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CARIOLOGIA: CONCEITOS BÁSICOS

Profa.Msc.: Ana Carla Pimentel de Amorim


CARIOLOGIA:CONCEITOS BÁSICOS

O QUE É CÁRIE?

Doença crônica não-transmissível mais
comum no mundo, com significativo
impacto na qualidade de vida de diversos
indivíduos.

A doença cárie é resultante de um
desequilíbrio existente entre os fatores
patológicos presentes na cavidade bucal,
que causam a desmineralização da
superfície do dente, e os fatores
protetores, que resultam na
remineralização da superfície dental
DESEQUILÍBRIO NA FISIOLOGIA NATURAL
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FATORES ETIOLÓGICOS

O fator etiológico primário é o biofilme
depositado sobre a superfície dentária.

O QUE É BIOFILME DENTAL?

Biofilme é uma comunidade cooperativa,
bem organizada, de células microbianas
aderidas a uma superfície úmida e
aglomerada por matriz de polissacarídeos.
BIOFILME DENTAL
IMAGENS MICROSCÓPICAS
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Composição do Biofilme - Os estreptococos do grupo mutans (EGM)
estão associados ao início das lesões por apresentarem características
que os tornam altamente cariogênicos

Composição e frequência da dieta – alta frequência de consumo de
sacarose

Composição da saliva- presença de aglutininas, imunoglobulinas,
lisozimas, bicarbonato, flúor entre outros componentes que afetam o
metabolismo bacteriano

Fluxo salivar – a saliva auxilia na limpeza mecânica da cavidade bucal
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Capacidade tampão da saliva - principalmente pela presença de
bicarbonato de cálcio

Presença de flúor – Não impede o desenvolvimento da cárie, mas reduz a
sua progressão. É a medida de maior impacto para o controle da doença

Nesse modelo, temos ainda os fatores socioeconômicos e
comportamentais, colocados num círculo periférico, sendo considerados
como fatores modificadores, porque são características de diferentes
culturas.
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Dentre os FATORES MODIFICADORES, temos:

Classe social

Educação

Comportamento

Conhecimento

Atitudes

Renda

Adaptada de Fejerskov e Manj. Maltz et al. (2016).


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Os sinais clínicos da cárie são resultantes do progresso da perda mineral
em relação ao tempo.

Tais sinais iniciam-se subclinicamente podendo ser observados somente
por meio de microscopia eletrônica ou microscopia luminosa.

A primeira manifestação clinicamente visível da cárie é a MANCHA
BRANCA, uma vez que a mancha não sofra intervenções para paralisar
sua progressão, pode haver o rompimento da superfície formando uma
cavidade que pode evoluir causando a destruição total do elemento
dentário.
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ANTIGAMENTE,

O diagnóstico e o tratamento da cárie eram concentrados na sequela da
doença, desta forma, tão logo fossem Identificadas lesões de cárie em
esmalte, instituía-se o tratamento restaurador imediato.

Este modelo era baseado quase que exclusivamente no reparo da lesão já
estabelecida
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ATUALMENTE,

Sabe-se que a doença cárie pode ser evitada, detida e revertida, sendo
assim, com o entendimento do processo da doença e a possibilidade de
nossa intervenção através do controle dos seus fatores etiológicos e
fluorterapia, não se justifica o tratamento restaurador como primeira opção.

Em caso de dúvida, ou quando a lesão estiver em seus estágios iniciais, é
preferível optar pelo controle da doença. É a chamada ABORDAGEM
MINIMANTE INVASIVA, onde o diagnóstico correto e a determinação do
tratamento devem levar em consideração os seguintes questionamentos:
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Existe ou não uma lesão?

Ativa ou inativa?

Em esmalte ou esmalte e dentina?

Cavitada ou não-cavitada?
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CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES CARIOSAS

LESÕES BRANCAS ATIVAS

Apresentam-se opacas, rugosas e porosas.

Estão relacionadas a áreas de alto risco, como superfícies oclusais,
podendo ainda surgir em áreas adjacentes à outras lesões ou com
Gengivite na papila adjacente.

Tais lesões podem ser controladas com sucesso, por meio de remoção
regular de biofilme, uso de fluoreto e controle da dieta.
MANCHA BRANCA ATIVA

Mancha branca com


início de cavitação
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CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES CARIOSAS

LESÕES BRANCAS INATIVAS

Apresentam-se brilhantes, lisas e polidas.

Estão relacionadas a áreas de baixo risco de acúmulo de biofilme, como
em superfícies lisas livres, dentes com oclusão estabelecida e no caso de
lesões proximais com dentes adjacentes ausentes.

Tais lesões geralmente não estão cobertas por biofilme e, portanto, os
processos de desmineralização e remineralização são balanceados com
domínio da remineralização. Desta forma, não necessitam de tratamento
adicional
MANCHA BRANCA INATIVA
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CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES CARIOSAS

LESÕES CAVITADAS ATIVAS

Lesões cavitadas ativas em dentina apresentam tecido amolecido; cor
amarelada ou castanho-claro, aspecto úmido e opacidade no esmalte
adjacente. Podem ser abordadas por meio de tratamento invasivo ou não
invasivo, dependendo da acessibilidade para a remoção da placa.
LESÃO CAVITADA ATIVA
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CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES CARIOSAS

LESÕES CAVITADAS INATIVAS

Lesões cavitadas inativas em dentina apresentam tecido endurecido no
fundo da lesão; cor marrom escura ou negra, aspecto seco e ausência de
opacidade no esmalte adjacente.
LESÃO CAVITADA INATIVA
DENTINA INFECTADA x DENTINA AFETADA
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ANAMNESE

Traçar o perfil do paciente

Aspectos Socioeconômico

História Médica e Odontológica

Hábitos de Higiene Bucal
INSPEÇÃO VISUAL E TÁTIL
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EXAMES

INSPEÇÃO VISUAL E TÁTIL

É o Método de detecção de lesões mais
usado e o único capaz de responder a todos
os parâmetros no diagnóstico de cárie.

