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Faculdade Pitágoras de Imperatriz

Complexo dentina

Prof. Marcelo
polpa Henderson
O órgão dental
inter-relação estrutural e funcional durante toda a
vida do órgão dental. Responsáveis pela síntese e
COMPLEXO
deposição da matrizDENTINO-PULPAR
de dentina, as células da
polpa, denominadas odontoblastos, permanecem
com seus prolongamentos citoplasmáticos no
interior dos túbulos dentinários.
Consequentemente, as repercussões e os
mecanismos de resposta tecidual ocorrem de forma
integrada, o que determina que a dentina e a polpa
sejam entendidas e reconhecidas como integrantes
de um mesmo complexo, o complexo dentino-
pulpar.
FORMAÇÃO DO COMPLEXO
O dente deriva de dois tipos de tecidos
embrionários DENTINO-PULPAR
básicos: o ectoderma, que origina o
esmalte, e o ectomesênquima, derivado da crista
neural, que origina a dentina, a polpa e os tecidos
periodontais. O início da formação do dente
ocorre durante a sexta semana de vida
embrionária e se caracteriza por um espessamento
localizado do ectoderma oral, associado aos
processos embrionários maxilar e mandibular.
Este crescimento epitelial ocasiona a formação da
lâmina dentária.
DENTINO-PULPAR
DENTINO-PULPAR
DENTINO-PULPAR
FORMAÇÃO DO COMPLEXO

DENTINO-PULPAR
A etapa seguinte do desenvolvimento dentário é
dividida em três estágios sequenciais, que são
denominados de acordo com a morfologia do
desenvolvimento do germe dentário: (a) botão, (b)
capuz e (c) campânula.
No estágio inicial, o germe dentário assume a
forma de um “botão”, em decorrência da
proliferação do epitélio da lâmina dentária do
ectomesênquima
DENTINO-PULPAR – Fase de Botão
FORMAÇÃO DO COMPLEXO

DENTINO-PULPAR – Fase de Capuz

Caracterizada por intensa proliferação das células


epiteliais.
Crescimento desigual do botão (capuz), formação
da papila dentária (células ectomesenquimais) e a
formação do folículo dental.
Conjunto denominado germe dental.
DENTINO-PULPAR – Fase de Capuz
É na fase de capuz que podem ser observados os
componentes do germe dentário:
• o órgão do esmalte e a papila dentária
• O órgão do esmalte é formado pela porção
epitelial (epitélio interno e externo) que
posteriormente irá forma o esmalte dentário.
Papila dentária
• É formada pelo aumento da condensação das
células do ectomesênquima e pode-se observar
claramente uma massa de células muito próxima
uma das outras.
- É a estrutura responsável pela formação da
dentina e da polpa.
DENTINO-PULPAR – Fase de capuz
DENTINO-PULPAR – Fase de capuz
DENTINO-PULPAR – Fase de

Campânula

Diminuição da proliferação das células epiteliais


Ocorre uma diferenciação das diversas células do
germe dentário
Campânula
DENTINO-PULPAR – Fase de

