Você está na página 1de 166

Gustavo Rezende de Souza

▪ Técnico de Segurança do Trabalho – SENAC;

▪ Bacharel em Ciências e Tecnologia (com ênfase em


Biotecnologia) – Universidade Federal do ABC;
▪ Formação complementar em Higiene Ocupacional –
FUNDACENTRO e Universidade de São Paulo;
▪ Auditor Interno de Sistemas de Gestão Integrados – SENAC;

▪ Professor no Senac de Santo André;

▪ Diretor Técnico na consultoria – GV Segurança e Saúde


Ocupacional;
▪ Consultor Colaborador na Revista Proteção;

▪ Por voz do prêmio DuPont de Segurança do Trabalho.


• Definição de agentes biológicos e riscos biológicos;
• Identificação das fontes de exposição e meios de
propagação;
• Metodologias de Avaliação.
• Medidas de Controle aplicadas em processos de
Biossegurança
▪ Agentes Físicos →

▪ Agentes Químicos →

▪ Agentes Biológicos →
QUANDO FALO
EM AGENTES
BIOLÓGICOS …
Imagine um ambiente em que há bactérias, vírus e
fungos, micro-organismos que transmitam doenças,
algumas delas fatais.
Você já se imaginou nesse ambiente? Como se
defender daquilo que muitas vezes não se vê?
Em todos os lugares, em todos os ambientes, seja no
solo, na terra, ou no ar há presença de micro-
organismos, nas suas mais diversas formas!
NR 09: Consideram-se agentes biológicos as bactérias,
fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre
outros (microrganismos).
Bactérias: Seres unicelulares e procariontes, as
bactérias são classificadas no reino monera.
Existem em milhares de espécies que apresentam,
formas, habitats e metabolismo diferentes.
Bactérias: Seres unicelulares e procariontes, as bactérias são
classificadas no reino monera, entretanto, na classificação seus
integrantes foram divididos entre três domínios: Bacteria,
Archaea e Eukarya.
Existem em milhares de espécies que apresentam, formas,
habitats e metabolismo diferentes.
Esses seres microscópios são geralmente menores do
que 8 micrômetros (1µm = 0,001 mm).
A célula bacteriana é procariótica, ou seja, o material
genético fica disperso no citoplasma e é constituído de
uma molécula circular de DNA, chamada nucleóide.
Além do nucleóide, pode haver também moléculas
adicionais de DNA circular, os plasmídeos.
A presença dos plasmídeos ajuda a defender as
bactérias da ação de antibióticos, pois contêm genes
muito resistentes.
Reprodução de bactérias: acontece de forma
assexuada, geralmente por fissão binária (divisão
binária), onde o cromossomo é duplicado,
posteriormente a célula se divide ao meio, originando
duas bactérias idênticas
É um processo extremamente rápido, o que explica proliferação
bacteriana em infecções, por exemplo.
A proliferação varia de
acordo com o tipo de
bactéria e das condições
do ambiente:
- Escherichia Coli: 20
minutos;
- Pisolithus Microcarpus:
2,5 dias;
Outro modo de proliferação é através da esporulação, que acontece
em condições adversas como falta de água e nutrientes, calor
extremo, entre outros condições.
Nesse caso, a célula sofre um espaçamento do envoltório e
interrompe o metabolismo, formando assim um esporo chamado
de endósporo.

