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06/05/2021

Especialização Avançada em Perturbações


da Comunicação, Linguagem e Fala: Bases
Teóricas, Avaliação e Intervenção – 9ª
Edição [Sala Virtual]
Módulo: Motricidade orofacial, alimentação, mastigação e
integração sensorial

Formador: Ana Marques

• Video nascimento/amamentação

Desenvolvimento SMO in Útero Os três sistemas reguladores e facilitadores


são muito importantes:
--> propriocetivo
--> vestibular
-->

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Etapas do aparecimento das reações de


desenvolvimento SMO

Automatismos reflexos orais idade

procura nascimento

sucção >15ª sem

Deglutição >13ª sem

Gag 32ª/33ª

morder nascimento

tosse >26ªsem

S-D-R 32ª-34ª sem

Desenvolvimento Sensoriomotor Oral


para a Alimentação

Entre as 26 -28 semanas:


• A criança pode esboçar a sucção quando a boca ou
o palato é estimulado com a chucha/dedo
• Inicia a sucção não nutritiva
• A organização da sucção/deglutição e respiração é
imatura. Ainda não consegue
alimentar-se por tetina/mama.

Desenvolvimento Sensoriomotor Oral para a Alimentação

Entre as 28 – 30 semanas:
• Reflexo dos pontos cardeais está
presente embora possa ser imperfeito e
lento
• criança exibe coordenação da sucção,
deglutição e respiração muito imatura.
Incapaz de se alimentar por tetina com
segurança.

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Desenvolvimento Sensoriomotor Oral para a Alimentação


Entre as 30 e as 33 semanas:
• Reflexo de sucção/deglutição está a
amadurecer; surge a sucção rítmica durante
a SNN.
• Reflexo de engasgamento está presente mas
normalmente não funcional como
mecanismo protetor na alimentação por
tetina.
• A organização das respostas
comportamentais e estádios de sono-alerta,
bem como alguma regulação na
coordenação da sucção, deglutição e
respiração começa a emergir por volta das 32
semanas

Desenvolvimento Sensoriomotor Oral para a


Alimentação
Entre as 33 e 36 semanas:
• A criança prematura inicia a
alimentação por tetina/mama.
• A coordenação da sucção,
deglutição e respiração pode
ainda ser inconsistente.
• A tolerância para a
alimentação por tetina
exclusiva pode ser limitada
• Os surtos de sucção variam
entre 3 a 5 sucções.

Desenvolvimento Sensoriomotor Oral para a


Alimentação
Entre as 36 e 40 semanas:
• Sucção, deglutição e respiração tornam-se
mais coordenadas e consistentes
• A tolerância para a alimentação oral
melhora consideravelmente
• Capacidade em se manter
alerta melhora bem
como a organização
comportamental.

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• Reflexos ligados a deglutição:

– Reflexo do vómito:
• Consiste na protrusão da língua, cabeça e mandíbula e contração faríngea.
• Reflexo muito exacerbado pode ser observado nas crianças com doença
neurológica;
• Nas ataxias – hipoativo;
• Nos RNT mais forte que nos RNPT;
• 6m – diminui e posterioriza.

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Reflexos ligados a deglutição:

– Reflexo de morder:

• Resposta à estimulação nas papilas


gengivais.
• RNPT: muito utilizado durante a sucção ou
como defesa a um estimulo desagradável.
• Mordida é tónica e prolongada –
comprometimento neurológico ou
alterações tónicas posturais.

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• Reflexos ligados a deglutição:

– Resposta transversa
• Movimento da língua em direção ao
estimulo

– Protrusão da língua:
• Observada em RNT quando
estimulada a parte anterior desta
• Diminui por volta dos 4 – 6 meses
• Permite a introdução de alimentos
de semi sólidos

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• Reflexos ligados a deglutição:

– Procura:
• Quando estimulado os
cantos da boca ou as
bochechas
• Bem visível quando o bebé
tem fome
• Desaparece entre os 3-6
meses

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• Reflexos ligados a deglutição:

– Deglutição:

• Provocado quando existe


bolo alimentar dentro da
cavidade oral ou acumulo de
saliva
• Fase oral – fase preparatória
no RN: Sucção Nutritiva

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• Reflexos ligados a deglutição:

– Tosse:
• Reflexo de proteção das vias aéreas
– Suckling:
• Movimentos postero-anteriores
rítmicos de língua
• Provocado através do toque na
ponta da língua e pela presença de
um bico na cavidade oral
• A língua, o lábio inf, a mandíbula e
o hioide e agem como um orgão
motor único.
• Desaparece por volta dos seis
meses

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SUCKLING E SUCKING

• Habilidade reflexa:
– suckling – movimento
primário da língua,
encontrado nos primeiros
6 meses do bebé

– Sucking: segundo padrão


de sucção na alimentação
da criança.
• Desenvolve-se entre os
6 – 9 meses

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Sucção

SUCÇÃO SUCÇÃO NÃO


NUTRITIVA NUTRITIVA

OBJECTIVO REGULADOR
OBTER EXPLORAÇÃO
ALIMENTO SATISFAÇÃO
PRAZER

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SUCÇÃO, DEGLUTIÇÃO E RESPIRAÇÃO

• Requere uma coordenação precisa durante a ingestão do


bolo alimentar
• Sucção/deglutição: relação de 1:1, com a respiração
ocorrendo durante as deglutições
• Ultima habilidade a ser adquirida in útero
• 3 meses: sequencia de 20s/p

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Avaliação e Intervenção no RN e Criança de risco

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Evidências em Neonatologia
• A função alimentar na criança tem como base:
– Maturação neurológica
– Experiência

• Bebés com patologia neonatal ou de risco para o


neurodesenvolvimento, apresentam maiores probabilidades de terem
dificuldades alimentares;

• Imaturidade e instabilidade hemodinâmica aumentam a


probabilidade para experiências aversivas ao nível da alimentação;

• A “Experiência” influencia diretamente a «construção da rede


neurológica».

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Evidências em Neonatologia

• Prematuridade:
• Muitas das crianças nascidas de PT necessitam de intervenção da TF para:
• Aprender com sucesso a alimentarem-se exclusivamente por via oral;
• Realizar a diversificação alimentar adequadamente e sem dificuldades.
(Msall & Tremont, 2002)

• 40% das crianças que são seguidas em ambulatório, com queixas de


dificuldades na alimentação e/ou de crescimento, são ex- prematuros.

(Hawdon, et al, 2002

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Evidências em Neonatologia

• Um grande número de prematuros são encaminhados para intervenção pelas


dificuldades significativas e persistentes ao nível alimentar, tais como:
• Ingestão restrita de alimentos,
• Dificuldades em aceitar novos alimentos com diferentes texturas,
• recusa alimentar.

(Field et al, 2003; Hawdon et al, 2000; Rommel et al, 2003; Wood et al, 2003)

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Porquê o foco na alimentação?

• Função sensório-motora oral


• Deglutição,
• Respiração
• Ritmo/Coordenação
Processos importantes
que se relacionam com
o desenvolvimento
normal para a função
alimentar e com as
capacidades motoras
da fala

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Intervenção do TF no RN de risco

• O TF é o profissional adequado para atuar na unidade neonatal, pela sua


competência para avaliar as funções alimentares, de interação pais-bebé e da
capacidade de aquisição da linguagem recetiva e expressiva.
(ASHA, 2004)

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Intervenção do TF no RN de risco

Diagnóstico

Intervenção

Profilaxia

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Intervenção do TF no RN de risco

Hernandes, A., 2003

• Proporcionar uma alimentação por via oral segura, garantindo o


estado nutricional adequado do bebé;
• Promover competências comunicativas e vínculo afetivo entre bebé e
família;
• Cooperar na otimização do ambiente da UCIN/UCERN;
• Trabalhar em intrínseca parceria com a equipa da UCIN/UCERN e
família, promovendo o bem estar do bebé e contribuindo para a alta
hospitalar.

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PERFIL DO TF em neonatologia
Conhecimento/ formação sobre:
Hernandes, A., 2003
• desenvolvimento normal e neurodesenvolvimento;
• as estruturas e as funções do sistema estomatognático;
• especificidade da população - alvo.
• Facilidade em desenvolver relações inter-pessoais e trabalhar em parceria com os
diferentes elementos da equipa ;
• Respeito pela dinâmica do serviço: rotinas da equipa, “timings” da família e do RN
(flexibilidade e adaptabilidade);
• Disponibilidade temporal e emocional;
• Capacidade de gestão, regulação e aceitação do insucesso, da deficiência, da morte
como processos integrantes da vida.

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Critérios de Encaminhamento para Terapia da Fala

• Incoordenação sucção – deglutição;


Incoordenação sucção-deglutição-respiração;
• Utilização de Sonda;
• Sucção Fraca;
• Apneia durante a alimentação;
• Recusa de alimento;
• Perda de peso;
• Reflexos orais ausentes ou exacerbados;
• Preocupação com possível aspiração durante a alimentação;
• Letargia durante a alimentação;
• Períodos mais longo que 30 a 40 minutos;
• Engasgos excessivos ou tosse recorrente durante a alimentação;
• Refluxo nasal e gastroesofágico.
(Arvedson & Brodsky , 2002)

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População Alvo de Atendimento em Terapia da Fala


Bebés de Pré-Termo:
• Bebés que nascem antes das 37 semanas de idade gestacional e pesam menos de 2550
gr (OMS) com maior probabilidade de morbilidade e mortalidade, decorrentes de
problemas no curso normal de nascimento e de dificuldades de adaptação ao
ambiente extrauterino.

Recém-Nascidos de Risco:
• Bebés que apresentam condições patológicas associadas à mãe ou à própria criança,
podendo por em risco a sua sobrevivência, pelo que necessitam de permanecer no
berçário sob rigoroso controle médico e enfermagem especializados.

Bebés de Termo:
• Bebés que nasceram entre a 38 e 42 semanas, mas que apresentam alguma
intercorrência clínica.

(kopleman, s/d in Hernandez, 2003)

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Caracterização do neonato de risco


RNPT
• Segundo a OMS é considerada prematura ou pré-termo, a criança que nasce com idade
gestacional inferior a 37 semanas, independentemente do seu peso à nascença.

• Fatores que desencadearam um nascimento pré-termo:


- maternos (riscos demográficos, riscos prévios à gravidez, riscos durante a gravidez,
riscos ambientais, comportamentais,…)
- própria criança (condições fisiológicas, orgânicas…).

Quase sempre, o nascimento prematuro acarreta uma série de intercorrências e


complicações que interferem com a saúde e futuro desenvolvimento da criança.

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• IG<37 sem
– Bebés com baixo peso são bebés nascidos com menos
Pré-termo

de 2500g (RNBP);
– Bebés com muito baixo peso são bebés nascidos com
menos de 1500g(RNMBP)
– Bebés com extremo baixo peso são bebés nascidos
com menos de 1000g(RNEBP)
_____________________________________
(United Nations Children’s Fund and World Health Organization, 2004).

