Você está na página 1de 22

PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO E

CONTROLO DA INFEÇÃO
Formadora: Helena Sousa

1
Conceitos
Doença:
- Ocorre quando se verifica uma alteração do estado normal do organismo.

Infeção:
- Implica a colonização, multiplicação, invasão ou a persistência dos
microrganismos patogénicos no hospedeiro.

Doença Infeciosa:
- Alteração do estado de saúde em que parte ou a totalidade do organismo
hospedeiro é incapaz de funcionar normalmente devido à presença dum
organismo ou dos seus produtos.
2
Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção
associada aos cuidados de saúde
O Programa Nacional de Controlo da Infeção (PNCI) foi criado em 14 de Maio de 1999 por Despacho do Diretor-geral da
Saúde no âmbito das suas competências técnico-normativas.
O Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Infeção Associada aos Cuidados de Saúde (PNCI), foi aprovado por
Despacho do Sr. Ministro da Saúde n.º 14178/2007, publicado em Diário Da República, 2.ª Série, N.º 127, de 4 de Julho de
2007, está sedeado na Direcção-Geral da Saúde, no Departamento da Qualidade na Saúde e na Divisão de Segurança do
Doente.

Objetivo: reduzir as infeções associadas aos cuidados de saúde, evitáveis, através da


implementação de práticas basadas na evidência.

4
Missão: o PNCI tem por missão melhorar a qualidade dos cuidados prestados
nas unidades de saúde, através de uma abordagem multidisciplinar para a
vigilância, a prevenção e o controlo das infeções associadas aos cuidados de
saúde.

Os projetos em desenvolvimento estão dirigidos às seguintes áreas:


 Vigilância epidemiológica (estudo sintomas, causas, etc..);
 Desenvolvimento de normas de boas práticas;
 Consultadoria e apoio.

5
O papel das Comissões de Controlo de
Infeção nas unidades de saúde
São objetivos da CCI, prevenir, detetar e controlar as infeções nos
estabelecimentos de saúde, promovendo ações neste âmbito, em articulação com
os vários departamentos, serviços, unidades e demais órgãos técnicos.
A CCI poderá agregar a si membros dinamizadores nos serviços: médicos,
enfermeiros, técnicos de diagnóstico e terapêutica e outros, designados pelas
respetivas chefias de entre profissionais que manifestem sensibilidade e
interesse por esta temática.

6
Comissão de controlo de infeção
hospitalar
A Comissão de Controlo de Infeção Hospitalar é um órgão de apoio técnico ao
Conselho de Administração e rege-se pelas disposições estabelecidas no
despacho do Diretor-Geral de Saúde de 23/08/1996, publicado no Diário da
República n.º 246, II Série, de 23/10/1996.

Missão: Prevenir, detetar e controlar as infeções no hospital, em articulação


com os vários departamentos, serviços, unidades e demais órgãos técnicos.

7
Compete à CCI:
a) Definir, implantar e monitorizar um sistema de vigilância epidemiológica de estruturas,
processos e resultados, dirigido a situações de maior risco;
b) Propor recomendações e normas para a prevenção e controlo da infeção e a monitorização
da sua correta aplicação;
c) Fornecer aos serviços interessados informação pertinente referente a microrganismos
isolados e resistência a agentes antimicrobianos;
d) Colaborar na definição da política de antibióticos, antissépticos, desinfetantes e
esterilização do estabelecimento de saúde;
e) Definir e implantar normas e circuitos para comunicação dos casos de infeção em doentes e
pessoal;
f) Proceder a inquéritos epidemiológicos e divulgar os seus resultados dentro da instituição;
g) Participar no programa de promoção da qualidade do estabelecimento;

8
h) Colaborar na formação em serviço e em outras ações de formação levadas a cabo pelo
estabelecimento na área do controlo da infeção;
i) Dar parecer em projetos de execução de obras e na aquisição de equipamentos e bens de
consumo ou serviços relacionados com a prevenção e controlo da infeção;
j) Colaborar na aplicação das normas legais sobre as condições de higiene e segurança do
trabalho;
k) Colaborar na apreciação das normas legais relativas à recolha, transporte e eliminação dos
resíduos hospitalares;
l) Implantar um sistema de avaliação das ações empreendidas;
m) Elaborar e apresentar à aprovação do órgão de gestão do estabelecimento o plano de ação
anual;
n) Elaborar e enviar ao órgão de gestão o relatório de atividades referente ao ano anterior.

9
CONCEITOS BÁSICOS
ASSOCIADOS À
INFEÇÃO
10
Com o desenvolvimento da ciência, a descoberta da microbiologia e posteriormente
com a antibioterapia, a implementação de medidas para dar resposta as infeções
hospitalares foi sendo cada vez mais evidente.

