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RESUMO: Devido ao grande crescimento da construção civil, novas tendências estão sendo
utilizadas para facilitar a execução estrutural. Umas dessas tendências é o emprego de alvenaria
estrutural com blocos de concreto. Alvenaria estrutural é um sistema construtivo de paredes
autoportante sem que se utiliza blocos de concreto, que formam a estrutura da edificação, eliminando
o uso de vigas e pilares e evitando o uso de blocos cerâmicos convencionais. Como existem muitos
fornecedores em nossa região, nem sempre normatizados, os blocos de concreto podem sofrer um
desvio de qualidade em sua produção, onde os mesmos devem suportar uma resistência mínima
estabelecida por norma para sua utilização, visando à segurança das obras de alvenaria estrutural. Há
vários tipos de ensaios que a norma12118(ABNT, 2013) estabelece para blocos de concreto, por
exemplo: análise dimensional, absorção de água, área bruta, área liquida, resistência à compressão e
retração por secagem. Com base na norma e no risco do desvio de qualidade dos blocos, nosso
objetivo foi analisar apenas os esforços à compressão que os blocos vendidos em nossa região
suportariam e verificar se eles atenderiam as exigências normativas. Após os ensaios, as empresas
testadas obtiveram uma qualidade inferior ao esperado e uma defasagem comprovada dos elementos
estruturais. Classificamos a empresa “A” como classe B (blocos de 4 até 8 MPa) e as empresas “B” e
“C” como classe D (blocos com resistência menor que 3MPa). Pudemos concluir que o respectivo
estudo de caso atingiu seu objetivo de avaliar os blocos estruturais de concreto.
ABSTRACT: Due to the great growth of construction industry, new trends are being used to facilitate
structural execution. One of these trends is the use of structural masonry with concrete blocks in
construction industry. Structural masonry is a constructive system of self - supporting walls in which
concrete blocks are used, which form the structure of the building, eliminating the use of beams and
pillars, avoiding the use of conventional ceramic blocks. Since there are many suppliers in our region,
not always standardized, concrete blocks can suffer a quality deviation in their production, in which
they must withstand a minimum established resistance for their use, aiming at the safety of structural
masonry works. There are several types of tests that NBR 12118/2013 establishes for concrete blocks,
for example: dimensional analysis, water absorption, gross area, net area, compressive strength and
drying shrinkage. Based on the Standard and the risk of quality deviation of the blocks, we will only
analyze the compression efforts that the blocks sold in our region support and if they meet the NBR
requirements. After the tests, the tested companies obtained a lower quality than expected, obtaining a
proven lag of the structural elements, with classification of company "A" as class B (blocks from 4 to
8 MPa) and companies "B" and "C" as class D (blocks with resistance less than 3MPa). In general, we
can conclude that the respective case study reached its objective of evaluating the concrete blocks of
concrete.
1
Acadêmico de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense (UNIPAR), campus Toledo.
E-mail: fernandozanatta1@hotmail.com
2
Professor Orientador, Engenheiro Civil, especialista em Engenharia de Avaliações e
Perícias, do curso de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense (UNIPAR), campus
Toledo. E-mail: felipeiser@prof.unipar.com.br
1
INTRODUÇÃO
2
da nossa região, para verificar se os mesmos estariam dentro das exigências
estabelecidas.
Acrescente demanda do mercado de alvenaria estrutural consolidou uma
larga escala de produção dos blocos de concretos, que tornou-se o material mais
utilizado nas obras deste segmento, ocasionando um problema de grande ênfase
em nossa região. Com base nesta crescente demanda, através de estudos
laboratoriais, verificamos se houve uma defasagem de qualidade em alguns
produtos, ou seja, se eles apresentariam um baixo nível de segurança em sua
produção, tornando a utilização dos mesmos um risco eminente e averiguamos se
os três fabricantes da nossa região estariam normatizados, dentro do padrão de
qualidade requisitado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 ALVENARIA
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muito pesados.Com o passar dos anos, esse processo apresentou evolução, tanto
nos elementos de vedação (blocos), quanto nos métodos de assentamento, o que
melhorou a aplicação da alvenaria nas construções. O aperfeiçoamento desses
elementos abriu um leque de possibilidades construtivas nesse segmento e com os
tipos diferenciados de blocos ocorreu uma grande demanda de produção para
atender o mercado civil. Os tipos de blocos mais comuns são: blocos de concreto,
bloco cerâmico, solo-cimento, bloco de gesso, entre outros.
4
que fazem com que este produto esteja intacto e em perfeitas condições de uso.
(SANDES, 2008)
5
qualidade de produção altíssima, pois sua estrutura física está relacionada à perfeita
fabricação para suportar as cargas da estrutura e seu peso próprio (SANDES, 2008).
A norma técnica classifica em 4 classes o uso dos blocos de concreto para
alvenaria estrutural nas construções. Estas classes são normatizadas, estudadas e
possibilitam aprovar o material para fabricação. Todo fabricante deve analisar as
normas para adequar-se à sua produção, pois cada classe atende a uma respectiva
função e a uma certa resistência característica dos blocos empregados(NBR 6136,
ABNT, 2007).
