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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA

Departamento de Engenharia Civil

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL

ESTÁGIO PROFISSIONAL
ACOMPANHAMENTO DE UMA OBRA
(EXECUÇÃO DA ESTRUTURA)

Victor Ernesto Nhantumbo

Supervisores:

Prof. Dr. Engenheiro Pedro Sing Sang (DECI-FEUEM)


Engenheiro Deive Inhambizo (IDD CONSULTORIA)

Maputo, Fevereiro de 2021


UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA
Departamento de Engenharia Civil

CURSO DE LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL

ESTÁGIO PROFISSIONAL
ACOMPANHAMENTO DE UMA OBRA

(EXECUÇÃO DA ESTRUTURA)

Victor Ernesto Nhantumbo

Maputo, Fevereiro de 2021


PREFÁCIO

No âmbito do Trabalho de Culminação


do Curso, o estudante, impulsionado
pelo facto de poder entrar em contacto
com a vida profissional do engenheiro,
e poder aplicar na prática os
conhecimentos adquiridos na
universidade, embarcou para
desenvolvimento das competências no
âmbito da fiscalização e execução de
obras, assumindo deste modo a
responsabilidade e alcançar todos os
objectivos do estágio.

O presente documento refere-se ao


relatorio de estágio, que se integra no
âmbito de Trabalho de Culminação do
Curso, para a obtenção do grau de
Licenciatura em Engenharia Civil, da
Faculdade de Engenharia da
Universidade Eduardo Mondlane.
PREFÁCIO ii

Victor Ernesto Nhantumbo

Relatório de Estágio Profissional, apresentado Ao


Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de
Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane para
obtenção do Grau de Licenciatura em Engenharia Civil.

Autor:

(Victor Ernesto Nhantumbo)

Supervisores:

(Prof. Dr. Eng0 Pedro Sing Sang) (Eng0 Deive Inhambizo)

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PREFÁCIO iii

TERMO DE ENTREGA

Declaro que o estudante Nhantumbo, Victor Ernesto entregou as duas (02) cópias do
relatório do seu Estágio Profissional com a referência:

A Chefe da Secretaria

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PREFÁCIO iv

DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Nhantumbo, Victor Ernesto, declaro por minha honra, que este trabalho é
resultado da minha investigação com recurso a bibliografia em referência devidamente
citada ao longo do mesmo e que é submetido para a obtenção do grau de Licenciatura
em Engenharia Civil, pela Faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo
Mondlane.

Autor:

(Victor Ernesto Nhantumbo)

RELATÓRIO DE ESTÁGIO | DECI-FEUEM//2021


PREFÁCIO v

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a minha familia, por todo apoio e


disponibilidade, e pelo facto de me terem proporcionado a oportunidade de frequentar o
curso superior que tanto desejava.

Quero agradecer também, ao engenheiro Deive Inhambizo, não só pela oportunidade de


estagio que me foi concedida, como também por ter proporcionado que não só observe a
vida profissional de um engenheiro, mas também sentir em primeira pessoa, muito
obrigado!

Agradecer, aos meus docentes em especial ao Prof. Dr. Eng0 Pedro Sing Sang pela sua
paciência e atenção dedicada no tutoramento deste relatório de estágio profissional.

Aos meus colegas de carteira Aristides Zacarias Mimbire, Nordino Luís Paluluane e os
demais pelos momentos vividos e dificuldades enfrentadas.

A todos que contribuíram directa ou indirectamente, meu muito obrigado.

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PREFÁCIO vi

DEDICATÓRIA

À memória inescurecível da minha querida mãe Angelina Roberto Tovela, quis o


destino ti colocar distante de mim tão cedo, paz a sua alma!

À todos meus irmãos.

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PREFÁCIO vii

ÍNDICE DE TEXTO

Conteúdo Pág.

I. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................ 1

1.1. Formulação do Problema ................................................................................................................. 1

1.2. Justificativa ............................................................................................................................................ 2

1.3. Objectivos ............................................................................................................................................... 2

1.3.1. Objectivo geral ............................................................................................................................. 2

1.3.2. Objectivos específicos ............................................................................................................... 3

1.4. Metodologia ........................................................................................................................................... 3

1.5. Estrutura do Trabalho ....................................................................................................................... 4

II. APRESENTAÇÃO DO PROJECTO............................................................................................................. 5

2.1. Localização e Descrição da Obra ................................................................................................... 5

2.2. Materiaís ................................................................................................................................................. 6

2.2.1. Betão................................................................................................................................................ 6

2.2.2. Aço .................................................................................................................................................... 6

2.3. Infraestrutura ....................................................................................................................................... 6

2.4. Superestrutura ..................................................................................................................................... 7

2.4.1. Lajes e Escadas ............................................................................................................................ 7

2.4.2. Paredes e pilares e muros de contenção ........................................................................... 7

III. ACOMPANHAMENTO DA OBRA ......................................................................................................... 9

3.1. Melhoramento e Reforço dos Solos .............................................................................................. 9

3.1.1. Caso da Obra ............................................................................................................................... 10

3.2. Marcação da Obra no Terreno...................................................................................................... 12

3.2.1. Caso da Obra ............................................................................................................................... 12

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PREFÁCIO viii

3.3. Fundações ............................................................................................................................................ 14

3.3.1. Caso da obra ............................................................................................................................... 14

3.4. Elementos Verticais.......................................................................................................................... 17

3.4.1. Caso da obra ............................................................................................................................... 17

3.5. Lajes........................................................................................................................................................ 19

3.5.1. Caso da obra da Marginal ...................................................................................................... 19

3.6. Cofragens .............................................................................................................................................. 21

3.6.1. Elementos tipo que compõem a cofragem...................................................................... 21

3.6.2. Velocidade de enchimento do betão ................................................................................. 22

3.6.3. Caso da Obra ............................................................................................................................... 22

3.7. Execução das armaduras ................................................................................................................ 26

3.7.1. Caso da Obra ............................................................................................................................... 27

3.8. Betonagens .......................................................................................................................................... 28

3.8.1. Caso da Obra ............................................................................................................................... 29

3.9. Outras Actividades............................................................................................................................ 31

3.9.1. Electricidade............................................................................................................................... 31

3.9.2. Hidráulica .................................................................................................................................... 31

3.9.3. Impermeabilização dos muros ............................................................................................ 32

3.9.4. Diveros.......................................................................................................................................... 33

IV. CONTROLO DE QUALIDADE.............................................................................................................. 34

4.1. Betão ...................................................................................................................................................... 34

4.1.1. Controlo de Trabalhabilidade .............................................................................................. 34

4.1.2. Resistência à Compressão ..................................................................................................... 35

4.1.3. Caso da obra ............................................................................................................................... 35

4.2. Inspecção de Execução .................................................................................................................... 36

4.2.1. Inspecção das cofragens ........................................................................................................ 36

4.2.2. Inspecção das armaduras ...................................................................................................... 36

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PREFÁCIO ix

4.2.3. Inspecção das operações de betonagem ......................................................................... 37

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................................... 38

5.1. CONCLUSÕES ...................................................................................................................................... 38

5.2. RECOMENDAÇÕES ............................................................................................................................ 39

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................................... 40

ANEXOS .................................................................................................................................................................. 41

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PREFÁCIO x

ÍNDICE DE FIGURAS
Conteúdo Pág.

