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INFECÇÃO HOSPITALAR

ESTÁCIO DE ALAGOAS – EVELIN BATISTA


Maceió, 2021
OBJETIVOS

Ao final desta aula, o aluno deverá ser capaz de:

1.Classificar as infecções;

2.Conhecer as principais infecções hospitalares dentro do


ambiente de UTI;

3. Identificar os mecanismos facilitadores das infecções na UTI;

4. Conhecer o papel da CCIH dentro do hospital;

5. Saber dos cuidados essenciais na prescrição do antibióticos frente às infecções


hospitalares.
INFECÇÃO HOSPITALAR

•INFECÇÕES NO AMBIENTE DE UTI


O QUE É INFECÇÃO?
É uma doença causada invasão do corpo por microrganismos (bactérias,
fungos, vírus).
• Bastante frequente nos pacientes internados na UTI - indicativa de prognóstico.

O QUE É INFECÇÃO HOSPITALAR?

É uma infecção adquirida após a hospitalização do paciente ou devido à


realização de procedimentos invasivos à nível ambulatorial (cateterismo cardíaco,
exames radiológicos com utilização de contraste, acesso venoso, sonda vesical, via aérea
artificial, aspiração).

UTI – procedimentos invasivos + imunodeficiência

TIPOS
Infecção comunitária ou nosocomial (após 48h de internação) (Cid David, 1998)

FISIOTERAPIA EM UTI - Profª Roberta Torres


CONCEITOS BÁSICOS

Infecção Hospitalar X Infecção Comunitária X Bacteremia.

Cid David, 1998:

1.A infecção resulta do desequilíbrio entre os mecanismos imunitários e o patógeno


(bactéria, vírus, fungo, protozoário).
MICROORGANISMO INFECTANTE REAÇÕES LOCAIS PROCESSO INFECCIOSO

2. Resposta pode ser intensa e disseminada (sistêmica), produzindo repercussões à


distância do local afetado.

3. Ex.: Infecção pulmonar liberação de mediadores inflamatórios (macrófagos


alveolares) ativação de outros mediadores instabilidade hemodinâmica e
hipoxemia.

Indicativos clínicos de infecção: febre, leucocitose (acima de 8000/mm3), alterações


dos exames laboratoriais, dor no local.
CCIH

O Ministério da Saúde determina que cada hospital deve ter uma Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).

Funções (Veiga e Padoveze, 2003):

1.Detectar casos de infecção hospitalar, seguindo critérios de diagnósticos previamente


estabelecidos.

2.Conhecer as principais infecções hospitalares detectadas no serviço e definir se a


ocorrência destes episódios de infecção está dentro de parâmetros aceitáveis.

3.Conhecer a literatura mundial sobre o assunto e saber reconhecer as taxas aceitáveis


de infecção hospitalar para cada tipo de serviço.
CCIH

4. Elaborar normas de padronização para que os procedimentos realizados na


instituição sigam uma técnica asséptica (sem a penetração de microrganismos),
diminuindo o risco do paciente adquirir infecção.

5.Colaborar no treinamento de todos os profissionais da saúde no que se refere à


prevenção e controle das infecções hospitalares.

6.Realizar controle da prescrição de antibióticos, evitando que os mesmos sejam


utilizados de maneira descontrolada no hospital.

7.Recomendar as medidas de isolamento de doenças transmissíveis, quando se trata


de pacientes hospitalizados.

8.Oferecer apoio técnico à administração hospitalar para a aquisição correta de


materiais e equipamentos e para o planejamento adequado da área física das
unidades de saúde.

9. Adotar e cobrar medidas preventivas dos intensivistas como lavar as mãos e


vacinações.
PRECAUÇÕES BÁSICAS

Lavagem de mãos
uso de luvas
uso de alcool gel (70%)
Máscara
óculos e protetor facial
acondicionamento adequado de materiais perfurocortantes e vias de acessos
Desinfecção do estetoscópio antes e após atendimento
Precaução de Contato/Precaução Respiratória

Infecções mais freqüentes: urinárias (35 a 45%), catéter intravascular, feridas cirúrgicas e
pneumonias (10 a 25%). (David, Cid. 1998)

Bactérias altamente resistentes podem ser transferidas entre os pacientes da UTI, é


essencial diminuir o risco de contaminação cruzada.
A lavagem cuidadosa das mãos reduz drasticamente o risco de contaminação dentro da
UTI.
INFECÇÕES MAIS COMUNS

Infecções do Trato Urinário:

Responsável por cerca de 40% das infecções na UTI (alta taxa de mortalidade).

Fatores de risco:
Uso de SVD;
Sexo feminino;
Idade avançada.

Sonda colonizada invasão pela bactéria para a bexiga (aderência e proliferação)


diagnóstico cultura da urina Escherichia coli (mais comum)

Tratamento - remoção da SVD e antibioticoterapia.


INFECÇÕES MAIS COMUNS

Pneumonia: pode ser de origem comunitária ou nosocomial.

Invasão do trato respiratório inferior pela aspiraçao traquela ou pela inalação de


aerossóis contaminados.

VMI - aumenta o risco de pneumonia do paciente internado na UTI (PAV).

