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Aperfeiçoamento em
Endodontia
1ª Turma de
Complexo dentina
polpa
inter-relação estrutural e funcional durante toda a
vida do órgão dental. Responsáveis pela síntese e
COMPLEXO
deposição da matrizDENTINO-PULPAR
de dentina, as células da
polpa, denominadas odontoblastos, permanecem
com seus prolongamentos citoplasmáticos no
interior dos túbulos dentinários.
Consequentemente, as repercussões e os
mecanismos de resposta tecidual ocorrem de forma
integrada, o que determina que a dentina e a polpa
sejam entendidas e reconhecidas como integrantes
de um mesmo complexo, o complexo dentino-
pulpar.
FORMAÇÃO DO COMPLEXO
O dente deriva de dois tipos de tecidos
embrionários DENTINO-PULPAR
básicos: o ectoderma, que origina o
esmalte, e o ectomesênquima, derivado da crista
neural, que origina a dentina, a polpa e os tecidos
periodontais. O início da formação do dente
ocorre durante a sexta semana de vida
embrionária e se caracteriza por um espessamento
localizado do ectoderma oral, associado aos
processos embrionários maxilar e mandibular.
Este crescimento epitelial ocasiona a formação da
lâmina dentária.
DENTINO-PULPAR
DENTINO-PULPAR
DENTINO-PULPAR
FORMAÇÃO DO COMPLEXO
DENTINO-PULPAR
A etapa seguinte do desenvolvimento dentário é
dividida em três estágios sequenciais, que são
denominados de acordo com a morfologia do
desenvolvimento do germe dentário: (a) botão, (b)
capuz e (c) campânula.
No estágio inicial, o germe dentário assume a
forma de um “botão”, em decorrência da
proliferação do epitélio da lâmina dentária do
ectomesênquima
DENTINO-PULPAR – Fase de Botão
FORMAÇÃO DO COMPLEXO
Campânula
Campânula
A POLPA
A polpa dentária é constituída de tecido
conjuntivo frouxo especializado. O que a torna
única é o seu confinamento entre paredes rígidas
de um tecido que ela mesma produziu,
relacionando-se com o meio externo do dente
através de forames e foraminas apicais, bem como
canais laterais. Isso dá à polpa um ambiente de
baixa tolerância, pois o substrato nutricional
provém da vascularização que atravessa os
pequenos forames e foraminas.
A POLPA
a) Formativa: os odontoblastos do tecido pulpar são
re s p o n s á v e i s FUNÇÕES
p e l a d e n t i n o g êDA
n e s e ;POLPA
b) Sensitiva: a inervação sensorial pulpar atua como um
sistema de alarme eficaz, indicando alterações na
normalidade.
c) Nutritiva: a vascularização pulpar fornece oxigênio e
nutrientes, que são essenciais para a formação de
d e n t i n a e p a r a a p r ó p r i a s o b re v i v ê n c i a p u l p a r ;
d) Defensiva: o tecido pulpar pode se defender contra
i n f e c ç õ e s m i c ro b i a n a s p o r m e i o d a p ro d u ç ã o d e d e n t i n a
e s c l e ro s a d a e / o u t e rc i á r i a e d a a t i v a ç ã o d a re s p o s t a
i m u n e . D e n t e s c o m p o l p a s s a d i a s , q u e a p re s e n t a m
v a s c u l a r i z a ç ã o a b u n d a n t e , s ã o m u i t o m a i s re s i s t e n t e s à
infecção bacteriana e não desenvolvem lesão
p e r i r r a d i c u l a r. C o n s e q u e n t e m e n t e , a m a n u t e n ç ã o d a
vitalidade pulpar pode ser considerada a melhor forma
H i s t o l o g i c a m e n t e , z o n a s d i s t i n t a s s ã o p e rc e p t í v e i s n a
p o l p a s a d i a . A c a m aA d aPOLPA
odontoblástica é a zona mais
periférica da polpa e se encontra adjacente à pré-
dentina. Uma alta densidade c e l u l a r, incluindo
f i b ro b l a s t o s , c é l u l a s - t ro n c o i n d i f e re n c i a d a s e c é l u l a s
