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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA


PRÓ-REITORIA DE PÓS GRADUAÇÃO
CURSO DE ESP. EM CONTROLE DE INFECÇÃO EM ASSISTÊNCIA À
SAÚDE (CIAS)

ANA BEATRIZ SOUZA E SOUZA


BIANCA PEREIRA FROSSARD
MARIA APARECIDA F. ERNADI
MARIANE F. LOURENÇO DA ROCHA

INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS) E


DESFECHO EM PACIENTES DE TERAPIA INTENSIVA COM COVID-19

NITERÓI
2022
ANA BEATRIZ SOUZA E SOUZA
BIANCA PEREIRA FROSSARD
MARIA APARECIDA F. ERNADI
MARIANE F. LOURENÇO DA ROCHA

INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE (IRAS) E


DESFECHO EM PACIENTES DE TERAPIA INTENSIVA COM COVID-19

Trabalho para obtenção de nota


da disciplina de Áreas Especiais
ministrada pela professora Dra.
Márcia Lima.

NITERÓI
2022
RESUMO:

A pandemia pela Covid-19 trouxe desafios aos serviços de saúde, com


necessidade de adaptações de estrutura, insumos e profissionais para atender
a fluxos súbitos de pacientes, o que pode ter acarretado em quebras de medidas
de prevenção de infecções relacionadas a assistência a saúde (IRAS).
Características do paciente Covid-19 crítico, com admissões na terapia
intensiva, múltiplos acessos centrais, ventilação mecânica e prolongada, posição
prona e uso de corticoides, os tornam vulneráveis as IRAS.

No Brasil, o primeiro caso foi identificado em 26 de fevereiro de 2020


no Estado de São Paulo, e o primeiro óbito em 17 de março de 2020, no mesmo
estado. Medidas de contenção do avanço incluem cuidados com higiene, a
testagem do maior número de casos e o isolamento social, haja vista ser uma
doença que pode não expressar sintomas em seus portadores.

Com isso, todas as medidas tomadas até o momento visam a evitar a


superação da capacidade dos sistemas de saúde em atender à população que
evolui para as formas mais graves da doença. Nessas situações, são
necessárias internações em UTI e o uso de ventiladores pulmonares para o
suporte respiratório desses casos.

Entretanto, as intervenções críticas tais como os testes, equipamentos


de proteção individual (EPI), leitos de UTI, ventiladores, terapêutica e vacinas,
devem ir primeiro aos profissionais de saúde da linha de frente e a outros que
cuidam de pacientes doentes e que mantêm a infraestrutura crítica em operação.
Em particular os trabalhadores que enfrentam um alto risco de infecção e cujo
treinamento dificulta sua substituição, devem ser priorizados.

Portanto, esses trabalhadores devem ter prioridade não porque sejam


de alguma forma mais dignos, mas por causa de seu valor instrumental: eles são
essenciais para a resposta à pandemia. No entanto, o fato de estarem na linha
de frente aumenta consideravelmente o risco de infecção, especialmente na
ausência de EPI e de protocolo adequado de trabalho.

Todavia, uma infecção nosocomial, também chamada “infecção


adquirida no hospital”, “infecção hospitalar” ou “Infecção Relacionada a
Assistência em Saúde (IRAS)”, é definida, de acordo com a Portaria nº 2.616 do
Ministério da Saúde do Brasil, como aquela que se surge após 72 horas de
internação, ou antes, desde que relacionada a procedimentos diagnósticos e/ou
terapêuticos realizados com o paciente, assim como após a alta hospitalar ou
infecções ocupacionais nos profissionais de saúde (ARAÚJO, 2018).

Contudo, devido aos procedimentos realizados durante a internação


na UTI, o paciente vive em constante exposição à sua própria microbiota e a do
ambiente hospitalar. A maioria das vezes eles são acometidos por diversas
complicações do processo hospitalar, como doenças agudas ou até mesmo
complicações de doenças crônicas.

Pode se encontrar microrganismo colonizado em várias partes do


corpo como fossas nasais, garganta, intestinos e pele, sendo que cavidade nasal
tem sido apontada como a área mais frequentemente positiva e a mais
importante fonte do mesmo.

É importante ressaltar que a Klebsiella sp. e o Citrobacter


normalmente compõem a microbiota do intestino do homem, principalmente nas
fezes. Assim, devido à proximidade com o aparelho gênito-urinário, é frequente
a ocorrência dela e de outras enterobactérias na infecção de trato urinário
(ARAÚJO, 2018).

Além disso, estratégias para impedir o surgimento de organismos


multirresistentes que não envolvem alterações na utilização de antimicrobianos
(que afetam a pressão seletiva) passaram a ser essenciais e elas envolvem
principalmente medidas de controle de infecção (que afetam a pressão de
colonização e a transmissão de paciente para paciente). Atenção cuidadosa a
essas atividades tem sido usada para conter surtos de organismos resistentes.

Podemos concluir que, a adesão à higiene das mãos, treinamento,


capacitação da equipe de saúde e implementação de estratégias específicas do
manuseio dos dispositivos para diminuir a infecção devem ser realizadas
periodicamente em todas UTI.

Com isso, a adesão aos protocolos de prevenção de IRAS são


fundamentais para o controle de casos de infecções hospitalares e disseminação
de bactérias multirresistentes. O controle de comorbidades e a vacinação contra
SARS-Cov-2 são fatores importantes nos desfechos clínicos dos pacientes com
covid-19.

REFERÊNCIA

Vieira, C.L.R. et al. Infecções relacionadas à assistência à saúde (iras) e


desfecho em pacientes de terapia intensiva com covid-19. The Brazilian
Journal of Infectious Diseases. Disponível em: infecções relacionadas à
assistência à saúde (iras) e desfecho em pacientes de terapia intensiva com
covid-19 - sciencedirect. Acesso em: 10 de dezembro de 2022.
Tangerino, J.C. et al. Infecções relacionadas a assistência à saúde e
covid-19: impacto nos desfechos clínicos e perfil microbiológico em unidades de
terapia intensiva da cidade de araras – sp. The Brazilian Journal of Infectious
Diseases. Disponível em: infecções relacionadas a assistência à saúde e covid-
19: impacto nos desfechos clínicos e perfil microbiológico em unidades de terapia
intensiva da cidade de araras – sp | scholars portal journals. Acesso em: 10 de
dezembro de 2022.

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