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Exodontia
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SUMÁRIO
PASSO A PASSO DE UMA EXODONTIA ...................................... 03
MATERIAIS INDISPENSÁVEIS PARA REALIZAÇÃO DE
EXODONTIAS ..................................................................................... 28
EXODONTIA E SUAS CONTRAINDICAÇÕES ............................. 30
CONTRAINDICAÇÕES LOCAIS ......................................................................... 30
CONTRAINDICAÇÕES SISTÊMICAS ................................................................ 32
CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS ................................................................... 34
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O PASSO A PASSO DE UMA EXODONTIA
Nesta etapa, o conteúdo está organizado por meio de fluxograma. Sendo este
dividido essencialmente em técnica fechada (exodontia convencional) e técnica
aberta (necessidade de retalho, osteotomia ou odontossecção). Abaixo temos o
início do fluxograma, onde observamos as características de indicação de ambas
as técnicas e, logo após, o mesmo segue com a explicação de cada etapa destas
abordagens.
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Dente em boca Dente com ampla destruição coronária, dente
retido, dente com grande dilaceração radicular,
dente anquilosado e demais que não sejam
passíveis de extração com técnica fechada
TÉCNICA FECHADA
TÉCNICA ABERTA
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RETALHO MUCOPERIOSTAL
Dentes com ampla destruição coronária, dentes retidos e demais dentes que
não podem ser desinseridos de suas estruturas apenas com sindesmotomia,
requerem a realização de um retalho. Este é composto por incisão e descolamento
mucoperiostal, permitindo uma melhor visualização e acesso ao dente.
Inicia como uma incisão envelope (circundando a cervical dos dentes e descolando
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as papilas), mas terá uma incisão relaxante em uma
de suas extremidades. Esta relaxante é feita a partir
IMPORTANTE
da papila dentária em direção à linha mucogengival
e fundo de sulco (Figura 3 – passos 2 e 3). Sempre que um retalho
apresentar uma incisão
Figura 3 – Incisão em L aberto.
relaxante (como é o caso
da Neumann e Neumann
modificada), devemos
observar dois pontos:
- A incisão relaxante
Fonte: Hupp (2015b). deve estar a no mínimo
um dente de distância
do nosso a ser extraído.
- Incisão de Neumann modificada: semelhante à
anterior, mas possui 2 incisões relaxantes. Indicada
para abordagens que necessitem maior exposição
do campo operatório.
Fonte: Hupp (2015b).
Figura 4 – Incisão Neumann modificada.
- A base do retalho
deve ser maior do que
a porção do retalho
localizada próxima à
gengiva inserida.
Fonte: Hupp (2015b).
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ser utilizada para acesso à região apical ou a cisto e tumores intraósseos, onde
os dentes envolvidos apresentam algum comprometimento (como doença
periodontal).
- Incisão semilunar de Partsch: indicada para acesso vestibular à região apical dos
elementos dentários, em procedimentos paraendodônticos que envolvam um ou
dois dentes e, preferencialmente, que apresentem raízes longas.
Realizamos uma incisão semicircular na região apical das raízes dentárias, evitando
assim o descolamento das papilas e da gengiva marginal livre. Sua extensão
dependerá do campo operatório que necessitamos.
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Figura 8 - Incisão em Y e duplo Y.
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Dente em boca Dente com ampla destruição coronária, dente
retido, dente com grande dilaceração radicular,
TÉCNICA FECHADA
dente anquilosado e demais que não sejam
passíveis de extração com técnica fechada
TÉCNICA ABERTA
SINDESMOTOMIA
INCISÃO
DESCOLAMENTO
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Figura 9 – Movimento de cunha.
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- Fórceps: são instrumentos cuja parte ativa (mordente) se adapta ao formato da
coroa dentária. Possuem desenhos e formas próprias. Sendo assim, existe uma
certa especificidade entre fórceps e o tipo de dente a que seu uso se destina.
NÚMERO DO
INDICAÇÃO
FÓRCEPS
23 Molares inferiores
17 Molares inferiores
11
210H Terceiros molares superiores
Não basta escolher o fórceps certo. É preciso dominar o seu manuseio para que
não haja acidentes como a fratura radicular.
COMO UTILIZAR?
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Figura 12 – Movimentos com fórceps.
Dentes monorradiculares:
Dentes polirradiculares:
IMPORTANTE
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E, no caso de abordagem mandibular, a fim de evitar efeitos na ATM do paciente,
o profissional também deverá realizar apoio na base da mandíbula, conforme
Figuras 14 e 15.
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Figura 16 e 17 – Apoio vestibular e palatino durante o uso do fórceps.
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Dente em boca Dente com ampla destruição coronária, dente
retido, dente com grande dilaceração radicular,
TÉCNICA FECHADA
dente anquilosado e demais que não sejam
passíveis de extração com técnica fechada
TÉCNICA ABERTA
SINDESMOTOMIA
INCISÃO
DESCOLAMENTO
A ostectomia está indicada para os casos onde não seja possível luxar o dente
sem que haja uma maior exposição do mesmo, como, por exemplo, nos casos de
dentes retidos, dentes com grande destruição coronária, dilacerações apicais e
anquiloses.
