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,Segurança e Riscos Ocupacionais dos Funcionários de Saúde em

Ambiente Hospitalar face a COVID-19 no Hospital Geral de


Quelimane

Leila Maria Joaquim Fijamo


Mestrando em Saúde Pública na Universidade Católica de Moçambique. Extensão
Quelimane
Licenciada em Psicologia Educacional na Universidade Licungo. Extensão Quelimane.

Resumo
O presente artigo cientifico aborda sobre: Segurança e Riscos Ocupacionais dos Funcionários de Saúde em
Ambiente Hospitalar face a COVID-19 no Hospital Geral de Quelimane. Nesta linha de raciocínio, possui como
objectivo conhecer as formas de seguranças e controle dos riscos nos Funcionários de Saúde que ocorrem em
Ambiente Hospitalar face a Pandemia da COVID-19 no Hospital Geral de Quelimane. Portanto, o principal
problema de saúde que afecta os profissionais envolvidos directamente no cuidado dos pacientes
diagnosticados com a infecção provocada pelo COVID-19 é o risco de contaminação pela doença. Há muitas
evidências que indicam o alto grau de exposição e contaminação dos profissionais de saúde pelo COVID-19.
Portanto, pandemia requer maior atenção ao trabalhador de saúde também no que se refere aos aspectos que
concernem à sua saúde mental. Tem sido recorrente o relato de aumento dos sintomas de ansiedade,
depressão, perda da qualidade do sono, aumento do uso de drogas (comprimidos), sintomas psicossomáticos e
medo de se infectarem ou transmitirem a infecção aos membros da família uma das preocupação dos
funcionários. Sendo assim, para a realização deste trabalho, recorreu-se nas revisões bibliográficas que versam
sobre o tema inclinados, enfatizando as medidas necessárias para a protecção e a promoção da saúde física e
mental dos profissionais e trabalhadores da saúde face a esta pandemia.

Palavra-chave: COVID-19, Ambiente Hospitalar, Funcionários de Saúde, Segurança e risco ocupacional.

1. Introdução
A pandemia de Covid-19 tem produzido números expressivos de infectados e de óbitos no
mundo. Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde, até 3 de Junho de 2020 foram
notificados 6.287.771 casos confirmados e 379.941 óbitos pelo novo corona vírus, afectando
principalmente os continentes americanos e europeu. A velocidade com que a Covid-19 tem se
espalhado entre os países, e dentro de cada um, tem influenciado o quotidiano de bilhões de pessoas
no planeta. (Rothan, 2020).

Diante da ausência de vacinas e de tratamento comprovadamente eficaz, as estratégias de


distanciamento social têm sido apontadas como a mais importante intervenção para o controle da
Covid-19. No entanto, para as equipes de assistência à saúde, especialmente aqueles profissionais
que estão no cuidado directo de pacientes com suspeita ou diagnóstico confirmado de Covid-19 em
serviços de atenção primária, nas unidades de pronto-atendimento e nos hospitais, a recomendação
de permanecer em casa não se aplica.
Os profissionais de saúde constituem um grupo de risco para a Covid-19 por estarem expostos
hirtamente aos pacientes infectados, o que faz com que recebam uma alta carga viral (milhões de
partículas de vírus). Além disso, estão submetidos a enorme estresse ao atender esses pacientes,
muitos em situação grave, em condições de trabalho, frequentemente, inadequadas. Ressalta-se
ainda que a força de trabalho em saúde não é homogénea, porquanto apresenta diferença de
género, raça e classe social, estruturantes do acesso aos diversos níveis e cursos de formação
profissional, bem como das oportunidades de inserção no mercado de trabalho reproduzindo-se no
quotidiano das relações de trabalho no âmbito dos serviços de saúde.

Assim sendo, a protecção da saúde dos profissionais de saúde, assim, é fundamental para
evitar a transmissão de Covid-19 nos estabelecimentos de saúde e nos domicílios dos mesmos, sendo
necessário adoptar protocolos de controlo de infecções (padrão, contacto, via aérea) incluindo
máscaras N95, aventais, óculos, protectores faciais e luvas. Além disso, deve-se proteger a saúde
mental dos profissionais e trabalhadores de saúde, por conta do estresse a que estão submetidos
nesse contexto.

