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Resumo
A utilização da alvenaria estrutural é comum há milhares de anos, e este método
construtivo apresentava largas dimensões, diante da ausência de compreensão
sobre resistência dos materiais e técnicas de cálculo. Na atualidade, frente a uma
crise intensa enfrentada pela população, há uma busca constante por alternativas
que minimizem as dificuldades impostas aos profissionais da engenharia civil e
empresas do ramo. Esse projeto tem como objetivo, através de pesquisas
bibliográficas, afirmar a viabilidade com relação aos custos de alvenaria estrutural,
especialmente na pandemia da Covid-19 devido a instabilidade do preço do aço,
além de mostrar as vantagens e desvantagens já existentes desse método
construtivo. Na fase pré-pandemia houve a constatação do menor custo,
consequentemente, uma maior economia. Na pandemia, essa diferença de custo e
econômica vieram a se intensificar por consequência da alta dos preços de aço,
assim, tornando-a uma opção viável frente as instabilidades. Em relação às
vantagens técnicas a alvenaria estrutural se torna mais eficaz na execução de
paredes, armaduras, sustentabilidade, entre outros. Entre as poucas desvantagens
que existem, estão a impossibilidade de alteração da arquitetura, intenso
monitoramento das etapas da obra, limite na disposição das paredes,
dimensionamento dos vãos e restrição quanto à altura da edificação.
1. Introdução
A utilização da alvenaria estrutural é recorrente há milhares de anos, uma vez
que resgata a época dos egípcios, gregos e romanos. A execução desse sistema
neste período era sem nenhuma base teórica, nem conhecimento cientifico,
fazendo-se uso apenas da experiência obtida (PINHEIRO, 2018:05). De acordo com
Cavalheiro (2012:01), as alvenarias rudimentares apresentavam largas espessuras
em suas construções grandiosas, diante da falta de compreensão sobre resistência
dos materiais e métodos racionais de cálculo.
Na atualidade, diante de uma intensa crise encarada pela população mundial
há uma busca constante por alternativas que venham a driblar, minimizar ou superar
as dificuldades impostas aos profissionais da engenharia civil e empresas do ramo.
Diante da concorrência no mercado e pela necessidade de racionamento de custos,
a alvenaria em bloco estrutural se apresenta como uma opção com viabilidade
econômica sem perda de qualidade de desempenho da estrutura (PINHEIRO,
2018:01).
2
harmonizado com os outros projetos, uma vez que no futuro não haja alterações que
possam comprometer a segurança da edificação.
Segundo a ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland) (2013), no
Brasil, a utilização de alvenaria estrutural iniciou na década de 60, entretanto
somente no final dos anos 80 e início dos anos 90 esse sistema de construção se
potencializou e a coparticipação de universidades e empresas permitiram o
desenvolvimento de materiais e equipamentos nacionais para elaboração da
alvenaria. Dessa maneira, passou a ser dimensionada baseadas em noções
técnicas e discriminada de maneira racional.
Ao observar a estagnação ou diminuição da demanda por construções civis
devido a elevação súbita e com crescimento constante no preço do aço, provocada
pela pandemia de Covid-19, é valido o aprofundamento no estudo sobre as
vantagens e desvantagens da utilização de alvenaria estrutural. Esta é um método
construtivo que utiliza o mínimo de aço possível, uma vez que a transferência de
cargas da edificação é realizada pelas paredes em bloco de concreto ou cerâmico.
No contexto atual, o Brasil, assim como todo o restante do mundo passa por
uma pandemia do novo Corona vírus, e uma das principais medidas de controle da
propagação do vírus é o isolamento social, e com isso trouxe impactos negativos à
economia do país, e consequentemente, o acúmulo dos custos da construção civil
(MIRANDA, 2021:13). Segundo Amorim (2021), entre os artigos mais utilizados na
construção civil, os produtos derivados do aço foram os que obtiveram uma maior
variação de preço neste período pandêmico, sendo os tubos e conexões com alta de
91,66% em 12 meses até junho de 2021, e vergalhões e arames, com 78,35%.
Diante do que foi exposto, o objetivo do presente trabalho é afirmar a
viabilidade com relação aos custos de alvenaria estrutural, especialmente na
pandemia do novo Corona vírus devido à instabilidade do preço do aço. Além disso,
mostrar as vantagens e desvantagens já existentes desse método construtivo.
2. Desenvolvimento
2.1 ABNT – NBR 14868:2020
A norma técnica NBR 14868, publicada em agosto de 2020 incorpora as
antigas diretrizes no que diz respeito ao método construtivo com blocos estruturais
de concreto e cerâmico. É dividida em 3 partes: projeto, execução e controle de
obras e métodos de ensaio, respectivamente, e de maneira geral determina as
exigências para o projeto de alvenaria estrutural.
A NBR 16868-1 estabelece os requisitos mínimos de projeto, que totalizam 4
itens: qualidade da estrutura, em que se exige uma capacidade mínima de
resistência, desempenho em serviço e durabilidade das estruturas; qualidade do
projeto; documentação do projeto, o qual inclui desenhos técnicos e suas
especificações; e finalmente a avaliação da conformidade, com o intuito de analisar
se o projeto atende aos requisitos aceitáveis.
A NBR 16868-2 contempla os requisitos para execução e controle de obras
de alvenaria estrutural. Vale salientar que essa parte da norma ressalta os requisitos
gerais de controle, os quais se dividem em: planejamento e procedimentos. Não
menos importante, ainda há o item de recebimento e armazenagem de materiais e
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componentes dispondo que todos eles devem ser inspecionados com o objetivo de
identificar irregularidades.