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• O bebé pré-termo têm maior probabilidade de


desenvolver problemas clínicos e de
desenvolvimento:
• Por ter tido menos tempo para se desenvolver e crescer no
útero,
– Por se encontram num ambiente stressante do qual
depende, mas é vulnerável (Mayoclinic, 2002)
_____________________________________________

23 semanas de gestação 40 semanas de gestação

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• Video cpap em prematuro

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ESTADIOS de DESENVOLVIMENTO da
POSTURA PRÉ - NATAL

ESTADIOS PADRÃO TEMPO

Flexão 9 a 17 semanas
1º ESTADIO
Extensão 18 a 30 semanas

Flexão e abdução 30 a 35 semanas


2º ESTADIO Flexão e adução 35 a 42 semanas

Criança prematura tem uma sequencia definida do desenvolvimento do tonús


muscular e qualidade de respostas, dependendo da sua maturidade gestacional.
_________________________________________________________________
Murphy,M. Physiotherapy, june,vol 77, nº6, 1991

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Leo alexander

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Baby born at 30

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Winter daisy

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Caraterísticas do Bebé de Pré-Termo - alimentação

• Pequena tolerância do trato alimentar;


• Reflexos de sucção e deglutição fracos ou ausentes;
• Elevadas necessidades calóricas;
• Pequena capacidade gástrica;
• Grande probabilidade de aspiração;

DIFICULDADES ALIMENTARES NO RNPT

• Nutrição por via intravenosa


• Nutrição parentérica total
• Nutrição por sonda ou gavagem

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Recém-nascidos de Risco

• Enterocolite Necrosante (distúrbio gastrointestinal que afeta cerca de 2- 8%


dos prematuros, que pode implicar remoção cirúrgica do intestino
comprometendo a alimentação oral);

• Hemorragia intracraniana (intercorrência clínica muito grave com sequelas no


desenvolvimento neuro-psicomotor, com dificuldades no controle motor oral e
postural global);

• Anoxia e Encefalopatia hipóxico-isquémica;

• Síndrome do Desconforto Respiratório;

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Recém-nascidos de Risco

• Displasia Bronco-Pulmonar
(doença crónica pulmonar com sintomatologia semelhante ao SDR, com uso prolongado de O2):

• esforço respiratório intenso no ato de sucção e deglutição;


• intervalo entre os movimentos inspiratórios é curto dificultando a coordenação;
• curto período de apneia de deglutição envolve grande gasto energético; - comum desencadeante de RGE;
• rejeição ao estímulo oral e recusa alimentar.
• alteração dos padrões orais sem disfunção cerebral associada (inexistência de experiências orais na
alimentação e excesso de situações aversivas);

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Recém-nascidos de Risco

• Cardiopatia Congénita (atenção à fadiga e taquidispneia);

• Hipertiroidismo congênito ;

• Doença de Werdnig-Hoffman (hipotonia generalizada, problemas respiratórios por compromisso bulbar


e dos músculos respiratórios, dificuldades de sucção) ;

• Miastenia Grave,

• Distrofia Muscular Congénita Kernicterus (Síndrome decorrente da neurotocicidade da bilirrubina com


impregnação dos núcleos da base, hipocampo… com sucção fraca, tendência para febres, hemorragias,
deficiência Mental, surdez , reflexo de Moro Lento);

• Síndrome de Beckwith-Wiedemann (síndrome polimalformativo caracterizada pela presença de


anomalias congénitas como visceromegalias, macroglossia, defeito da parede abdominal,
supercrescimento pré e pósnatal e hipoglicemia pós-natal)

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Recém-nascidos de Risco

• RN e Crianças com Alterações Craniofaciais

-Fendas labiais, palatinas e labiopalatinas;

-Síndrome Cornélia de Lange (atraso de linguagem, deficiência mental, anomalias


cardíacas, intestinais, refluxos gastresofágico, problemas visuais e auditivos e dificuldades
de alimentação; falta de sensibilidade à dor ou uma sensibilidade táctil mais acentuada);

-Sequência de Pierre Robin (micrognatia, glossoptose, fenda no palato, obstrução


respiratória das vias aéreas superiores);

- Micrognatismo.

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Alimentação

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Técnicas de alimentação
• Nutrição Artificial:
-Entérica: alternativa para a ingestão de alimentos (na forma líquida), podendo ser
feita através de uma sonda posicionada ou implantada no estômago, no
duodeno ou no jejuno...

-Parentérica:
-Via Periférica (Introdução de uma agulha fina (abocath) numa veia próximo da
pele. Pode ser colocado no couro cabeludo, na perna, no pé, no braço ou na mão
do bebé..)
-Via Central (Introdução cirúrgica de um catéter num vaso principal da axila ou
da virilha e que vai até perto do coração ou a colocação de um cateter comprido
e fino dentro de uma veia do braço ou da perna e que vai até à veia cava
superior, que se chama "Cateter epicutâneo-cavo".)

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Tipos de Sondas

Sonda nasogástrica Sonda orogástrica se não for


desvantagens do seu uso colocada na linha média
Posteriorização da postura da Alterações no padrão do
língua; movimento da língua
Dificulta a respiração dos bebés Alterações na organização do bolo
(co-morbilidade de problemas alimentar;
respiratórios);
Pode originar traumatismo das Interferência no trabalho de SNN ;
estruturas nasofaríngeas;
Aumento da incidência do reflexo Originar comportamentos de
vagal; aversão e rejeição de estimulação
a nível oral não impossibilitando a
sucção adequada
Compromisso do uso de uma Exacerbação do reflexo de vómito;
narina;

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Intervenção do Terapeuta da Fala em Bebés de


Pré-Termo e Bebés de Alto Risco

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Intervenção do Terapeuta da Fala em Bebés de Pré-Termo e


Bebés de Alto Risco
• “Existe um período sensível, ideal para aplicação de determinado estímulo, a partir
do qual é mais difícil aprender…As experiências orais são adiadas e perdem-se
momentos ideais do desenvolvimento para a sua ocorrência.”
(Arvedsom & Brodsky, 2003)

• O stress repetido de entubações frequentes pode desencadear o comportamento


de hipersensibilidade oral e recusa alimentar.”

• “Embora a alimentação por via oral seja um objetivo a atingir, o objetivo principal é
garantir a nutrição necessária ao desenvolvimento, para a recuperação do tecido
pulmonar e crescimento corporal.”
(Hernandéz, 2003)

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Intervenção do Terapeuta da Fala em Bebés de Pré-Termo e


Bebés de Alto Risco
INTERVENÇÃO EM NEONATOLOGIA SEGUNDO A TEORIA SINATIVA Rega, 2003
(ALS, 2002)
Subsistemas
1 – Fisiológico (sinais de stress);
2 – Desenvolvimento Motor (tonús, postura e movimento);
3 – Estado de Alerta (fase de sono desorganizadas, tipo de olhar,…);
4 – Atenção e Interacção (Qualidade do estado de alerta e da interacção);
5 – Auto-regulação (capacidade
de alcançar e manter com sucesso
o equilíbrio entre os sistemas).

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Sinais de Stress
Subsistema Subsistema motor Subsistema de Subsistema de
Autónomo estados de interação
consciência

Bocejos, soluços, Hipertonia, Dificuldade em Não dá sinais de


engasgos, espirros, hipotonia, atividade manter o estado de fome, não mantém a
vómitos, palidez, frenética, sono e de alerta, interação, foge do
cianose, contorções corporais olhar esgazeado e olhar
regurgitamento, e movimentos hiperalerta
pausa respiratória, desorganizados
respiração irregular,
respiração ofegante,
tremores e tosse

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Atuação do Terapeuta da Fala em Bebés de Pré-


Termo e Bebés de Alto Risco

Modificação ambiental
- manusear fragrâncias fortes longe da cama do RN (agressores olfativos);
- redução dos estímulos ambientais (agressores visuais como luzes fortes e diretas, fototerapia devem ser
substituídos por iluminação indireta e providenciar proteção ocular) ;
- favorecer padrões diurnos de luz padrões cíclicos de sono-alerta);
- evitar a exposição a agressores sonoros (alarmes, brinquedos, tom de voz);
- fechar a porta da incubadora suavemente;
- evitar técnicas demasiado invasivas (nomeadamente orais, considerando a administração de medicamentos
orais por gavagem e a sedação para procedimentos com instrumentos orais).
- promover a técnica de canguru e a partilha de cama entre gémeos;

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Atuação do Terapeuta da Fala em Bebés de Pré-Termo e


Bebés de Alto Risco

• Redução do manuseio:
• trabalhar em equipa nas intervenções que exijam movimento do RN;
• movimentar suave e gentilmente, sobretudo, na passagem das várias posições;
• regular a acção sobre o RN de acordo com os seus sinais fisiológicos;

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Atuação do Terapeuta da Fala em Bebés de Pré-Termo e


Bebés de Alto Risco
• Posicionamento
- decúbito dorsal ou lateral em flexão;
- promover a estabilidade dos membros – contenção
• Adequação do estado de alerta
- Estimulação a nível táctil (manuseio suave e delicado do bebé a nível da região toráxica e
abdominal, posteriormente oral);
- Estimulação a nível vestibular (balançar, elevar e baixar);
- Estimulação a nível auditivo (variação no ritmo, altura tonal e intensidade);
• Redução de estímulos ambientais excessivos.

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Atuação do Terapeuta da Fala em Bebés de Pré-Termo e


Bebés de Alto Risco
• Modificação do estado de irritabilidade ou choro para o estado
calmo de alerta:
- Movimentos firmes, contendo os membros do RNPT;
- Comunicação corporal;
- Massagens;
- Estimulação vestibular (movimento com ritmo);
- Escolha de um local calmo para alimentar.

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Atuação do Terapeuta da Fala em Bebés de Pré-Termo e


Bebés de Alto Risco
Estratégias de organização para o bebé:
• Facilitar o reflexo de preensão, dando algo para agarrar como a mão;
• Promover o reflexo de sucção, mantendo as mãos do bebé perto da face
• e da boca e, oferecendo a chucha;
• Oferecer a chucha para se acalmar e auto-organizar;
• Deixar a mãe segurá-lo junto do seu peito e coração e falar-lhe docemente;
• Alterar a postura (Decúbito Ventral, Dorsal ou Lateral em Flexão, com
• contenção nos membros inferiores: posição de cueiro);
• Encorajar os pais a tocar de forma organizada (firme e suavemente);
• Usar rotinas de forma consistente e tranquilizante;
• Apresentar um único estímulo de cada vez.

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Atuação do Terapeuta da Fala em Bebés de Pré-Termo


e Bebés de Alto Risco

Ajudar os pais a:
- Observar os momentos em que o bebé se encontra disponível para comunicar;
- identificar o estado de consciência em que o seu bebé se encontra, conversando com ele, quando se
encontra em estado de alerta, num tom de voz calma;
- identificar as formas mais adequadas para lidar com o seu bebé, explicando-lhe as
características do RNPT e as suas reações atípicas à estimulação, fruto da sua imaturidade
neurológica;
- tocar no seu bebé, de forma organizada, promovendo a
interação, a comunicação e a criação de vínculos afetivos;
- reconhecer e lidar com os comportamentos de stress e de disponibilidade”;
- compreender o feedback do bebé face às suas ações;

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Atuação do Terapeuta da Fala em Bebés de Pré-Termo


e Bebés de Alto Risco
Ajudar os pais a:
- obterem vivências positivas de interação com o seu bebé;
- sentirem-se um elemento fundamental da equipa, cuidador do seu filho;
- promoverem posicionamentos mais adequados;
- usarem técnicas de facilitação do reflexo de preensão palmar , de sucção, de deglutição;
- escolher as atividades específicas (interação verbal, uso de brinquedos, contacto visual…);
- expressarem as suas expectativas e objetivos;
- organizarem as rotinas e promoverem os longos períodos de sucesso;
- partilhar os sentimentos com a equipa e outros pais que se encontram na mesma circunstância.

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Ambiente da UCIN

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UCIN - Ambiente

Termorregulação
Objetivos permanência do RN na UCIN

Suporte respiratório

Proteção contra infeções

Controlo e manutenção dos sinais


vitais

Comunicação e envolvimento
familiar

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Equipamentos Utilizados em Neonatologia

• Incubadora: mantém a temperatura e isola o RN. Possui controlador de


temperatura.

• Monitor de freqüência cardíaca: fornece os batimentos cardíacos, dispara alarme


quando ocorre alguma alteração nos batimentos do RN (120-160 mpm)

• Monitores de pressão: fornecem o nível pressórico do RN.

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Equipamentos Utilizados em Neonatologia


• Monitor de freqüência respiratória: indica quantas respirações por minuto o RN
apresenta (30-60 irpm).

• Oxímetro: indica qual a concentração de oxigênio através de um sensor na pele do RN.


(>90)

• Bomba de Infusão: usada para manter um fluxo contínuo de líquido, evitando variações
súbitas do volume sangüíneo e da glicemia.

• Unidade de fototerapia: usada quando o RN apresenta icterícia precoce (com menos de


24h de vida) entre outros casos.

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Ambiente da UCIN

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UCIN - Materiais

• incubadoras

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UCIN - Materiais

• Rede

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UCIN - Materiais

• Ninho

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UCIN - Materiais

• Berço

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UCIN - Materiais

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UCIN - Materiais

• Eléctrodos

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UCIN - Materiais

• SO2

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UCIN - Materiais

Oxigenoterapia

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UCIN - Materiais

• CPAP

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UCIN - Materiais

• Bomba de infusão

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UCIN - Materiais

• Sonda de alimentação

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UCIN - Materiais

• Cateter percutâneo / central

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UCIN - Materiais

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Avaliação e Intervenção do TF

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Avaliação

“Assessment is the constant search for the right


questions and the internal review of the possible
answers or solutions that can make a difference in the
life of a child and family.”

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Avaliação
• Tónus, postura, extensibilidade das articulações (global) (toque, observação e manipulações passivas);

- Sistema estomatognático;
- anatomia, funcionalidade e
Integridade
- Reflexos orais
- Sucção não nutritiva:
- coordenação S/D/R,
- integridade do sistema sensório-motor oral,
- postura dos órgãos fonoarticulatórios,
- força e ritmo de sucção,
- encerramento labial,
- pressão intra-oral;
- frequência de sucções;
- NOMAS; EFS;
- AVALIAÇÃO DA PRONTIDÃO DO PREMATURO PARA O
- INICIO DA ALIMENTAÇÃOVIA ORAL
- EFS – Early Feeding Skills

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Avaliação
- Capacidade de auto
regulação;
- Postura e padrões de
movimento;
- Padrões respiratórios
- Estados de consciência;
- Prontidão para a
alimentação e
capacidade de manter
o alerta;
- Resposta á estimulação
propriocetiva.
- Observação da Interação pais-bebé

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Avaliação

• Forma de alimentação:

– tipo de sonda; biberon; peito; copo; misto; - tipo, consistência, textura, temperatura e
quantidade de alimentos ingeridos;

- dificuldades nas funções alimentares – engasgos, cianose, pausas respiratórias


inadequadas, fadiga, dificuldades de sucção, deglutição, mudança de estado de alerta para
sono profundo;

- reações do bebé/criança;

- adaptações e estratégias usadas pelo adulto.