Esse endósporo é capaz de viver em completa inatividade por


anos!
Vírus: Os vírus são constituídos por uma cápsula
proteica (capsídeo) que envolve o material genético
(DNA ou RNA), o que pode variar de acordo com cada
tipo de vírus.
Os vírus possuem um tamanho aerodinâmico que de 10
a 110 nanômetros ( 1 nm = 0,000001 mm).
O tamanho aerodinâmico do coronavírus (incluindo sua
mutação o Sars-CoV-2) possuí um tamanho que varia
entre 60 a 220 nm
Os vírus apresentam três características básicas:
• Formam-se de ácidos nucleicos e proteínas;
• Possuem capacidade de autorreprodução;
• São suscetíveis a mutações.
Vírus é uma partícula basicamente proteica que pode infectar
organismos vivos.
Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa
que eles somente se reproduzem pela invasão e possessão do
controle da maquinaria de auto reprodução celular.
Fungos: são organismos eucariotas que apresentam uma
variedade de modos de vida, bem peculiar; podem viver
como saprófagos, alimentando-se da decomposição de
organismos mortos, podem atuar também como parasitas,
alimentando-se de substâncias que retiram dos organismos
vivos hospedeiros.
Os fungos possuem características essenciais que os
diferem dos demais seres vivos, conforme a seguir:
• São organismos eucariontes, aclorofilados e
heterótrofos;
• Tem preferência por locais úmidos e ricos em
matéria orgânica
Os fungos possuem características essenciais que os
diferem dos demais seres vivos, conforme a seguir:
• Possuem uma nutrição extracorpórea, ou seja,
eliminam no ambiente as enzimas digestivas que
fragmentam o alimento disponível.
Os fungos possuem características essenciais que os diferem
dos demais seres vivos, conforme a seguir:
• Sua parede é constituída de quitina, ao contrário dos
vegetais, que contêm celulose;
• Sua reprodução é feita por meio de esporos, assexuada ou
sexuadamente
Entre as doenças mais comuns provocadas por fungos
estão as micoses; destas, as mais as mais frequentes
surgem na pele, podendo se manifestar em qualquer
parte da superfície do corpo humano.
Doença Fungo
Pitriase versicolor (impingem) Malassezia furfur
Candidíase (DST) Candida albicans
Tinea pedis (pé de atleta) Trichophyton rubrum ou Trichophyton mentagrophytes
Paroníquia (unheiro) Candida albicans
NR 32: Risco biológico é a
probabilidade de exposição
ocupacional aos agentes
biológicos
É um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos
inerentes às atividades de Engenharia Genética ou Biotecnologia; e na área da saúde
tem relação com a promoção da proteção e da qualidade de vida por meio de órgãos
governamentais e de suas respectivas políticas de saúde pública.
No Brasil, a necessidade de se atentar mais seriamente às questões de segurança com
micro-organismos deu-se no início da década de 1980, quando os profissionais da área
da saúde começaram a questionar os riscos de contaminação pelo vírus da
imunodeficiência humana (HIV).
Há diversas atividades que requerem procedimentos de biossegurança, a serem
rigorosamente adequados conforme a especialidade médica ali desenvolvida
(laboratórios, clínicas médicas, clínicas veterinárias, consultórios odontológicos,
unidades de saúde, atividades de enfermagem, etc.)
O que são agentes biológicos
capazes de causar danos?

Qual é a probabilidade de
exposição ocupacional?
São seres vivos ou suas partes com
POTENCIAL de causar danos à
saúde
Dano: definido em função da
relação do patógeno com o
organismo.

Fonte:http://www.ibb.unesp.br/Home/Departame
ntos/MicrobiologiaeImunologia/aula_patogenicid
ade.pdf – Acesso em 2.12.2018
Tipos de danos:

