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CISTOS DA

CAVIDADE ORAL
CONCEITO DE CISTOS

Cisto são definidos como sendo uma Cavidade patológica,


frequentemente revestida por epitélio e que apresenta no seu
interior conteúdo Fluido ou Semi-sólido.
Ocorrem em todas as idades, sendo mais frequentes nos
adultos, não havendo diferença quanto a gênero e raça.
ETIOLOGIA DOS
CISTOS

O surgimento dos cistos provavelmente está ligado aos resíduos


epiteliais que permanecem na região durante o processo da
formação dentária e ao longo das linhas de fusão dos ossos
maxilares na embriogênese, podendo estar associado ou não a
processos patológicos inflamatórios.
ETIOLOGIA DOS CISTOS
Os remanescentes epiteliais, por estímulos
desconhecidos, proliferam formando ilhotas
celulares que, por terem nutrição insuficiente,
causada pela distância do tecido conjuntivo
adjacente, favorecem a degeneração das
celulas centrais, que por ação enzimática se
liquefazem. Neste líquido, encontramos alta
concentração protéica, como também cristais
de colesterol, o que gera alta pressão osmótica.
ETIOLOGIA DOS
CISTOS
A cápsula cística funciona como uma membrana
semipermeável, trazendo líquido dos espaços teciduais para
dentro da lesão, até se estabelecer o equilíbrio hidrostático.
Isto faz com que a lesão cística apresente um crescimento
lento e contínuo, passando por quatro fases evolutivas bem
marcadas, a saber:
FASES DOS CISTOS
 SILENCIOSA : Sem manifestação clínica, encontrada
geralmente em exame radiográfico de rotina, o que torna
imperativa a solicitação de radiografia panorâmica a todo
cliente de primeira consulta.
 DEFORMAÇÃO : Abaulamento das corticais ósseas decorrente
do crescimento da lesão. É mais facilmente perceptível na
maxila que na mandíbula, devido à menor espessura das
corticais maxilares, oferecendo menos resistência à expansão.
FASES DO CISTO

 EXTERIORIZAÇÃO : Aumento da deformação, com


adelgaçamento das corticais ósseas, podendo
ocorrer sua ruptura no ponto mais proeminente, o
que possibilita à pressão digital a sensação de
compressão de uma bola de “PING-PONG”.
 INFECÇÃO : Por comunicação com a cavidade
bucal, através do periodonto ou eventualmente por
via hematogênica, o cisto sofre um processo
infeccioso agudo de grande repercussão e evolução
rápida, que exige intervenção imediata com
medicação antibiótica e drenagem.
DIAGNÓSTICO DOS CISTOS
 Para um diagnóstico definitivo, será necessário unir os
achados clínicos e de imagem a diversos diagnósticos
histológicos.

1 ) ANAMNESE

2 ) OBSERVAÇÕES CLÍNICAS

3 ) EXAMES IMAGEOLÓGICOS
DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO
 Odontogênicos
Inflamatórios
Desenvolvimento
 Não-Odontogênicos
Classificação dos Cistos
Odontogênicos

A.INFLAMATÓRIO:
- PERIAPICAL
- RESIDUAL
- PARADENTAL
CISTOS
PERIAPICAIS
São os cistos mais comuns ( 65% ), se origina
de processos inflamatórios e aos restos
epiteliais de Malassez.
Isto é demonstrado pelo fato de que
praticamente todo cisto radicular origina-se de
granulomas periapicais preexistentes.
Clinicamente temos dentes sem vitalidade
pulpar e área radiolúcida bem definida
associada ao ápice ou região lateral do dente
envolvido.
Granuloma Dentário
Cisto
Radicular

Granuloma
Periapical
Cisto Radicular
Cisto

Radicular
Cisto

Radicular
CISTOS
PERIAPICAIS

Não apresentam sintomatologia dolorosa, ao menos que estejam


infectados.
Cistos grandes periapicais podem envolver todo um quadrante,
promovendo MOBILIDADE DENTAL
CISTO PERIAPICAL RESIDUAL

