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ENGENHEIRO(A) CIVIL JÚNIOR

BLOCO 1 - Análise de Estruturas; Estruturas de Concreto Armado; Estruturas de Aço;


Fundações; Técnicas de Construção Civil; Tecnologia do Concreto; Hidráulica;
Arruamento e Pavimentação.

BLOCO 2 - Resistência dos Materiais; Mecânica dos Solos; Obras de Terra;


Terraplanagem; Materiais de Construção Civil; Instalações Prediais
hidrossanitárias; Planejamento e Controle de Obras; Princípios de Arquitetura e
Urbanismo.

BLOCO 3 - Estruturas de Concreto Pré-moldado; Estruturas de Concreto


Protendido; Pontes e Obras de Arte Correntes; Segurança e Manutenção de
Edificações; Gestão da Qualidade na Construção Civil; Hidrologia Aplicada;
Saneamento Básico; Instalações Prediais Elétricas; Transportes; Conforto nas
Edificações; Topografia.

BLOCO 1

Análise de Estruturas Estruturas de Concreto Armado;


O concreto é um material que apresenta alta resistência às tensões de compressão,
porém, apresenta baixa resistência à tração (cerca de 10 % da sua resistência à
compressão).

O concreto é um material resultante da mistura íntima e proporcionada de um


aglomerante (cimento), agregados miúdos, agregados graúdos e água. É considerado o
material mais importante na construção civil e possui várias aplicações além da
estrutural, tais como: revestimento, pavimentos, paredes, canalizações, fundações, etc. É
necessário o conhecimento dos materiais que compõem o concreto, além do
aperfeiçoamento dos métodos de cálculo, para que se possa aproveitar melhor as
características do produto.
Assim sendo, é imperiosa a necessidade de juntar ao concreto um material com alta
resistência à tração, com o objetivo deste material, disposto convenientemente, resistir
às tensões de tração atuantes.

Com esse material composto (concreto e armadura – barras de aço), surge então o
chamado “concreto armado”, onde as barras da armadura absorvem as tensões de tração
e o concreto absorve as tensões de compressão, no que pode ser auxiliado também por
barras de aço (caso típico de pilares, por exemplo).

No entanto, o conceito de concreto armado envolve ainda o fenômeno da aderência, que


é essencial e deve obrigatoriamente existir entre o concreto e a armadura, pois não basta
apenas juntar os dois materiais para se ter o concreto armado. Para a existência do
concreto armado é imprescindível que haja real solidariedade entre ambos o concreto e
o aço, e que o trabalho seja realizado de forma conjunta.

PROPRIEDADES DO CONCRETO

Do conhecimento das propriedades do concreto, depende a correta utilização deste


material para cada tipo de obra. Assim é que determinadas propriedades são
imprescindíveis para certos tipos de obras, porém são dispensáveis para outras. Por
exemplo: a impermeabilidade do concreto é qualidade essencial para obras hidráulicas,
porém não é tão importante nas estruturas de edifícios.
* Massa específica: É uma propriedade importante nos cálculos do peso próprio da
estrutura, varia de acordo com o processo de execução (adensamento, tipo de agregados
e quantidade de vazios).
- concreto armado: 2,4 t/m³
- concreto leve: 1,9 t/m³
- concreto pesado: 3,5 a 5,5 t/m³
* Resistência mecânica: É a principal propriedade dos concretos, é influenciada por
diversos fatores:
- relação água/cimento: a maioria dos defeitos na resistência mecânica do concreto são
causados pelo excesso de água colocado a fim de facilitar o amassamento. A influência
desta relação é representada pela quantidade de água não necessária à hidratação do
cimento e que irá evaporar, deixando vazios no interior, os quais serão diretamente
responsáveis pela queda da resistência.
- idade: quanto maior a idade do concreto, maior sua resistência mecânica.
* Durabilidade: A durabilidade do concreto é relacionada com o fator água/cimento. Há
tabelas determinadas por pesquisadores que limitam esta relação em concretos,
dependendo das dimensões da peça e do tipo de exposição. É também importante obter
uma trabalhabilidade adequada, operações perfeitas de amassamento, adensamento e
cura.
* Permeabilidade e absorção: Essas propriedades são afetadas por diversos fatores:
- materiais constituintes : água (quantidade e pureza), cimento (quantidade, finura e
composição), agregados (quantidade, tipos, graduação, impurezas e umidade) e aditivos
(quimicamente ativos ou inertes);
- métodos de preparação: mistura, lançamento, adensamento e acabamento;
- tratamento: idade, cura e condições de ensaio.
* Deformação:
O concreto se deforma sob ação de vários fatores, tais como: hidratação do cimento,
solicitação mecânica, variações hidrométricas e térmicas. As solicitações mecânicas são
responsáveis por dois tipos de deformação: imediata (aparece logo após a aplicação do
carregamento) e lenta (aparece ao longo do tempo com a manutenção do carregamento).
A variação de volumes devida às variações hidronométricas e à retração é função da
quantidade de cimento e da relação água/cimento, aparecendo então as fissuras. Várias
causas contribuem para o fissuramento da estrutura: resistência do concreto, relação
entre as resistências do concreto e do aço, variações dimensionais devidas à retração e
espessura do comprimento da armadura.
Com exceção das estruturas destinadas à contenção de água, é admissível o
aparecimento de fissuras . Elas geralmente aparecem nas zonas de tração onde são
diferentes as deformações do aço e do concreto.
- Estruturas expostas à intempéries (pontes): primeiramente se dá uma contração
(retração) e depois, expansões e contrações, que dependem das condições de exposição
da estrutura e do grau de umidade da atmosfera.

