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CO

LEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL


COORDENAÇÃO DE TCC

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ESTUDO COMPARATIVO ENTRE ALVENARIA DE VEDAÇÃO E


ALVENARIA ESTRUTURAL

COMPARATIVE STUDY BETWEEN SEALING MASONRY AND


STRUCTURAL MASONRY

João Pedro Almeida Santos Anjos


Thiago Oliveira Araújo
Kaique Ourives

RESUMO

O presente trabalho relaciona dois dos sistemas construtivos mais utilizados na


atualidade, a alvenaria estrutural e a alvenaria de vedação. A alvenaria estrutural é
um método construtivo que vem ganhando espaço no cenário da construção devido
suas vantagens como flexibilidade construtiva, economia e velocidade de
construção. Entretanto, a alvenaria convencional tem um preço acessível, por não
necessitar de uma mão de obra especializada e a grande produção dos produtos
como, por exemplo, o bloco cerâmico. Dessa maneira iremos definir os mesmos e
trazer algumas características individuais, para fins de identificar suas vantagens e
desvantagens, as propriedades técnicas, os elementos construtivos, viabilidade,
custos, a questão ambiental, dentre outros. Tal comparação e análise se faz clara ao
final deste artigo que, com base em toda a informação levantada, mostra a
viabilidade do modelo mais efetivo. A metodologia utilizada na revisão da literatura
baseou-se em informações de artigos, trabalhos e livros desta área de conhecimento
para conclusão dos resultados.

Palavras-chave: Comparativo, Alvenaria de Vedação, Alvenaria Estrutural


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ABSTRACT

The present work lists two of the most used constructive systems nowadays,
structural masonry and sealing masonry. Structural masonry is a constructive method
that has been gaining space in the construction scenario due to its advantages such
as constructive flexibility, economy, and construction speed. However, conventional
masonry has an affordable price, as it does not require specialized labor and the
large production of products such as, for example, ceramic blocks. In this way we will
define them and bring some individual characteristics, to identify their advantages
and disadvantages, the technical properties, the constructive elements, viability,
costs, the environmental issue, among others. Such comparison and analysis
become clear at the end of this article which, based on all the information collected,
shows the viability of the most effective model. The methodology used in the
literature review was based on information from articles, works, and books in this
area of knowledge to conclude the results.

Keywords: Comparative, Conventional Masonry, Structural Masonry.

1 INTRODUÇÃO

A construção civil é de grande importância para o desenvolvimento da


sociedade. Com os avanços tecnológicos e econômicos ocorridos nos últimos anos
o setor se beneficiou consideravelmente. Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto
(PIB) de 2022 teve crescimento de 2,9%. Esse aumento só foi alcançado em função
do bom desempenho do PIB da Construção Civil, que subiu 6,9% no mesmo
período. Além disso, a construção foi responsável pela geração de 10% dos
empregos formais em 2022, contribuindo de forma significativa para a redução do
desemprego, que chegou à marca de 9,3% (menor nível desde 2015).
Segundo Gomes (2018), visando ainda mais o crescimento do cenário, as
obras de alvenaria de vedação ou convencional e alvenaria estrutural se tornam
boas opções por sua praticidade de construção e pela mão de obra existente na
região, ainda mais quando atreladas com o conceito de racionalização na
construção evitando desperdício de recursos dentro das obras, redução do tempo
ocioso aumentando a produtividade e diminuindo possíveis gastos.
A construção de edificação tem exigido cada vez mais sistemas
racionalizados e de qualidade. Nesse contexto, a alvenaria estrutural tem sido muito
empregada na construção civil, principalmente no Brasil, graças aos avanços
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tecnológicos, custo competitivo e possibilidade de utilização desses sistemas em


larga escala.
Diferente da construção convencional, na qual esta é utilizada como elemento
de vedação, separando ambientes e fachadas. A estrutura de uma casa ou prédio
construído em alvenaria de vedação é composta por pilares, vigas e lajes. Os
esforços suportados por cada componente são transmitidos aos elementos de
fundação. (HOMETEKA, 2014).
Na construção civil brasileira, o sistema convencional é o mais utilizado e já
mostra indícios de modernização nas obras. Por conta de sua enorme popularidade,
o uso da alvenaria convencional ainda é a mais empregada e, por isso, os
trabalhadores têm mais familiaridade com o sistema (VASQUES; PIZZO, 2014).
De modo geral, as obras de alvenaria convencional e alvenaria estrutural têm
grandes diferenciais entre si relacionados a custos, mão de obra, recursos e geração
de resíduos na obra. Assim se tornam essenciais estudos para a execução e
escolha desses modelos construtivos (GOMES ET AL., 2018).
Desta forma, o trabalho teve como objetivo realizar um estudo comparativo
entre a utilização de alvenaria convencional e alvenaria estrutural, através de
levantamento bibliográfico.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Alvenaria de Vedação