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Avaliação

• Sucção/Deglutição não-nutritiva (dedo enluvado ou asséptico


introduzido entre os lábios do bebé, tocando a parte anterior da língua,
gengivas e palato duro; chucha, dedo do bebé);

• Nutritiva controlada nutritiva (biberon ou ponta da gaze/compressa de


não tecido esterilizada enrolada e molhada em água, soro glicosado a
5% ou leite)

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Avaliação
Padrões de Sucção:
-Sucção maturo - 10 a 30 sucções por golo, boa coordenação sucção/deglutição/respiração;

-Sucção transitório – longos golos de 6 a 10 sucções, padrão de golo/pausa com golos de 3 a 5 sucções, possibilidade de
ocorrência de episódios de apneia e pausas longas entre as goladas;

-Sucção imaturo – 3 a 5 sucções por golo, respirações e deglutições antes e depois das sucções, golos e pausas de igual
duração.

Perturbações do Padrão de Sucção:


-Sucção desorganizada – falta de ritmo durante a sucção;

-Sucção disfuncional – interrupção do processo de alimentação devido a movimentos anormais da língua e da mandíbula

(Meyer & Crawler, 1993 in Ramalho, 2009)

81

27
06/05/2021

Sucção Nutritiva Sucção Não Nutritiva

Objectivo Obter alimentação Regulador, exploração


Satisfação, prazer

Ritmo Padrão complexo com Padrão organizado e repetitivo


sugadas fortes e com poucas de sugadas curtas, estáveis e de
e breves pausas, na presença pausas longas ou irregulares,
de fluxo no biberon ou seio. sem a presença de líquido na
cavidade oral

Taxa/Débito 1 sucção por segundo. 2 sucções por segundo


Constante ao longo da
alimentação

Sucção/Deglutição Bebés pequenos:1:1 6:1ou 8:1


Bebés 2, 3:1

Hernandez, 2002

82

PADRÃO DA SDR

83

Sucção

Observar a funcionalidade da SN, tendo em atenção:


- a relação volume de leite ingerido/tempo gasto/ dispêndio energético

….para decidir….

Alimentação Oral Alimentação exclusivamente oral ou + Alimentação por sonda

Não esquecendo de re-observar….


- Grau de organização do bebé após a alimentação (sinais de auto-regulação e/ou stress);
- Presença de tosse, engasgos, regurgitação, estridor laríngeo (possibilidade de aspiração);
- Braquicardia, Prostração…(a alimentação por via oral não é segura).

84

28
06/05/2021

Sucção

• Decisão a nível do trabalho de desenvolvimento do padrão motor oral:

-Terapia oromotora indirecta (estratégias que melhorem o desempenho oromotor)

• Favorecer uma experiência organizadora favorável, antes do ínicio da via oral.

-Terapia directa ao nível do treino de alimentação por via oral

85

• Tradução e Adaptação para a Cultura Portuguesa do Instrumento de Avaliação da Prontidão do Prematuro para o
Início da Alimentação Oral
• Trigo, C.; Hitos, S. Marques, A. (2014)

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88

89

Avaliação Formal

90

30
06/05/2021

91

Intervenção
• Fornecer experiências positivas
– Observar/respeitar sinais que indicam a prontidão do
RN para a alimentação;
– Implementação de estratégias para facilitar a
aquisição e desenvolvimento das capacidades
miofuncionais orais para a função alimentar;

Sem Capacidades adequadas:


-Aparecimento de sinais de stress
-comportamentos de aversão …

92

Intervenção

• Importante a aquisição/desenvolvimento da
Capacidade

Eficiência

“Endurance”

93

31
06/05/2021

94

95

Importância do Toque

• Nos primeiros meses de vida o bebé deverá fazer o contato pele-com-pele o


máximo de vezes possível, mesmo para os pais que o conseguiram fazer
imediatamente após o nascimento.
• De acordo com o SNS, este contacto apresentam os seguintes benefícios:
• Regulação da respiração do bebé, frequência cardíaca, níveis de oxigénio e
temperatura;
• Ajuda na amamentação;
• Mantêm o bebé quente e calmo;
• Diminuição do ingurgitamento materno (acumulação dolorosa de leite);
• Diminuição da probabilidade de depressão pós-parto;

96

32
06/05/2021

Importância do Toque
• Garante um bom desenvolvimento dos prematuros
• Pela necessidade de cuidados médicos especializados o
RNPT é separado da mãe. Essa separação não é nada
positiva para os prematuros. “O cérebro destes bebés
acaba se maturando de uma maneira que não estava
programada”.
• A solução para estabelecer essa proximidade é, mais uma
vez, o contato pele a pele. “O método canguru permite
que crianças de baixo peso criem um vínculo com a mãe
de forma mais eficiente”.
• Reduz o risco de infecções
• Acalma o bebé
• Alivia a dor

97

Skin to skin

98

Intervenção - Posicionamento

• Após a observação cuidadosa, modificar a postura, de modo a


facilitar o processo alimentar.:

• Posicionamento em decúbito dorsal e lateral, com inclinação e suporte para dar estabilidade
e promover o padrão de flexão;
• Controle de cabeça e cintura escapular com contenção dos membros superiores e leve
flexão) – enrolar o bebé no cobertor ajuda-o a organizar-se para a sucção e deglutição.

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33
06/05/2021

Intervenção - Posicionamento

• De acordo com a idade gestacional, o bebé tem posturas preferidas.


• A postura do recém-nascido está relacionada com o seu próprio corpo e não com
o espaço.
• Os dois primeiros meses são uma continuação do repertório fetal, mas com um
aumento de 3x na força da gravidade.
• Os recém-nascidos preferem adotar a posição em que estão confinados no útero.
• Podem mostrar-se inquieto quando posicionados numa posição que não
conhecem.
• Os recém-nascidos não alternam de decúbito.

100

Intervenção – Posicionamento e toque

• A ausência do toque pode debilitar o sistema táctil, afetando:


• -Perceção táctil
• -Planeamento motor grosseiro
• -Planeamento motor fino
• -Competências sociais
• -Aprendizagem académica
• -Segurança emocional
• -Perceção visual
• -Consciência do corpo

101

102

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06/05/2021

Intervenção – Posicionamento e toque

103

Intervenção - Posicionamento

• Após a observação cuidadosa, modificar a postura, de modo a facilitar


• o processo alimentar.
• -Posicionamento em decúbito dorsal e lateral, com inclinação e suporte
• para dar estabilidade e promover o padrão de flexão;
• -Controle de cabeça e cintura escapular com contenção dos membros
• superiores e leve flexão) – enrolar o bebé no cobertor ajuda-o a
• organizar-se para a sucção e deglutição.

104

Intervenção - Posicionamento

• De acordo com a idade gestacional, o bebé tem posturas preferidas.


• A postura do recém-nascido está relacionada com o seu próprio corpo e não com
o espaço.
• Os dois primeiros meses são uma continuação do repertório fetal, mas com um
aumento de 3x na força da gravidade.
• Os recém-nascidos preferem adotar a posição em que estão confinados no útero.
• Podem mostrar-se inquieto quando posicionados numa posição que não
conhecem.
• Os recém-nascidos não alternam de decúbito.

105

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06/05/2021

106

Oral Stimulation Program


(Fucile et al.)

• Consiste em manipulações táteis


realizadas nos lábios, na gengiva, na
bochecha, na língua durante 15
minutos, sendo os últimos minutos
dedicados à estimulação da SNN.

107

• Estimulação vs Experiência

Estimulação oral: fornecer «input» tátil ao nível da face,


boca, lábios, língua:
• ESMO: consiste em manobras facilitadoras e estimulação tátil e gustativa para que o
RN possa paulatinamente adquirir os padrões oromotores para a alimentação (intra e
extra-oral)

• Controlo oral: técnica de tratamento efetivo para aumentar a eficiência de sucção para
além de prover estabilidade para a mandíbula.

108

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• ESMO/SNN/CO

• Massagem da face, na zona peri oral e na língua;

-Incentivar a sucção do dedo ou na chucha (no caso da criança a empurrar assegurar-se da sua
permanência na boca: incoordenação e/ou fraca sucção);

-uma zaragatoa/ cotonete/compressa no meio da língua, pressionando-a para libertar líquido e se


possível massajar com o mindinho (incoordenação na sucção/deglutição e respiração, sem possibilidade
de alimentação via oral);

-Massajar a musculatura do hióide na direção do esterno;

-Dar estabilidade na mandíbula colocando o dedo entre o queixo e o pescoço do bebé.

109

“Guidelines” para a utilização da ESMO:

– Estimulação de um padrão de sucção mais


ativo;
– Redução da hipersensibilidade intra-oral;
– Diminuição da força do reflexo de morder;
– Promover a aceitação do toque a nível
orofacial;
– Facilitar experiências positivas a nível
orofacial – facilitação de posturas e do
tónus das estruturas intervenientes no
processo de alimentação.

110

Winstock, 1994; Morris & Klein, 1997) Eating, Drinking and


Feeding Skills

Sensibilidade Extra-oral:
- posicionar a criança, de forma adequada e confortável;
-tocar, de forma simétrica, nas partes do corpo que a criança
aceite melhor (toque firme, rítmico, lento usando as mãos ou um
tecido macio);
- realizar os movimentos na face, de forma simétrica, favorecendo
o encerramento labial;

111

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112

113
Estimulação peri oral

114

38
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• Sensibilidade Intra-oral – massagem nas gengivas:


- providenciar a limpeza das mãos e unhas que vão entrar na boca da criança;
- adequar o tamanho do dedo-estimulador à boca da criança;
- molhar o dedo a usar antes de introduzi-lo na boca da criança (almofada do dedo
na parte medial do lábio superior);
- rodar o dedo e massajar firmemente a gengiva.

115

116

• Sensibilidade Intra-oral – massagem circular nas bochechas:


- afastar a bochecha do vestíbulo delicadamente, com o dedo;
- realizar movimentos circulares na face interna das bochechas;
-usar controlo oral para favorecer a deglutição e aumentar a aceitação da
estimulação oral;

117

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118

119

120

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Sucção Não Nutritiva:

• Comprovado os seus benificios;

• Diminui significativamente o tempo de internamento do RNPT no hospital;

• Ajuda na passagem da alimentação por sonda para a alimentação via oral mais rapidamente;

• Promove o melhor desempenho da sucção nutritiva (quer no biberão quer na mama).

(Harding, 2009; Pinelli & Syminton, 2005)

121

Sucção Não Nutritiva:


- Adequação do padrão postural;
-Maior tempo de alerta;
-Organização dos estados de vigília;
-Adequação da musculatura orofacial;
-Facilitação da associação da sucção com a saciedade;
-Maior estabilidade a nível mandibular;
-Movimentos de sucção adquirem mais precisão e força;
-Maior coordenação dos movimentos de língua e mandíbula na sucção, deglutição e respiração;
-Facilitação da digestão (maturação e ritmo de crescimento gastrointestinal);
-Aumento de O2 durante e após as mamadas;
-Passagem mais rápida e efectiva para alimentação via oral.

122

Sucção Não Nutritiva:

• Associada à alimentação exclusivamente por sonda gástrica, de forma mista (sonda e via
oral) ou
• apenas por via oral (copo ou seio materno);
• Estimulação do reflexo de procura;
• Estimulação do reflexo de sucção: introdução do dedo enluvado molhado em leite ou da
chucha
• apropriada para prematuros de pequenas gotas de leite ou solução de glicose, retirando a
cada ¾
• sucções para uma pausa respiratória;
• Lavagem da sonda com 1,0 ml de água destilada;
• Manter o bebé em decúbito lateral para propriciar o esvaziamento gástrico.
(Bonifácio, 1999; Welter, 1999;Hernandez, 2003; Rio; 2003 Almeida & Modes, 2004)

123

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124

ESMO

125

SNN + treino de ritmo

126

42
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“Experiência oral” : fornecer experiencias positivas ao


nível da face/boca/lábios/língua:
• KMC
• SNN
• Exploração independente

SN: adaptar o padrão


motor oral para a
alimentação já
desenvolvido na SNN

127

• SNN (ritmo)
– Dedo + Sonda
• Pré-requisitos para uma – Chupeta
alimentação VO: – Mama
– Estabilidade cardíaca,
pulmonar, gástrica;
– Presença de reflexos
protetores;
– Estado de alerta calmo.
• SN
- Copo
- Biberão
- mama

128

Intervenção – SN
Técnicas de Sucção Nutritiva
- Aleitamento materno
- Alimentação em copo
- Seringas e conta-gotas
- Técnica da sonda-dedo
- Alimentação por biberon

129

43
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Intervenção – Sucção Nutritiva controlada*

• Usar um volume mínimo de 3 a 5 ml numa seringa com chucha ou a técnica


sonda/dedo e estabelecer o ritmo e a frequência de 4/1;
• -Dar apoio nas bochechas e/ou queixo para maior estabilidade da mandíbula;
• -Introduzir o leite na face interna da bochecha e estimular movimentos rítmicos
para a frente com ligeira pressão da chucha na língua. Parar e esperar movimento
de sucção.

