou sacos plásticos):

• Botões manuais de acionamento;


• Alças de refletores;
• Encostos de cabeça;
• Braços da cadeira odontológica;
• Encosto do mocho;
• Canetas de alta rotação;
• Corpo da seringa tríplice;
• Pontas de unidade de sucção
A descontaminação, a desinfecção e a esterilização
são passos fundamentais para garantir a manutenção
da cadeia asséptica do seu consultório e deverão ser
seguidos de forma extremamente criteriosa.

Formação de biofilme nesses instrumentais

É norma da ANVISA que todo consultório odontológico


tenha uma central de material e esterilização (CME)
REPROCESSAMENTO DE ARTIGOS

● Todo serviço odontológico deve ter um espaço destinado ao reprocessamento de


instrumental que conste, no mínimo, de uma pia exclusiva para lavagem de
instrumental, bancada para secar, embalar, aparelho esterilizador – AUTOCLAVE - e
gavetas e/ou armários para o acondicionamento dos instrumentais estéreis.

● Este espaço é denominado Central de Esterilização, que deve ter um fluxo unidirecional
de trabalho, onde os artigos a serem reprocessados seguem caminho passo-a-passo sem
retorno ou etapas negligenciadas.
Expurgo

Área contaminada
Preparo/esterilização/estocagem

Área limpa
Didaticamente, divide-se a Central de Esterilização em seis partes:

A. Pré-lavagem
B. Lavagem
C. Secagem / Inspeção visual
D. Barreira (Embalagem)
E. Esterilização / Monitoração da Esterilização e Acondicionamento

• Área Contaminada • Área Limpa

(pré-lavagem, lavagem, (esterilização, monitoração


e acondicionamento)
secagem e embalagem)
Processamento
dos instrumentais
odontológicos
A. Pré-lavagem
● É a etapa que antecede a lavagem (limpeza) e deve

ser realizada com todos os artigos que serão


reprocessados por meio de imersão de tais
materiais em detergente enzimático durante 5
minutos. Esta imersão deve ser completa, de forma
que todo o instrumental tenha total contato com a
solução enzimática pelo período determinado;

●A imersão deve ser feita em recipiente plástico


com tampa ou diretamente na cuba ultrassônica;

●O detergente enzimático deve ter no mínimo 3


enzimas: protease, amilase e lipase.
Deve-se ressaltar que a limpeza do artigo contaminado,
após sua utilização, deve ser iniciada o mais rápido
possível:

1. Quanto maior o tempo entre o uso e a lavagem do


artigo, mais difícil é a retirada da matéria orgânica
ressecada;

2. Diminuir o risco ocupacional - os microrganismos que


estão presentes na sujidade reproduzem-se em
progressão geométrica;

3. Proteger da ferroxi-hemoglobina, óxido ferroso


presente no sangue, que favorece a formação de pontos
de corrosão.
B. a limpeza deve ser realizada em todo
instrumental exposto no campo
operatório e tem por objetivo a remoção
das sujidades (biofilme, matéria
orgânica, etc) através da remoção
mecânica, garantindo assim que o
instrumental estará limpo para os
processos de desinfecção e
esterilização.

Etapa mais importante


A lavagem dos artigos pode ser feita de 2
formas:
• Manual – com escovas de material plástico
OBS: Jamais utilizar esponjas ou palhas de aço,
bem como, insumos e/ou materiais abrasivos
para que não retire a camada passiva do aço que
protege e o mantém íntegro.

• Automatizada / Ultrassônica – A lavagem


ultrassônica é mais eficaz que a limpeza manual e
deve-se optar por ela sempre que possível.
O profissional que realizará a limpeza deverá estar paramentado
com os EPIs próprios para esse fim, como por exemplo, luvas de
borracha resistente, gorro, máscara, óculos de proteção,
avental impermeável e sapato fechado). A limpeza precisa ser
realizada imediatamente após o uso do artigo, mantendo-os
completamente imersos em solução aquosa de detergente com ph
ou neutro ou detergente enzimático (o tempo de duração deverá
seguir as indicações do fabricante do produto).

A permanência do biofilme nos instrumentos pode


inviabilizar os processos de esterilização, isolando os micro-
organismos do agente esterilizante. A desinfecção de qualquer
instrumento também estará comprometida caso a limpeza
não seja eficiente
C. O enxague deverá ser realizado com água potável, corrente e
garantir a completa remoção do agente utilizado na limpeza do artigo.
D. Secagem
É etapa que não deve ser esquecida e faz parte do
correto preparo dos artigos para posterior desinfecção
ou esterilização.

Deve ser realizada utilizando-se papel toalha de boa


qualidade.

●Pano seco e limpo exclusivo para esta finalidade


e também por ar comprimido medicinal.

A secagem evitará que ocorra a corrosão dos instrumentais


e que a umidade interfira nos processos de esterilização.
E. A inspeção visual tem por
objetivo avaliar a eficácia da limpeza
realizada e a integridade do artigo.

É de extrema importância e deve ser realizada


logo após a secagem do instrumental. Essa fase
ratifica a eficácia da limpeza realizada no início
do reprocessamento e é feita através de lentes
de aumento – lupas
D. Embalagem/Barreira
O empacotamento dos artigos deverá ser com embalagem
que permita a penetração do agente esterilizante além de
proteger o artigo, assegurado que o mesmo permanecerá
estéril até a sua abertura.

Quando o material for ser esterilizado em autoclave devemos


optar por papel grau cirúrgico (selamento hermético), papel
crepado, tecido não tecido.

