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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

FERNANDO BATISTA DA SILVA

LAJES MISTAS E PRÉ-MOLDADAS

SÃO PAULO
2006
FERNANDO BATISTA DA SILVA

LAJES MISTAS E PRÉ-MOLDADAS

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de
Graduação do Curso de Engenharia
civil da Universidade Anhembi
Morumbi

Orientador: Professor ENG. FERNANDO JOSE RELVAS

SÃO PAULO
2006
FERNANDO BATISTA DA SILVA

LAJES MISTAS E PRÉMOLDADAS

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de
Graduação do Curso de Engenharia
Civil da Universidade Anhembi
Morumbi

Trabalho ________________________ em: ____de__________2006.

________________________________________________

FERNANDO JOSE RELVAS


________________________________________________

Nome do Professor da banca

Comentários:_________________________________________________________
Esta pagina é opcional e reservada para dedicatória
AGRADECIMENTOS

Com muito prazer estou desenvolvendo este trabalho, que significa a subida de
mais um degrau da vida, onde venho a passos lentos, mas com a ajuda e graça
de um Deus único e poderoso estou aqui concluído o meu trabalho de conclusão
de curso, para muitos isso não é nada , para mim uma vitória inesquecível.

Agradeço a Deus, por ele existir e ter proporcionado para mim esta formação tão
esperada;

Agradeço ao meu orientador e excelente professor Fernando Relvas, por ter


paciência em me orientar e ajudar nesta jornada de estudos preliminares;

Agradeço ao meu orientador de estágio Danilo Corrêa e Robinson Cergol, por


terem me orientado nesta fase tão turbulenta de minha vida e suportados meus
interrogatórios.

Agradeço minha família, por estarem ao meu lado em mais uma etapa de minha
vida, onde estou concluir tão e esperada graduação .
RESUMO

Para atender ao aumento da demanda do mercado e a necessidade de rapidez


que as construções atuais necessitam, ocorreu uma evolução dos processos
construtivos. Essa evolução implica numa industrialização e geração de novos
conceitos de produção tanto dos processos construtivos como da mão de obra,
processos tais que se tornam desafios para serem engrenados no mercado atual.
Para se desenvolver novos sistemas construtivos é indispensável conhecer o que
está disponível atualmente no mercado; suas limitações, qualidades,
características, concorrentes, prazos e principalmente as carências de novos
produtos e sistemas. Facilitando assim o profissional a criar sistemas construtivos
com base nas deficiências e tecnologia atuais, formando o melhor conjunto entre
custo / beneficio. Todo esse conceito se aplica nas lajes, pois quanto maior for o
seu conhecimento melhor será sua escolha. As lajes desenvolveram-se ao longo
dos anos por existir muitos profissionais com interesse de buscar e conhecer
melhores características estruturais e arquitetônicas, trabalhado sempre nas
deficiências e limitações que os sistemas proporcionavam em cada respectiva
época.
Palavras chaves: Construção civil, Lajes, Lajes pré-moldadas, Lajes mistas, Lajes
nervuradas, Lajes treliças, Lajes alveolares, Lajes unialveolares e outros.
ABSTRACT

To take care of the market demand increase and the necessity of


rapidity that the current constructions need, an evolution of the
constructive processes occurred. The constructive evolution in such a
way implies in an industrialization and generation of new concepts of
production of the constructive processes as of the workmanship hand,
processes such that if become challenges to be engaged the clutch in
the current market. In order to develop new constructive systems it is
necessary to know what it is available currently in the market; its
limitations, qualities, characteristics, competitors and mainly the lack of
new products and systems. Thus facilitating the professional to create
constructive systems on the basis of the current deficiencies and
technology, forming the best set between cost / benefit. All this
concept the slab, therefore how much bigger it will be its better
knowledge goes to be its choice. The flagstone alone had developed
in such a way, therefore to the long one of the years we had many
professionals with interest to search and to know better characteristics
and architectural structural, worked always in the deficiencies and
limitations that the systems provided at each respective time.

Civilarchitecture, Cement slabs, Pre casted clabs, Mixed cement


slabs, Ribbed cement slabs, Latticed cement slabs .