- Estruturas protegidas: há retração inicial e pequena, ou nenhuma, deformação devida


às condições atmosféricas.

- Estruturas submersas: o concreto expande quando a estrutura entra em serviço,


havendo uma soma algébrica de efeitos. Porém, quando a estrutura é esvaziada para
limpeza ou manutenção ela se comporta como estrutura exposta.

- Estruturas expostas às intempéries durante a construção, verifica-se a retração inicial,


enquanto o cimento reage.
Outro tipo de deslocamento que pode ocorrer é devido às fundações. Quando a
capacidade portante do solo não é uniforme, os recalques diferenciais podem aparecer,
causando fissuramento.
* Propriedade acústica:
O coeficiente de redução de ruído tem um valor típico de 0,27 para concretos normais, e
de 0,45 para concretos leves. Esses valores podem variar com a textura, porosidade e
pintura da superfície.
PEÇAS PRÉ-FABRICADAS DE CONCRETO:

A pré-fabricação de elementos de concreto (simples, armado e protendido), muito usada


na atualidade, traz inúmeras vantagens como, por exemplo, não só na sua composição
com baixo teor de cimento, como também na mão de obra, devido à automatização e na
diminuição dos resíduos dos materiais, na previsão da quantidade de material e na maior
rapidez e melhor qualidade da produção.
O local de fabricação das peças pode ser uma indústria, especialmente montada para
este fim, ou pode ser o próprio canteiro de obras, sendo que, neste último caso, o
processo não será tão perfeito como o primeiro, porém haverá uma economia de
transporte das peças.
* Qualidade: devido à automatização do processo de fabricação e ao controle mantido
durante sua execução, as peças terão qualidade superior à que teriam se fossem
fabricadas "in loco", nas condições sempre menos favoráveis dos canteiros de obra.
* Facilidade na execução e limpeza da obra: a construção se restringe a uma montagem
de peças de dimensões e formas padronizadas.
* Preço: devido a automatização e à padronização, o custo será menor, incidindo
também, indiretamente, na maior velocidade de construção, pois as peças são fabricadas
em canteiros, organizados racionalmente para este fim, com alto grau de mecanização, o
que resulta em economia da mão-de-obra.
* Exemplos de peças pré fabricadas:
- concreto simples: tubos, blocos, painéis, blocos para pavimentação, etc.
- concreto armado: vigas, lajes, pilares, pórticos, escadas, placas, tubos, postes, blocos
para fundações, estacas, esquadrias, etc.
- concreto protendido: vigas, pilares, lajes, tubos de grandes dimensões, pórticos, peças
especiais, etc.
- concreto celular: painéis para parede e forros, lajes, blocos para vedações, etc.
BLOCOS DE CONCRETO

Os blocos de concreto são formados por cimento, areia e pedriscos misturados e


colocados em formas onde serão prensados e vibrados em máquinas especiais. Em casos
de blocos bem feitos e acabados, o futuro revestimento pode ser em leve chapisco e
massa fina. Eles exigem menos mão-de-obra e precisam de menor tempo para
assentamento.

Os blocos de concreto celular ou pumex são blocos de concreto extremamente leves,


resultantes do tratamento que confere aparência de espuma endurecida. Por isso o peso
por metro cúbico fica em torno de 550kg contra 1400kg do tijolo comum.

Estruturas de Aço;

A Estrutura de Aço consiste dos elementos Estruturais de aço especificados e


dimensionados nos Desenhos de Projeto, que farão parte do escopo de Fabricação e
Montagem, essenciais ao suporte das cargas de Projeto e que façam parte do conjunto
rígido da Estrutura, sem possuir nenhum outro elemento de terceiros que separe uns dos
outros, conforme descritos a seguir:

Chumbadores de fixação das Estruturas de Aço nas bases;


•Placas de base avulsas de colunas;
•Vigas, incluindo perfis soldados, laminados e de chapas dobradas;
•Aparelhos de apoio de vigas, treliças ou pontes;
•Contraventamentos permanentes;
•Estruturas de marquises se fabricadas com perfis ou chapas Estruturais normatizados;
•Colunas, se fabricadas com perfis ou chapas Estruturais normatizados;
•Chapas e calços de ligação de Estruturas;
•Pára-choques, se fabricados com perfis ou chapas Estruturais normatizados;
•Esquadrias de portões se fabricadas em perfis ou chapas Estruturais normatizados, e
fizerem parte da Estrutura;