Para Rodrigues (2010), a alvenaria é o conjunto de elementos da construção


civil resultantes da união de blocos justapostos fixados com argamassa, ou não,
conforme a Figura 1, destinados a suportar principalmente, esforços de compressão
ou, simplesmente a vedação de uma área.
4

Figura 1 - Alvenaria de vedação

Fonte: https://ceramicaconstrular.com.br/

A alvenaria de vedação, como o próprio nome sugere, tem o objetivo de fazer


a divisão, proteção e isolamento de cômodos entre si e entre o ambiente. O que
significa que a alvenaria não é somente um sistema de vedação interna muito
eficiente, mas também desempenha a função de vedação externa (CASSAR, 2018)
Segundo Antunes (2012), a alvenaria convencional não tem função estrutural,
sendo que as cargas transmitidas para a fundação se dão através de vigas e pilares
em concreto moldados normalmente por fôrmas de madeira. A alvenaria de vedação
utiliza blocos cerâmicos, que são fixados com o uso de argamassa.
Conforme Santiago (2008), os sistemas convencionais de alvenaria são
produzidos de maneira mais lenta e por isso necessitam de uma mão de obra em
máxima adesão. Tal processo normalmente vem acompanhado de grande
desperdício de material e problemas com a qualidade dos serviços.
Sua produção necessita de meios simples e práticos, após a coleta da argila,
é necessário apenas realizar a sua secagem ao sol e logo após o seu cozimento,
onde é a etapa final de obtenção do material sólido (PINHEIRO; CRIVELARO,
2016).

2.1.1 Elementos da Alvenaria de Vedação

2.1.1.1 Elementos Estruturais


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Em construções de alvenaria convencional constitui-se elementos estruturais,


as lajes, vigas e pilares, assim como é mostrado na Figura 2.

Figura 2 - Estrutura

Fonte: https://construindocasas.com.br/

Segundo Bastos (2015, apud SOUSA, 2018), as lajes são elementos


bidimensionais de superfície plana, destinadas a receber as cargas da construção
(móveis, pessoas, paredes) distribuídas de maneira linear ou permanente. Esse
elemento pode-se dividir em: a) Lajes maciças: composta por concreto incluindo
armaduras longitudinais e transversais, sendo construída em fôrmas com a
necessidade de escoramento por meio de materiais metálicos ou madeiras; b) Pré-
fabricadas: produzida industrialmente, formada por vigotas e treliças, proporciona
maior vantagem devido à agilidade na execução, bem como a redução do uso de
materiais.
As vigas são o apoio para as lajes e paredes, conduzindo as cargas até os
pilares (SOUSA, 2018). Para o sistema de convencional utiliza-se barras de aço,
como armaduras, as quais são inseridas no concreto moldado “in loco”, em forma de
madeira, possibilitando a obtenção de estruturas que resistam a carga necessária.
Os pilares são segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014) elementos lineares de eixo
reto, usualmente dispostos na posição vertical em que as forças normais de
compressão são preponderantes. Cabe a esse elemento transmitir esforços para as
fundações, assegurando a estabilidade da edificação.
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2.1.1.2 Blocos Cerâmicos

De acordo com a ABNT NBR 15270-1:2017, compreende-se por blocos


cerâmicos de vedação, os elementos da alvenaria de vedação, com altura superior a
115 mm como mostra a Figura 3, fabricados a partir da argila, que possuem furos
em formato de prisma, dispostos perpendicularmente às faces, os quais são
assentados com os furos dispostos na posição horizontal. Tais blocos podem ser
aplicados em qualquer ambiente, externo ou interno, com a única função de
vedação, uma vez que eles suportam apenas o próprio peso.

