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17/03/2021

EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA
EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

INTRODUÇÃO
História natural da doença
(identificar as causas e o modo como participam do processo doença)

MEDIDAS GERAIS 
Medidas de prevenção ou profilaxia
DE PROFILAXIA
PERKINS (1938)
“Bloquear ou interceptar as causas para fazer cessar os
Prof. Dr. Eric Mateus Nascimento de Paula seus efeitos”
Especialista em Epidemiologia e Saúde
Mestre em Medicina Veterinária Preventiva
Doutor em Medicina Veterinária Preventiva

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EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA


MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

INTRODUÇÃO PREVENÇÃO
• Profilaxia é o conjunto de medidas adotadas com a finalidade Consiste em evitar o aparecimento da enfermidade na
de interromper a cadeia de transmissão de uma enfermidade. população.

• As ações profiláticas podem ser exercidas em qualquer fase da


história natural da doença, tanto no período pré-patogênico
quanto no período patogênico, quando o processo já está
instalado.

• As medidas profiláticas podem ser adotadas em três níveis:


prevenção, controle e erradicação.

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

CONTROLE ERRADICAÇÃO
É o conjunto de medidas empregadas com o objetivo de É o conjunto de ações adotadas com a finalidade de
reduzir a frequência da ocorrência de uma doença já presente na eliminar a enfermidade de um território. Trata-se de um
população; consiste em evitar que a enfermidade venha a se procedimento radical e intensivo, cujo sucesso depende de uma
desenvolver, ou seja, diminuir os efeitos da enfermidade quando integração ampla, envolvendo diferentes segmentos
ela não pode ser evitada. profissionais e múltiplas medidas sanitárias.

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

PROCESSO DE DECISÃO APLICADAS A CADEIA EPIDEMIOLÓGICA


• Relativo à escolha das ações a serem desencadeadas depende
do conhecimento disponível sobre a realidade existente e FONTE DE INFECÇÃO
envolve numerosos aspectos, entre os quais figuram:
a) existência de recursos humanos e financeiros;
b) disponibilidade de procedimentos de diagnóstico, exequíveis e VIA DE ELIMINAÇÃO
confiáveis, bem como dos insumos necessários;
c) características do agente etiológico e da cadeia epidemiológica da
MEIO DE TRANSMISSÃO
enfermidade;
d) prevalência e dispersão da enfermidade na população;
e) perfil do sistema ecológico; PORTA DE ENTRADA
f) relação custo-benefício;
g) risco para a espécie humana.
HOSPEDEIROS SUSCEPTÍVEIS

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS À FONTE DE INFECÇÃO MEDIDAS APLICADAS À FONTE DE INFECÇÃO


• Objetivo  limitar a disseminação do agente 1. ISOLAMENTO
etiológico pela mobilidade da FI.
– Segregação do(s) indivíduo(s) durante período de
• Identificação da fonte de infecção transmissibilidade da doença.
– Diagnóstico precoce. – Restringe a área do potencial de infecção;
– Portador ou doente atípico  mais difícil.
– Facilita a adoção de medidas de tratamento;

• Notificação – Facilita a desinfecção no local;


– Doenças de notificação compulsória – Reduz a disseminação do agente etiológico para os
• Comunicar as autoridades sanitárias.
hospedeiros susceptíveis.

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS À FONTE DE INFECÇÃO MEDIDAS APLICADAS À FONTE DE INFECÇÃO


1.1. Isolamento individual ou Sequestro 1.2. Isolamento em grupo ou Acantoamento
– o animal doente fica em local construído para tal finalidade. – os animais doentes são mantidos em separado dentro da
propriedade e os sadios são retirados para outro local da
propriedade.

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS À FONTE DE INFECÇÃO


1.3. Emigração
– retira-se os animais sadios para outra propriedade,
deixando os animais doentes na propriedade onde ocorreu
a doença.