A embalagem deverá conter a data em que o processamento


foi realizado e validade da esterilização (7 dias)
F. A esterilização é o processo que promove a destruição de todo
microrganismo presente o artigo e pode ser realizada através de
processos físicos (autoclave) e químicos (glutaraldeido 2% ou ácido
peracético a 0,2%).

Vale ressaltar que o método químico só deve ser realizado em artigos


termossensíveis que não possam ser submetidos a autoclave).

Na Odontologia a esterilização por estufa só pode ser realizada em


alguns tipos de brocas e alicates de Ortodontia pois este é um
processo que demanda um tempo longo com altas temperaturas,
aumentando as chances de falhas na esterilização.
O processo de esterilização deverá ser monitorado por 3 métodos:

- Físicos (leitura de temperatura, pressão e duração de todos os


ciclos);
- Químicos (indicadores químicos ex: Bowie-Dick);
- Biológico (tiras de papeis impregnadas por esporos
bacterianos - registrado junto com a data de
esterilização/lote/validade e equipamento utilizado) (ANVISA,
2019).
Autoclave (Calor úmido/ Vapor saturado)
● É um processo de esterilização que funciona

com calor ativo e 3 (três) parâmetros: tempo,


temperatura e pressão sob vapor;

● A esterilização à vapor é realizada em


autoclaves cujo processo possui fases de
remoção do ar, penetração do vapor e
secagem. O sistema de remoção do ar
diferencia os diversos tipos de autoclaves e
seus ciclos de esterilização são orientados de
acordo com as especificações do fabricante
A segurança do processo de esterilização depende de todas as
fases da preparação dos artigos de saúde.

●A sobrevivência de microrganismos ao processo de esterilização


pode decorrer de falhas humanas (limpeza e preparo inadequado
do material) e de falhas mecânicas (falta de manutenção e falhas
nos equipamentos).

● A monitoração é realizada por indicadores


Falhas no processo de autoclavagem
●As falhas podem ser mecânicas ou humanas.

●Falhas mecânicas: decorrem da operação


incorreta e da falta de manutenção
preventiva da autoclave
Falhas no processo de autoclavagem

• Limpeza incorreta ou deficiente dos materiais
• Utilização de barreiras inadequadas para os artigos
• Confecção de pacotes muito grandes,
pesados/apertados
• Disposição inadequada dos pacotes na câmara da
autoclave
• Abertura muito rápida da porta ao término da
esterilização
• Tempo de esterilização insuficiente
• Utilização de pacotes que saíram úmidos da
autoclave
• Mistura de pacotes esterilizados e não
esterilizados
• Não identificação da data de esterilização/validade
dospacotes
• Desconhecimento ou despreparo profissional
Indicadores mecânicos: estão relacionados ao equipamento de esterilização e devem
contemplar os registros de manutenção preventiva e corretiva, registros dos problemas
observados durante a prática diária e registros de validação do processo realizados
periodicamente.

●Indicadores físicos: monitores de tempo, temperatura e pressão, por meio de relatórios


impressos computadorizados ou de forma manual.

●Indicadores químicos: existem diversos tipos de indicadores químicos, descritos a seguir


de acordo com a ISO 11.140-1:1995.

●Indicadores biológicos: são considerados pelos órgão sanitários no Brasil padrão-ouro, ou


seja, a maneira mais segura de monitoramento de esterilização, pois sua tecnologia consiste
na aplicação dos próprios esporos (bactérias adormecidas e resistentes ao processo de
esterilização a ser monitorado) impregnados em tiras de papel. Posteriormente a
esterilização, efetua-se o contato da tira com o meio de cultura e a incubação. Caso não
ocorra o desenvolvimento do esporo, o processo de esterilização foi capaz de eliminar os
possíveis tipos de vida microbiana.
Indicadores químicos
É realizada por meio de indicadores biológicos utilizados para monitorar o processo
de esterilização, consistindo em uma população padronizada de micro-organismos
viáveis conhecidos como resistentes ao modo de esterilização que se quer
monitorar.

●A frequência dos testes biológicos difere de acordo com as recomendações das


instituições que os preconizam. No caso de São Paulo a Vigilância Sanitária
preconiza da seguinte forma:

● Semanalmente, se for atendimento de clínica geral


● Diariamente, quando da utilização de implantes

● Sempre ao término de todas as manutenções realizadas, sejam elas preventivas

ou corretivas.

●Para esterilização à vapor, os bacilos mais comuns utilizados nos indicadores


biológicossão os do tipo B. stearothermophillus
Indicadores BIOLÓGICOS
Indicadores BIOLÓGICOS

• Todos os resultados da Monitoração devem ser arquivados em pastas e/ou cadernos


específicos para esse fim e servem como documentos legais de controle de
Esterilização.

• ●Assim, cada teste utilizado, seja químico ou biológico deve ter seu resultado
arquivado.

• ●No caso dos indicadores biológicos, apenas as etiquetas do teste devem ser coladas
na pasta com as devidas anotações de data , número de ciclo, o resultado foi positivo
ou negativo e outros.
Seguindo o fluxo unidirecional e tem
fundamental importância.

●Sua função é preservar a condição estéril dos


artigos processados.

● Em serviços odontológicos o ideal é o


armazenamento das embalagens em gavetas ou
armários fechados que:

• Garantam a integridade da embalagem


• Tenham área seca, longe de umidade
• Não estejam superlotados
• Não dobrem ou amassem as embalagens
O armazenamento OU
acondicionamento dos artigos
deverá ocorrer em local seco, limpo,
fechado, organizado periodicamente
e exclusivo para esse fim. Os artigos
que apresentarem sua embalagem
danificada e/ou prazo de validade
vencido deverá ser reprocessado.
Infecção cruzada
Cadeia asséptica

Conhecimento
Habilidade
Atitude

Você também pode gostar