Peças de aço embutidas em concreto necessárias para suportar a Estrutura de Aço;


juntas de dilatação, quando ligadas à Estrutura;

Dispositivos de ligação da Estrutura de aço: parafusos, porcas e arruelas de


fábrica para ligações permanentes; parafusos, porcas e arruelas usados para fxar peças
para transporte; parafusos, porcas e arruelas de campo para ligações permanentes, e
pinos permanentes;

Estruturas de reforço de aberturas em pisos, fabricadas em perfs ou chapas Estruturais


normatizados, quando ligadas à Estrutura;

Chapas de piso (lisas ou xadrez) se ligadas à Estrutura;

Vigas de tapamento;

Grelhas ou grades se fabricadas com perfs normatizados de aço Estrutural;


Pendurais se feitos de aço Estrutural quando ligados à Estrutura;
Porcas, calços, chapas, parafusos e arruelas de nivelamento;
Vergas de aberturas de vãos, se ligadas à Estrutura;
Bases de máquinas feitas de perfs Estruturais e chapas ligadas à Estrutura;
Elementos de monovias se fabricados de aço Estrutural e ligados à Estrutura;
Terças de cobertura;
Estruturas de reforço de aberturas em coberturas, fabricadas em perfs ou chapas
Estruturais normatizados;
Engradamentos de Cobertura para suporte de telhas, quando fabricados com perfs
Estruturais padronizados;
Conectores de cisalhamento se especifcados para serem colocados na Fábrica;
Calços e cunhas, se permanentes;
Escoras permanentes e ligadas à Estrutura;
Tirantes, se parte da Estrutura de Aço;
Treliças feitas de perfs de aço Estrutural ou soldados de chapas.

Outros Itens Metálicos


Estes outros itens metálicos defnidos a seguir não são classifcados como partes da
Estrutura de Aço, mesmo que sejam mostrados nos Desenhos de Projeto ou estejam
ligados à Estrutura principal, e geralmente não fazem parte das obrigações contratuais
do Fabricante ou Montador. Esses itens incluem, porém não se limitam a:
Aparelhos de apoio que não sejam de aço;
Cabos para contraventamento permanente ou sistemas Estruturais estaiados;
Peças fundidas e forjadas;
Produtos de aço laminados a frio exceto aqueles especifcamente cobertos pela NBR
8800;
Trilhos de pontes rolantes, talas, parafusos e presilhas;
Partes de aço embutidas, exceto as destinadas a receber elementos da Estrutura, e as
embutidas em concreto pré-moldado;
juntas de dilatação, se não forem ligadas à Estrutura;
Mastros de bandeiras; Chapas de piso (lisas ou xadrez), quando não ligadas à Estrutura
de Aço; • Pendurais, se não fabricados de perfs de aço Estrutural, inclusive
chapas e tirantes, não ligados à Estrutura;
Tremonhas;
Itens necessários para a Montagem de materiais fornecidos por terceiros que não sejam
o Fabricante ou •
o Montador da Estrutura, por exemplo, Estruturas suporte de forros falsos;
Ancoragens e cantoneiras de reforço de alvenaria; •
Ornamentos metálicos; •
Tanques e vasos de pressão; •
Armaduras para concreto ou alvenaria; •
jaulas, gaiolas e celas de segurança; •
Conectores de cisalhamento quando especifcados para serem instalados na obra; •
Chaminés; •
Formas de aço (“steel deck”); •
Vigas “joist” de aço de qualquer tipo; •
Tampas de canaletas, caixas e poços de inspeção. • Execução de Estruturas de Aço -

DESENHOS DE PROjETOS E ESPECIFICAçõES

Desenhos de Projeto da Estrutura e Especifcações


Os Desenhos de Projeto deverão ser baseados nos cálculos resultantes da aplicação das
cargas e dos esforços de Projeto que a Estrutura deverá suportar quando estiver
completa e acabada.

Os Desenhos de Projeto Estrutural deverão mostrar claramente o trabalho que


deverá ser executado, fornecendo as informações abaixo com sufciente precisão das
dimensões, quantidades e natureza das peças da Estrutura a serem fabricadas:

Bitola, seção transversal, tipo de aço e a locação de todos os elementos da Estrutura;

a) Toda a geometria e pontos de trabalho necessários ao arranjo da Estrutura;


b) Elevações dos pisos;
c) Eixos de colunas e desvios;
d) A contra-fecha necessária para os elementos da Estrutura;
e) Sistema de limpeza e pintura, se aplicável;
f) Tipo de ligação e processo e controle de torque, se aplicável;

As Especifcações Técnicas da Estrutura de Aço deverão incluir quaisquer requisitos


adicionais exigidos para a Fabricação e Montagem da mesma.
Todos os Desenhos de Projeto, Especifcações Técnicas e anexos deverão ser numerados
e datados para facilitar a identifcação.