LISTA DE FIGURAS
Figura 5-1 – Sistema pré-moldado Monier, (Lajes Mediterrânea 1991) ....................19
Figura 5-2 – Sistema Coignet, (Lajes Mediterrânea 1991) ........................................19
Figura 5-3 – Laje mistas Pré-fabricada convencional, (Lajes Mediterrânea 1991)....21
Figura 5-4 – Armação treliça Puma, (Lajes Puma 2006)...........................................22
Figura 5-5 – Armação treliça puma, (Lajes Puma 2006) ...........................................22
Figura 5-6 – Laje painel com armação treliça, (Lajes Mediterrânea 1991)................24
Figura 5-7 – Laje treliça com elementos cerâmicos, (Autor 2006) ............................25
Figura 5-8 – Laje Plana com lajotas cerâmicas, (Lajes Mediterrâneo 1991) .............26
Figura 5-9 – Laje Nervuradas com EPS, (Lajes Puma 2006)....................................26
Figura 5-10 – Vigotas pré-fabricadas para cortinas de contensão, (Daniel
Rozenbaum 2004).....................................................................................................29
Figura 5-11 – Cortinas de contensão com elementos pré-fabricados, (Daniel
Rozenbaum 2004).....................................................................................................29
Figura 5-12 – Cortinas de contensão com elementos pré-fabricados, (Daniel
Rozenbaum 2004).....................................................................................................30
Figura 5-13 – Cortinas de contensão com elementos pré-fabricados fase final,
(Daniel Rozenbaum 2004) ........................................................................................30
Figura 5-14 – Lajes mistas compostas de concreto e chapa de Aço, (Alexandre Luiz
2003) .........................................................................................................................32
Figura 5-15 – Lajes pré-moldadas Alveolar com concreto protendido, (Autor 2006).33
Figura 5-16 – Apoio desnivelado proporcionando tensões excessivas, (Autor 2006)
..................................................................................................................................34
Figura 5-17 – nivelamento das lajes alveolares, (Autor 2006) ..................................35
Figura 5-18 – Laje unialviolar R4 pré-moldados, ( R4 2006) .....................................36
Figura 5-19 – Laje unialviolar R4 pré-moldados, ( R4 2006) .....................................36
Figura 5-20 – Laje unialviolar R4 pré-moldados,( R4 2006) ......................................37
Figura 6-1 – Combo Guarulhos, (Autor 2006) ...........................................................39
Figura 6-2 – Placas de concreto Tilt-up, (Autor 2006)...............................................40
Figura 6-3 – Estrutura metálica engastada nas placas de Tilt-up, (Autor 2006)........40
Figura 6-4 – Laje alveolar Sam´s Club com 30cm de altura, (Autor 2006) ................41
Figura 6-5 – Placas de lajes alveolares do Supercenter com 20cm de altura, (Autor
2006) .........................................................................................................................42
Figura 6-6 – Transporte das lajes Alveolares,( R4 2005) ..........................................42
Figura 6-7 – O guindaste patolado, (Autor 2006) ......................................................43
Figura 6-8 – O guindaste patolado, (Autor 2006) ......................................................43
Figura 6-9 – Içamento da laje alveolar (Autor 2006) .................................................44
Figura 6-10 – Laje alveolar se aproximando do local de montagem (Autor 2006) ....44
Figura 6-11 – Laje alveolar se aproximando do local de montagem (autor 2006).....45
Figura 6-12 – Posicionamento manual da placa alveolar, (Autor 2006) ....................45
Figura 6-13 – Posicionamento da laje alveolar com alavancas de aço, (Autor 2006)
..................................................................................................................................46
Figura 6-14 – Lajes Pré-moldadas Alveolar, (Autor 2006) ........................................46
Figura 6-15 – Armação do conjunto laje pré-moldada e capeamento, (Autor 2006) .47
Figura 6-16 – Laje treliça com lajota cerâmica, (Autor 2006) ....................................47
Figura 6-17 – Laje treliça apoiada no cimbramento (Autor 2006)..............................48
Figura 6-18 – Laje treliça vista inferior. .....................................................................48
Figura 6-19 – Vigota treliça com aço adicional, (Autor 2006) ....................................49
Figura 6-20 – Casa de maquinas, laje pré-moldada com aço Ф 6,3mm, (Autor 2006)
..................................................................................................................................49
Figura 6-21 – Subestação, laje pré-moldada com aço Ф 6,3mm, (Autor 2006).........50
Figura 6-22 – Doca, laje moldada no local, (Autor 2006) ..........................................50
Figura 6-23 – Doca, laje moldada no local, (Autor 2006) ..........................................51
Figura 6-24 – Doca, fixação das niveladoras de cargas, (Autor 2006)......................51
Figura 7-1 – Laje alveolar sendo içada com as garras metálicas, (Autor 2006) ........52
Figura 7-2 – Laje alveolar quebrada, (Autor 2006)....................................................53
Figura 7-3 – Laje alveolar quebrada, (Autor 2006)....................................................53
Figura 7-4 – Laje alveolar danificada, (Autor 2006)...................................................54
Figura 7-5 – Laje alveolar desnivelada, (Autor 2006)................................................54
Figura 7-6 – Laje alveolar no processo de nivelamento, (Autor 2006) ......................55
Figura 7-7 – Laje alveolar empilhada de maneira inadequada, (Autor 2006) ............55
Figura 7-8 – Laje alveolar recusadas, (Autor 2006) ..................................................56
LISTA DE TABELAS

Tabela 5-1 – Armação treliça, (Lajes Puma 2004) ....................................................23


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnica


AFALA Associação dos Fabricantes de Lajes de São Paulo
EPS Poliestireno expandido
LISTA DE SÍMBOLOS
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................14

2 OBJETIVOS .......................................................................................................15

2.1 Objetivo Geral.................................................................................................15

2.2 Objetivo Específico .........................................................................................15

3 MÉTODO DE TRABALHO .................................................................................16

4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................17

5 HISTÓRICO DAS LAJES ...................................................................................18

5.1 Lajes mistas....................................................................................................20

5.1.1 Laje mistas pré-fabricadas..............................................................................20

5.1.1 Lajes mista pré-fabricadas com armação treliça ............................................21

5.1.2.1 Lajes mistas com elementos inertes e suas aplicações práticas...................23

5.1.1 Lajes maciças ou painéis com armaduras treliçadas .....................................24

5.1.2.3 Lajes treliças com elementos de enchimentos inertes ................................24

5.1.2.4 Lajes mistas com armação treliças em arcos................................................27

5.1.2.5 Lajes mistas com armação treliças em cortinas de contensão......................28

5.1.3 Lajes mistas compostas de concreto e chapa de aço dobrada ........................31

5.2 Laje pré-moldada............................................................................................32

5.2.1 Laje alveolar .....................................................................................................33

5.2.2 Laje unialveolar ................................................................................................35

5.3 Seleção da laje ...............................................................................................37

6 ESTUDO DE CASO ...........................................................................................39

6.1 Descrição da Obra ..............................................................................................39

6.2 Sistema construtivo .............................................................................................40


7 ANÁLISE OU COMPARAÇÃO CRÍTICA............................................................52

8 CONCLUSÃO ....................................................................................................57
14

1 INTRODUÇÃO

As lajes são elementos estruturais de fechamento horizontais, que têm grande


influência no custo e cronograma de cada obra.

Na engenharia civil existe a preocupação em minimizar os custos em todas as


etapas da obra. Este objetivo só pode ser alcançado com analises críticas de toda a
obra em diversos aspectos, como tipos de materiais a serem utilizados, o tipo de
acabamento a ser selecionado, as técnicas construtivas, a qualificação da mão-de-
obra, a concepção estrutural e o tipo de laje a ser selecionada entre outros aspectos.

Para selecionar as lajes em cada respectiva obra é necessário antes de tudo


conhecer os tipos de lajes que existem e o que está disponível atualmente no
mercado. É de essencial importância conhecer os seguintes requisitos como: vão
livre, sobre cargas, prazo para a entrega e execução na obra. Selecionar empresas
que atendam a necessidade da obra, analisar a região onde será implantado, o
planejamento para receber os materiais sendo requisito indispensável para não
obstruir o trânsito e sempre calcular o custo x distancia.

O estudo de caso será desenvolvido com base na obra do Wal Mart em Guarulhos.
Nesta obra 97 % de lajes são pré-moldada com cabos de protensão, 1,5% lajes
moldadas no local, 0,5% lajes pré-moldada com aço CA 60 e1% lajes mista com
armação treliça.
15

2 OBJETIVOS

Selecionar informações técnicas sobre a utilização das lajes mistas e pré-moldadas,


explanar as diferença de cada laje e orientar a escolha para cada obra especifica.

2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho tem por objetivo expor a importância da escolha da laje para
cada obra, acompanhado-se sempre de um projeto estrutural bem detalhado e
preciso.