Figura 1 - Área de Impantação (Fonte: Google Earth) ........................................................................... 5


Figura 3 - Modelo Estrutural 3D do Edifício .............................................................................................. 8
Figura 2 - Modelo 2D das Lajes ....................................................................................................................... 8
Figura 4 – Escarificação dos solos ................................................................................................................ 10
Figura 5 - Aplicação da água durante a compactação........................................................................... 10
Figura 6 - Realização do ensaio Troxler na obra .................................................................................... 11
Figura 7 - Nivelamento do tout-venant ...................................................................................................... 11
Figura 8 - Compactação do tout-venant ..................................................................................................... 11
Figura 9 - Aplicação do betão de Limpeza ................................................................................................ 12
Figura 10 - Marcações fornecidas pela Estação Total. ......................................................................... 13
Figura 11 - Verificação de níveis na obra .................................................................................................. 13
Figura 12 - Marcação de um Pilar................................................................................................................. 13
Figura 13 - Marcação da escada .................................................................................................................... 13
Figura 14 - Armadura de esforcos de punçoamento. ............................................................................ 14
Figura 15 – Preparativos para início da amarração da armadura da laje de fundação ........... 15
Figura 16 - Malha inferior da laje de fundação ....................................................................................... 15
Figura 17 - Preparativos para início da amarração da malha da fundação. ................................ 15
Figura 18 - Cofragem da laje da fundação ................................................................................................. 16
Figura 19 - Colocação e vibração do Betão. .............................................................................................. 16
Figura 20 – Nivelamento usando régua mecânica. ................................................................................ 16
Figura 21 - Amarração da armadura dos pilares.................................................................................... 17
Figura 22 - Amarração dos muros................................................................................................................ 17
Figura 23 - Cofragem dos elementos verticais ........................................................................................ 18
Figura 24 - Descofragem dos elementos verticais ................................................................................. 18
Figura 25 - Escarificação da base ................................................................................................................. 18
Figura 26 - bandas maciça no alinhamento entre pilares ................................................................... 19
Figura 27 - Armadura colocada junto aos pilares .................................................................................. 19
Figura 28 - Nivelamentos dos escoramentos ........................................................................................... 20
Figura 29 - Armadura da laje pronta para a betonagem ..................................................................... 20
Figura 30 - Diferença entre pressões na cofragem de paredes de na cofragem de pilares ... 22

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PREFÁCIO xi

Figura 31 - Cofragem de um pilar ................................................................................................................. 23


Figura 32 - Muro devidamente escorado .................................................................................................. 23
Figura 33 - Cofragem escorada: Paredes ................................................................................................... 23
Figura 34 - Falha da cofragem devido ao défice de escoramento: Muro....................................... 23
Figura 35 – Zona de encontro entre duas vigas principais................................................................. 24
Figura 36 - Prumo fixado por um tripé ...................................................................................................... 24
Figura 37 - Inicio da colocação das chapas de cofragem: moldes .................................................... 25
Figura 38 - Inicio da cofragem da laje ......................................................................................................... 25
Figura 39 - Escoramento após o reforço .................................................................................................... 25
Figura 40 - Reforço do escoramento ........................................................................................................... 25
Figura 41 - Escoramento após a descofragem......................................................................................... 26
Figura 42 - Cofragem das escadas ................................................................................................................ 26
Figura 43 - Máquina usada para dobragem do ferro ............................................................................ 27
Figura 44 - Máquina usada para dobrar o ferro (máquina de moldar) ......................................... 27
Figura 45 - Armadura da laje com as respectivas patilhas ................................................................. 27
Figura 46 - Arranques de um pilar fixados na laje com base no epox ............................................ 27
Figura 47 - Reforço de armadura na zona dos "negativos" ................................................................ 28
Figura 48 - Zona de empalme ........................................................................................................................ 28
Figura 49 - Cofragem humedecida antes da betonagem ..................................................................... 29
Figura 50 - camiões-betoneira e durante o recebimento .................................................................... 29
Figura 51 - Betonagem de um muro, acompanhado da vibração .................................................... 30
Figura 52 - Cofragem de muro com areia na base para bloquear a saída de massa de betão
.................................................................................................................................................................................... 30
Figura 53 - Cabo ligado ao eléctrodo .......................................................................................................... 31
Figura 54 - Tubo fixado entre as duas malhas......................................................................................... 31
Figura 55 - Instalação da tubagem de drenagem ................................................................................... 31
Figura 56 - Tubagem das Piscinas ................................................................................................................ 32
Figura 57 - Impermeabilização do muro com a tela asfáltica............................................................ 32
Figura 58 - Aplicação do esferovite e Water bar em uma junta de dilatação .............................. 33
Figura 59 - Aplicação do cordão hidrófilo nas piscinas ....................................................................... 33
Figura 60 - Cubos para ensaio de laboratório ......................................................................................... 35
Figura 61 - Teste de slump .............................................................................................................................. 35

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PREFÁCIO xii

ÍNDICE DE TABELAS
Conteúdo Pág.

Tabela 1 - Características da fundação ....................................................................................................... 14


Tabela 2 - Prazos mínimos de Descofragem ............................................................................................ 26
Tabela 3 - Classes de consistência do ensaio de abaixamento de acordo com a NP ENV 206 –
1993 (Fonte APEB) ............................................................................................................................................ 35

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PREFÁCIO xiii

RESUMO

O Crescimento das actividades comerciais, Industriais assim como de áreas Urbanas, é


visto como base nas necessidades que a população tem em construir cada vez mais
infraestruturas, para satisfazer as suas necessidades.
Como é de se esperar, em qualquer actividade especialmente nesta área de construção
verificou-se o surgimento de muitos agentes, por vezes sem a necessária formação e
conhecimento.
Estas condições de grande concorrência entre empresas conduziram a uma redução
significativa dos custos estimados para a construção de empreendimentos e
consequentemente redução da qualidade dos mesmos.
Neste contexto a fiscalização assume um papel importante como uma componente que
garante a qualidade da construção.
Este trabalho procura aliar os conhecimentos teóricos com os conhecimentos recolhidos
em várias situações práticas no que diz respeito ao controlo de qualidade na construção
de um edifício com 7 pisos na Marginal em Maputo.

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PREFÁCIO xiv

SIMBOLOS E SIGLAS / ABREVIATURAS

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS


A400 Designação dos tipos correntes de armaduras ordinárias
EN Normas Europeias
FENG Faculdade de Engenharia
NP-… Norma portuguesa n.o…
REBAP Regulamento de Estruturas de Betão Armado e pré-Esforçado
RSA Regulamento de Segurança e Acções em Estruturas de Edifícios e Pontes
UEM Universidade Eduardo Mondlane
VB Ensaio de Vibração Vêbê

LISTA DE SIMBOLOS

Letras Latinas

𝑐𝑚 Centímetro (s);
𝑓𝑐𝑘 Valor característico da tensão de resistência no betão à compressão
aos 28 dias de idade
𝑀𝑃𝑎 Mega pascal;
𝑚 Metro (s);
𝑚 2 Metro quadrado (s);

Letras minúsculas gregas

o Ø Diâmetro
o γs Coeficiente de segurança para capacidade resistente de cálculo

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INTRODUÇÃO 1

I. INTRODUÇÃO

O controlo de qualidade é definido como a combinação de acções e decisões tomadas


de acordo com as especificações e verificações de modo a assegurar a satisfação das
exigências específicas.