Além disso, por este método é possível
avaliar o Índice de Placa Visível e Índice de
Sangramento Gengival que podem estar
associados a lesões interproximais.

Áreas mais susceptíveis a cárie: Fóssulas,
cicatrículas e fissuras da superfície oclusal
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EXAMES

INSPEÇÃO VISUAL E TÁTIL

Para a detecção de lesões cariosas, o
exame deve ser baseado principalmente na
avaliação visual cuidadosa sobre uma
superfície bem iluminada, limpa e seca, pois
a saliva pode mascarar diferenças na
reflexão da luz entre a estrutura do dente
cariado e saudável, o que dificulta a
observação de alterações na cor e brilho na
superfície do esmalte.
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EXAMES

INSPEÇÃO VISUAL E TÁTIL

Ao longo de muitos anos, os dentistas, durante sua
formação, eram ensinados a utilizar um explorador de
ponta fina em regiões suspeitas de lesões de cárie.

Porém a sondagem com o uso de um explorador
pode aumentar a possibilidade de transferência de
microrganismos cariogênicos de um sítio para outro e,
por fim, pode romper a integridade da superfície de
uma lesão incipiente de esmalte, transformando uma
lesão subsuperficial passível de remineralização em
uma lesão cavitada, acelerando o desenvolvimento
da lesão cariosa.
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EXAMES

INSPEÇÃO VISUAL E TÁTIL

O uso do explorador no diagnóstico de cárie
deve ser restrito à remoção cuidadosa de
placa e resíduos que podem estar depositados
na superfície dentária, especialmente nas
fissuras, antes do exame visual, usando
sempre uma sonda com ponta romba.

SONDA OMS
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EXAMES COMPLEMENTARES

RADIOGRAFIA PERIAPICAIS
Na prática clínica, os exames radiográficos têm sido largamente empregados há
muitos anos e constituem meios auxiliares de diagnóstico efetivo de lesões
cariosas interproximais e oclusais.

Para lesões proximais, este método é superior ao exame clínico visual. Por
meio deste exame verifica-se a extensão de lesões, sendo um auxiliar na
decisão de um procedimento invasivo ou de controle. A técnica de escolha é a
Bitewing, também conhecida como interproximal.

EXAMES SALIVARES

EXAMES MICROBIOLÓGICOS
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ÍNDICES CPOD E CEOD

Introduzidos por Klein e Palmer (1937), ainda são utilizados por serem
versáteis e simples quando aferidos por examinadores treinados.
Entretanto, apresentam limitações, principalmente como medida de
severidade da cárie.

Tais índices são bastante utilizados, principalmente em levantamentos
epidemiológicos de grande porte, devido à praticidade, baixo custo e
rapidez na sua execução
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O índice CPOD, formulado por Klein e Palmer, em 1937, é usado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS) para avaliar a prevalência da cárie
dentária em diversos países.

A sigla CPO tem origem nas palavras "cariados", "perdidos" e "obturados",
e o D indica que a unidade de medida é o dente.

C ( cariado) P ( perdido) O (obturado)

No índice é possível perceber a história anterior da doença ( obturados +
extraídos) e a história atual da doença ( extração indicada e cariados).

Os componentes extração indicada (Ei) + extraídos (E) formam, no
conjunto, os dentes “perdidos” (P).
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É considerado como CARIADO:

Que apresenta lesão clínica óbvia. Existe uma
cavidade definida em que o próprio exame visual é
suficiente para diagnosticar;

Evidência de esmalte socavado

Em sulcos e fissuras com retenção de explorador, desde
que exista dentina amolecida ou opacidade de esmalte

Em faces proximais se a sonda exploradora prende

Em casos que o explorador penetra entre dente e
restauração

Quando houver restauração deficiente com infiltração ou
fraturas
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É considerado como OBTURADO:

1 - Apresenta uma coroa indireta em
bom estado;

2 - Apresente uma ou mais
restaurações com material
restaurador definitivo (resinas,
ionômero, ouro, ligas, amálgama, etc),
sem reincidência de lesões de cárie
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É considerado como EXTRAÍDO:

1 - Ausente da boca depois do período em que
normalmente deveria ter feito sua erupção, em decorrência
da doença cárie. Esse critério não pode ser utilizado para a
dentição decídua pela existência de perdas dentárias
fisiológicas ocorridas pela exfoliação natural da dentição
decídua.

É considerado como EXTRAÇÃO INDICADA um dente:

1 - Que apresente cavidades abertas e sinais óbvios de
exposição ou morte pulpar;

2 - Que apresente uma lesão profunda, próxima à polpa.

3- Restos radiculares
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A idade de 12 anos é
referência
internacional para o
cálculo do índice por
ser a idade em que a
dentição permanente
está praticamente
completa

CPOd ideal: menor


igual a 1,1
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Como se faz o cálculo de CPOD?

A análise é feito com o seguinte
cálculo matemático: Número de
índice cpo em indivíduos de 12
anos dividido pelo número total de
indivíduos de 12 anos. Os resultados
da divisão confirmam os graus de
prevalência e de severidade da saúde
pública

Ao realizar um levantamento
epidemiológico consideramos apenas
28 dentes.
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CEOD
FICHA PARA CPOD

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