2.2 Objetivo Específico

Explanar e comparar os tipos de lajes, suas vantagens e desvantagens, a


importância em um preciso cálculo estrutural e o que pode acontecer se o projeto for
inadequado.
16

3 MÉTODO DE TRABALHO

Este trabalho será realizado com base em pesquisa na bibliografias, estudo de caso,
pesquisa na internet e informações de pessoas ligadas no assunto.
17

4 JUSTIFICATIVA

A escolha deste tema tem como finalidade aprimorar o conhecimento sobre os


vários tipos de lajes que existem no mercado, pois nos cursos de graduação
normalmente aprende-se a dimensionar apenas as lajes maciças moldadas no local.
18

5 HISTÓRICO DAS LAJES

Lajes são elementos estruturais planas, com cargas predominantemente


perpendiculares ao seu plano principal, responsáveis por transmitir as cargas para
as vigas que a sustentam, e destas para os pilares.

As lajes surgiram na necessidade da construção de pisos elevados. Os primeiros


materiais utilizados foram os materiais naturais, como pedras e madeiras,
aperfeiçoando-se com o passar dos anos até atingir o patamar de conhecimento e
tecnologia atual.

Os arcos de pedra, bastante utilizados durante o Império Romano, permitiam vãos


razoáveis devido as suas características peculiares que desenvolve somente
esforços de compressão.

Com o surgimento do concreto armado foram desenvolvidas as lajes maciças,


mistas e pré-moldadas, com o avanço da tecnologia e pesquisa surgiu o concreto
protendido, aperfeiçoando as lajes possibilitando vencer vãos maiores com alturas
de lajes reduzidas.

A execução rotineira das lajes maciças obriga a montagem de fôrmas para


sustentação das mesmas até o ganho adequado de resistência do concreto.

Com o objetivo de reduzir o emprego de madeiras para as fôrmas na construção das


lajes foram concebidas as lajes pré-moldadas.

Por volta de 1860, J. Monier iniciou a fabricação das primeiras lajes pré-moldadas
para residências utilizando perfis metálicos de seção ”  “ como armadura principal de
tração entre placas de concreto armado, sistema este conhecido como sistema pré-
moldado Monier (figura 5.1).
19

Figura 5-1 – Sistema pré-moldado Monier, (José Carlos, Lajes Mediterrânea 1991)

François Coignet publicou em 1861 na França um trabalho evidenciando as lajes de


concreto armado constituídas por nervuras e armaduras de aço, dessa forma,
surgiram as primeiras vigas T como hipótese de cálculo, hipótese esta utilizada até
hoje nas lajes pré-moldadas como mostra a figura 5.2.

.
Figura 5-2 – Sistema Coignet, (José Carlos, Lajes Mediterrânea 1991).

Levando em conta os sistemas construtivos franceses, os alemães começaram a


desenvolver seus próprios sistemas de lajes pré-moldadas, as quais eram formados
por vigotas pré-moldadas de concreto armado e blocos intermediários de alvenaria,
posteriormente sua superfície preenchidas com argamassa de cimento e areia. A
função principal dos blocos era reduzir o peso próprio do conjunto, enquanto que o
20

capeamento era responsável pela resistência aos esforços de compressão. Este


sistema é semelhante ao utilizado atualmente em lajes pré-fabricadas tradicionais.

Segundo a Associação dos Fabricantes de Lajes de São Paulo (AFALA 1990), o


inicio da industrialização deste processo construtivo teria sido no Rio de Janeiro na
década de 40.

5.1 Lajes mistas

O desenvolvimento dos diversos sistemas estruturais e construtivos fez surgir, entre


outros, os sistemas formados por elementos mistos aço-concreto, cuja combinação
de perfis de aço e concreto visa aproveitar as vantagens de cada material, tanto em
termos estruturais como construtivos. Como material de revestimento, protegendo os
perfis de aço contra o fogo e a corrosão e embora o concreto pudesse ter alguma
participação em termos estruturais, sua contribuição na resistência era desprezada.
Hoje as lajes mistas são intensamente usadas em edifícios de vários andares no
exterior e estão evoluindo no Brasil.

5.1.1 Laje mistas pré-fabricadas

Visando um melhor custo / beneficio começou-se analisar varias forma na


concepção e fabricação das lajes, como as lajes nervuradas moldadas “in loco”,
onde o consumo de concreto é reduzido e o peso próprio aliviado, por meio de
introduzir elementos como: tijolo furado, tubo de papelão reforçado, caixote de
madeira, bloco de concreto leve, isopor, lajotas cerâmicas entre outras.

Mesmo com tantas vantagens em relação à redução de concreto e peso próprio é


apontado como desvantagem destes sistemas o custo excessivo dos elementos de
madeira utilizados como formas para receber e moldar o concreto. Em busca de
21

minimizar este custo, surgiram então as vigotas pré-fabricadas de concreto armado


utilizadas em conjunto com lajotas cerâmicas ilustrado na figura 5.3, reduzindo
assim significa mente o custo de formas e aumentando a praticidade do sistema
construtivo, economizando-se mão-de-obra e tempo.

Com este sistema conseguiu-se uma redução considerável no custo final da laje,
gerando benefícios razoáveis dentro da estrutura como um todo. Por outro lado, este
sistema é bastante limitado, não podendo com ele atender grandes vãos e grandes
cargas acidentais . Isto se deve a alguns fatores principais, tais como a falta de
aderência entre a superfície lisa das vigotas e o concreto de cobertura, não
garantindo a monoliticidade a estrutura.

Figura 5-3 – Laje mistas Pré-fabricada convencional, (José Carlos, Lajes Mediterrânea 1991).

5.1.1 Lajes mista pré-fabricadas com armação treliça

Com o estudo de uma laje com maior aderência ao capeamento surgiu-se na Europa
a mais de 30 anos as lajes pré-fabricadas de concreto armado que se utiliza de
armaduras treliçadas espaciais soldadas por eletrofusão (figura 5.4). Se adaptado
as condições brasileiras de mão-de-obra e material, oferecendo à construção civil
nacional um sistema construtivo criativo que permite completa flexibilidade de
22

projeto, conseguindo superar as limitações técnicas e econômicas dos sistemas


anteriores.

Figura 5-4 – Armação treliça Puma, (Lajes Puma 2006)

As armações treliças são compostas pelos seguintes parâmetro:


• Diâmetro do fio ou banzo superior
• Diâmetro do fio ou banzo inferior
• Diâmetro do fio sinusóide ou diagonal sinusoidal
• Altura da treliça
• Abertura da treliça (entre 9cm e 10cm)
• Espaçamento de sinusóide (20cm).

