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“Palavras são, na minha nada humilde opinião, nossa inesgotável fonte de magia.”
– Alvo Dumbledore
a plenos pulmões.
levantar.
carregada.
Não era uma surpresa que Lorde Black Hyde provocava medo
aos olhos, mas, naquele instante, quem olhava para ele podia jurar
que uma besta infernal tomara seu corpo. Ele cambaleou para a
matar seu precioso cervo. O conde se abaixou para dar nele uma
boa olhada, enxergava tudo vermelho e o ódio mastigava seu
que o cervo fora tirado dele antes que pudesse fazer isso, antes que
Hyde pudesse o tomar para si… era imperdoável. Imperdoável!
Agarrou o caçador pelo cabelo e o puxou. Os olhos do homem se
uma fera, mas talvez fosse por viver entre eles que era incapaz de
dar um fim à vida daquele infeliz.
que sou um homem tolerante, o que não sou, e gente como você
acharia que pode entrar na minha terra, roubar de mim e sair
impune.
ouvidos.
— O que disse? — indagou e seu cenho se franziu ainda
atraente.
perna machucada.
perto de ser tão ruim quanto aquele homem na sua frente. Oferecer
uma das filhas em troca da própria vida era o mais podre que um
— Como se chama?
Dito e feito.
— Não me olhe desse jeito, cazzo, vamos cuspa algum
se Hyde as cumprisse.
forma.
— Você está cheio de opiniões ultimamente, não acha?
vontade.
salvando uma pobre coitada de uma vida miserável. Desde que ela
não se apaixonasse por ele, tudo estaria bem. Nada podia ser pior
pela manhã.
Hyde arriscou um olhar em Wilkins e este o mirava como se o
lorde tivesse feito outra sujeira para ele limpar. O conde lidaria com
o criado depois.
Se você for bom pai o suficiente para sua filha desejar dar a vida por
você, então você viverá, mas se ela não vier, eu vou livrá-la da sua
existência.
único ser vivo além dela fosse uma pequena mariposa que circulava
o fogo de uma luminária.
seis anos, isso já não a afetava tanto. Passou toda a sua vida
ouvindo o quanto era indesejada, primeiro pelo seu pai, que nunca
— O que aconteceu?
rígidas.
Ela saiu pela porta da frente sem se importar com mais nada.
— Em, não deixe que ele me leve, por favor, não quero ir!
tentou consolar a irmã, que a apertava com tanta força que doía.
— Sua irmã é uma filha ingrata, é o que houve. — Pearl foi
deviam ser muito agradecidas pela vida miserável que levavam, pois
se pelo menos tivessem nascido homens, poderiam trazer sustento
mas isso também estava fora do alcance das irmãs Sandle já que,
além de não serem bonitas, não tinham um dote.
poeira.
— Pai, por favor…
— Acha que temos escolha, maldição? — O homem explodiu
de tristeza pela sua realidade, mas ódio. Ódio por ter nascido com o
sangue desse homem em suas veias, ódio por ter nascido naquele
corpo, ódio por levar o nome dele, mas principalmente por não
porta ao passar.
Emerald anuiu.
A beijou na testa.
Pearl?
— Acha que o conde deixará que alimentemos seus animais?
mas disse o que Pearl precisava ouvir para não adoecer de tristeza
quando ela partisse. A irmã teria que acreditar que um dia Emerald
voltaria. Isso a manteria viva.
cabelo e dois pares de meias furados. Ela não podia esperar até o
Emerald tinha era que não veria aquelas pessoas por um bom
tempo.
Emerald chegou nos portões da propriedade do conde de
Clarendon na aurora do dia. Os músculos das suas pernas
queimavam por ter andado todo o trajeto até ali, mas isso estava
sendo aplacado pelo receio do que a esperava a partir do momento
em que cruzasse aqueles portões. Ela tinha demonstrado tanta
coragem para Pearl, mas agora que estava longe da irmã não
conde era pequena. Ela tinha pavor dele desde que ouvira falar em
perdiam cada vez mais com o tempo. O conde atual herdara o mal
viu um lago e viu que vários animais bebiam água nas margens, em
calor do sol nascente em sua pele, mas seria uma péssima ideia,
pelo menos não com vida. Seu pai costumava os caçar. Fora da
época de caça era proibido abatê-los e a cada ano se tornava mais
mas ela não podia estar louca, Emerald sentia que não estava
sozinha. Podia sentir olhos descendo sobre ela. Podia senti-los
opção.
Ela se arrependeu da resposta atrevida antes mesmo de
— Ah, isso!
Emerald coçou a têmpora. Sem saber o que devia dizer.
Ela era muito nova quando aprendeu que era diferente das
outras pessoas. Emerald não pôde ir à escola porque acreditavam
que o que tinha era contagioso, além de que as outras crianças a
Sua pele era muito branca, não como a de Pearl, que tinha
um fundo rosado, mas branca, como pétalas de lobélia, e ela não
sabia porquê. Apenas nasceu assim. Essa condição a fez ter uma
vida limitada. Seus olhos não suportavam muita claridade, e se
ficasse muito tempo em exposição ao sol, adquiria queimaduras.
Emerald não podia trabalhar colhendo algodão como sua
lábios do pai e por vezes ele a culpava pelas desgraças que eles
passavam pois era por Emerald ser como era que eram tratados
com desprezo pelo restante do vilarejo.
— Às vezes.
Emerald esperava que ele dissesse que não, que tipo de
— Não.
— Pois bem, ele apenas é azul porque é. É o mesmo comigo.
jamais imaginou que sentiria alívio por ouvir aquela voz que mais
eu cai na água.
Ela abraçou o corpo para se proteger do frio e também porque
curvas.
— Certamente, ela deve ter sentindo que o sangue Sandle
razão. Ela ouvira isso sua vida inteira. Seu sangue era o seu fardo.
E nada a humilhava mais do que ser chamada de Sandle.
que esperar.
por ela. Emerald não precisava ouvir a voz dele para saber que não
— A fera?
frente para uma porta dupla, a abriu e deu espaço para Emerald
entrar. Logo depois saiu, a deixando sozinha sem saber o que fazer.
uma assombração.
— Farei uma curta viagem, não deverá sair daqui até que eu
trarão suas refeições e tudo que você precisa. Apenas não ande
pela casa.
— Espere, não vai me dizer o que pretende fazer comigo? —
novamente o silencio foi sua resposta e dessa vez, ela soube que
estava sozinha.
Emerald se virou e explorou o quarto. Era muito luxuoso.
Trabalhou uma vez na casa de um coronel em Bath e ficara muito
nas suas costas e isso tinha lhe gerado muitas dores nas costas.
Emerald sentiu vontade de subir naquela cama e pular em
cima como uma criança, apenas para saber qual seria a sensação,
para fora e olhou para baixo. Era alto demais para escapar com uma
tudo feitos em tecidos que Emerald nunca tinha visto tão de perto.
Ela tentou conter o formigamento nas pontas dos dedos, mas antes
espartilho, usava apenas uma fina camisola por baixo das roupas, e
bonito como aquele armário para a noiva. Era possível ver em cada
detalhe que houve muita dedicação e que cada uma das peças foi
já saberia que ela não estava em casa. Só podia rezar para que ele
não descontasse em Pearl a raiva que sentiria dela. Emerald se
interligados.
Ela acabou adormecendo no chão e acordou quando ouviu as
mas o cheiro que vinha das bandejas era divino e ela não comia
desde o dia anterior. Resolveu que poderia protestar de outra forma.
Andou até o carrinho e destampou as bandejas. Sentiu sua boca se
Mel!
Emerald nunca comera nada que continha naquelas bandejas.
Sentou-se em uma cadeira e comeu usando as mãos. Era tão
bom que ela desejou chorar e se sentiu meio culpada por comer
tanto que sua barriga doeu a manhã inteira. Ela passou o restante
da manhã contando os minutos nos dedos e de novo trouxeram seu
almoço. Apesar de ainda estar farta do desjejum, Emerald não
dispensasse.
— Está tudo ótimo. Obrigada — disse, sem jeito, mas as
que fez espuma nos fios. Enquanto uma mulher massageava seu
couro cabeludo outra ralava seus pés com uma pedra. Também
cortaram suas unhas e esfoliaram a sua pele até que tirassem os
fino e macio, era como ser acariciada pelas penas das asas de um
anjo. Deixaram que seu cabelo secasse livre e depois saíram. Todas
aquelas regalias só podiam ter uma explicação: o conde estava
certa disso.
Andou até a luxuosa cama rodeada pelo dossel e deitou uma
observando durante o sono. Ele sentia que era errado, mas não
conseguia conter esse desejo. Esteve ansiando por aquilo desde o
momento em que a viu pela manhã, molhada e iluminada pela luz
fria.
Sandle podia ser tão… santo Deus, ele não tinha nem palavras para
descrevê-la.
Mesmo coberta por um farrapo e usando um penteado
ofereceu, como um objeto para saciar os desejos dele, ela não devia
consciência lhe dizia que aquilo era errado, mas ele a ignorou como
vinha fazendo há trinta e dois anos. Não via uma mulher tão
formosa há muito tempo e se tudo fosse de acordo com o que
planejava, em questão de dias aquilo não seria mais algo errado.
ver absolutamente tudo. Seus seios caiam como duas meia luas,
suas costelas eram estreitas e sua cintura parecia ter sido esculpida
Era verdade que ele teria ido adiante com seu plano mesmo
que não a achasse atraente, mas era muito conveniente que fosse.
como ela escapar de seu domínio. Ela entrou na masmorra dele por
vontade própria, se ofereceu como uma tola pelo pai inútil, e Hyde
jamais iria deixar que o sacrifício dela fosse em vão. Pelo que pôde
— Milorde.
criatura.
— Não venha até aqui. — Ele disse, não queria soar tão
Hyde suspirou.