Figura 3 - Bloco cerâmico de vedação

Fonte: ABNT NBR 15270-1:2017

Segundo Kazmierezak (2007, apud SOUSA, 2018) os blocos cerâmicos são


fabricados por meio da argila sujeita a um processo de secagem e cozida em altas
temperaturas, as cerâmicas vermelhas são originadas de argilas sedimentares, com
elevada quantidade de compostos de ferro, e são resultantes da decomposição de
rochas compostas por minerais como mica, quartzo, pirita, feldspato, hematita, bem
como matéria orgânica.

2.1.1.3 Argamassa

Segundo Carasek (2007, apud SOUSA, 2018), a argamassa de assentamento


é disposta para o levantamento de paredes, muros ou blocos, cabe a ela unir as
unidades de alvenaria de forma a criar um elemento monolítico, que irá contribuir
7

para a resistência aos esforços laterais. Ressalta-se também a importância de


distribuir de forma constante as cargas atuantes nas paredes, além de selar as
juntas, impedindo a penetração de água das chuvas. Essas argamassas são
compostas por cimento, cal hidratada e areais para a sobreposição das peças.

2.2 Alvenaria estrutural

A alvenaria foi muito utilizada com função estrutural de forma empírica até
surgir as construções de concreto e de aço que proporcionam o desenvolvimento
construtivo técnico embasado em conhecimentos científicos no século XX a
alvenaria estrutural ressurgiu, porém com emprego de estudos técnicos, critérios de
cálculo fundamentados em metodologias racionalizadas (CAMACHO, 2006)
Esta trabalha de forma diferente da alvenaria convencional, pois não utiliza
vigas e pilares de função estrutural, partindo do fato de que as paredes, as quais são
chamadas de portantes, cumpre a função estrutural da edificação, assim,
condicionada a remoção de qualquer parede (ARAÚJO; RIBEIRO, 2021).

2.2.1 Elementos da Alvenaria Estrutural

2.2.1.1 Componentes da estrutura


Os principais componentes utilizados na execução de edifícios de alvenaria
estrutural são os blocos, a argamassa, o graute e as armaduras. Os blocos são os
mais importantes que compõem a alvenaria estrutural, uma vez que são eles que
comandam a resistência à compressão e determinam os procedimentos para
aplicação da técnica da coordenação modular nos projetos (PAZININ; RODRIGUES,
2014).
Na alvenaria estrutural se necessário é possível introduzir armaduras para
fortificá-la através do uso de graute (com alta fluidez e resistência inicial) que são
utilizados principalmente para desempenhar o preenchimento de blocos com
funções de vergas, contravergas e preencher os furos dos blocos para formar
pilares, e para fixar as armaduras (UFRGS, 2020).
As armaduras são barras de aço que, quando utilizadas, têm como função
combater os esforços de tração. Esta tensão provocada pelos esforços de tração
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deve ser compatível com a deformação da alvenaria, sendo adotadas tensões bem
baixas. Outra forma de utilização de armaduras é como elemento de amarração
entre paredes (MANZIONE, 2004 apud TOLEDANO et al, 2019).
A resistência do graute é determinada de acordo com a resistência do bloco.
Dessa forma deve-se ter sua resistência característica duas vezes maior que a do
bloco, essa recomendação é fácil de ser entendida uma vez que a resistência
característica do bloco é referida à área bruta e que o índice de vazios para os
blocos é usualmente de 50% (MANZIONE, 2004 apud TOLEDANO et al, 2019).

2.2.1.2 Blocos Estruturais

Os blocos estruturais podem ser de concreto Figura 7 ou cerâmico Figura 8,


que são utilizados tanto na parte de vedação quanto na alvenaria estrutural (LOPES
NETO; FRÓIS, 2020). Os blocos de concreto são materiais de grande interesse
devido seu custo relativamente baixo, ao pouco teor energético incorporado à sua
produção, na medida em que não passam pelo procedimento de queima, como os
blocos cerâmicos para alvenaria (LIMA; IWAKIRI; 2011). Estes blocos são resultado
de uma mistura de concreto, com as proporções corretas de cimento (Portland),
água e agregados miúdos e graúdos, obtidos através de prensas automáticas, que
detêm poderosas vibrações e prensagens (COSTA, 2017).
Figura 4 - Bloco estrutural de concreto

Fonte: https://www.concrebloco.com/
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Figura 5 - Bloco estrutural cerâmico

Fonte: https://www.concrebloco.com/

Os blocos cerâmicos estruturais são componentes que possuem furos


prismáticos perpendiculares à face que os contêm, sendo produzidos para serem
assentados com furo na vertical. Os blocos cerâmicos classificam-se em: estrutural
de paredes vazadas; estrutural com paredes maciças; estrutural com paredes
maciças (paredes internas vazadas) e estrutural perfurado (RIZZATTI et al., 2011).