Contraventamentos permanentes, enrijecedores de colunas, chapas duplas de reforço de


almas de colunas, enrijecedores de apoio de vigas secundárias e principais, talas de
reforço de almas, aberturas para uso de outros fornecedores e outros detalhes especiais
necessários deverão ser mostrados com clareza nos Desenhos de Projeto para que seus
quantitativos e demais requisitos de Fabricação sejam facilmente compreendidos.

O Projetista da Estrutura poderá mostrar o dimensionamento completo das ligações nos


Desenhos de Projeto ou permitir que o Fabricante especifque e complemente os detalhes
das ligações nos Desenhos de Fabricação e de Montagem. Mesmo quando permitido ao
Fabricante especifcar ou complementar os detalhes da ligação, o Projetista deverá
fornecer as seguintes informações nos Desenhos de Projeto:
Se existem quaisquer restrições contra algum tipo específco ou detalhe de ligações; a)
Dados sufcientes relacionados às cargas, incluindo esforços cortantes, momentos, cargas
axiais e forças b)
de transferência que deverão ser resistidas pela barra em questão e por suas ligações
para permitir ao
Fabricante especifcar ou complementar os detalhes das ligações;
Informar se os dados indicados em (b) estão fornecidos como cargas de serviço
ou como cargas c)
fatoradas;
Informar se a especifcação e o detalhamento das ligações utilizarão o método dos
estados limites ou o d)
método das tensões admissíveis.
quando o Fabricante especifca ou complementa os detalhes das ligações, deverá fazê-
lo obedecendo
a NBR 8800 e os Documentos Contratuais, submetendo esses detalhes à aprovação do
Projetista e do
Contratante.
3 quando o fornecimento dos calços de nivelamento for de responsabilidade do
Fabricante por
exigência contratual, sua posição, espessura, quantidade e dimensões deverão estar
especifcadas nos
Documentos Contratuais.

Fundações;
Chama-se fundação, a parte de uma estrutura que transmite ao terreno subjacente a
carga da obra.O estudo de toda fundação compreende preliminarmente duas partes
essencialmente distintas:

a) cálculo das cargas atuantes sobre a fundação;

b) estudo do terreno.

Com esses dados, passa-se à escolha do tipo de fundação, tendo-se presente que:

a) as cargas da estrutura devem ser transmitidas às camadas de terreno capazes de


suportá-las sem ruptura;

b) as deformações das camadas de solo subjacentes às fundações devem ser


compatíveis com as da estrutura;

c) a execução das fundações não deve causar danos às estruturas vizinhas;

d) ao lado do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve atentar também


para o aspecto econômico.
Tipos de fundações
Os principais tipos de fundações podem ser reunidos em dois grandes grupos:
fundações diretas ou rasas e fundações indiretas ou profundas.
Portanto os principais tipos de fundações são:
Fundações diretas ou rasas;
Fundações indiretas ou profundas.
Para a escolha das fundações podemos iniciar analisando uma sapata direta (Figura ).

· quando Df £ B Þ Fundações diretas


· quando Df > B Þ Fundações profundas
- (sendo “B” a menor dimensão da sapata)

Quando a camada ideal for encontrada à profundidade de 5,0 à 6,0m, podemos adotar
brocas, se as cargas forem na ordem de 4 a 5 toneladas
Em terrenos firmes a mais de 6,0m, devemos utilizar estacas ou tubulões.

Fundações diretas ou rasas


As fundações diretas são empregadas onde as camadas do subsolo, logo abaixo da
estrutura, são capazes de suportar as cargas.

Com o auxílio da sondagem, obtemos o SPT na profundidade adotada e calculamos a


s s do solo. Dividindo a carga P pela s s do solo, encontramos a área necessária da
sapata (Snec).

Encontrada a área, adota-se as dimensões e verificamos se são econômicas (

Condições econômicas: A - a = B - b
A-B=a-b
Como referência temos
Boa = 4,0 kg/cm²
Regular = 2,0 kg/cm²

Fraca = 0,5 kg/cm²


A Distribuição das pressões, no terreno, é função do tipo de solo e da consideração da
sapata ser rígida ou flexível, podendo ser bitriangular, retangular ou triangular.
Uma sapata será considerada flexível quando possuir altura relativamente pequena e ,
sob atuação do carregamento, apresentar deformação de flexão (Caputo, H.P, 1973)
Descrevemos com mais detalhes as fundações diretas mais comuns para obras de
pequeno porte.

