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Materiais Odontológicos II

Profa.Msc.: Ana Carla Pimentel de Amorim


CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE MOLDAGEM

CONCEITOS

Molde é a cópia em negativo da estrutura bucal de uma região
parcial ou total da arcada superior ou inferior obtida por meio
do procedimento clínico de moldagem.

Moldagem é o ato operatório de obtenção do molde de uma
região parcial ou total da arcada superior ou inferior
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE MOLDAGEM
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE MOLDAGEM

Os materiais de moldagem são utilizados para produzir uma réplica
dos dentes e dos tecidos da cavidade oral

Podem ser classificados de acordo com a sua consistência final em
materiais rígidos e elásticos, assim como de acordo com a reação
pela qual atinge a sua consistência final, que podem ser por uma
reação química ou física pela ação do calor
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE MOLDAGEM
CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS DE MOLDAGEM

Os materiais de moldagem rígidos, como a godiva e pasta zinco-
enólica não podem ser utilizados em áreas retentivas, como
regiões dentadas ou mesmo arcadas desdentadas com retenções.
Portanto, esses materiais são utilizados em caso de pacientes
edêntulos sem áreas de rebordo retentivas.
MOLDEIRAS

Para a realização da moldagem são utilizadas moldeiras que são recipientes
necessários para apoiar o material de moldagem de forma que ele possa ser
inserido na boca e removido após a reação de presa do material.

As moldeiras podem ser de estoque ou individuais, parciais ou totais, lisas
ou perfuradas. Ela deverá ser selecionada de acordo com o tamanho da
arcada do paciente, caso seja realizada uma moldagem total, pois as
moldeiras têm o número indicando o tamanho da mesma. Além disso,
fornecem suporte quando o modelo é vazado da moldagem
MOLDEIRAS

A moldeira de estoque está disponível no comércio, em jogos de
tamanho padrão, geralmente feitas de metal, que através do
método de eliminação, o clinico escolhe, optando por aquela que
melhor se ajustar no arco do paciente que se deseja moldar.

Como o próprio nome diz, as moldeiras de estoque não são
personalizadas, proporcionando uma margem maior para
possíveis erros no ato da moldagem.

Materiais: alumínio, o aço inoxidável, o plástico e a resina
TIPOS DE MOLDEIRA

Moldeiras Totais
Lisas
Tipo Vernes

Moldeiras de Estoque
TIPOS DE MOLDEIRA

Moldeiras Totais
Perfuradas

Moldeiras de Estoque
TIPOS DE MOLDEIRA

Moldeiras
Parciais
Perfuradas

Moldeiras de Estoque
TIPOS DE MOLDEIRA
VANTAGENS DA MOLDEIRA DE ESTOQUE

As vantagens no uso de moldeiras de estoque são:
a) eliminar o tempo gasto na fabricação de moldeiras individuais:
b) as moldeiras metálicasde estoque são rígidas e não permitem deformações.

As desvantagens são:
a) necessidade de mais material de moldagem;
b) as moldeiras de metal precisam ser esterilizadas;
c) possíveis distorções devido a quantidade de material de moldagem
necessário.
MOLDEIRA INDIVIDUAL

Vantagens do uso da moldeira individual são:
a) a menor quantidade de material necessária para a moldagem;
b) a moldeira é utilizada em apenas um paciente, evitando assim a
necessidade de esterilização;
c) o operador conseguirá um faixa uniforme de material, minimizando as
distorções resultantes da contração da cura;

Desvantagens das moldeiras individuais:
a) moldeiras individuais consomem um bom tempo para sua construção;
b) há perigo de sensibilidade para alguns pacientes em relação ao
monômero;
c) o período de cura é de no mínimo 24 horas , para que se possa evitar
possíveis distorções posteriores.
REQUISITOS DE UM MATERIAL DE MOLDAGEM

Odor e gosto agradáveis e cor aceitável

Ausência de constituintes tóxicos ou irritantes

Ter fluidez para se adaptar aos tecidos bucais

Ter viscosidade suficiente para ficar contido na moldeira

Se tornar sólido borrachóide ou rígido em curto tempo

Não distorcer ou rasgar ao ser removido da boca

Estabilidade dimensional

Biocompatibilidade

Bom custo benefício
ANATOMIA DE UMA BOA MOLDAGEM
HIDROCOLÓIDES
Os materiais hidrocolóides para moldagem se apresentam de duas
formas:

Reversível, por exemplo, ágar

Irreversível, por exemplo, alginato
ÁGAR

Colóide hidrofílico orgânico extraídos de certas algas marinhas. Pouco
popular no Brasil, é um dos mais antigos materiais de moldagem,
porém possui uma técnica complexa.

