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Anomalias Dentárias
Anomalias Dentárias
Anomalias Dentárias
Anomalias Dentárias
As anomalias dentárias podem ser classificadas em: Alterações no tamanho, na forma, no número,
defeitos do esmalte, da dentina, da polpa, alterações na cor, dentre outras. Alterações nos componentes
dentários (esmalte, dentina e polpa) serão abordados em postagens futuras.
Alterações no Tamanho
A microdontia é a diminuição no tamanho de um ou mais dentes em relação à sua normalidade.
A microdontia pode ser absoluta (Quando realmente os dentes apresentam tamanho reduzido) ou
relativa (quando o arco dentário, maxila ou mandíbula, são grandes e os elementos dentários
"aparentam ser pequenos"). Além disso, a microdontia pode ser classificada em generalizada ou focal.
A microdontia generalizada é bastante observada em pacientes com nanismo. O envolvimento focal, do
incisivo lateral superior, normalmente provoca uma alteração na estrutura dentária (dente conoide). Os
dentes mais envolvidos, em ordem de prevalência, são: Incisivos laterais superiores, terceiros molares e
os dentes supranumerários.
A macrodontia, obviamente, é o inverso da alteração acima. O elemento dental apresenta-se
maior (aumento absoluto ou relativo) que sua normalidade. Assim como a microdontia, também pode
ser focal ou generalizada. A macrodontia é frequentemente encontrada nos pacientes com gigantismo e
hiperplasia hemifacial. Pela falta de espaço, o apinhamento e impactações dentárias são comuns nos
pacientes com essa condição.
Acredita-se que essas anormalidades estejam relacionadas com fatores de hereditariedade,
principalmente, mas outros fatores como interações externas (fatores ambientais) e genéticas também
podem afetar o desenvolvimento normal do dente.
O tratamento dessas alterações não é necessário, apenas por questões estéticas, caso o paciente
refira desconforto com a aparência.
Alterações na Forma
As alterações na forma dentária são bastante variadas e apresentam diferentes etiologias. São
exemplos: Geminação, fusão, concrescência, dilaceração, dente invaginado (dens in dente), dente
evaginado, taurodontia, raízes supranumerárias, pérolas de esmalte, hipercementose. atrição, abrasão,
erosão e abfração (essas quatro ultimas serão abordadas em postagens futuras).
A geminação pode ser considerada como a tentativa de divisão de um germe dentário em dois.
Clinicamente, é vista como um "dente maior" com um chanfro ou fenda em sua região média (não se
considera como macrodontia). Já a fusão, de forma oposta, é a tentativa de união de dois germes
dentários. Muitas vezes é difícil de diferenciar essas duas condições na arcada dentária, alguns autores
sugerem que a contagem dos dentes ou o número de raízes podem auxiliar nessa diferenciação. Os
incisivos e caninos são os elementos mais acometidos, embora qualquer dente possa ser afetado, tanto
na dentição decídua quanto na permanente. A concrescência é a união de dois dentes pelo
cemento, pode ocorrer pelo desenvolvimento próximo de dois dentes ou por alterações inflamatórias.
Normalmente ocorre em região de maxila posterior, envolvendo os segundos e terceiros molares. A
geminação e a fusão nem sempre necessitam de intervenção. É necessário o acompanhamento na fase
de dentição decídua e mista para evitar o desenvolvimento de apinhamento e lesões cariosas (a fenda
que esses dentes apresentam nas faces vestibulares ou linguais, podem ser importantes focos de
acúmulo de biofilme), quando esses problemas forem detectados, intervenções ortodônticas e/ou
restauradoras podem ser necessárias. A concrescência tem importância na abordagem cirúrgica de
terceiros molares, essa condição deve ser levada em consideração para que se evite problemas
transoperatórios.
Disponível em:https://dentagama.com/news/tooth-gemination-in-dentistry
Fusão dos incisivos lateral e central
Disponível em:https://www.omicsonline.org/open-access/fusion-in-deciduous-mandibular-anterior-teeth-a-rare-case-2161-1122.S2-001.php?aid=24766&view=mobile
A dilaceração é caracterizada por uma curvatura acentuada na raiz do dente. Sua etiologia está
muito relacionada à traumas durante o desenvolvimento do germe dentário, e em menor parte, à
hereditariedade. Há divergência quanto a prevalência dos dentes acometidos, para alguns autores, os
dentes anteriores são mais acometidos, para outros, os posteriores são mais afetados pela
anormalidade. Um dente dilacerado, claro, dependendo de sua curvatura, pode apresentar problemas
frente ao tratamento endodôntico e às cirurgias. Sua angulação pode dificultar o manejo das limas e a
trajetória de exodontia, sendo preferível a cirurgia pela técnica aberta. Dilacerações na dentição decídua
podem causar atraso na erupção dos permanentes.
