UVA – Universidade Veiga de Almeida – Campus Cabo Frio 1

Análise De Viabilidade Econômica Entre Uma Estrutura Em Aço À

Uma Estrutura Em Concreto Armado

Economic Feasibility Analysis Between a Steel Structure and

a Reinforced Concrete Structure
Pedro de Souza Silva Urib – Graduando do Curso de Engenharia Civil da Universidade Veiga de Almeida (pedrourib5@gmail.com);
Túlio Cesar Borges de Melo – Mestre em Engenharia Civil (tulio.melo@uva.br)

Resumo

Durante muito tempo o método construtivo mais difundido no Brasil foi o concreto armado por sua excelência em obtenção de
matérias primas e sua fácil execução. Isso perdurou por anos, como também a utilização da alvenaria para fechamento vertical que
seus primeiros registros da utilização como técnica construtiva datam por volta de 9000 a 7000 a.C. Mas com os avanços tecnológicos
e o estilo de vida moderno caracterizado pela rapidez de resultados fez com que a necessidade do mercado focasse por execuções
mais rápidas, leves, peças milimétricamente fabricadas e sistemas menos onerosos. Neste artigo aborda-se uma análise comparativa
de custos de um edifício hospitalar de cinco pavimentos com estrutura em aço para com o mesmo edifício em concreto armado
visando o auxílio para a escolha do método construtivo que melhor se adapta a uma situação semelhante. Em seu resultado foi
observado que apesar do aumento significativo no preço do aço, o concreto armado foi 3,75% mais oneroso, correspondendo a um
gasto de R$61.488,74, sendo o seu maior gasto na superestrutura.

Palavras-chave: orçamento, estrutura, concreto, aço, viabilidade.

Abstract

For a long time, the most widespread construction method in Brazil was reinforced concrete, due to its excellence in obtaining raw
materials and its easy execution. This lasted for years, as did the use of masonry for vertical closing which, as stated by Dixini (2018),
the first records of its use as a constructive technique appeared around 9000 to 7000 BC. But with technological advances and style
of modern life characterized by the speed of results has made the market need focused on faster executions, lighter, millimetrically
manufactured parts and less costly systems. In this article, a comparative analysis of the costs of a four-story hospital building with
a steel structure is approached with the same reinforced concrete building, aiming at helping to choose the construction method that
best adapts to a similar situation. In its result, it was observed that despite the significant increase in the price of steel, reinforced
concrete was 3.75% more expensive, corresponding to an expense of R$61,488.74, being its largest expense in the superstructure.

Keywords: budget, structure, concrete, steel, viability.