(Morris & Klein, 1997; Rega, 2003; Rega, 2006)

130

Intervenção – Sucção Nutritiva controlada*

• Sistema de Nutrição Suplementar Suplementador de mamadas (sonda de 0.8 a 0.4


presa na ponta do mamilo com controle do fluxo do leite);

(Rio, 2003)

131

SNN+gavagem

132

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SNN+SN

133

• Finger-feeding

134

• Vaso

135

45
06/05/2021

Amamentação

136

137

Amamentação

• Vedamentolabial;
• Contração do músculos orbiculares e bucinadores;
• Presença de compressão labial e formação de leve sulco nas comissuras
labiais;
• Movimentação dosmasseteres, sulco na bochecha;
• Movimentos mandibulares;
• Movimentos ântero-posteriores de língua;
• Promove o melhor desenvolvimento das funções estomatognáticas.
• O seio materno funcionacomo aparelho ortodôntico natural.
• Durante a amamentação no seio as estruturas orais se desenvolvem e se
fortalecem

138

46
06/05/2021

Amamentação Posicionamento - mãe

139

Amamentação Posicionamento - bebé

• O corpo do bebê deve estar inteiramente de frente para a


mãe e bem próximo (barriga do bebê voltada para o corpo
da mãe).
• O bebê deve estar alinhado, a cabeça e a coluna em linha
reta, no mesmo eixo.
• A boca do bebê deve estar de frente para o bico do peito.
O nariz do bebê deve estar ao mesmo nível do mamilo;
• A mãe deve apoiar com o braço e mão o corpo e o
“rabinho” do bebê.
• A cabeça do bebê deve repousar no antebraço da mãe;
• Aproximar a boca do bebê bem de frente ao peito, para
que ele possa abocanhar, ou seja, colocar a maior parte da
aréola dentro da boca.
• Queixo do bebê tocando o peito da mãe.

140

Amamentação Posicionamento - bebé

141

47
06/05/2021

Amamentação -
pega
• Depois do bebê bem
posicionado, com o
nariz a nível do mamilo;
• Espere que ele abra a
boca bem aberta (pode
estimular a abertura da
boca roçando com o
mamilo nos lábios do
bebê).

142

Amamentação - pega

• Rapidamente, aproximar o bebé da


mama, de modo que o lábio inferior
toque na mama o mais longe
possível da base do mamilo (assim,
o mamilo estará apontado em
direção ao céu da boca).

143

144

48
06/05/2021

Amamentação - pega

Sinais de uma Pega Correta

• A boca do bebê está muito aberta e ele tem uma grande


porção de mama dentro da boca
(lembre-se que amamentar é “dar o peito”, não é dar
apenas o mamilo);
• O queixo está tocando na mama;
• O lábio inferior está enrolado para fora;
• Se existir aréola visível, mais quantidade é visível acima do
lábio superior do que abaixo do lábio inferior.

145

Contacto inicial:

• Informações da mãe/RN/parto
• Inicio do processo de vinculação

Avaliação:

• Anamnese
Avaliação - • Observação das mamas
• Avaliação do RN
amamentação • Avaliação da mamada

Diagnóstico e intervenção

• Identificação da causa
• Estabelecer estratégias
• Orientações
• Plano de amamentação

Claúdia Moreira, Lactancia

146

Avaliação - amamentação

Claudia Moreira, Lactancia

147

49
06/05/2021

Fonte: Claudia Moreira, Lactancia

148

Fonte: Claudia Moreira, Lactancia

149

150

50
06/05/2021

Avaliação - amamentação

151

152

Intervenção - amamentação

• ESMO + SNN
• RO
• O bebé abre a boca para pegar o mamilo e
parte da auréola.
• Controlar pausas e sugadas com estabilidade
na mandíbula ou retirar leve ou totalmente o
mamilo da boca lateralmente com o dedo.
• O bebé deve mamar num peito até o esvaziar
e só depois oferecer o outro, se necessário.
• Na mamada seguinte começar pelo último
peito oferecido.

153

51
06/05/2021

Intervenção - amamentação

• Atenção aos sinais:


- Presença de ruídos (sucção e/ou deglutição excessivamente sonorizadas);
-Bebé/Criança agitada, desorganizada e chorosa, perdendo o vedamento labial frequentemente;
-Bochechas do bebé/criança encovadas em cada sucção;
-Alterações na mama (aspeto e forma);
- Dor durante a amamentação.
• Alternativa a amamentação quando:
• Sucção fraca;
• Mamilos invertidos, planos, fissurados;
• Ingurgitamento mamário;
• Atraso na descida do leite.

154

Intervenção – amamentação

• Posicionamento: mãe vs bebé


• ESMO:
• facilitação das posturas das estruturas orofaciais intervenientes na função alimentar do bebé;
• Normalização do tónus postural das estruturas orofaciais ;
• Normalização da sensibilidade peri e intra oral;

• RO:
• Estimulação e/ou inibição dos reflexos orais

• SNN:
• Adequação de ritmo
• Força e pressão da sucção

155

156

52
06/05/2021

Intervenção – amamentação nos PT

157

Intervenção – amamentação nos PT

Aleitamento indireto:

• Extração do leite: o leite deve ser extraído de 3 em 3 horas durante 24


horas;
• O horário fixo é precioso para muitas mães com RNPT;
• Utilizar a hora da visita para realizar a extração;
• Manter bico do peito protegido (o protetor dos mamilos não deverá ser
demasiado pequeno e tem de ser colocado corretamente);
• Refrigeração e congelação do leite;
Quando necessário:

• Utilização de suplementos fitoterápicos como estimulante da


produção do leite materno (por indução da síntese da prolactina).

158

Intervenção - amamentação

Alternativas à alimentação por seio materno (OMS)

- Uso do copo

Na presença de Incoordenação Sucção/ Deglutição/ Respiração atenção ao risco de


aspiração e tempo gasto/volume de leite ingerido/ganho calórico.

-Soft cup

159

53
06/05/2021

Intervenção - amamentação

Alternativas à alimentação por seio materno (OMS)

• Sistema de nutrição suplementar

• Relactação e translactação

160

Intervenção – amamentação nos PT

Do biberão para o peito:


• Utilizar o Método Canguru: coloque o bebé sobre o peito;
• A língua do bebé explorará o mamilo lambendo um pouco do
leite ou chupando um pouco o mamilo;
• A boca do bebé é o meio de exploração mais importante e
aprende a reconhecer a sua futura fonte de alimento;
• Após capacidades orais para a função alimentar, status
hemodinâmico e peso, inicia-se a amamentação;
• Amamentação controlada*
• Frequentemente os bebés prematuros cansam-se mais
rapidamente;
• Inicialmente só conseguem satisfazer uma pequena parte da
sua «fome», sendo o restante alimento dado por sonda e/ou
biberão, copo, seringa.

161

162

54
06/05/2021

Intervenção – amamentação nos PT

163

Intervenção – amamentação nos PT

Diferenças dos RNPT:

• Sinais de fadiga precocemente após o inicio da mamada –


adormecem apos as primeiras gotas de leite;
• O banho, a colheita de sangue e/ou outras manipulações necessárias
ao RNPT causam sonolência (fadiga), sendo que a amamentação
deve ser protelada mais tarde;
• Importante os períodos de alerta para amamentar o RNPT;
• Antecipar o reflexo de ejeção do leite (demora 1 minuto a ejeção do
leite apos o inicio da sucção), este procedimento consegue poupar as
energias do bebé;
• Massajar o peito facilita o relaxamento do peito e facilita a pega do
bebé.
• Realizar ESMO antes da amamentação.

164

amamentação

165

55
06/05/2021

Caso Prático

166

Caso 1
- Bebé de sexo Masc. De 2 dias,
-nasceu de parto normal,
-Não foi logo colocado à mama porque a mãe teve complicações no pós-parto;
-Foi-lhe dado leite adaptado (10ml) pelo copo; refeições seguintes foi-lhe oferecido várias técnicas
de alimentação (copo, seringa, biberão, mama com bico de silicone)
-Apresenta náuseas;
- ausência de reflexos orais
- reflexo de mordida acentuado
- Foi colocado à mama com bico de silicone;
-Irritabilidade;
- A mãe refere que está sempre a dormir. Que suga alguma coisa e depois adormece
profundamente.
-- A enfermeira contata TF para avaliação e Intervenção

167

Sucção Nutritiva

• Quando não é possível amamentar….

168

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06/05/2021

Intervenção – SN pelo biberão

• Biberon: forma , tamanho, tipo de material

•Tipo de tetina: material, tamanho, textura, resistência, forma e tamanho do


orifício.

•Leite:
Temperatura;
Consistência;
Sabor;
Tipo – LEP, materno, com suplemento, com antiregurgiante (em crianças maiores – papa);
Quantidade (graduar quantidade oferecida por biberon e pela sonda com SNN);

169

Principais Diferenças entre leite materno


e as formulas lácteas infantis

• Embora tendo as formulas infantis por base o


leite de vaca, os seus constituintes são
modificados quantitativamente e nalguns
casos qualitativamente, de modo a se
aproximarem e satisfazerem as necessidades
nutricionais do lactente.

170

Classificação das formulas lácteas Infantis

Leites regulares:

• leites para lactentes


• leites de transição
• Leites de “crescimento”

Fórmulas para usos médicos especiais

171

57
06/05/2021

Intervenção – SN pelo biberão

Orientar para o material mais adequado tendo em conta a


avaliação das capacidades miofuncionais orais para a função
alimentar e estado hemodinâmico

172

Sucção Nutritiva pelo biberão-Tetinas


(Degan & Boni, 2004)
Prevenção de hábitos de sução

-Existência da concavidade é importante para o eficaz vedamento labial


e ajuda a limitar a porção de tetina dentro da boca;
- Facilita a pressão negativa intra-oral;
- Diminui a possibilidade de hiperextensão da língua;
- Localização do furo facilita a coordenação
sucção/deglutição/respiração;

173

Intervenção – SN pelo biberão

“ A melhor tetina é aquela que permite ao bebé sugar a quantidade de


leite necessário à sua nutrição em tempo adequado, da forma mais
segura, com uma boa função motora-oral.

(Hernandez, 1996 in Andrade, 1996)

174

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Intervenção – SN pelo biberão

(Degan & Boni, 2004) latex silicone


- Material mais mole , suave, - Material sem cheiro, mais
com maior elasticidade e sensível e firme com maior
flexibilidade, capacidade para manter a forma
e a resistente a puxões e
rasgões;
Tetinas
- Poderão ser mais apropriadas - Aconselhadas para bebés com
para bebés com dificuldades de sucção rápida;
sucção;

Escolha a tetina que melhor se adapta às condições anatomo-


fisiológicas do bebé perante o alimento que lhe pretende oferecer.

175

Intervenção – SN pelo biberão

•O ideal é o biberão que durante a mamada


possibilite a criação de pressão positiva,
semelhante ao que sucede durante a
amamentação ao peito.

•Os bebés alimentam-se mais confortavelmente


através de biberons que tem um sistema de
ventilação interna com uma válvula que elimina o
vazio e a formação de ar.

•O leite flui livremente pela tetina, localizando-se o


ar na parte superior do biberon, o que se traduzirá
na redução de cólicas e de gases, na menor
possibilidade de bolsar e eructar .