O presente Relatório de Estágio Profissional surge no âmbito do Trabalho de Culminação


do Curso, para a obtenção do grau de Licenciatura em Engenharia Civil, da Faculdade
de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane.

A base motivacional impulsionadora da realização de estágio deve-se ao facto do


estagiário poder entrar em contacto com a vida profissional do engenheiro, e poder
aplicar na prática os conhecimentos adquiridos na universidade. A área de construção
civil é bastante competitiva, e devido à crise económica que o país enfrenta, tem
apresentado uma menor procura de profissionais na área, e portanto, o estágio serve
como alavanca para lançar os estudantes no mercado de trabalho.

O Estágio foi realizado na empresa IDD CONSULTORIA, que é uma empresa tem por
objecto prestação de serviços de consultoria diversa, nos vários domínios da engenharia,
cujo estagiário esteve integrado na equipe de fiscalização da construção do edifício de
um edifício de 7 pisos na Marginal. Pretendeu-se essencialmente desenvolver
competências no âmbito da fiscalização e execução de obras num período de quatro (4)
meses.

1.1. Formulação do Problema

No exercício de implementação de uma obra de engenharia, verifica-se a necessidade


de se incluir uma equipa que faça o seu acompanhamento, para garantir que tudo corra
como o previsto, de forma a se obter os resultados desejados de acordo com os padrões
de qualidade necessários e especificados no projecto. A essa equipe chama-se,
Fiscalização.

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INTRODUÇÃO 2

Fiscalização é a entidade que representa o Dono da Obra durante a execução ou


implementação de um determinado projecto. Neste âmbito, a fiscalização torna-se
responsável pela organização e coordenação dos trabalhos a executar, acumulando ao
seu trabalho de verificação do executado, a gestão de todas as actividades, os recursos
e documentos relacionados com a obra.

Devem também, assegurar um bom ambiente entre vários intervenientes em obra, de


forma a evitar conflitos, intervir em situações que possam comprometer o prazo da obra
e evitar sempre que possível, custos adicionais para não tomar a obra mais onerosa,
através de controlo exaustivo das quantidades executadas periodicamente (autos de
Medições), controlar o prazo da obra desde o início, pela sincronia entre o executado e
tempo, procurando manter uma melhoria contínua ao longo do processo de produção.

1.2. Justificativa

Nos tempos que correm, as obras podem começar para não chegarem ao fim com
resultados satisfatórios, pelo facto de haver muitos empreiteiros sem qualificação para
alguns trabalhos que fazem, por isso, nem todo empreiteiro deve ser inteiramente fiável
no desempenho das suas actividades.

Para garantir que não haja desvios exagerados quer nos prazos de execução das
actividades, quer dos respectivos custos, assim como a qualidade do produto final
produzido deve haver uma Fiscalização idónea e sempre eficiente no desempenho das
suas actividades.

1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivo geral

Basicamente, este estágio tem como objectivo geral, conciliar a pratica com a teoria
obtida durante todo o período de aprendizagem, para uma melhor consolidação técnica
do aprendizado.

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INTRODUÇÃO 3

O alvo deste relatório foi o estudo e acompanhamento dos processos construtivos de um


edifício, e do controle de qualidade das actividades desenvolvidas para a concepção do
mesmo.

1.3.2. Objectivos específicos

Constituíram os objectivos específicos deste relatório:

o Descrever os processos de melhoramento e reforço de solos de fundação;


o Descrever os processos de execução de fundações directas, de pilares, e de laje
fungiforme e especialidades;
o Descrever os métodos de Inspeção dos trabalhos executados.

1.4. METODOLOGIA

Assim para alcançar o objectivo final do trabalho abaixo se descreve de forma súmaria,
a metodologia seguida organizada em três fases, decorridas em simultâneo, cujos
conteúdos serão desenvolvidos nos capitulo seguintes:

1ª Fase: Análise de Projectos


Durante o periodo que decorreu o estágio realizou-se a análise dos projectos de:
Estruturas, Hidraúlica e Arquitectura, em conjunto com os técnicos da IDD
CONSULTORIA;

2ª Fase: Acompanhamento e Fiscalização da Obra


Paralelamente com análise de projectos, realizou-se o acompanhamento das obras que
iam tendo lugar durante o período temporal referido. Também nesta fase, as equipas de
fiscalização eram pluridisciplinares, constituídas pelos mesmos técnicos que haviam
procedido à apreciação dos Projectos das diferentes especialidades;

3ª Fase: Estudo da Matéria


Leitura de livros, bem como a consulta de websites, e realização questionário a peritos
da área.

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INTRODUÇÃO 4

1.5. Estrutura do Trabalho

O relatório apresenta-se subdividido em 5 capítulos, com a seguinte estrutura:

o Capítulo 1 – Introdução, onde se descreve a temática do estágio e os objectivos


gerais e específicos que estiveram na base do Estágio Profissional;
o Capítulo 2 – Apresentação do Projecto, onde se dá a conhecer a localização da
obra e descrição do projecto arquitetónico e estrutural;
o Capítulo 3 – Acompanhamento da Obra, onde são descritas as actividades
desenvolvidas para a concepção do edifício;
o Capítulo 4 – Controlo de Qualidade, dos equipamentos e materiais utilizados,
assim como o controlo de segurança dos trabalhos;
o Capítulo 5 – Conclusões, onde se retiram as principais observações e
considerações finais inerentes à experiência adquirida durante o estágio.

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INTRODUÇÃO 5

II. APRESENTAÇÃO DO PROJECTO

2.1. Localização e Descrição da Obra

Este trabalho decorreu em um estaleiro para construção de um edifício multihabitacional


de 7 pisos com duração de educação de 24 meses, a partir de Outubro de 2020. A obra
localiza-se na Avenida da Marginal na Cidade de Maputo, com uma área
aproximadamente igual a 1 400m2.

Figura 1 - Área de Implantação (Fonte: Google Earth)

Edifício desenvolve-se em dois pisos, com as seguintes funcionalidades:


o Piso de implantação/cave: Encontra-se o estacionamento, um novo bloco de
acessos verticais (com escadas e elevadores), e sanitários.
o Os restantes 6 pisos: Estão projectados os apartamentos.

O horário de trabalho na obra era o seguinte:

1) De Segunda-feira à Sexta-feira:
o No período da manhã: das 07h00minh às 12h00minh

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INTRODUÇÃO 6

o No período da tarde: das 13h00min às 17h00min.

2) Nos Sábados:
o No período da manhã: das 07h00minh às 12h00minh.