Na figura 5.5 é indicado o fio superior, inferior e sinusóide de uma armação treliça.

Figura 5-5 – Armação treliça puma, (Lajes Puma 2006)

A armação treliça é constituída por dois banzos ligados na direção diagonal


sinusoidais igualmente espaçadas, sua altura “H” varia de 60 a 300 mm e
23

comprimento de 9,0 a 12,0m. A industrialização se dá por eletrofusão,


transformando em um único corpo rígido, conforme indica a figura 5.5. O banzo
superior é constituído por um fio de aço que varia de Ф 6 a 8 mm, os banzos
inferiores são composto por dois fios de aço que variam de Ф 4,2 a 6,0 mm.

As normas técnicas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, que


abrangem este sistema de lajes são:
• NBR 14859-1 - Laje Pré-fabricada -Requisitos- parte1:Lajes unidirirecionais
• NBR 14859-2 - Laje Pré-fabricada -Requisitos- parte2:Lajes bidirecionais
• NBR 14862 – Armação treliçadas eletrossoldadas - Requisitos

A tabela 5.1 a seguir indica as armações padronizadas pelos fabricantes brasileiros,

Tabela 5-1 – Armação treliça, (Lajes Puma 2006)


DIÂMETRO DOS VERGALHÕES SEÇÃO PESO DA
TIPO DE ALTURA (mm) INFERIOR TRELIÇA
ARMAÇÃO (mm) superior sinusóide inferiores (cm2) (kg/m)
TR06 644 60 6,00 4,20 4,20 0,276 0,711

TR08 644 80 6,00 4,20 4,20 0,276 0,735

TR10 644 100 6,00 4,20 4,20 0,276 0,762

TR12 645 120 6,00 4,20 5,00 0,392 0,890

TR12 646 120 6,00 4,20 6,00 0,566 1,017

TR16 745 160 7,00 4,20 5,00 0,392 1,032

TR20 746 200 7,00 4,20 6,00 0,566 1,260

TR25 856 250 8,00 5,00 6,00 0,566 1,700

TR30 856 300 8,00 5,00 6,00 0,566 1,830

5.1.2.1 Lajes mistas com elementos inertes e suas aplicações práticas.

Podemos apontar varias utilizações para as lajes mista em especial lajes nervuradas
com armação treliças , sua execução se faz com mesma facilidade do que as lajes
convencionais , mais com um grande diferencial a monoliticidade, por se tratar de
um sistema que distribui melhor os esforços nela aplicados, as soluções para cada
tipo de necessidades se adaptam fácil as exigências arquitetônicas, podendo ter
varias formas e tamanhos, podemos observar a seguir as vigotas treliças em farias
24

formas de carregamentos e esforços diferenciados com alturas variadas e soluções


praticas e eficazes .

5.1.1 Lajes maciças ou painéis com armaduras treliçadas

São desenvolvidas por vigotas pré-fabricadas de concreto armado, armadura treliça


e armadura adicional e função do carregamento. O painel constitui por si , uma
estrutura flexo-rígida, mesmo antes de receber o capeamento na obra, a armadura
principal é perfeitamente posicionada e a adicional é montada com precisão bem
superior aquela conseguida em obra, o fio diagonal da treliça realiza uma eficaz
ligação difusa, que oferece grande vantagem no combate aos esforços de força
cortantes, os estribos duplos,com um passo de 20 cm, proporcionam um efeito
extremamente positivo onde unem muito bem a zona de tração e a de compressão
da laje e absorvem os esforços de cisalhamento. Realiza-se assim uma união
perfeita entre o concreto de capeamento e a armação , formando uma estrutura
monolítica (figura 5.6).

Figura 5-6 – Laje painel com armação treliça, ( José Carlos, Lajes Mediterrânea 1991)

5.1.2.3 Lajes treliças com elementos de enchimentos inertes


25

Os vazios das lajes nervuradas são preenchidos por peças de varias espécies com o
intuito de diminuir o peso abaixo da linha neutra dando maior resistência aos
esforços nela empregado .

Nestes casos os vazios das lajes treliças são completados por peças de cerâmica e
EPS (poliestireno expandido) que durante a montagem são sobrepostos nas
próprias vigotas pré-fabricadas, dispensando as formas de sustentação horizontais.
Será demonstrado nas figuras 5.7, 5.8 e 5.9 detalhes de montagem das lajes treliças
com complementos inertes.

Figura 5-7 – Laje treliça com elementos cerâmicos, (Autor 2006)

A figura 5.7 indica uma laje mista com vigotas pré-fabricadas de concreto armado e
lajotas cerâmicas para completar as nervuras e servirem de formas.
26

Figura 5-8 – Laje Plana com lajotas cerâmicas, (José Carlos, Lajes Mediterrânea 1991)

Já a figura 5.8 é demonstra a laje treliça projetada como um pano plano, onde não
visualizamos as vigas estruturais do empreendimento na surpefici inferior da laje
plana.

Figura 5-9 – Laje Nervuradas com EPS, (Lajes Puma 2006)

Segundo Danilo Magalhães Gomes os matérias inertes cerâmicos foram bem


utilizados para o enchimentos das lajes nervuradas na década de 90, no entanto o
EPS pouco utilizado, por falta de conhecimento de muitos técnicos, como objeto que
27

proporcionava preenchimento das nervuras. Após vários estudos e comparações


entre as duas formas construtivas começou-se a ser empregado o EPS com maior
freqüência, proporcionando perca de mercado para os ceramistas.

Isso aconteceu após estudos comparativo onde o EPS apresenta massa específica
de 11 a 20 kgf/m3 e os blocos cerâmicos com 500 kgf/m3, proporcionando as
estruturas menor quantidade de aço no conjunto.

Apesar dos blocos de EPS não ter função estrutural, a norma NBR 14859-1,item
4.3.41 estabelece que os blocos de EPS devem resistir à carga mínima de 1kN,
suficiente para suportar os esforços de trabalho durante a montagem e
capeamento da laje. Para os elementos com enchimento de 7 a 8 cm de altura,
admite-se 0,7 kN.