1.4. Isolamento de área ou Cordão Sanitário


– interdição de uma propriedade e estabelecimento de
linhas demarcatórias onde não podem circular animais nem
subprodutos desses animais.
– o trânsito é controlado pelas autoridades sanitárias.

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Cordão Sanitário Cordão Sanitário

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS À FONTE DE INFECÇÃO MEDIDAS APLICADAS À FONTE DE INFECÇÃO


2. TRATAMENTO 3. SACRIFÍCIO
Atuação terapêutica sobre as F.I. com dupla finalidade:
– Consiste no abate da fonte de infecção.

– 2.1. Tratamento Curativo


– Justificável economicamente.
• Bloqueio da evolução clínica da doença e recuperação
do animal. – Respaldo legal / autorização do proprietário.

– 2.2. Tratamento Preventivo – Destruição adequada do cadáver.


• Reduzir o período de transmissibilidade da fonte de
infecção.

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Febre Aftosa Febre Aftosa

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Febre Aftosa Febre Aftosa

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Febre Aftosa Febre Aftosa

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Febre Aftosa Anemia Infecciosa Equina

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Anemia Infecciosa Equina EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA


MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS À FONTE DE INFECÇÃO


3. SACRIFÍCIO (INDICAÇÕES)
• Indisponibilidade de tratamento
– Falta de um tratamento efetivo e tratamento longo, de alto custo e de
eficácia duvidosa

• Potencial de disseminação
– Alto risco de transmissibilidade do agente

• Risco para saúde pública


– Zoonose importante

• Ocorrência da enfermidade
– Rara e Exótica

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• Mecanismo epidemiológico

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS À FONTE DE INFECÇÃO MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO


3. SACRIFÍCIO (LIMITAÇÕES) • Objetivo  destruir ou inibir agente antes dele alcançar o
• Diagnóstico confiável animal suscetível.
• Relação custo benefício versus legislação
• Espécie hospedeira envolvida
– Humana  inviável – Transmissão por Contato Direto
– Animais de produção  relação custo benefício
• não há possibilidade de se atuar no meio de
– Animais de estimação (qdo outros procedimentos são ineficientes)
• Ex. Cão (Leishmaniose), Equino (AIE) transmissão.
– Animais silvestres  existe uma legislação que protege
– Animais sinantrópicos  roedores (forma mais globalizada, sem
identificar F.I.)
– Transmissão por Contato Indireto
• Características do agente etiológico • ar, solo, água, alimentos, vetores, instalações, fômites.
– Elevada resistência ambiental (agentes patogênicos esporulados)
• excretas, lixo, carcaças, medicamentos, vacinas.
– Persistência em vetores ou reservatórios silvestres

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO


1. Transmissão Aerógena
Difícil M.T para se adotar medidas, quando através de gotículas
ou aerossóis (ao falar, tossir ou espirrar).

• Separação dos animais por espécie, faixa etária evitando tb


densidade populacional

MÉTODOS
• Desinfecção do ar: fumigação (aplicação de subst. gasosas)
• Evitar a formação de poeiras: varredura a seco ou
movimentação brusca de animais confinados
• Arejamento: sistema de ventilação e exaustão
– Fluxo de ar deve ser para cima e para o exterior, removendo as 32
gotículas de vapor e poeira contendo patógenos

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HISTOPLASMOSE EPIDEMIOLOGIA VETERINÁRIA


MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO


2. Transmissão pelo Solo
Difícil M.T para se adotar medidas, dependendo da situação
torna-se inviável.

Dois grupos de Medidas podem ser adotados:

• Medidas Protetoras
• Medidas Saneadoras

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO


2. Transmissão pelo Solo 2. Transmissão pelo Solo
• Medidas Protetoras • Medidas Saneadoras
– Ações que visam evitar a contaminação do solo – Ações que visam a higienização da superfície do solo