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Figura 18 e 19 – Ostectomia.
A remoção de tecido óssea será feita até que uma quantidade suficiente de
tecido dentário seja exposta. Este tecido dentário exposto deve ser sadio e o
espaço criado pela ostectomia deve possibilitar a introdução de instrumentos que
realizem luxação dentária, como alavancas e fórceps. Caso ainda não haja apoio
para a luxação dentária, deveremos realizar maior desgaste de tecido ósseo.
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Dente em boca Dente com ampla destruição coronária, dente
retido, dente com grande dilaceração radicular,
TÉCNICA FECHADA
dente anquilosado e demais que não sejam
passíveis de extração com técnica fechada
TÉCNICA ABERTA
SINDESMOTOMIA
INCISÃO
DESCOLAMENTO
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A odontossecção é a divisão programada do dente com finalidade de diminuir o
volume e a resistência do dente, facilitando sua remoção. Assim como a ostectomia,
a odontossecção é necessária nos casos onde a incisão/sindesmotomia e luxação
não são suficientes para que o dente seja removido.
Outro ponto importante ligado à odontossecção é o fato dela ser utilizada para
reduzir a quantidade de tecido ósseo removido, prevenindo fraturas. Ou seja,
quando já realizamos ostectomia de forma demasiada, devemos lançar mão da
odontossecção, para preservação de tecido ósseo, evitando gerar alguma fratura.
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DICA: no caso de odontosecção longitudinal (porção mesial e porção
distal) em dentes polirradiculares, o seccionamento deve se estender até
a região da furca para que o mesmo seja efetivo e possibilite realizar a
separação correta do dente.
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Dente em boca Dente com ampla destruição coronária, dente
retido, dente com grande dilaceração radicular,
TÉCNICA FECHADA
dente anquilosado e demais que não sejam
passíveis de extração com técnica fechada
TÉCNICA ABERTA
SINDESMOTOMIA
INCISÃO
DESCOLAMENTO
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CUIDADOS COM A FERIDA OPERATÓRIA
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Figura 22 – Manobra de Valsava.
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SUTURA
TIPOS DE PONTOS
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Figura 26 e 27 – Ponto em X.
TIPOS DE SUTURA
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- Contínua: um nó inicial e um final. Pode ser simples ou festonada (fio é ancorado
na alça do ponto anterior).
HEMOSTASIA
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Figura 32 – Compressão do alvéolo com gaze úmida.
Em casos onde o paciente seja portador de algum distúrbio sanguíneo ou que haja
algum tipo de hemorragia transoperatória, podemos lançar mão de outros métodos
como cera para osso, suturas em massa, ligadura de vasos, eletrocoagulação,
esponjas hemostáticas, entre outros. No módulo 10 deste curso, serão abordados
com maiores detalhes os casos de hemorragias trans e pós-operatórias.
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MATERIAIS INDISPENSÁVEIS PARA
REALIZAÇÃO DE EXODONTIAS
- Sindesmótomo
- Descolador
- Cureta de Lucas
- Gaze estéril
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Figura 33 - Sugestão de disposição do instrumental na mesa cirúrgica.
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EXODONTIA E SUAS CONTRAINDICAÇÕES
Em alguns casos, embora haja indicação de extração, o procedimento não pode ser
realizado devido a situações relacionadas ao dente em questão ou em função de
condições de saúde do paciente. Algumas vezes, as contraindicações são relativas,
pois mediante alguns cuidados ou tratamentos adicionais, o procedimento pode
ser executado. Em outros casos, entretanto, a contraindicação pode ser tão
significante que o dente não deve ser removido até que a severidade do problema
tenha sido resolvida. Geralmente, as contraindicações são divididas em dois
grupos: local e sistêmica.
CONTRAINDICAÇÕES LOCAIS
Figura 34 – Radiação.
Existem várias contraindicações locais às extrações
dentárias. A mais importante e crítica é a HISTÓRIA DE
RADIOTERAPIA contra câncer. As extrações feitas em
uma área de radiação podem causar osteorradionecrose
e, portanto, devem ser feitas com extrema cautela
(como descrita no módulo 2 deste curso). Fonte: Instituto Vencer o
Câncer (2013).
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Figura 36 – Pericoronarite.
Os pacientes com PERICORONARITE SEVERA
(aumento de volume importante - podendo envolver
espaço extrabucal - febre e mal-estar) não devem ter o
dente extraído até que o quadro tenha sido atenuado.
O tratamento não-cirúrgico prévio à extração deve
incluir antibioticoterapia, irrigação/bochecho com
Fonte: Hupp (2015d).
clorexidina aquosa 0,12% de 12 em 12 horas e, se
houverem condições de acesso e de anestesia local, a raspagem/curetagem
da placa bacteriana adjacente também deve ser executada, possibilitando que
a exodontia possa ser realizada na atenção primária após resolução desta fase
aguda. Se a exodontia for realizada durante um episódio de pericoronarite severa,
o risco de complicações aumenta.