5.1.2.4 Lajes mistas com armação treliças em arcos

Os arcos são obtidos com envergadura do elemento básico durante a fabricação,


podendo vencer vãos de até 30,0 m, sendo que os elementos pré-fabricados
montados em segmentos, suas junções são feitas através das nervuras transversais,
que devem ter largura suficiente para alojar as emendas das armaduras ver detalhe
na figura 5.10. Já nas junções entre lajes e pilares não se tem rigidez suficiente
sendo necessário colocar tirantes metálicos ligados as apoios para absorver os
esforços horizontais.
28

Figura 5.10, Laje treliça com armação em forma de arco, ( Henrique Dinis 1988)

5.1.2.5 Lajes mistas com armação treliças em cortinas de contensão

A contenção de taludes pode ser feita com diversos sistemas, a depender do tipo de
solo, estabilidade do maciço, nível d´água, empuxo e outros. As cortinas de
contenções apoiadas em outras estruturas, no caso, perfis de aço apresentam
pequenos deslocamentos, sendo bastante empregados em áreas urbanas para a
sustentação e modelação dos subsolos Quando não houver justaposição entre
estacas, pode-se utilizar entre elas peças de lajes treliças duplas uma em sua fase
interior e a outra exterior se fundido em um único bloco após o concreto como
demonstra as figuras 5.11, 5.12, 5.13 e 5.14.

Na figura 5.11 visualiza-se as vigotas pré-fabricadas justamente como elas são


montadas, posicionando as armaduras internamente para que receba o concreto e
se torne uma parede de concreto armado.
29

Figura 5-10 – Vigotas pré-fabricadas para cortinas de contensão, (Daniel Rozenbaum 2004)

Após a cravação dos perfis metálicos é executado a ancoragem e montada as


placas de contenção com armação treliças ( figura 12) .

Figura 5-11 – Cortinas de contensão com elementos pré-fabricados, (Daniel Rozenbaum 2004)

A montagem e das cortinas são feitas por etapas de modo que mantenha a
estabilidade do solo. Após a montagem de toda a cortina no perímetro da obra, a
concretagem é feita pelo vão da laje superior indicado na figura 5.13.
30

Figura 5-12 – Cortinas de contensão com elementos pré-fabricados, (Daniel Rozenbaum 2004)

Segundo Gildásio Rodrigues a descoberta deste método de contensão unindo perfis


metálicos com vigotas pré-fabricadas com armação treliças se tornaram o mais usual
no mercado da construção, proporcional uma ótima produtividade, não necessitas de
embolso, apenas pintura eliminado os grande transtorno causados pelas lama
betoniticas, usadas no processo de escavação das paredes diafragmas. O aspecto
final da cortina também foi considerado, proporcionando entre as placas paginações
que garante resultados estético excelentes (figura 5.14).

Figura 5-13 – Cortinas de contenção com elementos pré-fabricados fase final, (Daniel
Rozenbaum 2004)
31

As normas técnicas da ABNT que abrangem e detalham a aplicação deste sistema


de cortinas de contenção são:
• NBR 11682 e NBR 1315 Estabilidade de Taludes
• NBR 6122 e NBR projeto e execução de fundações
• NBR 9061 Segurança de escavação a céu aberto.

5.1.3 Lajes mistas compostas de concreto e chapa de aço dobrada

Estas lajes consistem na substituição da armadura de tração convencional em aço


por uma chapa fina de aço laminado a frio, com espessura da ordem de 1mm,
dobrada de forma com que trabalhe em conjunto com a camada de concreto.
Mesmo assim, emprega-se uma malha de aço de distribuição no concreto, para
resistir os esforços solicitantes exercidos no capeamento e estabilizar a estrutura
em caso de incêndio. A chapa dobrada além de atuar como armadura, também
recebe o papel de fôrma sendo auto-encaixáveis formando base para o capeamento.

É de grande importância que exista uma boa aderência entre o concreto e a chapa
de aço. A ausência de aderência provocaria um deslizamento entre os dois materiais
fazendo com que ambos deixassem de trabalhar em conjunto, além de impossibilitar
a transferência de esforços. Para garantir que tenha aderência as chapas de aço em
formas trapezoidais possuem pequenos orifícios onde possibilita a penetração do
concreto permitindo maior aderência.

Este sistema proporciona até 1 mil m2/ dia de perfis instalados, sua resistência
chegam a 2t/m2 , mesmo não recebendo protensão. O espaçamento ideal para uma
laje econômica que não onere a estrutura possui distância entre vigas de 2,5m a
3,00 m sem cimbramento. A laje steel decks pode vencer vãos com até 10m com
auxílio de cimbramento.

Este sistema e intensamente utilizado na Europa, especialmente na Inglaterra e


Alemanha, bem como os Estados Unidos. No Brasil quem pateteou este segmento
foi a empresa Metform de Belo Horizonte - MG com nome de Steel Decks. O seu
32

uso vem progredido em função da utilização constante das estruturas metálicas


onde o sistema e mais usual. Nada em pede que o sistema seja implantado das
estruturas de concreto armado.

A possibilidade de executar as lajes quase em simultaneamente com a estrutura é


sem duvida a principal vantagem do steel decks (figura 5.15).

Figura 5-14 – Lajes mistas compostas de concreto e chapa de Aço, (Alexandre Luiz 2003)

5.2 Laje pré-moldada

As Lajes pré-moldadas surgiram através de muita pesquisa em busca de vencer


grandes vãos com a quantidade mínima possível de altura, mais ágil para ser
montadas e não precisando de escoramentos e formas. Isso só foi possível com o
trabalho geométrico bem definido onde se constituiu placas de lajes que ao serem
submetidas as esforços acidentais distribuem melhores os esforços de tração e
compressão, diminuindo-se o seu peso próprio, podendo ser dimensionada com
armação CA50, CA60, cordoalhas de protensão e cabos de protensão.

Após o empregando ao do concreto protendido se teve um grande diferencial em


relação as outras lajes, onde com pequenas quantidades de cabos de protensão se
ganhou muito resistências aos esforços solicitantes.
33

5.2.1 Laje alveolar

A laje Alveolar tem sua altura estabelecidas em H16, H20, H30, H40 e H50, são
indicadas para vãos maiores que 5m e obras acima de 100m2, podendo resistir
sobrecargas de 1,5kN/ m2 sendo peças de lajes sem a utilização do concreto
protendido e sim apenas armaduras CA60 em sua parte inferior para resistir aos
esforços de tração, até 2.5kN/ m2 com o uso de concreto protendido.

As lajes alveolares protendidas são produzidas por extrusoras que se movem devido
à alta compactação do sistema de extrusão, formando um bloco único As vigas
apresentam contra flechas devido às forças de protensão a que são submetidas.
Este processo assegura perfeita aderência aos cabos, evitando segregação entre
camadas, permite produzir lajes com até 50cm de altura para vãos de 20 metros.