Infecções: microbactérias
Parasitose: esquistossomo, tripanossomo
Intoxicação: toxina botulínica, venenos de cobra
Alergias: pólen, fungos fezes e ácaros
Doenças Autoimunes: estreptococo do grupo A
Carcinogênicos: HPV, vírus da hepatite BC
Teratogênicos: rubéola
PROBABILIDADE DE EXPOSIÇÃO
Transmissão de pessoa-a-pessoa
como principal característica de
mecanismo.
Microrganismos oportunistas: causam danos
em uma fração menor dos expostos, ou seja,
precisam que o hospedeiro estejam com
comprometimento do sistema imunológico.
(Normalmente de fontes ambientais)
Microrganismos geneticamente
modificados, culturas de células
de organismos multicelulares.
Substâncias ou produtos de
origem biológica: toxinas,
enzimas, príons, etc.
As características do patógeno,
por si, são pouco indicativas, deve-
se avaliar a interação patógeno-
hospedeiro (dados
epidemiológicos)
Exposição deliberada:
manipulação direta do agente
biológico como objeto principal
do trabalho.
Nesses casos, na maioria das vezes, a presença
do agente já está estabelecida e determinada. O
reconhecimento dos riscos será relativamente
simples, pois as características do agente são
conhecidas e os procedimentos de manipulação
estão bem determinados.
Na área de saúde, alguns exemplos poderiam ser:
atividades de pesquisa ou desenvolvimento que
envolvam a manipulação direta de agentes
biológicos, atividades realizadas em laboratórios de
diagnóstico microbiológico, atividades relacionadas à
biotecnologia (desenvolvimento de antibióticos,
enzimas e vacinas, entre outros).
Exposição não deliberada:
manipulação indireta do agente
biológico, pois este não é o objeto
principal do trabalho.
Alguns exemplos de atividades:
atendimento em saúde, laboratórios clínicos
(com exceção do setor de microbiologia),
consultórios médicos e odontológicos,
limpeza e lavanderia em serviços de saúde.
A diferenciação desses dois tipos de
exposição é importante porque condiciona
o método de análise dos riscos e
consequentemente as medidas de proteção
a serem adotadas.
Exposição ocupacional: maior
probabilidade de exposição que
outros, pois os agentes biológicos são
disseminados em vários ambientes.
Interação negativa
• desequilíbrio na relação entre o agente
biológico e o organismo exposto – deixa
rastros: biomarcadores

Únicos biomarcadores de exposição para


patógenos: sorológicos
• Limitação: resposta imunológica a infecções
bacterianas e parasitárias é limitada,
temporária e inespecífica
• Sorologias boas na determinação de
infecções virais
Fontes de exposição mais expressivas:
principalmente pacientes e
consequentemente o aumento da
capacidade de propagação do
patógeno.
Micro-organismos: podem ser removidos, inibidos ou mortos por
agentes físicos ou químicos. Uma grande variedade de técnicas
e de agentes pode ser utilizada agindo de modos diferentes e
tendo seu próprio limite de aplicação prática.
• Esterilização
• Desinfecção
• Antissepsia
• Degerminação
• Sanitização
Central de Materiais
Esterilizados - CME
Central de Material Esterilizados - CME

Os materiais são higienizados, posteriormente desinfectados e


por fim esterilizados.
Esterilização: É um processo de destruição ou remoção de
todas de vida microbiana, incluindo os endosporos (formas mais
resistentes)
Obs. Estéril é um termo absoluto!
Método mais comum:
Aquecimento
Substâncias químicas – Esterilizante → é um composto químico
que realiza a esterilização
Autoclavagem (Vapor D’ Água):
Ação: utiliza o calor úmido por vapor saturado sob pressão
(inicialmente 1,1 kg/cm²), causando a desnaturação de proteínas,
todas as células vegetativas e seus endosporos são mortos quando
submetidos a uma temperatura com ciclos que variam entre: 121 °C,
129 °C e 134 °C.
Autoclavagem (Vapor D’ Água):
Utilização: para meios microbiológicos, soluções, forros,
utensílios, curativos, equipamentos e outros itens que podem
suportar temperatura e pressão (esterilização mais confiável,
pois a temperatura está acima da água fervente, pelo efeito do
vapor sob pressão)
Autoclavagem (Vapor D’ Água):
O tempo total do ciclo, partindo dos equipamentos frios e
contando com o tempo de secagem para autoclave, é de 63
minutos em média.
Desinfecção: Processo que promove a inibição, morte ou
remoção das formas vegetativas de microrganismos
patogênicos, mas não necessariamente suas formas esporuladas.
Anti-Sepsia:
É a destruição dos patógenos vegetativos em tecido vivo
Anti-séptico – é um composto químico usualmente aplicado na
superfície no corpo humano para evitar a multiplicação dos
microrganismos.
Anti-Sepsia:
Os anti-sépticos são utilizados em feridas e cortes para evitar
infecções
Degerminação:
Remoção mecânica dos microrganismos, em vez da morte, em
uma área limitada; elimina somente as formas vegetativas de
microrganismos e não os endósporos.
Degerminação:

Germicida – sinônimo do desinfetante, entretanto, os micro-


organismos mortos por um germicida não são necessariamente
patógenos; são usados mais termos específicos:

Ex: quando a pele é esfregada com álcool antes de receber uma


injeção
Sanitização:
É o tratamento destinado a reduzir as contagens microbianas nos
utensílios alimentares até níveis seguros, de acordo com os
padrões de saúde pública.
Sanitização:
Em atendimento a estas determinações utiliza-se um saneador
Saneador – agente que mata 99% dos microrganismos
contaminantes de uma área
Ex: lavagem de copos, talheres e louças com alta temperatura ou
aplicando desinfectante químico
Curiosidades:
Sufixo Cida: Nome dos tratamentos que causam a morte direta
dos micróbios; Ex: germicida, fungicida
Sufixo Stático/Stase: Inibem o crescimento e multiplicação; Ex:
bacteriostase
Curiosidades:
Sepse: termo grego = estragado/pobre (indica contaminação)
Asséptico: sem contaminação
Curiosidades:
Fungicida / Bactericida: Quando um determinado produto exerce
uma ação específica sobre determinado grupo de microrganismos.
Fungistático/ Bacteriostático: devem ser usados apenas quando
desejamos inibir as atividades daquele determinado microrganismo
sem mata-lo
Além de termos vias de exposição
adicionais: materiais perfurocortantes.
MAIOR PROBABILIDADE - HBV

Fonte: OSHA (2000)


Estima-se uma
subnotificação na casa de
50% dos casos!
Agulha com dispositivo de Agulha sem dispositivo de
segurança segurança
Seringa com dispositivo de Seringa sem dispositivo de
segurança segurança
Bisturi com dispositivo de segurança Bisturi sem dispositivo de segurança
Cateter Intravenoso Periférico com Cateter Intravenoso Periférico sem
dispositivo de segurança dispositivo de segurança
Scalp com dispositivo de segurança Scalp sem dispositivo de segurança
ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES
ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES
ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES
ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES
ACIDENTES COM PERFUROCORTANTES
▪ No Brasil, tanto a Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA no 306/2004 (RDC

no 306/2004 – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2004), quanto a Norma


Regulamentadora no 32 (NR 32) do Ministério do Trabalho (Ministério do Trabalho
e Emprego, 2005) determinam as principais medidas de segurança e proteção que
devem ser implantadas para minimizar acidentes no descarte de materiais
perfurocortantes.
▪ Essas duas normas definem que o descarte tem que ser feito em recipientes

específicos que devem: a) ser rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento


e dotados de tampa; e b) estar devidamente identificados e atender aos
parâmetros referenciados na norma NBR 13853/97 da Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1997).
NBR13853

Recipientes para resíduos de serviços de saúde


perfurantes ou cortantes - Requisitos e métodos de
ensaio.

Parte 1: Recipientes descartáveis (Errata: 2020)


▪ As orientações da Organização Mundial da Saúde - OMS estabelecem que os

coletores podem ser feitos de uma gama de diferentes materiais, incluindo


papelão, plástico e metal (World Health Organization, 2007b). A norma é
inespecífica, limitando-se a vedar a utilização de materiais halogenados e
poliuretanos e a estabelecer que o material deve ser compatível com os padrões
de qualidade ambiental (Associação Brasileira de Normas Técnicas, 1997).
A exposição é o momento em
que a fonte de exposição entra
em contato com a porta de
entrada do trabalhador.
Levantar as fontes, não os
agentes, pois é inviável
determinar previamente a
presença do agente biológico.
• Presumir a presença dos agentes
nas fontes;

• Quais são as fontes de exposição e


onde se localizam (pessoas, vetores,

perfurocortantes, água, alimentos)