176

Avaliação – SN pelo biberão

Aspetos a avaliar:

1. Sistema estomatognático do bebé:


a. Integridade e funcionalidade do SE (simetria,
mobilidade, tónus,…);

2. Força e coordenação da Sucção/Deglutição/Respiração;

3. Nível energético despendido (atenção ao cansaço – baixa


de saturação de O2);

177

59
06/05/2021

178

Intervenção – SN pelo biberão

• ESMO:
• facilitação das posturas das estruturas orofaciais intervenientes na função alimentar do
bebé;
• Normalização do tónus postural das estruturas orofaciais ;
• Normalização da sensibilidade peri e intra oral;
• RO:
• Estimulação e/ou inibição dos reflexos orais
• SNN:
• Adequação de ritmo
• Força e pressão da sucção

179

Intervenção do TF
Bebés (prematuros e de termo) com Descoordenação
Sucção/Deglutição/Respiração

-diminuir o fluxo do leite, modificando o furo da tetina;


-efetuar SNN com chucha molhada no leite.
- Utilização de estratégias para aprendizagem/automatização da coordenação da
SDR

(Hernandez, 2003)

180

60
06/05/2021

181

Benefícios da Intervenção do TF

• Adequação da MOF
• Facilitação da associação da sucção com a
saciação
• Facilitação da digestão
• Aumento da oxigenação durante e após a
mamada
• Aumento de peso com a mesma quantidade
calórica
• Passagem da alimentação por sonda para a
• Alimentação via oral mais rápida e eficaz
• Facilitar a amamentação
• Alta hospitalar mais cedo

182

Contribui para a Prevenção de:

- Aspiração do alimento
- Agravamento do quadro de disfagia
- Dificuldades nas transições alimentares
- Sialorreia
- Alterações de sensibilidade (Disfunção da Integração
Sensorial)

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Desenvolvimento do Sistema SMO

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TEORIA DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Anne Jean Ayres (1920 -1988)

Tentar explicar as relações entre o funcionamento do SNC (Processamento


Sensorial) e o comportamento sensório motor e aprendizagem.

196

TEORIA DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL


…aprendizagem deve ser compreendida de forma global, incluindo não
somente o desenvolvimento cognitivo, as aquisições de conceitos, ou
as aprendizagens escolares, como também as várias dimensões do
comportamento adaptativo, todos eles dependentes do
funcionamento adequado do processamento sensorial.

Jean Ayres

197

TEORIA DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL


Neuroplasticidade

Resposta adaptada

Organização do SNC

Modelo de Desenvolvimento

Motivação Intrínseca (inner drive)

198

66
06/05/2021

TEORIA DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Integração Terapia da
Sensorial IS

Disfunção da
IS

199

TEORIA DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

1º - Integração Sensorial

A aprendizagem depende da capacidade de receber e processar a informação sensorial


proveniente:
1. Do meio ambiente
2. Do movimento do corpo
SNC processa e integra o input sensorial e usa essa informação para planear/organizar o
comportamento

200

TEORIA DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

2º - Disfunção

Quando existe uma alteração no processamento e na integração do input


sensorial, ocorrem défices na capacidade de planear e organizar o
comportamento, que vão interferir com as capacidades de aprendizagem.

201

67
06/05/2021

TEORIA DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL


3º - Terapia de Integração Sensorial
- Explorar organizado –

O favorecer de oportunidades para integração do input sensorial no contexto de


uma actividade intencional e para o planeamento e organização de uma
resposta adaptada, aumenta a capacidade do SNC de processar e integrar os
inputs sensoriais e consequentemente aumenta as capacidades de
aprendizagem.

202

O processamento da informação
sensorial é realizado em diferentes
níveis do SNC:

• Recetores periféricos
• Medula espinal
• Tronco cerebral
• Tálamo
• Níveis corticais superiores

203

ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Sistema Límbico
Muito activo na defensividade sensorial

Amígdala
- Controla as emoções
- Responde à estimulação sensorial
- Reconhecimento de emoções dos outros
- Memória de emoções

Hipocampo – aprendizagem e memória

204

68
06/05/2021

ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

NEURÓNIOS SENSORIAIS

São responsáveis pela conversão dos estímulos externos (do ambiente) em


estímulos internos.

São activados pelo input sensorial

205

ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Recebem informação dos receptores localizados nos olhos,


ouvidos, nariz, pele, músculos e orgãos internos.

Podem ser facilitadores ou inibidores

206

ESTRUTURAS ENVOLVIDAS NA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

NEURÓNIOS MOTORES

Localizados no SNC são responsáveis pela resposta motora aos


diferentes tipos de input sensorial recebido.

207

69
06/05/2021

INTEGRAÇÃO
SENSORIAL

O QUE É?

É a capacidade de organizar
informações sensoriais do
próprio corpo e do ambiente,
de forma a ser possível o uso
eficiente do corpo no
ambiente

A. Jean Ayres

208

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

O SNC processa e integra a informação sensorial

Num padrão flexível e


em constante mudança

De acordo com as diferentes experiências.

209

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

O SNC regista, organiza e processa a informação sensorial


recebida (do corpo e do ambiente)

resposta adaptada

Em intensidade e duração – resposta adequada

210

70
06/05/2021

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

A aprendizagem é estruturada a partir da interação com o ambiente e


está dependente da integridade do processamento sensorial

211

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

“O comportamento da criança é a visão expressa da actividade invisível que ocorre no


sistema nervoso”

“As sensações são fundamentais para o desempenho do indivíduo em atividades e


tarefas necessárias à vida diária” A. Jean Ayres

212

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Etapas:

- Registo
- Discriminação
- Modulação
- Integração
- Organização
- Resposta

213

71
06/05/2021

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

REGISTO
- Deteção da sensação

DISCRIMINAÇÃO
- Interpretação dos detalhes (eu e ambiente) para preparar a
resposta
- O QUÊ?
- COMO?
- ONDE?

214

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

MODULAÇÃO
- Capacidade de regular e organizar o grau, a intensidade e a natureza da resposta
ao input sensorial, de forma adequada
- Permite se adaptar às alterações do ambiente e ao nível de “arousal” e atenção
necessário à atividade

- Ajuste e organização das reações à intensidade e duração do estímulo


- Inclui suprimir informação irrelevante e facilitar informação importante.

215

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

- Habituação
Capacidade do SNC de reconhecer um estímulo como familiar e
diminuir a intensidade da resposta

- Sensibilização
Capacidade do SNC de reconhecer um estímulo como potencialmente
perigoso e responder de forma “exagerada”

216

72
06/05/2021

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

ORGANIZAÇÃO/RESPOSTA – PRAXIS

Criar ideias de “como” agir e interagir com o ambiente

Desenvolver os planos de ação

Alterar e adaptar a ação sempre que necessário, de modo a atingir os objectivos

217

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Componentes da Praxis

- Ideação (objetivo)

- Planeamento motor (sequenciação e perceção sensório motora)

- Execução (coordenação e competências motoras)

218

OS SISTEMAS SENSORIAIS

219

73
06/05/2021

OS CINCO SENTIDOS

220

7 SISTEMAS SENSORIAIS
Visual Olfativo

Vestibular Gustativo

Tátil Propriocetivo

Auditivo

221

Importante:

• Brincar exploratório

• Aprende através de estímulos sensoriais

• Auto-regulação dos estados de alerta, atenção, afeto


e ação

222

74
06/05/2021

SISTEMA TÁTIL

223

SISTEMA TÁTIL

É o maior sistema sensorial


Recetores para:
- Pressão
- Toque (leve ou profundo)
- Textura
- Temperatura
- Dor

224

Perceção tátil

Consciência
do corpo
Planeamento
motor (grosso)

Perceção
Sistema
visual
Tátil
Planeamento
motor (fino)

Segurança
emocional Aprendizagem
escolar

225

75
06/05/2021

SISTEMA VESTIBULAR

226

SISTEMA VESTIBULAR

Recetores no ouvido interno

- Detetam movimento - Noção de movimento

- Mudanças de posição - Perceção do espaço

da cabeça no espaço - Equilíbrio

227

Movimento e
equilíbrio
Coordenação Segurança
bilateral gravitacional

Planeamento
motor
Sistema Tónus muscular

Vestibular
Processamento da
Segurança linguagem e
emocional auditivo

Processamento
visuoespacial

228

76
06/05/2021

SISTEMA PROPRIOCETIVO

229

SISTEMA PROPRIOCETIVO

Recetores:
- Músculos
- Tendões
- Articulações
Informação sensorial dada pela
contração e estiramento muscular
e pela compressão articular

230

SISTEMA PROPRIOCETIVO

In útero desenvolve-se simultaneamente com os sistemas tátil e vestibular.

“Parceria” com os sistemas tátil e vestibular

SNC utiliza também simultaneamente a informação dada pelos neurónios


sensoriais localizados no ouvido interno (movimento e orientação) e na pele
(tato) para complementar a informação recebida

231

77
06/05/2021

Esquema
corporal
Consciência
do corpo
Graduação
do
movimento

Controlo Sistema
motor
Propriocetivo
Planeamento
motor

Segurança
emocional
Estabilidade
postural

232

SISTEMA VISUAL

Recetores na retina

233

SISTEMA VISUAL
A receção e o processamento da informação visual de forma
eficaz permite-nos:

- Receber informação visual correta


- Transportá-la para o córtex visual e partilhá-la com
outros sistemas
- Interpretar e usar essa informação para promover
ações

234

78
06/05/2021

SISTEMA AUDITIVO

Recetores no ouvido interno

235

SISTEMA AUDITIVO

A receção e o processamento da informação auditiva de


forma eficaz permite:

- Desenvolvimento da linguagem
- Desempenho no dia a dia e na relação com os pares

236

SISTEMA OLFATIVO

Recetores no epitélio olfativo situado no teto da cavidade nasal

237

79
06/05/2021

SISTEMA OLFATIVO
SISTEMAOLFATIVO

- Muito apurado no recém-nascido

- Às 6 semanas consegue distinguir o cheiro do peito da mãe


do de uma estranha

- Está muito ligado à memória e tem um papel importante na


aprendizagem

238

SISTEMA GUSTATIVO

Recetores no epitélio olfativo situado no teto da cavidade nasal

239

SISTEMA GUSTATIVO
O recetor sensorial do paladar é a papila gustativa.
- É constituída por células epiteliais localizadas em torno de um poro
central na membrana mucosa basal da língua.
Na superfície da língua existem
dezenas de papilas gustativas,
cujas células sensoriais
percebem os quatro sabores
primários

240

80
06/05/2021

SISTEMA GUSTATIVO
REFLEXOS GUSTATIVOS:

- Uma das funções do aparelho gustativo é fornecer


reflexos às glândulas salivares da boca.
- Quando o alimento é ingerido, o tipo de sensação
gustativa, atuando através desses reflexos, ajuda a
determinar se a secreção salivar deverá ser grande ou
pequena

241

GOSTO E OLFATO
São os chamados sentidos químicos (excitados por estimulantes
químicos)
- Recetores gustativos - excitados por substâncias químicas nos
alimentos
- Recetores olfativos - excitados por substâncias químicas existentes
no ar

Estes sentidos trabalham conjuntamente na perceção dos sabores. No


cérebro combinam a informação sensorial da língua e do nariz.

242

SISTEMAS SENSORIAIS

- Exterocetores: - Propriocetores:
- Visão - Proprioceção
- Audição - Vestibular
- Paladar
- Olfato
- Tato

243

81
06/05/2021

SISTEMAS SENSORIAIS

-Interocetores - recetores sensitivos que recebem e


processam estímulos originados dentro do corpo,
nomeadamente os que partem das vísceras ou outros órgãos
internos

- Sensações viscerais

244

INTEROCEÇÃO

• Fornece pistas para interpretação e gestão das emoções/sensações:


• Fome, sede, saciedade, diferença entre náusea e sensação de fome
• Esvaziamento de esfíncteres
• Mal estar
• Calor ou frio
• Ansiedade
• Sono

245

INTEROCEÇÃO

Pode estar aumentada ou diminuída

• De qualquer uma das formas, torna difícil a interpretação dos


sinais do próprio corpo e consequentemente a organização de
uma resposta adequada

246

82
06/05/2021

DESENVOLVIMENTO DA INTEGRAÇÃO
SENSORIAL

247

DESENVOLVIMENTO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Segundo Ayres

A integração sensorial

- Desenvolve-se de forma contínua

- Processa-se sobretudo nos primeiros sete anos de vida

248

DESENVOLVIMENTO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

PERÍODO NEONATAL
Tato
Olfato
Sensações de movimento
Proprioceção

Vinculação – Sentimento de segurança

249

83
06/05/2021

DESENVOLVIMENTO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

250

DESENVOLVIMENTO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL


1º SEMESTRE

• Sistemas sensoriais em grande desenvolvimento


O bebé está cada vez mais activo e interessado
- Controle de cabeça/Posições anti-gravidade
- Controle postural
- Controle voluntário movimentos/Primeiras preensões

251

DESENVOLVIMENTO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

• Integração sensorial mais organizada


2º SEMESTRE

- Maior mobilidade
- Esquema corporal
- Perceção espacial
- Coordenação bilateral
- Perceção tátil mais apurada
- Padrões de manipulação complexos

252

84
06/05/2021

DESENVOLVIMENTO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

• Conexões básicas cada vez mais desenvolvidas


- Equilíbrio
2º ANO

- Controle postural dinâmico


- Discriminação tátil
- Motricidade fina
- Coordenação olho-mão
- Planeamento motor

253

DESENVOLVIMENTO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Franca melhoria nas capacidades para participar nas


3º-7º ANO

atividades da vida diária em casa, na escola e na


comunidade

SOCIALMENTE COMPETENTE

254
INTEGRAÇÃO SENSÓRIO
MOTORA ORAL

255

85
06/05/2021

Vários estudos têm evidenciado uma capacidade do


recém-nascido para:
• Discriminar diferentes paladares, demonstrando inclusive determinadas
preferências e mudanças de estado comportamental

(Ashmead, Reilly, & Lipsitt,1980; Bergamasco & Beraldo, 1990;


Cowart & Beauchamp, 1990; Smith,Fillion, & Blass, 1990).

