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MATERIAIS DE

MOLDAGEM – Cláudia Brainer


Mota
PARTE 1
Materiais de moldagem

■ Por que moldar?


– Confecção de restaurações indiretas,
reabilitação protética, confecção de moldeiras
para clareamento, aparelhos ortodônticos,
planejamento cirúrgico...

■ Os materiais de moldagem devem prover o


máximo de fidelidade para preencher as
necessidades do paciente.
Características ideais dos materiais de
moldagem
■ Requisitos:
– Atóxico;
– Facilidade de mistura;
– Fluidez necessária para adaptar-se aos tecidos bucais;
– Viscosidade suficiente para ficar contido na moldeira;
– Tempo de trabalho prolongado e tempo de presa reduzido;
– Cor que facilite a identificação dos detalhes;
– Não se distorcer ou rasgar quando removido da boca;
Características ideais dos materiais de
moldagem
■ Requisitos:
– Fidelidade de reprodução;
– Estabilidade dimensional;
– Ser passível de desinfecção sem perda de suas propriedades;
– Facilidade de vazamento;
– Rigidez para suportar o gesso sem sofrer deformações;
– Compatibilidade com os materiais do modelo;
– Baixo custo.
Definições

■ Moldagem
– Procedimento clínico de impressão utilizado para
obtenção do molde.
– Envolve a seleção de moldeiras, materiais de
moldagem, tempo de trabalho e condições clínicas.
■ Molde
– Reprodução, cópia negativa fixada no material de
moldagem, para obtenção de um modelo.
■ Modelo
– Cópia/impressão positiva da estrutura bucal obtida em
gesso.
Definições

■ Moldeira
– Dispositivo usado para levar o material de moldagem à
boca.
■ Moldeira de estoque
■ Moldeira individual
■ Troquel
– Modelo individual de um dente ou grupo de dentes que
pode ser deslocado de um modelo total de arcada
dentária; usado para enceramento ou mesmo
aplicação de porcelana.
CLASSIFICAÇÃO DOS
MATERIAIS DE
MOLDAGEM
Elasticidade Reação de presa

Alginato,
Química
Elastômeros
Elásticos
Hidrocoloide
Física
reversivel
Materiais de
Moldagem
Pasta OZE,
Química
Gesso Paris
Anelásticos
Física Godiva, Cera
Materiais de moldagem anelásticos

■ Godiva
– Moldagem preliminar em pacientes
edêntulos;
– Selamento periférico em moldagens de
desdentados;
– Fixação de grampos em isolamentos
absolutos;
– Estabilização de tira matriz individual em
procedimentos restauradores;
– Registro oclusal de dentes superiores para
tomada do arco facial na montagem em ASA.
Materiais de moldagem
anelásticos
■ Pasta zincoenólica (Pasta ZOE)
– Moldagem de arcadas edêntulas, em
moldeira individual.
– Desvantagens
■ pode causar sensação de queimação
no paciente (eugenol);
■ Sabor desagradável;
■ Material pegajoso.
– Outras aplicações:
■ Cimento cirúrgico;
■ Registro de mordida.
MATERIAIS DE
MOLDAGEM
ELÁSTICOS
HIDROCOLOIDES
ELASTÔMEROS
Hidrocoloide

■ O 4º estado da matéria, estado coloidal.

■ Dicionário: “Cada uma de várias substâncias que, misturadas com


água, dão géis (como sais do ácido algínico, ágar e gomas de
polissacárides relacionadas) e são usadas especialmente como
colóides protetores e como materiais de impressão para moldes
de dentaduras em odontologia.”

■ Reação de presa: geleificação.


Ágar (hidrocoloide
reversível)
■ Baixa popularidade;

■ Um dos primeiros materiais de


moldagem que surgiu, mas perdeu
espaço para os outros materiais
elásticos;

■ Composição: ágar (extraído de certas


algas marinhas)
Alginato (hidrocoloide irreversível)
Alginato

■ II Guerra Mundial – escassez do ágar;


■ Originário do ácido algínico, extraído das algas
marrons;
■ Material de moldagem mais utilizado;
■ Características:
– Fácil manipulação
– Confortável para o paciente
– Hidrofílico
– Baixo custo
– Não exige equipamentos sofisticados.
Alginato

■ Indicações
– Modelo de estudo,
– Modelo antagonista,
– Moldagem de transferência,
– Moldagens que não requerem grande
precisão.
– *Alginatos de melhor qualidade podem ser
usados para obtenção de modelos para
confecção de próteses removíveis.
Alginato

■ Composição
Componente Quantidade (%)
Alginato de sódio ou potássio (reagente) 15
Sulfato de cálcio (reagente) 16
Sulfato tri ou tetra sódico (retardador) 2
Diatomita e óxido de zinco (carga) 60
Fluoreto de potássio e de titânio (endurecedor do gesso) 3
Gluconato de clorexidina (antimicrobiano) *
Glicol orgânico (alginato dust free) *
Corantes e aromatizantes *
Alginato

■ Manipulação
– Colocar o pó sobre a água;
– Espátula plástica;
– Moldeiras com perfurações ou canaletas
para reter o alginato;
– Espatulação vigorosa (45 a 60
segundos), em forma de 8;
– Comprimir a mistura contra as paredes
da cubeta;
– Dissolver todo o pó.
Alginato
■ Processo de geleificação
– Polimerização cruzada entre as moléculas de alginato de sódio e sulfato
de cálcio.
■ Tempo de geleificação
– É medido desde o início da manipulação do material até o momento da
presa (~3 a 4 minutos a temperatura ambiente/20 oC).
– Quando a geleificação inicia, o material deve ser mantido imóvel, pois
as fibrilas em crescimento podem romper-se e tornar o material friável.

