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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
Exposições de Brasília com 57.000 m2 de área coberta, montada em apenas 100 dias, ambas
formadas por barras de seção tubular em aço.
No entanto, nos últimos 10 anos tem se registrado a ocorrência de diversos acidentes
estruturais envolvendo colapso parcial e total de treliças espaciais. Entre outros aspectos, a
análise destes acidentes aponta o uso inadequado de alguns sistemas de ligações como causa
principal do colapso.
Reconhecendo a necessidade do desenvolvimento de sistemas de ligação que aliem
baixo custo, eficiência estrutural, segurança e facilidade de montagem o Departamento de
Engenharia de Estruturas da Escola de Engenharia de São Carlos tem estudado o
comportamento de treliças espaciais em aço e alumínio com ênfase nos sistemas mais
utilizados no Brasil. Esses estudos têm sido embasados em análises experimentais de barras e
dispositivos de ligações isoladamente e em protótipos de treliças espaciais com vão variando
de 7,5m a 15m 1,2,3,4 .
Este trabalho apresenta a metodologia e alguns resultados obtidos recentemente em
ensaios experimentais de protótipos de treliças espaciais utilizando três diferentes tipos de
sistemas de ligação.
com vão de 7,5m x 7,5m e altura de 1,5m utilizando nós típicos e nós de aço2, mostraram que
em estruturas com nós típicos o colapso é resultado da falha do nó, com grandes deformações
e deslocamentos. Nas estruturas com nós de aço o colapso é caracterizado pela flambagem do
banzo comprimido.
Na literatura internacional encontram-se referências à utilização de sistemas de
ligação semelhantes aos utilizados no Brasil. No entanto, nada consta sobre o desempenho
estrutural e procedimentos de análise e dimensionamento.
Estudos mostram que para análise de treliças espaciais com maior grau de segurança
se faz necessário considerar as variações de seção nas extremidades das barras, as
excentricidades e os efeitos não-lineares físicos e geométricos5.
2 PROGRAMA EXPERIMENTAL
As treliças espaciais ensaiadas são do tipo quadrado sobre quadrado com módulos
piramidais de 2,5m x 2,5m e altura de 1,5m. As estruturas foram apoiadas em quatros vértices
resultando vãos de 7,5m e 15m - Figura 2.
Para todos os protótipos foram utilizados tubos de seção circular 76x2,0 nos
banzos, 60x2,0 nas diagonais e 88x2,65 nas diagonais de apoio (Tabela 1).
As estruturas foram montadas no piso, içadas com uma ponte rolante e posicionadas
sobre os pilares. Os pilares foram fixados à laje de reação por meio de vigas especialmente
projetadas para reproduzir bases engastadas. As fotos da Figura 3 apresentam algumas fases
da montagem.
2.3 Instrumentação
18
Transdutores de deslocamentos
a b 21
17
Posicionamento dos extensômetros 20
19 24
19 42 46 22
35 36 37 38 45
41 49 50 53 54
1TB1
57 58
29 30 31 32 33 34
55 56
47 48 51 52
25 26 27 28
39 44
1TD1 40 23 43 15
11 13 16
Nó de apoio Ponto de aplicação de força
12
14
2.4 Materiais
Foram utilizados tubos em aço tipo ASTM A570; chapas de nós, cobrejuntas e
elementos de reforço em aço ASTM A 36, e parafusos do tipo ASTM A325. Na
caracterização do aço dos tubos, conforme ASTM A370/9, resultaram tensão de escoamento
média fy =396,4MPa e tensão última média fu=477,2MPa.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
TRELIÇA F exp F teo (kN) F exp/ F teo D exp Dteo D exp/ D teo
(kN) (kN) (cm)
TE1 71,0 79,07 0,90 4,56 3,55 1,28
TE2 148,8 200,0 0,74 7,9 7,5 1,05
TE3 135,2 166,5 0,81 3,83 4,9 0,78
TE4 144 168 0,86 3,65 3,74 0,98
Na estrutura TE1 o modo de falha está relacionado ao colapso dos nós. Observou-se
escorregamento entre barras na região da ligação e plastificação das extremidades
estampadas, ocasionando aumento dos deslocamentos verticais e conduzindo a estrutura ao
colapso para valores de carregamento inferiores aos determinados teoricamente.
