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Cistos odontogênicos:

Cisto dentígero: separação do folículo da coroa de um dente incluso. Unido ao dente na


junção esmalte-cemento. 3º MI, CS. Mais frequentemente descoberto em pacientes
entre 10 a 30 anos. Cistos grandes podem estar associados a expansão. Lesão
radiolucida unilocular, associada a coroa de um dente incluso, bem definida, muitas
vezes com área esclerótica. Variantes: central circunda coroa, lateral circunda
parcialmente a coroa cresce ao longo da superfície radicular, circunferencial circunda a
coroa se estende a uma distancia ao longo da raiz. 50% com reabsorção radicular.
Considerado cisto no mínimo 3 mm de diâmetro. Histologicamente cápsula de tecido
fibroso frouxo e limitante epitelial 2 a 4 camadas de células epiteliais plana, junção
epitélio conjuntiva plana. Tratamento enucleaçao, marsupializaçao, descompressão.
Cisto de erupção: correspondente no tecido mole do dentigero, separação do folículo
dentário que envolve a coroa de um dente em erupção. Tumefação mole, tranlucida
recobrindo a coroa de um dente. Referidos também como hematoma de erupção.
Histologicamente epitélio oral na parte superior, infiltrado inflamatório na lamina
própria e porção mais profunda camada fina de epitélio escamoso estratificado não
ceratinizado. Tratamento: nenhum ou excisão simples da cobertura cística.
Ceratocisto odontogênico: comportamento histológico, mecanismo de crescimento
diferentes, provavelmente relacionados a fatores inerentes ao epitélio ou atividade
enzimática na cápsula fibrosa. Predileção adultos jovens (10-40 anos), sexo masculino,
mandíbula posterior. Assintomáticos, maiores podem estar associados a dor, tumefação,
drenagem. Tendem a crescer em sentido AP, sem causar expansão. Área radiolucida,
cortical marginal bem definida, lesões grandes podem apresentar-se multiloculadas.
Associada a dente incluso com freqüência. Reabsorção radicular menos comum.
Diagnostico histológico, pode simular radiograficamente dentigero, periapical, residual,
periodontal lateral. Histologicamente cápsula fina e friável, luz cística com liquido
claro, semelhante a transudato ou preenchida por material caseoso, restos de ceratina.
Parede fibrosa fina sem infiltrado inflamatório, limitante epitelial epitélio escamoso
estratificado 6 a 8 cels de espessura. Junção epitélio conjuntivo plana, separação
limitante epitelial cápsula fibrosa. Na superfície luminal cels epiteliais paraceratinizadas
com aparência ondulada/corrugada. Camada basal com céls cúbicas, hipercromatismo,
polarização invertida. Cistos satélites podem ser vistos na cápsula fibrosa (7 a 25% dos
casos). Na presença de alterações inflamatórias pode haver alteração, superfície luminal
paraceratinizada pode desaparecer, proliferação epitelial, perda da característica
superfície basal em paliçada. Pode apresentar ortoceratina. A variante ortoceratinizada
do ceratocisto difere nos aspectos histológicos, comportamento clinico. Tratamento:
completa remoção difícil pela natureza friável, tendem a recorrer por permanência de
fragmentos. Tratamento: enucleação com osteotomia periférica, descompressão e
enucleação posterior.
Cisto odontogênico ortoceratinizado:comportamento clinico e aspecto histológico
semelhante aos outros cistos odontogênicos. Limitante epitélio escamoso estratificado
com superfície ortoceratinizado, limitante epitelial pode ser fino camada basal em
paliçada não presente. Tratamento enucleaçao com curetagem, baixa recorrência.
Síndrome do carcinoma nevóide basocelular: hereditário, múltiplos carcinomas
basocelulares em pele, ceratocistos, anomalias de costelas e vértebras, calcificações
intracranianas. Pode ocorrer hiperteloirismo ocular, prognatismo mandibular. Tumores
na pele, mais freqüente em 1/3 medio da face. Costelas bífidas ou alargadas. Fibroma de
ovário, meduloblastomas. Muitos ceratocistos, inicialmente pode ser apenas 1, muitos
podem se desenvolver posteriormente. Tratamento: enucleação dos cistos.
Cisto gengival do recém nascido: cistos superficiais com ceratina na mucosa alveolar, se
originam de remanescentes da lamina dentaria, desaparecem espontaneamente. Papulas
esbranquiçadas, frequentemente múltiplas, menos que 2 mm de diâmetro
frequentemente.
Cisto gengival do adulto: correnpondente no tecido mole ao periodontal lateral.
Derivado de restos da lamina dentaria. Predileção por região de CI e PMI. Mucosa
gengival/alveolar vestibular. Tumefação indolor, podem ser azulados. Tratamento
excisão.
Cisto periodontal lateral: assintomática, achado radiográfico, região CI e PMI, em
maxila IL. Área radiolucida bem definida, lateralmente a raízes de dentes vitais.
Histologicamente cápsula fibrosa fina limitada por epitélio escamoso com céls epiteliais
cúbicas. Tratamento enucleaçao.
Cisto odontogênico calcificante: incomum. Podem estar associados a odontomas.
Predominantemente intra-óssea. Maior freqüência em região anterior (65%). Extra-
óssea massa gengivais pedunculadas ou sésseis, podem assemelhar-se a fibromas, cistos
gengivais ou granuloma periféricos de céls gigantes. Central como lesão unilocular
radiolucida bem definida, pode ser multilocular, com estruturas radiopacas calcificações
irregulares ou radiopacidades semelhantes a dentes (50% dos casos). 1/3 dos casos
associada a dente incluso, geralmente C. muitos relacionados a afastamento/ reabsorção
radicular, expansão óssea. Histologicamente cápsula fibrosa ,limitante epitelial de 4 a 10
céls, céls basais podem ser cúbicas ou colunares semelhantes a ameloblastos, camada de
epitélio frouxamente pode lembrar o reticulo estrelado de ameloblastoma. Presença de
células fantasmas (perda de núcleo com preservação do contorno celular), é comum
calcificação dessas céls. Os grânulos podem aumentar em numero e tamanho formando
extensas massas de material calcificado. Cistos filhos podem estar presentes na cápsula.
Tratamento: enucleação, periférico excisão.
Carcinoma originados de cistos odontogênicos.