Campânula
A POLPA
A polpa dentária é constituída de tecido
conjuntivo frouxo especializado. O que a torna
única é o seu confinamento entre paredes rígidas
de um tecido que ela mesma produziu,
relacionando-se com o meio externo do dente
através de forames e foraminas apicais, bem como
canais laterais. Isso dá à polpa um ambiente de
baixa tolerância, pois o substrato nutricional
provém da vascularização que atravessa os
pequenos forames e foraminas.
A POLPA
a) Formativa: os odontoblastos do tecido pulpar são
re s p o n s á v e i s FUNÇÕES
p e l a d e n t i n o g êDA
n e s e ;POLPA
b) Sensitiva: a inervação sensorial pulpar atua como um
sistema de alarme eficaz, indicando alterações na
normalidade.
c) Nutritiva: a vascularização pulpar fornece oxigênio e
nutrientes, que são essenciais para a formação de
d e n t i n a e p a r a a p r ó p r i a s o b re v i v ê n c i a p u l p a r ;
d) Defensiva: o tecido pulpar pode se defender contra
i n f e c ç õ e s m i c ro b i a n a s p o r m e i o d a p ro d u ç ã o d e d e n t i n a
e s c l e ro s a d a e / o u t e rc i á r i a e d a a t i v a ç ã o d a re s p o s t a
i m u n e . D e n t e s c o m p o l p a s s a d i a s , q u e a p re s e n t a m
v a s c u l a r i z a ç ã o a b u n d a n t e , s ã o m u i t o m a i s re s i s t e n t e s à
infecção bacteriana e não desenvolvem lesão
p e r i r r a d i c u l a r. C o n s e q u e n t e m e n t e , a m a n u t e n ç ã o d a
vitalidade pulpar pode ser considerada a melhor forma
H i s t o l o g i c a m e n t e , z o n a s d i s t i n t a s s ã o p e rc e p t í v e i s n a
p o l p a s a d i a . A c a m aA d aPOLPA
odontoblástica é a zona mais
periférica da polpa e se encontra adjacente à pré-
dentina. Uma alta densidade c e l u l a r, incluindo
f i b ro b l a s t o s , c é l u l a s - t ro n c o i n d i f e re n c i a d a s e c é l u l a s
i m u n e s , é o b s e r v a d a n a re g i ã o p u l p a r d e n o m i n a d a z o n a
rica em células, que é separada da camada
o d o n t o b l á s t i c a p e l a z o n a p o b re e m c é l u l a s ( o u z o n a d e
We i l ) . A z o n a r i c a e m c é l u l a s é m a i s p ro e m i n e n t e n a
p o l p a c o ro n á r i a q u e n a p o l p a r a d i c u l a r. A z o n a p o b re e m
c é l u l a s , p o r s u a v e z , c o n t é m c a p i l a re s s a n g u í n e o s , u m a
r i c a re d e d e f i b r a s n e r v o s a s ( f o r m a n d o o p l e x o n e r v o s o
d e R a s h k o w ) e p ro c e s s o s f i b ro b l á s t i c o s . A p o l p a t a m b é m
p o s s u i u m a re g i ã o d e n o m i n a d a p o l p a p ro p r i a m e n t e d i t a ,
q u e é a z o n a c e n t r a l d a p o l p a e c o n t é m o s m a i o re s v a s o s
sanguíneos e n e r v o s , j u n t o a f i b ro b l a s t o s e o u t r a s
A POLPA
A POLPA – Camada odontoblástica
A camada mais externa das células da polpa saudável é a
camada de odontoblastos. Essa camada se localiza
imediatamente abaixo da pré-dentina. E n t re os
odontoblastos adjacentes existe uma série de junções
célula a célula especializadas (i.e., complexos de
junções), incluindo desmossomas (i.e., junções
a d e re n t e s ) , j u n ç õ e s c o m u n i c a n t e s t i p o g a p ( i . e . , n e x o s ) e
junções oclusivas (i.e., zonula occludens) que ligam os
odontoblastos adjacentes. Os desmossomos, localizados
n a p a r t e a p i c a l d o s c o r p o s c e l u l a re s d e o d o n t o b l a s t o s ,
unem-se aos odontoblastos mecanicamente.
A POLPA – Camada odontoblástica

Várias junções comunicantes fornecem caminhos


permeáveis através dos quais moléculas de sinais podem
p a s s a r e n t re a s c é l u l a s o d o n t o b l á s t i c a s . A p a re n t e m e n t e ,
as junções oclusivas determinam a permeabilidade da
camada de odontoblastos quando a dentina está coberta
d e e s m a l t e o u c e m e n t o a o re s t r i n g i r a p a s s a g e m d e
m o l é c u l a s , í o n s e f l u i d o d e n t ro d o s c o m p a r t i m e n t o s
e x t r a c e l u l a re s d a p o l p a e d a p r é - d e n t i n a . D u r a n t e a
p re p a r a ç ã o d a c a v i d a d e , e s s a s j u n ç õ e s s ã o ro m p i d a s ,
causando o aumento da permeabilidade da dentina.
A POLPA – Camada odontoblástica
A POLPA – Zona pobre em células
Imediatamente subjacente à camada odontoblástica na
p o l p a c o ro n á r i a , g e r a l m e n t e e x i s t e u m a z o n a e s t re i t a d e
a p ro x i m a d a m e n t e 4 0 μ m d e l a r g u r a q u e é re l a t i v a m e n t e
l i v re d e c é l u l a s , c h a m a d a , d e s s a f o r m a , d e c a m a d a l i v re
d e c é l u l a s d e We i l o u z o n a d e We i l . E l a é a t r a v e s s a d a p o r
c a p i l a re s s a n g u í n e o s , f i b r a s n e r v o s a s n ã o m i e l i n i z a d a s e
p o r p e q u e n o s p ro c e s s o s c i t o p l á s m i c o s d e f i b ro b l a s t o s . A
p re s e n ç a o u a a u s ê n c i a d a c a m a d a p o b re e m c é l u l a s
depende do status funcional da polpa. Ela pode não ser
a p a re n t e e m p o l p a s j o v e n s , n a s q u a i s a d e n t i n a s e f o r m a
rapidamente, ou em polpas mais velhas, nas quais a
d e n t i n a re p a r a d o r a e s t á s e n d o p ro d u z i d a .
A POLPA – Zona pobre em células
A POLPA – Zona rica em células