A família da classe A tem por finalidade de resistir no mínimo 8 MPa, suporta
maiores cargas da estrutura e é utilizada em locais com maior absorção de água,
que apresentam contato direto com intempéries.
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1.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS
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avalia a resistência da capacidade que a parede de alvenaria possui de suportar
cargas e ações mecânicas da estrutura, vento, choques e deformações.
Segundo a norma 6136 (ABNT, 2016), os blocos são elementos que suportam
todas as forças mecânicas da estrutura, sendo influenciadas diretamente pela sua
geometria, sua absorção de água e a sua resistência à compressão. Geometria, em
que as paredes devem ser espessas para suportar as cargas; absorção de água,
quando o material recebe chuvas e mesmo assim consegue resistir aos esforços,
chegando a sua resistência total à compressão, quando o elemento estrutural tem
condições de suportar as cargas de uma estrutura.
A norma de ensaio 12118(ABNT, 2016)descreve todos os passos que devem
ser seguidos para uma exata verificação das cargas suportadas pelos corpos de
prova. O posicionamento do bloco na prensa hidráulica é de suma importância para
manter a força concentrada no ponto exato. Deve-se imprimir uma carga uniforme,
ou seja, que varie gradativamente, evitando socos ou choques, e o corpo de prova
deve ser posicionado na prensa hidráulica, emparelhando seu centro de gravidade
com o eixo da máquina que executará o ensaio.
Outra norma a ser respeitada para a execução perfeita do ensaio é a ISO
7500-1:Materiais metálicos - calibração e verificação de máquinas de ensaio estático
uniaxial - parte 1: máquinas de ensaio de tração/ compressão - calibração e
verificação do sistema de medição da força(ABNT, 2016),que determina as
condições que a prensa hidráulica deve estar para análise e execução do teste com
perfeição. Prensa hidráulica é um dispositivo de força, que tem por finalidade medir
a quantidade de força ou carga que determinado material tende a suportar até sua
ruptura.
METODOLOGIA
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Há vários tipos, tamanhos e resistência de blocos de concreto no mercado.
De acordo com pesquisas em campo, o bloco M15 (14cmx19cmx39cm) é o mais
utilizado e vem sendo opção para obras em andamento. Por isso, será utilizado
como base este bloco para o ensaio à compressão, atendendo a norma 12118
:Blocos vazados de concreto simples para alvenaria – métodos de ensaio(ABNT,
2014), que estabelece todos os parâmetros e etapas do processo.
A primeira etapa do processo de testes e ensaios foi analisar os blocos que
foram testados e deveriam atender a norma vigente. Para tal, buscou-se três
fornecedores da região, que estariam inseridos no mercado da construção civil, e
avaliou-se seis blocos fabricados por cada um deles. Esta quantidade foi definida
pelo item 6.5.1, da norma6136 (ABNT, 2016) que determina esta quantia de testes,
devido ao desconhecimento do valor de desvio padrão do fornecedor ao fabricar os
blocos em suas respectivas empresas.
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Figura 3 – Prensa hidráulica utilizada para execução dos ensaios de ruptura.
Este resultado de carga deu início a conta para chegarmos ao valor da tensão
em megapascal (MPa), conforme a norma determina para cada bloco de concreto.
Mas, para isso, precisávamos do valor da área bruta total do bloco testado, que não
descontaria os valores dos furos, para o cálculo. Ou seja, para o cálculo da área
bruta efetuamos a multiplicação da largura do bloco vezes o seu comprimento em
milímetros (mm), o que resultou na área bruta de cada elemento em milímetros
quadrados (mm²).
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Figura 5 – Análise Dimensional dos blocos de concreto.
= Tensão (megapascal)
F= Força (newtons)
A= Área (milímetros quadrados)
Após o valor em MPa dos blocos ensaiados, concluímos que estes elementos
obedeciam às condições mínimas que a norma 6136(ABNT, 2016) exige para o uso
de blocos de concreto classe “A”.
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A última etapa dos cálculos foi a verificação da média de carga suportada
pelo lote de milheiro dos blocos de concreto, que está normatizada pela NBR
6136:2016, em que buscamos estimar por meio de fórmulas matemáticas pré-
determinadas, a quantidade de carga que um lote produzido pelas três empresas
poderia suportar sem conhecer o valor do desvio padrão do fabricante.
Em que:
fbk,est é a resistência característica estimada da amostra, expressa em
megapascal(MPa).
fb(1), fb(2),…, fbi são os valores de resistência à compressão individuais dos
corpos de provada amostra, ordenados crescentemente.
n é igual à quantidade de blocos da amostra.
Não se deve tomar para fbk,est valor menor que ψ.fb(1), adotando-se para ψ
os valores da tabela 2 ,em função da quantidade de blocos da amostra.