Sapata Corrida em Alvenaria


São utilizadas em obras de pequena área e carga, (edícula sem laje, barraco de obras,
abrigo de gás; água etc.).
É importante conhecer esse tipo de alicerce pois foram muito utilizados nas
construções antigas e se faz necessário esse conhecimento no momento das reformas e
reforços dos mesmos.

As etapas de execução são:

a) Abertura de vala
* Profundidade nunca inferiores a 40cm
* Largura das valas: - parede de 1 tijolo = 45cm
- parede de 1/2 tijolo = 40cm
Em terrenos inclinados, o fundo da vala é formado por degraus (Figura 3.8),
sempre em nível

mantendo-se o valor "h" em no mínimo 40 cm e h1, no


máximo 50cm.

Figura - Detalhe do nivelamento do fundo da vala

b) Apiloamento
Se faz manualmente com soquete (maço) de 10 à 20kg, com o objetivo
unicamente de conseguir a uniformização do fundo da vala e não aumentar a
resistência do solo.

c) Lastro de concreto
Sobre o fundo das valas devemos aplicar uma camada de concreto magro de
traço 1:3:6 ou 1:4:8 (cimento, areia grossa e pedra 2 e 3) e espessura mínima de

5cm com a finalidade de:

diminuir a pressão de contato, visto ser a sua largura maior do que a do alicerce;
Uniformizar e limpar o piso sobre o qual será levantado o alicerce de alvenaria

d) Alicerce de alvenaria ( Assentamento dos tijolos)


Ficam semi-embutidos no terreno;
Tem espessuras maiores do que a das paredes sendo:
paredes de 1 tijolo - feitos com tijolo e meio.
paredes de 1/2 tijolo - feitos com um tijolo.
seu respaldo deve estar acima do nível do terreno, a fim de evitar o contato
das paredes com o solo;
O tijolo utilizado é o maciço queimado ou requeimado;
assentamento dos tijolos é feito em nível;
Argamassa de assentamento é de cimento e areia traço 1:4.

e) Cinta de amarração
É sempre aconselhável a colocação de uma cinta de amarração no respaldo
dos alicerces. Normalmente a sua ferragem consiste de barras "corridas", no caso
de pretender a sua atuação como viga deverá ser calculada a ferragem e os
estribos. Sobre a cinta será efetuada a impermeabilização.
Para economizar formas, utiliza-se tijolos em espelho, assentados com
argamassa de cimento e areia traço 1:3.
A função das cintas de amarração é "amarrar" todo o alicerce e distribuir
melhor as cargas, não podendo contudo serem utilizadas como vigas.

f) Reaterro das valas


Após a execução da impermeabilização das fundações, podemos reaterrar as
valas. O reaterro deve ser feito em camadas de no máximo 20cm bem
compactadas.

g) Tipos de alicerces para construção simples


Sem cinta de amarração (Borges, 1972)

parede de um tijolo

Com cinta de amarração (Borges, 1972)

parede de meio tijolo


Com cinta de amarração (Borges, 1972)
Obs. Para manter os ferros corridos da cinta de amarração na posição, devem ser usados
estribos, espaçados de mais ou menos 1,0m. A função desses estribos é somente
posicionar as armaduras.

Sapatas Isoladas
São fundações de concreto simples ou armado.
As sapatas de concreto simples (sem armaduras), possuem grande altura, o que lhes
confere boa rigidez. Também são denominadas de Blocos.
As sapatas de concreto armado, podem ter formato piramidal ou cônico, possuindo
pequena altura em relação a sua base, que pode ter forma quadrada ou retangular
(formatos mais comuns).

Sapata isolada retangular

Sapatas corridas
Executadas em concreto armado e possuem uma dimensão preponderante em relação às
demais.
Radiers
Quando todas as paredes ou todos os pilares de uma edificação transmitem as cargas
ao solo através de uma única sapata, tem-se o que se denomina uma fundação em radier.

Os radiers são elementos contínuos que podem ser executados em concreto armado,
protendido ou em concreto reforçado com fibras de aço.

FUNDAÇÕES INDIRETAS OU PROFUNDAS


Os principais tipos de fundações profundas são:

3.4.1 - Estacas
São peças alongadas, cilíndricas ou prismáticas, cravadas ou confeccionadas no solo,
essencialmente para:
a) Transmissão de carga a camadas profundas;
b) Contenção de empuxos laterais (estacas pranchas);
c) Compactação de terrenos.
Podem ser: - Pré-moldadas
- Moldadas in loco
As estacas recebem esforços axiais de compressão. Esses esforços são resistidos pela
reação exercida pelo terreno sobre sua ponta e pelo atrito entre as paredes laterais da
estaca e
o terreno. Nas estacas prancha além dos esforços axiais temos o empuxo lateral
(esforços

horizontais), Figura
Esforços nas estacas

Blocos de coroamento das estacas


Os blocos de coroamento das estacas são elementos maciços de concreto armado que
solidarizam as "cabeças" de uma ou um grupo de estacas, distribuindo para ela as cargas
dos pilares e dos baldrames.