Para o efeito, lavar as mãos com água e sabão e/ou higienizá-las com álcool-gel, manter
distanciamento social, usar máscara naso-oral, evitar tocar os olhos, a boca e o nariz, se tiver
dificuldades respiratórias, febres e tosse contactar equipas médicas, estabelecer o isolamento de
casos da doença e quarentena para casos suspeitos, bem como evitar locais de confluência
populacional são algumas das medidas de prevenção da propagação da COVID-19 sugeridas pela
Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde de Moçambique (Ministério da Saúde de
Moçambique, 2020c; World Health Organization, 2020c).

É com base nas constatações acima descritas que surge a necessidade de conhecer as formas
de seguranças e controle dos riscos nos funcionários em ambiente laboral face a pandemia da
COVID-19. Embarca-se para o presente estudo na expectativa de que as constatações resultantes do
mesmo poderão servir como meio de intervenção por parte das autoridades sanitárias de do hospital
Geral de Quelimane e nos hospitais de Moçambique, imbuindo-as de ferramentas objectivas para
intervenção no campo das mudanças comportamentais e práticas dos funcionários em particular e
da população em geral.

Assim sendo, para a realização deste artigo, a autora ira trazer na base do reportório
académica e social com os seguintes caminhos como: apresentar as formas de transmissão e infecção
da COVI-19 nos trabalhadores de área de saúde no ambiente Hospitalar, identificar os principais
factores que predispõem os profissionais da área de saúde aos riscos de contrair a doença; Discutir
com base na revisão da literatura sobre as formas de prevenção da covid-19 nos funcionários de
saúde.
Fundamentação Teórica

2.1. Problemas de saúde dos profissionais face a COVID-19

Globalmente, dispõe-se de poucas informações sobre o número real de trabalhadores da


saúde contagiados e adoecidos pelo novo coronavírus, de forma reconhecida pela própria
Organização Mundial de Saúde. Não há um processo sistemático de notificação de casos de COVID-
19 em profissionais de saúde, o que, associado à baixa testagem na maioria dos países, traduz-se em
um número muito subestimado de casos. No entanto, mesmo esse número subestimado é bem
assustador. Em vários países, os profissionais de saúde estão entre 12 e 25% do total de casos
confirmados de COVID-19 em toda a população. Em nosso país, levantamentos realizados por
universidades públicas encontraram positividade para a COVID-19 entre 25 e 50% dos profissionais
de saúde testados. (Singhal, 2020).

A maioria dos trabalhadores de saúde que actua no atendimento directo (face-a-face) com
pacientes e usuários terá maior chance de contacto com pessoas portadoras de COVID-19 e,
consequentemente, de se infectar. Como mencionado anteriormente, isso dependerá de múltiplos
factores como: actividade que executa, duração da jornada de trabalho, quantidade de pessoas que
atende, além do uso de Equipamentos de Protecção Individual, incluído a paramentação, retirada,
higienização (quando não for descartável) e descarte correcto destes equipamentos.

Outro ponto importante é a formação desses trabalhadores sobre aspectos de segurança e


saúde relativas ao ambiente de trabalho, possibilitando-os realizar suas actividades de modo a cuidar
da sua saúde e da saúde dos outros. Além desses aspectos básicos, há que se garantir jornadas de
trabalho e número de profissionais compatíveis com a demanda psíquica e física da função, além de
adequado monitoramento.

Em um momento de Emergência de Saúde Pública é compreendido que muitos profissionais


estão extrapolando jornadas formais e indo além para poder salvar vidas, mas é essencial que
paradas entre turnos ou jornadas sejam preservadas e realizadas. Revisão de fluxos de atendimento
e definição de características e condições para cada etapa de atendimento.

A melhoria das condições de trabalho, redefinição de fluxos assistenciais e instituição de


protocolos de rotina recomendados para controle da COVID-19 é imprescindível para a garantia de
ambientes de trabalho seguros. Medidas de carácter colectivo e individual devem ser
implementadas. Além da oferta de equipamentos de protecção individual, devem ser adoptadas
medidas de reorganização do processo de trabalho, com vista a minimizar o risco da infecção.