Surge em decorrência da manutenção de um processo patológico


apical após a exodontia, ou seja, os remanescentes do epitélio ou
a presença de um cisto propriamente dito que permaneçam dão
origem ao cisto residual
CISTO PERIAPICAL RESIDUAL
CISTO PERIAPICAL
PARADENTAL
É o cisto inflamatório mais comum associado à
região distal do terceiro molar inferior retido.
Representa de 0,5 a 0,4% de todos os casos de
cistos maxilo-mandibulares. Esta lesão é
resultante do processo inflamatório ao redor do
tecido gengival que recobre parcial ou
totalmente o terceiro molar.
Radiograficamente, apresenta-se como uma área
radiolúcida na porção apical da raiz.
CISTO PERIAPICAL
PARADENTAL
CISTO RADICULAR
PARADENTAL
CLASSIFICAÇÃO DOS
CISTOS
ODONTOGÊNICOS
B. DESENVOLVIMENTO:
- DENTÍGERO
- ERUPÇÃO
- GENGIVAL RECÉM-NASCIDO
- GENGIVAL ADULTO
- PERIODONTAL LATERAL
- CALCIFICANTE
- GLÂNDULAR
- QUERATOCISTO
CISTO DENTÍGERO
 Cisto relacionado à coroa de um dente não
erupcionado, aderido à junção cemento-esmalte

Origem: Epitélio reduzido do órgão do esmalte


20% todos cistos - comum
3MI, CS, MS, 2PMI
2,3,e 4 décadas de vida
CISTO DENTÍGERO
(CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS)

20% dos cistos


entre 2-4 décadas de vida
terceiros molares
pode ocorrer em dentes supra numerários
pequenos - assintomáticos, descobertos ao acaso
grandes - sintomático, expansão óssea
CISTO DENTÍGERO
(CARACTERÍSTICAS
RADIOGRÁFICAS)

área radiolúcida
geralmente unilocular
associado à coroa dente não erupcionado
bordo esclerótico
50% causam reabsorção dentária
pode deslocar elementos dentários
CISTO DENTÍGERO
(DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL)

pequeno - difícil (cisto X folículo pericoronário)


3 a 4 mm de diâmetro
queratocisto
ameloblastoma
CISTO DENTÍGERO
CISTO DENTÍGERO
CISTO DE ERUPÇÃO
CISTO DE ERUPÇÃO
CISTO DE ERUPÇÃO
CISTO GENGIVAL DO
RECÉM-NASCIDO

Contém ceratina, são superficiais e encontrados na mucosa


alveolar. Se originam do remanescente da lâmina dentária.
Aparecem como pequenas pápulas esbranquiçadas
geralmente múltiplas, na mucosa de revestimento dos
processos alveolares do recém-nascido. São muito comuns,
mas como desaparecem espontaneamente por seu
rompimento na cavidade oral, raramente são notados ou
removidos para biópsia. Não é necessário tratamento pois as
lesões diminuem espontaneamente.
CISTO GENGIVAL DO
ADULTO

O Cisto Gengival do Adulto (CGA), é uma lesão benigna de origem


odontogênica incomum, etiologicamente relacionada com lâmina
dentária, mais comum em paciente entre a 5° e 6° década,
normalmente localizados na região de pré-molares e caninos
inferiores, seguido pela região anterior de maxila.
Correspondente, no tecido mole, ao cisto periodontal lateral.
Origem: resto de lâmina dentária do dente adjacente.
Características clínicas: tumefação na gengiva, assintomático,
superfície lisa, cor da mucosa normal.
Localização e idade: PM e C Inferiores (gengiva inserida).
CISTO PERIODONTAL
LATERAL

Se assemelha ao cisto gengival do adulto.


Ocorre ao longo da superfície lateral da raiz de um dente COM
VITALIDADE.
Maior prevalência em IL e PM inferiores.
CISTO PERIODONTAL
LATERAL
Exame Radiografico: área radiotransparente bem circunscrita
multilobular localizada lateralmente a raiz ou raízes de um dente
COM VITALIDADE.
CISTO ODONTOGÊNICO
GLANDULAR
Causa expansão e perfuração de cortical. Não tem prevalência
quanto a idade e sexo.
CISTO ODONTOGÊNICO
GLANDULAR
CISTO ODONTOGÊNICO
CALCIFICANTE

é uma neoplasia odontogênica epitelial de origem incerta.


Ocorre em pacientes de todas as idades, embora acometa os mais jovens.
As lesões centrais (intraósseas) não apresentam predileção por localização
específica, afetando tanto a mandíbula como a maxila. No entanto, as
periféricas ocorrem principalmente na região anterior.
TUMOR ODONTOGÊNICO
QUERATOCISTO
(CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS)
infância até adultos

pico na 2-3 ; 5 décadas

mais frequente em homens

10-12% de todos os cistos de desenvolvimento

60-80% região posterior mandíbula


TUMOR ODONTOGÊNICO
QUERATOCISTO
(CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS)
pequenos:
• assintomáticos, descobertos ao acaso
grandes:
• dor , aumento de volume, drenagem de secreção
Crescimento: sentido antero-posterior (sem
expansão corticais V e L)
Mútiplos Queratocistos : Síndrome de Gorlin ou
Síndrome Carcinoma Basocelular
TUMOR ODONTOGÊNICO
QUERATOCISTO
(CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS)
lesão radiolúcida uni ou multilocular
margens lisas ou corrugadas
25 a 40% casos associada com dentes não irrompidos.
reabsorção dentária menos comum que Periapical e Dentígero
CISTOS NÃO-
ODONTOGÊNICOS
CISTOS NÃO-
ODONTOGÊNICOS