i m u n e s , é o b s e r v a d a n a re g i ã o p u l p a r d e n o m i n a d a z o n a
rica em células, que é separada da camada
o d o n t o b l á s t i c a p e l a z o n a p o b re e m c é l u l a s ( o u z o n a d e
We i l ) . A z o n a r i c a e m c é l u l a s é m a i s p ro e m i n e n t e n a
p o l p a c o ro n á r i a q u e n a p o l p a r a d i c u l a r. A z o n a p o b re e m
c é l u l a s , p o r s u a v e z , c o n t é m c a p i l a re s s a n g u í n e o s , u m a
r i c a re d e d e f i b r a s n e r v o s a s ( f o r m a n d o o p l e x o n e r v o s o
d e R a s h k o w ) e p ro c e s s o s f i b ro b l á s t i c o s . A p o l p a t a m b é m
p o s s u i u m a re g i ã o d e n o m i n a d a p o l p a p ro p r i a m e n t e d i t a ,
q u e é a z o n a c e n t r a l d a p o l p a e c o n t é m o s m a i o re s v a s o s
sanguíneos e n e r v o s , j u n t o a f i b ro b l a s t o s e o u t r a s
A POLPA
A POLPA – Camada odontoblástica
A camada mais externa das células da polpa saudável é a
camada de odontoblastos. Essa camada se localiza
imediatamente abaixo da pré-dentina. E n t re os
odontoblastos adjacentes existe uma série de junções
célula a célula especializadas (i.e., complexos de
junções), incluindo desmossomas (i.e., junções
a d e re n t e s ) , j u n ç õ e s c o m u n i c a n t e s t i p o g a p ( i . e . , n e x o s ) e
junções oclusivas (i.e., zonula occludens) que ligam os
odontoblastos adjacentes. Os desmossomos, localizados
n a p a r t e a p i c a l d o s c o r p o s c e l u l a re s d e o d o n t o b l a s t o s ,
unem-se aos odontoblastos mecanicamente.
A POLPA – Camada odontoblástica
N a á re a s u b o d o n t o b l á s t i c a , e x i s t e u m a c a m a d a e v i d e n t e
contendo uma p ro p o r ç ã o re l a t i v a m e n t e alta de
f i b ro b l a s t o s c o m p a r a d a à re g i ã o m a i s c e n t r a l d a p o l p a .
E l a é m u i t o m a i s p ro e m i n e n t e n a p o l p a c o ro n á r i a d o q u e
n a p o l p a r a d i c u l a r. A l é m d e f i b ro b l a s t o s , a z o n a r i c a e m
células pode incluir uma quantidade variável de células
imunes como macrófagos e células dendríticas, mas
t a m b é m c é l u l a s - t ro n c o m e s e n q u i m a i s i n d i f e re n c i a d a s .
A POLPA – Zona central
A zona central, é constituída por um tecido conjuntivo
f ro u x o s i n g u l a r, n o q u a l e s t ã o p re s e n t e s f i b ro b l a s t o s ,
c é l u l a s m e s e n q u i m a i s i n d i f e re n c i a d a s , c é l u l a s d o s i s t e m a
i m u n e ( m a c r ó f a g o s e l i n f ó c i t o s ) , a l é m d e c a p i l a re s e
fibras nervosas distribuídas de forma equilibrada na
m a t r i z e x t r a c e l u l a r. E s s a m a t r i z é c o m p o s t a d e e l e m e n t o s
f i b ro s o s e d a s u b s t â n c i a f u n d a m e n t a l ( f o r m a d a p o r
p ro t e o g l i c a n a s , g l i c o s a m i n o g l i c a n a s , g l i c o p ro t e í n a s e
á g u a ) , s e n d o o c o l á g e n o o c o n s t i t u i n t e f i b ro s o m a i s
abundante, e permite a difusão de nutrientes, oxigênio e
p ro t e í n a s e n t re os componentes c e l u l a re s e a
m i c ro c i rc u l a ç ã o , o q u e l h e c o n s a g r a p a p e l i m p o r t a n t e n a
m a n u t e n ç ã o d a c a p a c i d a d e d e re p a r a ç ã o p u l p a r
A POLPA – Zona central
Vaso
sanguí
Nota-se neo
que, neste Fibroblast
tecido
conjuntivo o
frouxo, há a
presença de
células do
sistema
imune,
Células da Polpa - Odontoblastos
Teoria
hidrodinâmica
da
sensibilidade
da dentina.