— Ela é bonita demais, isso pode ser um problema.
Hyde devia saber que Wilkins diria alguma coisa que o faria
desejar apertar seu pescoço.
com o demônio quando aceitou trabalhar para ele. Hyde sabia que o
criado jamais ia se demitir por uma questão de honra e princípios e
bandeja de prata? Claro que a parte mais difícil ainda estava por vir
e Hyde não podia ignorar sua aparência assustadora.
de ouvir a voz dele, o que ela faria quando o visse por inteiro? Sua
estrutura abominável?
Ainda assim, Hyde estava acreditando que as circunstâncias
tomaria. A domaria. E faria com que ela o libertasse. Sim, era ela.
Tinha que ser ela. Emerald.
Ele a olhou dormindo mais um pouco, tão tranquila em seu
Por muitos anos, aguentou a ira do homem sozinha para que não
respingasse em Pearl e agora que não estava ao lado de sua irmã,
seu pai a faria tomar a frente das responsabilidades que antes eram
de Emerald. Ela não conseguia nem imaginar o que Pearl estaria
passando nas mãos de seu pai sem sentir uma dor quase física.
Pensou na possibilidade de mandar uma carta escondida,
apenas para dizer que estava bem e que Pearl esperasse por ela,
mas duvidava muitíssimo que algum criado da residência fosse a
a hora do dia. Até mesmo o arrastar do mais suave vento era capaz
de ser ouvido. Emerald pensou uma vez ou outra em abrir a porta e
correr para longe dali, mas tinha medo de tentar e ser engolida pela
fera.
A parte mais divertida foi que as criadas do conde passaram a
dizer que não apreciava ser bem tratada, mas não deixava de
pensar que uma hora o conde viria até ela para cobrar o preço pela
sua generosidade.
Ela sabia o que a esperava quando decidiu tomar o lugar de
Pearl e ir até a mansão do conde. Emerald era virgem, mas perdera
quando, por alguma razão, Brice quis se casar com ela, mas se
tivesse que se tornar amante do conde em troca do bem estar de
excêntrica, que fez o coração dela bater mais forte. O que a fez ficar
realmente surpresa foram as rosas. Havia galhos com rosas
brancas por todas as partes, se pregando nas paredes e no teto, e
espinhos, ela era mais recatada, com sete pétalas protegendo seu
núcleo e o caule livre de espinhos. Mesmo que fossem todas iguais,
começava.
— Solte essa rosa, você não fez nada para merecê-la! — ele
— Você tem centenas de rosas como esta, ela não lhe fará
falta.
A verdade era que ela não queria abrir mão de sua rosa. A
ela tinha um, que era letal o bastante para fazer o dedo de Emerald
sangrar.
— Não é o bastante o que eu tenho dado a você? Você tinha
indivíduo peculiar.
— Não — Ele deu um passo a frente e ela contemplou sua
perna longa. — Eu sou uma fera.
Logo ele estava sendo banhado pela luz das velas. Emerald
sentiu um calafrio na espinha ao ver o rosto severo daquele homem.
jeito que ela nunca tinha ouvido seu nome antes. Como se ela fosse
que era diferente, todos sempre faziam questão de deixar isso claro
— Tanto faz.
pergaminho na mão.
— Para quê? — indagou, cautelosa.
— Para um casamento.
futura condessa?
Ela viu um brilho perverso passando pelos olhos dele.
pavor.
— Você é louco.
— E?
Emerald estava perplexa. Isso era real? Ele estava mesmo
propondo aquilo para ela porque a achava tão abominável que não
poderia recusar seu pedido pelo medo de não se casar nunca. Mas
No entanto, ela sabia que tinha algo mais ali além do desejo
insano do conde de se casar da noite para o dia. Ele jamais
ela, se não tivesse um objetivo mais forte por trás. Por acaso estava
Clarendon?
Ele juntou o polegar com o dedo indicador e começou a fazer
por tamanha falta de escrúpulos. — Não tem nada que atice mais as
conde perverso.
— Porque eu estou oferecendo uma saída para você, uma
vida onde não precise trabalhar nunca mais, onde não tenha que
acostumada a trabalhar desde cedo para ter o que comer. Mas, por
ainda era uma mulher. O mundo a fez acreditar que por ser diferente
jamais podia almejar um casamento com amor, que devia se agarrar
isso, mas ela era incapaz de abrir mão disso. Crescera com um pai
bêbado e apostador, e vendo a maneira como ele tratava sua mãe.
— Isso não quer dizer que eu esteja disposta a aceitar ser sua
esposa!
ele saberia que ela era fraca, portanto, o encarou com seu nariz em
pé. Não deixaria aquele olhar de desprezo desestabilizá-la. Era
de orgulho.
Clarendon pegou a mão dela e a levantou diante do rosto,
observou imóvel ele levar seu dedo sujo de sangue à boca e sugá-
lo, em um único e eficiente movimento. Sua língua envolveu o dedo
dela, e o massageou. Estranho, ele tocou em seu dedo, mas ela o
sentiu em cada parte do seu corpo. — Qualquer mulher tirada da
lama o aceitaria sem pestanejar.
Ela tinha tão pouco valor assim?
seria dona até das terras onde seu pai vivia. Emerald viu naquele
momento a chance, não só de se tornar guardiã legal de Pearl,
como também a de poder salvar sua mãe da vida desgraçada ao
não queria submeter seus filhos à mesma vida que levava, mas isso
era algo que o conde não precisava saber. Ainda assim, a ideia de
se tornar amante dele revirava seu estômago. Como podia dormir
com esse homem tão diferente de Brice em tudo?
corpo inteiro arrepiou-se com o prazer de ser puxada com força para
perto do conde. Ela não ousou se virar, mas sentiu a respiração dele
em sua nuca. Arrepiando todos os pelos do seu corpo.
— Ela virá.
Ah, como queria acreditar nisso!
Queria tanto que seria capaz de fazer Emerald se materializar
em sua frente. De onde estava, tinha uma visão ampla do lugar por
labirinto, Hyde ordenara que fizessem uma trilha de velas por todo o
caminho que a levaria até ele. Quando se passaram mais dez
minutos de atraso ele aceitou que Emerald tinha feito uma escolha.
Mulher burra! Fechou as mãos em punhos, desejando afundar
da cor dos seus olhos. As saias eram de brocado, com muitos tules
cheios de pedrinhas de brilhantes, e nos cabelos brancos ela trazia
esforço muito grande para não demonstrá-lo. Ele admirou isso nela.
— O quê?
— Você deveria estar bebendo agora?
Deu de ombros.
as palavras.
— Sua vontade será atendida.
— Também quero que ofereça uma saída para minha mãe.
em nenhuma delas Emerald pediu algo para si, era sempre para
alguém. Bons estudos para a irmã, um dote, um bom marido para a
irmã, uma casa para a mãe. Ela era uma pessoa altruísta. Hyde
admirava características nobres nas pessoas, porque pessoalmente
não tinha nenhuma. Em seu meio isso era algo raro, quase
repugnância nas mulheres, por isso jamais iria submetê-la a ele. Ele
precisava do coração de Emerald e não o conseguiria se impondo a
juntos seremos fiéis. Como você já deve saber, não gosto que
ponham a mão no que me pertence.
algo desse tipo. Desejou sorrir, e teria feito se não estivesse irritado
desde o início dessa negociação.
um jeito antinatural sob a luz do luar. Hyde se via atraído para essa
alguém que…
— É o quê?
encantadora.
— Por Deus, claro que não!
agora.
— Não caso!
Hyde o agarrou pelas lapelas da batina e o ergueu no ar.
Deus.
— Você não pode ameaçar um padre! — Emerald agarrou o
braço dele.
padre.
em você.
Os olhos assustados do padre se arregalaram para Emerald.
Ele rosnou e achou que o padre fosse ter um troço. Se era possível,
o homem ficou ainda mais branco que Emerald.
demônio.
a partir do momento que disser sim, você estará ligada ao lorde para
vez atrás da Bíblia, apontando ela para Hyde como se fosse uma
arma. Hyde só não o desmaiava com um soco porque não queria
caligrafia feia que denunciava sua falta de estudo. Logo depois que
as testemunhas também assinaram o papel, ele tirou a aliança que
dizendo:
— Eu vos declaro marido e mulher. Até que a sorte os separe.
segundo.
Hyde olhou para sua esposa, por mais que tivesse vestida de
noiva não parecia muito com uma. Estava infeliz, ele via isso nos
olhos dela. Ele desceu os olhos para o pescoço dela, onde ela
pousava uma mão delicada, e viu o colar escondido atrás do bustiê
do vestido.
precisava ver.
seu corpo.
Hyde sentiu seu peito latejando. Ela não lhe deu a resposta
que ele esperava, mas seus olhos foram sua confissão de culpa. Ela
tinha ido se casar com ele segurando a promessa de outro homem.
Oh, céus, quem teria adivinhado que ela era apaixonada por outro
homem?
estava casado com outra mulher que não o amava e nem amaria.
Não devia ter se iludido com a ideia de que ela fosse se apaixonar
por ele. Antes de a ver ele não tinha nenhuma intenção com ela
pétalas voaram ao seu redor, pareciam rir dele, do seu esforço inútil
de se livrar delas, inflamando ainda mais a sua raiva. Bom, isso
mudava e muito o rumo dos seus planos. Podia pedir uma anulação,
mas isso seria injusto com Emerald. Prometeu a ela muitas coisas,
ela abrira mão de se casar com seu amado para pertencer a Hyde.