2.2. Materiaís

2.2.1. Betão

Os elementos estruturais constituintes do edifício serão construídos, de acordo com o


REBAP, por;

o Betão B35 (C30/37); fck = 30 Mpa; c=1,5;


o Betão de limpeza B15 (C12/15); fck = 12 MPa; c=1,5.

2.2.2. Aço

O aço em varão para betão armado de acordo com as especificações do REBAP é:


o Aço A400NR em varão;
o Aço A400NR em chumbadouros, quando omisso nos desenhos qualquer outro;
o Aço A400NR em malha electrossoldada.

2.3. Infraestrutura

Admitiu-se uma solução em fundações directas, constituída por uma laje de


ensoleiramento geral de betão armado com espessura de 0.70 m, dimensionada para
aos esforços de punçoamento e flexão.

Pela interpretação do estudo geotécnico, optou-se pelo melhoramento dos solos


existentes de forma a garantir uma base mais resistente para a fundação.

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INTRODUÇÃO 7

2.4. Superestrutura

O edifício será concebido em Lajes fungiformes maciças. As lajes são apoiadas em


pilares e paredes de betão armado.

Todos os elementos da estrutura, em betão armado, serão moldados em obra por forma
a garantir a continuidade e uma perfeita ligação entre os diversos elementos.

2.4.1. Lajes e Escadas

Como solução e princípio geral, adoptaram-se lajes fungiformes maciças de betão


armado com 0.22 m de espessura, apoiadas directamente em pilares, possuindo bandas
de reforço moldadas no local.

Uma das razões que se pode ter optado por selecionar uma laje fungiforme maciça é
devido às disposições de arquitectura que se pretendia.

Esta solução é relativamente antieconômica, pois se podia ter optado pela laje fungiforme
aligeirada que permite vencer grandes vãos, e obter uma maior economia de materiais.

As escadas são de lanço recto que terão um funcionamento estrutural com flexão entre
patins, estando estes apoiados nas lajes dos pisos que comunica.

São basicamente constituídas por laje maciça com 0.15 m de espessura, sendo os
degraus obtidos por simples enchimento em betão.

2.4.2. Paredes e pilares e muros de contenção

Os pilares e as paredes são em betão armado, com dimensões adequadas aos esforços
a suportar e de acordo com a implantação prevista no Projecto de Arquitectura. No geral,
os pilares são de secção transversal rectangular, dispostos em eixo de malha
rectangular.
As paredes, também em betão armado, envolvendo as caixas de elevadores e as
paredes das piscinas, têm em geral 0.20 m de espessura.

RELATÓRIO DE ESTÁGIO | DECI-FEUEM//2021


INTRODUÇÃO 8

Os muros de contenção, são de betão armado com malha dupla em toda extinção e têm
em geral 0,25 m de espessura.

Figura 2 - Modelo Estrutural 3D do Edifício

Figura 3 - Modelo 2D das Lajes

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 9

III. ACOMPANHAMENTO DA OBRA

Durante o tempo de estagio, todas actividades em que fez parte foram todas ela ligadas
a execução da super estrutura do edifício. Sendo os objectivos finais de uma estrutura,
são os de resistir as acções que lhe são aplicadas, e transmitir essas cargas, com
segurança, até a fundação durante o período de vida previsto.

Na concepção e dimensionamento de uma estrutura a que ter sempre presente que a


arte de projectar bem, é essencialmente, projectar com segurança e economia. Mas
neste caso, economizar não tem só a ver com a utilização dos materiais baratos, ou em
menores quantidades, mas também com a facilidade de execução, a uniformização de
materiais, e custos de manutenção.

Em face do tipo de construção pretendida, foi considerada uma estrutura reticulada de


pilares, muros de contenção de betão armado, que suporta e transmite as solicitações
ao terreno de fundação. Como fundação, foi considerada uma laje de ensoleiramento
assente em uma superfície de solos pré-melhorados. Os pisos são constituídos por lajes
maciças fungiformes.

3.1. Melhoramento e Reforço dos Solos

A variabilidade dos solos de fundação, a sua génese, as suas propriedades mecânicas,


a disposição dos estratos, as particularidades das estruturas a fundar e o binómio
técnico-económico são algumas das variáveis a ter em conta quando se opta entre
fundações indirectas ou directas.

No tratamento dos solos de fundação são três os objectivos que se podem pretender
atingir:

o O aumento da capacidade resistente do solo para que determinada estrutura


possa ser fundada;
o O controle dos assentamentos, imediatos ou diferidos no tempo, induzidos por
essa mesma estrutura;

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 10

o A diminuição do risco da ocorrência do fenómeno da liquefação na presença de


acções sísmicas, que ao ocorrer pode induzir assentamentos muito elevados ou,
mesmo, levar ao colapso das estruturas fundadas (particularmente de areias
submersas).

3.1.1. Caso da Obra

A obra, sendo ela localizada numa zona composta por solos aluviais garantiu-se o
melhoramento dos solos antes da execução da fundação.

3.1.1.1. Processo de melhoramento de solos

I. Recolha de amostras do solo para a realização dos ensaios de caracterização.


Que são um conjunto de ensaios que proporcionam a obtenção de parâmetros
índice que identificam não só a natureza do solo, bem como podem ser
correlacionados com suas propriedades mecânicas.

II. Compactação dos solos. A compactação dos solos na obra eram acompanhados
pelo nivelamento dos mesmos. Durante a compactação dos solos, fazia se a
escarificação e rega dos mesmos de modo a garantir os melhores resultados de
compactação a teor óptimo.

Figura 4 – Escarificação dos solos

Figura 5 - Aplicação da água durante a compactação.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 11

III. Realização do ensaio de troxler. Após a compactação, sendo que os testes de pé


que eram feitos durante a compactação já davam resultados satisfatórios, foi
necessário certificar a resistência dos solos; para tal optou-se pelos ensaio de
troxler que são ensaios feitos in situ. Com os ensaios de troxler é possível
determinar de uma forma rápida e precisa in situ a humidade, baridade, % de
compactação, índice de vazios e porosidade, em solos, agregados, tapetes
betuminosos e betão.

Figura 6 - Realização do ensaio Troxler na obra

IV. Aplicação e compactação do tout-venant. Com resultados satisfatórios da


compactação dos solos, procedeu-se ao espalhamento e compactação do tout-
venant, que é uma mistura de agregados de diferentes granulometrias misturado
com pó de pedra. O tout-venant, após compactado a um teor de humidade óptimo
garante uma camada muito resistente para as fundações.

Figura 8 - Compactação do tout-venant Figura 7 - Nivelamento do tout-venant

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 12

V. Aplicação do betão de limpeza. O betão de limpeza é um tipo de betão sem função


estrutural, com baixo consumo de cimento, muito agregado e pouca água. No
caso da obra, foi usado um B15 e tinha como função a regularização e proteção
dos solos.

Figura 9 - Aplicação do betão de Limpeza

3.2. Marcação da Obra no Terreno

Marcar uma obra consiste exactamente em medir e assinalar no terreno a posição das
fundações, paredes, pilares e outros detalhes fornecidos pelo projecto de arquitectura,
materializando os principais pontos através de piquetes.

