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Biossegurança
Gerenciamento de Risco
Professor: Júlio César Bandeira Festa

CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CIH)

O Programa Nacional de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH) está definido na Lei nº 9431 de 6 de
janeiro de 1977; dispondo de obrigatoriedade dos hospitais manterem um comissão de controle de
infecção hospitalar (CCIH). Diretrizes viabilizam o planejamento do programa, que são: Portaria GM
nº 2616 de 12 de maio de 1998; que diz que os membros da CCIH devem ser consultores e executores
e os do serviço de controle de infecção hospitalar (SCIH) executores e responsáveis pelas ações do
controle.
Conforme o PCIH foram estabelecidas prioridade, que são:
1. Realizado inquérito nacional da situação das infecções hospitalares. Refere-se a metas do
contrato de gestão, que especifica como elaborar diagnóstico sobre infecção hospitalar no
Brasil;
2. Mapeamento do cumprimento das exigências da Portaria GM nº 2616/98. Sobre a implantação
o PCIH em âmbito estadual, municipal e estabelecimentos de saúde;
3. Levantamento de dados visando à complementação de estudo citado no item 2, obtendo dados
para implantação do programa em território nacional;
4. Atualização constante de material técnico-científico com participação de equipe
multiprofissional especializada na área de CIH. O material técnico-científico de CIH
conduzido reduz em 30% a taxa de infecção hospitalar. Um PCIH, garante ação básica de
assistência a saúde prevenindo o uso indiscriminado de antibióticos (ATB) e germicidas
hospitalares, evitando resistência bacteriana e diminuindo custos hospitalares.

Infecções relacionadas à assistência a saúde (IRAS), doenças graves levando a internações


prolongadas e permanência hospitalar, por vezes em longos períodos. São decorrentes de onerarem
(aumentar) os custos familiares e do sistema de assistência à saúde.

As infecções, que acometem indivíduos internados, podem ser divididas em:


1. Infecção Hospitalar: desenvolve durante a internação, sendo que não estava presente no
paciente até o momento da admissão no hospital. Normalmente aparece antes da alta
hospitalar. Porém algumas se evidenciam após a alta;
2. Infecção Adquirida: presente na comunidade ou está em período de incubação previamente
a internação e que o paciente não refere internação na instituição anteriormente;
3. Infecção Iatrogênica: devido a intervenções ou tratamentos (Tto.) realizados no serviço de
saúde. Podendo ser infecção secundária causada por uma doença primária. Dependendo do
seu início pode ser hospitalar ou adquirida;

Quanto mais tempo de internação maior as chances de desenvolvimento da infecção hospitalar. Isso se
deve aos tipos de microrganismo hospitalares relacionado à imunodepressão (baixa imunidade) do
paciente.

Os microrganismo hospitalares se dividem em:


1. Endógenos: originais da flora normal do paciente;
2. Exógenos: original de fonte externa do paciente.

Em sua maioria a principal invasão de infecção hospitalar é pelo trato urinário. A infecção do trato
urinário (ITU – 25% das infecções) se dá devido à manipulação do mesmo, com técnica asséptica mal
realizada, ou seja, a técnica de higienização das mãos. Porém há outras vias de infecção:
 Feridas operatórias (FO – 25% das infecções e 12% em pacientes cirúrgicos – prolonga a
internação em quase 1 semana) nesta há questão de a infecção ser no ato cirúrgico
prolongando-se para a unidade de internação;
 Trato respiratório devido a dispositivos invasivos ou não para estabilizar a respiração ou para
administração de medicamentos. A patologia mais recorrente é a pneumonia bacteriana, mas
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pode ser fúngica ou viral, invadindo pelas seguintes vias: aspiração da orofaringe, inalação de
aerossóis previamente contaminados e;
 Disseminação infecciosa na corrente sanguínea.