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo consistiu em uma revisão sistemática da literatura, sobre os


sistemas construtivos de alvenaria convencional e estrutural, com a caracterização
dos sistemas, apontando suas vantagens e desvantagens, impactos ambientais e
custos. Portanto, segundo MANCINI (2007) a pesquisa tem como objetivo resumir
toda a informação existente sobre um fenômeno de maneira imparcial e completa.
A pesquisa foi realizada nas bases de dados de pesquisa livre no Google
Acadêmico de publicações de artigos entre 2003 e 2022, buscando estudos
comparativos do século atual. Pesquisas bibliográficas também podem ser definidas
como estudos exploratórios, bem como aquelas que se propõem à análise das
diversas posições acerca de um problema, também costumam ser desenvolvidas
quase exclusivamente mediante fontes bibliográficas (SILVA, 2015).
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Os resultados desta revisão servirão de base ou referência para futuros


interessados no assunto em questão, ou até mesmo para quem desejar dar
continuidade ao trabalho e comparar outros métodos relacionados com o tema.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Vantagens e Desvantagens

Uma das principais diferenças entre alvenaria de vedação e estrutural são


suas etapas de execução. Para o sistema de concreto armado com vedação em
alvenaria (convencional) são necessários quatro ciclos: o estrutural, a vedação, a
instalação (hidráulica e elétrica) e o revestimento das paredes (reboco). Para o
sistema de alvenaria estrutural são apenas dois ciclos: estrutural (estrutura,
vedação, instalação) e revestimento das paredes. Ciclos menores diminuem a
transferência de trabalho entre equipes e o deslocamento delas no fluxo de
produção, diminui tempo de execução, implicando em maior economia e maior
eficiência (CRUZ ET AL., 2018).
A alvenaria convencional possui vantagens como a facilidade de mão de obra,
baixo custo de materiais, alta durabilidade, baixo custo de manutenção, resistência
ao fogo, bom desempenho térmico, boa estabilidade (difícil deformação), dentre
outras (SANTOS, 2014).
Entretanto o método convencional apresenta como desvantagens o maior
consumo de material para execução de revestimentos, aparecimento de fissuras e
trincas, baixa produtividade na execução, elevada massa por unidade de superfície,
“desconstrução” para instalação de rede hidrossanitária e elétrica, o que gera
desperdício gerando resíduos (SANTOS, 2014; VASQUES; PIZZO, 2014).
O processo de alvenaria estrutural tem como vantagens melhoria acústica,
instalações elétricas e hidráulica embutidas nas paredes reduzindo a geração de
entulhos, menor consumo de armaduras, a mão de obra é bem mais reduzida pela
simultaneidade das etapas de execução e economia nos revestimentos (BARROS
JUNIOR, 2017; SILVA JÚNIOR, 2021).
Como desvantagem apresenta dificuldade de modificações na arquitetura,
devido às paredes fazerem parte da estrutura, não existindo possibilidade de
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adaptações no arranjo arquitetônico, necessidade de uma mão de obra bem


qualificada e apta a fazer uso de instrumentos adequados para sua execução,
limitações nas instalações elétricas e hidráulicas devido a difícil manutenção devido
a impossibilidade de as paredes serem furadas (RAMALHO; CORRÊA, 2003).