Verificar detalhadamente quais
são as vias de exposição e onde
estão presentes
Como estimar a probabilidade?
• Levantar as doenças transmissíveis presentes a partir de dados
epidemiológicos;
• Levantar as fontes de exposição presentes;
• Observar situações em que possa ocorrer contato entre a fonte de
exposição e o trabalhador;
• Observar se não há barreira que bloqueie a via de transmissão;
Avaliação de Agentes Biológicos
• Identificação e caracterização do risco de exposição ao agente
biológico, considerando:
1. Doenças mais prováveis no serviço;
2. Fontes (pacientes e ambientes) comprovadas e possíveis

Então, podemos apontar os agentes PRESUMIDOS, ou seja, mais


prováveis!
Avaliação de Agentes Biológicos
Descrição dos agentes presumidos:
• Vias de exposição (transmissão)
• Persistência
• Estimativa da gravidade do dano
(infectividade / patogenicidade /
virulência)
Avaliação de Agentes Biológicos

Em 2002, foi criada no Brasil a Comissão de Biossegurança em Saúde –


CBS (Portaria no. 343/2002 do Ministério da Saúde). Entre as
atribuições da Comissão, inclui-se a competência de elaborar, adaptar
e revisar periodicamente a classificação, considerando as
características e peculiaridades do país.
Avaliação de Agentes Biológicos

Considerando que essa classificação baseia-se principalmente no


risco de infecção, a avaliação de risco para o trabalhador deve
considerar ainda os possíveis efeitos alergênicos, tóxicos ou
carcinogênicos dos agentes biológicos. A classificação publicada no
Anexo II da NR 32 indica alguns destes efeitos.
1O risco individual relaciona-se com a probabilidade do trabalhador contrair a doença e com a gravidade dos danos à
saúde que essa pode ocasionar.
AGENTES BIOLÓGICOS – NR 32
Avaliação de Agentes Biológicos
Avaliação de Agentes Biológicos
Exemplos de Avaliação de Microrganismos
em Estabelecimentos de Saúde
Setor de Isolamento de uma Unidade de Saúde

▪ O isolamento é utilizado para evitar a transmissão de microrganismos do paciente infectado

para outros pacientes, visitantes ou profissionais de saúde. Por exemplo, um paciente com
suspeita ou confirmação de infecção pela Neisseria meningitidis (Meningite Meningocócica) deve
permanecer em isolamento e deverão ser adotadas algumas medidas de precaução para evitar
a transmissão da doença para os profissionais. Neste caso, além da precaução padrão (utilização
de avental, luvas, óculos, máscara e lavagem de mãos), há necessidade de identificar o
isolamento com a precaução respiratória para gotículas (forma de transmissão do patógeno).
Exemplos de Avaliação de Microrganismos
em Estabelecimentos de Saúde

▪ No cenário citado acima, ao realizar a classificação do agente biológico de acordo

com o Anexo II da NR 32, podemos verificar que o agente pertence a classe de


risco 2, sendo considerado de risco individual moderado, com baixo risco de
propagação à coletividade e com existência de profilaxia ou tratamento eficaz –
neste caso há vacina para a prevenção.
Exemplos de Avaliação de Microrganismos
em Estabelecimentos de Saúde

▪ Outro exemplo, ao realizar a classificação do agente biológico de acordo com o

Anexo II da NR 32, podemos verificar que o Mycobacterium Tuberculosis, agente


pertence a classe de risco 3, sendo considerado de risco individual elevado, com
moderado risco de propagação à coletividade e nem sempre haverá a existência
de profilaxia ou tratamento eficaz disponíveis – neste caso há vacina para a
prevenção.
Exemplos de Avaliação de Microrganismos
em Estabelecimentos de Saúde
Exemplos de Avaliação de Microrganismos
em Estabelecimentos de Saúde
Avaliação de Agentes Biológicos

32.2.4.17.1 A todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser


fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra
tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos

Uso de respiradores recomendados para a proteção dos profissionais


da saúde e outros trabalhadores expostos a agentes biológicos durante
suas atividades laborais.
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
As partículas acima de 100 mm depositam-se sobre as superfícies e
não são inaladas.
Aquelas menores que 100 mm evaporam rapidamente e formam
partículas estáveis com 1 mm a 5 mm de diâmetro que podem
permanecer no ar por períodos prolongados e serem transmitidas
pelas corrente normais de ar em um determinado ambiente.
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos

Perdigoto: Partículas líquidas expelidas


por uma pessoa que tosse, espirra, fala
ou canta.
Apresentam dimensões em uma longa
faixa de tamanho.
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Transmissão: Disseminação de um
agente infeccioso de uma pessoa para
outra.
A probabilidade de transmissão está
diretamente relacionada à duração e
intensidade da exposição.
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Quarto de isolamento: Deve ser projetado
para um único paciente e apresentar
características de ventilação apropriadas
para os fins de isolamento, separando os
pacientes com doenças infecciosas das
demais pessoas (população fixa e flutuante).
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Pressão negativa:
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos

Máscara Cirúrgica: Cobertura das vias


respiratórias, cuja finalidade é de prevenir
que as secreções respiratórias do usuário se
espalhem no ar ambiente.
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Um hospital em São Paulo, em 2002, preocupado com o risco de contaminação pelo bacilo M.
tuberculosis isolou o paciente internado com TB em um quarto e, toda vez que ele saia, utilizava
o respirador recomendado. Outro paciente que conhecia os procedimentos indicados pelo
CDC para a proteção contra o bacilo da TB, ao circular pelo corredor, constatou com surpresa
que o profissional da saúde que entrava no quarto do paciente com TB utilizava o único
respirador disponível (o correto) que estava sobre uma mesinha externa ao quarto, mas que ao
sair, deixava-o no mesmo local para ser utilizado pelo próximo que entrasse. (Manual de
Proteção Respiratória, ABHO – Mauricio Torloni e Antonio Vladimir Vieira)
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Condições de ensaio dos filtros para partículas
Item USA - N 95 Brasil - PFF2
Norma 42 CFR 84 / 1995 NBR 13698 - 2011
Aerossol de ensaio Cloreto de Sódio Cloreto de Sódio
Vazão do ar (L/min) 85 95
Diâmetro aerodinâmico médio das partículas (mm) 0,3 0,6
Penetração máxima permitida (%) 5 6
Momento de medição Após deposição de 200 mg Após deposição de 150 mg

Eficiência mínima de filtração: N 95 = 95% / PFF 2 = 94%


Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
O emprego dos respiradores N 95 ou PFF 2 (peças semifaciais filtrantes) é uma
medida de proteção suficiente contra a inalação do aerossol que contenha o micro-
organismo (vírus, bactérias, etc.).
Em certos procedimentos geradores de aerossol deve ser considerada a
possibilidade de utilização de respiradores que proporcionem maior nível de
proteção (maior Fator de Proteção Atribuído)
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Uma vez utilizado o EPR diante de um paciente com uma doença infecciosa (exemplo
o vírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave – SARS), o respirador deve ser
considerado potencialmente contaminado com material infectante, e deve-se evitar
tocar na sua superfície externa.

Após deixar o quarto do paciente, o EPR deve ser removido e descartado, seguido de
higienização das mãos.
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Ensaio de Vedação:
Equipamentos de Proteção Respiratória –
EPR para agentes biológicos
Verificação de Vedação:
Avaliação de Agentes Biológicos
Avaliação de Agentes Biológicos
Epidemias decorrentes da contaminação por micro-organismos são
extremamente perigosas, pois, se saírem de controle, podem
ocasionar inúmeras vítimas fatais, em razão da dificuldade de
detectar a sua origem, de realizar o isolamento das áreas infectadas
e de colocar à disposição os devidos tratamentos.
Avaliação de
Agentes
Biológicos
Avaliação de
Agentes
Biológicos
Reconhecimento, Avaliação e Controle dos Riscos Ambientais
Unidade: Ambulatório de Especialidades Médicas Setor: Enfermagem Grupo de Exposição Similar - GES: 01 Data: 20.01.2020
Cargos: Auxiliar de Enfermagem e Técnico de Enfermagem.
Descrição das atividades dos trabalhadores que compõe o GES:
Auxiliar de Enfermagem: Preparar pacientes para consultas e exames. Realizar e registrar exames, segundo instruções das equipes de enfermagem ou médica. Colher e ou auxiliar paciente na coleta de material para exames de
laboratório, segundo orientação. Orientar e auxiliar pacientes, prestando informações relativas a higiene, alimentação, utilização de medicamentos e cuidados específicos em tratamento de saúde. Realizar imobilização do
paciente mediante orientação.

