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Conceitos básicos de oclusão,

Sistema estomatognático e ATM.


O que é oclusão?
 Ato ou efeito de fechar; cerramento, fechamento (Dicionário)
 Conceito estático, significa apenas a relação dos dentes superiores
com os inferiores, referindo-se ao ato de aproximar, anatomicamente,
dentes antagonistas.
 Funcional e biologicamente, significa o relacionamento entre os
dentes maxilares e mandibulares, e entre estes e as demais
estruturas do sistema estomatognático.
Sistema mastigatório ou estomatognático

 O Sistema Mastigatório ou Estomatognático, é uma entidade anatômica


e fisiológica, perfeitamente definida, constituída por um conjunto
heterogêneo de órgãos e tecidos cuja biologia e fisiopatologia são
absolutamente interdependentes (BEHSNILIAN5 ,1974).

 Todas as funções desse sistema dependem da participação dos seus


componentes anatômicos e funcionais simultaneamente.
Sistema mastigatório ou estomatognático

 Os componentes anatômicos do sistema estomatognático são:


 a) Ossos (crânio, mandíbula, hióide, clavícula e esterno).
 b) Músculos (da mastigação, da deglutição e da expressão facial).
 c) Articulações temporomandibular (ATM) e ligamentos.
 d) Dentes.
 e) Lábios, Língua e Bochechas.
 f) Glândulas relacionadas.
 g) Sistema Vascular e Nervoso Relacionados.
Sistema mastigatório ou estomatognático

 Os componentes fisiológicos do sistema estomatognático são:


 a) Oclusão Dentária.
 b) Periodonto.
 c) Articulação Temporomandibular (ATM).
 d) Mecanismo Neuromuscular.
Sistema mastigatório ou estomatognático

 São funções do sistema estomatognático:


 1. Mastigação.
 2. Deglutição.
 3. Respiração.
 4. Fonação.
 5. Postura (da mandíbula, da língua e do osso hióide).
Oclusão dentária
RELACIONAMENTO DENTAL INTER-ARCOS

 Tipos de oclusão na dentição natural:


 Oclusão dente- dois- dentes
 Oclusão dente-dente
Oclusão dente- dois- dentes

 Neste tipo de relacionamento oclusal, as cúspides vestibulares dos dentes inferiores e


as cúspides palatinas dos dentes superiores, ou seja, as cúspides cêntricas, ocluem
contra fossas e cristas marginais antagonistas.
 Na dentição normal, os contatos oclusais não se verificam, frequentemente, na
ponta das cúspides ou na porção mais profunda da fossa. As cúspides de
suporte ou cêntricas (vestibulares inferiores e palatinas), contatam na verdade,
com planos inclinados opostos que se dirigem às fossas.
 Neste tipo de oclusão, encontrado na maioria das dentições naturais, cada dente oclui
com dois antagonistas, exceto os incisivos centrais inferiores e os terceiros molares
superiores.
Oclusão dente- dois- dentes

 Relacionamento oclusal por vestibular :


 Podemos verificar o relacionamento das cúspides
de apoio ou cúspides de contenção cêntrica
(C.C.C.) dos dentes inferiores, com os dentes
superiores.
Oclusão dente- dois- dentes
Oclusão dente- dois- dentes
 1. Cúspide Vestibular do Primeiro Premolar Inferior: oclui com a crista marginal mesial do
primeiro Premolar superior determinando um ponto de oclusão.
 2. Cúspide Vestibular do Segundo Premolar Inferior: oclui com a crista marginal distal do
primeiro premolar superior e mesial do segundo premolar superior, determinando dois pontos
de oclusão (um em cada crista marginal).
 3. Cúspide Mésio-Vestibular do Primeiro Molar Inferior: oclui com a crista marginal distal do
segundo premolar superior e mesial do primeiro molar superior, determinando dois pontos de
oclusão (um em cada crista marginal).
 4. Cúspide Mediana do Primeiro Molar Inferior: oclui com a fossa central do primeiro molar
superior, determinando assim três pontos de oclusão, conhecidos como tripoidismo.
Oclusão dente- dois- dentes

 5. Cúspide Disto-Vestibular do Primeiro Molar Inferior: devido ao fato desta cúspide ser
diminuta, é muito comum não ocorrer um efetivo contato oclusal com o dente antagonista.
Quando o contato existe, o mesmo se dá na fossa distas do primeiro molar superior.
 6. Cúspide Mésio-Vestibular do Segundo Molar Inferior: oclui com a crista marginal distal
do primeiro molar superior e mesial do segundo molar superior, determinando dois pontos
de oclusão (um para cada crista marginal).
 7. Cúspide Disto-Vestibular do Segundo Molar Inferior: oclui com a fossa central do
segundo molar superior, determinando assim três pontos de oclusão (tripoidismo).
Oclusão dente- dois- dentes

 Relacionamento oclusal por lingual:


 É oclusão das cúspides palatinas com
os dentes inferiores.
Oclusão dente- dois- dentes

 1. Cúspide Palatina do Primeiro Premolar Superior: oclui com a fossa distal do


primeiro premolar inferior determinando três pontos de oclusão (tripoidismo).
 2. Cúspide Palatina do Segundo Premolar Superior: oclui com a fossa distal do
segundo premolar inferior determinando três pontos de oclusão (tripoidismo).
 3. Cúspide Mésio-Palatina do Primeiro Molar Superior: oclui com a fossa central do
primeiro molar inferior determinando três pontos de oclusão (tripoidismo).
 4. Cúspide Disto-Palatina do Primeiro Molar Superior: oclui com a crista marginal
distal do primeiro molar inferior e mesial do segundo molar inferior determinando
dois pontos de oclusão (um para cada crista marginal).
Oclusão dente- dois- dentes

 5. Cúspide Mésio-Palatina do Segundo Molar Superior: oclui com a


fossa central do segundo molar inferior determinando três pontos de
oclusão (tripoidismo).
 6. Cúspide Disto-Palatina do Segundo Molar Superior: oclui com a
crista marginal distal do segundo molar inferior e mesial do terceiro
molar inferior, determinando dois pontos de oclusão (um para cada
crista marginal).
Conclusão:

 Todas as cúspides cêntricas inferiores, ocluem com cristas marginais, com exceção da
cúspide mediana do primeiro molar inferior e da disto-vestibular do segundo molar
inferior, que ocluem com fossas antagonistas.

 As cúspides cêntricas superiores, que são as palatinas, ocorrem como regra básica,
sempre contra as fossas do dentes antagonistas (conceito de cúspide com fossa), com
exceção das cúspides disto-palatinas dos molares que ocluem com cristas marginais
(conceito de cúspide com crista marginal).
Oclusão dente- dente

 Outra forma de oclusão, bem menos encontrada nas dentições


naturais é a dente-dente (MOTSCH13, 1985), esquema oclusal
cúspide com fossa, no qual cada cúspide de apoio ou de contenção
cêntrica (C.C.C.) sempre se aloja na fossa oclusal do dente oposto, de
modo a cada dente ocluir com apenas um dente antagonista,
ocorrendo sempre o tripoidismo.
 É importante salientar que pode-se encontrar o relacionamento oclusal
dente-2-dentes de um lado da arcada dentária e dente-dente do outro
lado, principalmente em pacientes submetidos a terapia ortodôntica.
Cúspide de trabalho e não trabalho

 1. Cúspide de contenção cêntrica( C.C.C) ou de


suporte ou de trabalho:

 São aquelas que ocluem com fossas ou cristas


marginais dos dentes antagonistas , são as ct
cúspides vestibulares dos dentes inferiores e
palatinas dos dentes superiores.
 Estabelecem e mantém a D.V.O , quando
ocluem.
 O ápice dessas cúspides têm forte inclinação
para o lado oposto (em direção ao sulco
principal), para ocluirem nas fossas e cristas
marginais antagonistas.
Cúspide de trabalho e não trabalho

 2. Cúspides não cêntricas( C.N.C) ou de balanceio


ou de não trabalho:

 São as cúspides linguais dos dentes inferiores e as


vestibulares dos dentes superiores.
 Essas cúspides não ocluem com os antagonistas, e cnt

protegem a língua e bochecha.