A reputação dela já estava arruinada de toda forma depois de
passar tantos dias sozinha na casa dele sem nenhuma companhia.
seu corpo nem tentava disfarçar que queria o de Emerald, ele tinha
desejos de vê-la nua para descobrir se sua pele era absurdamente
branca em todos os lugares. De que cor ela era no meio de suas
queria demais, muito mais do que desejava retornar para sua vida
antiga, muito mais do que qualquer outra coisa que já quis. E
viver a vida que levava? Tendo que juntar cada penny para se livrar
de seu pai e, principalmente, para dar uma vida melhor para sua
irmã?
se casado com ela porque achava que ela era tão medonha que não
Emerald não era ninguém, não tinha valor nenhum, se ele quisesse
nem perto de ser gentil, mas nada naquele homem era. Ele tinha o
ela admirava muito quem trabalhava para se manter, mas ela tinha
que fazer três vezes mais o que uma pessoa normal faz. Não teria
dia, quando o senhor Grant morresse, o que não estava muito longe
para mudar tudo. Tudo bem que Brice não tinha a mesma condição
Emerald poderia levar Pearl para ir morar com ela. Brice sabia o
quanto isso era importante para Emerald, e não ter notícias dele há
tanto tempo, apenas piorava tudo. Infelizmente, a promessa de
Brice era algo incerto, enquanto que o conde estava propondo
aquilo para ela naquele momento. E quando deu por si, ela já estava
caminhando pela trilha de velas até o centro do jardim.
pressas.
Infelizmente, a consciência pesada de Emerald a impediu de
se livrar do colar de Brice. Ela não tiraria o colar do seu pescoço até
esclarecer tudo com o rapaz. Ela podia estar casando com o conde,
mas tinha feito uma promessa para Brice. Já bastava que se
levá-la para algum lugar escuro onde quase sempre tentava enfiar a
mão por baixo das saias dela.
era um sacrifício que ela estava disposta a fazer pois gostava dele
e, bem, não teriam que fazer o tempo todo e Emerald não se
importaria se ele tivesse uma amante desde que isso a livrasse das
atividades conjugais.
Contudo o cenário era diferente, o homem com quem ela
Ela não era burra, sabia que tinha que fazer aquilo de um jeito
que o fizesse acreditar que tinham consumado o casamento.
Existiam muitos lados bons de se trabalhar com um boticário,
resolvesse.
Algumas criadas vieram a ajudar a se despir do vestido de
senhora.
traga para mim. Elas surtem efeito mais rápido quando misturadas
com o álcool.
sabia o que pensar sobre isso e nem porque lembrar desse olhar a
deixava inquieta.
Meia hora depois, a criada retornou com a planta moída em
andou até um aparador no quarto onde tinha uma bandeja com uma
garrafa de uísque. Ela despejou metade do pó lá dentro e balançou
camuflaria o da beladona.
coluna.
Ela se virou para ele e, bem...
Ele parou diante dela, quase nada entre eles, e seus olhos
ela.
— Não o terá.
Por um segundo, ela podia jurar que ele ia pular sobre ela e
fazê-la dizer o nome, mas não, em vez disso ganhou um olhar
receber aquele olhar dele, porque até então ele era o único que não
não se entregar para ele. Ele parecia querer beijá-la, mas não
estava certo se era algo que deveria fazer. Emerald ficou satisfeita
por ele não fazer isso, pois se fizesse iria rechaça-lo. Beijos eram
segundos.
— Como você prefere fazer isso? — Ele perguntou, quase
entornou até não restar nenhuma gota no copo. Agora quem estava
na frente de Emerald era apenas um homem implacável que tiraria o
que queria dela sem se preocupar com mais nada e podia parecer
gosto de vê-la assustada. Hyde não podia estar falando sério. Aquilo
jamais caberia na sua boca.
— Nunca.
sua boca. Seus olhos lacrimejavam pela asfixia. Entre uma estocada
e outra, ele a deixava respirar brevemente, para judiar da boca dela
com ainda mais rudeza na estocada seguinte. Sua língua estava
abraçada contra o corpo dele, seus pés não tocavam o chão, ela
flutuou até a cama e foi atirada sobre ela, sem fôlego. Emerald
buscou por uma rota de fuga, mas, em seguida lorde Hyde tomou
sua visão assim como seu ar ao espremer seu corpo junto ao dela
no colchão.
a mão dele, ele a tocou-a ali ciumento, e foi como se seus seios
ficassem mais sensíveis e isso disparou uma flecha de fogo ardente
para o meio das pernas dela. Oh! Aquilo era inédito e inesperado.
estraçalhada.
— Meu Deus! Você é um animal. — Ela não queria ter dito
isso com uma voz tão manhosa. Por que estava apreciando tanto
— Oh!
Ela não sabia se pela suavidade da seda, mas era alucinante.
Os dedos dele giravam em torno do seu clitóris uma vez e outras
abrindo cada vez mais para liberar o prazer que crescia em grandes
cascatas. Ela se preparou para isso, mas de repente o toque
desapareceu, ela só precisou olhar para cima, para comprovar que
até ele ser capaz de distingui-la. Eram trovões. Ele forçou suas
pálpebras a abrirem e viu através das janelas abertas a tempestade
que caía lá fora. A primeira daquele inverno. Ergueu a cabeça para
diferente das dores que costumava sentir. Essa era mais leve, mas
sua boca estava seca e seu corpo doía um pouco, pensando bem
caíam lá fora.
bela dama, o senhor não está com uma boa cara, milorde. —
traço que devia ser exterminado dela ou não sobreviveria por muito
iriam surgir de uma forma ou de outra, por isso ele teria que
transformá-la em uma dama excepcional. Se bem educada, as
soubessem que ele estava casado. Então ele deixaria ela ir para
onde quisesse, França, Portugal, Grécia, ou para qualquer outro
única rosa pode ser a coisa mais suave e deliciosa para um olfato
bem apurado, mas em grande quantidade são capazes de
se sentiu estupido. Para ele era tão natural ter tantos talhares
durante um refeição que não pensara que nem todos tinham o
mesmo conhecimento.
poderia ser algo inadequado. Ele tinha certeza que os dois nunca
experimentariam um nível maior de intimidade do que seu pau
dentro dela.
marejados.
chorando não era uma delas. Lidar com mulher em geral não era
seu forte.
carinho?
— Palavras de carinho?
— Sim, logo após você sabe... — Não, ele não sabia inferno,
Por que ele não podia lembrar de nada? Sequer tinha bebido
suspeita. Era muito conveniente que ele tivesse tido um apagão logo
após beber uma bebida no quarto dela. Ele a olhou com os olhos
semicerrados.
— Provas — ele disse, e ela olhou para ele por cima da borda
da xícara de chá. — Quero provas de que nosso casamento foi
mesmo consumado.
olhos dela sumiu por cinco segundos inteiros e isso serviu apenas
para reforçar a suspeita dele. Hyde levantou e andou a passos
quarto adentro.
Emerald estava mentindo para ele, mas se não tivesse uma prova,
seria apenas a palavra dela contra a dele. Ele olhou para ela, iria
provar que ela estava mentindo, mesmo que tivesse que ir até os
seus extremos.
— Pode ir, Wilkins.
olhar de pena.
suas suspeitas.
nossa união e eu prometi que traria sua irmã. Até que me deixe
atestar a veracidade do nosso casamento, eu não a trarei para cá e
estão diante de você, você virá até mim por escolha própria. — Ele
andou para a saída do quarto, e sem se virar continuou: — Quando
que Hyde fosse tão perspicaz? Quantas vezes a mãe dela usara o
mesmo chá para acalmar seu pai nas vezes em que ele chegara
se quisesse trazer Pearl para perto dela teria que provar que teve
um encontro sexual com ele e essa era uma coisa que não poderia
forma tão vulgar, por que não odiou? Por que não vomitou tudo
quando ele tocou no queixo dela e a fez engolir sua semente? Eram
questões perigosas e Emerald sentia que não devia focar sua mente
nelas.
Isso que ela sentiu pelo conde foi uma emoção intensificada
Apenas isso, eram apenas delírios. Agora ela tinha que focar sua
uma vez por todas. No entanto, Emerald não queria ser aquela a
abrir mão de algo, seu corpo era a única parte que ainda era só sua.
A única coisa de que ela era totalmente dona. Ela não queria dividi-
lo com mais ninguém, não daria para mais ninguém o poder de
controlá-lo. Somente o amor mais profundo poderia convencê-la a
Emerald não sabia o que aquele homem tinha feito com seu
corpo, mas não deixaria que isso mudasse a sua decisão.
Ela tocou em seus cabelos, eram sem forma e sem vida, mas
eram seus. Emerald que decidiria quem os tocaria. E não tinha nada
sineta, mas seu quarto era um lugar muito solitário e a noite ele
ficava mórbido e sepulcral, como um caixão. Então decidiu ir até o
único lugar na casa onde ela sabia que, com toda certeza,
a sala. Era uma pena que não soubesse ler, Emerald teria gostado
Hyde era o oitavo conde, assumindo seu posto logo depois do pai,
que não teve outro filho. Black Hyde não se parecia em nada com o
pai, mas parecia bastante com a mãe. O pintor não soube trazer
dela. Tinha sido fiel aos traços rudes de seu rosto, mas aquela
Pearl ficaria feliz se estivesse ali. Sua irmã nunca tinha podido ver
Emerald, era tudo novo e deslumbrante para ela, mas eram coisas
que ela teria gostado de compartilhar com Pearl. Na maior parte do
bem de nada.
está diante dos seus olhos, mas a ignora pelo medo dos estragos
Wilkins. A primeira coisa que ela soube foi que amou o cheiro
daquele lugar, e a segunda, foi que não era desejada ali.
expressões carrancudas.
— É verdade o que dizem? — Uma voz gentil chegou até
Emerald, e ela percebeu que havia uma criança sentada não muito
distante dela, cortava batatas com suas mãozinhas pouco hábeis.
Por reflexo, Emerald jogou seu corpo para longe dela.
— Por quê?
Deu de ombros.
— Não sei.
— Que tal se você usar um chapéu grande?
Emerald inclinou a cabeça, ponderando.
com as cascas.
