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A ENGENHARIA
ESTRUTURAL

Engº Neto | Kubanda Construções


A ENGENHARIA
ESTRUTURAL
Este conceito se refere a uma área da
engenharia, seja civil, aérea ou náutica, que
utiliza o cálculo estrutural para construir e
analisar estruturas capazes de suportar e
resistir a grandes quantidades de cargas.

De forma simplificada, é a aplicação da


mecânica dos sólidos ao projecto de edifícios,
pontes, muros de contenção, barragens,
túneis, plataformas de petróleo, navios,
aviões, automóveis e outras estruturas.

O objectivo do projecto de uma estrutura é


permitir que a mesma atenda à sua função
primária sem entrar em colapso e sem
deformar ou vibrar excessivamente.
A IMPORTÂNCIA DO
CÁLCULO ESTRUTURAL
O cálculo estrutural, responsável pela
segurança da edificação, evita uma série de
problemas, desde fissuras e rachaduras até
problemas mais sérios como afundamento de
pisos e desabamentos. A importância desse
planeamento resulta em segurança e economia
da obra.
A ARQUITECTURA E A
CONCEPÇÃO ESTRUTURAL
O projecto arquitectónico é a representação
gráfica e escrita de uma edificação. Ele serve
para prever e prevenir possíveis problemas de
execução do projecto, garantindo que tudo vai
sair do jeito planeado. Por isso, ele é composto
por diversos documentos que determinam cada
parâmetro de uma construção, como a planta
do projecto.
TIPOS DE ESTRUTURAS

A estrutura de uma edificação é uma dos


elementos fundamentais que compõem a obra,
afinal, é ela quem irá garantir segurança,
durabilidade e funcionalidade à obra.
Por isso, é também uma etapa que tem grande
impacto nos custos de um projecto, requerendo
profissionais altamente capacitados para
equilibrar qualidade com custo.
Os 3 tipos de estruturas na Construção Civil mais
comuns são: estruturas metálicas, concreto
armado e madeira, sendo que cada um
apresenta suas vantagens e desvantagens no
mercado da Engenharia.
#1 – Estrutura Metálica

Sendo um dos mais famosos métodos de


construção nos Estados Unidos, a estrutura
metálica, surgiu no sector metalúrgico.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, o aço se
tornou um material abundante no mercado e
visado para a utilização em obras, principalmente
na construção de residências.
Esse tipo de estrutura na construção civil se
refere a uma construção a seco, ou seja, é
utilizado menos recursos como matéria-prima,
água e mão de obra, proporcionando assim
grandes ganhos na racionalização de processos e
sustentabilidade.

O que impacta de forma positiva no ambiente,


além de promover economia para a construção.
#2 – Concreto Armado

O concreto armado, combinação do concreto


com barras de aço, é um dos tipos de estruturas
na construção civil mais comum para a
construção, por conta da sua eficácia,
durabilidade e flexibilidade executiva.
O concreto é produzido a partir da junção de
cimento, agregados e água. Entretanto, existem
diferentes tipos de concreto, em que podem ser
acrescentados mais componentes ou mudar a
proporção de cada elemento.
Dentre as principais características do concreto
armado estão:

• Os insumos podem ser encontrados


facilmente em qualquer loja de construção;
• Maior custo-benefício em mão de obra;
• A produção do cimento consome alta
quantidade de energia;
• O concreto se adapta a todas as formas.
O concreto armado exige maior tempo de cura,
com isso algumas partes da obra ficam
paralisadas. A edificação pode ser executada no
próprio local e precisa de vários materiais, o que
pode resultar em custo maior de compra.
Contudo, existem alternativas mais racionais com
o uso de pré-moldados.
São necessários armadores, carpinteiros,
pedreiros, eletricistas e ajudantes para poder
fazer a estrutura de concreto armado, o que
demanda mais tempo para a finalização do
projeto, principalmente se for de grande escala.
No entanto, se a obra for pequena e simples, o
custo será baixo e a construção poderá ser mais
ágil. Contudo, se o projeto se tratar de uma alta
arquitetura, o custo-benefício tende a ser mais
alto.
#3 – Madeira