Ele é uma molécula de cadeia longa, os grupamentos hidroxilas (OH)
formam pontes de hidrogênio, levando à formação de uma estrutura
helicoidal.

Quando esse material é aquecido, essas pontes de hidrogênio são
quebradas, a hélice é desenroscada e o gel é transformado num fluido
viscoso. Esse processo é, portanto, reversível.
ÁGAR

O ágar possui a vantagem de poder ser utilizados repetidamente,
esse material é aquecido em banho-maria até se tornar um fluido.

Ele é colocado numa moldeira metálica especial pela qual a água
circula quando a moldeira é levada à boca do paciente. A água
resfria o ágar, que então se solidifica novamente como um gel,
adquirindo a forma dos tecidos orais
ALGINATO

Hidrocolóide Irreversível

O alginato é baseado no ácido algínico, que é derivado de uma
alga marinha.

Algumas das moléculas de hidrogênio dos grupos carboxílicos são
substituídas pelo sódio, formando então um sal solúvel, com peso
molecular de 20.000 a 200.000.

A reação de presa desse material ocorre pela criação de ligações
cruzadas entre as cadeias poliméricas do alginato de sódio
ALGINATO
COMPOSIÇÃO DO ALGINATO
REAÇÃO DE PRESA

Quando o alginato é misturado com água, ocorre uma reação
química que leva à formação de ligações cruzadas entre as cadeias
poliméricas, formando uma estrutura reticulada tridimensional.
Essas reações cruzadas não podem ser quebradas sendo assim um
processo irreversível, de modo que este material só pode ser usado
uma vez.
SÓLIDO -----------------→ GEL
REAÇÃO DE PRESA

O sulfato de cálcio di-hidratado fornece os íons de cálcio para a formação de ligações
cruzadas que convertem o sólido em um gel.

Os íons de cálcio são liberados do sulfato de cálcio di-hidratado, que é parcialmente
solúvel em água:

(CaSO)·2H2O → 2Ca2+ + 2SO42– + H2O

O mecanismo de formação das ligações cruzadas é descrito pela seguinte reação geral:
Nan Alg + n/2 CaSO4 → n/2 Na2SO4 + Can/2 Alg
(Alginato de sódio + sulfato de cálcio di-hidratado → Sulfato de sódio + Gel de alginato
de cálcio
REAÇÃO DE PRESA

Os tempos de trabalho e de presa são determinados pela velocidade de
liberação dos íons de cálcio e pela sua disponibilidade para a formação
das ligações cruzadas.

Para controlar o tempo de presa do material é adicionado fosfato de
sódio na composição para regular a rápida liberação inicial de íons de
cálcio e assim o fosfato de sódio age como um retardador.

A quantidade de fosfato de sódio é variada, e os alginatos podem ser de
presa regular e presa rápida.
REAÇÃO DE PRESA

A reação de geleificação se dá entre 3 e 4 minutos (20ºC)

O Fosfato de Sódio é um retardador.

O Sulfato de Cálcio é um reagente.

O Fluoreto de Potássio e Titânio assegura uma superfície densa
e dura do modelo de gesso, pois aceleram a presa.
TIPOS I E II

TIPO I (Presa Rápida)


Geleifica entre 60 e 120 segundos
TIPO II (Presa Normal)
Geleifica entre 3 e 4,5 minutos
FORMAS DE APRESENTAÇÃO

O alginato é apresentado na forma de pó, que deve ser agitado
antes do uso, para eliminar a segregação dos componentes que
pode ocorrer durante a armazenagem.

Após o uso deve-se fechar a embalagem devido a sensibilidade
deste material, pois são suscetíveis a sinérese (perda de água) e
embebição (ganho de água).

A proporção correta de pó e água é EXTREMAMENTE importante.
FORMAS DE APRESENTAÇÃO
ARMAZENAMENTO

Deve ser armazenado em frasco com tampa (evitar a umidade do
ar). O Alginato se deteriora rapidamente em temperatura elevadas.

Pesquisas com armazenamento a 54ºC por um mês promoveu
deterioração do material ou não endurecem ou tomam presa rápido
demais.
PROPORÇÃO E MANIPULAÇÃO

A mistura deve ser realizada numa cuba de borracha flexível com uma
espátula de metal ou plástica.

A proporção de pó e água antes da manipulação é crítica para a
obtenção de resultados consistentes e geralmente, os fabricantes
fornecem recipientes para a dosagem do pó e da água por volume.