A infecção hospitalar também é conhecida como Bacteremia, que é a presença de bactérias na corrente
sanguínea, sendo responsável por mais de 75% dos casos de infecção hospitalar, relacionado a
cateteres intravenosos. Pode ocorrer de forma espontânea, durante certas infecções teciduais, em
consequência do uso de cateteres geniturinários ou intravenosos, ou depois de procedimentos
dentários, gastrintestinais, geniturinários, cuidados com feridas, ou outros procedimentos. Sinais e
sintomas da Bacteremia: febre, frequência cardíaca rápida, calafrios, pressão arterial
baixa, sintomas gastrointestinais (como dor abdominal, enjoo, vômito e diarreia), respiração rápida
e/ou se tornarem confusas, elas provavelmente têm sepse ou choque séptico.
Os agentes patogênicos mais comuns são fungos e bactérias. O microrganismo invade a corrente
sanguínea a partir da pele, até a ponta do cateter que está inserido na luz (dentro) da veia ou artéria do
paciente.
Os índices de contaminação de cateteres são altos; e quanto mais baixo é a condição de saúde do
paciente maior é a chance de contaminação da corrente sanguínea. Devido a isto há a necessidade de
troca / substituição do cateter implantado de 72/72h ou a cada 3 dias.

Métodos de remoção dos agentes patogênicos que causam infecção:


 Esterilização: destruição de qualquer forma microbiana, incluindo esporos (pequenas
estruturas que produzem grande quantidade de bactérias e fungos, com capacidade de gerar
um novo indivíduo). A esterilização pode ser física ou química (vapor seco, saturado, sob
pressão ou químico;
 Desinfecção: remove ou destrói grande parte de patógenos, existente em uma superfície
inerte. Pode ser por: vapor úmido, processo físico (pasteurização, onde a temperatura não
passa dos 100°C; ou água fervente ou em ebulição), por meio químico por germicidas (álcool
etílico (que são compostos formados por hidroxila (OH-) a um anel de benzeno) e
formaldeído.
 Assepsia: medidas adotadas com intuito de reduzir a carga de micro-organismos, para que não
haja disseminação e/ou contaminação de área ou objeto estéril. Classificada em: assepsia
médica (ou técnica asséptica: auxilia a diminuir a quantidade de patógenos potenciais há
infecção de indivíduo para indivíduo; asa-se agentes germicidas) e assepsia cirúrgica (técnica
estéril, ou seja, objetos livres de todo e qualquer patógeno, usa-se máquina de esterilização).

GERENCIAMENTO DE RISCO

São ações, intervenções e condutas com objetivo de prevenir, minimizar, controlar ou eliminar os
riscos decorrentes da assistência à saúde; seja no coletivo ou hospitalar. Os riscos não são relacionados
ao profissional, mas sim ao paciente e meio ambiente.
O risco relacionado ao labor do profissional de saúde é:
1. Acidente: o profissional de saúde está vulnerável a acidente, por motivo físico ou psicológico.
Ex: acidente com perfuro-cortante;
2. Físico: acidente quando há exposição de energia. Ex: radiação, temperatura;
3. Ergonômico: decorrente ao desconforto físico ou devido a lesões por esforço repetitivo (LER).
Ex: postura corporal inadequada, ambiente com iluminação inadequada, jornada de trabalho
longa;
4. Químico: inalação, ingestão ou deposição na pele; de substância tóxica;
5. Biológico: relacionado a bactérias, vírus, fungos e outros, em relação a exposição que o
profissional de saúde está.

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Os danos descritos reduzem-se através de prevenção, correção e contingente adequado de


profissionais. Isto se chama gestão de riscos. Sendo necessário à notificação de erro, não como
punição, mas para revisão dos processos de gerenciamento do risco, minimizando recorrências.

Os tipos de riscos em saúde são:


 Risco relacionado às pessoas: imperícia profissional e erro profissional (negligência,
imprudência ou imperícia);
 Risco relacionado ao processo: risco químico, físico e biológico; descumprimento de normas
de segurança; gerenciamento dos resíduos hospitalares e risco ambiental;
 Risco relacionado à tecnologia: ausência de integridade de dados; vazamento de informação;
falha de sistema de informação; falha em recurso tecnológico utilizado na assistência;

Para que os riscos no atendimento em saúde sejam minimizados, se faz necessário as observações das
normal de biossegurança. Normas que auxiliam na segurança do profissional reduz a recorrência de
acidente e doença ocupacional, reduz infecção hospitalar e melhora a segurança do paciente. O
descumprimento das normas de biossegurança é de inteira responsabilidade do profissional, onde se
faz necessário a consciência do mesmo em relação aos riscos. É de responsabilidade das empresas:
programa de gerenciamento de risco, capacitação e treinamento para os profissionais de saúde além de
disponibilizar os equipamentos de proteção individual (EPI).