— Burrice se resolve com estudo e eu sou uma criança, eu
ainda posso aprender, agora feiura...
Devia ser verdade. Emerald não era mesmo bonita. Devia ser
por isso que Brice nunca voltara para se casar com ela. Deve ser
por isso que Hyde não tentou barganhar para tê-la em sua cama, só
banco com desespero. — Você está louca? Não faça isso nunca
mais!
Emile começou a chorar. Emerald observou toda a situação
podia ver pela raiva nos olhos de todos eles que ela seria declarada
culpada. — Ela condenou a todos nós quando decidiu se casar com
— Edith!
— Alguém tem que dizer a verdade, Wilkins. — Emerald não
Ela pode andar por aí como se fosse normal, mas sabe que não é, e
chorar. Não ia. Por muitos anos ela realmente acreditou ser
eles?
e essa foi a forma de Deus puni-la. Ela podia contar nos dedos das
respeitada.
— Milady! — Wilkins vinha correndo atrás dela.
dissera isso a Emerald foi o senhor Grant. Que saudade ela tinha
vida.
— Onde o conde costuma ficar durante o dia?
coisa.
sentisse dor e solidão. Em outra época ela pensaria que era a fera
estava morando ali há alguns dias e a única fera que conhecera era
aquele que agora ela podia chamar de marido. Embora Hyde tivesse
bestial.
— Enquanto falava, a cozinheira mencionou que o lorde já
sofreu nas mãos de muitas mulheres, o que ela quis dizer com isso?
saber como faria isso com ela trancada, e sem que Hyde soubesse,
já que, se suas suspeitas estivessem corretas, ele devia ser o dono
da chave.
dela.
na companhia de Wilkins.
talheres.
parte do acordo.
Emerald bufou.
— Não, não tenho medo. Eu não teria uma sorte tão grande.
fazendo amaldiçoar baixinho. Ele achava mesmo que ser como ela
era uma sorte?
Hyde fez isso, seus olhos vagaram pelo estrago que fizera na
roupa antes de parar na pequena macha de sangue no meio da
seda.
— Ah.
Ah?
Oh.
Emerald sentiu a mesma palpitação que afligiu seu corpo na
filho.
Santo Deus. Emerald se levantou, arrastando a
cadeira consigo.
queria dizer, mas não com palavras tão sinceras. Como alguém
podia dizer algo assim sem nem piscar de vergonha? Ela o encarou
do outro lado da mesa, tão pleno em sua postura de conde tirano.
Que mais coisas sujas ele podia dizer e fazer com essa língua?
Ela não ia perder tempo bancando a inocente com ele.
— Sim.
Ele pegou o cálice de vinho e riu raspando os lábios
uma, até hoje, nenhuma mulher conseguiu tirar isso de mim, mas
com você… — O olhar dele a perfurou como uma bala. — Eu não
desperdiçaria nada, despejaria tudo bem fundo.
ela tinha era de que era possível que seus órgãos estivessem se
liquefazendo e virando uma massa incongruente dentro dela. Seu
sangue de porco.
ter acontecido?
— P-pode ser apenas um mal entendido — Wilkins disse
e agora pede sangue! Que outra razão teria o conde para se casar
muitos anos para compensar a falta de uma mãe e todo o afeto que
mostrava interesse por ela, falei para o pai dele que o mandou para
Londres e garantiu que ele não voltaria mais. Não pude expulsá-la
satisfeito.
— No entanto, por hora, teremos que agir com perspicácia
vazio no lugar onde deveria estar sua irmã, se lembrou de que não
Clarendon.
Os pingos de chuva que respingavam em seu rosto, vinham
conde estava escondendo uma besta em sua casa? Será que essa
coisa mais bizarra era que ele estava dormindo. Seu corpo pingava
que parecia mais forte do que nunca. O lençol caia pelos seus
vira na noite da lua de mel, talvez porque antes ele apagara todas
tivessem sido enfiadas em seu peito e dilacerado sua carne. Ela não
Hyde se abriram.
— Ah! — Emerald deu um berro quando um trovão balançou
as janelas.
As mãos que agarravam os lençóis agarraram os braços de
vero?
Emerald queria saber porque ele estava sendo tão rude. Ela
havia até se preocupado com ele e feito a gentileza de acordá-lo.
em que estavam.
— A única coisa que eu queria de você, você já deu a outro
homem.
Emerald muito rapidamente desejou ganhar distância dele.
suspirar de dor.
Hyde voltou a investir os quadris contra os dela. Emerald não
sabia disso porque a sensação era única demais para ser qualquer
outra coisa. Hyde estava uma bela bagunça, investindo cruelmente
Emerald e lambeu os lábios secos para não gritar quando sentiu que
— O que foi?
— Me deixe sozinho! Escí! — Hyde gritou.
sentindo tanta dor ele ainda ter fôlego para ser um bruto selvagem
com ela, a fez se encher de raiva. Esse homem era uma incógnita!
sua coxas tremiam e isso a deixou com ainda mais raiva dele,
porque, pela segunda vez ele atiçou aquela chama de desejo dentro
dela, apenas para apagá-la no instante seguinte com um grande
balde esse água fria. Doía. Inferno. E ela se sentia meio vazia.
— Da próxima vez eu não virei nem se você implorar! —
— O que é isso?
Emerald encarou a caixa que Wilkins colocou diante dela na
mesa de desjejum em seu aposento privado.
mastigar seu pão. Com ainda mais raiva do que estava antes de ver
aquele colar. Emerald esperou a manhã inteira que Hyde tivesse a
Ela não ia aceitar ser tratada dessa forma. Não ia. Ele estava
— Funciona comigo.
Emerald entendeu tudo. Os criados daquela casa estavam
no dia anterior, foi bem difícil encontrar o caminho agora que a raiva
Era Hyde.
Ele também não tinha tido uma boa noite. Isso a fez se sentir um
pouco melhor.
— Bom dia.
Ele passou por ela sem dar a menor importância. Não teve
nem a cortesia de estender uma mão para ajudá-la a se levantar.
Emerald fez isso sozinha, limpou as mãos sujas de poeira nas saias
e o seguiu quase correndo, quando o alcançou, ele já dobrava o
corredor.
mais irritada.
— Que chave?
repente. Ela sentiu o cheiro do hálito dele, algo forte, como, como
um remédio.
— Não, isso seria doloroso para mim.
de novo, precisava.
— Você não o está cumprindo — ela disse, baixinho, porque
agora ele estava respirando o mesmo ar que ela. Ela não sabia o
que tinham feito noite passada, mas sabia que era sexual pela
sacrifico que fiz noite passada para não invadi-la sem nem mesmo
prepará-la?
seio.
— Você só está tentando mudar o meu foco.
— Está funcionando?
— O que você acha, lorde cruel?
— Eu estou sendo muito leve com você, por isso sente que
pode falar como quer, agir como quer perto de mim. — Ele a
segurou pelas bochechas. — Eu devo recordá-la de que não é
beijada, e foi o que Hyde fez. Ela tentou se debater, empurrá-lo, mas
ele era forte e, convenhamos, ela não podia fingir por muito tempo
que não desejava aquilo. As mãos que antes o empurravam, agora
o puxavam.
capacidade, por isso foi uma surpresa para ela perceber que
adorava ser presa entre os enormes braços de Hyde. Ele não a
tratava como se ela fosse deficiente, ele não tinha medo de quebrá-
homem que deseja possuir uma mulher incansavelmente até não ter
mais fôlego, e isso, sim, Deus, isso foi a perdição de Emerald. Ele
sorriu e ela sentiu os dentes dele em seus lábios. Hyde levantou o
— Quem diria que uma pele tão branca poderia ser tão
quente.
ardia, mas de dentro para fora. Era tão inusitado. Sua pele
queimava, mas só dessa vez, não era por causa do sol. Era o
conde, ele provocava isso nela.
— Lorde Clarendon...
imperioso.
ou não?
— B...Black.
com muita força pelos de Black. Ela suspirou, com medo das
reações em seu corpo e ele a puxou pela cintura para cima e ela
o cheiro forte. Era láudano. A toxina a pegou com força e seu corpo
pulsação que perturbava Emerald, voltou com muito mais força, ela
começou a se esfregar em Black.
— Hum-hum.
deixou apreensiva.
porquê.
— Oi, mãe.
A última vez que vira sua mãe foi no velório de seu pai. O
velho era a única coisa que os mantinha juntos, depois que partiu,
sua mãe voltou para a Itália e Black nunca fez questão de responder
mudado quase nada em dez anos, estava mais velha era verdade,
mas os traços da sua beleza ainda estavam vívidos.
mundanos. Deve ter herdado isso de mim, já que seu pai era um
pedaço de gelo.
evitava vir até aqui, eu odeio esse lugar. Essas paredes brancas não
Emerald?
mulher.
Black não achava que era culpa dela não saber comer, na
verdade, achava até um pouco bonitinho o jeito como ela pegava
uma colher quando pensava que ninguém estava vendo, ou como o
da boca.
Francesca ergueu a sobrancelha.
— Ai!
— Ajeite a postura querida, se quer mostrar
aceito que me tratem mal. Sim, sou a filha de um caçador e não sei
me sentar e muito menos usar um talher, mas não pedi por esse
casamento, nem para ser educada por você então se não for pedir
muito, poupe-me da sua falsa cortesia, madame.
em saber que fora uma escolha certa decidir trazer sua mãe para
♦
Lady Francesca não perdeu tempo, ela já começou com as
tempo, estava nítido que Emerald queria matar sua mãe em alguns
momentos, como quando conseguiu pegar um pouco de comida do
prato e ia levá-lo à boca, mas sua mãe bateu na colher e pediu para
ela fazer outra vez com mais graciosidade, mas a mulher era tão
Ele trincou o maxilar com raiva por ela tocar naquele assunto.
mesmo justo.
nem que para isso eu mesma tenha que lutar pela sua felicidade —
ela disse e beijou a bochecha dele, deixando lá sua saliva.
xícara de chá.