Diagnóstico - pneumonia nosocomial (mais difícil) – presença de febre e leucocitose por


outras causas.

Critérios mínimos para pneumonia nosocomial e pneumonia associada à ventilação


mecânica: febre, expectoração purulenta, leucocitose, infiltrado pulmonar novo ou
progressivo no raio X.
INFECÇÕES MAIS COMUNS

Infecções relacionadas com cateter intravascular: uma das 3 principais causas da


septicemia nosocomial.

Estudos comprovam uma incidência de 20% em pacientes internados.

Mecanismos de colonização
Superfície externa do cateter
túnel subcutâneo e pele circunvizinha (mãos dos profissionais e dos anti-sépticos
contaminados)
Superfície interna: propagação das bactérias pela superfície interna do cateter.
a.Exposição aos microorganismos circulantes na circulação provenientes de região
distante (fibrina facilita adesão de bactérias).
b.Contaminação das soluções de infusão por manipulação direta da substância
administrada ou no processo de fabricação industrial da solução.

Fatores de Risco: inserção de cateter em condições de emergência e não estéreis,


paciente imunocomprometidos, inserção de cateter com múltiplos lumens, manutenção
prolongada do cateter, técnica e assepsia na colocação e manutenção.
SEPSE

Síndrome da Resposta Inflamatória Sistêmica à infecção grave (SIRS + Foco infeccioso);

•SIRS – Liberação sistêmica de mediadores inflamatórios levando a uma resposta do


organismo humano a uma série de agressões, infecciosas ou não, adotando-se como
ponto de corte para a caracterização do envolvimento sistêmico a presença de
alterações, pelo menos duas ou mais das seguintes condições: Temperatura > 38° C ou
< 36° C, FC>> 90 bpm, FR>20 irpm ou PaCO2 < 32 mmHg, Leucócitos > 12.000
células/mm3 ou < 4.000 células/mm3 ou > 10% de formas jovens (bastonetes). Pode
estar associada à disfunção de órgãos, aparelhos e sistemas, produzindo a Síndrome
da Disfunção Orgânica Múltipla (SDOM).
SEPSE

• SEPSE - SIRS acompanhada de foco infeccioso


Causa comum de morte na UTI;

Incidência aumentando com o aumento da realização dos


procedimentos invasivos (diagnóstico e tratamento, cateteres, imunodepressores usados
na neoplasia e transplantes, aumento dos microorganismos resistentes).

Pior prognóstico: uso prévio de antibioticoterapia, diabetes, insuficiência renal,


insuficiência cardíaca e infecção nosocomial.
SEPSE GRAVE

SEPSE GRAVE = Sepse com disfunção orgânica, sinais de hipoperfusão (acidose, oligúria,
alteração aguda do estado mental, entre outros) ou hipotensão (PA sistólica < 90 mmHg ou
redução de > 40 mmHg da linha de base, na ausência de outras causas).

CHOQUE SÉPTICO = Sepse Grave com Hipotensão, instabilidade cardiovascular devido a


SEPSE, a despeito de adequada reposição volumétrica, associada à presença de
anormalidades da perfusão (pacientes que estão sob ação de agentes inotrópicos podem
não estar hipotensos no momento em que as anormalidades da perfusão são mensuradas).
SDMO

• SDMO (SÍNDROME DA DISFUNÇÃO DE MÚLTILPOS ÓRGÃOS) - disfunção orgânica


em que a homeostasia não pode ser mantida sem intervenção. Pode produzir
instabilidade hemodinâmica, injúria pulmonar aguda e SARA, coagulopatia, hemorragia
digestiva, disfunção cerebral, IRA, disfunção hepática e metabólica.

• BACTEREMIA - presença de bactérias circulantes no sangue. Efeitos da


liberação dos mediadores inflamatórios: hipermetabolismo, depressão da
contratilidade do coração, vasodilatação e diminuição da resistência vascular
periférica, alteração microvascular com desregulação regional da perfusão tissular,
aumenta a permeabilidade vascular, com extravasamento de líquido para o espaço
extravascular e edema intersticial, alterações de coagulação, alterações funcionais
orgânicas.
COMPLICAÇÕES

CONSEQUÊNCIAS: HIPÓXIA, ACIDOSE METABÓLICA (LÁTICA, relacionada à gravidade


da doença) E MORTE CELULAR.

ANTIBIOTICOTERAPIA: culturas e antibiograma


Tipos: empírica x dirigida
Importância da vacinação dos profissionais de saúde.
SUGESTÃO DE LEITURA

Livros: Fisioterapia Intensiva. Rogério B. Ultra. Editora Cultura médica, 2008. Capítulo 2.
Fundamentos da Terapia Respiratória. Egan. Ed. Elsevier, 2009. Capítulo 4 -
Princípios do Controle de Infecção.

Artigo: Medicina, Ribeirão Preto, Simpósio: MEDICINA INTENSIVA: I. INFECÇÃO E


CHOQUE . 31: 337-348, jul./set. 1998 Capítulo I ? Infecção em UTI.

site: www.cve.saude.sp.gov.br/htm/ih/if_publico.htm
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