Figura 37 – Abscesso.
Por fim, o ABSCESSO DENTOALVEOLAR
AGUDO. Podemos nos deparar com uma maior
dificuldade para extração destes dentes, pois
o paciente pode não conseguir abrir a boca o
suficiente ou a anestesia local pode não ser tão
eficaz. Contudo, isso não significa que não se
Fonte: Bastos (2013).
pode realizar o procedimento. Se as condições de
acesso e anestesia puderem ser obtidas, o dente pode e deve ser removido o mais
cedo possível. Caso contrário, deve ser iniciada antibioticoterapia e a extração
deverá ser realizada assim que possível.
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CONTRAINDICAÇÕES SISTÊMICAS
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hospitalar ou até mesmo poderá passar por tratamento paliativo (coronectomia/
sepultamento de raízes).
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CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS
Figura 38 – Gravidez.
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Paciente Adiar procedimento
com doença Angina instável, AVC ou infarto até que o paciente
sistêmica severa, há menos de 6 meses, convulsões se torne ASA III.
ASA IV
representa não controladas, HAS estágio 3 Realizar atendimento
risco de vida (PA acima de 180 e 110). de urgência em
constante. ambiente hospitalar.
Paciente
moribundo com Procedimentos
ASA V perspectiva de eletivos estão
óbito em 24 contraindicados.
horas.
Paciente com
morte cerebral,
mantido em
ventilação
ASA VI
controlada e
perfusão, para
doação de órgãos
(transplante).
Fonte: Adaptado de Puricelli (2014d).
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REFERÊNCIAS
ABC DA SAÚDE. Tumores odontogênicos: a importância do diagnóstico precoce.
Porto Alegre, 5 jan. 2010. Disponível em: https://www.abcdasaude.com.br/
odontologia/tumores-odontogenicos-a-importancia-do-diagnostico-precoce. Acesso
em: 29 set. 2020.
BASTOS, D. Abscesso dentário. SorriAqui, Nova Iguaçu, 27 maio 2013. Disponível em:
https://www.sorriaqui.com.br/abscesso-dentario/. Acesso em: 29 set. 2020.
HUPP., J.R. Instrumentação para cirurgia oral básica. In.: HUPP, J. R.; ELLIS III, E.;
TUCKER, M.R. (orgs.). Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6 ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2015a. Cap 6, p. 66-87.
HUPP., J.R. Princípios da exodontia de rotina. In.: HUPP, J. R.; ELLIS III, E.; TUCKER,
M.R. (orgs.). Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2015b. Cap 7, p. 88-118.
HUPP., J.R. Princípios de exodontia complexa. In.: HUPP, J. R.; ELLIS III, E.; TUCKER,
M.R. (orgs.). Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6 ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2015c. Cap 8, p. 119-142.
HUPP, J.R. Princípios de tratamento de dentes impactados. In.: HUPP, J. R.; ELLIS III,
E.; TUCKER, M.R. (orgs.). Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 6 ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2015d. Cap 9, p. 143-167.
INSTITUTO VENCER O CÂNCER. Câncer. Tratamento. Radioterapia. [S. l.], 3 set. 2013
[atual. 22 maio 2019]. Disponível em: https://vencerocancer.org.br/cancer/tratamento/
radioterapia/. Acesso em: 29 set. 2020.
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PURICELLI, E. Fundamentos em cirurgia e traumatologia bucomaxilofaciais. In: ___.
(org.). Técnica anestésica, exodontia e cirurgia dentoalveolar. Porto Alegre: Artes
médicas, 2014a. Cap 4, p. 43-55.
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EQUIPE RESPONSÁVEL
Coordenação Executiva
Revisores
Rodolfo Souza da Silva
Angelo Luiz Freddo
Carlos Eduardo Baraldi
Responsável Teleducação
Deise Ponzoni
Ana Paula Borngräber Corrêa
Vinicius Coelho Carrard
Gestão educacional
Revisão ortográfica
Ylana Elias Rodrigues
Ana Paula Borngräber Corrêa
Angélica Dias Pinheiro
Coordenação do curso
Adriana Corsetti
Normalização
Taíse Simonetti
Geise Ribeiro da Silva
Conteudistas
Projeto gráfico
Adriana Corsetti
Lorenzo Costa Kupstaitis
Taíse Simonetti
Diagramação e Ilustração
Elaboração de questionários e testes Davi Perin Adorna
Adriana Corsetti Lorena Bendati Bello
Michelle Iashmine Mauhs
Angelo Luiz Freddo
Pedro Vinícius Santos Lima
Taíse Simonetti
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Filmagem/ Edição/Animação
Héctor Gonçalves Lacerda
Luís Gustavo Ruwer da Silva
Camila Alscher Kupac
Divulgação
Angélica Dias Pinheiro
Camila Hofstetter Camini
Carolina Zanette Dill
Laíse Andressa de Abreu Jergensen
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