Tumores Odontogenicos
Compreendem um grupo complexo de lesões de comportamento clinico e tipos
histológicos diversos.
Tumores de Epitélio Odontogenico sem Ectomesênquima Odontogênico:
Ameloblastoma: se originam do epitélio odontogênico, podem se originar de
remanescentes do celulares do órgão do esmalte ou células da camada basal da mucosa
oral. Tumores benignos, crescimento lento, localmente invasivos. Três situações
clinico-radiográficas:
Sólido convencional ou multicístico
Unicístico
Periférico (extra-óssea)
Ameloblastoma intra-ósseo multicístico ou sólido convencional: raro em pacientes com
menos de 10 anos, relatimente incomum no grupo entre 10 e 19 anos. Muitas vezes é
assintomático, tumefação indolor ou expansão são manifestações comuns. Predileção
ramo e ângulo mandibular. Aspecto radiográfico mais característico radiolucido
multilocular variando a locos grandes (bolhas de sabão) a pequenos (favo de mel)
freqüentemente expansão, comum reabsorção de dentes adjacentes. Os ameloblastomas
sólidos lesões radilucidas uniloculares podendo lembrar qualquer tipo de lesão cística.
Os ameloblastomas intra-ósseo multicistico ou sólido convencional mostram tendência
a apresentar degeneração cística, muitos tumores apresentam combinação dos aspectos
sólido e cístico. Os cistos podem ser vistos apenas ao nível microscópico ou apresentar
múltiplos cistos grandes, constituindo o tumor. Vários subtipos são reconhecidos, tem
pouco significado no comportamento do tumor. Tipo folicular e plexiforme mais
comuns. No tipo folicular ilhas de epitélio lembram o epitélio do órgão do esmalte em
um estroma de tecido conjuntivo fibroso maduro. No ninho do epitélio céls arranjadas
frouxamente lembrando o reticulo estrelado do órgão do esmalte. Parte central
circundada por camada de céls cúbicas alongadas semelhantes a ameloblastos com
núcleo em oposição a camada basal (polarização invertida) formação de vários
microcistos que se formam na ilha epitelias a grandes cistos macroscópicos.
O ameloblastoma tipo plexiforme longos cordões ou placas de epitélio odontogênico
anastomosados circundados por céls colunares ou cúbicas semelhantes a ameloblastos,
envolvendo céls. Epiteliais arranjadas frouxamente. Estroma arranjado frouxamente
vascular, formação cística geralmente incomum, quando ocorre mais associado a
degeneração do estroma. Tipo acantomatoso: metaplasia escamosa com formação de
ceratina nas porções centrais de um ameloblastoma folicular. Tipo glanular: alteração de
céls epiteliais a céls granulares. Desmoplasico: ilhas e cordões de epitélio odontogenico,
não são presentes céls colunares semelhantes a ameloblastos nas ilhas epitelias em
estroma colágeno denso. Basalóide: menos comum, ninho de céls basalóides uniformes,
reticulo estrelado não se encontra presente. Tratamento: radical, tende a se infiltrar entre
as trabéculas ósseas do osso esponjoso na periferia da lesão antes de a reabsorção se
tornar evidente, a verdadeira margem do tumor muitas vezes estende-se além da
margem clinica ou radiográfica aparente. Ressecção marginal é a forma mais comum de
tratamento com 15% de recorrência, margem de 1 cm. O ameloblastoma convencional é
uma neoplasia infiltrativa persistente que pode matar o paciente por infiltração
progressiva envolvendo estruturas vitais.
Ameloblastoma unicístico: adultos jovens, 2ª década de vida. Assintomática, tumefação.
Área radiolucida que circunda coroa, ou áreas radiolucidas bem definidas. Pode ter
margens festonada e ser o unicistico. Histologicamente: luminal, tumor confinado a
superfície luminal consistindo na parede fibrosa com limitante de epitélio
ameloblastico, apresenta camada basal de céls cúbicas, núcleo s hipercromáticos,
polarização invertida. Céls epiteliais depois da camada basal disosta frouxamente
lembrando retículo estrelado. Intra-luminal: um ou mais nódulos do ameloblastoma
prejetam-se para o lúmen cístico, variando da tamanho, podendo apresentar em alguns
casos nódulos de aspecto plexiforme. Mural: em que a parede fibrosa está infiltrada por
ameloblastoma com característica folicular ou plexiforme. A profundidade e extensão
da infiltração podem variar consideravelmente.Tratamento: frequentemente tratados
como cistos (enucleação). Se for luminal/intraluminal enucleação tratamento adequado.
Se mural, com extensão para cápsula por distância considerável ressecção local, ou
acompanhar.
Ameloblastoma periférico: incomum, lesão em mucosa alveolar e gengiva, pedunculada
ou séssil, não ulcerada e indolor, semelhantes a fibroma. Comportamento clinico
inofensivo, excisão local.
Ameloblastoma maligno:raro, desenvolvimento de metástases em pulmão, nódulos
linfáticos, ossos. Aspectos radiográficos iguais aos amelobastomas típicos, podendo ter
margem mal definida e destruição cortical. Histologicamente céls com características de
malignidade aumento relação núcleo citoplasma, hipercromatismo, áreas de necrose e
calcificações distroficas também podem estar presentes.
Tumor odontogênico epitelial calcificante: células tumorais apresentam morfologia que
lembra céls do estrato intermediário do órgão do esmalte. Região posterior de
mandíbula, tumefação indolor, crescimento lento. Radiolucidez uni ou frequentemente
multilocular, margens festonadas. Pode ser totalmente radi0lucida ou estrutura
calcificada de densidade e tamanho variado. Histológicamente apresenta placasl ilhas ou
cordões de céls epiteliais poliédricas em estroma fibroso, áreas de material extracelular
hialinizado, eosinofilico amorfo. Contorno celular nítido, núcleo com variações
consideráveis, alguns mostram pleomorfismo nuclear. As ilhas do tumor
frequentemente englobam massas de material hialino, do qual se desenvolvem
calcificações e formam anéis concêntricos (Liesegang). Graus variáveis de
calcificações. Tratamento: ressecção local conservadora com estreita margem de osso
adjacente, baixa recorrência.

