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Tipologia de construção e os modelos de aplicação de materiais de construção para

construções convencionais e pré-fabricadas.

Tipologias de Construção

Definição

As tipologias de construção referem-se aos diferentes tipos ou categorias de edifícios e


estruturas de acordo com sua finalidade, função e características específicas. Elas são
utilizadas para classificar e categorizar os diversos tipos de construções de acordo com
critérios específicos.

Essas tipologias ajudam a organizar e classificar os diferentes tipos de construções,


facilitando a compreensão, regulamentação e planeamento de projectos de construção
de acordo com suas finalidades e características específicas.

Classificação

1. Sistema alvenaria convencional


2. Sistema alvenaria estrutural
3. Sistema em concreto armado pré-moldado
4. Sistema construtivo em madeira
5. Estruturas metálicas
6. Sistema construtivo concreto - PVC

Sistema alvenaria convencional

A alvenaria convencional é o principal sistema construtivo, bastante utilizado na


construção de edifícios de grande porte e casas residenciais, sua base estrutural é
composta por vigas e pilares que tem a função de receber as cargas de toda a estrutura,
além das lajes em concreto armado (CAMPOS; LARA, 2012).

De acordo com Milito (2009), nesse método construtivo as paredes não devem resistir
às cargas verticais além do seu próprio peso, ou seja, são utilizados blocos de vedação,
que ao contrário da alvenaria estrutural não tem o objectivo de suportar as cargas na
estrutura, ela tem apenas a função de vedar e separar ambientes.
Por ser o método mais conhecido, este método é ainda o mais adoptado nas construções,
não só, os materiais para sua execução são mais acessíveis, podendo ser adquiridos em
qualquer loja de materiais de construção nas proximidades.

Sistema alvenaria estrutural

A alvenaria estrutural é um sistema construtivo em que se utilizam as paredes da


construção para resistir às cargas, em substituição aos pilares e vigas utilizados nos
sistemas de concreto armado, aço ou madeira (ROMAN; MUTI; ARAÚJO, 1999).
O sistema em alvenaria estrutural utiliza paredes não apenas como elementos de
vedação, mas também como elementos resistentes às cargas verticais de lajes, ocupação
e peso próprio e às cargas laterais resultantes da acção do vento sobre a edificação e de
desvios de prumo. Logo as paredes estruturais devem apresentar as seguintes funções:
 Resistir às cargas verticais;
 Resistir às cargas de vento;
 Resistir a impactos e cargas de ocupação;
 Isolar acústica e termicamente os ambientes;
 Prover estanqueidade à água da chuva e do ar;
 Apresentar bom desempenho a acção do fogo.

Portanto, como visto anteriormente surgem as primeiras características relevantes da