Benefícios da gestão de risco para a instituição:


 Melhor qualidade do serviço oferecido;
 Minimização de erros;
 Aumento na eficiência e eficácia dos processos na produção;
 Diminuição de custos;
 Recursos utilizados racionalmente;
 Instituição consolidada.

As ações devem ser projetadas para:


 Identificar o risco;
 Analisar o risco;
 Delinear a implementação de processo e procedimento;
 Protocolos de atendimento definidos;
 Registros de processos e procedimentos;
 Melhor comunicação;
 Monitoramento e avaliação.

O comprometimento das instituições de saúde em gestão hospitalar deve ser de qualidade, segurança,
eficiência e eficácia no serviço prestado.

SEGURANÇA DO PACIENTE

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabeleceu metas de segurança ao paciente e em 2013


Ministério da Saúde publica a Portaria GM/MS nº 529 Institui o Programa Nacional de Segurança do
Paciente (PNSP) considerando a necessidade de desenvolver estratégias, produtos e ações direcionadas
aos gestores, profissionais e usuários da saúde sobre segurança do paciente, que possibilitem a
promoção da mitigação da ocorrência de evento adverso na atenção à saúde.
O programa de proteção ao paciente deve ser implantado nas instituições de saúde implementando
seus protocolos e estratégias definidas mitigando os erros na assistência à saúde.

Os conceitos fundamentais para a segurança do paciente são:


 Segurança do paciente: redução mínima aceitável dos riscos associado à assistência à saúde;
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 Danos: pode ser física, social ou psicológica. São lesões na estrutura orgânica ou efeito
decorrente, podendo provocar sofrimento, incapacidade parcial ou total, disfunção ou óbito
do paciente.
 Risco: possível ocorrência de incidente;
 Incidente: fato ou circunstância que leva ao dano desnecessário;
 Circunstância notificável: ocorrência de incidente com dano;
 Near miss: (quase acidente) ocorrência de incidente em que não atingiu o paciente;
 Incidente sem lesão: ocorrência de incidente em que atingiu o paciente, porém sem danos;
 Evento adverso: ocorrência de incidente em que atingiu o paciente, provocando danos e/ou
lesões.

A OMS e Joint Commission International (JCI) estabeleceram as 6 metas internacionais de segurança


do paciente. Metas implementadas através de treinamento eficaz:
1. Identificação correta do paciente: falha de identificação leva a erros em administração de
medicamentos, realização de procedimento, etc. Sendo assim deve-se: os pacientes devem
usar pulseira de identificação com nome completo, nº de prontuário, data de nascimento e
nome da mãe. Sempre antes de qualquer procedimento a pulseira deve ser conferida ou o
paciente confirma verbalmente;
2. Comunicação efetiva: comunicação clara e efetiva evitando erros ou falhas. Orientação ou
recomendação verbal ou escrita e ou por telefone, o profissional deve se certificar da
compreensão e registrar fidedigna, completa, clara, legível e eficiente. A passagem de plantão
deve ser efetiva e eficiente;
3. Medicação de alta vigilância: medicações com alto índice de erros e eventos adversos, como
drogas vasoativas, eletrólitos concentrados, etc. Sendo assim deve-se manter com acesso
controlado, separa-las das medicações comuns, identificação individual com etiqueta
vermelha;
4. Cirurgia segura: garantia de executar o procedimento correto, no paciente certo e local certo.
Comunicação entre toda a equipe deve ser eficaz e eficiente. Sendo assim confirmar o
paciente pela pulseira de identificação, o procedimento a ser realizado assim como o local da
região corporal. Utilizar checklist de cirurgia segura que compreende da indução anestésica
até a sala de recuperação pós-anestésica (SRPA);
5. Redução do risco de infecção: meta de prevenção do risco de infecção. Enfatizando a
higienização das mãos, capacitação profissional sobre o assunto, uso de antibióticos com
monitorização, manipular dispositivos intravenosos com cuidado e rigor com a medidas de
isolamento;
6. Risco de lesões por quedas: na internação os pacientes devem ser avaliados quanto ao risco
de queda, com ações a serem adotadas. Sendo assim a necessidade de um acompanhante
durante a internação, não ter objetos no chão, medicação adequada para evitar fraqueza.