Figura 5-15 – Lajes pré-moldadas Alveolar com concreto protendido, (Autor 2006)

Após o corte, ao serem retiradas da pista, as lajes passam por inspeção final e são
encaminhadas para o setor de estocagem ou diretamente carregadas. As lajes são
transportadas em carreta padrão e colocadas sobre suporte de madeira, empilhadas
de forma a não exceder 6 lajes por pilha, podendo-se acomodar até duas lajes entre
pilhas de uma mesma carga, desde que não exceda 28t.
34

A montagem das lajes poderá ser feita pelos fabricantes ou pela obra, desde que
adotados os procedimentos especificados pelo fabricante. Para montagem deve ser
utilizado um perfil I metálico com capacidade compatível e garras ou cabos para
içamento das lajes. É imprescindível observar se os apoios das lajes estão bem
nivelados, para evitar apoios pontuais que possam provocar, além do
desnivelamento das peças ao longo do comprimento, o aumento das tensões
localizadas (figura 5.16).

Figura 5-16 – Apoio desnivelado proporcionando tensões excessivas, (Autor 2006)

Após a montagem da peça na posição de serviço, caso seja necessário, as lajes


deverão ser niveladas e em seguida rejuntadas. A equalização propriamente dita
consistirá em escorar a parte inferior da laje com escora regulável. Na seqüência,
colocar um torniquete de aço na face superior e travas com cunhas de madeira na
face inferior até que a laje fique nivelada na escora (figura 5.17).
35

Figura 5-17 – nivelamento das lajes alveolares, (Autor 2006)

As lajes alveolar, por serem executadas em pistas metálicas, apresentam a


superfície inferior lisa, eliminando a necessidade de revestimento.Na face superior,
se necessário, é especificado capeamento com tela soldada para melhor distribuir as
sobrecargas.

A norma técnica da ABNT que abrangem este sistema de laje alveolar e:


• NBR 14861 – Laje pré-fabricada – Painel alveolar de concreto protendido -
requisitos

5.2.2 Laje unialveolar

As vigas unialveolares são fabricadas de forma parecida aos da laje alveolares, ou


seja, por extrusão em pista para fabricação do concreto protendido tendo as
característica de baixo consumo de cimento e alta compactação dos agregados. As
vigas unialveonares apresentam contra flechas devido às forças de protensão a que
são submetidas, semelhantes às placas alveolares (figura 5.19).
36

Figura 5-18 – Laje unialviolar R4 pré-moldados, ( R4 2006)

A laje uniaveolar é composta pelas vigas unialveolares montados sobre a estrutura


da edificação, sobre as quais é lançado o concreto de capeamento, armado com tela
convencional. Dois arranjos são possíveis de acordo com as necessidades
estruturais e arquitetônicas; a montagem justaposta e com intereixo afastado, onde
se destaca a laje unialviolar, possibilitando as instalações elétricas e hidráulicas
(figura 5.20).

.
Figura 5-19 – Laje unialviolar R4 pré-moldados, ( R4 2006)

Segundo Augusto Rosauro os vazios entre as placas unialveolares montadas com


os intereixo afastado podem ser preenchidos com forros de EPS, PVC, madeira,
acrílico e outros acabamentos de acordo com cada projeto arquitetônico, sendo um
grande diferencial em relação as outras lajes (figura 5.21).
37

Figura 5-20 – Laje unialviolar R4 pré-moldados,( R4 2006)

5.3 Seleção da laje

Normalmente para obras de grande porte como Varejos, prédios residenciais e


comerciais quem faz a opção das lajes são as equipes de engenheiros projetistas,
onde no estudo de concepção os itens relevantes na escolha da laje é prazo e custo.
Já nas pequenas obras comerciais e residenciais quem seleciona as características
das lajes são os próprios engenheiros residentes. Com isso o aspecto que será
explorado neste capítulo e a seleção das lajes mistas e pré-moldadas.

• Em pequenas obras residenciais com pequena área de construção sem duvida a


laje treliça com objeto inerte cerâmico e a melhor opção entre custo x beneficio,
tendo boa produção em construções horizontal. Fácil acesso por existir diversas
fabricas de laje distribuídas no estado, não necessita de mão de obra especializada,
e sim de qualidade na montagem e acabamentos.

• A laje treliça com EPS e uma boa escolha para obra comerciais onde a temos
sua superfície inferior aparente, economizando no embolso, mão-de-obra e no custo
final da estrutura.
38

• Nos empreendimentos verticais de vários andares a laje treliça com EPS e uma
boa escolha, fornecendo grande produtividade na execução, tendo a desvantagem
com sua altura, forçando com que o gabarito da edificação aumente ou perda um
pavimento, devido as instalações elétricas e hidráulicas no lado inferior da laje,
necessitando de forros para esconder as tubulações. O emprego das lajes treliças
nas edificações verticais de vários pavimentos, ainda tem pouca utilização devida a
laje de concreto armado moldada no local, onde consegue-se grande resistências
com baixa altura, e o custo das formas neste seguimento se paga com a rotatividade
do reuso.

• Em obra de estruturas metálicas as laje indicadas são aos painéis treliçados que
proporcionando grandes produtividade e bom comportamento a flexão devidos as
sua armações que resistem bem as esforços cisalhantes, e a steel decks facilitando
muito na montagem e ancoragem do sistema com poucas quantidade de
cimbramento. Os painéis treliçados são mais usuais em função de ter menor custo
que a steel decks.

• As lajes pré-moldadas são geralmente usadas em obras de varejo onde o prazo


e primordial, onde e necessário vencer grandes e grandes carregamentos
acidentais. Com isso se desenvolvem todas as estruturas pré-moldadas, para se
tornar uma obrar rápida. Com o ganho de produtividade, consegue-se reduzir bem o
custo final do conjunto pilar, viga e laje.
39

6 ESTUDO DE CASO

Este estudo de caso foi desenvolvido em um empreendimento em Guarulhos, sendo


uma obra que contempla no mesmo terreno duas loja, Sam´s Club atacadista e
Supercenter varejista sendo ambas do grupo Wal Mart batizada como Combo
Guarulhos figura 6.1.

Figura 6-1 – Combo Guarulhos, (Autor 2006)

6.1 Descrição da Obra

O Combo Guarulhos foi definido em cronograma para ser entregue no intervalo de


159 dias, prazo de execução que deixa qualquer construtora preocupada, apesar de
já estarem acostumada com este intervalo de tempo para se construir um
hipermercado, a construtora se deparou com um grade desafio, construir no prazo
bem reduzido duas lojas no mesmo terreno, que unidas chegam aos 42.000 m2 .de
área construída.