Tumores de epitélio odontogênico com ectomesenquima odontogênico: proliferação de


epitélio odontogenico com ectomesenquima celular.
Fibroma ameloblastico: região posterior da mandíbula. Radiolucida uni ou multilocular,
margens bem definidas. Histologicamente massa sólida de tecido mole, tecido
mesenquimal rico em céls lembrando papila dentaria primitiva com proliferação de
epitélio odontogênico. Tratamento: margem de segurança.
Fibroodontoma ameloblastico: fibroma ameloblastico com esmalte e dentina. Imagem
uni ou multilocular com grau variável de material calcificado com radiopacidade de
estrutura dentaria, podendo não ser visível. Tratamento: enucleação e curetagem.
Fibrosarcoma ameloblastico: porção mesenquimal com característica de malignidade,
dor e tumefação, crescimento rápido. Área radiolucida mal-definida. Histologicamente
porção mesenquimal altamente celular, hipercromatismo, céls pleomórficas bizarras.
Tratamento: excisão cirúrgica radical.
Tumor odontogênico adenomatóide: pacientes jovens, região anterior de maxila, área
radiolucida bem circunscrita, envolvendo coroa de dente incluso CS, impossível
diferenciar de dentigero. Histológicamente céls epiteliais fusiformes num estroma
fibroso, cápsula espessa envolvendo o tumor, estruturas semelhantes a ductos rodeado
por céls cúbicas, núcleos polarizados para o espaço central podem conter áreas de
calcificação. Tratamento: enucleação.
Odontoamelobastoma: componentes ameloblasticos com elementos semelhantes a
odontoma. Tratamento: semelhante ao ameloblastoma.
Odontoma: anomalias de desenvolvimento (hamartomas). Esmalte, dentina e quantidade
variada de cemento e polpa. Composto: pequenas estruturas semelhantes a dentes ou
complexo massa de esmalte e dentina. Durante as 2 décadas de vida, geralmente
pequenos. Envolvem mais maxila que mandíbula, composto mais em região anterior da
maxila e compostos mais em região de molares. Radiograficamente coleção de
estruturas semelhantes a dente. Odontoma complexo como massa calcificada,
radiopacidade de estrutura dentaria, envolvida por radiolucidez pode ser confundido
com osteoma por exemplo.
Histologicamente múltiplas formações lembrando dentes uniradiculares no interior de
uma matriz frouxa.complexo grande quantidade de dentina tubular calcificada. Tratado
por excisão local simples.

Tumor do ectomesenquima odontogênico com ou sem epitélio odontogênico incluído:


Fibroma odontogênico: maxila anterior, mandíbula posterior. Lesões maiores expansão,
abalamento de dentes., uniloculares bem-delimitadas, maiores podem ser
multiloculares, muitas com bordas escleróticas, comum reabsorção radicular.
Histologicamente fibroblastos estrelados arranjados entre fibras colágenas finas e
substancia fudamental. Restos epiteliais podem ou não estar presentes, ocasionalmente
focos de calcificação distrófica. Tratamento enucleaçao e curetagem.
Mixoma: acredita-se que origina-se do ectomesenquima odontogênico, em adultos
jovens, em qualquer região dos maxilares, expansão em lesões maiores, em algumas
situações crescimento rápido. Lesão radiolucida uni ou multilocular, muitas vezes
margens irregulares ou festonadas, pode conter finas trabéculas de osso muitas vezes
arranjadas em ângulo reto, na mandíbula podem apresentar aspecto bolhas de sabão
como nos ameloblastomas. Histológicamente presença da estrutura frouxa gelatinosa do
mixoma. Microscópicamente células arredondadas, fusiformes e estreladas dispostas em
estroma mixoide frouxo, pequenas ilhas de restos epiteliais podem estar presentes na
substancia fundamental mixóide. Tratamento: em pequenos curetagem em maiores
ressecção mais extensa, não são encapsulados tendem a infiltrar o osso adjacente, em
casos raros acentuada celuridade e atipia celular com curso mais agressivo
(mixosarcomas).
Cementoblastoma: característica histológica idêntica ao osteoblastoma.

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