— Black a trouxe até aqui e a obrigou a se casar com ele?
— Como sabe?
— Conheço o meu filho muito bem. Eu digo que ele herdou o
péssimo gênio do pai, porque não quero aceitar que sou uma mãe
pai, nunca.
— Ele me livrou da tutela de meu pai e em troca eu darei a ele
— Não existe uma regra que diz que não pode. Eu era jovem,
tinha acabado de chegar da Itália e por isso não falava quase nada
fartos e negros. — Black era uma criança muito feliz, por mais que
seu pai fosse um stronzo, realmente gostava dele, e o tratava com
muito carinho. Ele era seu único herdeiro. Quando fez oito anos,
deixamos a casa de Londres e viemos para a Wiltshire, lorde
Clarendon queria ensinar Black e prepará-lo para herdar esta terra.
o tipo que questionava o porquê das coisas, aceitava o que lhe era
dado e vivia com isso. Gostava de ser filho único e obedecia às
Francesca.
— Esposa?
verdade era que uma coisa assim nunca passara pela mente de
Emerald. Black já foi casado? Por que não mencionara? E porque
relutante, mas era claro o desinteresse dele pela garota. Ela tinha
uma sede de afeto a que infelizmente, Black não podia
corresponder.
se ele já fora casado, ela sequer gostava dele, mas Black poderia
ter mencionado. Não, ele definitivamente devia ter dito a ela. O que
era isso que ela estava sentindo em seu estômago, como garras, se
última vez.
— O que significa tesoro mio? — Emerald tentou imitar o
sotaque italiano, mas saiu um fracasso.
aprendendo a detestar.
— Você foi casado quatro vezes.
não sabia o que devia pensar ou dizer, ou sentir. Nem sabia se tinha
quarto.
Ela estava começando a se perguntar se fora tola de entrar
naquele acordo sem saber de nada sobre o homem que colocou um
gritando.
homem?
ela exibindo seu tronco nu pela camisa aberta. Ela podia sentir o
cheiro de álcool nele.
— Não ouse.
Os lábios dele se esticaram em um sorriso cruel.
— Aposto que ele disse que iria para Londres atrás de uma
vida melhor para vocês e depois ia voltar para buscá-la e se casar
com você, não foi?
Emerald nada fez, não confirmaria que ele estava totalmente
significavam?
Hyde a impactaram com muita força. Isso significava que ele tinha
sentimentos? Claro que não, para ele, ela era apenas mais uma
esposa que seria substituída por outra antes que seu cadáver fosse
tempo todo. Por aquela vulgaridade. Hyde deslizou pelo corpo dela
gemendo com ela em sua boca lasciva. Emerald foi virada e com
apenas uma mão Black puxou o bustiê de seu vestido e expôs os
seios dela, com aquela mão ele espremeu um seio e apertou seu
empurrado, mas em vez disso ela o puxou para si, exigindo que a
boca dele fizesse mais pressão em seu sexo faminto. A sucção da
a carne interna das coxas dela. Ele brincou com a língua em uma
parte muito sensível, arrancando dela o último pingo de decência.
quatro mulheres a encarando. Ela quis puxá-lo e fazer com que ele
— Maldita seja, Emerald Sandle! Por que você precisa ser tão
irritante? Não pode apenas aceitar tudo sem precisar de respostas?
ele estava oferecendo e ser grata, uma hora eles iam se separar e
nunca mais iam se ver. Mas o coração dela estava sendo torturado
Ele saiu pisando firme, lhe deixando como resposta seu típico
olhar de desprezo.
por aquele homem cruel. A pior coisa foi o ouvir chamá-la por
aquele nome.
Emerald encarou os quadros das quatro mulheres, se
perguntando o que elas fizeram para estar neles. Ela sentia a pele
anos a evitando.
mandar para o mais distante possível dele, quem sabe assim ela
não acabasse como suas outras esposas. Não era mais algo que
que já fora casado quatro vezes e que em todas, fora odiado com a
mesma intensidade pelas esposas.
E também tinha o detalhe de que não estava feliz com as
coisas que Emerald vinha despertando em seu corpo, quando ela
estava afetando apenas seu desejo isso não era tão preocupante,
mas agora ela também estava fazendo seu coração bater diferente.
futuro impossível para os dois. Ontem, ele quase disse coisas que
nunca perigaram sair de sua boca. Nunca. Nem com Georgina. Teria
enfiado seu pau nela se ela não tivesse lhe colocado bom senso.
dele com o cenho franzido. — Ah, porque você não acredita que ela
por você, fará pelo primeiro que for gentil com ela.
Black pensou no dono daquele colar; quão rápido ele teria que
estalar os dedos para Emerald correr até ele? Ela seria capaz de
fazer isso tão logo eles chegassem em Londres. Ela o amava, exibia
♦
Emerald revirou todas as roupas do armário à procura de seu
vestido. Não queria mais colocar em seu corpo aquelas roupas. No
escondido dela que fora casado quatro vezes. Que ele armara
aquilo para atraí-la e capturá-la. Esse tempo todo esteve servindo
como uma substituta. Usando aquelas roupas e agindo de acordo
como se a pele de outra pessoa fosse colocada sobre ela quando foi
vestida.
Isso significava que a vida dela estava em perigo. Não dava para
confiar mais na palavra dele. Ela nem sabia se ele a deixaria ir como
prometeu que faria. Porque Hyde precisava dela para reconstruir
sua reputação? Nada fazia sentido. Ao mesmo tempo que ela tinha
Emerald perguntou.
Ela passara muitas horas no dia anterior naquele quarto cheio
temperamento assustador.
Emerald observou Wilkins por cima do seu bordado mal feito,
a nova lição que lady Francesca havia passado para ela, e tentava
ficar muito tempo na presença dela, mas desde o dia anterior ele a
seguia como uma sombra. Emerald tinha certeza que Black tinha
alguma coisa a ver com isso.
— Sim, embora a lady Georgina exigisse mais do conde do
— Filhos?
Wilkins balançou a cabeça.
— Então o quê?
de… — Emerald não conseguia falar isso, mas nem foi preciso
porque Wilkins a entendeu com perfeição.
movediça de segredos.
Mais tarde, na mesma noite, Emerald acordou com os gritos
de Black outra vez. Ela atravessou seu quarto e cruzou a porta de
que bebesse.
sua franja caia para a frente lhe dando um aspecto sensual demais
para a saúde do coração de Emerald. Ela ignorou essa pontada em
selvagem a assustando.
Emerald andou para a saída, pensando em se trancar bem
cabeça de Black. Ele abriu os olhos, confuso com a ação dela, mas
— Por quê?
— É uma boa hora para agir como uma esposa, não acha?
Tenho que dar a você motivos para sentir minha falta quando estiver
Hyde fechou seus olhos, sem rir da piada e sem dizer mais
circunstâncias.
Black estava tão quente que exalava calor feito uma fogueira.
Chegava a ser anormal. Ele era um homem muito grande e ela
levaria muito tempo para se acostumar com isso, agora mesmo, não
conseguia desviar o olhar desse corpo imponente. Ao mesmo tempo
que representava proteção, também representava perigo. Ele podia
chá.
— Valeriana, é ótima para combater dores de cabeça e
insônia.
— É o mesmo cheiro doce da sua pele.
— Há quanto tempo você sente essas dores de cabeça? —
ela indagou, ansiosa para escapar daquele olhar negro que a fazia
desejar beijá-lo.
— Doze anos.
— O senhor Grant cuidou de um homem em Bath que sofria
do mesmo mal. Um tratamento com esse chá ajudará a ficar bom
logo. Não tome mais láudano, ele pode ajudar no momento, mas
acabará criando outro problema.
— Eu o odeio.
— É apenas um colar.
maxilar.
tudo novo!
— Isso só piora tudo. Quer dizer que você teria se casado
Isso era bom para fazê-la se lembrar de quem era. Que não
era especial e que não tinha razão para essas coisas existirem em
seu coração. Que ele só a escolheu porque ela não poderia dizer
não.
Black beijou a têmpora dela.
tesoro? — A voz dele soava tão gentil, nem parecia ser a mesma
quadros.
negar, mas não podia confiar nele, não se ele não explicava nada
para ela. Os braços de Hyde se afastaram da cintura dela e ela
Foi para o seu quarto e não olhou para trás. Por mais que
quisesse.
— Lady Francesca, não estou segura de que consigo fazer
isso.
tanta força. Admirou lady Francesca por conseguir fazer isso sem
parecer que era o trabalho que realmente era. Emerald fazia força
mais tarde.
nobreza, mais ela achava que sua vida simples e ignorante era
melhor. Se ela pudesse ficar só com a comida e sua cama, seria
muito feliz.
ela achou que seria, e fazer isso usando tantas anáguas e ainda
prometo.
envergonhada por sentir que não era boa aluna o suficiente. Ela
dava tudo de si para aprender a ser uma lady, mas isso exigia mais
um chapéu que cobria seu rosto. Não correria risco de pegar uma
insolação, mas em compensação estava fervendo debaixo de todas
aquelas roupas. Estava certa de que não era necessário, mas não
tinha coragem de dizer não para lady Francesca.
valise com inúmeros itens médicos. Então, era isso que ele fazia
todos os dias fora da mansão.
— Você mentiu. — Ele a olhou interrogativamente. — Disse
que meu pai tinha matado esse cervo e por isso me exigiu como
pagamento, mas ele estava aqui todo esse tempo.
virou de costas.
— Não sei se deveria. Se eu fizer isso me tornarei seu
mas ele é resistente. Quando seu pai atirou contra ele eu o estava
alimentando, a bala pegou de raspão no meu ombro e deve ter
ali, tudo isso devia significar alguma coisa. Black os tinha feito se
Ele não se virou para ela, então Emerald não sabia dizer que
expressão ele tinha ao dizer isso.
pureza.