N a á re a s u b o d o n t o b l á s t i c a , e x i s t e u m a c a m a d a e v i d e n t e
contendo uma p ro p o r ç ã o re l a t i v a m e n t e alta de
f i b ro b l a s t o s c o m p a r a d a à re g i ã o m a i s c e n t r a l d a p o l p a .
E l a é m u i t o m a i s p ro e m i n e n t e n a p o l p a c o ro n á r i a d o q u e
n a p o l p a r a d i c u l a r. A l é m d e f i b ro b l a s t o s , a z o n a r i c a e m
células pode incluir uma quantidade variável de células
imunes como macrófagos e células dendríticas, mas
t a m b é m c é l u l a s - t ro n c o m e s e n q u i m a i s i n d i f e re n c i a d a s .
A POLPA – Zona central
A zona central, é constituída por um tecido conjuntivo
f ro u x o s i n g u l a r, n o q u a l e s t ã o p re s e n t e s f i b ro b l a s t o s ,
c é l u l a s m e s e n q u i m a i s i n d i f e re n c i a d a s , c é l u l a s d o s i s t e m a
i m u n e ( m a c r ó f a g o s e l i n f ó c i t o s ) , a l é m d e c a p i l a re s e
fibras nervosas distribuídas de forma equilibrada na
m a t r i z e x t r a c e l u l a r. E s s a m a t r i z é c o m p o s t a d e e l e m e n t o s
f i b ro s o s e d a s u b s t â n c i a f u n d a m e n t a l ( f o r m a d a p o r
p ro t e o g l i c a n a s , g l i c o s a m i n o g l i c a n a s , g l i c o p ro t e í n a s e
á g u a ) , s e n d o o c o l á g e n o o c o n s t i t u i n t e f i b ro s o m a i s
abundante, e permite a difusão de nutrientes, oxigênio e
p ro t e í n a s e n t re os componentes c e l u l a re s e a
m i c ro c i rc u l a ç ã o , o q u e l h e c o n s a g r a p a p e l i m p o r t a n t e n a
m a n u t e n ç ã o d a c a p a c i d a d e d e re p a r a ç ã o p u l p a r
A POLPA – Zona central
Vaso
sanguí
Nota-se neo
que, neste Fibroblast
tecido
conjuntivo o
frouxo, há a
presença de
células do
sistema
imune,
Células da Polpa - Odontoblastos

Odontoblastos são células características da polpa. Eles


formam uma camada única na periferia da polpa, sintetizam a
matriz e controlam a mineralização da dentina. Na porção
coronária do espaço pulpar, os odontoblastos são numerosos,
relativamente grandes, e em forma colunar, entre 45.000 e
65.000/mm² em tal área. Nas porções cervical e média da raiz,
eles são menos numerosos e parecem mais achatados. A
morfologia das células reflete seu nível de atividade; células
grandes têm os aparatos de síntese bem desenvolvidos e
acapacidade de sintetizar mais matriz. Os odontoblastos são
Células da Polpa - Odontoblastos
Odontoblástico