A estrutura de madeira é usada em qualquer


construção, mesmo em condições de estrutura
exposta a intempéries. Além de ser um dos
materiais mais antigos e utilizados em todo o
mundo.
A aplicação dessa estrutura é bastante comum
em coberturas de edificações, telhados,
estruturas de fôrmas, construções
contemporâneas etc.
A madeira apresenta alta relação resistência
mecânica por peso, sendo mais modelável e
bastante estável. É uma matéria-prima, usada
para isolante térmico e acústico, assegurando
menos gastos com energia após a obra.
As madeiras mais indicadas para os tipos de
estruturas na construção civil são:
• Parte externa: ipê, peroba, itaúba, teca e
garapeira;
• Interior e telhado: garapeira, cambará, itaúba
e peroba;

• Pisos: peroba-rosa, angico-preto, aroeira,


macacaúba, pau-amarelo, pau-de-arco e ipê;
• Estrutura: peroba-rosa, rosadinho, itaúba,
angico-preto, eucalipto e taipa.
SISTEMAS ESTRUTURAIS

Um Sistema Estrutural definido pelo conjunto de


elementos estruturais (lajes, vigas, pilares,
fundações) deve ter presente em sua concepção
tanto uma visão técnica (Engenharia) como
também uma expressão arquitectónica
(Arquitectura).
A escolha dos sistemas estruturais não impedem
que a obra tenha características particulares, mas
implica uma série de variáveis para a construção
da obra. Adiante, este texto apresenta os 5
principais tipos de sistemas para a construção,
desde a alvenaria convencional até a alvenaria
estrutural, passando pela parede de concreto, o
wood frame e o steel frame.
✓ Alvenaria Convencional
Primeiramente, esse método é bastante aplicado
nas edificações em Angola, é o método
construtivo que se baseia no emprego de vigas,
lajes e pilares, preenche os com unidades
menores, como o tijolo, a lajota e o bloco de
concreto.
✓ Alvenaria estrutural
Na alvenaria estrutural, que também usa peças
como blocos, vigas e pilares, a estruturação e a
vedação do imóvel ocorrem ao mesmo tempo.
O método pode ser do tipo estrutural armado
(com blocos preenchidos de concreto e fixados
com aço), não armado (paredes de alvenaria,
reforçadas com vergas e cintas, mas sem
armação) e parcialmente armado (com paredes
construídas com alvenaria armada e outras com
alvenaria não armada).
✓ Wood frame
Wood frame (em tradução literal do inglês,
significa “quadro de madeira”) é um sistema
construtivo que usa perfis de madeira, formando
placas estruturais que conseguem resistir à carga
do telhado e do pavimento, transmitindo as
forças para a fundação.
Portanto, aplica-se bastante esse método na
construção civil nos Estados Unidos e é conhecido
por acelerar o processo de edificação, tornando-o
mais sustentável.
✓ Steel frame
Steel frame, que, traduzido do inglês, significa
“quadro de aço”, é um sistema construtivo
industrializado que usa como base perfis de aço
galvanizado, produto resistente à corrosão.
Nesse caso, fecha-se a estrutura de aço pode com
placas de madeira, drywall (composição de gesso,
água e aditivos) e de cimento, por exemplo.
✓ Parede de concreto
Nesse sistema construtivo, por fim, realiza-se a
estruturação e a vedação do edifício com
concreto, moldando no local e incorporando-se,
parcialmente, a outras instalações.
Portanto, o método é bastante usual no Brasil
devido à facilidade de planeamento e
acompanhamento da obra, reduzindo os custos
com mão de obra e evitando a improvisação do
trabalho.
Agora, basta você ver qual se adequa mais a cada
obra. Por isso, antes de pensar na mão de obra e
no orçamento, é necessário discutir com a equipa
o método que melhor se aplica à estruturação do
projecto.
CLASSIFICAÇÃO DAS
ESTRUTURAS
As estruturas podem ser classificadas em
hipostáticas, isostáticas e hiperestáticas. As
estruturas hipostáticas devem ser evitadas, pois
não fornecem segurança adequada, já as
isostáticas e as hiperestáticas apresentam
segurança estrutural e diferem em outros
aspectos, como, por exemplo, o custo.
Condições de equilíbrio estático
Então pessoal, antes de apresentarmos a
diferença de classificação das estruturas,
precisamos primeiramente conhecer as
condições de equilíbrio estático, que são duas.