A escolha de um sistema construtivo rápido e pratico foi fundamental para a escolha


da construção. Com isso o cliente optou pela construtora W.Torre que trás em sua
40

bagagem varias obra construídas para varejo, com seu sistema de placas de
concretos pré-moldadas para fechamentos verticais apelidado de Tilt-Up,
substituindo as alvenarias de periferias e vigas de concreto armado superiores como
mostra a figura 6.2.

Figura 6-2 – Placas de concreto Tilt-up, (Autor 2006)

6.2 Sistema construtivo

Este sistema com placas de Tilt-Up e desenvolvido juntamente com toda sua
estrutura e lajes pré-moldada somando com telhado metálico que e essencial para a
sustentação e travamento do conjunto de placas Tilt-up (figura 6.3).

Figura 6-3 – Estrutura metálica engastada nas placas de Tilt-up, (Autor 2006)
41

As lajes que foram selecionada nesta obra são: 97 % de pré-moldada com cabos de
protensão, 1,5% lajes moldadas no local, 0,5% a lajes pré-moldada com aço CA60 e
1% lajes mista com armação treliça.

A escolha das lajes pré-moldadas se deu pela excelente produtividades de


montagem e resistência para vencer grandes vãos que variavam de 7,50 a 11,00 m
de comprimentos com baixas alturas do conjunto (laje e capeamento), na figura 6.4
e indicado a placa de laje alveolar com 30 cm de altura apoiada aproximadamente
com 7 cm em sua extremidades junta as vigas pré-modadas.

Figura 6-4 – Laje alveolar Sam´s Club com 30cm de altura, (Autor 2006)

A laje do salão de vendas do Sam´s Club foi desenvolvida para suportar um


carregamento acidental de 12kN/m2 em vãos de 10,40m, onde seu piso foi projetado
para oferecer o transito de pessoas e empilhadeiras. Já o Supercenter foi projetado
para um carregamento acidental de 6kN/m2, diminuindo a altura das placas de lajes
alveolares de 30cm para 20cm ilustrado na figura 6.5 .
42

Figura 6-5 – Placas de lajes alveolares do Supercenter com 20cm de altura, (Autor 2006)

O transporte das lajes alveolares geralmente são feito por carretas como mostra a
figura 6.6, devido as suas dimensões elevadas, onde neste obra se usou peças de
1,20 à 1,50 de largura por 7,5 à 11 m de comprimentos com peso próprio
respectivos de 3800 kg à 5100 kg.

Figura 6-6 – Transporte das lajes Alveolares,( R4 2005)

Nas figuras 6.7, 6.8, 6.9, 6.10, 6.11, 6.12 e 6.13 estão sedo explicitas a seqüência
de montagem das lajes alveolar onde se desenvolveu excelente produtividade
chegando a 720 m2 de laje dia, isso mediante a pouco efetivo e maquinário com
condições precárias para atender tal empreendimento, com o emprego de estruturas
melhores, com certeza este número aumentara.
43

Após a entrada da carreta na obra é posicionado o guindaste próximo a montagem


das placas alveolares, patola-se e desenrola-se os cabos de aço, que sustentam a
placa (figura 6.7).

Figura 6-7 – O guindaste patolado, (Autor 2006)

Em seguida é efetuado o inçamento da placa de laje alveolar (figura 6.8).

Figura 6-8 – O guindaste patolado, (Autor 2006)

A peça é levantada lentamente e posicionada no sentido de montagem (figura 6.9).


44

Figura 6-9 – Içamento da laje alveolar (Autor 2006)

Direcionamento da placa alveolar no sentido de montagem (figura 6.10).

Figura 6-10 – Laje alveolar se aproximando do local de montagem (Autor 2006)

Ao chegar próximo ao local destinado necessita-se de ajuda manual (figura 6.11).


45

Figura 6-11 – Laje alveolar se aproximando do local de montagem (autor 2006)

Ajuste manual da placa alveolar facilitando a retirada do cabo de aço (figura 6.12).

Figura 6-12 – Posicionamento manual da placa alveolar, (Autor 2006)

Ajuste final da placa alveolar, necessitando de alavancas de aço para movimentação


da peça (figura 6.13).
46

Figura 6-13 – Posicionamento da laje alveolar com alavancas de aço, (Autor 2006)

A figura 6.14 visualiza-se a laje alveolar montada em seu lugar projetado, onde ela e
apoiada 7cm de cada lado no console das viga de concreto armado pré-moldadas.
Na mesma é possível perceber a contra fecha nas placas de lajes alveolar devido ao
concreto protendido, sendo a flecha também requisito de projeto estrutural da laje.

Figura 6-14 – Lajes Pré-moldadas Alveolar, (Autor 2006)

Os cabos de protensão não foram as únicas armaduras usadas no conjunto laje e


capeamento, nesta concretagem e usada telas de Ф 6,3mm a cada 10cm, não com
função estrutural, mas para evitar futuras fissuras no capeamento. E as armaduras
negativas, pois todas as estruturas foram pré-moldadas, tendo comportamentos
estruturais diferenciados podendo causar grandes fissuras figura 6.15.
47

Figura 6-15 – Armação do conjunto laje pré-moldada e capeamento, (Autor 2006)

Na área dos laboratórios no salão de vendas do Sam´s Club foi utilizada laje treliça
com armação H12 com altura final de 20cm, objeto inerte cerâmico e vigotas pré-
fabricadas com aço dimensionado para resistir aos esforços solicitantes com idades
prematuras, devido ao atraso do cronograma que exigindo a retirado do
cimbramento em 72 horas, as figuras 6.16, 6.17 e 6.18 apresentam alguns dos
processos de montagem da laje treliça.

A figura 6.16 demonstra a montagem das lajotas cerâmicas no preenchimento das


nervuras da laje treliça

Figura 6-16 – Laje treliça com lajota cerâmica, (Autor 2006)


48

A figura 6.17 demonstra a parte inferior das lajes apoiada no cimbramento.

Figura 6-17 – Laje treliça apoiada no cimbramento (Autor 2006)

A figura 6.18 visualiza-se a laje internamente com as lajotas cerâmicas e vigotas


ajustadas a espera do capeamento.

Figura 6-18 – Laje treliça vista inferior.