- Ducto Nasopalatino ou Canal Incisivo

- Cisto Nasolabial
CISTO DUCTO
NASOPALATINO OU DO
CANAL INCISIVO
patogênese duvidosa

trauma, infecção do ducto, retenção de muco de gl. Salivares


menores

aumento volumétrico região anterior do palato, drenagem e dor

assintomático
CISTO DUCTO NASOPALATINO OU DO
CANAL INCISIVO
Lesão radiolúcida, bem delimitada, próximo linha média da região
anterior maxila e próximo aos ápices dos IC.
Aredondada, ovalada, coração, pêra invertida
Pequenos diâmetros: difícil diferenciar do forame
Tecido mole= cisto papila incisiva
Enucleação
CISTO NASOLABIAL

É um cisto de desenvolvimento raro, não odontogênico, cujo


desenvolvimento ocorre na região inferior da asa nasal, com patogênese
ainda incerta.
Estes cistos são frequentemente assintomáticos, promovendo a elevação
da asa do nariz e o apagamento do sulco nasolabial
CISTO NASOLABIAL

Clinicamente, cerca de 90% dos casos são unilaterais, acometendo, na


maioria das vezes, mulheres, pacientes negros e adultos entre a quarta e
a quinta década de vida. Apesar de a sua patogênese ser obscura,
existem duas teorias principais para a origem do cisto nasolabial.
De acordo com a primeira, o cisto é originado das células epiteliais retidas
ao longo da linha de fusão dos processos nasal lateral, nasal mediano e
maxilar, enquanto a segunda teoria sugere que os cistos se desenvolvem
do epitélio do ducto nasolacrimal.
CISTO NASOLABIAL
CISTO DE
MAXILA
PUNÇÂO DO
LÍQUIDO CÍSTICO
ENUCLEAÇÃO DE
CISTO PERIAPICAL
ENUCLEAÇÃO DE
CISTO PERIAPICAL
ENUCLEAÇÃO DE
CISTO PERIAPICAL
SUTURA E PÓS DE 7
DIAS
CISTO DENTÍGERO DO DENTE 45
ESVAZIAMENTO DE
CISTO DENTÍGERO DO 45
4 MESES DE
ESVAZIAMENTO DO
CISTO
CISTO GRANDE PERIAPICAL NO
PALATO
ESVAZIAMENTO DO
CISTO
ESVAZIAMENTO DO
CISTO
ESVAZIAMENTO DO
CISTO
PUNÇÃO DO CISTO +
ABERTURA PARA
COLOCAÇÃO DO TUBO
COLOCAÇÂO DO TUBO + SUTURA
SUTURA E TUBO
FIXADO
RADIOGRAFIA OCLUSAL IMEDIATA
PÓS-OPERATÓRIO – RX DE
CONTROLE
RADIOGRAFIA INICIAL, E 2 MESES
APÓS
ESVAZIAMENTO DO CISTO 4 MESES
APÓS
CISTO
PERIAPICAL
ESVAZIAMENTO
PUNÇÃO DE LÍQUIDO CÍSTICO
CISTO GRANDE – RADIOGRAFIA
PANORÂMICA
TOMOGRAFIA DE
CISTO MANDIBULAR
RADIOGRAFIA
PERIAPICAL
DIERESE : INCISÃO E DESCOLAMENTO
DE RETALHO MUCO PERIOSTAL
DIERESE :
OSTECTOMIA
INICIANDO A
ENUCLEAÇÃO (EXERESE)
ENUCLEANDO O
CISTO
LOJA ÓSSEA CÍSTICA, APÓS A
ENUCLEAÇÃO
TRATAMENTO DAS PAREDES
ÓSSEAS, APÓS A ENUCLEAÇÂO
HEMOSTASIA
SUTURA - SÍNTESE
CAPSULA CÍSTICA ENUCLEADA
RADIOGRAFIA DE CONTROLE 12
MESES APÓS A ENUCLEAÇÃO

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