A exemplo do que se identificou em outros países, devem ser criados fluxos de atendimento
considerando as especificidades dos locais em que os mesmos são executados, indo da identificação
de casos na atenção básica até a atenção especializada, nas unidades intensivas. Medidas gerais
também são necessárias: redistribuição do número de trabalhadores nos ambientes e nos horários
de maior circulação; adequação dos processos e ambientes de trabalho às novas escalas e rodízios;
treinamentos para racionalizar os modos operatórios e oferta de apoio psicológico aos profissionais.
2.2. Formas de transmissão e infecção da COVI-19 nos trabalhadores de
área de saúde no ambiente Hospitalar

Ao interagirem com o ambiente de trabalho, os profissionais da área de saúde correm o risco


de se submeterem a agentes patógenos dos mais variados que causam doenças. As presenças de
riscos de infecções relacionados a diferentes variáveis epidemiológicas são classificadas,
principalmente, em três categorias: agentes, hospedeiro e actividade ocupacional.

O Ministério da Saúde conceitua Saúde do Trabalhador como um campo do saber que tem por
objectivo compreender as relações entre trabalho e saúde-doença, considerando a saúde e a doença
como processos dinâmicos, estreitamente articulados com os modos de desenvolvimento produtivo
da humanidade, em determinado momento histórico. Tem como princípio norteador a forma de
inserção dos indivíduos nos espaços de trabalho contribuindo decisivamente para formas específicas
de adoecer e morrer (Brasil, 2002).

Sendo assim, os agentes referem-se à análise do grau de virulência, toxicidade, dose


infecciosa. Já o hospedeiro refere-se à idade, género, raça, gravidez, imunidade, entre outros. No
caso das actividades ocupacionais, referem-se aos métodos, técnicas, qualidade dos equipamentos e
materiais de trabalho. Pela natureza de suas actividades, os profissionais da área de saúde precisam
ter a consciência de diminuírem os riscos aos materiais infecciosos como uma das principais formas
de reduzir a contaminação.

A análise das experiências dos países que enfrentam a pandemia da COVID-19 é roteiro
importante para a definição de acções, contribuindo para a adopção de intervenções estratégicas de
preservação da saúde dos/as trabalhadores/as na linha de frente de combate à epidemia. Dentre as
iniciativas imediatas de protecção para impedir a evolução da pandemia, os investimentos
registrados elegeram como pontos estratégicos: condições de trabalho (treinamentos diversos de
temáticas da COVID-19, aquisição de EPIs bem como orientação do seu uso correcto, diminuição das
jornadas de trabalho, além da implantação de novos fluxos de atendimento nos serviços de saúde);
testagem dos profissionais de saúde (vigilância e monitoramento de trabalhadores sintomáticos ou
assintomáticos); atenção para saúde do trabalhador da saúde (oferta de apoio psicológico,
atendimento especializado e suporte social para demandas familiares). (World Health Organization,
2020c).

A protecção no trabalho em saúde, como reconhecido, envolve aspectos como a ampliação de


leitos, distribuição de EPIs, relação adequada entre o quantitativo de profissionais ajustado à
demanda. Esses são aspectos mais visíveis e imediatos ao enfrentamento de problemas de
assistência à saúde. Mas é preciso a adopção de medidas estratégicas a fim de garantir a segurança
dos/as trabalhadores/as em todos os níveis de atenção, da atenção básica até a alta complexidade. A
seguir destacam-se recomendações para a protecção da saúde dos/as trabalhadores/as da saúde no
enfrentamento da COVID-19 no nos postos de saúde de Moçambique.

3. Os principais factores que predispõem os profissionais da área de


saúde aos riscos de contrair a doença da covid-19
Durante surtos e pandemias é comum que profissionais de saúde trabalhem muitas horas, sem
pausas e sob grande pressão, levando-os a fadiga e exaustão (Schwartz e Yen, 2020). Contudo, longas
jornadas reduzem o nível de atenção e rebaixam a capacidade de resposta, interferindo na qualidade
do cuidado em saúde (Silva, Rotemberg e Fischer, 2011).