— Ele está certo. As rosas brancas florescem nos caixões das
demais.
— Há! — Ele riu sem humor. — Foi por não amá-la que
acabei nessa situação.
em uma cadeira.
— Se me deixar cuidar de você, com o tratamento do chá, a
cumprir?
Emerald não o entendeu. Black girou o uísque em seu copo.
— Em alguns meses você não estará aqui. Irá para bem longe
sorrir.
— Se quer que eu fique, tudo que tem a fazer é pedir.
ofendido.
braços.
— Você não pode mentir para mim, vê, eu sei que você tem
um coração enorme — ela sussurrou contra a orelha dele e sentiu a
ombros dele.
Black não podia mais a enganar com sua língua ácida e seus
agora sabia que ele tinha um coração bom. A prova disso era o
demais que a razão para seu coração estar tão acelerado nos
últimos dias não era por medo dele, era um sentimento pior, muito
pior.
Os braços de Black finalmente a envolveram e Emerald achou
tem mais medo de mim — o conde disse, e foi a primeira vez que
Emerald percebeu que a voz dele podia soar doce.
melhor.
aquela agonia que ele despertou no seu corpo. Queria tanto exercer
sobre ele o mesmo poder que ele tinha sobre ela. Emerald abriu a
boca para dizer sim, sim, sim, quantos fossem necessários, mas
uma batida na porta os interrompeu. Ela ia levantar do colo dele,
mas as mãos de Black a seguraram firme contra seu corpo.
pele fria de Emile. A respiração dela era tão fraca que quase não se
podia ouvir.
Os olhos de Emerald se encheram de lágrimas e
começou a tremer.
— Há quanto tempo ela está sangrando? — A garganta dela
ardia.
ontem à tarde, dizendo que deveríamos fazer a sangria caso ela não
melhorasse.
— Ela está jorrando sangue desde de manhã? — Emerald
acalmar Emerald vendo que ela ficava cada vez mais furiosa.
nada boa.
para fora. Emerald caiu no chão, tamanha a força com que foi
ela, quando tudo isso é culpa sua, Emile piorou desde que você veio
Blam!
Houve uma pancada estridente que fez Emerald pensar que
Emile ingerir um caldo forte para recuperar o vigor. Ela dormiria por
muito tempo, até ter suas forças devolvidas para seu corpo.
chorar. Perceber que vinha lutando pela sua vida desde sempre,
perceber que nunca recebeu afeto nem de seus pais e que aquele
homem que tinha tudo para ser seu pior pesadelo estava ofertando
isso a ela sem pedir nada em troca. Ela fungou, vinha chorando sem
perceber há algum tempo.
— Era Pearl quem meu pai mandaria para saldar a dívida, ela
só tem dezesseis anos então, eu vim em seu lugar. Por ser boa.
Ela sentiu um ligeiro aperto ao redor do seu corpo.
mas eu sei uma forma melhor de fazê-la inalar o chá para que suas
dormia quando foi puxada para fora da cama por Wilkins. Estava
exausta. Dormira muito mal, pois passara a noite ao pé da cama de
baixo.
— Sim, ela vai. Desde que parem de tirar sangue dela.
preto que me restavam, sumiram. — Ele deu uma risada alta, o que
fez Emerald sorrir. — Cheguei a ir até a casa de seu pai, mas você
sua irmã. O órgão vinha tendo tantas emoções que uma hora
cansaria de bater.
contrate para ficar na botica agora que vejo que você está bem. —
pedisse?
— Este homem ainda está vivo? — Lady Francesca parecia
surpresa. — Quando morei nessa casa, anos atrás, ele já era padre.
— Ah sim, ele tem muita influência neste condado — disse o
cavalo, tudo isso foi Deus quem me deu, junto com o dom de saber
para que usá-los. — O senhor Grant deu uma gargalhada feliz.
Ela correu.
Entre a bela e a fera
labirinto. Essa foi uma péssima, se não a mais burra, decisão que já
cedo ou tarde.
si mesma, que fez justo o que ele queria que fizesse. Ele era uma
fera e ela sua presa. As botas dele entraram no campo de visão
dela. Emerald tentava engolir a saliva que ainda lhe restava para
Admitir sua derrota era muito pior do que estar rastejando naquele
dor e anseio.
para mim?
Emerald arfou, escandalizada, quando sentiu as costas de
do dia lambeu sua pele. De uma vez, ela foi virada e pôde ver que
jeito que achasse melhor. — Black deu seu sorriso mais cruel. — Eu
vou romper o seu hímen com os meus dedos e fazer você ver, para
que não reste nenhuma dúvida de que foi comigo que você o
perdeu.
que ele buscava. Ela suportou a dor porque sentia que no fim disso
teria uma recompensa. Os dedos exigentes de seu marido se
moviam dentro dela, causando fricção com as paredes famintas de
seu sexo indefeso. Emerald apertou os dentes quando sentiu um
puxão doloroso dentro de si. Ela engoliu os dedos dele por inteiro.
— Não foi difícil, foi? — ele regozijou contra o ouvido dela, e a
Naquela noite, Emerald daria fim ao desejo que crescia dentro de si.
Black não esperava que ela fosse se entregar dessa forma, ficou
dela.
a cabeça para trás e apertou os dentes para não gritar. A dor era
suportável, o que a machucava era a necessidade de ter aquele
enchendo seu sexo com o dele outra vez. Black parecia não saber
bastante tempo, cada vez que seu corpo exausto descia, ela achava
que não poderia voltar a subir, mas ela encontrava um pouco mais
Black puxou ela para cima pelo braço. Ele beijou sua boca,
necessidade de gozar.
A grama arranhava suas costas, seus cotovelos doíam de ter
bom tempo até voltar a beijá-la. Emerald queria mais, ela queria
— O quê?
— Eu quero mais.
Black parecia não saber o que dizer, seus olhos se abriam,
surpresos. Ela levou a mão para o sexo dele e o tocou. Ele estava
foi espetado pela grama úmida. Ela nem se importou com isso, a
sensação de Black entrando nela de novo, nessa posição, era
falando.
a implodir.
Emerald gemia, muito alto, contra sua vontade. Tendo seu
corpo invadido daquela forma selvagem por Black. Ela podia sentir
tudo. Por estar mais úmida, o entra e sai era escorregadio o que
tornava a sensação mais forte. Black virou o rosto dela e a fez olhá-
lo. Emerald o sentia entrando não só em seu corpo, mas também
mansão, Black podia ver a pele dela nos lugares em que foi bruto,
escurecendo. Entrou pela porta dos fundos e caminhou até seu
quarto, onde a depositou na cama. Emerald não estava dormindo,
Ela dormia de barriga para baixo. Isso não devia ser um bom
sinal. Ele a olhou entre as pernas, onde a invadira tantas vezes
Ele ficou tão excitado que não pensou em mais nada. Quando
queria tanto fazer isso de novo com ela que doía em seus ossos.
Por mais que gostasse de ter a mãe por perto, ter a sua
privacidade invadida era uma irritação. Black preferia os animais,
— Por que não ocupa sua boca com a comida, mia madre?
com isso, diria a ele. Além do mais, Black não queria estar lá
receber um tiro.
Francesca riu.
Mas o entendo, agora que de fato sua lua de mel começou, imagino
outra vez. Bebeu um gole do chá e percebeu que apesar de pôr três
cubos de açúcar ainda estava amargo. Talvez fosse apenas o gosto
dele mesmo.
— Mãe, eu não sei o que está tentando tirar de mim, mas não
conseguirá. — Ele desistiu do chá e se virou para os pães.
sabe?
Black olhou para sua mãe. O irritava que ela sempre fosse tão
esperançosa, apesar de se frustrar todas as vezes.
incontestável verdade.
Ele precisou se casar pela quinta vez para perceber que não
permite dizer a você as verdade que ninguém mais pode quer você
queira ouvir ou não. Se os filhos ouvissem mais o que suas mães
dizem, não sofreriam tanto pelas consequências de suas escolhas.
— Francesca respirou fundo. — Quando você perceber que já tem o
ele teve, que ela cintilava. Deus, como ela ficava bem em um
vestido vermelho. Black estava tão encantado que não percebeu
que ela se aproximava. Ele ficou estarrecido quando a sua boca foi
pressionada pela de Emerald.
Ele ficou imóvel, sentia que sua alma tinha ido dar uma volta e
o que impedia seu corpo de despencar eram os lábios de Emerald.
— Milady? — ele falou quando voltou a si, empurrando ela
pelos ombros.
Ela estava bem? Sorria tanto que parecia outra pessoa.
que não sentia em muitos anos. Levou a mão ao peito. O que era
isso? Por que seu corpo parecia em combustão?
palavras, seu rosto foi tomado pela decepção ao perceber que foi
querida? Chá? — Ele ouviu sua mãe dizer antes de sumir de uma
vez.
— Obrigada, milady. — Emerald aceitou a xícara oferecida por
lady Francesca e se sentou na cadeira que antes fora ocupada por
Black.
Por que sentia como se tivesse acabado de perder alguma
coisa?
Ah, céus, que papel ridículo tinha feito! Corrido para ele
da coisa como tinha sido para ela. Mas Emerald não tinha culpa. Ela
nunca fizera aquilo com ninguém, era óbvio que era inexperiente.
Diferente de Black que já teve quatro esposas, sem mencionar as
amantes. Emerald não devia ter sido nenhuma novidade para ele.
Talvez… bem, talvez ela tivesse sido horrível. O pior sexo que ele já
teve!
culpado por criar expectativas demais em cima dela. Era óbvio que
virgem. Era injusto que ele exigisse tanto dela. Não era possível que
ela tivesse sido tão horrível que não merecesse sequer a chance de
melhorar.