A marcação da obra faz-se tomando como base os dados fornecidos pelas plantas de
situação, de fundação e baixa do pavimento térreo. Quando maior o porte da obra, mais
precisa deverá ser a marcação.

3.2.1. Caso da Obra

Tratando se de uma obra de grande porte, como forma de garantir precisão na locação
dos pontos necessários para a execução da obra sem erros de medidas, optou-se por
fazer se recorrendo-se a Estação Total.

Para o caso das marcações, exactamente após a laje de fundação, fez se recorrendo ao
nível e usando o shotline.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 13

Figura 10 - Marcações fornecidas pela Estação Total.

Figura 11 - Verificação de níveis na obra

Figura 12 - Marcação de um Pilar

Figura 13 - Marcação da escada

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 14

3.3. Fundações

As fundações tem a função de transmitir as cargas dos pilares e paredes resistentes ao


terreno. Apresentam uma área em planta significativamente superior às áreas das
secções transversais dos pilares, paredes e muros.

Para além de garantir a segurança do solo à rotura, o projecto de fundações deve


verificar a amplitude dos assentamentos e dos assentamentos diferenciais entre pilares
e muros da estrutura. Danos e mau funcionamento em elementos construtivos, incluindo
infraestruturas de abastecimento de água, esgotos, electricidade e telecomunicações
são um dos Efeitos de Assentamentos Diferenciais.

Podem se dividir em fundações superficiais, e fundações profundas.

3.3.1. Caso da obra

O ensoleiramento é uma laje contínua, numa área relativamente grande, que suporta
vários pilares e ou muros de contenção.

Essa solução foi adoptada pelo facto desse tipo de fundação garantir a redução dos
assentamentos diferenciados entre os pilares, situação verificada em edifícios vizinhos.

3.3.1.1. Características da fundação

A fundação foi materializada em uma laje maciça com 0,70 metros de espessura em
betão o armado. A armadura da laje, fora ter duas malhas, é constituído por bandas de
armadura para esforços de punçoamento em todos pilares e em torno de todo o
perímetro da laje onde estará assente o muro de contenção.

Tabela 1 - Características da fundação

Laje da fundação
Betão B35(C30/37)
Aço A400ER
Espessura 70 cm

Figura 14 - Armadura de esforcos de punçoamento.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 15

3.3.1.2. Execução da fundação

As actividades relacionadas com a execução da laje da fundação foram antecedidas


pelos serviços de topografia onde se procedeu a marcação da obra no terreno.

I. Com as marcações já existentes no terreno, iniciou-se a amarração das malhas


das lajes de acordo com o projecto executivo aprovado pela fiscalização. Em
paralelo com a actividade de amarração, eram feios os trabalhos de fiscalização
de modo a garantir a provável alteração em caso de erro o que não afectava muito
a dinâmica da obra.

Figura 15 – Preparativos para início da amarração da armadura da laje de fundação

Figura 17 - Preparativos para início da amarração da malha da fundação.

Figura 16 - Malha inferior da laje de fundação

II. A amarração dos arranques da armadura doa elementos verticais (muros e


pilares), foi a outra actividade que fez parte da execução da fundação.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 16

III. Enquanto fazia-se amarração das malhas da laje, em simultâneo fazia-se a


cofragem da mesma. A cofragem da laje de fundação foi composta apenas por
elementos verticais que garantiam a delimitação da laje no terreno da obra.

Figura 18 - Cofragem da laje da fundação

IV. Com a cofragem e amarração da armadura, procedeu-se a betonagem da laje. A


betonagem das sapatas foi contínua, evitando-se a ocorrência de interrupções.
Todo o betão foi vibrado com vibradores de massa, tendo-se o cuidado de os não
encostar às armaduras para que a vibração não se transmita ao betão que já
iniciou o processo de presa.

Figura 20 – Nivelamento usando régua


mecânica.

Figura 19 - Colocação e vibração do Betão.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 17

3.4. Elementos Verticais

Os elementos verticais são os elementos que recebendo as cargas aplicadas


transmitem-nas as fundações.

3.4.1. Caso da obra

O edifício é constituído por pilares de secção variados, muros de contenção e paredes


resistentes, todos com altura de 3 metros, que suportam as lajes. Estes elementos foram
executados em betão armado de classe B35 (C30/37), consistência S3/S4 e aço da
classe A400, com varões de vários diâmetros.

Para a execução dos pilares foram usados:

o Cofragem metálica, de madeira e vigotas;


o Espaçador plásticos (bloquetes);
o Camião bomba;
o Vibrador.

3.4.1.1. Execução dos elementos verticais

Os elementos verticais foram executados da seguinte forma:

o Preparação da armadura (executadas na obra) fazendo-se as devidas


amarrações ao empalme, e a devida cintagem, conforme as indicações do
projecto;
o Escarificação da base, de modo a criar uma superfície rugosa, para uma melhor
aderência entre o “betão velho “e o “betão novo”;
o Colocação dos bloquetes para garantir o recobrimento (3,0cm), estes foram
colocados por forma a manter a armadura afastada da cofragem;

Figura 22 - Amarração dos muros Figura 21 - Amarração da armadura dos


pilares

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 18

o Colocação das faces laterais da cofragem, limpas e tratadas previamente com um


óleo descofrante;
o Travamentos nas faces laterais da cofragem, com barras de ancoragem, apoiadas
em barras de madeira, encostadas no elemento;
o Betonagem da peça com auxílio do camião bomba e vibrador;
o Desconfrangem da peça após a cura do betão (1d) e limpeza da cofragem;
o Reparação da peça, caso fosse detectada alguma irregularidade. No presente
caso de obra, recorreu-se para a devida reparação, a argamassa pré-doseada
DuraGrout.

Figura 23 - Cofragem dos elementos verticais

Figura 24 - Desconfrangem dos elementos verticais

Figura 25 - Escarificação da base

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 19

3.5. Lajes

As lajes são elementos laminares que têm uma dimensão (espessura ou altura) muito
inferior às restantes e fazem parte do grupo de elementos com um modelo de
comportamento bidimensional.

De acordo com o REBAP, definem-se lajes como os elementos laminares planos sujeitos
principalmente a flexão transversal ao seu plano e cuja largura exceda 5 vezes a sua
espessura.

TIPOS DE LAJE

o Lajes vigadas – as que apoiam em vigas.


o Lajes fungiformes – as que apoiam directamente em pilares.

3.5.1. Caso da obra da Marginal

O projecto teve como solução construtiva lajes fungiformes maciças. As lajes, para
melhor resistirem aos elevados esforços de flexão e punçoamento, dispunham de
bandas maciças e zonas maciças junto aos pilares e nos bordos.

