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Preparo Cavitário para Restauração de Amálgama

Laboratorio Multidisciplinar de Odontologia Pre-Clinica (Universidade Estadual da


Paraíba)

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Baixado por Vinícius Araujo (filmespixel@gmail.com)
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DENTÍSTICA PRÉ-CLÍNICA

PREPAROS CAVITÁRIOS PARA RESTAURAÇÃO DE AMÁLGAMA


Preparo cavitário classe I, classe II e classe V para restaurações de amálgama. Quando uma cavidade para
restauração de amálgama, preciso fazer uma caixa pra receber o material restaurador. Ele só consegue se adaptar à
cavidade se houver áreas de retenção, diferente da resina.

PREPARO CAVITÁRIO PARA CLASSE I


Princípios:
 Forma de contorno;
 Forma de resistência;
 Forma de retenção;
 Forma de conveniência;
 Remoção do tecido cariado;
 Acabamento das paredes;
 Limpeza;
 Proteção do complexo dentino-pulpar.
Preparo Cavitário. O preparo cavitário moderno é aquele que deve ser preparado com base em dois preceitos básicos:
1. Máxima conservação da estrutura dentária sadia;
2. Bom senso.
56% do insucesso de uma restauração de amálgama são dadas pelo preparo incorreto da cavidade. 40% do
insucesso estão na manipulação do amálgama. Esses erros quanto à manipulação tem sido diminuído devido ao
amálgama estar sendo apresentado como cápsula pré-dosada, ou seja, não erra na quantidade de limalha nem na
quantidade de mercúrio. 4% estão relacionados a alterações na polpa, fratura do dente ou outras causas patológicas.
Falhas geradas provocam: recidiva de cárie, fratura das bordas da restauração e alterações dimensionais do
material e problemas periapicais e periodontais.
Características de uma Classe I
 Classe I pode ser simples ou complexa (Oclusal, Ocluso Vestibular, Ocluso Lingual, Ocluso Vestíbulo Lingual),
logo, posso ter dois tipos de caixas para classe I e dois tipos de preparos.
 Encontradas em regiões de má coalescência de esmalte – cicatrículas e fissuras de dentes anteriores ou
posteriores;
 Superfície oclusal de molares e pré-molares;
 2/3 oclusal da face vestibular dos molares;
 Face lingual dos incisivos superiores na região de cíngulo;
 Ocasionalmente, na face palatina dos molares superiores.
Adequação da posição de trabalho - Ergonomia
 Proporcionar melhor visibilidade do campo operatório;
 Proporcionar postura operatória ideal;
 Alcançar maior rendimento e o mínimo desgaste físico;
 Varia de acordo com o arco dentário;
 Postura: 9h ou 12h com ângulo de 45º em relação ao paciente;
 Braços e pernas do CD paralelos ao solo;
 Sentado com o tronco ereto.
Instrumental Necessário
 Plástico pra bancada;
 Lápis grafite – para fazer a forma de contorno;
 Instrumentais auxiliares pra exame clínico;
 Isolamento absoluto;

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 Caneta de alta rotação – contra ângulo se utiliza mais quando está muito próximo de expor polpa;
Brocas.
 245: Cone invertido de extremo plano e de arestas arredondadas; Utilizadas em molares; Broca mais
utilizada pra fazer cavidade.
 329 e 330: Utilizadas em pré-molares; Brocas menores que a 245;
Muito similares;
 56: (Não temos essa broca no kit) Cilíndrica lisa; Pode ser
utilizada tanto em alta quanto em baixa rotação; Extremo reto;
 556: Cilíndrica picotada.
 699: Tronco cônica.
 Esféricas: Podem ser diamantadas ou carbide.
a. ¼, ½, 2, 3, 4, 5 e 6 são todas carbide;
b. 1012, 1013, 1014, 1015, 1016. Todas esféricas
diamantadas. Usa-se muito pra resina.
Para fazer um preparo preciso usar essas brocas e
enxada dupla monoangulada. Obs.: Mostra a imagem de um Recortador de margem gengival e da enxada.
1- Recortador de margem gengival
2- Machado
Passo Operatório
1. Análise das condições periodontais e pulpares;
2. Profilaxia do dente
 Com pedra pomes (preferível por ser inerte – não tem gordura na
sua composição) utilizando a taça de borracha ou escova de
Robinson; jatos de bicarbonato com ultrassom (tira tártaro);
3. Demarcação dos contatos
 Deve ser feita antes e depois da restauração. Antes para saber onde o paciente estava mordendo pra saber
mais ou menos onde pode deixar o nível funcional da restauração. Feitos três movimentos: abrir e fechar;
máxima intercuspidação habitual; movimentos de lateralidade e movimentos da guia incisiva ou anterior.
Quando faz guia anterior, há desoclusão posterior.
4. Anestesia o paciente;
5. Faz o isolamento absoluto;
6. Preparo da cavidade;
7. Limpeza da cavidade;
8. Necessidade do paciente – avalia o risco de cárie, atividade da doença;
9. Escolha do material restaurador.
Sequência Operatória
 Forma de contorno;
Água
 Forma de resistência;
 Forma de retenção;
 Forma de conveniência; Bicarbonato
 Remoção do tecido cariado;
 Acabamento das paredes;
 Limpeza;

Forma de Contorno. Delimita-se a forma de contorno externa com lápis grafite envolvendo áreas com a cárie
preservando estruturas de reforço como vertente de cúspide, ponte de esmalte e crista marginal (geralmente rompe a
ponte de esmalte pra não fazer duas cavidades distintas – tenta fazer uma cavidade só). A delimitação do grafite é
fóssulas e fissuras cariadas.

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Preservou o máximo de estrutura dentária.


Preservou crista marginal e cúspides. Limitou-
se a regiões de cicatrículas e fissuras.

Quando se faz a forma de contorno, deve-se remover todo o esmalte


socavado. As margens da restauração deve se localizar em áreas não
sujeitas a esforços mastigatórios. Portanto, em ponta de cúspide pode-se
ocorrer a fratura da restauração. Para isso, utiliza-se um pino para cada
cúspide perdida para poder dar resistência.

Quando se pensa na abertura vestíbulo-lingual, deve-se imaginar


que essa distância deve respeitar a margem de ¼ da distância intercuspídea
(distância entre os vértices das cúspides). Se essa distância for muito
alargada, irá se perder resistência. No passado a distância adotada era de
1/3 da distância entre as cúspides e isso levava a uma redução de 33% da
resistência. Portanto, nos preparos modernos a distância a ser adotada é de
¼.

Forma de contorno abertura inicial.


 Contorna o dente com o lápis grafite.
 Brocas 245 / 556 – Molares.
 Brocas 329 / 330 – Pré-Molares.

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 Movimentos firmes e pendulares de mesial para distal seguindo o contorno feito.


 Profundidade do preparo deve ser a metade da ponta ativa (lâmina) da broca.
 Localização: Geralmente se inicia na fossa central e puxa para a mesial e para a distal, a broca deve estar
paralela ao longo eixo do dente.
 A largura é igual ou ligeiramente maior do que o diâmetro da broca, quando se contorna o sulco, já é o
suficiente e assim dando ¼ da distância intercuspídea.

Modificação do contorno cavitário em virtude do contato com o dente antagonista. Quando o ponto de
contato entre o dente antagonista e o dente restaurado localiza-se exatamente na margem que delimita dente-
restauração (na “imenda”). Essa área é sujeita a fratura, portanto deve-se estender um pouco mais o preparo, para
que a oclusão não fique no limite restauração e estrutura dentária. O contato deve estar ou na restauração ou na
estrutura dentária e não deve estar no limite entre ambos.

 O preparo com a broca 245 fornece um maior acabamento à cavidade, do que quando feito com a broca
556.

Ponta Ativa

Haste

Broca 245 Broca 556

 A broca 245 também fornece o arredondamento dos ângulos internos devido a seu formato.
 Todas as paredes da cavidade devem ser lisas para maior adaptação do material restaurador. A broca
245 quando usada corretamente fornece a lisura das paredes.