PRECAUÇÕES

Mecanismo de transmissão: é a forma que o agente infeccioso passa para o hospedeiro. As cadeias
de infecção são 6: agente infeccioso, fonte, porta de saída, forma de transmissão, porta de entrada e
hospedeiro suscetível. Sendo que pode ser transmitida por: contato, ar, veículo e vetor.

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Fig.1

Transmissão por contato: O contato entre as pessoas é a forma de transmissão mais comum em
instituições de saúde. Ela é dividida em:
 Contato direto: transmissão de um indivíduo para outro pelo contato direto. Os micro-
organismo são transferidos durante a assistência de saúde (banho, curativo ou introdução de
dispositivo invasivo), sem luvas ou com luvas contaminadas;
 Contato indireto: o indivíduo suscetível entra em contato com um objeto contaminado
(termômetro, seringa, estetoscópio, soluções de irrigação, cateter urinário e intravascular,
fralda, brinquedo e equipamento respiratório.

Transmissão por gotículas (perdigotos): são secreções respiratórias contaminadas, onde o indivíduo
infectado transmite através de tosse, espirro ou conversa; liberando secreções que se espalham pelo ar
chegando à mucosa nasal ou oral de outro indivíduo. Os micro-organismos são transmitidos até 1
metro de distância, ficam suspensos por um pequeno período e após se depositam sobre uma
superfície.

Transmissão pelo ar: são partículas minúsculas de micro-organismo ou poeira contaminada de


patógenos, que ficam suspensas no ar por horas. As correntes de ar disseminam estas partículas, e
quando o indivíduo inalar, contamina-se.

Transmissão por veículo: veículo é uma substância que mantém o micro-organismo vivo, até que
seja inoculado em um hospedeiro suscetível. Ex.: água, sangue, plasma, soro, fármacos, alimentos e
fezes. Este tipo de transmissão ocorre em comunidades e não em hospitais.

Transmissão por vetor: quando um intermediário transfere o patógeno para outro ser vivo (Ex.:
mosquito). É de regiões tropicais. As portas de entrada para os micro-organismos por transmissão por
vetor são: causadores de tuberculose, resfriado comum, difteria, influenza e coqueluche (todos entram
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pelo trato respiratório). Hepatite B e HIV (entram pelo sangue e fluido corporal), Salmonela (trato
gastrointestinal), gonorreia e sífilis entram pela mucosa (trato geniturinário) e raiva e tétano (feridas
perfurantes).

Isolamentos: são medidas adotadas para conter a disseminação de micro-organismos patogênicos


presentes em hospitais. Medidas de controle em período de transmissibilidade sejam doenças já
definidas ou não.

Precaução padrão: aplicada em todos os pacientes, não importando a condição de saúde em que o
mesmo se encontra no momento de sua internação hospitalar. É independente de presença ou ausência
de líquidos corporais, excreções, secreções e lesões de pele e/ou mucosa; de todo e qualquer paciente.
A precaução padrão inclui:
 Higiene das mãos: antes e após contato com o paciente, entre 2 procedimentos realizados no
mesmo paciente, após o contato com material biológico, imediatamente após a retirada de
luvas;
 Uso de luvas: utilizar sempre que tiver contato com sangue e líquidos corporais, excreções,
secreções de pele e/ou mucosa, pele com lesão e superfície com material biológico. Usar
sempre quando há risco de sangue e fluídos corporais. Troca de luvas entre procedimentos.
Calçar luvas limpas e integras para manipulação; e retira-las imediatamente após o uso e
lavando as mãos;
 Descarte correto: em recipientes apropriados, dos materiais infectantes biológicos e perfuro-
cortantes, é proibido o reencape de agulhas, não desconectar agulha da seringa e caixas de
descarte devem estar visíveis e de fácil acesso;
 Utilização de outros EPI’s, como: máscaras cirúrgicas, N95 ou PFF2 (para os ambientes
certos e apropriados, este material serve para a possibilidade do risco de respingos, gotículas e
partículas microscópicas), avental (utilizado como barreira física, quando há a possibilidade
de contaminação do profissional), óculos de proteção e/ou faceshield (protetor facial) (tanto o
óculos como o faceshield devem ser higienizados após cada uso com álcool etílico a 70%).
 Descontaminação de superfície: a limpeza concorrente deve ser feita a cada troca de plantão,
diariamente. Em caso de suspeita de material biológico deve ser usado desinfetantes, para a
limpeza;
 Artigos e equipamentos: os que são de uso único, devem ser descartados imediatamente após
o uso no paciente e em local apropriado. Os materiais médico-cirúrgico, após o uso devem ser
encaminhados para a área de limpeza (expurgo) do centro de materiais e esterilização para
serem reprocessados (limpos – higienizados) embalados e identificados corretamente,
esterilizados e acondicionados em estoque apropriado.