Técnico de Enfermagem: Executar ações assistenciais de enfermagem, sob supervisão, observando e registrando sinais e sintomas apresentados pelo doente, fazendo curativos, ministrando medicamentos e outros. Auxiliar no
controle de estoque de materiais, equipamentos e medicamentos. Operar aparelhos de eletrodiagnóstico. uxiliar o Enfermeiro na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral, em programas de vigilância
epidemiológica e no controle sistemático da infecção hospitalar.

Descrição do Local de Trabalho: Setor com uma área construída de aproximadamente 40m², iluminação natural e artificial difusa por meio de lâmpadas fluorescentes, paredes de alvenaria pintadas na cor branca fosco, piso vinílico
(com índice de absorção de água de 3,8%) com bordas arredondadas em todo perímetro; ventilação natural promovida pela circulação de ar por meio correntes provindas das aberturas de portas e janelas.
Instrumentos Aplicados no Local de Trabalho: Agulha de sutura, escalpe para a coleta de sangue a vácuo, seringa de 1ml e de 3ml, equipo para transfusão sanguínea de camada dupla, curativos de malha de não tecido e algodão.

Medidas de Controle Existentes


Trajetória e Meio Análise Qualitativa /
Riscos Ambiental Tipo de Agente Fonte Geradora Forma de Exposição Equipamentos de Proteção Equipamentos de Proteção
de Propagação Quantitativa Medidas Administrativas
Coletiva Individual

Inspeção nos locais de Treinamento de


trabalho e consulta aos Biossegurança
trabalhadores,
supervisores de Treinamento de Segurança
enfermagem e análise durante Manipulação de
dos procedimentos Dispositivos
Luvas de Procedimento.
Contato com operacionais. Perfurocortantes
Micro-organismos diversos
pacientes e Dispositivo de coleta para
(bactérias, fungos, bacilos, Pelo ar e através do Habitual e Respirador N 95 (Equivalente
Agentes Biológicos materiais materiais perfurocortantes Sinalização quanto ao uso
parasitas, protozoários e vírus, contato dérmico. Permanente a PFF 2)
potencialmente rígido e impermeável. dos Equipamentos de
entre outros).
infectados. Proteção Individual, bem
Óculos de Proteção.
como quanto ao descarte de
materais perfurocortantes.
Não realizado
Procedimentos de limpeza
concorrente e terminal no
setor de trabalho.
Recomendaçãoes de Medidas de Controle:
Equipamentos de Proteção Coletivo:

Nem todos os materiais perfurocortantes apresentam mecanismos de fechamento semi-automático, como é o caso das seringas de 3 ml; faz-se necessário a aquisição de dispositivos perfurocortantes que atendam as
características de proteção conforme o Anexo III da NR 32.

Medidas Administrativas:

Analisar os resultados globais do Plano de Prevenção de Acidentes com Materiais Perfurocortantes de acordo com os objetivos estabelecidos, bem como com os reuisitos da NR 32.

Equipamentos de Proteção Individual:

Os Equipamentos de Proteção Individual estão de acordo com as características de exposição ocupacional do Grupo de Exposição Similar - GES.

Observações:

Os levantamentos de riscos foram realizados em dia típico de trabalho, ou seja, selecionado aleatoriamente, inexistindo qualquer circunstância interna ou externa que pudesse caracterizar qualquer desvio de funcionalidade das
atividades desempenhadas pelos trabalhadores que constituem o Grupo de Exposição Similar - GES.
Manual de
Aposentadoria
Especial
Manual de Aposentadoria Especial
Desafios no Setor da Saúde
Em caso de dúvidas:
gustavo@gvseguranca.com.br
gustavo.rezende@globo.com
No – Professor Gustavo Rezende de Souza

Você também pode gostar