Na treliça TE2 a presença dos nós de aço nos vértices alterou o modo de colapso, que
neste caso foi caracterizado por deslocamentos excessivos e incapacidade de incrementos de
força. A Figura 4 apresenta estas configurações de colapso.
Nas treliças espaciais com nós típicos a degeneração da rigidez do nó gera aumento
nos deslocamentos verticais e um comportamento força x deslocamento acentuadamente não-
linear (Figura 6). Este comportamento é devido, principalmente, ao escorregamento entre
barras, plastificação nas extremidades estampadas e acomodações da estrutura.
90
80
70
Força aplicada (kN)
60
50
40
30
TE1 - Experimental
20 TE1 - análise linear
10 TE1 - análise não-linear
0
0 -1 -2 -3 -4 -5
Deslocamento vertical (cm)
No caso das treliças TE3 (nó de aço) e TE4 (nó com ponteira) o comportamento força
aplicada x deslocamento é próximo do linear, além disso, o carregamento último
experimental é compatível com o obtido teoricamente utilizando modelos de análise mais
simples. Percebe-se, pelos os gráficos da Figura 7, uma boa correlação entre resultados
teóricos e experimentais, sobretudo nas primeiras etapas de carregamento.
748 IV Congresso de Construção Metálica e Mista
160 160
120 120
Força aplicad (kN)
0 0
0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 0 -1 -2 -3 -4 -5
Deslocamento (cm) Deslocamento (cm)
Figura 7 – Deslocamentos teóricos e experimentais TE3 e TE4
100
80
125mm
Força aplicada (kN)
m
60 5 0m
SC
40 51
79
Treliça TE1 S2
C51 - exp
20 C52 - exp 82 80
81
Teórico S1
52
0
0 -100 -200 -300 -400 -500
Deformação axial (µε)
100 100
80 80
Força aplicada (kN)
Força aplicada (kN)
60 60
40 TE1 - teórico 40
canal 80
TE1 - experimental canal 82 TE1 - teórico TE1 - experimental
20 20 canal 79 canal 79
canal 80
canal 82 canal 81 canal 81
0 0
-7000 -6000 -5000 -4000 -3000 -2000 -1000 0 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Deformação axial (µε) Deformação axial (µε)
120
80
60 TE1 - experimental
40
TE2 - experimental
TE3 - experimental
20 TE4 - experimental
0
0 -2 -4 -6 -8 -10
Deslocamento (cm)
Figura 9 – Força aplicada x deslocamentos – comparativos.
4 CONCLUSÕES
1- O colapso das treliças com nós típicos foi caracterizado pela ruína da ligação para
carregamentos inferiores aos correspondentes à capacidade resistente das barras. O colapso
dos nós ocorre segundo a seqüência de montagem, ou seja, o nó cuja diagonal de apoio é
colocada logo abaixo dos banzos é o primeiro a apresentar colapso.
2- Utilizando nós de aço nos vértices (treliça TE2) o colapso da estrutura foi
caracterizado por deslocamentos verticais excessivos, que ocorrem principalmente em
conseqüência de escorregamentos entre barras e acomodações na estrutura. Embora o nó de
aço nos vértices tenha alterado o modo de falha da estrutura e aumentado o carregamento
último, os deslocamentos finais são grandes e sua previsão pelos modelos simplificados é
insatisfatória.
3- Na treliça TE3 (nó de aço) houve falha do conjunto barra-nó no banzo superior. O
carregamento último experimental foi compatível com a capacidade resistente das barras; este
fato deixa claro que a falha do nó ocorreu simultaneamente ao início da flambagem da barra
comprimida. Em treliças espaciais com nós de aço pode ocorrer o colapso da ligação, sendo
que este fenômeno pode estar relacionado a imperfeições de fabricação e montagem. No
outro extremo, pode ocorrer colapso por instabilidade das barras comprimidas; isto vai
depender das características do nó e da geometria da estrutura.
4- A treliça TE4 (nó com chapa de ponteira) apresentou rigidez à flexão satisfatória,
com comportamento força aplicada x deslocamento praticamente linear em todas as etapas de
carregamento. O modo de colapso caracteriza-se pela instabilidade das barras comprimidas.
5 – Em uma análise comparativa dos resultados obtidos conclui-se que dentre as
ligações estudadas, o nó com chapa de ponteira apresenta o melhor desempenho, seguido
pelo nó de aço, que também apresenta comportamento estrutural satisfatório.
750 IV Congresso de Construção Metálica e Mista
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS