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A INFECÇÃO HOSPITALAR E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O

CUIDAR DA ENFERMAGEM MEDIANTE A COVID-19

Eliene Pereira dos Santos¹


Adalci Rosana Goncalves Dias²

1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho vem abordar as questões relacionadas à infecção hospitalar e o


papel vigente da equipe de enfermagem frente a pandemia da COVID-19 com o propósito de
aliar conhecimentos teóricos que serão vivenciados futuramente. Também proporcionando
aos acadêmicos maiores informações e aprendizado para sua construção técnica, além de
torná-los capazes de aprofundar seus conhecimentos para sua profissão.
Segundo FERNANDES, 2019, as infecções hospitalares costumam surgir durante o
período de internação de pacientes, estando presentes ou em incubação ou no momento da
administração de medicamentos e procedimentos o que de fato acontece nos casos de
pacientes infectados com a COVID-19. Infecção hospitalar é uma denominação que indica,
portanto, um contexto infeccioso específico, em localização particular da infecção, mas
apenas define o espaço físico onde se inicia, sendo alvo de muito cuidado e atenção de toda
equipe hospitalar, salientamos que 5% dos pacientes admitidos em hospitais gerais pela
COVID – 19 contraem infecção durante a internação ou após a intubação.
Por este motivo discutir o tema, tendo como ponto central a atuação do enfermeiro
como seus princípios e dificuldades em sua formação e exercício profissional, suas interfaces
no processo de construção e de busca de um cuidado de enfermagem com qualidade e
prevenindo a infecção hospitalar (IH). A construção deste artigo está alicerçada nos
fundamentos teóricos, conceitos e preceitos disponibilizados na literatura e pelos órgãos
oficiais de saúde (CARDO, 2019).
O objetivo geral é obter um conhecimento mais apurado dos mecanismos da
epidemiologia das infecções em imunossuprimidos pela COVID, e que constituem o grande
desafio a novas estratégias que possibilitem diminuir ainda mais o número de casos de
infecção hospitalar dentre os cuidados da equipe de enfermagem.

1 Eliene Pereira dos Santos


2 Adalci Rosana Gonçalves Dias
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Enfermagem – Prática do Módulo III – Turma: FLC
20372EFM 16/11/2022
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Covid-19 surgiu em dezembro de 2019 como uma infecção respiratória aguda


causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, potencialmente grave, de elevada transmissibilidade
e de distribuição global. O SARS-CoV-2 é um betacoronavírus descoberto em amostras de
lavado broncoalveolar obtidas de pacientes com pneumonia de causa desconhecida em seres
humanos.

Na infecção hospitalar, o hospedeiro é o elo mais importante da cadeia


epidemiológica, pois alberga os principais microrganismos que na maioria dos
casos desencadeiam processos infecciosos. A patologia de base favorece a
ocorrência da IH por afetar os mecanismos de defesa anti-infecciosa: grande
queimado; acloridria gástrica; desnutrição; deficiências imunológicas; bem como
o uso de alguns medicamentos e os extremos de idade. Também favorecem o
desenvolvimento das infecções os procedimentos invasivos terapêuticos ou para
diagnósticos, podendo veicular agentes infecciosos no momento de sua
realização ou durante a sua permanência4. (LACERDA, 2019).

Portanto, Pereira (2020) traz que por ser uma doença totalmente nova, desconhecida
pelos cientistas tornou-se um grande desafio para a equipe da enfermagem, todas as pessoas
com diagnóstico de Síndrome Gripal (SG) deverão realizar isolamento domiciliar e devem ser
monitoradas por 14 dias, a partir do início dos sintomas como meio de prevenção pelo
primeiro indicador de infecção por ser uma doença altamente perigosa e transmissível e deve
ter um nível de cuidados ainda maiores diante higienização, os enfermeiros devem usar
máscaras PFF2 (Peça Facial Filtrante II) ao chegar perto de pacientes com quadros mais
graves, com aventais de proteção e lavagens constantes das mãos, para evitar riscos de
propagar a doença.
A equipe da enfermagem está ligada sempre com vírus e bactérias responsáveis por
causarem infecções em pacientes de longa internação, estes microrganismos podem ser
levados ao ambiente hospitalar de diversas formas, sendo a mais comum por outros pacientes
com doenças mais graves. Acontece que, muitas vezes, a equipe não está preparada para
receber alguém com patologias avançadas, falhando no processo de higienização e isolamento
e, com isso, favorecendo a transmissão dos agentes infecciosos.
Dentre estes aspectos, podemos justificar a grande importância deste tema destacando
inúmeras etapas para os cuidados de higiene básicos para a prevenção das infecções
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principalmente a lavagem das mãos. Profissionais de saúde da enfermagem devem atender aos
pacientes com suspeita ou em leitos de Covid-19 com o uso completo de equipamentos de
proteção individual (EPIs): gorro, máscara N95, luvas, capote impermeável, óculos protetores,
protetor de calçado, avental. Assim como as medidas primárias são importantes, investir nas
precauções de contato é outra forma altamente eficaz para garantir que as infecções
hospitalares diminuam. Nesse caso, a ação deve ser realizada para todos os pacientes, tanto
em isolamento quanto nos quartos.
Os cuidados da equipe de enfermagem estão sempre interligados com toda demanda
hospitalar, atuam na prevenção, proteção ou tratamento e reabilitação, o indivíduo deve ser
visto como um ser integral. A prevenção atuada pelos enfermeiros estão relacionados à
promoção à saúde e devem refletir preocupação no sentido de que as pessoas consigam livrar-
se de fatores que as predispõem para comportamentos insalubres para si próprias e para os
pacientes em um todo (CARDO, 2019).

3. METODOLOGIA

O método utilizado, para construção deste trabalho baseia-se através de pesquisa


bibliográfica. Esta modalidade de pesquisa visa aproximar, os descritores diretamente a tudo
que já foi dito, evidenciado, escrito ou documentado sobre determinado assunto (LAKATOS,
2008).
Desta forma, será realizada um levantamento bibliográfico de obras relacionadas
conforme o tema da pesquisa. Foram consultados arquivos, em bibliotecas digitais, bases de
dados informatizadas como Google Acadêmico, SciELO entre outros.
Utilizará, como critérios de busca palavras-chave, referentes ao tema exposto e
estudado através desta busca, consultados artigos completos publicados em periódicos
científicos, teses e dissertações, obras publicadas em revistas nacionais e internacionais será
desenvolvido a escrita final do trabalho.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Frente às leituras, denominar a função da equipe de enfermagem na instituição