O túbulo dentinário se forma em torno de cada processo


odontoblástico principal. O processo odontoblástico ocupa a
maior parte dos espaços dentro do túbulo e coordena a
formação da dentina peritubular. Na restauração do dente, a
remoção do esmalte e da dentina geralmente rompe os
odontoblastos. Seria de considerável importância clínica que
se estabelecesse a extensão dos processos odontoblásticos nos
dentes humanos, pois, com esse conhecimento, o clínico
estaria em uma posição um pouco melhor para fazer
estimativas sobre o impacto dos procedimentos restaurativos
Odontoblástico
Células da Polpa – Fibroblastos

Os fibroblastos são o tipo celular mais comum na polpa e são


observados em grande número na polpa coronária. Eles
produzem e mantêm o colágeno e as substâncias fundamentais
da polpa e alteram sua estrutura na doença. Assim como os
odontoblastos, a proeminência das suas organelas
citoplasmáticas muda de acordo com suas atividades. Quanto
mais ativa a célula, mais proeminentes são as organelas e
outros componentes necessários para a síntese e secreção.
Células da Polpa – Macrófagos

Os macrófagos têm uma participação ativa nas vias de


sinalização da polpa. Quando ativadas pelo estímulo
inflamatório apropriado, os macrófagos são capazes de
produzir uma grande variedade de fatores solúveis, incluindo
a interleucina-1, fator de necrose tumoral, fatores de
crescimento e outras citocinas.
Por sua mobilidade e atividade fagocítica, elas são capazes de
agir como carniceiros, removendo do tecido células vermelhas
do sangue que transbordaram, células mortas e corpos
estranhos. O material ingerido é destruído pela ação das
Células da Polpa – Células dendríticas

Células dendríticas são células acessórias do sistema


imunológico. Na polpa normal elas se localizam
principalmente na periferia da polpa coronal, próximo da pré-
dentina, porém migram centralmente na polpa após uma carga
antigênica. Elas são conhecidas por cumprir um papel na
indução de células T imunodependentes. Assim como
macrófagos que apresentam antígenos, as células dendríticas
engolfam antígenos proteicos e, então, apresentam uma
estrutura de fragmentos de peptídeos dos antígenos e de
moléculas de classe II. É essa estrutura que as células T
Células da Polpa – Células dendríticas
linfócitos

O mastócito foi assunto de considerável atenção devido ao seu


dramático papel em reações inflamatórias. Os grânulos dos
mastócitos contêm heparina, um anticoagulante, e histamina,
um mediador inflamatório importante, assim como muitos
outros fatores químicos.
A presença linfócitos T indica que a polpa está bem equipada
com as células necessárias para dar início às respostas
imunológicas. Linfócitos B são escassamente encontrados na
polpa normal.
Inervação da Polpa

Aproximadamente 1.000 a 2.000 nervos penetram em um


único dente – 80% são amielinizados e 20% são mielinizados.
A inervação da polpa inclui os neurônios aferentes, que
conduzem impulsos sensoriais, e os neurônios autônomos ou
eferentes, que fornecem modulação neurogênica à
microcirculação, reações inflamatórias e, talvez, regulem a
dentinogênese.
Inervação da Polpa

Corte histológico, corado imuno-


histologicamente para o peptídeo
relacionado ao gene da calcitonina
(CGRP), mostrando a distribuição dos
nervos sensoriais no molar de um rato.
Os nervos penetram na polpa coronal em
feixes e se ramificam numa rede sob os
odontoblastos (i.e., plexo de Raschkow),
antes de passar entre os odontoblastos
para a parte mais interna da dentina.
Inervação da Polpa

A polpa contém dois tipos de fibras nervosas sensoriais:


mielinizadas (fibras A) e não mielinizadas (fibras C). Foi
mostrado que existe uma sobreposição funcional de fibras
pulpares A e C, visto que ambos os tipos de fibras podem ser
nociceptores. As fibras A incluem as fibras A-beta e A-delta.
As fibras A-beta podem ser ligeiramente mais sensíveis à
estimulação do que as fibras A-delta, mas, funcionalmente,
essas fibras estão agrupadas juntas na polpa dentária, uma vez
que ambas inervam túbulos da dentina e são estimuladas pelo
movimento do fluido dentinários.
Inervação da Polpa