Tipo Velocidade de geleificação


Tipo I Rápida (1 a 2 minutos)
Tipo II Normal (2 a 4,5 minutos)
Alginato

■ Controle clínico do tempo de geleificação

– Alteração da proporção água/pó ou do tempo de espatulação:


■ Redução da resistência do alginato à ruptura ou perda de
elasticidade.

– Quantidade de retardador dosado pelo fabricante;

– Alterar a temperatura da água para manipulação.


Alginato

■ Controle clínico do tempo de geleificação

– Ambientes com altas temperaturas→ evitar geleificação


prematura:
■ Água resfriada;
■ Cubeta e espátula de manipulação resfriadas.
Alginato

■ Propriedades
– Resistência mecânica
■ Apesar de ser um material elástico, regiões delgadas podem
fraturar/rasgar: por isso deve-se manter uma superfície com
no mínimo de 3 mm de espessura de alginato após
assentamento na boca.
■ A resistência à compressão dobra de valor durante os
primeiros 4 minutos de geleificação, assim como sua
elasticidade, reduzindo os riscos de distorção durante a
remoção da boca.
Alginato
■ Propriedades
– Viscoelasticidade
■ A resistência à ruptura/rasgamento aumenta quando o molde é
removido abruptamente;
■ O alginato não adere fortemente aos tecidos, sendo possível
removê-lo de uma só vez;
■ É necessário evitar torções na moldeira – usar movimento de
báscula.

– Reprodução de detalhes
■ Alginato < elastômeros
Alginato

■ Propriedades
– Estabilidade dimensional
■ Alterações dimensionais por sinérese ou embebição;
■ Deve-se vazar o gesso o mais rápido possível;
■ Quando não for possível o vazamento imediato:
condicionamento prévio em 100% de umidade relativa
– Uso de uma cuba plástica fechada, com algodão ou gaze
embebido em água e uma base plástica na parte inferior
interna, para que a água não entre em contato direto com
o material.
Alginato

■ Desinfecção do molde
– Lavar o molde em água corrente;
– Hipoclorito de sódio a 1% - borrifar
sobre o molde por alguns segundos,
e manter em embalagem plástica
fechada por 10 minutos.
Alginato
■ Cuidados necessários
– Inalação do pó disperso no ar:
■ Fibrose ou hipersensibilidade pulmonar;
■ Adição de glicerina.
– Resíduos de gesso na cubeta:
■ Acelera a presa do alginato;
■ Fluidez inadequada;
■ Ruptura do material durante a remoção da
boca.
– Espatuladores mecânicos e manipulação à
vácuo.
Alginato
■ Causas de defeitos nas moldagens de alginato
Efeitos Causas
Rasgamento Espessura inadequada, contaminação por umidade, remoção prematura
da boca, espatulação prolongada.
Bolhas de ar Incorporação de ar durante a espatulação, moldagem com movimento
muito rápido, geleificação inadequada, excesso de saliva sobre os
tecidos.
Material granuloso Espatulação inadequada ou prolongada, geleificação deficiente, relação
água/pó muito baixa.
Modelo de gesso rugoso ou Limpeza inadequada do molde, excesso de água deixada no molde,
pulverulento separação prematura do modelo, modelo de gesso permaneceu muito
tempo em contato com o molde, manipulação inadequada do gesso.
Distorção Molde não foi vazado imediatamente, movimento da moldeira durante a
geleificação, remoção prematura ou indevida da boca, moldeira deixada
por muito tempo na boca.
Por onde estudar?

■ CHAIN, Carvalho, M. Materiais Dentários. São Paulo – SP; Editora Artes


Médicas Ltda, 2013. ISBN 9788536702063.
– https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885367020
63/assignment/036468687ad44e88b3cf7b00b51dd785

■ OLIVEIRA, Silva, A. Materiais dentários protéticos: conceitos, manuseio,


conservação e manutenção. 1. ed. São Paulo. Érica: Saraiva, 2014. ISBN
9788536521077.
– https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885365210
77/assignment/f511fc37cbb84074a204e0ff14664fd5

■ ANUSAVICE, Kenneth J.; SHEN, Chiayi; RAWLS, H. Ralph. Phillips Materiais


dentários. 12. ed. Rio de Janeiro: GEN Guanabara Koogan, 2013. ISBN
9788595155428.

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