Precaução de contato: quando há a possibilidade de contaminação por agente infeccioso, seja ele
direto ou indireto (de paciente para paciente, entre objetos e/ou pelo profissional). Podem ser divididas
em:
 Quarto: quarto comum quando o micro-organismo é comum para mais de um paciente. Ou
privativo quando o micro-organismo é único na unidade de internação.
 Luvas: obrigatório o uso, quando em contato com o paciente. Assim como a troca em
diferentes procedimentos em mesmo paciente. E após a imediata higienização das mãos com
antisséptico degermante apropriado;
 Avental: uso obrigatório em caso de contato da roupa do profissional com o paciente. O
avental é individual e é descartado no final do plantão;
 Transporte: no transporte do paciente deve ser evitado. Em caso de material infectante, este
deve ser contido com curativo apropriado, seguindo as precauções de contato durante todo o
trajeto;
 Artigos e equipamentos: utensílios individuais do paciente, como termômetro, estetoscópio e
esfigmomanômetro. Devem ser limpos, higienizados ou esterilizados após alta hospitalar.
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LAVAGEM DAS MÃOS

Com o objetivo de reduzir os germes da pele, consequentemente reduzir as infecções, a observância da


técnica correta nos profissionais de saúde ainda é assunto de problema em todo o planeta. Novos
protocolos estão sendo implantados para melhor eficácia no procedimento, em questão. A observação
de técnica mais apurada está diminuindo as recorrentes infecções hospitalares.
A disseminação de micro-organismo patogênicos é falta de adesão a técnicas eficientes, pelo
profissional assim como a falta de consciência do mesmo em relação ao assunto. Assunto este
importante para minimização de surtos em ambientes de assistência em saúde que são somadores de
patógenos. Doenças como síndrome respiratória aguda grave (SARS), ebola, febre hemorrágica viral,
influenza e/ou uma nova pandemia provocadas por vírus mostram a necessidade de protocolos rígidos
e bem controlados e cobrados dos profissionais de saúde.
Sempre que forem realizados procedimentos estéreis ou as mãos estiverem sujas, seja visivelmente ou
não, o profissional deve lavar as mãos e também até o antebraço, limpar sob as unhas e em torno das
cutículas com escova para dedos, esponja ou bastão de cutículas. Os utensílios para a escovação
devem ser preferencialmente macios, ou seja, evitar material mais duro para que não haja lesão na pele
do profissional tornando-o assim fonte de contaminação.
Paciente com baixa imunidade ou imunidade de risco, deve-se usar antisséptico, para a remoção de
flora residente (que está na pele). Sendo expressamente proibido todo e qualquer tipo de adorno, por
parte do profissional de saúde, que são: anéis, pulseira, relógio, brinco, piercing. Nestes casos a
lavagem de mãos com degermante deve ser de 3-5 minutos.