As fibras do tipo C são amielínicas, com velocidade de


condução lenta e alto limiar de excitabilidade. A estimulação
das fibras C produz uma dor que se caracteriza por ser lenta,
excruciante e, algumas vezes, difusa, típica de pulpite
irreversível sintomática. A inflamação pulpar severa pode
causar aumento da pressão tecidual e redução nos níveis de
oxigênio, podendo comprometer a função condutora das
fibras A-δ, mas praticamente não afeta as fibras C
Inervação da Polpa
Inervação da Polpa
Desenho esquemático mostrando
a distribuição de fibras nervosas
dentro da zona limite dentina-
polpa.
A, Fibras saindo do plexo
subodontoblástico para a camada
odontoblástica. D, Dentina; Fb,
fibroblasto; OL, camada
odontoblástica; PO, processo
odontoblástico; PD, pré-dentina.
B, Fibras se estendendo para
Inervação da Polpa

A evidência de que as fibras nervosas da polpa sejam resistentes à


necrose é de interesse clínico, porque seus corpos celulares são
encontrados nos gânglios fora da polpa. Uma vez que feixes
nervosos, em geral, são mais resistentes à autólise do que outros
elementos do tecido, mesmo em polpas degeneradas, fibras C
talvez ainda sejam capazes de responder à estimulação nociva.
Pode ser que as fibras C permaneçam excitáveis mesmo depois que
o fluxo sanguíneo esteja comprometido na polpa doente, visto que
as fibras C são sempre capazes de funcionar na presença de
hipóxia. Esta talvez seja uma explicação de por que a
Inervação da Polpa

Testes frios, usando neve de dióxido de carbono (CO ²) ou


refrigerantes líquidos, e testes de calor, empregando guta-percha
ou água aquecida, ativam as forças hidrodinâmicas dentro dos
túbulos da dentina, que, por sua vez, estimulam sucessivamente as
fibras A intradentárias. As fibras C não são em geral ativadas por
esses testes, a menos que elas causem dano à polpa. Tem sido
mostrado que os testes frios não causam dano à polpa. Testes de
calor têm um maior potencial para produzir ferimentos, porém se
esses testes forem usados apropriadamente é provável que não haja
danos.
Sensibilidade dentinária

Como são retransmitidos os estímulos da dentina periférica para os


terminais sensoriais localizados na região da junção dentino-
pulpar? Evidências convergentes indicam que o movimento do
fluido nos túbulos da dentina é o acontecimento básico para o
despertar da dor dentinária. Atualmente, parece que estímulos
produtores de dor, tais como calor, frio, jatos de ar e investigações
com a ponta de um explorador, têm em comum a habilidade de
deslocar fluido nos túbulos. Isso é referido como o mecanismo
hidrodinâmico de sensibilidade da dentina.
Sensibilidade dentinária

Em experimentos com humanos, uma rápida aplicação de calor ou frio na


superfície externa de dentes pré-molares evocou uma resposta dolorosa
antes de o calor ou o frio terem produzido mudança de temperatura capaz
de ativar receptores sensoriais na polpa subjacente. A dor evocada foi de
pequena duração: um ou dois segundos. A condutividade térmica da
dentina é relativamente baixa; ainda assim, a resposta do dente à
estimulação térmica é rápida, normalmente menos do que um segundo. A
evidência sugere que a estimulação térmica do dente resulta em um
movimento rápido do fluido dentro dos túbulos da dentina. Isso resulta na
ativação da terminação nervosa sensorial na polpa subjacente.
Presumivelmente, o calor expande o fluido dentro dos túbulos mais rápido
Sensibilidade dentinária