Quantidade
6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 18
de blocos
ψ 0,89 0,91 0,93 0,94 0,96 0,97 0,98 0,99 1 1,01 1,02 1,04
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RESULTADOS
5,95
6
5
4
2,82
3 2,45
2
1
0
A B C NORMA
FABRICANTES E NORMA CLASSE "A"
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Figura 8 – Gráfico dos blocos ensaiados da empresa A.
RESISTÊNCIA INDIVIDUAL DOS BLOCOS -
EMPRESA "A"
6,28
6,4 6,21
Resistência em MPa 6,20
6,2
6 5,89
5,8 5,64
5,51
5,6
5,4
0 1 2 3 4 5 6 7
BLOCOS
3
2,9 2,72
2,8 2,70 2,73
2,7
2,72
2,6
0 1 2 3 4 5 6 7
BLOCOS
2,5 2,28
2 2,67
2,22
1,5
1
0,5
0
0 1 2 3 4 5 6 7
BLOCOS
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resistência máxima dos blocos de concreto para dimensionamento da estrutura.
Conforme os cálculos nos anexos, verificamos o valor do Fbk, est de cada empresa.
A 5,26
B 2,728
C 2,18
Fonte: norma 6136 (ABNT, 2016)
CONCLUSÃO
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blocos apenas como elementos de vedação, pois os blocos não suportariam
qualquer tipo de carga permanente e carga móvel.
Concluímos que o respectivo estudo de caso atingiu o objetivo de avaliar os
blocos de concreto produzidos em nossa região, verificando a qualidade e a
resistência do material, tendo como princípio básico o uso das normas de alvenaria
estrutural como respaldo técnico prático e teórico.
REFERÊNCIAS
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ITALIANO, R. S. Alvenaria estrutural utilizando blocos cerâmicos estruturais e
comparação com obras em alvenaria convencional. Congresso Brasileiro de
Engenharia de Produção. Ponta Grossa, 2017.
TAUIL, C. A.; NESE, F. J. M. Alvenaria estrutural. 1. Ed. PINI. São Paulo, 2010.
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ANEXOS/ APÊNDICES
NBR 12118/2013 e NBR 6136/2016 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria
Analise Dimensional e Determinação de resistência a compressão.
Corpo Carga
Comp. Largura Altura Área Resistência
de Ruptura
(mm) (mm) (mm) (mm²) (Mpa)
prova (N)
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ENSAIO DE RUPTURA À COMPRESSÃO DOS BLOCOS DE CONCRETO
NBR 12118/2013 e NBR 6136/2016 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria
Analise Dimensional e Determinação de resistência a compressão.
Corpo Carga
Comp. Largura Altura Área Resistência
de Ruptura
(mm) (mm) (mm) (mm²) (Mpa)
prova (N)
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ENSAIO DE RUPTURA A COMPRESSÃO DOS BLOCOS DE CONCRETO
NBR 12118/2013 e NBR 6136/2016 - Blocos vazados de concreto simples para alvenaria
Analise Dimensional e Determinação de resistência a compressão.
Corpo Carga
Comp. Largura Altura Área Resistência
de Ruptura
(mm) (mm) (mm) (mm²) (Mpa)
prova (N)
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1.7 ANEXOS DE CÁLCULO
EMPRESA “A”
Dados:
fb 1 = 5,51
fb 2 = 5,64
fb 3 = 5,89
𝑛 6
𝑖= , 𝑠𝑒𝑛𝑓𝑜𝑟𝑝𝑎𝑟; 𝑖 = 𝒊 = 𝟑
2 2
5,51 + 5,64
𝐹𝑏𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = 2. − 5,89
3−1
𝑭𝒃𝒌, 𝒆𝒔𝒕 = 5,26 MPa
21
EMPRESA “B”
Dados:
fb 1 = 2,70
fb 2 = 2,728
fb 3 = 2,72
𝑛 6
𝑖= , 𝑠𝑒𝑛𝑓𝑜𝑟𝑝𝑎𝑟; 𝑖 = 𝒊 = 𝟑
2 2
𝟐, 𝟕𝟎 + 𝟐, 𝟕𝟐𝟖
𝐹𝑏𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = 2. − 𝟐, 𝟕𝟎
𝟑−𝟏
𝑭𝒃𝒌, 𝒆𝒔𝒕 =2,728 MPa
22
EMPRESA “C”
Dados:
fb 1 = 2,22
fb 2 = 2,28
fb 3 = 2,32
𝑛 6
𝑖= , 𝑠𝑒𝑛𝑓𝑜𝑟𝑝𝑎𝑟; 𝑖 = 𝒊 = 𝟑
2 2
𝟐, 𝟐𝟐 + 𝟐, 𝟐𝟖
𝐹𝑏𝑘, 𝑒𝑠𝑡 = 2. − 𝟐, 𝟑𝟐
𝟑−𝟏
𝑭𝒃𝒌, 𝒆𝒔𝒕 = 2,18 MPa
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