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 Parede pulpar deve estar plana e perpendicular ao longo eixo do dente. Não pode estar em formato de
rampa pois esse formato pode levar a um deslocamento da restauração, caso esteja, pode se inserir
material restaurador para deixa-la plana ou fazer mais desgaste da parede para que ela fique plana.
 Paredes circundantes devem estar ligeiramente paralelas para oclusal, ou então convergentes para
oclusal.
 A broca 556 não fornece ângulos arredondados, ela fornece ângulos vivos e paredes circundantes
paralelas entre si.
 Excessão: Primeiro Pré-Molar Inferior, a sua parede pulpar não será perpendicular ao longo eixo do dente,
se ela for exatamente perpendicular ao longo eixo, irá atingir o corno pulpar. A parede pulpar deve ser
paralela a uma plano imaginário que tangecia as cúspides do primeiro pré-molar inferior. A parede pulpar
deve ser inclinada no sentido vestibular para lingual.
 Brocas 329/330: Pré-Molares.
 Utiliza-se as mesmas características de profundidade e largura.
 Ângulos internos arredondados. Melhor adaptação do material restaurador durante a condensação, melhor
a dissipação das tensões diante os esforços mastigatórios, diminui a possibilidade de fratura do
remanescente dentário.
 Ângulos vivos, pontos de concentração de tensões que podem levar a fratura do remanescente dentário.
 Ângulo cavo-superficial em uma CLASSE I, deve ser nítido e sem bisel, porque assim é menor o índice de
fratura e proporciona um maior volume de amálgama.

CARACTERÍSTICAS DE UMA CAVIDADE CLASSE I DE UM ELEMENTO 16.


 Parede pulpar plana e perpendicular ao longo eixo do dente;
 Ângulos internos arredondados;
 Largura = ¼ da distância intercuspídea;
 Profundidade = Metade da ponta ativa da broca. (245/556 = Molar – Elemento 16)
 Paredes circundantes paralelas entre si ou convergentes para oclusal. Para asim dar maior
resistência.

Essas características servem para qualquer cavidade CLASSE I de


qualquer dente, a única excessão é o primeiro pré-molar inferior, onde
a parede pulpar é inclinada de vestibular para lingual.

 A divergência das bordas da cavidade vai conferir resistência apenas ao


remanescente dentário, e não ao material restaurador.
 Convergência, ângulo de 70° proporcionando um maior ângulo de
material restaurador.
 Amálgama necessita de pelo menos 2mm de profundidade para que
tenha a acomodação do material restaurador.
 Anatomia e escultura de amálgama os sulcos não podem ser profundos, pois sulcos profundos conferem
menor resistência. Os sulcos devem ser rasos.
 Profundidade maior que largura, tem-se cavidade auto-retentiva.

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DENTÍSTICA PRÉ-CLÍNICA

 Brocas 245 já conferem essa retenção.


 Quando a parede não for auto-retentiva (profundidade menor que largura) iremos fazer a retenção com as
brocas esféricas que temos no kit. (Brocas = 1/4, 1/5, 2, 4, 6)
 A retenção deve ser feita na dentina em paredes vestibular ou lingual, ou em base de cúspide. Nunca
deve ser feita em direção a parede pulpar.
 Brocas Esféricas : ¼, 1031, 1035.
 Brocas Diamantadas: 1011, 1012, 1014, 1016.

1016 1035 ¼

 Cavidades preparadas com broca 556, utiliza-se a 245 ou 56 para o acabamento.


 Remoção dos prismas de esmalte sem suporte dentinário através de instrumentos manuais e sem
formação de bisel.
 Cavidade preparada com broca 245, dispensa o uso de outras brocas ou instrumentos manuais para se
dar o acabamento. (245 FAZ TUDO HOMI, USE ELA).
 Utilizar as brocas 245/556 em baixa rotação.
 Pode-se utilizar a enxada monoangulada para certificar se a parede está plana.

Quando termina-se o preparo, usa-se a enxada monoangulada. Normalmente a broca 245 dispensa o uso
da enxada, mas pode-se utilizar a enxada só para certificar se a parede pulpar está plana. Relembrando: é
necessário haver inclinação das paredes, ¼ da distância intercuspídea, parede pulpar plana, mantendo parede de
reforço, ângulo interno arredondado, o ângulo cavo-superficial sem bisel e não pode ser arredondado.

OBS.: ELE FALOU QUE COBRA TODAS


ESSAS CARACTERÍSTICAS EM PROVA!

Quando estamos removendo tecido


cariado, fica uma certa irregularidade na parede
pulpar. Nesse caso, podemos regularizar com
cimento ionômero de vidro (convencional ou
fotopolimerizável).