Técnica de lavagem das mãos


 Objetivo: remover sujidade, suor, oleosidade, flora microbiana transitória superficial da pele
evitando infecção cruzada;
 Material: água, sabão líquido e papel toalha;
 Indicações: sempre que as mãos estiverem visivelmente sujas ou entre procedimentos, antes e
após contato com paciente e/ou objetos do mesmo;
 Técnica: abra a torneira, molhe as mãos, coloque 2ml de sabão líquido em uma das mãos,
durante 30-60 segundos friccione as mãos em todas as faces e total superfície (interdigitais,
articulações, unhas e ponta dos dedos). Estabelecer em mente o processo é de extrema
importância para que seja feita com consciência e que se torne automático. Após enxaguar as
mãos retirando a espuma e resíduo do degermante, enxugar as mãos com papel toalha e por
fim feche a torneira com o papel toalha (desta forma o profissional evita de contaminar a mão,
fazendo do papel toalha uma barreira).

Fig. 2
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Fig. 3

Antissépticos para a lavagem das mãos:

1. Degermante (clorexidina a 2% ou PVPI a 10%): utiliza-se estes produtos para a higiene das
mãos previamente para procedimentos invasivos, como: cirurgias e instalação de cateteres
vasculares e urinários. Quando o paciente está colonizado por patógenos multirresistentes.
Após manipulação de secreção purulenta. Usa-se para degermar a pele do paciente e quando
há instalação de procedimento invasivo. Não usar em curativos e mucosas.
2. Alcoólico (clorexidina a 0,5% ou PVPI a 10%): preparo pré-operatório após degermação ou
para procedimento invasivo percutâneo (que atravessa a pele – agulha), ou antes, de coleta de
material biológico, quando na realização de curativo ou inserção de cateter vascular. Não usar
em mucosas, não usar para degermar as mãos de profissional de saúde e não usar para curativo
de FO, úlcera de decúbito ou em qualquer região da pele lesionada.
3. Aquoso – tópico (clorexidina a 0,2% ou PVPI a 10%): utiliza-se na mucosa para procedimento
cirúrgico. Em região genital para instalação de cateter urinário. Procedimentos odontológicos.
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Não usar para preparo pré-cirúrgico, não usar para degermação das mãos de profissional de
saúde e não usar para curativos de FO ou lesões da pele.

LIMPEZA HOSPITALAR

O meio ambiente hospitalar e/ou instituição que presta assistência de saúde está constituído por: ar,
água e superfícies inanimadas horizontais e verticais; tornando-se assim foco de transmissão de
patógenos. É de responsabilidade do serviço de higienização hospitalar as ações para o cuidado com o
ambiente, e este setor tem estreita relação com o SCIH, onde cabe-lhes o seguinte:
 Padronização dos produtos utilizados para a limpeza;
 Normatização ou indicação de germicidas para áreas críticas e demais, se necessário;
 Participar de treinamento e orientar tecnicamente a equipe de higienização;
 Elaborar e/ou atualizar manuais sobre o assunto.

Superfícies: é o piso, parede, teto, portas, janelas, mobiliários, equipamentos e demais instalações
físicas.

A etapa mais importante para a melhoria das condições higiênicas de todas as áreas que compreende
uma instituição de assistência à saúde é a etapa de prevenção do crescimento e da disseminação de
todo e qualquer agente infeccioso. O saneamento ambiental é realizado pela limpeza mecânica. A
manutenção de condições higiênicas está diretamente relacionada com a limpeza e ambiente
arrumado, lavanderia, preparo de alimentos e manutenção da estrutura física do prédio. Porém é
primordial a conscientização do descarte correto dos resíduos provenientes da assistência em saúde, ou
seja, material contaminante, biológico, perfuro-cortantes; descartados em recipientes adequados e
corretos.
Pela ordem de remoção de germes patogênicos temos: saneamento (que pode ser usado germicidas),
após desinfecção e por fim a esterilização.

Classificação de risco das áreas críticas de um hospital são divididos da seguinte forma:

Classificação Grau de risco Exemplo


Maior risco de infecção, área com maior UTI, centro cirúrgico, centro
quantidade de pacientes suscetíveis e obstétrico, sala de recuperação,
Área crítica quantidade de procedimentos invasivos. Locais
isolamento, hemodiálise, banco
de alta carga infectante. de sangue, laboratório, banco de
leite.
Área semicrítica Áreas que não tem a necessidade de cuidado Unidades de internação e
intensivo ou isolamento. ambulatórios.
Área não crítica Área não ocupada por paciente. Administrativo, almoxarifado,
nutrição.