256

• Além das capacidades sensoriais do recém-nascido, evidenciadas nas habilidades


de discriminar, ter preferências e reconhecer diferentes estímulos oro-gustativos,
vários autores têm observado a presença de integração sensório-motora em
idade precoce.

(Blass, Fillion, Rochat, Hoffmeyer, & Metzger,1989; Rochat, Blass, & Hoffmeyer, 1988)

257

• O comportamento de levar as mãos à boca, que está presente desde a vida intra-
uterina, persiste como um comportamento evidente no nascimento.

• Esse comportamento constitui uma das primeiras demonstrações da existência


de integração sensório-motora precoce, relacionada a sistemas motores
distintos.
Rochat e Senders (1991)

258

86
06/05/2021

• Autores como Rochat e Senders (1991):

• Afirmam que as atividades oral e manual já estão


interligadas no período neonatal, não sendo
consideradas reflexas.

• O recém-nascido já exibe uma coordenação mão-


boca ativa e, possivelmente, os mecanismos
subjacentes e desencadeantes dessa coordenação
não são de natureza reflexa.

259

• Segundo Salcedo (1997):

“A sucção não nutritiva é um estímulo altamente positivo, pois favorece o


processamento de informações sensoriais, o desenvolvimento das funções
fisiológicas, psicológicas e de crescimento”.

260

• O desenvolvimento das nossas estruturas orais e suas funções, é um processo


complexo.

• O domínio das habilidades orais permite:


• comer e beber uma variedade de alimentos e líquidos,
• produzir as sequências sonoras necessárias para criar palavras e frases.

• O desenvolvimento oral envolve a aquisição de capacidades não só de base


motora mas também de base sensorial.

261

87
06/05/2021

•O desenvolvimento motor-
oral normal ocorre num
padrão progressivo
previsível.

• Força e coordenação devem


ser alcançados, a fim de
dominar a eficiência oral na:
• Alimentação e Fala

262

INTEGRAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA: FALA

Controlo muscular

- Respiração
- Vibração das cordas-vocais
- Ressonância
-Articuladores: moveis e imoveis
-Consoantes e Vogais
-Variáveis adicionais: tais como a
co-articulação, velocidade do
discurso…
-Desenvolvimento e aquisição dos
sons da fala

263

INTEGRAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA:
ALIMENTAÇÃO

• A «gestão» de alimentos e líquidos na boca requer integração dos


movimentos da língua, palato mole, faringe e laringe;

• No bebé as estruturas são diferentes - permitir a


sucção/deglutição/respiração;

• A deglutição no adulto requer sequência:


movimento (alimento) - cessação da respiração – deglutição - retomar a
respiração (cerca de um segundo).

264

88
06/05/2021

INTEGRAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA

• Sensibilidade Oral/Estereognosia oral – capacidade para identificar,


discriminar os objetos com os orgãos da boca, sem ajuda dos olhos.

• A sucção, a mastigação, a deglutição e a articulação baseiam-se nas


propriedades de estereognosia oral, estando sujeitas à regulação
neuro-sensitiva.

Cabrera & Periñan, 2008)

265

INTEGRAÇÃO SENSÓRIO-MOTORA

• Alterações na Função – Alterações na Estrutura


• Alterações no padrão de deglutição altera crescimento orofacial
• Presença dos dentes suporta a introdução de alimentos pastosos, avançando para texturas
mais firmes, consistentes
• Os alimentos sólidos exigem a mordida e a mastigação rotativa - leva ao fortalecimento da
musculatura oral.
• O tónus e o posicionamento da língua contra o palato é fundamental para o crescimento da
arcada dentaria e palato duro
• Deglutição de líquidos vs sólidos

266

DISFUNÇÃO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

267

89
06/05/2021

268

“When the brain is not processing sensory input


well, it usually is not directing behavior
effectivily, either.”
Jean Ayres

269

DISFUNÇÃO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

A criança apresenta sintomas que refletem alterações


no processamento do input sensorial ao nível do SNC

Alteração na capacidade de produzir respostas


adaptadas e interações adequadas, com o meio

270

90
06/05/2021

DISFUNÇÃO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Na presença de dificuldades no processamento sensorial,


ocorre um défice no planeamento e produção do
comportamento ou movimento

Comprometimento
Desempenho motor, dificuldades em se organizar e manter
a atenção, dificuldades de aprendizagem, interação…

271

DISFUNÇÃO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL

Disfunções Sensoriais

Modulação Discriminação Desordem motora de


base sensorial
Diversos sistemas
Hiper-reatividade
sensoriais
Desordem postural

Hipo-reatividade
Dispraxia

Procura sensorial
Miller et al (2006), “Sensational Kids”

272

MODULAÇÃO

273

91
06/05/2021

Respostas Comportamentais
MODULAÇÃO

Limiar
Neurológico
De acordo com… Contra…

ALTO REGISTO PROCURA


(Habituação) POBRE SENSORIAL

BAIXO SENSITIVIDADE EVITAMENTO


(Sensibilização) SENSORIAL SENSORIAL
(Dunn, 1999

274

MODULAÇÃO

Etiologia desconhecida

Considera-se uma possível relação com:

- Problemas metabólicos/alergias
- Poluentes ambientais e estilos de vida sedentários
- Efeitos de stress pós-natal
- Efeitos multigeracionais

275

MODULAÇÃO

- Hiper-responsividade
- Hipo-responsividade
- Flutação

- Diferentes sistemas
- Mesmo sistema, respostas diferentes em
tempos ou contextos diferentes

276

92
06/05/2021

MODULAÇÃO

277

MODULAÇÃO

278

MODULAÇÃO

279

93
06/05/2021

SISTEMA TÁTIL

280

SISTEMA TÁTIL

HIPERSENSIBILIDADE

- Evita sensações táteis de modo a permanecer calma


- Não gosta de atividades sujas
- Não gosta de ser tocada
- Fica ansiosa quando muito próxima de outras pessoas

281

SISTEMA TÁTIL

HIPOSENSIBILDADE
- Respostas protetivas menos eficientes
- Parece não notar quando está suja
- Pouca noção de espaço pessoal
- Procura contacto físico
- Não reage quando tocada por outros
- Pouca destreza nas actividades
- Reage pouco à dor e à temperatura

282

94
06/05/2021

SISTEMA VESTIBULAR

283

SISTEMA VESTIBULAR

HIPERSENSIBILDADE

- Evita o movimento
- Postura rígida
- Não gosta de baloiço ou escorrega
- Medo de alturas (não tira os pés do chão)
- Enjoa frequentemente no carro

284

SISTEMA VESTIBULAR

HIPOSENSIBILIDADE

- Sempre em movimento
- Procura sensações fortes, movimentos rápidos
- Pouca noção de perigo

285

95
06/05/2021

SISTEMA PROPRIOCETIVO

286

SISTEMA PROPRIOCETIVO

HIPERSENSIBILIDADE

• Boas capacidades de desempenho motor;


• Cansa-se mais facilmente (por tensão);
• Sempre em alerta

287

SISTEMA PROPRIOCETIVO

HIPOSENSIBILIDADE

- Tónus baixo - cansa-se facilmente


- Instabilidade postural
- “Clumsiness”
- Não consegue comparar o peso de dois objetos
- Parte objetos e brinquedos
- Deixa cair objetos das mãos

288

96
06/05/2021

SISTEMA PROPRIOCETIVO

Dificuldade:

- No vestir/despir;
- Calçar/atar sapatos
- Dosear a força (abraçar, brincar)
- Coordenação motora global
- Motricidade fina

289

SISTEMA VISUAL

290

SISTEMA VISUAL

HIPERSENSIBILIDADE

- Esfrega ou pisca frequentemente os olhos


- Distrai-se facilmente com estímulos visuais
- Não gosta de luzes fluorescentes ou luz do sol intensa
- Dificuldade em copiar do quadro

291

97
06/05/2021

SISTEMA VISUAL

HIPOSENSIBILIDADE

- Gosta de luzes brilhantes ou de sol intenso


- Dificuldade em distinguir cores ou formas semelhantes
- Cansa-se facilmente com as tarefas escolares
- “Perde-se” na leitura

292

SISTEMA AUDITIVO

293

SISTEMA AUDITIVO

HIPERSENSIBILIDADE

- Não gosta de ruídos inesperados


- Tapa os ouvidos na presença de determinados sons
- Não gosta de ambientes com muito barulho
- Dificuldade em se concentrar
- Trauteia ou emite sons

294

98
06/05/2021

SISTEMA AUDITIVO

HIPOSENSIBILIDADE

- Procura formas para fazer barulho com os objectos


- Está constantemente a emitir sons

295

SISTEMA OLFATIVO

296

SISTEMA OLFATIVO

HIPERSENSIBILIDADE

- Incomodado ou com náuseas devido aos cheiros (casa de


banho, cozinha) e / ou cheiros de perfume;
- Pode recusar-se a ir a lugares por causa dos cheiros;
- Escolhe os alimentos com base no cheiro;
- Chama a atenção para cheiros que não são notados pelos
outros.

297

99
06/05/2021

SISTEMA OLFATIVO

HIPOSENSIBILIDADE

- Não se apercebe de odores desagradáveis ou nocivos;


- Cheira tudo quando introduzido pela primeira vez ou não;
- Pode não ser capaz de identificar cheiros.

298

PROCURA SENSORIAL

299

300

100
06/05/2021

PROCURA
SENSORIAL
Estratégia ativa de auto-regulação

• Procura informação sensorial para se manter


alerta

• Adiciona estímulos motores, táteis, sonoros e


visuais a todas as experiências.
•Arrisca-se muito ou é desorganizado a nível
motor.

301

PROCURA SENSORIAL
Criança hiper – reativa

SNC facilita o input sensorial – estado de alerta elevado

- Comportamentos de afastamento e isolamento.


- Evita determinadas situações
ou
- Procura outros estímulos para se auto regular

302

PROCURA SENSORIAL
Criança hipo – reativa

SNC inibe o input sensorial – estado de alerta baixo

- Acomoda-se à hipo-reatividade
ou
- Compensa com procura sensorial
(reage contra o seu padrão)

303

101
06/05/2021

PROCURA SENSORIAL

- Procura oportunidades para se sujar;


- Mastiga objetos não comestíveis ou a roupa;
- Esfrega-se na mobília, no chão ou nas pessoas;
- Roda sobre si próprio; em constante movimento;
- Dificuldade em permanecer sentado;
- Gosta de abraços apertados;
- Brincadeiras arriscadas

304

PROCURA SENSORIAL

- Procura estimulação visual – televisão, vídeo jogos, luzes;


- Gosta da intensidade do som, multidões, parques com muita
ação;
- Gosta de cheiros fortes – desagradáveis;
- Lambe objetos não comestíveis;
- Prefere comida condimentada

305

PROCURA SENSORIAL

- Rói as unhas;
- Gosta de usar roupa justa;
- Mexe as pernas constantemente;
- Gosta de jogos de lutas;
- Dificuldade em dormir.

306

102
06/05/2021

DISPRAXIA

307

DISPRAXIA

- Incapacidade para conceber e/ou planear actos motores não habituais ou de


precisão, na ausência de disfunções neuromusculares

- Dificuldades no movimento do corpo em relação ao espaço e ao tempo.

308

PRAXIS
• Praxis:
• Criar ideias de “como” agir e
interagir com o ambiente:
• Desenvolver os planos de ação;
• Alterar e adaptar a ação sempre
que necessário, de modo a
atingir os objetivos;

309

103
06/05/2021

PRAXIS
Componentes da Praxis:

- Ideação

- Planeamento motor

- Execução

310

PRAXIS
• Praxias orais:

• Propriocetivo/vestibular/auditivo:
• Diversificação alimentar adequada
• Linguagem e produção dos sons da
fala

311

A FUNÇÃO ALIMENTAR

312

104
06/05/2021

Comportamento alimentar
• O comportamento alimentar das crianças é o reflexo do ambiente em
que esta se insere e das diversas interações intrínsecas com o meio.

Qualidade de
vida

Dificuldades
da
alimentação

nutrição crescimento

313

Algumas crianças, entre o primeiro e


o segundo ano deixam de comer o
que já comiam. Porquê?