As estacas devem ser preparadas previamente, através de limpeza e remoção do


concreto de má qualidade que, normalmente, se encontra acima da cota de arrasamento
das estacas moldadas "in loco".

Os blocos de coroamento têm também a função de absorver os momentos produzidos


por forças horizontais, excentricidade e outras solicitações (Caputo. H.P., 1973).
Bloco de coroamento

Brocas
São feitas a trado, em solo sem água, de forma a não haver fechamento do furo nem
desmoronamento.

4,0m

A execução das brocas é extremamente simples e compreende apenas três fases:


erces

Ao contrário de outros tipos de estacas, que veremos adiante, as brocas só serão


iniciadas depois de todas as valas abertas, pois o trabalho é exclusivamente manual, não
utilizando nenhum equipamento mecânico.
Inicia-se a abertura dos furos com uma cavadeira americana e o restante é executado
com trado (Figura 3.20; 3.21), que tem o seu comprimento acrescido através de barras
de cano
galvanizado, (geralmente com 1,5m cada peça) até atingir a profundidade desejada.

Tipos de trado
Perfuração da broca
Ao atingir a profundidade das brocas, as mesmas são preenchidas com concreto fck
13,5 MPa utilizando pedra nº 2, sempre verificando se não houve fechamento do furo,
bem como falhas na concretagem.

Fazemos isso através da cubicagem (volume) de concreto que será necessária para cada
broca.
Geralmente as brocas não são armadas, apenas levam pontas de ferro destinadas a
amarrá-las à viga baldrame ou blocos. No entanto, certas ocasiões nos obrigam a armá-
las e nesses casos, isto é feito com 4 (quatro) ferros e estribos em espiral ou de acordo
com o projeto estrutural.

Devemos armar as brocas quando:

também sofrem empuxos laterais;


profundidade inferior a 3,0m.
Resistência Estrutural da Broca quando bem executadas:
-
-
-

- armada

Esses valores são aproximados, pois sua execução é manual, geralmente o fundo do
furo não é compactado e o lançamento do concreto é feito diretamente no solo, sem
nenhuma
proteção.
É conveniente adotar cargas não superiores a 5 toneladas por unidade, em solos
suficientemente coesivos e na ausência de lençol freático.
A execução de brocas na presença de água deve ser evitada e somente é admitida
quando se tratar de solos de baixa permeabilidade, que possibilitem a concretagem antes
do
acúmulo de água.

Estacas Escavadas
As estacas escavadas caracterizam-se também por serem moldadas no local após a
escavação do solo, que é efetuada mecanicamente com trado helicoidal.
São executadas através de torres metálicas, apoiadas em chassis metálicos ou
acoplados em caminhões (Figura . Em ambos os casos são empregados guinchos,
conjunto de tração e haste de perfuração, podendo esta ser helicoidal em toda a sua
extensão ou trados acoplados em sua extremidade. Seu emprego é restrito a perfuração
acima do nível d'água. (Falconi et al, 1998)
Perfuratriz

Estaca Strauss
A estaca Strauss é executada utilizando equipamento mecanizado composto por um

tripé, guincho, soquete (pilão) e a sonda (balde).

Inicia-se a perfuração utilizando o soquete. Após abertura inicial do furo com o


soquete, coloca-se o tubo de molde do mesmo diâmetro da estaca, o soquete é
substituído pela sonda com porta e janela a fim de penetrar e remover o solo no seu
interior em estado de lama.

Alcançado o comprimento desejado da estaca, enche-se de concreto em trechos de 0,5


a 1,0 m que é socado pelo pilão à medida que se vai extraindo o molde formando o
bulbo.

O procedimento acima se repete, exceto a formação do bulbo, até completar o nível

proposto pelo projeto.

das Estaca Strauss


Estacas Franki
Coloca-se o tubo de aço (molde), tendo no seu interior junto à ponta, um tampão de
concreto de relação água/cimento muito baixa, esse tampão é socado por meio de um
soquete
(pilão) de até 4t; ele vai abrindo caminho no terreno devido ao forte atrito entre o
concreto
seco e o tubo e o mesmo é arrastado para dentro do solo. Alcançada a profundidade
desejada
o molde é preso à torre, coloca-se mais concreto no interior do molde e com o pilão,
provocase
a expulsão do tampão até a formação de um bulbo do concreto. Após essa operação
descese
a armadura e concreta-se a estaca em pequenos trechos sendo os mesmos fortemente,

apiloados ao mesmo tempo em que se retira o tubo de


molde

Execução das Estacas Franki


- Tubulões
São elementos de fundação profunda constituído de um poço (fuste), normalmente de
seção circular revestido ou não, e uma base circular ou em forma de elipse (Figura 3.25)

(Alonso et al, 1998).