Os profissionais precisam ter o tempo de repouso suficiente garantidos para se recuperarem


do desgaste físico e psíquico, sobretudo, porque, em uma pandemia, jornadas de trabalho extensas
aumentam a exposição ocupacional ao agente infeccioso, expondo o trabalhador a doenças e
acidentes. Do ponto de vista da segurança, também pode levar a erros no cuidado em saúde. Esses
erros estão relacionados a factores organizacionais, ambientais e a complexidade do cuidado em
saúde. Além disso, proporção considerável é mulheres com sobrecarga de função no contexto do
isolamento social, pois acumulam o trabalho doméstico, por vezes, com mais de um vínculo de
trabalho. (Ministério da Saúde de Moçambique, 2020c).

Também são apontados como factores que influenciam o risco:


 Actividade executada pelo trabalhador de saúde (por exemplo: contacto com
pacientes graves ou higienização e limpeza de ambientes de cuidado);
 Duração da jornada de trabalho;
 Número de pacientes atendidos e examinados;
 Uso adequado de Equipamentos de Protecção Individual (considerando os ambientes,
actividades e procedimentos);
 Paramentação e desparamentação dos EPIs;
 Adesão à higienização das mãos, nos cinco momentos preconizados pela OMS.

Outro aspecto importante para aumentar as chances de transmissão intra-hospitalar do novo


corona vírus é a substituição de profissionais de saúde que adoeceram pela COVID-19. Para a Anvisa,
com o afastamento, é possível que colegas assumam procedimentos e condutas que não são da sua
rotina, o que pode ser considerado um factor de risco.

3.1. As formas de prevenção da covid-19 nos funcionários de saúde.

A protecção quanto ao contágio pela COVID-19, por meio de inúmeras medidas, é um direito
dos profissionais e é uma clara estratégia para evitar a ocorrência de infecção, associada aos
cuidados de saúde. O conhecimento das formas de transmissão e dos factores que aumentam esse
risco são base para a adesão e implementação de medidas gerais e específicas para a redução do
risco de contágio, de adoecimento e da transmissão intra-hospitalar pela COVID-19. (Ministério da
Saúde de Moçambique, 2020c; World Health Organization, 2020c).

O combate à pandemia exige acções e serviços de saúde com profissionais em quantidade e


qualidade adequados à demanda. Pacientes com COVID-19, em casos graves, requerem tecnologias
de cuidado e procedimentos de alta complexidade que demandam profissionais de saúde treinados e
tecnicamente qualificados. Preservar a vida e saúde desses/as trabalhadores/as garantirá a oferta de
cuidados em saúde às populações. (World Health Organization, 2020a, 2020b).

O reconhecimento da COVID-19 como doença relacionada ao trabalho, principalmente entre


os grupos ocupacionais mais expostos, a exemplo dos/as trabalhadores/as da saúde é ponto
importante de pauta e merece destaque. Mesmo diante de uma epidemia, a natureza ocupacional da
doença não deve ser descartada, uma vez que o exercício ocupacional incrementa substantivamente
a infecção, especialmente quando as condições de biossegurança não estão devidamente atendidas.
Neste sentido, para protecção dos/as trabalhadores/as adoecidos é indispensável a emissão de
Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT) (Artigos 19 e 20 da Lei 8.213/91) e garantia de direitos
de afastamento acidentário. (Ministério da Saúde de Moçambique, 2020a).

São vários os factores que podem contribuir para o adoecimento de profissionais e também de
pacientes que não foram internados por sintomas respiratórios ou não foram confirmados com
COVID-19. Por isso, é necessária a protecção dos profissionais de saúde e da transmissão intra-
hospitalar da COVID-19. Segundo a Anvisa, as medidas de controlo da COVID-19 nos ambientes e
processos de cuidado têm como objectivos: “identificar e intervir nos factores e situações de risco às
quais os trabalhadores podem estar expostos durante suas actividades laborais, visando eliminar ou,
na sua impossibilidade, atenuar e controlar esses factores e situações.” As medidas de controlo
podem ser administrativas, de engenharia ou de protecção individual.

4. Metodologia da pesquisa

Para a elaboração este artigo, foi necessário o uso da revisão bibliográficas, metodologia de
consulta de algumas obras bibliográficas que versam sobre o tema nelas inclinadas e que tais obras
estão referenciadas na lista bibliográfica. Como se não bastasse, tratando-se dum trabalho científico
apresentou-se aqui aspectos relacionados com as formas de transmissão e infecção da COVI-19 nos
trabalhadores de área de saúde no ambiente Hospitalar, os principais factores que predispõem os
profissionais da área de saúde aos riscos de contrair a doença e por fim descrever as formas de
prevenção da covid-19 nos funcionários de saúde.

5. Propostas e recomendações

O estudo que trata do Segurança e Riscos Ocupacionais dos Funcionários de Saúde em


Ambiente Hospitalar face a COVID-19 reforça a importância de medidas preventivas para a redução
do risco de infecção entre os trabalhadores que actuam tanto ao nível hospitalar quanto na atenção
primária, destacando-se a importância da lavagem de mãos, uso de EPIs (gorro, máscaras N95, luvas
internas, óculos de protecção, roupas de protecção, capas para sapatos impermeáveis descartáveis,
aventais de isolamento descartáveis, luvas externas e escudo facial), por esses profissionais. Além
disso, enfatizam-se os cuidados individuais com os profissionais de saúde, que incluem o controle de
sintomas como febre, tosse, e realização de exames rotineiros (hemograma, tomografia torácica e
auto exame de sintomas respiratórios e temperatura corporal) como forma de triagem desses
profissionais.

Portanto, vários estudos destacam a necessidade de desinfecção da enfermaria a todo


momento e gerenciamento de exposição ocupacional, via observação, em tempo real, com correcção
instantânea de algum procedimento faltante ou inadequado. Transformações na ambiência também
são enfatizadas, como a inclusão de medidas rotineiras diárias como limpeza das máquinas
anestésicas e respiradores, purificadores de ar para as áreas designadas, colocação e retirada de EPI,
cobertura dos equipamentos médicos com papel filme, instruções para a inserção e retirada das
roupas, restrição da área de circulação e até procedimentos no paciente que envolveriam a
intervenção e a recuperação, no mesmo local. Além disso, sugerem a substituição de todos os
documentos de papel por informações digitais, incluindo prescrições, fichas, registos médicos,
informações de consentimento e resultados dos exames para evitar a troca de materiais entre os
profissionais.

No que se refere à reorganização do processo de trabalho, destaca-se a adopção de turnos de


6 horas de trabalho dos enfermeiros, com superposição de uma hora e a implantação da monitoria
online ou presencial do trabalho desses profissionais e a necessidade de separação de equipes em
cuidadores e não cuidadores de COVID-19, para reduzir o risco de transmissão, destacando-se,
também, a necessidade de capacitação dos profissionais para a homogeneização dos processos de
trabalho das equipes de saúde, enfatizando-se, inclusive, o uso de tecnologias digitais, como, por
exemplo, o envio de vídeo sobre colocação e retirada de EPIs.

6. Conclusão

A actuação dos/as trabalhadores/as da saúde é elemento central no enfrentamento da


pandemia. A realização deste trabalho não pode ser caminho para o adoecimento e a morte. O
direito à vida e a execução do trabalho em condições seguras e protegidas é uma meta a ser
incorporada nas acções de enfrentamento da epidemia. Sem esse elo da rede de atenção, não há
como superar essa situação de desastre e crise.

As contribuições aqui sistematizadas objectivam chamar a atenção para problemas


consistentemente já sinalizados na literatura, com evidências robustas. Pretendem ainda contribuir
para fortalecer alertas que não nascem nessa epidemia, mas que a sua vivência permite visualizar
com maior clareza: é preciso prover condições de trabalho adequadas para que o trabalho possa ser
realizado e alcançar suas finalidades e, para isto ocorrer, é preciso garantir e proteger a vida dos/as
trabalhadores/as.

Para concluir, então, cabe reiterar as recomendações da OMS com relação ao apoio que a
população em geral pode dar aos profissionais e trabalhadores em saúde. Para os profissionais de
saúde que estão na linha de frente do combate à pandemia, um estímulo necessário é o
reconhecimento do esforço, até mesmo do sacrifício que muitos estão fazendo para continuar
trabalhando nas condições em que trabalham. Saber que a família está segura, os amigos e a
sociedade valoriza seu trabalho é fundamental para que eles consigam enfrentar com coragem e
esperança a difícil tarefa em que estão empenhados.

7. Referencias Bibliográficas

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