Controle ambiental: o lixo deve ser manuseado, levando em consideração as precauções


padronizadas; pois estas protegem os profissionais de saúde e os pacientes contra infecções e
acidentes. Como lixo contaminado, tem-se: curativos e material reutilizável contaminado (agulha,
seringa, instrumento perfuro cortante).
A RDC nº 306 de 07 de dezembro de 2004, dispõem sobre o gerenciamento para o gerenciamento de
resíduos de saúde; regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto nº 3029 de 16 de abril de 1999.
Sendo assim é obrigatória a coleta de empresa especializada e processamento adequado. Lavanderia
hospitalar deve adotar medidas de controle ambiental. Hospitais são proibidos de incinerar lixo
contaminado.

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Referências:

1. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância em Saúde. Site: www.anvisa.gov.br/manuais.pdf,


acesso em 01/04/2023;
2. Manual de Isolamento. Hospital Universitário Júlio Meller. Site:
www.hujm.ufmt.br/repositorio.html, acesso em 01/04/2023;
3.
4. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância em Saúde. Curso Básico de Controle de Infecção
Hospitalar Caderno A Epidemiologia para o Controle de Infecção Hospitalar, Brasília - DF,
2000;
5. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância em Saúde. Curso Básico de Controle de Infecção
Hospitalar Caderno B Principais Síndromes Infecciosas Hospitalares, Brasília - DF, 2000;
6. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância em Saúde. Curso Básico de Controle de Infecção
Hospitalar Caderno C Métodos de Proteção Anti-Infecciosa, Brasília - DF, 2000;
7. ANVISA – Agência Nacional de Vigilância em Saúde. Curso Básico de Controle de Infecção
Hospitalar Caderno E Programa do Controle de Infecção Hospitalar, Brasília – DF, 2000;
8. Ministério da Saúde – Gabinete Ministerial. Portaria nº 529, de 1º de abril de 2013. Site:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0529_01_04_2013.html, acesso
01/04/2023;
9. Organização Pan-Americana de Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Ministério
da Saúde. Aliança Mundial para a Segurança do Paciente – Segundo Desafio Global para
Segurança do Paciente – Cirurgias Seguras Salvam Vidas. Site:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/seguranca_paciente_cirurgias_seguras_salvam_vi
das.pdf, Rio de Janeiro 2009;
10. Fig. 1 – Silva, Cláudia Vallone; Andrade, Adenilde; Ferreira, Silvia Alice; Yassuda, Yara
Yatiyo. Precaução e Isolamento. Hospital Albert Einstein, Centro de Vigilância
Epidemiológica – Coordenadoria de Controle de Infecção. São Paulo, 2016;
11. Fig. 2 – Acesso livre - Câmara Municipal de Fortaleza. Dia Mundial de Lavagem das Mãos
Conscientiza População par Ato. Site: https://www.cmfor.ce.gov.br/2020/10/15/dia-mundial-
da-lavagem-das-maos-conscientiza-populacao-para-o-ato/, acesso em 02/04/2023;
12. Fig. 3 – Medeiros, Adriana; Cotrim, Denise; Lima, Elisangela; Batista, Gil Simões; Florim,
Glaura; Magalhães Glória. Segurança do Paciente: adesão à higienização das mãos pelos
profissionais de saúde, um grande desafio institucional. Residência Pediátrica – Revista
Pediátrica – Sociedade Brasileira de Pediatria – ISSN-online: 2236-6814 V2, Nº 1, 2012;
13. Brasil, Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº 306
de 07/12/2004. Site:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2004/res0306_07_12_2004.html#:~:text=RE
SOLU%C3%87%C3%83O%20RDC%20N%C2%BA%20306%2C%20DE,res%C3%ADduos
%20de%20servi%C3%A7os%20de%20sa%C3%BAde.&text=Regulamento%20da%20ANVI
SA%20aprovado%20pelo,1999%2C%20c%2Fc%20o%20Art, acesso em 02/04/2023;
14.

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