É NORMAL as crianças passarem


por uma fase de “esquisitice”

• Maturação das suas


papilas gustativas
• Paladar fica mais
apurado
• Querem agora ter
algum controle sobre as
suas vidas

314

Pais preocupados e com boas intenções…

Acabam com as boas rotinas na hora da refeição

•Não saudável
•Não variada
•De acordo com os gostos da criança

Criança com alimentação seletiva alguns meses ou


anos depois!

315

105
06/05/2021

Comportamento Alimentar

Competências

Conforto

Confiança

316

Comportamento Alimentar

• Emoções têm um grande impacto na aprendizagem


• As emoções têm um papel fundamental na aprendizagem

317

Comportamento Alimentar

Impacto Positivo:
Experiencia através da
Motivação
prática gera
capacidade/competência intrínseca

Impacto Negativo: Motivação


Compromete a
aprendizagem Extrínseca

318

106
06/05/2021

A Alimentação
• É um processo de
aprendizagem

1 • Maturação/prontidão neurológica

2 • Desenvolvimento das capacidades


sensorio-motoras orais

3 • Domínio das experiências

319

O inicio da AC

Fases de transição

6 meses
Nascimento até aos 3 > 3 anos
aos 6-7 meses anos

320

Aspetos biológicos e de desenvolvimento associados à


diversificação alimentar

Maturação fisiológica e neurológica:

A maturação fisiológica da função gastrintestinal e renal é


necessária para uma adequada digestão, absorção e
metabolização dos alimentos para além do leite.

De igual modo a evolução maturativa do neurodesenvolvimento


representa um processo necessário para uma progressão segura
do plano de diversificação alimentar até à alimentação familiar.

321

107
06/05/2021

Principais razões para a AC

• Nutricionais
• Educacionais
• Sociais

322

A Alimentação Complementar
- Aprendizagem|Aquisição

• Contexto sócio-cultural
1

• Questões emocionais:
• Mãe
2 • criança

• Motivação (“inner-drive”)
3

323

324

108
06/05/2021

Para o desenvolvimento e aprendizagem da


mastigação, é necessário:

1.Aprender:
1. Mastigar é diferente de outras
funções orais que são inatas.
2. Uma função que tem de ser
aprendida ao longo do
desenvolvimento da criança.
3. Esta aprendizagem inicia-se
com os estímulos orais que o
bebê leva à boca e continua
com a progressão das texturas
dos alimentos que lhe são
oferecidas;

325

Para o desenvolvimento e aprendizagem da mastigação, é necessário:

2. Ter condições neuromusculares adequadas:


1. Crianças com algum défices neurológico ou neuromotor podem ter
dificuldades em aprender a mastigar.
3. Estímulos adequados:
1. os estímulos orais podem ser dados pelos alimentos ou não.
2. O primeiro estímulo são as próprias mãos do bebê quando levadas à boca.
Mordedores e brinquedos diversos também são fundamentais para exercitar
a mastigação.
3. Os alimentos completam esta aprendizagem, uma vez que oferece diferentes
desafios em relação a diferentes texturas e consistências.
Junqueiro, 2017

326

Para o desenvolvimento e aprendizagem da


mastigação, é necessário:

4) Estruturas orais adequadas:


1. Todas as estruturas orais precisam de um adequado funcionamento,
tônus, sensibilidade e força para auxiliarem na aprendizagem da
mastigação.
5) Reconhecer e discriminar adequadamente os estímulos na boca:
1. O bebé necessita de sentir conforto ao toque de diferentes estímulos e
texturas dentro da sua boca.
2. Quando isso não acontece reage com vómito, náusea, desconforto
quando as texturas do alimento entram na cavidade oral. Desta forma o
desenvolvimento da mastigação poderá ficar comprometido.

327

109
06/05/2021

Para o desenvolvimento e aprendizagem da mastigação, é


necessário:

6) Modelo:
1. Um “modelo” facilita” a
aprendizagem de um ato motor,
como o mastigar. Portanto, comer
com a criança, favorece a
aprendizagem da mastigação. A
identificação precoce de uma
possível dificuldade na Motricidade
Orofacial irá contribuir positivamente
para uma intervenção precoce,
permitindo que a criança possa
comer uma variedade de alimentos.

328

A Introdução dos sólidos

• E se mesmo assim as dificuldades


persistirem e associado ter:
• Náuseas, vómito; choro; irritabilidade
• Recusa alimentar, seletividade
alimentar;
• Deitar o alimento fora;
• Engasgar-se;
• Deixar o alimento dentro da boca;
• Não gosta de se sentir sujo.

329

330

110
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PERTURBAÇÃO ALIMENTAR DE BASE SENSORIAL

• “…delaying introduction of lumpy foods until after age 9 months can


lead to feeding difficulties…”

• “…early exposure to a variety of tastes and textures is importante in


the long-term development of food preferences and feeding skills.”

• Coulthard et al.,2009

331

Perturbações da Alimentação

“Eating and feeding disorders – DSM 5”

• “Perturbação persistente na alimentação


ou no comportamento alimentar que
resulta num consumo ou assimilação
alterada dos alimentos que altera
significativamente a saúde física ou o
funcionamento psicossocial".

DSM-V

332

Perturbações Alimentares

• PerturbaçõesAlimentares ocorrem
em crianças com desenvolvimento
normal, crianças com doenças
crónicas e em crianças com
Perturbações do
Neurodesenvolvimento.

Cardoso, C. 2018

333

111
06/05/2021

Evidências
• Mais de 50% dos pais referem 1
problema e 20% dos pais
referem vários problemas na
alimentação das crianças dos 9
m aos 7 anos (1 em cada 4).

• Prevalência de 1,4% em crianças


entre 3 e 12meses, destas 82%
tinham má progressão ponderal.

334

O facto de os pais demonstrarem preocupação em relação à alimentação do seu


filho deverá por si só ser motivo para uma avaliação mais detalhada da situação
por uma equipa multidisciplinar
Benny Kerzner et al, 2015 in pediatrics.aappublications.org

335

2013

336

112
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337

Perturbação Alimentar
sem perda voluntária de
peso – ARFID

Perturbações
Alimentares Perturbação Alimentar
com perda voluntária de
peso e preocupação pelo
aspecto corporal

338

ARFID – Avoidant/Restrictive Food Intake Disorder

339

113
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ARFID – Avoidant/Restrictive Food Intake Disorder

• Evicção permanente dos alimentos ou restrição alimentar sem as preocupações com


o peso ou imagem corporal, e que eventualmente resultará em:

• Perda de peso muito importante, na criança má progressão ponderal


• Deficit nutricional importante
• Dependência de suplementos ou nutrição entérica
• Interferência com funcionamento psico-social

• ARFID pode ser diagnosticado numa criança com outra condição médica se a
dificuldade alimentar é exagerada relativamente ao problema de base.

340

Dispraxia

Incapacidade para
conceber e/ou planear
atos motores não
habituais na ausência
de disfunções
neuromusculares.

341

Dificuldades encontradas
Capacidades motoras orais
DESORDENS SENSÓRIO MOTORAS
Sucção
Mastigação
Deglutição
Coordenação motora
Planeamento motor

342

114
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Dificuldades encontradas
Aceitação de alimentos
MODULAÇÃO
Hiper reatividade / Hipo reatividade
Procura sensorial
Flutuante
Táctil, propriocetiva, vestibular
Gustativa
Olfativa

343

Dificuldades encontradas
Aceitação de alimentos
DISCRIMINAÇÃO

Identificação das
propriedades físicas
dos alimentos

344

345

115
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AVALIAÇÃO

346

AVALIAÇÃO
Despiste (sinais de alerta)

Avaliação do Desenvolvimento
(multidisciplinar)

Avaliação formal da IS – Terapeuta


Ocupacional

Avaliação das capacidades miofuncionais


orais para a função alimentar

347

Dificuldades de
Alimentação
• Equipa multidisciplinar
• Pediatra
• Terapeuta da Fala
• Terapeuta ocupacional
• Psicólogo
• Nutricionista
• Enfermeira
• …
• Entrevistas
• Família
• Educadores de Infância
• Avaliação e
• Observação na alimentação

348

116
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AVALIAÇÃO

Para que uma criança entenda e interaja com o ambiente, terá que regular estes
quatro estados de auto-regulação:
- “Arousal” (alerta)
- Atenção
- Afecto
- Ação

Cada um destes processos tem uma múltipla influência regulatória no outro.

349

AVALIAÇÃO
• A capacidade de manter a
atenção é dependente da
capacidade de se manter no
estado de alerta, que
consequentemente influencia
a capacidade de executar
uma acção com sucesso.

350

AVALIAÇÃO
AFETO

Hipo Alerta Afecto


reactividade baixo reduzido

Hiper Alerta Labilidade


reactividade alto emocional

351

117
06/05/2021

AVALIAÇÃO

AÇÃO
Capacidade de a criança se envolver num objetivo com um
comportamento dirigido

Um aspeto importante para a ação é a praxis.

352

INSTRUMENTOS DE
AVALIAÇÃO

353
Winnie Dunn
SENSORIAL
PERFIL

354

118
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AVALIAÇÃO NAS PERTURBAÇÕES ALIMENTARES

Conhecer o perfil sensorial da criança por forma a identificar


o tipo de disfunção:
- Modulação
- Discriminação
- Desordem motora de base sensorial
- Mista
Capacidades de auto-regulação 4 A’s

355

PERFIL SENSORIAL

É importante entendermos a criança do ponto de vista sensorial.

- Compreender como é que a criança processa a informação sensorial em


situações do dia a dia assim como nas diferentes atividades da vida diária
nomeadamente no momento da alimentação

356

AVALIAÇÃO

Motricidade
Respiração
Orofacial

Sinal
/sintoma

mastigação Deglutição

357

119
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Dificuldades de Alimentação de Base Sensorial

Diagnostico
- Escala de alimentação de Montereal (traducido y adaptado Guimarães, Alfonso, Santos & Range
2015)

- Feeding Disordes Questionnaire

- Screening Tool of Feeding Problems (STEP-CHILD; Matson & Kuhn)

- Children`s Eating Behavior Inventory (CEBI; Archer; Rosenbaum & Streiner, 1991)

- Pediatric Assessment Scale for Severe Feeding Problems (Crist et all, 2004)

- Mealtime Behavior Questionnaire (MQB; Berlin et all, 2010)

- PediEat

- PAD-PED

- Eating Profile

358

359

Escala de alimentação do hospital pediátrico de


Montreal (EAHPM)

• A EAHPM é um questionário composto por 14 itens, que foi traduzido e


adaptado para português europeu;
• Lopes, AC., Guimarães, I., Afonso, C., Santos, M., Gama, I. (2015)
• Crianças entre os seis meses e os seis anos e onze meses de idade;
• Deve ser preenchida pelo cuidador que auxilia a maior parte das refeições
da criança e deve classificar cada um dos 14 itens através de uma escala de
Likert (um a sete);
• Tempo médio de preenchimento: 10 minutos.
360

360

120
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Escala de alimentação do hospital pediátrico de


Montreal (EAHPM)
• Objetivo de avaliar:
• Sintomas sensoriomotores orais;
• Sintomas sensoriais orais;
• Apetite;
• Preocupações dos cuidadores;
• Comportamento da criança à hora da refeição;
• Estratégias compensatórias dos cuidadores;
• Reações dos cuidadores. 361

361

Escala de alimentação do hospital pediátrico de


Montreal (EAHPM)

Total da cotação bruta

T-score

Interpretação

362

362

Avaliação Formal

363

121
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364

Dificuldades de Alimentação de Base Sensorial

- Provas de Estereognosia Oral

365

Programa de Avaliação

• A história alimentar da criança


• Procura de resposta ás hipóteses
• O processo:
• Avaliação: Objetivo da avaliação é focar nas informações dadas pela
criança e pela família nas diferentes maneiras possíveis
• A Abordagem
• Observação Global
• Análise Sequencial
• Plano terapêutico Early feeding skills, Morris

366

122
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AVALIAÇÃO NAS PERTURBAÇÕES ALIMENTARES

Comportamento antes durante e depois da refeição

• Observar estado de ansiedade


- Calmo, irritável ou agitado
• Chora
• Sinais de desconforto
• Recusa alimentos

367

Programa de Avaliação

Os componentes da avaliação:
- Identifica os pontos fortes e as
necessidades da criança;
- Identifica ações que a criança gosta de
fazer
- Integra informações da pessoa que mais
conhece a criança;
- Explora as diferenças do comportamento
da criança nos diversos ambientes;
- E leva a um processo sequencial lógico de
mudanças com o objetivo de elevar a
criança ao seu maior potencial.

368

• Historia alimentar da família


• Antecedentes pessoais
• Pedir vídeos para analise
• Diário da alimentação

369

123
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https://www.childfeeding
guide.co.uk/account/repo
rts/exposure-
monitor/add/

370

371

372

124
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373

374

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125
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Intervenção do TF

376

377

378

126
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• Alimentação:
• "A alimentação está no centro da parceria para a hora das refeições

• A essência desta parceria:


• Tornar-se um parceiro de Mealtime mais qualificado envolve conceituar os desafios de alimentar
e nutrir as crianças de uma maneira diferente.

