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Cárie e doença periodontal

INTRODUÇÃO • Bactérias – microorganismos responsáveis


pela transmissão e início da doença. Uns
→ Os programas preventivos em saúde bucal colonizam em superfície duras, produzem
foram criados em função da prevalência das grande quantidade de ácido e evoluem a
doenças; cárie e se instalem em cavitações;
→ Por meio desses programas e do maior acesso à • Tempo – quando maior o tempo de contato
mídia por grande parte da população, surgiu a entre esses fatores maior a incidência de
preocupação com a prevenção, controle e cárie.
cuidados com as doenças bucais;
→ O posicionamento e anatomia dos dentes
→ Ficou nítido, então, que essas doenças interferem na faculdade em desenvolver a
dependem muito mais da população, de seus doença – dentes posteriores são mais difíceis de
hábitos e cuidados pessoais, quando comprados higienizar, de ter visão e acesso, portanto retem
a fatores externos; mais alimentos;
→ Para conseguir a promoção da saúde, deve-se → A saliva é um fator importante na cavidade
mostrar que há a necessidade de modificação bucal, pois faz uma autolimpeza, trabalhando
do ser, pela educação, alteração dos hábitos, como defesa natural, graças a sua capacidade
aceitação de novas ideias e direcionamento tampão que neutraliza o pH e devolve os íons
para que sejam feitas boas escolhas. perdidos;
→ Os projetos de prevenção e promoção devem ter → A cárie inicialmente aparece como mancha
como base um estudo para motivar cada grupo branca, por conta da desmineralização,
ou indivíduo de acordo com a faixa etária, deixando o esmalte opaco e esbranquiçado.
classe social e tipo de serviço que desenvolve. Depois torne-se mais esculta e evolui para a
CÁRIE cavitação.
→ Doença infecciosa, transmissível e dieta- DOENÇA PERIODONTAL
dependente – multifatorial; → Causada pela placa bacteriana aderida ao
→ Depende do dente (hospedeiro), depende do dente;
que se come (dieta cariogênica – substrato), da → Entre as doenças periodontais tem-se a
higiene bucal efetiva, de bactérias (microbiota) gengivite e periodontite.
e do tempo em que todos esses fatores ficam
juntos em contato na boca: GENGIVITE