Figura 26 - bandas maciça no alinhamento


Figura 27 - Armadura colocada junto aos pilares
entre pilares

3.5.1.1. Execução das lajes

o O escoramento foi realizado por prumos metálicos espaçados entre eles em 1,0
metro que suportavam dois (2) níveis sobrepostos de “Vigas Doka H20”. Por cima
das vigas eram colocados chapas de madeira. Após o Nivelamento das escoras
de apoio das chapas de cofragem, procedia-se a colocação do óleo descofrante.
o A amarração das malhas foi antecedida pelo posicionamento das bandas
projectadas para as lajes. Como forma de garantir o recobrimento, eram
colocados bloquetes de argamassa pré-moldada.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 20

o Para garantir os “negativos”, eram posicionadas as caixas que impediriam o


preenchimento pelo betão em referidas secções para passagem de tubulação das
instalações eléctricas e hidráulicas, previstas no projecto.
o No que se refere à betonagem, foi utilizado em obra, o betão pré-misturado, cujo
o processo de betonagem abrange as etapas de recebimento e transporte, e
aplicação. E a aplicação consistiu fundamentalmente no lançamento,
espalhamento, adensamento, nivelamento, acabamento e cura.

Figura 28 - Nivelamentos dos escoramentos

Figura 29 - Armadura da laje pronta para a betonagem

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 21

3.6. Cofragens

Cofragem é o termo que designa o “molde” que sustenta o betão fresco e lhe confere a
forma final pretendida para a obra a realizar enquanto este não tem resistência para se
auto sustentar. É uma construção provisória, que deve ser facilmente montável,
desmontável e reutilizável, pois é montada rapidamente, solicitada durante algumas
horas durante a colocação do betão e passado poucos dias é desmontada para
preferencialmente ser reutilizada.

As cofragens devem obedecer a algumas características, designadamente:

o Ser resistentes o suficiente para suportar as pressões ou o peso do betão e das


sobrecargas impostas;
o Ser suficientemente rígidas a fim de manter a forma sem sofrer deformações
assinaláveis;
o Ser económicas em termos de do custo total da cofragem e dos betões.

De uma maneira simplificada, sejam cofragens verticais ou cofragens horizontais, estes


elementos distinguem-se essencialmente por dois tipos: cofragens modulares ou
cofragens que são dimensionadas elemento a elemento.

3.6.1. Elementos tipo que compõem a cofragem

o Molde - O molde da cofragem é o elemento que está directamente em contacto


com o betão fresco
o Vigas secundárias - Estas vigas em madeira têm uma grande proporção de
resinas sintéticas que ajudam a manter a estabilidade dimensional.
o Vigas principais - São normalmente em aço A235, constituídos por dois perfis
UNP.
o Grampo ou Ferrolho - É um acessório em aço usado em cofragens horizontais e
verticais para unir painéis e cantos interiores e exteriores.
o Barras dywigad - São barras de aço com cones nas extremidades usadas em
cofragens de pilares e paredes.
o Prumos - São elementos normalmente tubulares que servem para alinhar a
cofragem e que absorvem as cargas do vento.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 22

3.6.2. Velocidade de enchimento do betão

De ensaios realizados, concluiu-se que, quanto maior é a velocidade de enchimento,


maior é a pressão exercida sobre as cofragens.

Figura 30 - Diferença entre pressões na cofragem de paredes de na cofragem de pilares

Ao aumentar a velocidade de enchimento, a pressão devida ao impacto


aumentará proporcionalmente. Portanto, se permitir ao betão fluir a grande
velocidade dentro das cofragens, a pressão aumentará sobre elas, com valores
significativos.

3.6.3. Caso da Obra

Para a cofragem, na obra foi usado os dois tipos de cofragem, sendo as cofragens
modulares para os elementos verticais e para os elementos horizontais usou-se
cofragens que são dimensionadas elemento a elemento.

3.6.3.1. Elementos Verticais

Para a cofragem de todos elementos verticais optou-se pelo uso de cofragens modulares
que eram constituídos por painéis que eram unidos com base em grampos e essas
cofragens tinham como suporte as barras dywigad que funcionavam como tirantes
internos.

Outros elementos que eram usados para essas cofragens, são os prumos que tinham
como principal função garantir o escoramento dos elementos. As vigas de madeira eram

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 23

usadas também, em situações onde havia necessidade de intensificar o processo de


escoramento, principalmente na cofragem das paredes e muros de contenção.

Figura 32 - Muro devidamente escorado


Figura 31 - Cofragem de um pilar

Pelas figuras 30 e 31, dá pra ver a diferença entre o nível de escoramento, apesar da
altura relativamente maior do pilar em relação ao muro, isso deve-se as pressões
causadas pelo betão durante a betonagem que são maiores em paredes e muros em
relação aos pilares como descrito acima.

Figura 33 - Cofragem escorada: Paredes

Figura 34 -Falha da cofragem devido ao


défice de escoramento: Muro

Devido a espessura dos muros, que chegava aos 60 cm, o escoramento da sua cofragem
era tratado com mais cautela em relação a cofragem das paredes que tinham espessuras
de 20 cm.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 24

3.6.3.2. Elementos Horizontais

Como elementos verticais, a cofragem foi executada para as lajes e escadas.

Figura 35 – Zona de encontro entre duas vigas principais

Figura 36 - Prumo fixado por um tripé

Contudo, diferente dos elementos verticais, foram usadas as cofragens modulares.


Sendo que foi optado a aplicação de uma cofragem constituída por placas de madeira
que seriam a superfície com contacto directo com o betão, todas elas assentes em vigas
secundarias e estas por sua vez, assentes nas vigas principais. Ou seja, a cofragem
usada para os elementos horizontais era composta por (3) três elementos,
nomeadamente:

o Superfície directamente em contacto com o betão materializada em


contraplacado;

o Vigas secundárias em madeira;

o e vigas principais também de madeira.

Assim como nos elementos verticais, a cofragem era toda ela escorada por meio de
prumos. Sendo esses colocados em duas fases:

RELATÓRIO DE ESTÁGIO | DECI-FEUEM//2021


ACOMPANHAMENTO DA OBRA 25

o Na primeira fase, colocava se prumos equidistâncias a 1,0 metro um do outro.


Essa consideração do arrumo dos prumos era pra terem a capacidade necessária
de suportar o peso do betão antes da presa.

Figura 38 - Inicio da cofragem da laje


Inicio da colocação das chapas de
Figura 37 -
cofragem: moldes

o Na segunda fase, os prumos eram colocados para escorar a laje, nessa fase já
sem a cofragem. Essa alteração era feita depois dos 7 dias, período em que o
betão já tem atingida sua presa.

Figura 40 - Reforço do escoramento

Figura 39 - Escoramento após o reforço

A cofragem das escadas na diferenciava muito na das lajes, contudo, depois das dos
moldes eram colocados as madeiras que definiriam a forma dos degraus. As madeiras
colocadas tinham as dimensões dos espelhos das escadas.

Uma tarefa que era feito depois do escoramento da cofragem mesmo antes do reforço
da mesma era o nivelamento, esse nivelamento era feito recorrendo a mangueira de

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 26

nível que possibilitava a passagem das cotas de qualquer ponto a um outro usando a
teoria do Bernoulli.

Figura 41 - Escoramento após a descofragem

Figura 42 - Cofragem das escadas

Tabela 2 - Prazos mínimos de Desconfrangem

3.7. Execução das armaduras

Armadura é o componente estrutural de uma estrutura de betão armado, formado por


uma associação de diversas peças de aço.