alvenaria estrutural, sob o ponto de vista da produção: a redução do número de etapas e
a pacotização.
Tanto a redução do número de etapas, quanto a pacotização das actividades, se dão
devido a possibilidade de simplificar em uma só actividade (elevação da alvenaria) as
actividades de estrutura e vedação nos sistemas de construção tradicional de concreto
armado.
Modulação
A coordenação modular é a técnica que permite relacionar as medidas de projeto com as
medidas modulares por meio de um reticulado espacial modular de referência (ABCI,
1990).
Na perspectiva de (ROMAN; MUTI e ARAÚJO, 1999), citado por KATO (2002), a
modulação é a base do sistema de coordenação dimensional utilizado nos edifícios de
alvenaria estrutural. O arquitecto, desde a elaboração dos primeiros traços, deverá
trabalhar sobre uma malha modular, cujas medidas são baseadas no tipo de componente
utilizado na alvenaria.
Segundo FRANCO (1992), a facilidade com que se implanta a coordenação modular em
alvenaria estrutural é um dos principais motivos que tomam o processo favorável a
implantação de medidas de racionalização.
O mesmo autor cita ainda que no caso da alvenaria estrutural a coordenação modular
está baseada no componente bloco que compõe todas as paredes estruturais. Dentre as
vantagens proporcionadas pela adopção da coordenação dimensional, tem-se as
seguintes:
Simplificação das actividades de elaboração do projecto;
Padronização dos materiais e componentes;
Possibilidade de normalização, tipificação, substituição e composição entre os
componentes padronizados;
Diminuição dos problemas de interface entre os componentes, elementos e
subsistemas;
Facilidade na utilização de técnicas pré-definidas, facilitando inclusive o
controle da produção;
Redução dos desperdícios com adaptações;
Maior precisão dimensional;
Diminuição de erros da mão-de-obra, com consequente aumento da qualidade e
produtividade.
A coordenação dimensional reflecte também na facilidade de utilização de
elementos
Pré-fabricados, como janelas, portas, escadas, vergas, contra vergas.
Paginação
É de consenso comum no meio técnico de que a modulação das edificações em
alvenaria estrutural não deve ficar restrita apenas ao plano horizontal, sendo
representada as particularidades de cada parede também no plano vertical. A está
representação se dá o nome de paginação.
Para ROMAN; MUTI; ARAÚJO (1999), a paginação é o detalhamento das paredes uma
a uma, onde são representadas: janelas (com vergas e contra vergas), portas, instalações,
etc.
Surge então uma característica significativa da alvenaria estrutural, levando-se em
consideração a modulação e paginação: a transparência do processo. Esta transparência
é vista como a característica que clareia a produção, tirando as decisões das mãos de
pessoas que podem não estar aptas a tomá-las.
Outro ponto importante é que através da transparência do processo pode-se buscar
maior participação dos operários, visto que os mesmos passam a ter maior intimidade
com que estão fazendo, tirando o poder centralizador, que as vezes é prejudicial, das
mãos do mestre de obra.
Vantagens da alvenaria estrutural
A utilização de alvenaria estrutural vem sendo difundida nas últimas décadas,
principalmente devido às vantagens económicas que este processo construtivo apresenta
em relação aos tradicionais (FRANCO; AGOPYAN, 1994).
A principal vantagem da alvenaria estrutural está no fato de que o mesmo elemento
pode responder por diversas funções.
ROMAN (1996) cita as principais vantagens da alvenaria estrutural, com relação ao
método construtivo:
Ser apropriado a uma grande variedade de usos funcionais;
Concorrer técnica e economicamente com estruturas em aço ou concreto;
Apresentar facilidades de projecto e detalhamento;
Ser usualmente mais fácil de construir que prédios de concreto ou aço;
Reduzir o número de subcontratados e tipos de material em obra;
Facilitar supervisão em obra;
Ser extremamente durável, exigindo pequena manutenção;
Ter boas características de isolamento térmico e acústico;
Permitir grande flexibilidade ao projectista, por ser baseado em uma unidade de
pequena dimensão (tijolo ou bloco);
Facilitar a contratação de mão-de-obra qualificada.
ROMAN; MUTI e ARAÚJO (1999) complementam ainda que a alvenaria estrutural
facilita a compreensão dos projectos pela mão-de-obra; é normalmente mais económica
que prédios de aço e concreto, não só por executarem alvenaria e estrutura numa só
etapa, mas também pela redução da quantidade de madeira e aço e concreto, menor
espessura de revestimentos, e maior rapidez de execução.
Desvantagens da alvenaria estrutural
ROMAN e MOHAMAD (1999) citam as principais desvantagens do sistema
construtivo em alvenaria estrutural:
Ausência ou deficiência do ensino de alvenaria estrutural;
Resistência à compressão usada no projecto de paredes em alvenaria é
geralmente menor do que as usadas para aço ou concreto armado, fazendo com
que seja necessária uma maior área da seção da parede;
Quando existem grandes aberturas, vigas de concreto ou aço são geralmente
mais económicas. Entretanto quando a carga for em arco e as reacções
horizontais do arco puderem ser acomodadas, a alvenaria pode se tomar mais
económica.
ROMAN; MUTI e ARAÚJO (1999), complementam ainda que pode ser caracterizada
uma desvantagem a falta de flexibilidade em se retirar paredes da edificação, por motivo
destas desempenharem funções estruturais. Os mesmos sugerem ainda que este
inconveniente pode ser superado se no projecto forem definidas algumas paredes
removíveis.
Os mesmos autores citam ainda a desvantagem económica do caso de projectos mais
arrojados, com detalhes específicos e grandes vãos.

Processo de execução de alvenaria estrutural e convencional.