• Hospedeiro – dente; → Processo inflamatório que ocorre no periodonto


• Substrato – tudo que fica preso/grudado no de proteção – gengiva marginal, inserida e
dente. Alimentos mais pegajosos são mais papilar;
cariogênicos. Os fatores que interferem no → Os tecidos que foram lesados se recuperam
risco de formação são: frequência da integralmente;
ingestão, horário e tipo de alimento. É → Cor avermelhada;
preferível comer junto com as refeições → Alteração no contorno e posição da gengiva
principais e não entre elas; marginal;
→ Superfície da gengiva inserida lisa e brilhante;
→ Mais de 3mm de sulco gengival; → Projetos de promoção em grupo – escolas,
→ Aumento do volume da papila e sangramento na creche, comunidade, ou individual – paciente;
sondagem e higiene; → Abordagem do tema de maneira oral e visual,
→ Presença de exsudato; seguida de demonstração prática;
→ Dor na escovação e com uso de fio dental; → Recursos audiovisuais.
→ Não há mobilidade dentária, porque não MÉTODOS PREVENTIVOS
compromete o periodonto de sustentação e o
→ Para conseguir a prevenção, além da redução
osso alveolar, que permanece íntegro.
do açúcar na dieta e de uma boa higienização,
→ Uma gengiva saudável possui aspectos: existe duas formas de prevenção que dispões no
• Coloração rósea; dia a dia no consultório – flúor e selante;
• Gengiva marginal adaptada ao dente; → Algumas pessoas necessitam mais do que outras
• Gengiva marginal próxima ao limite esmalte- de métodos de prevenção, para isso podem ser
cemento; indicados para fortalecer as estruturas dentais,
• Papilas preenchem o espaço proximal; como a aplicação de flúor e selantes.
• Aspectos de casca de laranja;
FLÚOR
• Sulco gengival com 2mm na vestibular e 3mm
→ Substância química que ajuda no
na proximal;
fortalecimento do esmalte dos dentes,
• Não há sangramento na sondagem e nem na
reduzindo significativamente a cárie;
higiene;
→ Tem-se duas apresentações do flúor – sistêmico
• Não há exsudato, nem dor, nem mobilidade.
(via oral) e tópico (aplicado sobre a superfície
PERIODONTITE do dente).
→ Processo inflamatório que acomete o FLÚOR SISTÊMICO
periodonto de suporte (osso e ligamento); → Ingerido, que será incorporado ao esmalte
→ Os tecidos que foram lesados não se recuperam durante sua formação;
integralmente; → Deve ser administrado principalmente durante
→ Doença crônica; o processo de formação dentária, e sempre na
→ Ocorre quando não se trata a gengivite, dosagem correta, para que não haja efeitos
deixando-a evoluir e agravando a saúde bucal; colaterais – até 3 anos de idade;
→ O aspecto clínico de uma periodontite é tudo → Melhor e mais abrangente forma de prevenção;
que descreve a gengivite, acrescido de: → Presença na água da maioria das redes de
• Alterações de cor, forma, posição e abastecimento dos municípios;
consistência; → Não se indica suplementação de flúor, por meio
• Bolsa periodontal; de gotas ou comprimentos, nem para gestantes
• Reabsorção óssea; e crianças por causa da superdosagem;
• Mobilidade dentária; → Ao ingerir uma alta quantidade de flúor
• Migração dos dentes; (superdosagem) há problemas na formação do
• Dor durante a mastigação e a higiene; esmalte – fluorose;
• Além de mau hálito. • Compromete as estruturas dentais;
• Manchas brancas opacas suaves ou
AÇÕES DE PREVENÇÃO E CONTROLE
acastanhadas opacas e rugosas na superfície
→ Mudança de hábitos, alimentação, educação dos dentes;
continuada;
• Pode ocorrer pela ingestão do flúor contido CONTROLE DA PLACA BACTERIANA E SUA
nos cremes dentais; EVIDENCIAÇÃO
• Por isso, crianças de até 3 anos, que ainda → Conjunto de medidas que tem por objetivo a
não sabem cuspir, devem fazer uso de cremes remoção da placa dental e a prevenção de sua
dentais sem flúor. recorrência;
FLÚOR TÓPICO → Pode ser realizado por meios mecânicos ou
→ Aplicado sobre os dentes já erupcionados; químicos, pelo próprio paciente ou pelo
→ Podem se apresentar em dentifrícios, soluções dentista;
para bochechos (pacientes com aparelho que → Os evidenciadores permitem destacar os
tem dificuldade de boa higienização), gel, indutos moles em dentes:
musse, verniz e ionômero de vidro (indicado • São aplicados sobre os dentes com cotonetes,
para restaurações em odontopediatria porque em seguida o paciente faz bochecho com
libera flúor para o dente em questão); água. O induto então fica na cor escura;
→ Sempre antes da aplicação tópica, deve-se • No momento da evidenciação, o paciente
iniciar com uma profilaxia com pedra-pomes e verá onde a higienização está sendo
água, taça de borracha para superfícies lisas e deficiente, e o dentista orienta a melhor
escova de robson para superfícies irregulares; técnica de escovação.
→ Após a aplicação do flúor, o paciente não deve CONTROLE MECÂNICO PELO PACIENTE
comer ou beber por 30min a 1h.
→ Meios e métodos de limpeza:
SELANTES • Escovação – escova tradicional, elétrica,
→ Material de fácil escoamento que penetra nas limpeza interproximal, fio dental, escovas
fissuras e sulcos, vedando-os; interdentais;
→ Aplicado após um condicionamento ácido, • Suplementação na escovação – escova
fazendo com que o selante se fixe unitufo, superfloss, agentes evidenciadores
mecanicamente; de placa, raspador de língua.
→ Bem indicados para dentes posteriores pois
apresentam sulcos mais profundos, o que acaba
facilitando o acúmulo de resíduos;
→ Tem a finalidade de isolar fisicamente a
superfície oclusal de molares e pré-molares do
meio bucal, preservando a saúde dentária em
uma das superfícies mais expostas;
→ Age como película protetora, facilitando a
limpeza de restos alimentares, uma vez que
deixa os sulcos e fissuras mais rasos, diminuindo
o acúmulo também de placa bacteriana e
reduzindo significativamente o risco de o dente
cariar;
→ A película deve apenas cobrir as superfícies
rugosas dos dentes, não deve ser muito espessa.

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