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Cirurgia Parendodôntica

Diante de um fracasso endodôntico, a primeira opção recai sobre o retratamento. No entanto, quando a
tentativa de conter os microrganismos na porção apical e periapical não for possível ou solucionável com o
acesso coronário, a cirurgia parendodôntica desponta como complemente da terapia.

Estatística das Periapicopatias:


Granulomas
Cistos
O diagnóstico definitivo se dá somente por exames histopatológicos

Modalidades Cirúrgicas
Curetagem periapical
Apicectomia
Apicectomia com retrobturação
Reinstrumentação com obturação retrógrada
As modalidades cirúrgicas acontecem em sequência.
O sucesso depende da seleção dos casos, da sequência cirúrgica e do acompanhamento pós-operatório.
INDICAÇÕES

Deltas e dilacerações radiculares apicais;


Reabsorções;
Perfurações apicais;
Instrumentos fraturados;
Ápice fraturado;
Canal sem vedação hermética;
Dentes com próteses ou pinos;
Coroa sem pino bem adaptado;
Condutos laterais calibrosos;
CONTRAINDICAÇÕES

Gerais
As mesmas de qualquer procedimento cirúrgico.

Locais
Processo infeccioso agudo;
Perda óssea extensa;
Oclusão traumática;
Ápice inacessível;
Reabsorção apical muito extensa;
Proximidade com acidentes anatômicos;

Cirurgia Parendodôntica – UCBMF III Amanda Figueiredo


SELEÇÃO DOS CASOS

Avaliação Clínica
Avaliação dos dentes envolvidos: avaliação periodontal e da oclusão;
Avaliação da Higiene Oral: em casos de tecido gengival inflamado e comprometimento periodontal,
sugere-se suspender o procedimento até a melhora do quadro clínico;
Contorno da coroa clínica;
Presença de fratura radicular e fístula;
Bolsa periodontal;
Topografia óssea e fenótipo tecidual;
Presença e extensão da gengiva inserida e livre;
Inserções musculares e eminências radiculares;
Envolvimento de furca e arquitetura das papilas;

Classificação de Kim e Kratchman (2006)

Classes A, B e C – excelente prognóstico;


Classes D, E e F – casos desafiadores e complexos, podem exigir atuação multidisciplinar, uso de
enxertos e membranas;

PRINCÍPIOS GERAIS

Necessidade do uso de Cirurgias Periapicais


Para apicectomia: pericementite aguda | dilacerações dos ápices radiculares | reabsorção externa |
cisto radicular | fratura de instrumento endodôntico no terço apical | calcificação do canal;
Para curetagem apical: extravasamento de material obturador (Gregori) | lesões patológicas em que
a abertura cirúrgica permite a curetagem sem obstáculo causado pela própria raiz;

Cirurgia Parendodôntica – UCBMF III Amanda Figueiredo


Oportunidade Cirúrgica
Uma vez constatada a necessidade de cirurgia parendodôntica, é necessário avaliar a existência de fatores
que possam torna-la inoportuna. Entre eles:
Quando o dente se encontra envolvido em uma lesão neoplásica;
Quando a ressecção radicular necessária é muito extensa e compromete a implantação dentária;
Quando existe retração avançada da crista óssea alveolar que somada com a ressecção venha a
interferir na implantação dentária;

APICECTOMIA COM RETROBTURAÇÃO

Vantagens do preparo com ultrassom


Acesso direto à raiz;
Menor remoção de tecidos ósseo e dentário;
Paredes cavitarias paralelas ao canal radicular;
Menor chance de provocar perfurações radiculares;
Menor quantidade de smear layer e detritos;
Realização de apicectomia em 90º;
Facilidade de irrigação;

Protocolo cirúrgico
Anestesia
Primeiro, anestésico de ação prolongada para bloqueio regional e posteriormente anestésico
convencional para hemostasia pré-operatória.
Incisões – Retalhos sulculares
Oferecer acesso e mobilidade;
Indicado em casos de comprometimento periodontal;
Excelente campo de visão, vascularização e precisa reaproximação tecidual;
Manejar de forma atraumática a área de colo interdental que é crucial na cicatrização por 1ª
intenção;
Neumann Novak Peter

Incisões – Retalhos mucogengivais


Podem ser triangulares ou quadrangulares;
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Principal indicação – casos que não se deve tocar gengiva marginal. Ex.: próteses fixas estéticas;
Excelente possibilidade de reaproximação tecidual;
Contraindicações: presença de bolsa periodontal | limitada quantidade de gengiva inserida | quando
a região cervical precisa ser examinada | raízes curtas | lesões extensas;
Partsch Ochsenbein e Luebke Wassmund

Manejo dos tecidos duros: osso | cemento | Cuidados na Ostectomia:


dentina
Anatomia da área e integridade do
Ostectomia osso;
Ressecção radicular Localização do ápice;
Retropreparo Espessura da cortical;
Retro-obturação Limitar o uso da broca;
Irrigação constante;

Osteotomia:
Brocas esféricas 2, 4, 6 e 8
Brocas tronco cônicas 699 ou 701 com peça reta
Esférica carbide em alta rotação
Ultrassom piezoelétrico

Apicectomia

Retrobturação sempre? Na duvida quanto à hermeticidade do selamento de um extremo apical, a


retrobturação deve ser realizada.

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Características ideais do material obturador:
Adesão às paredes cavitarias;
Selamento do sistema de canais radiculares;
Atóxico;
Bem tolerado pelos tecidos – biocompatível;
Proporcionar reparo;
Fácil manipulação e inserção na cavidade;
Não ser corrosivo ou eletroquimicamente ativo;
Não manchar os tecidos;
Não ser reabsorvível ou afetado pela umidade;
Visível radiograficamente;
Materiais obturadores: MTA | Super EBA | IRM | Ionômero;
Materiais osteopreenchedores da loja cirúrgica: utilizados em defeitos extensos, para reduzir o risco de
ocorrer fibrose cicatricial ao invés de deposição óssea.
Osso autógeno
Osso bovino liofilizado
PRP | PRF

PÓS - OPERATÓRIO

Imediato
Medicação;
Recomendações gerais;
Controle do edema;

Mediato
Acompanhamento clínico;
Acompanhamento radiográfico: 1 mês | 3 meses | 6 meses | Anual

Resultado biológico desejado


Fechamento do ápice;
Reinserção do ligamento periodontal;
Regeneração do osso alveolar;

Critérios de avaliação de cura da lesão periapical


Regeneração óssea;
Desaparecimento da rarefação inicial;
Aspecto uniforme do pericemento;
Integridade da lâmina dura;

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