UVA – Universidade Veiga de Almeida – Campus Cabo Frio
1 Introdução
Durante muito tempo o método construtivo mais
difundido no Brasil foi o concreto armado por sua
excelência em obtenção de matérias primas e sua fácil
execução. Isto perdurou por anos, como também a
utilização da alvenaria para fechamento vertical que,
como dito por Dixini, (2018), os primeiros registros de
sua utilização como técnica construtiva surgiram por
volta de 9000 a 7000 a.C.
Com o avanço da tecnologia construtiva, o
concreto armado apresentou-se como um ótimo método
estrutural e no século XX a sua difusão foi tamanha que
chegou a se tornar o segundo maior elemento consumido
no mundo, atrás somente da água.
Este é o método construtivo mais utilizado e
difundido no Brasil e por esse motivo o país tornou-se
pioneiro nesta tecnologia, o que torna este método uma
vantagem na assertividade de execução. Porém, com a
necessidade do homem de alcançar vãos maiores e
construir obras mais esbeltas, foi aberta uma frente de
estudo sobre qual alternativa utilizar para que se
obtivesse as propriedades mecânicas iguais ou melhores
que a do concreto armado e que representassem outros
tipos de vantagens. Sendo assim, o aço se apresentou
como uma boa alternativa.
Segundo Castro, (2008), um dos materiais que teve
uma grande influência sobre os avanços construtivos
foram as ligas metálicas que começaram a ser utilizadas
na construção civil em meados do século XVIII para
desenvolver obras de grande porte como a ponte de
Londres ou Torre Eiffel.
Além de apresentar boas características estruturais,
a construção em aço está dentro de uma categoria que se
caracteriza pela construção rápida e limpa que somada à
outras tecnologias como o Drywall (método de
fechamento vertical onde se é utilizado placas de gesso
2
acartonado parafusadas em perfis metálicos travados na
laje), o resultado é de uma grande economia no tempo e,
consequentemente, menor gasto.
Porém, apesar dessas vantagens, a indústria do aço
possui riscos pela sua relação direta com a economia
global, podendo sofrer de escassez e uma demora maior
no prazo das entregas, por exemplo, conforme levantado
pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção
(CBIC), 2021, referente ao indicado pelas empresas
estudadas, 84% indicaram escassez do aço e 82,9% que
o prazo de entrega está maior do que o normal, sendo o
aço o insumo que está com mais falta dentro do mercado.
Nas seções seguintes será apresentado o projeto
estrutural de um prédio hospitalar de cinco andares onde
inicialmente foi projetado e orçamentado em estrutura
em aço. Todo o prédio será redimensionado em concreto
armado, levando em consideração a infraestrutura e a
superestrutura (blocos e vigas de fundação, pilares, vigas
e laje) e ao final será apresentado os resultados
qualitativos e quantitativos sobre qual tipo de estrutura
será a menos onerosa, utilizando como referência a
tabela SINAPI.
1.1 Justificativa
Ao se iniciar um projeto, temos como uma das
principais características a busca pelo menor valor para
uma mesma execução e, o método é um dos instrumentos
mais utilizados para esta finalidade, sendo caracterizado
por Oliveira, 1999, composições de processos dos quais
nos retorna o conhecimento de uma determinada
realidade, afim de produzir determinado objeto ou
construir tecnologias.
Em comparação à estrutura em aço, existem
muito mais pequisas sobre o comportamento da estrutura
em concreto armado e seu custo. Por esse motivo
podemos citar vantagens desse sistema como boa
 3

trabalhabilidade, técnicas construtivas dominadas em 1.3 Fundamentação Teórica

todo o país e a sua alta resistência.
1.3.1 Engenharia de Custos
Porém, o avanço tecnológico e estilo de vida A engenharia de custos é um dos fatores mais
moderno caracterizado pela rapidez de resultados fez importantes para um bom sucesso em obra. Sendo
com que a necessidade do mercado focasse por definido de diversas formas dependendo da literatura.
execuções mais rápidas, mais leves e sistemas menos Engenharia de custos: Conjunto de

onerosos. As vantagens da estrutura em aço permeiam conhecimentos técnico-científicos especializados,

por esse objetivo de mercado, citando-as: execução mais
rápida, peças mais leves e infraestrutura menos robusta.
Por esse motivo a necessidade de pesquisas neste
âmbito se torna essencial e esclarecedora pois vai de
encontro às informações de carência na área,
proporcionando para o meio acadêmico e para o meio
profissional maior assertividade na tomada de decisão do
método estrutural.
1.2.1 Objetivos Gerais
Analisar através de estudos similares e de caso
a viabilidade econômica entre uma estrutura em aço e
uma estrutura em concreto armado de um prédio
hospitalar de 4 pavimentos, a fim de estabelecer qual das
estruturas é a menos onerosa.
1.2.2 Objetivos Específicos
 Pesquisar estudos similares.
 Estudar o projeto estrutural hospitalar em aço
utilizando o CypeCAD (software nativo do
projeto).
 Verificar a estrutura tanto em concreto armado
quanto em aço e extrair informações quantitativas
utilizando o TQS, Ftool e Excel.
 Calcular o orçamento de ambas estruturas e
analisar o custo final utilizando o Excel e a tabela
SINAPI.
 Definir qual sistema é o menos oneroso.
aplicados à avaliação de custos de bens e serviços.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, NBR 14653-1: Avaliação de bens Parte
1: Procedimentos gerais, 2001)
A engenharia de custos é uma área da
engenharia de suma importância e que não deve ser
desprezada e nem executada de uma forma não
profissional. A preparação correta é de grande
responsabilidade e é executada por um profissional
qualificado da área onde este, com sua experiência tem
a função de desenvolver de forma consciente e em curto
de período de tempo.
É a area da engenharia onde todas as variáveis
em uma execução deverão ser estimadas e quantificadas
afim de nos trazer como resultado uma estimativa de
custos (se estivermos tratando de insumos) e também um
orçamento atualizado de um determinado
empreendimento. Ela tem o seu início na previsão de
custos de uma obra mas persevera em sua fase de
construção até a sua finalização.
Quando bem empregada, detalhada e
atualizada, serve ainda como banco de dados para a
empresa do qual pode ser feito composições analíticas e
sintéticas para futuras orçamentações.
1.3.2 Composição do Orçamento
A composição de um orçamento é a soma do
custo direto, do custo indireto e do lucro previsto.
O custo direto é composto por: custo total da
obra + impostos sobre faturamento + lucro estimado.
 4