Segundo Roman (1999), para a execução do método construtivo de alvenaria estrutural
é necessária uma organização no canteiro de obra devendo ser feita de um projecto
cuidadosamente elaborado, contribuindo para uma obra mais limpa e sustentável,
durante a execução do empreendimento como um todo quando comparado ao sistema
construtivo de alvenaria convencional, a alvenaria estrutural é mais viável, pois os
materiais utilizados para a construção possuem uma menor diversidade.
No processo de execução de alvenaria estrutural há vários sistemas utilizados e
materiais necessários para a sua construção, dentre esses materiais os mais comuns são
os blocos estrutural que tem a função de receber as cargas que será submetida sobre a
estrutura de um edifício, argamassa estrutural que deve ser definida no projecto a sua
resistência de acordo com a resistência do bloco estrutural (CAVALHEIRO, 1996).
Os blocos estruturais utilizados na construção desse método construtivo têm várias
dimensões, visando facilitar no seu assentamento e evitando no máximo de cortes nos
blocos, dessa forma o engenheiro projectista deve especificar nos projectos de alvenaria
estrutural informando as dimensões dos blocos necessários para o assentamento e a
forma que dever ser executada (CAVALHEIRO, 1996).
A alvenaria estrutural deve ser iniciada em um edifício após alguns serviços executados
como na sequência a seguir, montagem de forma, montagem de armadura, concretagem
da laje e após dando início a execução da alvenaria, após a primeira fiada concluída, um
responsável pelo acompanhamento tanto engenheiro e encarregado deve verificar as
medidas se estão de acordo com o proposto no projecto, estando à mesma correta,
iniciar a segunda fiada em diante (CAVALHEIRO, 1996).

Durante esse processo de execução de alvenaria com a utilização de blocos de concreto


vazados, são adicionados graute que é um elemento para preenchimento dos vazios nos
blocos, canaleta, juntamente com armaduras nesses locais conhecido como arranque e
agulhas em pontos estratégicos, visando uma maior capacidade na estrutura de suportar
aos esforços, a resistência do graute deve ser especificada em projecto e antes de iniciar
o grauteamento será realizado um Slump teste (ABNT/CB02, 2010).
O Slump teste é um ensaio de abatimento que visa verificar a trabalhabilidade do
concreto observando seu estado plástico e medindo sua consistência, após o teste
estando adequado poderá ser adicionado nos blocos de elemento vazado garantindo
assim seu bom estado, valendo ressaltar que o mesmo deve ser aplicado em até duas
horas após o início, onde durante esse tempo o concreto começa a endurecer o que pode
gerar falhas, pois não irá preencher os vãos solicitados (ABNT/CB02, 2010).

São abertas janelinhas na primeira fiada dos blocos para verificar ao adicionar o graute
se realmente está preenchendo os vãos necessários, devendo ser observado durante todo
o tempo por um responsável além de fazer a rastreabilidade do concreto onde o mesmo
está sendo aplicado, porque além do teste de Slump é realizado o corpo de prova do
concreto e após sete e quatorze dias, será feito um teste de compressão no corpo de
prova a fim de verificar sua resistência, e conferir se os resultados estão de acordo com
o descrito em projecto (ABNT/CB02, 2010).
Percebe-se então que durante todo o processo de execução de alvenaria estrutural, são
utilizados vários sistemas construtivos onde um depende do outro para suas execuções,
dentre os citados acima temos ainda as vergas e contra vergas utilizadas na alvenaria
estrutural para instalação de janelas devendo ser realizada durante o processo de
execução da alvenaria, argamassa estrutural para assentamento dos blocos
(ABNT/CB02, 2010).
Segundo Bastos (2016), para a execução de alvenaria convencional tem como parte
principal da construção a fundação que são os elementos estabelecidos na parte inferior
do terreno que irá transmitir as cargas originadas da edificação ao solo, esses
carregamentos serão transmitidos pelos pilares e vigas conduzindo até a fundação e
posteriormente distribuídos ao solo.
De acordo com Rabello (2008), ao estabelecer a escolha das fundações e suas
dimensões, é fundamental que o engenheiro responsável tenha um conhecimento prévio
do solo que será executado a construção da obra, onde são realizadas sondagens para
observar as características do terreno, como por exemplo, identificar as diferentes
camadas do solo, a classificação de cada camada, existência de água no solo, analisando
suas resistências. As fundações são classificadas em dois grupos superficial e profunda.
Para Soares (2015), o assentamento de alvenaria convencional é fundamental que o
projectista realize o detalhamento e planeamento dos projectos construtivos a fim de
diminuir os custos e consequentemente os desperdícios de materiais, pois esse método
construtivo de alvenaria gera um custo bem elevado quando se comparado à alvenaria
estrutural, além de uma obra mais suja e menos sustentável, para isso é necessária uma
boa organização tendo como objectivo diminuir esses impactos.
Alvenaria convencional ela se destaca pelo auto índice de retrabalho, quebras de
materiais utilizados para suas execuções o que gera custo, pois acontece bastante ao
projectar havendo falhas na verificação de compatibilização o que ocorre naturalmente
na execução na obra civil, e pode influenciar no prazo de finalização da construção
(SOARES, 2015).

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