Ela podia fazer melhor. Emerald aprendia rápido. Isso era tão
injusto. Se soubesse, teria feito isso com Brice quando teve a
sogra.
fraca, assim que a viu. Seu rosto pálido tentou esboçar uma
expressão de felicidade, mas ela ainda estava muito debilitada.
— Certo!
Emerald saiu do quarto acompanhada de Ruth quando Emile
já estava dormindo, à noite.
— O senhor Grant disse que o que ela tem é crônico, mas que
com a ajuda dessa erva ela poderá ter uma vida longa, com alguns
sacrifícios.
— Raras vezes o senhor Grant está errado, então isso me
tranquiliza.
Emerald foi parada pela mão de Ruth em seu braço.
— Milady, eu sinto que devo um grande pedido de desculpas.
mais aquela conversa e também não sentia que devia perdoar nada.
Se Ruth precisava ouvir isso para ficar em paz, então Emerald não
vez.
Emerald entrou no quarto de Black e o encontrou da mesma
forma que o deixou pela manhã. Somente as rosas como sua
companhia.
— Ah, vou prepará-la para deitar, senhora — disse uma
clamando por alguém, mas era o que o seu estava fazendo. Aquele
funcionar. Isso assustou Black, de uma forma que feria seu orgulho
admitir.
Existiam vários tipos de beijos. Os que se dão por afeto, os
que são exigidos para obter prazer, e os que são confissões. Black
pois nenhuma das mulheres que se casaram com ele, fizeram isso
perguntar. Era ridículo. Esteve esperando por anos para ter uma
mulher apaixonada por ele, e agora que tinha não sabia o que fazer
apenas o entregava sem pedir nada em troca e era isso que deixava
Black tão desmontado. Sempre sendo pego desprevenido por ela.
Quando ele soubesse o que fazer iria até ela, mas enquanto isso
não acontecia Black teria como companhia o uísque e seus
pensamentos.
milorde.
Black soltou um rosnado. Wilkins seria o primeiro que Black
mataria depois que conseguisse arrancar essa arma da mão de
Emerald.
Ele permaneceu onde estava, bebendo despreocupado.
— Não acha que é uma reação exagerada por uma coisa tão
pequena?
— Como?
— Como? Você acha que pode fazer o que quer e depois
fingir que nada aconteceu?
— Eu sinto muito.
— Você se arrepende?
— Sim, muito.
dignidade?
A voz dela saiu chorosa e foi quando Black percebeu que toda
aquela vermelhidão não era raiva, mas sim magoa. Emerald estava
contrário.
raiva é por crer que eu não gostei de fazer amor com você? — Era
por ter atirado nele, mas em vez disso segurou ela pelo braço e
acariciava.
— Sim.
— Você não tinha visto?
— Não é só isso.
mais ainda com todas as inúmeras marcas que fizera nela por ser
cintura dela, indo para as costas quentes. Sentindo que ela também
se arrepiava.
deu conta do quão idiota fora, evitando-a para não aceitar o que
sentia por ela e por medo do que esse sentimento poderia fazer com
os dois. Primeiro pressionou os lábios nos dela com força, para
suprir a saudade que sentira dela durante o dia. Depois fez o
Sua esposa o queria, e ele prometeu que nunca deixaria nada faltar
esperma até fazê-la atingir o prazer e deixou seu gozo vir, junto com
o dela. Quando seu corpo despejou tudo o que ainda restava, ele a
— Eu espero não ter que apontar uma arma para você toda
vez que quiser fazer amor.
sentir o cheiro que o suor dos dois misturados tinha. Era singular.
Era eles.
— Eu posso?
Ele a olhou nos olhos.
— Você deve.
Emerald sorriu, relaxada sobre a mesa de madeira.
— Ótimo. Não acho que vou conseguir ficar sem isso e como
você foi o anjo cruel que me trouxe para o pecado, deve tomar a
responsabilidade.
desejo nela, criava uma conexão entre os dois que ele jamais
experimentara. Era bom saber que ela se sentia da mesma forma
sombria.
— Não me importa se você sente falta da sua vida de
vez.
— O que isso quer dizer?
beijou.
— E se um dia você passar a me odiar? — Black percebeu
ele, mas, se ele parasse para pensar perceberia que ela também
Colocara fogo nesse mesmo quarto anos atrás em meio a uma crise
de dores de cabeça, mas elas voltavam a brotar, como se nunca
suas mãos.
Elas expeliam um cheiro cada vez mais forte a cada nova rosa
arrancada de seu caule. Quando não restava mais nada para
las. Wilkins voltou para dentro logo depois pois o tempo estava
Rezando para que aquela água lavasse dele qualquer pecado que
ainda lhe restava. Enquanto caminhava, Black sabia que não viveria
esposa. Nem que para isso tivesse que deixar o seu pior lado sair.
♦
— O que acha de outro passeio a cavalo agora que a chuva
cessou? — Lady Francesca afastou a cortina da janela e deu uma
— Não.
— Não? — Lady Francesca repetiu. Tão chocada quanto
Emerald. Ela não sabia por que ele estava a segurando com tanta
força. Ela mal conseguia respirar.
— Não — Black repetiu, soando como um pai protetor.
pouco.
— Se me recordo bem foi você quem me tirou do conforto de
dela.
único que você deve adorar entre quatro paredes. — Black a sugou
com mais força.
ondulou seus quadris para frente e para trás, esfregou seu clitóris na
língua do marido até atingir o prazer intenso que ele provocou.
Espirrando sua essência no rosto dele. Black a lambeu até seus
Black puxou a perna dela para cima, e Emerald sabia que era
prazer.
preenchida.
Na sala de chá, ele passava vez ou outra pelo corredor e dava uma
peças que faltavam ela devia dar um passo para trás para ter uma
que se escondia.
A última vez que ela o vira fora pela manhã, quando se jogara
que ela estava exausta demais para se mover para fora da cama.
tempo que passavam juntos não deixava dúvidas disso, mas Black
convidada para soltar o cervo com ele, ou ter ido cavalgar com ele
no dia anterior quando ele foi verificar uma árvore que havia sido
derrubada pela tempestade. A pior parte era saber que ele fazia isso
deliberadamente, e ver que ele nem se preocupava em como ela se
Ela se virou para Wilkins, ele era um criado muito leal, mesmo
que Black não merecesse isso, mas Black também era leal a ele,
com alguém que estava morta, mas Emerald não conseguia reprimir
isso. Essa característica humana que a fazia parecer tão deplorável.
de opinião tão forte como hoje. Ela tinha apenas dezesseis anos.
Ninguém pode culpá-la por ter se omitido, não é?
— Claro.
Emerald nem conseguia mensurar o tanto de coisas pelas
quais sua sogra passara. Ela também tivera um passado ruim, mas
era grata porque sua anormalidade afastava as pessoas ao invés de
atraí-las.
Das muitas formas de uma mulher se tornar uma guerreira,
e a ausência da mãe e esse tiro, acredita até hoje que essa bala
danificou seu coração e por isso era incapaz de amar e ser amado.
daquela história.
— Lorde Black e eu tínhamos a mesma idade quando ele
Foi o que aconteceu com lady Georgina. — Emerald sorriu, isso era
verdade, ela entrou naquele jogo com ele sem nenhuma chance de
vez que ele fez alguma coisa que ela pediu. Nesse dia ela jogou
— Que maldição?
— Uma virgem deveria se entregar a mim por amor. — Quem
disse isso foi a voz grossa de Black, fazendo Emerald ter calafrios
por dentro.
Ela girou nos calcanhares bem devagar e o encontrou parado
atrás dela.
— Você fez o suficiente Wilkins, me deixe sozinho com a lady
Clarendon.
os de seu marido contra a vontade dela. Ela não sabia o que dizer o
crescia como fogo em pólvora dentro dela. Se sentia patética por ter
— Resposta errada.
resfolegante.
— Vou pedir para me dizer mais uma vez, tesoro mio.
— cuspiu o xingamento.
— O que ela foi para você? — ela inquiriu, algo fez cócegas
aquela lágrima para que ele não a visse desse jeito, mas suas mãos
estavam presas pelas dele. Emerald não pensou que estivesse se
— Uma prisão.
mas nunca disseram que a amava. Black nunca disse a ela nada
além de palavras em italiano jogadas na hora do prazer e nunca
prometera que ficaria ao lado dela. Nos últimos dias, ele esteve
mantendo ela trancada não porque queria ela por perto, mas para
Ela sentiu nojo de si mesma por parecer tão fraca. Mas não
conseguia evitar, esse amor a tornava vulnerável. E seus ouvidos
ansiavam por uma palavra dele para acalmar seu coração que doía.
doendo tudo por dentro, preferia que ele tivesse partido seu coração
da forma mais cruel do que não ter dito nada.
— Emerald!
podia mais considerá-lo seu amigo. Ela sequer sabia de que forma
chamá-lo. Foi estranho vê-lo e perceber que não passava de uma
ver você.
— O que você faz aqui, Brice? — Ela colocou uma distância
entre os dois.
Ele a olhou com estranheza.
— Como assim? Acaso esqueceu nossa promessa? — Os
— Que boatos?
— Eu nunca esperava isso de você. — Ver aquele olhar
decepcionado dele e não sentir nada foi o que fez Emerald perceber
pés. No instante que foi cair, uma mão a segurou pela barriga e foi
puxada para uma fortaleza quente e acolhedora. Ela sabia que era
Black, somente uma pessoa podia proporcionar aquele tipo de
emoção nela, apenas uma pessoa fazia ela se sentir daquela forma.
Era uma pena que tudo não fosse recíproco.