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Sequência ionômero fotoativado: Condicionamento com ácido poliacrílico à 11% por 10 segundo, lava,
seca, aplica o primer na dentina, dar um ligeiro jato de ar, fotopolimeriza o primer por 30 segundos (o primer da 3M
já vem com ácido poliacrílico em sua composição), manipula o pó e o líquido (1 pra 1), insere na cavidade e
fotopolimeriza por 40 segundos. Posteriormente aplica-se o gloss. Na semana seguinte pode-se rebaixar esse
ionômero e continuar com restauração. Quando for feito uma base com cimento ionômero de vidro, não é
necessário usar o gloss, pois o material restaurador já vai proteger esse cimento contra sinérese e embebição.

PREPARO CAVITÁRIO PARA CLASSE I COMPOSTA

Quando a forma for uma cavidade classe I composta,


geralmente utilizamos as mesmas brocas. Delimita-se forma de
contorno do sulco lingual e preserva-se a estrutura de reforço
do dente. Pega porção lingual. Usamos a broca 245, 556 ou 56
para fazer a cavidade. A 245 já é o suficiente para fazer a
classe 1 composta. A forma de contorno mais simples de uma
classe composta pega a superfície oclusal e a superfície lingual
do elemento dentário. A profundidade deve ter a metade da
ponta ativa da broca, a largura deve ser o diâmetro da broca,
abertura ¼ da distância intercuspídea. Na segunda etapa fazemos a caixa língua/palatal, primeiramente fazemos a
caixa oclusal.

Obs.: É para considerar 1,5 da ponta ativa da broca apenas em dentes naturais. Como os dentes do manequim
são de coroa clinica curta, pode considerar apenas 1,0 da ponta ativa da broca. A broca 245 deve entrar paralela à
superfície palatina;

A parede distal da caixa oclusal é convergente para oclusal, garantindo maior volume de borda para
amálgama e esmalte apoiado em dentina sadia. Estruturas mantidas: Ângulo cavossuperficial nítido e sem bisel, a
manutenção da cúspide disto-lingual, da crista marginal distal e da ponte de esmalte. O ângulo áxio-pulpar é
arredondado, conferindo melhor distribuição de esforços e maior resistência. Características: Parede vestibular e
oclusal da caixa oclusal convergente para oclusal.

Questão de PROVA! Como se realiza uma retenção na parede palatina? A retenção adicional é feita no ângulo
diedro mesio-axial ou disto-axial, usando a broca 699 ou a broca ¼. As canaletas devem ultrapassar ligeiramente
o ângulo áxio-pulpar, sem atingir o ângulo cavo-superficial.

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DENTÍSTICA PRÉ-CLÍNICA

Qual é a característica da parede axial de uma caixa palatal? A parede axial precisa ser plana no sentido mesio-
distal e convergente para oclusal.

Quando coloca-se a broca e termina, ela dá uma certa inclinação para apical. Quando estiverem fazendo a
caixa palatal, deixe paralelo à superfície palatina. Utiliza-se a enxada moangulada para fazer acabamento das
paredes.

Características finais do preparo.

Protocolo clínico para restauração de amálgama.


 Fazer análise das condições pulpares, através de exame clinico anamnese e radiografia;
 Profilaxia/antissepsia;

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DENTÍSTICA PRÉ-CLÍNICA

 Demarcação dos contatos cêntricos (para saber como está a oclusão do paciente, para saber até onde vai
o preparo);
 Anestesia o paciente independente da profundidade da cavidade, pois até mesmo o grampo pode “pegar”
na gengiva e causar dor;
 Isolamento do campo operatório;
 Limpeza e preparo cavitário, se for uma classe II, é necessário adaptação de matriz e cunha;
 Proteção do complexo dentino-pulpar;
 Trituração do amálgama;
 Remoção do excesso de mercúrio (lenço de linho ou gaze);
 Deposição de porções de amálgama na cavidade;
 Condensação (começando do menor condensador);
 Remoção de excesso de mercúrio;
 Brunidura pré-escultura;
 Escultura;
 Brunidura pós escultura;
 Remoção da matriz;
 Remoção do isolamento absoluto;
 Checagem dos contatos oclusais;
 Acabamento e polimento.

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