MÉTODOS MÉTODOS
– Tratamento e destinos adequado dos excrementos – Drenagem de áreas pantanosas
– Controle de adubos orgânicos – Aterro de depressões e correções de cursos d’água.
• Esterqueiras – Limpeza da vegetação arbustiva marginal de mananciais de água.
• Compostagem – Adoção de práticas agrícolas  aração e gradagem do solo.
• Biodigestores – Correção do pH do solo.
– biogás e biofertilizantes – Limpeza e manutenção das pastagens.
• Lagoas de estabilização – Rotação de pastagens.
• Interação com Piscicultura
• Sistema de tratamento com plantas aquáticas
• Esgoto sanitário

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO


3. Transmissão pela Água
• Ações
– Proteção  evitar a contaminação

– Tratamento  descontaminação

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO


3. Transmissão pela Água 3. Transmissão pela Água
• Medidas protetoras • Medidas saneadoras
– Impedir o afluxo de esgotos e efluentes industriais
– Sedimentação e filtração
– Restringir o acesso de pessoas e animais
– Mata ciliar – Desinfecção  cloração
» Evita o escoamento de águas superficiais
» Reduz os contaminantes e poluentes

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO


4. Transmissão por Alimentos 4. Transmissão por Alimentos
• Armazenamento adequado • Beneficiamento
– impedir acesso de insetos e roedores. – Tratamento térmico (calor ou frio),
– Dessecação,
• Controle de resíduos – Salga, etc.
– portos,
– aeroportos e • Manipulação
– estações ferroviárias – Higiene dos manipuladores,
 restos devem ser incinerados. – Equipamentos e
– Instalações.

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO


5. Transmissão por Vetores 5. Transmissão por Vetores
• Medidas protetoras • Medidas ofensivas
– Habitação e instalações zootécnicas protegidas Necessidade em conhecer a biologia do vetor que se deseja
• telas, desprovidas de fendas ou frestas combater
– Destino correto dos excrementos, lixos e resíduos
orgânicos. – Procedimentos de natureza biológica
– Proteção dos alimentos. • Entomopatógenos, inimigos naturais.
– Uso de iscas, armadilhas e repelentes de insetos. – Procedimentos de natureza química
– Proteção individual (humanos) • Inseticidas, larvicidas.
• roupas apropriadas, calçados, etc.
– Vigilância epidemiológica e quarentena
• impedir a entrada no rebanho ou na região.

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS AO MEIO DE TRANSMISSÃO


6. Transmissão por Fômites
• Desinfecção e limpeza de instrumentais veterinários
• Desinfecção e limpeza de utensílios e equipamentos utilizados
na alimentação e manejo dos animais
• Desinfecção e limpeza de veículos destinados ao transporte de
animais e seus subprodutos

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS AOS SUSCEPTÍVEIS MEDIDAS APLICADAS AOS SUSCEPTÍVEIS


• Objetivo  reduzir o tempo de contato do agente com o • Medidas inespecíficas
– Resistência inespecífica
animal suscetível ou melhorar os seus mecanismos de defesa. • Espécie, raça, sexo, idade, resistência individual
– Hábitos de higiene / Medidas Higiênico-sanitárias
– Medidas de proteção do indivíduo
• construções adequadas, telas, cortina de vento, EPI`s...
• MEDIDAS
– Instalações zootécnicas adequadas
• arejadas e protegidas de roedores e vetores.
– INESPECÍFICAS
– Higiene individual
– ESPECÍFICAS • banhos de imersão ou aspersão, escovações
– Segregação dos animais por categorias
• idade, produção, reprodução

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MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA

MEDIDAS APLICADAS AOS SUSCEPTÍVEIS MEDIDAS APLICADAS À COMUNIDADE


• Medidas específicas • Educação em saúde.
– Reação específica do hospedeiro a um agente etiológico
(relacionado a imunidade)

– Imunoprofilaxia Natural • Orientação do Médico Veterinário/ Zootecnista


• Passiva: transplacentária ou colostral
• Ativa: infecção natural

– Imunoprofilaxia Artificial • Envolvimento dos vários seguimentos da sociedade.


• Passiva: soro hiperimune
• Ativa: vacina

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