hospitalar mediante aos cuidados da COVID- 19, pode considerar que sua prática é
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fundamentada numa abordagem em está vinculada a participação de toda equipe, como forma
de política institucional para prevenir e controlar a infecção.
Também chamada de Infecções relacionadas à assistência à saúde, são adquiridas
após a admissão do paciente em uma unidade de saúde e que se manifeste durante a
internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou
procedimentos hospitalares.
As infecções hospitalares são problemas desafiadores ao aumentar
significativamente a taxa de mortalidade nos hospitais, elas dificultam o trabalho da equipe e
trazem grande risco à saúde, tanto dos pacientes quanto dos enfermeiros e médicos locais.
Grandes avanços ocorreram, a IH que continua a se constituir em séria ameaça à segurança
dos pacientes hospitalizados, contribuindo para elevar as taxas de morbimortalidade,
aumentar os custos de hospitalização mediante o prolongamento das internações tornando-se
um desafio para a equipe de enfermagem
O trabalho da enfermagem em cuidados dos procedimentos vivenciados pelo
paciente da COVID- 19, também possui uma responsabilidade implacável em cima da
responsabilidade na prevenção e controle das infecções da COVID-19, suas ações são
dependentes e relacionadas com toda conduta do paciente. É de suma importância a
implantação de medidas que visem informar e orientar pacientes, acompanhantes e visitantes
durante o momento da internação hospitalar sobre as medidas de prevenção de infecção
cruzada.
Alguns exemplos de ações a serem realizadas, afim de identificar ou minimizar as
IH são: realizar uma abordagem sobre a atividade conhecida como busca ativa, que se trata de
uma vistoria leito à leito, tentando encontrar aqueles casos que podem ser caracterizados
como infecção hospitalar. Dentro de um hospital, onde se encontra diversos tipos de pacientes
com diferentes tipos de enfermidades, se torna necessária uma busca ativa, para que possam
ser notificados os casos e assim realizar um atendimento diferenciado nos casos encontrados.
Como no caso da COVID-19 os protocolos de precaução padrão, contato e
respiratório, devem estar bem definidos. Os pacientes provenientes de outras instituições
devem ser mantidos em precaução de contato até as culturas de superfície estarem
disponíveis, a fim de excluir a colonização por flora multirresistente ou não habitual na
unidade.
Esta perspectiva os desafios para o controle de infecção podem ser considerados
coletivos e agrupados em: estrutura organizacional dos hospitais institucional e
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administrativa, relações interpessoais e intersetoriais no trabalho e normatização do serviço;


batalha biológica que aborda a identificação de novos microrganismos e a ressurgência de
outros, bem como a resistência aos antimicrobianos; envolvimento profissional, com enfoque
para a falta de conscientização dos profissional, adesão às medidas de controle e o
comprometimento com o serviço e o paciente; capacitação profissional, destacando-se a
educação continuada; epidemiologia das infecções e; medidas de prevenção e controle.
Portanto, a importância da prestação de serviço de responsabilidade em gerir um
plano de cuidados vinculados nos serviços prestados dentro da instituição hospitalar,
garantindo informações para uma análise reflexiva e avaliativa dentro dos cuidados prestados
no período de internação e analisarmos as condições de saúde dos pacientes infectados por
COVID ou vindos da intubação. Fica claro que o enfermeiro tem consciência das quais sejam
suas tarefas e papel dentro da instituição, em cuidados mínimos de higienes e saúde diante da
IH.
Desta forma averiguamos fatores cruciais na manutenção da saúde e cuidados
como a lavagem das mãos é um ato imprescindível, a esterilização dos materiais complementa
a sua ação. Afinal, pouco adianta limpar bem as mãos e deixar de lado todos os equipamentos
que serão utilizados durante a intervenção, por menor que ela seja.
Atualmente, todos os estabelecimentos de saúde precisam ter um Centro de
Materiais e Esterilização (CME), aumenta a prevenção de IH ao realizar as técnicas de
esterilização, desenvolvendo um trabalho aguçado da equipe de enfermagem e elevando a
qualidade hospitalar.
Para isso, o indicado é secar bem o material após a limpeza, por meio de um pano branco
limpo e sem fiapos, para permitir a visualização de possíveis resquícios. Ainda, se o hospital
tiver disponibilidade, é possível utilizar ar comprimido para potencializar a higienização e, em
seguida, álcool éter e benzina a fim de eliminar os microrganismos indesejados. Com todas
essas etapas cumpridas, o CME é responsável pela organização e embalagem dos materiais,
realizando outra inspeção para garantir que cada artigo esteja íntegro, funcional e pronto para
ser utilizado na próxima intervenção.
Considerando os aspectos mencionados, tem buscado focar nichos específicos
para a prevenção de infecções em Hospitais, em função o das suas necessidades, interesses e
valores para todos além de possuir uma perspectiva de que a finalidade principal da vigilância
epidemiológica é a prevenção e o controle das infecções hospitalares direcionados aos
enfermeiros e sua equipe, utilizar a solução de sabonete detergentes e alcoólico antes de cada
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procedimento, para evitar a instalação de microrganismos indesejados. E mais, sempre