4.2 Impactos Ambientais

A alvenaria estrutural também cumpre um papel ambiental importante, devido


a redução dos materiais utilizados, minimiza desperdícios e, consequentemente,
diminui a produção de resíduos de construção civil que é um problema ambiental,
uma vez que muitas construtoras não encontram uma destinação adequada para
seus resíduos (SILVA JÚNIOR, 2021).
Cardoso (2015), avaliou ambos os métodos, e relatou que a parede de
alvenaria estrutural foi a mais sustentável, em oposto a parede de concreto armado,
menos sustentável. Os autores ainda concluem que a alvenaria estrutural é uma
solução construtiva que se aproxima dos objetivos do desenvolvimento sustentável,
isso porque, a alvenaria estrutural permite uma redução dos desperdícios e
improvisações devido à utilização de unidades com geometria regular e
padronizada.
Entretanto, deve se destacar que a produção dos blocos cerâmicos, utilizados
nos dois sistemas, também impacta diretamente no meio ambiente devido seu
processo de produção. Os aspectos ambientais da produção de maior relevância
são: consumo energético associado à degradação ambiental, devido ao consumo de
lenha para a queima dos blocos; emissões de fuligem, cinzas e CO2 decorrentes de
atividades de transporte, manuseio e mistura das matérias-primas e uso energético
para queima de blocos (SANTANA ET AL., 2020).
Naftalino et al. (2013), identificaram diversos impactos ambientais causados
pelo processo de produção de componentes cerâmicos, como: mudança da
paisagem, desgaste do solo, retirada da vegetação nativa, produção de gases
poluentes através do processo de queima da lenha (nenhuma possui filtro),
contaminação do lençol freático (por fossas negras), entre outros.
Contudo, atualmente, já existem novas alternativas para amenizar os
impactos do processo de produção dos blocos cerâmicos, como a utilização dos
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chamados tijolos ecológicos. Estes são chamados assim, pois não são queimados
em fornos como o tijolo convencional, o que evita o corte de árvores e a emissão de
gases poluentes na atmosfera, diminuindo o descarte de materiais e,
consequentemente, redução do desperdício nas obras (FIAIS; SOUZA, 2016).

4.3 Análise de Custos

Referente ao custo dos dois métodos, apesar de o concreto armado e os


blocos cerâmicos apresentarem menores preços e serem matéria prima de fácil
aquisição, alguns estudos entre os dois sistemas mostram que o método de
alvenaria estrutural apresenta maior economia no orçamento quando comparado
com o convencional, devido a racionalização dos insumos e mão de obra (LOPES,
2020).
Gomes et al. (2018), em seu estudo sobre os dois sistemas construtivos,
observou que o custo dos materiais necessários para a execução das etapas da
alvenaria estrutural é 14,37% mais econômica que a alvenaria convencional. Além
disso, a mão de obra diminui esse percentual para 28,71% sendo um custo muito
significativo entre as análises.
Jacoby (2012) avaliou o projeto estrutural de um edifício, que foi executado
utilizando concreto armado e alvenaria estrutural com blocos de concreto. Os
resultados mostraram que a utilização da alvenaria estrutural gerou uma economia
de cerca de 31% na parte estrutural do edifício, além de reduzir em 37% a
necessidade de aço devido à menor quantidade de forma e escoras necessárias.
Em conclusão, a escolha da alvenaria estrutural proporcionou uma economia de
12%.
Silva Júnior et al. (2018), realizaram uma análise econômica entre os dois
métodos construtivos, e como resultado os autores destacam que a alvenaria de
vedação apresenta um custo significativo, mesmo sem exercer função estrutural. Em
torno de 35% dos custos são referentes à estrutura de concreto armado, o qual,
estava relacionado ao uso de formas para execução de lajes, pilares e vigas.
Com essas análises dos artigos apresentados é possível verificar que o maior
custo associado à alvenaria convencional está relacionado aos gastos com a mão
de obra e os materiais como aço e madeira, necessários para a estrutura.
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5 CONCLUSÃO

A área da construção civil a cada ano passa por um processo de


modernização, buscando métodos construtivos mais eficientes, tendo como objetivo
a redução de custos, tempo e menor impacto ao meio ambiente.
Ao analisarmos as vantagens e desvantagens de cada modelo construtivo
abordado neste estudo, observamos que a alvenaria convencional é amplamente
utilizada no Brasil devido a questões culturais, sua resistência, preço acessível e a
não necessidade de mão de obra especializada, além da alta produção de produtos
como o bloco cerâmico. No entanto, sua construção demanda mais tempo e maior
quantidade de materiais, resultando em custos mais elevados. Além disso, o
desperdício de materiais é uma preocupação significativa, pois a má gestão dos
resíduos tem um impacto direto no meio ambiente.
No entanto, é importante ressaltar que cada obra possui suas próprias
especificações e necessidades, o que significa que a escolha entre os diferentes
sistemas construtivos vai além das vantagens e desvantagens individuais de cada
um. Nesse contexto, este estudo pode fornecer uma ajuda parcial na decisão do
método de construção a ser utilizado, levando em consideração a viabilidade
econômica, disponibilidade de tempo e racionalização do uso de materiais.

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