Toda armadura tem a função de ajudar o betão a resistir às diferentes solicitações,


principalmente às de tracção.

Sendo que as armaduras constituídas por aço, obrigatoriamente devem estar


devidamente escondido da exposição do meio externo.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 27

3.7.1. Caso da Obra

Na obra, todas as armaduras foram preparadas in situ. Uma das razoes é o facto de
escassez de espaço para a armazenagem de armaduras, sendo mais fácil armazenar o
varão.

Figura 43Máquina usada para


-
Máquina usada para dobrar o
Figura 44 -
dobragem do ferro
ferro (máquina de moldar)

A execução deste trabalho consistiu no acompanhamento dos trabalhos de amarração


de ferro, em conjunto com o encarregado da obra, no qual foi garantido que a armadura
colocada em obra era aquela que estava assinalada no projecto estrutural, de modo a
garantir a boa execução do projecto.

Como nem sempre em obra se consegue cumprir o que está definido no projecto, foi
necessário proceder a algumas alterações in situ, nomeadamente o reforço em algumas
zonas, conversão de armadura sendo que teve-se ocasiões em que havia falta de certas
armaduras descritas no projecto.

Figura 45 - Armadura da laje com as respectivas


Figura 46 - Arranques de um pilar patilhas
fixados na laje com base no epox

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 28

Também era verificar os empalmes durante as amarrações, analisando os comprimentos


de amarração nas zonas de empalme, que segundo o projecto estavam na ordem dos

50ø. A questão dos espaçamentos, para o caso das malhas e estribos, era a outra

questão que devia ser verificada.

Figura 47 - Reforço de armadura na zona dos "negativos"


Figura 48 - Zona de empalme

3.8. Betonagens

A betonagem é o processo de recobrir as armaduras de Betão.

Para que o betão possua as características necessárias a um bom comportamento para


cada situação, é necessário especificar as principais propriedades, de modo a que, do
projectista ao utilizar seja possível garantir que terá a qualidade exigível em obra.

Contudo, na especificação do betão deverá constar, a classe de resistência, a máxima


dimensão do inerte a utilizar, limitações básicas de exposição.

O Betão deve ser colocado nos moldes logo que possível a fim de minimizar a perda de
trabalhabilidade. Assim sendo está etapa contem três operações fundamentais: a
preparação da superfície, o lançamento do meio de transporte, e a maneira como deve
ficar depositado para receber a compactação.

Logo a seguir a colocação do betão nos moldes e necessário torná-lo o mais compacto
possível provocando a saída do ar, e facilitando o arranjo interno das partículas.

Os métodos que se utilizam para conseguir esta finalidade são dois: apiloamento e
vibração.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 29

3.8.1. Caso da Obra

No que se refere à betonagem, foi utilizado em obra, o betão pré-misturado, cujo o


processo de betonagem abrange as etapas de recebimento e transporte, e aplicação. E
a aplicação consistiu fundamentalmente no lançamento, espalhamento, adensamento,
nivelamento, acabamento e cura.

Todas elas foram precedidas por ligeiras regas, principalmente nas zonas das juntas de
construção de modo a evitar a absorção de uma agua do betão alterando deste modo as
suas propriedades.

Figura 49 - Cofragem humedecida antes da betonagem

O betão chegava à obra em camiões-betoneira e durante o recebimento, era verificada


a sua consistência, pelo ensaio de abaixamento de cone de Abrahams (slump test), que
era feito por um operário treinado para tal função.

Figura 50 - camiões-betoneira e durante o recebimento

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 30

O transporte de betão foi feito por bombagem, através de um camião-lança, que tem a
praticidade de movimentar o mangote mecanicamente durante a betonagem, o que
permite
evitar a montagem e desmontagem da tubulação fixa.

Para o caso dos muros de contenção, a betonagem era feita em camadas de modo a
controlar as pressões do betão sobre a cofragem isso devido as espessuras que esses
elementos possuíam.

Figura 51 - Betonagem de um muro, acompanhado da vibração

Cofragem de muro com areia na base para bloquear a


Figura 52 -
saída de massa de betão

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 31

3.9. Outras Actividades

Fora as actividades directamente evolvidas com a execução da estrutura, durante o


estágio foi possível acompanhar diversas outras actividades tais como:

3.9.1. Electricidade

Na parte de electricidade, pode acompanhar a instalar dos cabos terra. Essa actividade
foi iniciada antes da betonagem da laje de fundação onde são instalados os eléctrodos.

Esses elementos foram instalados com o objectivo de proteger o edifício das descargas
electricas.

Figura 53 - Cabo ligado ao eléctrodo

3.9.2. Hidráulica

No caso de actividades relacionadas com a parte hidráulica, pode acompanhar a


instalação da tubagem que drena a agua colectada através dos ralos dos ralos instalados
na cave. Essa tubagem seria embutida na laje de fundação, sendo que as diversas
derivações eram garantidas a partir das forquilhas. Para situações de limpeza em caso
de entupir, foram instalados rodding eye.

Figura 55 - Instalação da tubagem de drenagem


Figura 54 - Tubo fixado entre as duas malhas

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 32

Para além da instalação da tubagem de drenagem, foi acompanhada a instalação das


tubagens das piscinas.

Figura 56 - Tubagem das Piscinas

3.9.3. Impermeabilização dos muros

A infiltração nas peças de Betão é um problema sério. Ela pode causar a corrosão das
armaduras devido a presença de agua no betão.

Contudo, foi prevista a impermeabilização de todos muros de contenção. Esse processo


foi executado aplicando o Primário na superfície de betão e em seguida era colocado um
tapete asfáltico que era fixado no muro.

Figura 57 - Impermeabilização do muro com a tela asfáltica.

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ACOMPANHAMENTO DA OBRA 33

3.9.4. Diveros

I. A colocação do water bar era uma actividade que era feita para garantir o
estancamento de agua nas juntas de dilatação. Para garantir essas juntas era
aplicado o esferovite dilatação. O edifício possui uma junta de dilatação sendo
este possuir um comprimento superior a 30 metros.

Figura 58 - Aplicação do esferovite e Water bar em uma junta de dilatação

II. Para o caso das juntas de construção, em zonas onde pode haver infiltração de
agua, foi usado o cordão hidrófilo, este que tem a função de estancar a passagem
de agua.

Figura 59 - Aplicação do cordão hidrófilo nas piscinas

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CONTROLO DE QUALIDADE 34

IV. CONTROLO DE QUALIDADE

O controlo de qualidade tem por objectivo fazer com que a obra seja executada de acordo
com o Projecto e cumprir as especificações do Caderno de Encargos e legislação em
vigor.

4.1. Betão

Para o betão Fresco recomenda-se que tenha duas propriedades básicas que são:
facilmente trabalhável e não ser propenso à segregação.