Custo: Total dos gastos diretos e indiretos de escoamento e tensão em troca de trabalhabilidade e
necessários à produção, manutenção ou aquisição de soldabilidade.
um bem, numa determinada data e situação. Custo Para Pinheiro (2005), o uso de aço em
direto de produção: Gastos com insumos, inclusive
estruturas traz uma série de vantagens. São estas:
mão-de-obra, na produção de um bem. Custo indireto
de produção: Despesas administrativas e financeiras, • Precisão milimétrica na fabricação das estruturas;
benefícios e demais ônus e encargos necessários à
• Devido ao fato das peças metálicas serem fabricadas
produção de um bem. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
industrialmente, torna-se mais fácil a garantia das
DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 14653-1: Avaliação
propriedades e dimensões dos materiais;
de bens Parte 1: Procedimentos gerais, 2001)
• Resistência à choques e vibrações;
Temos ainda o BDI (Benefício e Despesas
• Diminuição no tempo de execução de obras;
Indiretas), um percentual onde é a soma do custo
indireto com o lucro previsto e divido pelo custo direto • Obras mais limpas;

total da obra, porém, neste presente trabalho será
representado por um valor mínimo fixo de 30%.
Para a realização de um orçamento, temos que
fazer um levantamento detalhado de todas as atividades
previstas para a execução de cada sub-item. E as
composições de subitens sejam eles insumos, ou mão
de obra, formam um item composto na tabela SINAPI,
do qual é posto em sua tabela de forma que nos traga
um valor específico do item.
Todo o mês a Caixa Econômica Federal
atualiza a tabela SINAPI, levando isso em
consideração, vemos a importância de que todo
orçamento é feito de forma para aquele instante e que
por esse motivo deve-se sempre ser atualizado.
1.4 Estrutura em Aço
• Versatilidade: permite a montagem e desmontagem das
peças em diferentes locais;
• Estruturas leves e resistentes, o que possibilita vencer
grandes vãos;
• Possibilidade de reaproveitamento de material.
Para a realização dos cálculos de resistência,
diferente do concreto armado, na estrutura em aço temos
padrões de tamanhos de vigas e pilares pela ASTM
(American Society for Testing and Materials) se
caracterizando pelo limite de escoamento e a resistência
à ruptura do aço.

O aço estrutural tem como suas características

gerais a elevada tensão de escoamento, a tenacidade, a
boa soldabilidade e a homogeneidade microestrutural e
as suas composições químicas são estudadas e
elaboradas para atenuar essas características.
Para a maioria das aplicações o aço estrutural
contém carbono de cerca de 0,15% a 40% com outros
elementos de liga e a relação do aumento desse material
(carbono) representa um acréscimo dos valores limites
 5

1.5 Estrutura em Concreto Armado

Tabela 1 Aços de uso estrutural caracterizado de
O concreto tem uma baixa resistência à tração e
acordo com sua resistencia à tensão.
essa carência é sanada ao adicionar o aço em sua
estrutura. A sua característica principal é a elevada
resistência à compressão, por consequência, menor
probabilidade de flambar.
De acordo com Carvalho e Filho (2014), o uso
do concreto armado traz os seguintes benefícios:

• Apresenta boa resistência à maioria das solicitações;

• Tem boa trabalhabilidade, podendo se adaptar às mais

variadas formas, dando mais liberdade ao projetista;

• Permite a obtenção de estruturas monolíticas;

• As técnicas de execução são dominadas em todo o país;

• Dependendo da situação, pode competir com estruturas

de aço em termos econômicos;

• Desde que bem executado, apresenta elevada

durabilidade bem como resistência ao fogo superior à da
madeira ou aço;

• Possibilita a utilização de pré-moldados;

• Resiste a choques e vibrações, efeitos térmicos,

Fonte: NBR 8800 (2008)
atmosféricos e desgastes mecânicos.