As vigotas possuíam o comprimento de 4,00m e armadura adicional de 2 Ф 6,3mm


para um carregamento acidental de 0,5KN/m2, mais armadura de distribuição do
capeamento e a armadura negativa, tais armação para os processos normais de
cura estariam super dimensionadas (figura.6.19).
49

Figura 6-19 – Vigota treliça com aço adicional, (Autor 2006)

Nos laboratórios não foram usada as lajes alveolar, por serem construídas
posteriormente aos fechamentos de Tilt-up e telhado impossibilitando o inçamento
das placas.

Já na casa de maquinas e subestação foram utilizadas lajes pré-moldadas não


protendidas e sim com aço CA60 de Ф 6,3mm, devido aos baixos esforços
solicitantes, considerando como forro, sendo 0,5kNf/m2 ( figuras 6.20 e 6.21).

Figura 6-20 – Casa de maquinas, laje pré-moldada com aço Ф 6,3mm, (Autor 2006)
50

Foi selecionado a laje alveolar para casa de bombas e subestação em função da


rapidez de sua montagem, onde as instalações já estavam prejudicadas devido ao
atraso decorrentes de outros seviços.

Figura 6-21 – Subestação, laje pré-moldada com aço Ф 6,3mm, (Autor 2006)

Nas docas onde são recebidos os matérias de venda e equipamentos, só foi


possível o emprego da laje moldada no local, devido as molduras de concreto para a
implantação das niveladoras de carga, embutidas no rebaixo construtivo da laje.
(figura 6.22, 6.23 e 6.24)

Figura 6-22 – Doca, laje moldada no local, (Autor 2006)


51

Na figura 6.22 demonstra a construção das formas para a concretagem da estrutura


moldada no local.

Figura 6-23 – Doca, laje moldada no local, (Autor 2006)

Na figura 6.23 visualiza-se a laje concretada a espera das niveladoras de carga.

Figura 6-24 – Doca, fixação das niveladoras de cargas, (Autor 2006)


52

7 ANÁLISE OU COMPARAÇÃO CRÍTICA

As lajes alveolares apresentam vários problemas na montagem que não são


mencionados corretamente na hora em que o cliente está adquirindo este sistema.

Na montagem das lajes com peso acima de 40KN as garras de içamentos não são
recomendadas, pois o encaixe nas placas alveolares onde é engastado as garras
para o içamento não a suportam (figura 7.1)

Figura 7-1 – Laje alveolar sendo içada com as garras metálicas, (Autor 2006)

Na figura 7.1 o uso das garras é recomendado, pois as placas possuíam peso de
38kN, não proporcionando perigo algum.

Já na figura 7.2 o uso das garras não foi satisfatório, a placa alveolar se soltou e
caiu ao solo.
53

Figura 7-2 – Laje alveolar quebrada, (Autor 2006)

Na figura 7.3 a placa alveolar não suportou o seu próprio peso e quebro antes de
sair do solo.

Figura 7-3 – Laje alveolar quebrada, (Autor 2006)

Em contra partida o uso de cabo de aço para as placas alveolares acarreta em


quebra nas laterais das placas devido aos atritos dos cabos ilustrado na figura 7.4
54

Figura 7-4 – Laje alveolar danificada, (Autor 2006)

Com esses problemas é necessário que aplique emboço na parte inferior das placas
para corrigir e tampar quebras decorrentes da montagem.

As placas alveolares possuem contra fechas determinadas no detalhamento dos


projetos, que muitas vezes acabam sendo excessivas formando desniveladas na
parte inferior das placas ( figura 7.5).

Figura 7-5 – Laje alveolar desnivelada, (Autor 2006)

Para corrigir estes desníveis é necessário aplicar vergalhões de rosca comprimindo


as placas alveolares até que elas se aproximem do nivelamento, depois de
niveladas elas são rejuntadas com concreto. (figura 7.6 )
55

Figura 7-6 – Laje alveolar no processo de nivelamento, (Autor 2006)

O armazenamento das placas de laje alveolares não são indicados em função do


custo indireto que elas geram, pois aumenta a mão-de-obra em retirar a placa da
carreta e colocar no solo e depois retirar do solo e posiciona-la em seu local
destinado.Outro ponto é o empilhamento incorreto das placas que geram tensões de
tração superior rompendo o concreto. (figura 7.7).

Figura 7-7 – Laje alveolar empilhada de maneira inadequada, (Autor 2006)

Na figura 7.8 é ilustrado as placas de lajes alveolares que foram recusadas pelo
controle de qualidade da obra em função do excesso de fissuras e quebras.
56

Figura 7-8 – Laje alveolar recusadas, (Autor 2006)

Outro ponto relevante é a demora para se repor uma placa de laje quebrada, onde o
prazo para entrega pode se prolongar para mais de 15 dias.
57

8 CONCLUSÃO

As lajes se desenvolveram ao longo dos anos com a dedicação e estudo intenso dos
métodos construtivos, limitações e deficiências de cada espécie em sua época atual.

Sendo um artifício da humanidade de proteção e conforto as lajes existem desde o


Império Romano com o sistema de arcos de compressão, com a falta de resistência
a tração foi desenvolvidos as lajes moldadas no local com concreto armado, em
busca de diminuir o peso próprio da estrutura desenvolve-se os sistemas pré-
fabricados com vigotas de concreto armado e lajotas de cerâmicas para
preenchimento das nervuras entre as vigotas, para que a estrutura se tornassem
estruturas monolíticas com maior resistência aos esforços de cisalhamento criou-se
o sistema de lajes com armação treliça.

A flexibilidade de adaptação das lajes treliças com diferentes objetos inertes, o fácil
acesso e custo baixo em relação aos outros sistemas, tornou-se à mais utilizados
nas pequenas obras residenciais e comerciais.

As lajes pré-moldadas alveolares foram desenvolvidas com a necessidade de


montagem rápida e limpa acompanhando-se do sistema global de vigas e pilares
também pré-moldados. Com a descoberta do concreto protendido se adaptou o
mesmo neste sistema alveolar, ganhando muito em resistência a sobre cargas e
possibilitou-se a vencer grandes vãos com altura de lajes reduzidas.

Com a finalização deste trabalho compreendo que a busca de conhecimento e


indispensável para desenvolver novos sistemas construtivos, onde as deficiências e
limitações atuais e o inicio para surgir novos conceitos.
58

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Campos LTDA. 1988 2º edição, p. 7 a 59.

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Téchnne, São Paulo, ed.nº. 83/2003, ano 12, p. 88, 89, 90, 91, 92,93 e 94.

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