A NBR 16868-3 engloba os métodos de ensaio de elementos de alvenaria,
tais como pequenas paredes, parede e prisma, que são submetidos às tensões de
cisalhamento, flexão, flexo compressão e compressão axial. Dentro desses
procedimentos de ensaio, cada item possui sua aparelhagem especifica, corpo de
prova com seus devidos parâmetros e dimensões, execução do ensaio, expressão
dos resultados e sendo finalizado com o seu respectivo relatório.
RESUMO DE CUSTO
ITEM VALOR
1 Fundação - radier R$ 4.418,05
2 Pilares R$ 1.661,16
3 Vigas R$ 2.355,99
4 Laje de cobertura R$ 3.171,15
5 Alvenaria de vedação R$ 1.128,08
Total R$ 12.734,44
RESUMO DE CUSTO
ITEM VALOR
1 Fundação - radier R$ 4.064,31
2 Laje de cobertura R$ 3.171,15
3 Alvenaria estrutural R$ 3.668,61
Total R$ 10.904,07
RESUMO DE CUSTO
PROCESSO CONSTRUTIVO EM ALVENARIA CONVENCIONAL
ITEM VALOR
1 Mão-de-obra R$ 30.432,37
2 Bloco R$ 6.492,94
10
3 Argamassa R$ 633,98
4 Concreto R$ 4.537,15
5 Aço R$ 8.438,42
6 Madeira para forma R$ 9.936,95
7 Laje R$ 3.214,72
8 Equipamentos alugados R$ 995,64
9 Telhado R$ 6.667,00
Total R$ 71.349,06
RESUMO DE CUSTO
PROCESSO CONSTRUTIVO EM ALVENARIA ESTRUTURAL
ITEM VALOR
1 Mão-de-obra R$ 24.853,16
2 Bloco R$ 8.662,10
3 Argamassa R$ 1.060,99
4 Concreto R$ 3.243,80
5 Aço R$ 3.976,24
6 Madeira para forma R$ 4.126,74
7 Laje R$ 3.214,72
8 Equipamentos alugados R$ 963,14
9 Telhado R$ 6.667,00
Total R$ 56.767,89
2.6.2 Armaduras
Diferentemente do método construtivo convencional, no qual já é intrínseco a
existência de armaduras refinadas e em ampla quantidade, na alvenaria estrutural
pode até ser ausente, ou somente construtivas e de amarração. Quando
necessárias, na sua grande maioria, são retas, sem ganchos ou dobras, além de
serem bem protegidas do processo de corrosão. Assim, torna-se notório que o
consumo de aço, mesmo na alvenaria estrutural armada, é menor quando
comparada às construções convencionais (CAVALHEIRO, 2012:06).
2.6.6 Sustentabilidade
Segundo a Resolução nº 307, de 05 de Julho de 2002, o CONAMA (Conselho
Nacional de Meio Ambiente) estabelece, dentre várias diretrizes, critérios e
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3. Conclusão
Baseado na justificativa desta pesquisa, a qual se tratou de observar o
aumento súbito do preço do aço provocado pela pandemia da Covid-19, e julgar
necessário o aprofundamento no estudo sobre as vantagens e desvantagens da
utilização de alvenaria estrutural, conclui-se, portanto, que o objetivo deste presente
estudo foi alcançado. Assim, afirmou-se a viabilidade com relação aos custos de
alvenaria estrutural, especialmente na pandemia do novo Corona vírus devido à
instabilidade do preço do aço. Além disso, mostrou-se as vantagens e desvantagens
já existentes desse método construtivo.
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No que diz respeito ao aumento no preço aço, 87% das empresas distribuídas
pelo Brasil foram afetadas por esse acréscimo, e destas, 32% alcançaram um
reajuste superior a 10% no valor desse material. Os Estados brasileiros que mais
sofreram com essa taxa percentual foram Mato Grosso, Goiás e Ceará,
respectivamente. Por sua vez, 55% das construtoras obtiveram uma elevação no
preço do aço em até 10%, e os Estados atingidos por esse acréscimo foram Espírito
Santo, Alagoas e Minas Gerais.
Em relação ao comparativo de custos entre os métodos construtivos
estudados, no período pré-pandemia, obteve-se uma diferença de 14,37% de
economia quando utilizado a alvenaria estrutural. Foi constatado, dessa maneira, a
vantagem econômica desse processo de construção, mesmo com a estabilidade do
preço do aço. Essa vantagem foi intensificada na fase pós-pandemia, quando a
cotação deste material alcançou níveis exorbitantes, e a depender da região e do
tipo de obra, essa diferença de custo pode chegar a R$ 14.581,17, representando
um percentual superior a 20% de economia.
No que se refere às vantagens da alvenaria estrutural, foi possível observar
um leque de benefícios em diferentes pontos desse método construtivo, tais como
paredes, fundação, armaduras, mão de obra, etapas e tempo, incorporação de
projetos e sustentabilidade. No que concerne às desvantagens deste processo de
construção, estão elencadas a impossibilidade de alteração do layout dos cômodos,
necessidade de um intenso monitoramento de todas as etapas da obra. Além disso,
precisa-se de um limite em relação à disposição das paredes, dimensionamento dos
vãos e uma restrição quanto à altura da edificação.
Referências
TAUIL, C.A.; NESSE, J. M. Alvenaria Estrutural. São Paulo: PINI, 2010. 188 p.
Disponível em: http://www.profwillian.com/alvenaria/Alvenaria%20Estrutural%20-
%20Carlos%20Alberto%20Tauil.pdf . Acesso em: 24/12/2021.