Além de apresentar boas características A obtenção de estruturas monolíticas, sua boa

estruturais, a construção em aço está dentro de uma trabalhabilidade, alta resistência, durabilidade e o

categoria que se caracteriza pela construção rápida e domínio de suas técnicas são umas de suas vantagens e

limpa que somada à outras tecnologias como o Drywall para a realização dos seus cálculos de resistência temos

(método de fechamento vertical onde se é utilizado que determinar a sua relação de água/cimento, sendo

placas de gesso acartonado parafusadas em perfis esse um dos pontos mais importantes, pois determinará

metálicos travados na laje) temos resultado de uma o quanto de solicitação a estrutura finalizada resistirá.

grande economia no tempo e, consequentemente, menor

gasto. Porém, mesmo com vantagem do tempo, o custo
alto da introdução de novas técnicas dentro do mercado,
pode se tornar um fator determinante para a
inviabilização de um projeto.

Tabela 2 Relação de água/cimento de acordo com a
classe de agressividade do ambiente.
Fonte: NBR 6118 (2014)
De acordo com a NBR 6118 (2014), as seções
transversais das vigas não poderão apresentar largura
menor que 12 cm e a das vigas-parede, menor que 15 cm.
Estes limites podem ser reduzidos, respeitando-se um
mínimo absoluto de 10 cm em casos excepcionais, sendo
obrigatoriamente respeitadas as seguintes condições:
 Alojamento das armaduras e suas interferências
com as armaduras de outros elementos estruturais,
respeitando os espaçamentos e cobrimentos
estabelecidos nesta Norma;
 Lançamento e vibração do concreto de acordo com
a seção transversal de pilares e pilares-parede
maciços, qualquer que seja a sua forma, não pode
apresentar dimensão menor que 19 cm.
Em casos especiais, permite-se a consideração
de dimensões entre 19 cm e 14 cm, desde que se
multipliquem os esforços solicitantes de cálculo a serem
considerados no dimensionamento por um coeficiente
adicional gn, de acordo com o indicado na tabela, Em
qualquer caso, não se permite pilar com seção
transversal de área inferior a 360 cm².
6
Tabela 3 Valores dos coeficientes de majoração para
pilares e pilares-parede.
Fonte: NBR 6118 (2014)
2 Metodologia
Serão considerados os custos dos serviços
preliminares (inclusa a carga horária do engenheiro civil
e mestre de obras), a infraestrutura, a superestrutura do
projeto, cargas de vento e as cargas em estruturas
hospitalares de acordo com as normas vigentes NBR
6120 (2017) e NBR 6123 (1988).
Foi utilizado o software TQS, Ftool e Excel
para a verificação estrutural em concreto armado. A
concepção estrutural fora mudada vista que os vãos e
resistências alcançados pelo concreto armado são
distintos se comparados ao aço.
Após a verificação estrutural em concreto
armado foi feita a coleta de dados de ambas as estruturas
e utilizada uma planilha orçamentária no Excel para o
orçamento, com o auxílio dos dados da tabela SINAPI
do Rio de Janeiro de março, 2021.
2.1 Etapas de Coleta
 Pesquisa de estudos similares.
 Análise do projeto estrutural hospitalar em aço
utilizando o CypeCAD (software nativo do
projeto).
 Verificação do projeto estrutural em concreto
armado utilizando o TQS, Ftool e Excel.
 Extração de informações quantitativas de ambas
estruturas utilizando o TQS e o Excel.