Mudanças na proporção pó/água pode alterar a consistência e o tempo
de presa do material, alterando a resistência e qualidade do molde.
PROPORÇÃO E MANIPULAÇÃO
MANIPULAÇÃO

O pó é incorporado à água misturando-se cuidadosamente com a espátula
para adaptar às paredes da cuba de borracha. Se o pó for colocado primeiro
na cuba de borracha a penetração da água até o fundo da cuba é inibida,
dificultando o molhamento das partículas.

Deve-se tomar cuidado com a incorporação de ar durante a manipulação.
Para a manipulação do material deve-se fazer um movimento vigoroso
pressionando a mistura contra as paredes da cuba para que assim evite a
incorporação de bolhas de ar.

O resultado deve ser uma massa lisa cremosa que não escorre rapidamente da
espátula quando levantada da cuba
MANIPULAÇÃO
MANIPULAÇÃO

IMPORTANTE:

Agitar o pó que está fechado na lata ou recipiente plástico;

Evitar aspirar o pó (risco à saúde);

O pó deve ser medido e colocado na água;

Inicia-se a espatulação em forma de 8, sendo a mistura amassada contra as paredes da
tigela de borracha;

Espatular entre 45 segundos a 01 minuto.

É essencial ter instrumentos diferentes para a manipulação de alginato e gesso, porque
em caso de ter restos de gesso na cuba de borracha, o tempo de presa é acelerado
MANIPULAÇÃO

O uso da água fria é inversamente proporcional ao tempo de


geleificação durante a manipulação
PROPRIEDADES

Estabilidade Dimensional: Moldes deixados na bancada por 30 minutos
podem se tornar imprecisos por alteração dimensional. Para uma
precisão máxima, o material do modelo deve ser vazado no molde de
alginato o mais breve possível.

Se por algum motivo os modelos não puderem ser preparados
imediatamente, os moldes devem ser armazenados em 100° de umidade
relativa em uma sacola plástica ou embrulhada num papel toalha úmido,
até no máximo 30 minutos.

Quanto mais tempo o molde é armazenado, maior a chance de distorção
PROPRIEDADES

Resistência: É importe seguir as orientações dos fabricantes, pois
qualquer erro pode ter efeito na resistência do gel.

Erro na quantidade de água pode enfraquecer o gel final,
tornando-o menos elástico.

A manipulação insuficiente pode resultar em dissolução
insuficiente dos ingredientes, assim como manipulação excessiva
quebra a rede de alginato e reduz a resistência.
PROPRIEDADES

Compatibilidade com o gesso: Após a moldagem o molde deve ser
bem lavado em água fria para remover a saliva e qualquer vestígio de
sangue e, então, desinfetado.

Antes de preparar um modelo de gesso deve-se remover toda a água da
superfície livre.

A saliva e o sangue também interferem na presa do gesso e se água livre
estiver presente, ela tende a se acumular nas partes mais profundas do
molde e diluir o material do modelo de gesso, produzindo uma
superfície mole e esbranquiçada.
TÉCNICA DE DESINFECÇÃO

A desinfecção de moldes é uma preocupação no que diz respeito às doenças virais tais
como hepatite B, síndrome da imunodeficiência adquirida e herpes simples porque os
vírus podem ser transferidos aos modelos de gesso e representar um risco ao pessoal
que trabalha em laboratórios de prótese. Todos os moldes devem ser desinfetados
antes de serem vazados com gesso para obter um modelo.

A desinfecção dos alginatos deve ser realizada por meio de método do spray com
hipoclorito de sódio a 1% pelo tempo mínimo de 10 minutos, em um invólucro
fechado (procedimento indicado pela ADA) É indicado este método para evitar as
alterações dimensionais do molde, já que o método por imersão pode provocar
alterações dimensionais relevantes, com consequências clínicas consideráveis.
ERROS: EFEITOS E CAUSAS
Perguntas para fixação

Cite duas caracteristicas de um bom material de moldagem?

O que é sinérese e embebição?

Quais os tipos de alginato disponiveis no mercado?
BIBLIOGRAFIA
Anusavice KJ. Phillips materiais dentários. 12ªed. Rio de Janeiro: Elsevier Brasil,
2013.
Serna A, et al. Irreversible Hidrocolloids: a comparasion of antimicronial eficacy.
Prosth
Dent. 1994; 71: 387-389.
Van Noort R, Barbour M. Introduction to dental materials. 3ªed. São Paulo: Elsevier
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Sciences, 2010.
Rueggberg A, et al. Soium Hypoclorite desinfections of irreversible hydrocoloids
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