• Facilitar a Mudança:
• O desafio para pais e profissionais de crianças com dificuldades de alimentação é proporcionar
um ambiente baseado na confiança (emoção) e nutritivo em que facilite a mudança.

379

Abordagem
integrada nas DA
• Intervir tendo em conta:
• COMPETENCIAS do “global”
para o “especifico”
• Competências SMO
• MOTIVAÇÃO
• EMOÇÃO
• COGNIÇÃO

380

Desenvolvimento normal da sequência para a


aprendizagem alimentar

• As etapas e habilidades para comer são


aprendidas e ensinadas;
• Identificar e promover estratégias para que a
criança desenvolva estas etapas
naturalmente;
• Motivação e curiosidade pelos alimentos
deverão ser realizadas no contexto da
refeição em família;
• Hierarquia que fazem parte dessa
aprendizagem com os alimentos (ver,
interagir, tocar, cheirar, provar, comer)
devem ser respeitadas.

381

127
06/05/2021

Garantir Capacidade e Conforto

• Desenvolver capacidades orais para


a criança comer garantirá a
possibilidade para a aprendizagem;

• Estratégias para conforto sensorial


são necessárias para que a criança
tenha sucesso e registe memórias
positivas dessaaprendizagem.

382

383

Processo Terapêutico Integrado

1- Conforto gastrointestinal
2- Conforto sensorial
3- Conforto emocional
4- Relacionamento de confiança com
os alimentos
5- Abertura para novas experiências
6- Aceitar mudanças
7- Expansão de habilidades motoras-
orais
8 - Apreciar sabores
9 - Expandir mastigação e deglutição
10 - REFEIÇÃO

384

128
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Como «olhar» as Dificuldades de Alimentação


• 1 – Aspeto sensoriomotor
– Manipulação e posicionamentos
– Posição do tronco
– Cintura pélvica (estabilidade pélvis)
– Cintura escapular (ombros)
– Capacidade de dissociação de cinturas
– Musculatura abdominal
– Padrões de compensação
– Contacto ocular
– Base de sustentação
– Aspetos interacionais quanto ao posicionamento
– Como é que a criança «usa» o corpo
– Equipamento utilizado

385

386

387

129
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388

Como «olhar» as Dificuldades de Alimentação

• 2 – Alimentação:
– Utilização de “brinquedos” para a boca;
– Guidelines para o sucesso de alimentação:
• Prontidão da criança para iniciar a diversificação alimentar:
– Peso;
– Desenvolvimento motor;
– Desenvolvimento sensorial;
– Aspetos comunicacionais durante a refeição;
– Desenvolvimento motor oral

– Utilização de estratégias facilitadoras da Interação para a alimentação:


• Estratégias de IS tendo em conta o perfil sensorial da criança
• Programa HEMI-SYNC®

389

390

130
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391

392

393

131
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• Importante identificar o input sensorial que causa desconforto na


criança, por forma a reorganizar o ambiente assim como a sua rotina
diária

Diminuir as respostas desadequadas e não adaptadas

394

Integração Sensorial

Dieta Sensorial

- Conjunto de atividades que compõem uma estratégia sensorial, apropriadas para as necessidades de um
indivíduo.
- Estas atividades são específicas e individualizadas, programadas para o dia a dia da criança e são usadas
para auxiliar na regulação dos níveis de atividade, atenção e respostas adaptativas.
- São prescritas com base nas necessidades sensoriais específicas da criança.
- Estas atividades fornecem informações sensoriais apropriadas com base nas necessidades de cada
criança.
- Engloba um conjunto de brincadeiras e atividades lúdicas, planejadas e recomendadas pelo terapeuta,
contemplando os estímulos sensoriais adequados ao perfil sensorial da criança. A dieta pode combinar
atividades para aumentar ou reduzir o alerta, variando de acordo com a necessidade de cada criança.

395

SISTEMAS FACILITADORES

Vestibular – sensação de movimento do corpo e cabeça

Propriocetivo – sensação do próprio corpo


- Interoceção
- Exteroceção

396

132
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ACTIVIDADES

Proprioceptivo

• Empurrar objetos pesados


• “Mastigar” objetos duros

397

ACTIVIDADES

Táctil

• Actividades sujas
• Manipulação de diferentes texturas,
formas e cores

398

Dessensibilização tátil

399

133
06/05/2021

Dessensibilização tátil

400

ACTIVIDADES

Táctil
• Descenbilização Intra Oral
•Escovagem
• “Mastigar” objectos de
diferentes texturas

401

ACTIVIDADES

Olfactivo
• Brincadeiras olfactivas

402

134
06/05/2021

403

404

ACTIVIDADES

Multisensoriais
• Participar na confeção das
refeições
• Participar nas idas ao
supermercado

405

135
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ACTIVIDADES

Vídeos:

406

Relação prestador de cuidados - criança

Papel importante na forma como a criança:


• Aceita a comida
• Vê a comida e o momento da refeição

Trazer para o momento da refeição:


• Cultura
• Ideias e atitudes
• Sentimentos em relação a si próprio,
à criança e à comida

407

Relação prestador de cuidados - criança

Reconhecer as capacidades e necessidades da criança

Encorajar a participação e autonomia na refeição

➢O cuidador é responsável por oferecer a comida


• Qualidade, confeção e apresentação, momento da refeição e
comportamento, lanches

➢A criança é responsável pelo que come e quanto come


Ellyn Satter, Feeding with Love and Good Sense

408

136
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ENVOLVER A CRIANÇA NA PREPARAÇÃO DA REFEIÇÃO

Manusear, cheirar e
tocar nos alimentos
ajuda a criança a se
sentir mais confiante e
confortável com a ideia
de os comer

409

Defesa táctil Oral

• Duas categorias:
• Hipo
• Hiper

• Apesar destas duas


formas de defesa oral
serem diferentes o tipo
de intervenção é quase
similar.

410

Estimulação sensório motora oral

• Preparação da musculatura das bochechas e lábios

• Adequado input sensorial: tátil/pressão, temperatura, vibração

• Encorajar alongamento

• Uso adequado das bochechas e dos lábios em diferentes atividades

• O input tátil é melhor tolerado usando um pano / toalha em vez do contato


direto dos dedos sobre o rosto. Isto irá fornecer a informação sensorial mais
generalizada de que será mais facilmente tolerado pela criança.

411

137
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Estimulação sensório motora oral

• Inicialmente, a pressão a ser utilizada deve ser moderada, aumentando


gradualmente o input de moderada a firme em resposta aos sinais que a
criança fornece.

• Fornecer pressão leve a moderada enquanto realizamos os exercícios, não


parar nas fronteiras dos lábios ou a meio da musculatura.

• Movimentos no sentido do alongamento da musculatura dos lábios,


favorecendo o encerramento.

412

Exercicios

• Face
• Lábios
• Bochechas
• Lingua
• Morder
• deglutição

413

Estimulação sensório motora oral

• Combinar estimulo vibratório ou estimulo de temperatura associados aos


procedimentos de alongamento tácteis / pressão da musculatura
anteriormente descritos, podem auxiliar algumas crianças na obtenção do
nível de preparação para a estimulação sensorial na realização de
movimentos mais ativos e funcionais dos lábios e das bochechas.

414

138
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Atividades Motoras Orais

• Fazer caretas, encher as bochechas com ar, brincar com a


língua
• Fazer bolas de sabão
• Brincar com palhinha (soprar pompom, fazer bolas de
sabão)
• Soprar apito, harmónica, instrumento de sopro
• Soprar vela

415

Atividades Motoras Orais

• Soprar balões

• Assobiar ou entoar uma música

• Chewy tubes ou outros objetos

• Brinquedos com vibração

416

Atividades Motoras Orais

• Mastigar alimentos com diferentes texturas


• Duros (cenoura, maçã…)

• Crocantes ( bolachas, cereais, tostas…)

• Resistentes/ “pegajosas”(gomas, marshmallows fruta seca…)

• Beber líquido espesso com palhinha (iogurte, batido…)

• Fazer colar “comestível”

417

139
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Atividades Motoras Orais

• Fazer gelados de fruta

• Comer alimentos com sabores fortes

418

419

420

140
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421

Processo Terapêutico
• 3 – Progressão alimentar: do morder ao mastigar:
– Aprender a morder e a mastigar os alimentos apropriadamente é
influenciado pelas propriedades sensoriais da comida e da forma
como esta é recebida na boca.
– Seleção da comida: tem em conta as características dos
alimentos

422

PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

Morder e Mastigar

Tarefas multissensoriais

Requerem alto nível de


coordenação muscular

Morris, 2019

423

141
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424

PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

1. Exploração da superfície: forma da superfície e textura -


alimentos que estimulam a criança a lamber ou explorar com a
boca e que promovem novidade, variação e vivências de
texturas para a língua e lábios.

1 2 3 4 5
. . .
Média . .
Muita
Pouca exploração
exploraç
exploraç
ão
ão

425

PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

2. Sabor

1 2 3 4 5
. . . . .
Médio Muito
Pouco
sabor sabor
sabor

426

142
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PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

3. Tamanho (espessura, largura, diâmetro): O tamanho ou diâmetro do alimento


determina o tamanho necessário de abertura da boca para morder e a quantidade de
pressão para mastigar até ao fim um pedaço de alimento.
✓Alimentos mais finos, são geralmente mais fáceis de morder do que os grossos.
✓Pedaços menores podem exigir menos mastigação mas maior precisão de
movimento e um movimento mais refinado para posicionar entre os dentes

1 2 3 4 5
.
Pequeno . .
Médio . grande
.

427

PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

4. Resistência: Quantidade de pressão ou força necessária para morder


até ao fim um pedaço de alimento, e mastiga-lo até que pequenos
pedaços possam ser engolidos com facilidade.

1 2 3 4 5
Pouca . . . . . Muita
resistência Média resistência
resistência

428

PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

5. Solubilidade: capacidade de um alimento se dissolver ou perder


a sua forma original quando entra em contacto com a saliva.

1 2 3 4 5
Mais . . . . .
Pouco
solúvel Dissolúvel dissolúvel

429

143
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PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

✓6. Textura: quantidade de dispersão em pedaços que ocorre quando se


morde um pedaço de alimento e se prepara para engolir. Facilidade de ou não
de organizar o bolo alimentar para o mesmo ser engolido.

1 2 3 4 5
. . . . . Muita
Pouca Dispersão dispersão
dispersão media

430

PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

7. Consistência: relacionada com o número de texturas que o alimento proporciona.

1 2 3 4 5
. . . . .
Uma consistência Dupla múltipla
consistência consistência

431

PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

8. Posicionamento: característica derivada do tamanho e da forma do alimento,


assim como das escolhas de posicionamento da criança ou do cuidador.

1 2 3 4 5
. . .
Posicionamento . . Posicioname
Posicionamento
intermédio nto central
lateral

432

144
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PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

9. Transferência: quantidade de mastigação necessária por uma determinada


comida e
à escolha de transferi-la para o lado oposto da boca para mais mastigação.

1 2 3 4 5
Sem . . . . .
transferência Possível Transferência
transferência necessária

433

PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

10. Estimulo sensorial: Medida subjetiva da quantidade e do tipo de sabor,


mas também do estimulo tátil e cenestésico recebido pela boca durante a
mordida e a mastigação.

1 2 3 4 5
.
Baixo . .
Médio . .
Alto
estímulo estimulo estímulo

434

PROPRIEDADES SENSORIAIS DOS ALIMENTOS

11) Nível de dificuldade: O nível global de dificuldade para morder e mastigar


é o resultado lógico e intuitivo de uma análise a todas as características
específicas do alimento . Esta é uma classificação muito generalizada, uma vez
que para alem das características do alimento temos de ter sempre em conta o
perfil da criança.

1 2 3 4 5
.
Fácil . .
Médio . .
Alto

435

145
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Exploração sabor tamanho resistência solubilidade textura consistência posicioname transferência Estimulo Nível de
de nto sensorial dificuldade
superfície

436

Orientações:

• Participação ativa da criança (se é


possível para ele escolher materiais
e atividades);
• Comece pelo lado que a criança
tolera melhor, dentro da cavidade
oral;
• Aumentar gradualmente a
amplitude dos movimentos e o
número de séries;
• Meça a intensidade do estímulo de
acordo com a aceitação da criança;

437

Dicas para Ajudar

1º Tolerar ver o alimento na mesa

2º Tolerar ver o alimento próximo do seu prato

3º Tolerar ter o alimento no seu prato

4º Tolerar tocar no alimento com o seu dedo

5º Tolerar pegar no alimento com a sua mão

6º Tolerar colocar o alimento próximo da sua boca

7º Tolerar lamber o alimento

8º Experimentar o alimento

438

146
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• Duvidas

439

147

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