— Não. Pearl, não! — Era como ser engolida por uma solidão
sem fim. — Eu tenho que trazer Pearl para cá, eu tenho que
proteger minha irmãzinha.
em suas veias. Não sabia onde arrumou forças para empurrar Black
para longe. Ela sabia que aquela raiva irracional tomando seu
raciocínio não era culpa dele, mas não deixava de pensar que se ele
mas eram muito mais fortes do que ela. — Maldita hora que eu
aceitei me casar com você achando que me salvaria do inferno,
demonstrava uma mágoa tão grande que ela teve certeza que ele
sua irmã, ainda não é tarde demais — Brice disse, tocando no braço
dela.
— Hahahaha! — Emerald sentiu seu coração tombar ao ouvir
Ela não queria ir, não sem ele, mas Emerald sabia que não o
perdoaria até que tivesse sua irmã a salvo. Não havia esperança
para os dois. Emerald envolveu seus dedos na mãos que Brice lhe
que deixara High Garden para trás. Ela não sabia dizer com
que carregava desde pequena, mas nada foi tão doloroso quanto a
tristeza de perceber que todas aquelas coisas que ela achava que
tinha, não foram suas realmente.
passara.
Brice, com raiva dele, mas não por ter sido enganada por ele, e sim
porque se ele tivesse vindo antes, Emerald não estaria chorando por
causa de Black Hyde.
levar você para morar comigo assim que deixei o condado, por
acaso não foi você quem disse que preferia garantir um sustento
Argh! Era péssimo ter que dar razão a ele. Emerald nem se
reconhecia mais. Estava mesmo tentando colocar toda a culpa em
Brice para de sentir melhor por ter sido tão fácil de ser iludida pelos
toques de Black.
— Alguma coisa mudou. — Ela disse, o balanço do cabriolé
antiga. Emerald podia ver como fora inocente, teria sido muito infeliz
se tivesse se casado com Brice e no fim sentiu gratidão por ele
Black. Quando ele a envolvia com seu corpo grande e a fazia achar
que poderia morrer se ele a soltasse, ou que até mesmo um vida de
pobreza seria rica, se fosse passada ao lado dele. Era por essa
razão que Emerald não podia mais usar aquele colar.
— Você tem razão. — Ela puxou a mão de Brice e a virou,
importante do que tudo antes, não teria sofrido tanto nas mãos de
meu pai e nem deixado minha irmã e minha mãe passarem o
mesmo.
vezes que desejara ela mesma pôr fogo naquela casa para que
tivesse uma desculpa para ir embora, pensou que ficaria feliz, mas a
profunda tristeza que a assolou a fez desejar se vingar daquela
gente.
Eles tiraram tudo dela. Suas oportunidades. Sua felicidade.
para ela.
— Senhorita Sandle, eu estava esperando você. — De longe
ela pode ver o sorriso ardiloso dele.
vida dela.
Vá embora!
dolorosas.
— Eu sei que está com raiva, Pearl, mas me deixe explicar, eu
em achismos.
acaso você não usou um chá para embebedar lorde Hyde na noite
defenderiam.
com Simons.
— Tudo bem.
Pearl se agarrou ao braço dela.
frente dela.
Percebera que estivera anos esperando que um dia sua mãe
abertos, disposta a levar um tiro por ela, de alguma forma fez todas
as cicatrizes fecharem. Sabia que isso era um grande passo para
vermelhos.
Wilkins encarou a cara de seu patrão com os olhos
sorriso.
— Milorde, eu me demito.
Wilkins gargalhou.
pareceu rachada.
Emerald escolheu o outro, não ele. Ela sequer deu a ele a
chance. Ele ofereceu a ela sua mão, mas ela a rechaçou para
Nunca. A única coisa que podia dar a ela era dinheiro e ele sabia
que para Emerald isso não significava nada.
Meu Deus!
vezes.
“ Você pagará por toda a frustração que eu senti, por tudo o
de sua mente, você não terá sossego e muito menos felicidade, até
dormindo o perfume que simboliza a minha desgraça o perturbará.
Mesmo que se case novamente, quantas fezes for, você não será
feliz, pois sucederá às suas esposas o mesmo que logo acontecerá
comigo.”
— Eu tentei.
trabalhar para mim. — Wilkins ia falar, mas Black foi mais rápido: —
além disso você poderá tirar um mês para descansar uma vez por
ano. Assim que eu trouxer Emerald, farei um filho nela e eu gostaria
Era muito bom saber disso, mas não era a parte mais
sentimento quando esteve esperando por ele por todos esses anos,
— Se aquele homem quiser tirá-la de mim, terá que passar por cima
aglomerados na porta.
Franziu o cenho.
— O que está acontecendo?
pessoas.
— Deu para ouvir os gritos de longe. — Outro cochicho.
Demorou demais, a perderia por ter sido negligente. Dessa vez ele
tinha certeza de que sua vida acabaria. Se a perdesse, Black
bíblia.
Deus, jamais pensou que fosse amar um dia, ou que esse amor
fosse ser tão grande que o faria cometer loucuras em nome dele.
com ele! — O tom de voz alegre dela fazia Black se sentir feliz. Ver
a forma como Emerald o olhava, o fez se sentir mais feliz ainda.
para ele. — Você me perguntou antes o que você era para mim.
Pois bem, você é tudo. Eu fui um homem sem propósito, eu achava
que não tinha um, mas estou convencido de que meu propósito é
você. Eu amo você, por favor, fique ao meu lado. Non posso vivere
senza di te.
pouco em pouco.
—Você é bom com as palavras, devia usá-las com mais
frequência. — Black sentiu que venceria a batalha assim que ouviu
a voz dela.
— Não sei, gosto da minha reputação e as pessoas veriam
que não sou tão assustador. Eu perderia o respeito.
Emerald não aguentou e soltou uma risada estranha. Meio
feliz e meio raivosa. Black desejou rir também, porque até mesmo
nisso ela era única.
anos, não é?
Black foi atraído para ela, por aquele sorriso audacioso que o
enlouquecia.
— Ótimo, está na hora de criar uma nova reputação para mim.
bruxa?
— Melhor, a reputação de um homem louco por sua esposa.
privacidade.
ela não merecia saber que o último ato do canalha como pai foi traí-
la.
começar?
— Imediatamente. Sua primeira lição vai ser não me chamar
não precisa mais se prender a esse lugar, pense em tudo que você
vai viver. Eu sempre achei que o seu destino era conhecer o mundo.
Foi o que sempre quis para você. Faça isso por mim.
Elas encostaram as testas uma na da outra.
— Será só por alguns meses, não é? — Pearl perguntou, com
com vários dos vestidos que estavam em seu armário mas não
cabiam nela. Elas passaram a noite acordadas conversando e pela
estavam partindo.
Emerald soluçava de chorar vendo a carruagem se distanciar
ela descobriu que perdia a fome quando triste. Não percebera antes
Aceitou que aquela distância era necessária para que Pearl tivesse
o futuro que Emerald sempre quis para ela. Era difícil porque elas
nunca passaram tanto tempo distante uma da outra, ainda mais com
Depois do jantar ela trocou suas roupas por uma mais fácil de
chá que ele bebia todas as noites antes de dormir para evitar as
dores de cabeça.
Emerald sorriu.
— Eu trouxe o seu chá.
— Obrigado.
seu lado.
— Venha cá.
As pernas de Black não titubearam nem por um instante.
em sua orelha. Ela queria que ele metesse logo, sem mais
delongas, mas eles estavam afastados há uma semana, tinham que
garganta.
— Tesoro mio, dammi un bacio.
Emerald sabia muito bem o que isso queria dizer. Ela já ouvira
muitas vezes enquanto faziam amor.
Se levantou e o beijou, louca e apaixonadamente. Os dois
mão, ela o encaixou em sua entrada e sentou sobre ele. Talvez não
devesse ter feito isso tão rápido, pois o tamanho de seu marido era
para subi-la e descê-la em sua ereção. Ele era muito menos piedoso
do que ela, a fazia bater em seu corpo com força. A penetrava com
desejo e ganância. Ela o sentia tão fundo, cada vez que entrava
parecia que atingia uma nova parte sua.
semente.
Ela o abraçou pelos ombros e encostou a testa na dele. A
tristeza que Emerald sentira o dia inteiro foi varrida para longe.
Percebeu que era disso que precisava, do cheiro do seu marido.
Tudo ficaria bem.
— Posso perguntar uma coisa? — ela disse, quando os dois
Foi a vez de Emerald rir, ela não via a hora de viver todos
Black passou uma mão pelas costas dela, da nuca até a base
outro padre.
— Sua mãe disse que ainda não estou pronta para ingressar
em sociedade.
lady Francesca em suas saídas, que está sorrindo e que até expõe
seus pensamentos quando está descontente. Ela finaliza a carta
com um recado de lady Francesca, sua mãe diz para você ficar
longe do uísque se não quiser herdar a pança do seu pai.
— Típico.
— Veja a letra de Pearl, como é adorável. — Emerald esticou
ângulo.
digo.
muito bem.
— Estou conseguindo?
guardar a carta de sua irmã na gaveta. A colocou junto das joias que
ganhara de presente de Black e também da rosa que ele deu a ela
ela a colocou ali. Emerald nunca disse a ele. As rosas nunca mais
braços, ao fazer isso ele sempre a erguia pela cintura para ela ficar
na altura dele.
— Essa é uma joia diferente. Temos um rubi, uma pérola e
uma esmeralda, que tal agora acrescentar mais uma joia à coleção?
Emerald compreendeu imediatamente. Para ser sincera, vinha
pensando em ter um filho com ele há alguns meses. Não era como
se eles tentassem não ter, pelo contrário, mas planejar a chegada
de uma criança tornava tudo ainda melhor.
emoção, e o que a tornava tão rara era que para alcançá-la era
preciso construir memorias e momentos únicos ao lado das pessoas
que mais se ama. Ela queria viver todos eles com Black.
— Nunca pensei que pudesse ser tão feliz. — Ela beijou o
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