Teoria
hidrodinâmica
da
sensibilidade
da dentina.
Estímulos
externos
causam
movimento do
fluido
dentinário em
Vascularização pulpar
A vascularização pulpar é fornecida por vasos sanguíneos que
entram na polpa via forame apical ou foraminas e, em seguida,
se estendem e ramificam no sentido coronário. A
vascularização é originada a partir dos ramos da artéria
infraorbital, da artéria alveolar posterossuperior ou da artéria
alveolar inferior, que, por sua vez, tem origem na artéria
maxilar, um ramo da artéria carótida externa.
O percentual do volume de tecido pulpar ocupado por vasos
sanguíneos é de aproximadamente 14%. Consequentemente, a
polpa dental tem o maior valor de fluxo sanguíneo por
unidade de peso entre os tecidos orais
Vascularização pulpar
Vascularização pulpar
Inflamação
Quando a polpa dental é injuriada, ela responde da mesma
forma que outros tecidos conjuntivos com uma resposta imune
de duas fases. A resposta imune inicial é inespecífica porém
rápida, ocorrendo em minutos ou horas. A segunda resposta é
específica e inclui a produção de anticorpos específicos.
Em outros tecidos, como a pele (na qual a inflamação foi
primeiramente descrita), a produção aumentada de fluido
tecidual resulta em edema. Como a polpa está dentro de uma
câmara rígida, não complacente, ela não pode edemaciar, e a
formação aumentada de fluido intersticial resulta em um
aumento na pressão de fluido tecidual.
Dentina
A dentina é um tecido mineralizado que constitui grande parte
da estrutura dentária. É constituída por 70% de material
inorgânico, principalmente cristais de hidroxiapatita, 10% de
água e 20% de matriz orgânica, composta principalmente de
colágeno (cerca de 90%). A elasticidade da dentina fornece
flexibilidade para o frágil esmalte de cobertura e permite que
haja o impacto da mastigação sem a fratura do esmalte. Por
uma perspectiva de engenharia, o colágeno pode ser
considerado uma barra de aço e os cristais mineralizados
agem como cimento; a estrutura composta resultante tem
grande força
Dentina
Vista geral da polpa
coronária de um pré-molar
humano jovem extraído. É
possível observar que a polpa
(P) está envolvida pela
dentina (D), a qual é
internamente revestida por
uma camada contínua de
odontoblastos (setas).
Tricrômico de Masson, 32×
na cavidade oral. Ela é classificada como ortodentina,
a forma tubular Dentina primária
de dentina desprovida de células
encontrada nos dentes de todos os mamíferos
dentados. A dentina primária é secretada a uma razão
relativamente alta e constitui a principal parte da
dentina no dente. Ela tem estrutura regular e contém
túbulos de dentina que formam uma curvatura
primária em forma de S em consequência do
movimento direcional dos odontoblastos, que têm um
processo celular que se estende a partir de uma borda
periférica mais larga em direção a uma camada
celular estreita localizada centralmente.
Dentina secundária

Após a erupção do dente, os odontoblastos continuam


a depositar a dentina, mas ligeiramente modificam
sua direção, o que contribui para a inclinação dos
túbulos dentinários. Isto é designado dentina
secundária e é sintetizado a uma razão muito mais
baixa e não tem uma estrutura tão regular quanto a
dentina primária. A dentina secundária é depositada
durante o resto da vida do dente.
TÚBULOS DENTINÁRIOS

Os túbulos dentinários se estendem por toda a espessura da


dentina e apresentam conformação cônica, com o diâmetro
maior voltado para a polpa (média de 2,5 μm) e o diâmetro
menor voltado para a periferia, próximo ao esmalte ou
cemento (média de 0,9 μm). A densidade tubular também é
maior próximo à polpa, com aproximadamente 65.000
túbulos/mm² , quando comparada com aproximadamente
15.000 túbulos/mm² na junção amelodentinária (JAD).
Túbulos dentinários
TÚBULOS DENTINÁRIOS
TÚBULOS DENTINÁRIOS

Canalículos que estão completamente abertos, visto em


fraturas recentes ou em dentina que sofreu ataque ácido.
TÚBULOS DENTINÁRIOS

Canalículos que estão completamente fechados com


smear-layer.
DENTINA PERITUBULAR

A dentina alinhada as paredes internas dos túbulos é


chamada de dentina intratubular ou peritubular. A dentina
intratubular representa uma forma especializada da
ortodentina não encontrada em todos os mamíferos. Por sua
baixa quantidade de colágeno, a dentina peritubular é mais
dura que a dentina intertubular e, portanto, é mais
rapidamente dissolvida por ácido do que a dentina
intratubular. Preferencialmente, ao remover a dentina
peritubular, agentes de condicionamento ácido usados
durante procedimentos restauradores dentários e o ácido
DENTINA PERITUBULAR
DENTINA INTERTUBULAR