coloque as luvas com cuidado e atenção para garantir o máximo de proteção, ficando atento
caso algum membro da sua equipe esqueça a higienização dos enfermeiros.
Salientamos então que, cada local hospitalar tem um protocolo de limpeza
específico, desenvolvido para oferecer segurança aos pacientes e à equipe de enfermagem.
Atualmente, todo profissional ativo deve seguir os padrões éticos e técnicos para garantir que
o controle das IH seja efetivo e é nesta conduta que deve ter boa higiene e obedecer aos
critérios acima mencionados cuidado assim da saúde do paciente e prevenindo infecções
específicas.
O enfermeiro deve estar cônscio de seu papel na instituição hospitalar, visto que
sua atuação não abrange somente a hospitalização em si, no que tange a responsabilidade de
dar informações sobre o paciente. Nessa perspectiva ele deve atuar de modo preventivo,
evitando o agravamento do problema de IH frente a COVID- 19.
Podemos então concluir, como as ações na prevenção de infecções hospitalares
são extremamente importantes no dia a dia da equipe de enfermagem frente a pandemia da
Covid-19 pois são eles que evitam a propagação de microrganismos resistentes e maléficos,
garantindo a boa saúde de todos e a qualidade do serviço do hospital. O Enfermeiro, ao fazer
parte da equipe de saúde, independente de compor a equipe médica, pelas funções que
desempenha dentro das instituições hospitalares, deve estar apto a desenvolver ações de
vigilância das IH, e atuar como multiplicador das ações de prevenção. Essa atividade é
facilitada pela criação de protocolos internos de prevenção e controle das IH.

REFERÊNCIAS

BORBA, G. Princípios e variáveis da aprendizagem organizacional para a implantação


de sistemas integrados de gestão em ambientes hospitalares. 2005. Tese (Doutorado em
Engenharia da Produção) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2015.

BRUSCATO, W. L; AMORIN, S. F.; HABERKORN, A.; SANTOS, D. A. O Cotidiano do


no hospital Geral. 2013.

CONSELHO FEDERAL DE ENFERMAGEM. Normatiza as atribuições dos profissionais


de enfermagem em Centro de Material e Esterilização (CME) e em empresas
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processadoras de produtos para saúde. Resolução Cofen 424, de 19 de abril de 2012.


Brasília: COFEN, 2012.

CARDO, D. Comparação entre dois métodos de coleta de dados de infecção hospitalar


em Hospital de Ensino. São Paulo, 2019. Tese de Mestrado, Escola Paulista de Medicina. 

CUNHA, A. Conhecimento organizacional e o processo estratégico dos hospitais. 2002.


Dissertação (mestrado) - Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2002.

FARACO, MM, Albuquerque GL. Auditoria do método de assistência de enfermagem.


Rev Bras Enferm 2004.

FERNANDES AT, Ribeiro Filho N, Barroso EAR. Conceito, cadeia epidemiológica das
infecções hospitalares e avaliação custo benefício das medidas de controle. In: Fernandes
AT, Fernandes MOV, Ribeiro Filho N, organizadores. Infecção hospitalar e suas interfaces
na área da saúde. São Paulo: Atheneu; 2019. p. 215-65.

LACERDA RA. Infecção hospitalar e sua relação com a evolução das práticas de
assistência à saúde. In: Lacerda RA. Controle de infecção em centro cirúrgico: fatos,
mitos e controvérsia. São PAULO: Atheneu; 2019. p. 9-23. 10Souza ACS, Tipple AFV,
Pereira MS, Prado MA, et al. Desafios para o controle de infecção nas instituições de saúde:
percepção das enfermeiras. Ciênc Enferm. 2000; 8 (1): 19-30. 11Pereira MS, Morya TM.
Infecção hospitalar: estrutura básica de vigilância e controle. Goiânia: AB Editora; 1994.

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