Estímulos
externos
causam
movimento do
fluido
dentinário em
Sensibilidade dentinária
Atualmente, o tratamento da hipersensibilidade dos dentes é
voltado para a redução do diâmetro funcional dos túbulos da
dentina para limitar o movimento do fluido. Quatro modalidades
de tratamento possíveis podem cumprir este propósito:
1. Formação de smear layer sobre a dentina sensível através de
polimento da superfície exposta da raiz.
2. Aplicação de agentes, tais como os compostos de oxalato, que
formam precipitados insolúveis dentro dos túbulos
3. Aplicação de agentes, tais como o hidroxietil metacrilato
(HEMA) com ou sem glutaraldeído, que obstruem os túbulos com
proteínas plasmáticas jogadas no fluido da dentina
4. Aplicação de agentes adesivos da dentina para fechar os túbulos
Vascularização pulpar
A vascularização pulpar é fornecida por vasos sanguíneos que
entram na polpa via forame apical ou foraminas e, em seguida,
se estendem e ramificam no sentido coronário. A
vascularização é originada a partir dos ramos da artéria
infraorbital, da artéria alveolar posterossuperior ou da artéria
alveolar inferior, que, por sua vez, tem origem na artéria
maxilar, um ramo da artéria carótida externa.
O percentual do volume de tecido pulpar ocupado por vasos
sanguíneos é de aproximadamente 14%. Consequentemente, a
polpa dental tem o maior valor de fluxo sanguíneo por
unidade de peso entre os tecidos orais
Vascularização pulpar
Vascularização pulpar
Inflamação
Quando a polpa dental é injuriada, ela responde da mesma
forma que outros tecidos conjuntivos com uma resposta imune
de duas fases. A resposta imune inicial é inespecífica porém
rápida, ocorrendo em minutos ou horas. A segunda resposta é
específica e inclui a produção de anticorpos específicos.
Em outros tecidos, como a pele (na qual a inflamação foi
primeiramente descrita), a produção aumentada de fluido
tecidual resulta em edema. Como a polpa está dentro de uma
câmara rígida, não complacente, ela não pode edemaciar, e a
formação aumentada de fluido intersticial resulta em um
aumento na pressão de fluido tecidual.
Dentina
A dentina é um tecido mineralizado que constitui grande parte
da estrutura dentária. É constituída por 70% de material
inorgânico, principalmente cristais de hidroxiapatita, 10% de
água e 20% de matriz orgânica, composta principalmente de
colágeno (cerca de 90%). A elasticidade da dentina fornece
flexibilidade para o frágil esmalte de cobertura e permite que
haja o impacto da mastigação sem a fratura do esmalte. Por
uma perspectiva de engenharia, o colágeno pode ser
considerado uma barra de aço e os cristais mineralizados
agem como cimento; a estrutura composta resultante tem
grande força
Dentina
Vista geral da polpa
coronária de um pré-molar
humano jovem extraído. É
possível observar que a polpa
(P) está envolvida pela
dentina (D), a qual é
internamente revestida por
uma camada contínua de
odontoblastos (setas).
Tricrômico de Masson, 32×
na cavidade oral. Ela é classificada como ortodentina,
a forma tubular Dentina primária
de dentina desprovida de células
encontrada nos dentes de todos os mamíferos
dentados. A dentina primária é secretada a uma razão
relativamente alta e constitui a principal parte da
dentina no dente. Ela tem estrutura regular e contém
túbulos de dentina que formam uma curvatura
primária em forma de S em consequência do
movimento direcional dos odontoblastos, que têm um
processo celular que se estende a partir de uma borda
periférica mais larga em direção a uma camada
celular estreita localizada centralmente.
Dentina secundária