Os ensaios em betões são fundamentais para avaliar a consistência, a resistência


mecânica e a durabilidade do betão. Estes ensaios são referentes ao betão fresco
(Slump Test) e ao betão endurecido (resistência à compressão) e as suas metodologias
estão especificadas em normas, guias técnicos e outros documentos oficiais existentes.
Na prática, estes ensaios têm como finalidade principal o controle de qualidade e a
verificação das especificações.

4.1.1. Controlo de Trabalhabilidade

O Teste de Abaixamento ou Slump Test é um simples teste que serve para verificar se
o betão está sendo preparado com a trabalhabilidade adequada.

A forma usada para estimar a trabalhabilidade, é a partir da medição da consistência


pode medir-se por vários processos tais como abaixamento do cone, e ensaio de Vêbê
(VB), sendo correntemente mais utilizado o ensaio de abaixamento.

A Norma NP EN-206-1 correspondentes a betões duros, plásticos, moles e muito fluidos


apresentados na tabela 3.

RELATÓRIO DE ESTÁGIO | DECI-FEUEM//2021


CONTROLO DE QUALIDADE 35

Classe Abaixamento (mm)


S1 10-40
S2 50-90
S3 100-150
S4 160-210
S5 >210

Classes de consistência do ensaio de abaixamento de acordo com a NP ENV 206 –


Tabela 3 -
1993 (Fonte APEB)

4.1.2. Resistência à Compressão

A resistência à compressão é a característica mecânica mais importante do betão, pois


nas estruturas a função deste material é essencialmente resistir às tensões de
compressão enquanto as armaduras têm a função de resistir as tensões de tracção.

4.1.3. Caso da obra

Como forma de garantir a qualidade, eram feitos testes em todas betonagens,


principalmente nas betonagens das lajes. Em obra era feito o ensaio de trabalhabilidade
que era a condição do betão ser aceite. Fora o ensaio de trabalhabilidade, eram retirados
amostras para ensaio de laboratório.

Figura 60 - Cubos para ensaio de laboratório


Figura 61 - Teste de slump

RELATÓRIO DE ESTÁGIO | DECI-FEUEM//2021


CONTROLO DE QUALIDADE 36

A resistência à compressão foi determinada levando à ruptura cubos de 15 cm de aresta,


feitos com uma amostra colhida no decurso da betonagem, e conservados imersos em
água à temperatura de 20ºC. A tensão de ruptura era obtida da divisão da força aplicada
pela área do cubo em contacto com o prato da prensa. Este ensaio foi realizado para
sete e vinte e oito (28) dias.

4.2. Inspecção de Execução

A inspecção, neste contexto, refere-se à verificação da execução dos trabalhos.

4.2.1. Inspecção das cofragens

Antes do início da betonagem, as inspecções, de acordo com a classe de inspecção


aplicável, englobam:

o A geometria das cofragens;


o A estabilidade dos cimbres, das cofragens e das suas fundações;
o A impermeabilidade das cofragens e dos seus constituintes;
o A remoção de detritos (tais como poeiras e resíduos de arame de amarração na
secção a betonar);
o O tratamento das faces das juntas de construção;
o Preparação das superfícies de cofragem.

4.2.2. Inspecção das armaduras

Antes do início das operações de betonagem, as inspecções devem confirmar que:

o As armaduras indicadas nos desenhos estão na posição e com o espaçamento


especificados;
o O recobrimento está de acordo com as especificações;
o As armaduras não estão contaminadas por óleo, gordura, tinta ou outras
substâncias prejudiciais;
o As armaduras estão adequadamente amarradas e fixadas de forma a evitar o seu
deslocamento durante a betonagem;
o O espaçamento entre os varões é suficiente para permitir a colocação e
compactação do betão.

RELATÓRIO DE ESTÁGIO | DECI-FEUEM//2021


CONTROLO DE QUALIDADE 37

Após a betonagem, as juntas de construção devem ser examinadas para confirmar que
os varões de espera estão correctamente colocados.

4.2.3. Inspecção das operações de betonagem

A inspecção de base é uma inspecção contínua da conformidade e das regras de boa


execução.

RELATÓRIO DE ESTÁGIO | DECI-FEUEM//2021


CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 38

V. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

5.1. CONCLUSÕES

O presente relatório apresentou o acompanhamento da execução da estrutura de um


edifício, desde as fundações até a laje do segundo piso.
Sendo o principal objectivo do relatório a conciliação da pratica com a teoria obtida
durante a formação para uma melhor consolidação do aprendizado, pode se assumir que
foi alcançado com sucesso, sendo que o aprendizado teve espaço para rever já na
pratica diversas áreas de conhecimentos abordados na faculdade devido a diversidade
de actividades que a execução da estrutura envolve.
Duma forma especifica:
o Durante a fase de melhoramentos e reforço dos solos, foi capaz rever na pratica
todos conhecimentos adquiridos nas cadeiras de mecânica dos solos, materiais
de construção, tecnologias de construção e entre outros.
o Na execução da estrutura do edifício, que foi a fase mais longa do estágio, foi
quando pode de uma forma clara conciliar todas as matérias abordadas nas
cadeiras de betão o em especial entre outras cadeiras.
o Durante todas as fases de construção, foi necessário garantir se a qualidade tanto
dos matérias assim como das técnicas de execução, e foi onde foi claro perceber
que para ser um profissional positivamente sucedido deverá ser capaz de saber
o que é qualidade na construção.

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CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 39

5.2. RECOMENDAÇÕES

o Por forma a evitar tempos mortos em obras, esperando por alguns materiais
importantes para Obra, o processo de aquisição desses matérias deve ser iniciado
logo que lhe tenha sido adjudicada a obra.
o Contratação de pessoal especializado para as referidas actividades por forma a
garantir o ganho de qualidade e tempo.
o O ambiente de trabalho deve ser harmónico e com um hierarquia bem definida.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

o BAUER, Falcão; Materias de Construção, Brasil, Vol1


o DA CUNHA, Paulo Jorge Perreira; Conformidade da Resistência a compressão,
Portugal, Universidade do Minho, 2011.
o D’Arga e Lima - Betão armado, Armaduras-Caracterização, Fabrico, colocação
e pormenorização, Vol.1 – Aspectos Gerais, LNEC, 1988.
o De Milito, José António. Técnicas de Construção Civil e Construção de
edifícios, Colectânea de Extracções Manuais, São Paulo, 1998.
o Dos Reis, Correia, Tabelas técnicas; edição técnica E.T.L.,Lda., Lisboa; 2006.
o GOMES DE OLIVEIRA, Maria João Reis, Acompanhamento e Fiscalização de
obras de Arquitectura Paisagística, Portugal, Universidade Técnica de Lisboa,
2010.
o GONCALVES, Sidney Paulo, Controlo de qualidade na construção do Edifício
Sede da Autoridade tributária de Moçambique, Mocambique, Universidade
Eduardo Mondlane, 2013.
o SOUZA, Coutinho, Propriedades e Fabrico do Betão, Lisboa, Vol2 &3, 2004.
o REBAP, Regulamento de Estruturas de Betão Armado e pré-esforçado.
o REAE, Regulamento de Estruturas de Aço para Edifícios.

 http//www.Sites. google.com/site/materiaisuem, 20 de Maio.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41

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