 Cálculo de orçamento de ambas estruturas
utilizando o Excel e a tabela SINAPI.
 Comparação entre os resultados obtidos.
 Extração de gráficos utilizando o Excel.
 Conclusão e discussão dos resultados.
2.2 Estudos Similares
Neste tópico será abordado seis artigos dos
quais versam sobre a vantagem do sistema de aço
estrutural dividos da seguinte forma: Luis e Leal (2018)
e Mercury e Cardoso (2019), levam em consideração no
cálculo de orçamento a produtividade/tempo, a
infraestrutura e a superestrutura. Filho (2018) e Zanon
(2019), levam em consideração a infraestrutura e a
superestrutura. Ramos e Ricardo (2016) e Lacerda
(2019), levam em consideração somente a
superestrutura.
Zanon (2019), salienta que para futuras
pesquisas é importante levar em consideração a mão de
obra e a utilização de lajes mistas pois estas representam
uma grande economia.
Para Ramos e Ricardo (2016), “Para se ter uma
relação mais precisa de qual é mais vantajoso para o
cliente e para o executor, deve-se fazer um estudo quanto
à fundação, pois devido a variação de peso próprio,
varia-se a quantidade de materiais a serem utilizados
para a infraestrutura”
Mercury e Cardoso (2019), foi o único que
terceirizou o orçamento ao escolher a empresa RC
Construções Metálicas Ltda para o orçamento em
estrutura mista e a empresa GL Projetos e
Empreendimentos Imobiliários Ltda para o orçamento
da estrutura em concreto armado.
Segundo Mercury e Cardoso (2019) A RC
Construções Metálicas Ltda analisando todos os
elementos que compõe a estrutura constatou um valor de
R$ 980.000,00, sendo considerado todo o material mais
7
a mão-de-obra. E a GL Projetos e Empreendimentos
Imobiliários Ltda, considerando também o custo do
material e mão de obra, orçou a execução da estrutura de
concreto armado em R$ 1.000.068,36.
A RC Construções Metálicas Ltda estimou um
tempo de obra de aproximadamente 4 meses. E a
empresa de concreto armado, GL Projetos e
Empreendimentos Imobiliários Ltda, estimou um
período de obra de 10 meses.
As observações anteriormente explicitadas
serão observadas e demonstradas na tabela a seguir:
Tabela 4 Dados dos estudos similares em relação à
estrutura em aço.
Fonte: Autor (2021)
Analisando a tabela, verificamos que ao não
considerarmos a produtividade o custo da estrutura mista
fica muito mais onerosa.
Porém, Luiz e Leal (2018) e Mercury e Cardoso
(2019), ao acrescentarem a produtividade obtiveram
resultados expressivamente contraditórios aos outros
quatro artigos tendo a estrutura em aço como a menos
onerosa. Subentende-se a importância do acréscimo da
produtividade e o grande impacto que esta causa no
resultado final de custo.
3 Resultados e discussões

Nas seções subsequentes serão apresentados
dados extraídos pelo software TQS da verificação
estrutural de ambas tecnologias, afim de serem
explicitados e comentados.
3.1 Edifício
Tabela 5 Características do edifício.
Fonte: Autor (2021)
Características físicas básicas representadas
em ambos tipos de estruturas. Foi optado o pé direito de
2,80m, totalizando uma altura vertical de 11,20m.
Figura 1. Representação do sistema estrutural do
edifício.
Fonte: Autor (2021)
De acordo com o apêndice A, foi explanado
toda a planilha referênte à composição de custos
realizada e seus devidos quantitativos em concreto
armado. Nos retornando o valor total de R$498.100,39
de mão de obra, R$322.764,76 de encargos da mão de
obra e R$378.576,34 de BDI.
8
No apêndice B, temos que a estrutura em aço
nos retornou o valor de R$354.321,73 de mão de obra,
R$259.292,65 de encargos de mão de obra e
R$364.455,86 de BDI.
3.2 Estrutura em Concreto Armado
3.2.1 Dados Gerais
Tabela 6 Características da estrutura em concreto
armado.
Fonte: Autor (2021)
Fora criado um prazo de obra teórico de 6 meses
após análises da estrutura, tivemos o BDI mínimo de
30% empregado na estrutura e encargos sociais de
73,18% encontrados na tabela SINAPI de abril de 2021.
A laje do térreo é maciça e tem espessura de
10cm. Foi optada para os demais andares a laje
nervurada, com 16 cm de nervura e 5 cm de capa, pois
representa um método construtivo menos honeroso e
apresenta propriedades mecânicas parecidas.
3.2.2 Custo Por Etapa
Tabela 7 Composição dos Custos.
A superestrutura foi o fator de maior custo na estrutura
em concreto armado mas a sua infraestrutura também
teve uma parcela de representatividade pois o peso
 9

próprio deste tipo de técnica construtiva é maior fazendo estrutura e encargos sociais de 73,18% encontrados na
com que a sua fundação seja mais robusta. tabela SINAPI de abril de 2021.