➢ Primeira condição
A primeira condição necessária para que uma
estrutura esteja em equilíbrio é que a soma de
todas as forças que actuam sobre ela seja zero,
ou seja, essa forças devem se anular.
➢ Segunda condição
Já a segunda condição necessária para que uma
estrutura esteja em equilíbrio é que a soma dos
momentos (ou torque) em relação a um ponto
qualquer dessa estrutura também seja zero.
Sendo o momento a grandeza calculada pelo
produto entre a força aplicada
perpendicularmente em determinado ponto pela
distância entre o ponto de aplicação da força e o
eixo de rotação, conforme imagem abaixo.
Agora que já conhecemos as condições de
equilíbrio, podemos extrair disso as três equações
fundamentais da estática para que possamos
entender a estabilidade das estruturas. São elas:
1) A soma das forças horizontais que atuam na
estrutura deve ser nula: ΣFx=0
2) A soma das forças verticais que atuam na
estrutura deve ser nula: ΣFy=0

3) A soma das momentos que atuam na


estrutura, em relação a um ponto p, deve ser
nula: ΣMp=0
Sabendo disso, iremos agora conhecer os tipos de
apoio para, com isso, saber o grau de restrição da
estrutura.
Isso será importante no momento de
determinarmos o grau de estaticidade da
estrutura.
Apoio do 1º gênero

Esse tipo de apoio é assim classificado quando


consegue restringir apenas o deslocamento
vertical, mas permite o deslocamento horizontal
e a livre rotação da estrutura.
É por esse motivo que recebe o nome de
primeiro gênero e, portanto, possui apenas 1
reacção de apoio na direcção do deslocamento
impedido, ou seja, na direcção vertical e que
chamaremos de RV.
Apoio do 2º gênero
Esse tipo de apoio é assim classificado quando
consegue restringir as translações horizontais e
verticais, permitindo apenas a rotação da
estrutura.
É por esse motivo que recebe o nome de segundo
gênero e, com isso, possui 2 reacções de apoio na
direcção dos deslocamentos impedidos e que
chamaremos de RV, RH.
Apoio do 3º gênero
Esse tipo de apoio também é chamado de
engaste e é assim classificado quando consegue
restringir todos os movimentos possíveis da
estrutura, ou seja, as translações horizontais e
verticais e a rotação.
É por esse motivo que recebe o nome de terceiro
gênero e, portanto, possui 3 reacções de apoio na
direcção dos 3 movimentos impedidos, que
chamaremos de RH, RV e M.
Agora que já sabemos as condições de
estabilidade e quais as reacções de apoio devem
ser calculadas para cada situação, estamos
prontos para classificar as estruturas conforme o
grau de estaticidade, sabendo que existem 3
tipos: as estruturas hipostáticas, as isostáticas e
as hiperestáticas.

➢ Estrutura hipostática

As estruturas hipostáticas, simplificadamente, são


aquelas em que o número de reacções de apoio é
inferior ao número de equações de equilíbrio
disponíveis. Usualmente, as equações disponíveis
são apenas 3, mas em alguns casos pode haver
mais equações se, por exemplo, existir rótulas na
estrutura.
Para as estruturas hipostáticas, geralmente, há
instabilidade. Isso porque os apoios são
insuficientes para restringir os movimentos da
estrutura.
Mas pode ocorrer também que o próprio
carregamento da estrutura consiga impedir os
graus de liberdade que os apoios não forem
capazes de impedir. Nesse caso, há o que
chamamos de equilíbrio instável.
Há também a possibilidade de a estrutura possuir
reacções de apoio superiores ao número de
equações e, ainda assim, ser classificada como
hipostática por causa da sua instabilidade.
➢ Estrutura isostática
Já as estruturas isostáticas são aquelas em que o
número de reacções de apoio é igual ao número
de equações de equilíbrio disponíveis, ou seja, o
sistema é determinado.
No entanto, precisamos nos atentar que esse
critério não é condição suficiente para
afirmarmos o grau de estaticidade da estrutura.
Também precisamos analisar sua estabilidade.

➢ Estrutura hiperestática
Por fim, as estruturas hiperestáticas são aquelas
em que o número de reacções de apoio é maior
que o número de equações de equilíbrio
disponíveis, ou seja, o sistema é indeterminado.
Nessa situação, assim como nas estruturas
isostáticas, o equilíbrio deverá estar garantido
para que a estrutura seja classificada como
hiperestática.
Pois bem pessoal, essas foram algumas
considerações sobre a engenharia das estruturas,
espero muito que esse PDF tenha sido útil pra
você.
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se ficar alguma dúvida.
A gente se vê!

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