Os dentes invaginados (dens in dente) e evaginados também são classificados como
alterações da forma dentária. Os primeiros são mais comuns nos incisivos laterais superiores e são
caracterizados por uma invaginação do cíngulo ou da fosseta lingual, essa fissura pode ser
superficial, classificada como tipo I (invaginação limitada à coroa); tipo II (invaginação se estende até
além da junção amelo-cementária); e tipo III (invaginação se estende, paralelamente ao canal radicular,
até próximo ou nos tecidos perirradiculares). Ou seja, no último caso (tipo III) pode haver comunicação
direta da cavidade oral com os tecidos periodontais, por isso, é de extrema importância o tratamento e
acompanhamento endodôntico nesses casos. Nos tipos I e II, apesar de não haver comunicação, é
necessário intervenção restauradora, pois a invaginação é uma região de fácil acúmulo de biofilme,
podendo levar a lesões cariosas mais facilmente. O dente evaginado é uma protuberância
dentária (semelhante a uma cúspide) localizada no centro da superfície oclusal, sendo mais comum nos
pré-molares inferiores (muitas vezes bilateral). Nesses dentes, é comum a extensão da polpa até
próximo à superfície oclusal. Essas protuberâncias muitas vezes causam interferências oclusais, e como
a polpa nessa região está bem próxima da superfície, é comum que ocorra necrose pulpar. Para o
tratamento dessa anomalia, é necessária a remoção desse aumento dentário seguido por tratamento
endodôntico, pois as tentativas de restauração e proteção da polpa (devido à proximidade) não obtêm
sucesso, na maioria os casos (mas não custa tentar!).
Dilacerações Radiculares
Exemplo de Dilaceração
Observar o aspecto de "um dente dentro do outro", por isso é chamado de Dens
in Dent
Classificação da Taurodontia
Pérolas de esmalte
Hipercementose em pré-molares
Alterações no Número
As alterações no número de dentes são mais comuns do que imaginamos. Essas anomalias estão
muito relacionadas com síndromes e outras patologias que serão mencionadas a seguir. Nesse grupo de
alterações dentárias, diversas nomenclaturas podem ser encontradas na literatura. A anodontia refere-
se à falta de todos os elementos dentários, sendo mais comumente encontrada em pacientes com
Displasia ectodérmica. A hipodontia está relacionada com a falta de um ou mais dentes, sendo esta,
a condição mais normalmente encontrada na população (como as ausências dos incisivos laterais e
terceiros molares em algumas pessoas). Algumas síndromes estão relacionadas como a Hipodontia,
dentre elas, podemos citar: Síndrome de Down, Displasia ectodérmica, Sturge-Weber, Crouzon e Turner.
A hiperdontia não é tão comum quanto a hipodontia, mas ainda é bastante visualizada na prática
odontológica, são os famosos supranumerários. Os casos isolados de Hiperdontia ocorrem mais na
maxila, principalmente na região anterior, seguida pelos molares e pré-molares. Os casos envolvidos
com síndromes, estão localizados mais frequentemente na mandíbula. Algumas síndromes relacionadas
com Hiperdontia são: Displasia Cleidocraniana, Síndrome de Apert, Gardner, Crouzon e Down.
Os dentes supranumerários podem ser classificados de acordo com sua forma e posicionamento na
arcada dentária. Levando em consideração a forma do elemento, podem ser chamados de suplementar
- quando apresentam as características normais e rudimentar - apresentam formas anormais. Em
relação ao posicionamento, podem ser mesiodentes - quando localizados na região anterior;
distomolar - quando localizado após os molares; e paramolar - quando posicionado na ligual ou
vestibular de um dente molar.
Dentes ausentes ou em excesso devem sempre ser avaliados pelo dentista, principalmente na
dentição decídua, pois podem alterar a erupção normal dos dentes permanentes. Pacientes com
ausências dentárias parciais ou totais podem ser reabilitados por meio de procedimentos protéticos ou
implantes. Dentes supranumerários, caso estejam interferindo na função ou posicionamento dentário,
poderão ser removidos cirurgicamente.
Referências
HUPP, James R.; TUCKER, Myron R.; ELLIS, Edward. Contemporary Oral and Maxillofacial Surgery-E-Book. Elsevier Health Sciences, 2013.
NEVILLE, B.W.; DAMM, D.D.; ALLEN, C.M.; BOUQUOT, J.E. Patologia Oral e Maxilofacial. Trad.3a Ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2009, 972p.
REGEZI, J.A; SCIUBA, J.J; JORDAN R.C.K. Patologia Oral: Correlações Clinicopatológicas. 6ª edição. Elsevier, 2013.
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