3.2.3 Custo de Mão de Obra A laje do térreo é maciça e tem espessura de

11cm. Foi optada para os demais andares a laje mista,
Figura 2. Representação do custo de mão de obra em
utilizando-se de telhas-fôrma de 0,80mm do modelo MF
concreto armado em relação ao custo.
50 , sendo cotacionada pela empresa MetForm.

Tabela 9 Quantitativo de aço estrutural.

Fonte: Autor (2021)

Fonte: Autor (2021)
Na estrutura em concreto armado a
Esta tabela nos retorna o valor da quantidade
superestrutura teve o seu maior valor.
dos perfis estruturais utilizados na obra e também a sua
3.3 Estrutura em Aço massa.

3.3.1 Dados Gerais Ao diminuirmos o total do peso dos perfis

estruturais com o peso de aço total, extraímos o peso dos
Tabela 8 Caracterísitcas da estrutura em aço.
vergalhões, sendo 15.058,03 kg, o que é cerca de 45% a
menos do peso do aço empregado na estrutura em
concreto armado.

3.3.2 Custo Por Etapa

Tabela 10 Composição dos Custos.

A infraestrutura foi a etapa de menor custo

Fonte: Autor (2021)
estrutural na estrutura em aço pois a sua superestrutura
Já o prazo teórico para a estrutura em aço foi de tem o peso próprio menor se comparada ao concreto
3 meses, tivemos o BDI mínimo de 30% empregado na armado. Porém, sua superestrutura representou cerca de

75% do valor total, uma valor expressivamente alto pelo
preço do insumo ser alto.
3.3.3 Custo de Mão de Obra
Figura 3. Representação do custo de mão de obra em
aço em relação ao custo.
O maior custo de mão de obra da estrutura em
aço foi o da superestrutura, pela característica de
escassez de mão de obra em relação à técnica
construtiva.
3.3 Análise da Viabilidade
A comparação foi feita de forma simples e
objetiva, confrontando valores de cada tipo de estrutura
e definindo qual é a mais viável economicamente.
Tabela 11 Comparação de Custos.
Fonte: Autor (2021)
O custo entre ambas estruturas tem uma
variação que corresponde 3,75%, onde, o concreto
10
armado é o método mais oneroso, correspondendo um
acréscimo de gastos de R$61.488,74 se comparada à
estrutura em aço.
4 Considerações finais
Após as comparações, o objetivo do estudo foi
atingido. A estrutura em concreto armado foi 3,75%
mais onerosa, representando R$61.488,74 a mais que a
estrutura em aço.
Porém, ambas estruturas tem suas vantagens e
desvantagens que irá ser estudada e empregada de
acordo com o tipo de projeto.
A estrutura em aço representou o maior custo
de mão de obra em sua estrutura, porém, o concreto
armado obteve a maior representatividade de custo no
seu maior tempo de obra. O acréscimo de tempo impacta
no valor de mão de obra, aluguéis de equipamentos e
imprevistos que possam ocorrer durante a obra e diante
do estudo, sugere-se análises mais elaborados nos
âmbitos citados.
Considerando o receio em se empregar uma
tecnologia recente no canteiro de obra, a estrutura em
aço em si, mesmo que custosa, nos traz vantagens se
executada de uma forma organizada e rápida, levando
todas as problemáticas em consideração, como a
logística e a entrega de material principalmente.
Após os dados explicitados cabe ao profissional
da área avaliar as análises, compara-las com seu objetivo
de projeto e determinar qual método construtivo melhor
se encaixa.
UVA – Universidade Veiga de Almeida – Campus Cabo Frio 11

APÊNDICE A – Planilha de Orçamento Analítica de Obra em Concreto Armado.

 12

APÊNDICE B – Planilha de Orçamento Analítica de Obra em Aço.

UVA – Universidade Veiga de Almeida – Campus Cabo Frio 13

5 Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS . (2014). NBR 6118: Projetos de estruturas de concreto -
Procedimento. Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (1988). NBR 6123: Forças devidas ao vento em edificações.
Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2001). NBR 14653-1: Avaliação de bens Parte 1:
Procedimentos gerais. Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2008). NBR 8800: Projetos de estruturas de aço e de
estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2017). NBR 6120: Ações para o cálculo de estruturas de
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