Em Portugal, apesar da demora face aos restantes países, tem-se verificado um esforço
no sentido de acompanhar as diretrizes europeias e mundiais, de modo a colmatar a
problemática das infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS).
O conceito de infeção hospitalar foi evoluindo de acordo com o desenvolvimento dos
cuidados de saúde. À medida que o conhecimento das ciências médicas se foi
desenvolvendo e que se diferenciaram os cuidados de saúde, assim também foi mudando a
perceção das infeções e o modo como estas se transmitiam.

Passamos assim de uma visão em que as infeções são transmitidas apenas em meio
hospitalar – infeção hospitalar – que aconteciam devido a condições precárias de higiene,
para uma visão em que as ações e procedimentos realizados aos utentes conduzem ao
desenvolvimento de infeções que não estavam presentes aquando da admissão do
paciente.
A Infeção Associada aos Cuidados de Saúde (IACS) é uma infeção adquirida pelos
doentes em consequência dos cuidados e procedimentos de saúde prestados e que pode,
também, afetar os profissionais de saúde durante o exercício da sua atividade.
Por vezes, estas infeções são também denominadas de infeções nosocomiais, apesar desta
designação não ser inteiramente abrangente por excluir o ambulatório.
O conceito de IACS é, por isso, mais abrangente já que se refere a todas as unidades
prestadoras de cuidados de saúde, pelo que é importante assegurar a comunicação e a
articulação entre as diversas unidades de saúde, para a identificação destas infeções afim de
reduzir o risco de infeção cruzada.

IACS
Os cuidados de saúde são complexos e dinâmicos,
criando constantes desafios aos profissionais.

O envelhecimento da população, o aumento da


população de doentes imunodeprimidos nas
unidades de saúde e o aumento do numero de
indivíduos que necessitam de cuidados
continuados e/ou paliativos, representam um
constante desafio para a prestação de cuidados.
Neste contexto, as IACS e as resistências aos antibióticos, são nos dias de hoje, um
importante problema de saúde pública, representando um fardo económico significativo.
No entanto, uma boa parte das IACS é evitável, através da aplicação de medidas efetivas
de prevenção.
Torna-se por isto importante a implementação de boas práticas que promovam a segurança
dos doentes e dos profissionais de saúde.
Infecção Cruzada
É a infeção ocasionada pela transmissão de um microrganismo de um
paciente para outro, geralmente pelo pessoal, ambiente ou um instrumento
contaminado.

A transmissão cruzada de infeções pode ocorrer principalmente pelas mãos da


equipe ou por artigos recentemente contaminados pelo paciente, principalmente
pelo contato com sangue, secreção ou outros fluídos orgânicos.

17
Infeção adquirida na comunidade
Qualquer infeção adquirida na comunidade surge em oposição àquelas
adquiridas em instituições de saúde.
Uma infeção seria classificada como adquirida na comunidade se o paciente
não esteve recentemente em instituições de saúde ou não esteve em contato
com alguém que esteve recentemente em instituições de saúde.

18
Neste sentido, a infeção adquirida na comunidade não é considerada infeção
hospitalar, uma doença infeciosa adquirida na comunidade, ou que foi
diagnosticada só quando o paciente foi internado através de sinais que indiquem
que o período de incubação daquela doença seja incompatível com a data de sua
admissão no hospital.

19
As IACS podem ser tanto endémicas, como epidémica, sendo as mais comuns
as endémicas.

Infeções adquiridas pelo pessoal do hospital ou de outra instituição de


saúde, ou pelas visitas, também podem ser consideradas IACS.
20
Definições:

◦ Surto: acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma


doença em uma região específica. Para ser considerado surto, o aumento de
casos deve ser maior do que o esperado pelas autoridades.

◦ Epidemia: a epidemia caracteriza-se quando um surto acontece em diversas


regiões. Uma epidemia a nível municipal acontece quando diversos freguesias
apresentam uma doença, a epidemia a nível distrital acontece quando diversas
cidades têm casos e a epidemia nacional acontece quando há casos em diversas
regiões do país.

21
◦ Pandemia: em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela
acontece quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Em
2009, a gripe A passou de epidemia para pandemia quando a OMS começou a
registrar casos nos seis continentes do mundo.

◦ Endemia: a endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma


doença é classificada como endêmica em uma região quando acontece com
muita frequência no local. As doenças endêmicas podem ser sazonais. A febre
amarela, por exemplo, é considerada uma doença endêmica da região Norte do
Brasil.

22
Dúvidas?

23

Você também pode gostar