A dentina intertubular se localiza entre a dentina peritubular


e constitui o grosso da dentina.. Sua matriz orgânica se
constitui, principalmente, de fibrilas de colágeno com
diâmetros de 50 a 100 nm. Essas fibrilas estão
aproximadamente orientadas em ângulos retos aos túbulos
da dentina. Elas são bem calcificadas e fornecem força
tensional à dentina. A dentina intertubular é encontrada
entre a JAD e a frente de mineralização.
DENTINA INTERTUBULAR
DENTINA INTERTUBULAR
Corte por desgaste de um dente demonstrando a
ramificação dos túbulos da dentina próximos da
junção amelodentinária (JAD). Essas ramificações
p o d e m re s p o n d e r p e l o a u m e n t o d a s e n s i b i l i d a d e
clínica na JAD.
RESPOSTA DO COMPLEXO DENTINO-
PULPAR AOS AGENTES IRRITANTES

De maneira geral, esse complexo responde a esses


irritantes com a produção de dentina, tendo como principal
objetivo limitara difusão de componentes tóxicos para o
tecido pulpar, pela diminuição da permeabilidade do tecido
dentinário, bem como afastar-se da fonte agressora. Dessa
forma, a resposta do complexo dentino-pulpar compreende
três mecanismos básicos de defesa, que estão intimamente
relacionados e que dependem do tempo e da intensidade da
agressão: a deposição de dentina intratubular; a deposição
de dentina terciária; e a inflamação/resposta imune.
RESPOSTA DO COMPLEXO DENTINO-
PULPAR AOS AGENTES IRRITANTES

O primeiro mecanismo, a deposição de dentina intra-


tubular, resulta na formação da esclerose dentinária. Esse
fenômeno é considerado um importante mecanismo de
defesa da polpa, o qual reduz e pode até mesmo obstruir a
luz interna dos túbulos dentinários, reduzindo
drasticamente a permeabilidade da dentina.
Quando o dente é exposto à atrição, ocorre uma alteração
no movimento de fluido dentinário do interior da polpa para
fora, com o objetivo de conduzir e formar depósitos de
minerais no interior dos túbulos.
DENTINA ESCLERÓTICA

Fotomicrografia da dentina esclerosada (seta), evidenciada


nos processos de cárie crônica, em dente
preparado por desgaste. Microscópio óptico – Aumento
DENTINA ESCLERÓTICA

Aspectos clínicos de uma cárie crônica na face oclusal


(seta) do elemento 85. Observar a pigmentação escurecida
na superfície da dentina.
Dentina terciária
A dentina terciária, ou dentina reparativa ou reativa,
é depositada em consequência de um processo
patológico, como uma cárie ou a abrasão oclusal. A
dentina terciária foi sugerida como sendo secretada
pelos odontoblastos originais ou, no caso de sua
morte, por odontoblastos de reposição recém
diferenciados originando-se de células-tronco
mesenquimais vizinhas. A função da dentina terciária
é proteger a polpa em relação a influências nocivas. A
dentina terciária tem uma estrutura desorganizada em
comparação à dentina primária e à secundária.
Dentina terciária
A dentina reacional é formada por odontoblastos que
sobreviveram à injúria e exibem túbulos que são
contínuos aos túbulos da dentina secundária. A
dentina reparadora, por sua vez, é formada por
células recém-diferenciadas semelhantes aos
odontoblastos, que se originam a partir de células-
tronco mesenquimais da polpa, que substituem os
odontoblastos originais destruídos pelo estímulo. A
dentina esclerosada (ou esclerótica) é caracterizada
pela obliteração total ou parcial dos túbulos
dentinários e pode resultar tanto do aumento da
Dentina terciária

Dentina reacional (DRL)


depositada abaixo de uma área
de agressão de baixa
intensidade aplicada sobre o
complexo dentino-pulpar. Nota-
se a linha cálcio-traumática
(setas), sendo que, abaixo dela,
a matriz de dentina reacional
recém-depositada exibe túbulos
dentinários evidentes. Uma
camada contínua de
odontoblastos também pode ser
Dentina terciária
Dentina reparadora (DRA)
depositada abaixo de uma área
de agressão de forte intensidade
aplicada sobre
o complexo dentino-pulpar.
Nota-se que resíduos de
Odontoblastos primários mortos
permaneceram incluídos em
uma matriz de dentina amorfa
(setas oblíquas), a qual, em uma
região mais interna, apresenta
alguns túbulos dentinários
irregulares (setas horizontais).
Dentina terciária
Dentina terciária
Dentina terciária

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