 São verticalizadas e com pouca inclinação.
Relacionamento dos arcos dentais

 1. Overjet, trespasse ou sobrepasse horizontal


 É a distância em que se projetam horizontalmente os
dentes superiores sobre os dentes inferiores, quando
em máxima intercuspidação .
Relacionamento dos arcos dentais
 2. Overbite, trespasse ou sobrepasse vertical:
 É a distância em que se projetam verticalmente os dentes
superiores sobre os inferiores.
 Têm-se sugerido que o trespasse vertical, em oclusão
normal, não deveria exceder a um terço do comprimento do
incisivo inferior. Entretanto, tais regras não tem sentido
como padrão para avaliação da oclusão
(SHILLINGBURG24,1983).
Relações dos dentes que influenciam na guia
anterior
Curvas de Compensação de Spee e Wilson

 São curvaturas antero-posterior (Curva de Spee) e látero-lateral (Curva de


Wilson), verificadas no alinhamento das cúspides e bordas incisais dos dentes.
Curva de Spee
 É a curvatura anatômica ântero-posterior do alinhamento oclusal dos dentes
inferiores, vista no plano sagital, que passa pelo ápice das cúspides vestibulares,
de canino até o último dente do hemi-arco, em direção à borda anterior do ramo
ascendente da mandíbula.
 Alterações oclusais nessa curva pode afetar os movimentos de lateralidade e
protrusão.
Curva de Wilson

 É a curvatura dos dentes no sentido vestíbulo-lingual (de um


lado a outro da arcada dentária), no plano frontal, que passa
pelas cúspides vestibulares e linguais dos dentes posteriores
de ambos os lados.
 A curvatura é côncava no arco inferior e convexa no superior.
 A posição axial anormal dos dentes, pode levar alteração nos
movimentos de lateralidade.
Relações Intermaxilares

 Relação da maxila com a mandíbula:


 Posição cêntrica:
1. Relação Cêntrica
2. M.I.H
3. O.R.C
4. D.V.O
5. D.V.R
6. Espaço funcional livre (E.F.L)

 Posição excêntrica:
• Lateralidade direita, lateralidade esquerda e protrusão mandibular
1. RELAÇÃO CÊNTRICA

 É a relação maxilomandibular na qual os dois côndilos aticulam-se com a porção


avascular mais fina de seus discos respectivos, com o complexo na posição mais
anterior e superior, contra as eminências articulares. Essa posição é independente
de contato dentário.
 Apesar de ter uma variedade de definições, ela é geralmente considerada para
designar a posição da mandíbula quando os côndilos estão na posição terminal da
ATM.
 A tomada do registro de relação cêntrica é muito importante que o paciente esteja
assintomático, permitindo assim uma correta manipulação mandibular.
Relação Cêntrica
 A relação cêntrica é a posição a partir da qual podem ser realizados os movimentos
mandibulares de lateralidade, protrusão e abertura da boca.
 Na posição de relação cêntrica os côndilos se encontram em seu eixo terminal de
rotação.

Bisagra
mandibular
2. Máxima Intercuspidação Habitual
 A máxima intercuspidação habitual (MIH) é a posição maxilomandibular onde os
dentes adquirem um número máximo de contato oclusal.
 É o tipo de relacionamento oclusal mais encontrado na dentição natural.
 É uma posição mandibular determinada pelos dentes, que geralmente resulta de um
grande período de crescimento, desenvolvimento e adaptação.
 Pode mudar quando a morfologia dental ou a posição dos dentes é alterada através
de dentística restauradora, próteses ou ortodontia (MOHL et al15,1989).
3. Oclusão em relação cêntrica

 É o relacionamento maxilomandibular onde ocorre a máxima intercuspidação dos


dentes, com a mandíbula em relação cêntrica (MIH = RC)
4. Dimensão Vertical

 É a medida vertical da face entre dois pontos quaisquer, selecionados


arbitrariamente e convenientemente localizados um acima e outro abaixo da
boca, normalmente na linha média.
 A Dimensão Vertical é classificada em:

a) Dimensão vertical de oclusão(D.V.O): quando os dentes estão em oclusão.


b) Dimensão vertical de repouso(D. V. R): quando a mandíbula se encontra na
posição postural ou de repouso. Não há contato dental. O tônus muscular é
mínimo.
D. V. R
5. Espaço Funcional Livre

 É também chamada de espaço interoclusal, espaço livre de pronúncia.


 É a distância entre as superfícies oclusais dos dentes mandibulares e maxilares,
quando a mandíbula se encontra em sua posição postural ou de repouso
fisiológico.
 Corresponde a diferença entre a Dimensão Vertical de Repouso e a Dimensão
Vertical de Oclusão ( DVR - DVO = EFL ), que é em média de 2 a 4 mm
dependendo de variações individuais (TAMAKI27, 1988).
 É de extrema importância manter ou reconstruir o E.F. L .
Fim

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