Os tubulões dividem-se em dois tipos básicos: à céu aberto (com ou sem revestimento)
e a ar comprimido (pneumático) revestido.
O revestimento dos tubulões podem ser constituídos de camisa de concreto armada ou
de aço. Sendo a de aço perdida ou recuperada.
Os tubulões à céu aberto é o mais simples, resulta de um poço perfurado manualmente
ou mecanicamente e a céu aberto. Seu emprego é limitado para solos coesivos e acima
do nível
d'água, existindo dois sistemas de execução Chicago e Gow.
No sistema Chicago a escavação é feita com pá, em etapas, as paredes são escoradas
com pranchas verticais ajustadas por meio de anéis de aço. Já no sistema Gow o
escoramento é
efetuado utilizando cilindros telescópicos de aço cravados por percussão (Caputo,
1973).
Os tubulões a ar comprimido ou pneumáticos utiliza uma câmara de equilíbrio em
chapa de aço e um compressor (Figura 3.26). O princípio é manter, pelo ar comprimido

injetado, a água afastada do interior do interior do tubulão.


Tubulão à ar comprimido
IMPERMEABILIZAÇÃO
Os serviços de impermeabilização representam uma pequena parcela do custo e do
volume de uma obra, quando anteriormente planejada.
As falhas corrigidas a posteriori, somam muitas vezes o custo inicial.
A impermeabilização das edificações não é uma prática moderna. Os romanos
empregavam, clara de ovos, sangue, óleos, etc. para impermeabilizar saunas, aquedutos.
Já no
Brasil, nas cidade históricas, existem igrejas e pontes onde a argamassa das pedras foi
aditivada
com óleo de baleia.
Atualmente, dispomos de produtos desenvolvidos especialmente para evitar a ação
prejudicial da água.
Podemos dividir os tipos de impermeabilização, de acordo com o ataque de água:
- contra a pressão hidrostática;
- contra a infiltração;
- contra a umidade do solo.
Os serviços de impermeabilização contra pressão hidrostática e contra água de
infiltração não admitem falhas; a impermeabilização para esses tipos, mais utilizada há
mais de
50 anos, é a por meio de membranas onde a plasticidade é a grande vantagem, pois
acompanha
o movimento das trincas que venham a se formar na estrutura permanecendo
impermeáveis
mesmo sob pressão hidrostática.
Temos também, no Brasil, já há algum tempo, um produto mineral que se aplica na
estrutura, em especial as de concreto, que penetra nos poros através de água e se
cristaliza até
cerca de 6cm dentro da estrutura fechando os poros e ficando solidária com a estrutura.
Tem
sido bem aceito, pois esse produto pode ser aplicado, e com grande sucesso, nas
recuperações
de estruturas sujeitas a pressão hidrostática etc... E no caso de umidade do solo, a
impermeabilização mais utilizada é com argamassa rígida e impermeabilizantes
gordurosos.
Como podemos observar, existem basicamente tres sistemas principais de
impermeabilização:
O rígido: - 1º Constituídos pêlos concretos e argamassas impermeáveis, pela inclusão
de um aditivo.
- 2º Constituídos por cimentos especiais de cura rápida que são utilizados no
tamponamento.
O semiflexível: - Semelhante à impermeabilização rígida somente que os aditivos
favorecem pequenas movimentações.
O flexível: Constituído por lençóis de borracha butílica, membrana de asfalto com
elastômetros, lençóis termoplásticos, etc...
Devemos ter alguns cuidados com a impermeabilização
- Uma impermeabilização não dá resistência à estrutura. Se a estrutura fissurar, a
argamassa também o fará.
52
- Uma junta fissurada deve ser enchida com uma massa elástica e não com argamassa
rígida.
- A obstrução da água fará com que ela procure nova saída e inicie o trabalho pelas
áreas porosas.

3.5.1.-.Impermeabilização dos alicerces


Independente do tipo de fundação adotada, devemos executar uma impermeabilização
no respaldo dos alicerces (Figura 3.25). A fundação sempre é executada num nível
inferior ao
do piso, sendo necessário assentar algumas fiadas de tijolos sobre a sapata corrida ou
sobre o
baldrame, até alcançarmos o nível do piso (Alvenaria de embasamento).
No tijolo a água sobe por capilaridade, penetrando até a altura de 1,50m nas paredes
superiores, causando sérios transtornos.
Portanto é indispensável uma boa impermeabilização no respaldo dos alicerces, local
mais indicado para isso, pois é o ponto de ligação entre a parede que está livre de
contato com

o terreno e o alicerce.

Impermeabilização no respaldo do alicerce


O processo mais utilizado é através de argamassa rígida; usando, geralmente,
impermeável gorduroso (Vedacit ou similar), dosado em argamassa de cimento e areia
em
traço 1:3 em volume:
- 1 lata de cimento (18 litros)
- 3 latas de areia (54 litros)
- 1,5 kg de impermeável
Após a cura da argamassa impermeável a superfície é pintada com piche líquido
(Neutrol ou similar), pois o piche penetra nas possíveis falhas de camadas, corrigindo os

pontos fracos. Devemos aplicar duas demãos e em cruz.

Outro processo utilizado dispensa o uso da pintura com piche líquido sobre a
argamassa.
Nesse sistema aplica-se uma argamassa de cimento e areia no traço 1:3 e pintura com
cimento cristalizante e aditivo (Kz + água + K11 na proporção de 1:4:12; Viaplus 1000;
Tec
100 ou similar). Podemos utilizar aditivo acrílico que proporciona uma composição
semi
flexível. Aplicar sempre com as paredes úmidas em três demãos cruzadas.
Recomendações importantes para uma boa execução da impermeabilização:
- Deve-se sempre dobrar lateralmente cerca de 10 a 15cm
- A camada impermeável não deve ser queimada, mas apenas alisada, para que sua
superfície fique semi-áspera evitando rachaduras.
- Usa-se a mesma argamassa para o assentamento das duas primeiras fiadas da

parede.
Detalhe da aplicação da argamassa impermeável
Obs.: O tempo de duração de uma impermeabilização deverá corresponder ao tempo
de uso de uma construção. Sua substituição envolve alto custo e transtorno aos
usuários.
54

3.5.2 - Impermeabilização nas alvenaria sujeitas a umidade do solo


Além dos alicerces, nos locais onde o solo entra em contato com as paredes, devemos
executar uma impermeabilização. Faz-se necessário estudar caso a caso para adotar o
melhor
sistema de impermeabilização (rígido e semiflexível para umidade e flexível para
infiltração).
As figuras 3.27 e 3.28 detalham uma impermeabilização rígida em diversos locais de

uma construção.
Impermeabilização em locais de pouca ventilação
- Onde o solo encostar na parede levantar o revestimento interno e externo no mínimo

60cm acima do solo


Impermeabilização com ventilação
- Em ambos os casos o alicerce e o lastro impermeabilizado devem coincidir.
55

3.6 - DRENOS
Existem casos que para maior proteção da impermeabilização dos alicerces e também
das paredes em arrimo, necessitamos executar DRENOS, para garantir bons resultados.
Os drenos devem ser estudados para cada caso, tendo em vista o tipo de solo e a
profundidade do lençol freático, etc...
Os drenos subterrâneos podem ser de três tipos:
- Drenos horizontais (ao longo de uma área) (figura 3.29)
- Drenos verticais (tipo estacas de areia)
- Drenos em camada (sob base de estrada)
De modo gerérico, os drenos horizontais são constituídos:

Figura

1 - Camada filtrante (areia de granulometria adequada ou manta de poliéster


servindo como elemento de retenção de finos do solo.
2 - Material drenante (pedra de granulometria apropriada) que serve para evitar
carreamento de areia - 1 - para o interior do tubo, e conduzir as águas drenadas.
3 - Tubo coletor deve ser usado para grandes vazões. Normalmente de concreto,
barro cozido ou PVC.
4 - Camada impermeável (selo) no caso do dreno ser destinado apenas à captação de
águas subterrâneas. Se o dreno captar águas de superfície, esta camada será
substituída por material permeável.
5 - Solo a ser drenado em um estudo mais aprofundado, a sua granulometria servirá
de ponto de partida para o projeto das camadas de proteção.
Obs. No caso de não ter tubulação condutora de água, o dreno é chamado de cego
(Figura 3.30). Os drenos cegos consistem de valas cheias de material granular
(brita e areia). O material é colocado com diâmetro decrescente, de baixo para

cima.

Figura - Dreno horizontal cego


Uma das utilizações dos drenos é quando o nível de água é muito alto e desejamos

rebaixa-lo.
Exemplo de aplicação dos drenos

Obs. Neste caso os furos do tubo devem estar para cima.

1 – Verificar se o terreno confirma a sondagem quando da execução da fundação.


2 – Verificar a exata correspondência entre os projetos, arquitetônico, estrutural e o de
fundações.
3 – Verificar se o traço e o preparo do concreto, atendem as especificações de projeto.
4 – Verificar qual o sistema de impermeabilização indicada no projeto. Constatar se as
especificações dos materiais, bem como as recomendações técnicas dos fabricantes
estão sendo
rigorosamente obedecidas

Noções de segurança na execução de fundação:


- Evitar queda de pessoas nas aberturas utilizando proteção com guarda corpos de
madeira,
metal ou telas.
- Realizar escoramento em valas para evitar desmoronamentos.
- O canteiro de obra deverá ser mantido limpo , organizado e desimpedidos, para evitar
escorregões, e tropeços.
- Sinalizar com guarda-corpo, fitas, bandeirolas, cavaletes as valas, taludes poços e
buracos.

A fundações Trata-se do elemento estrutural que transmite ao


terreno a carga de uma edificação.
O estudo de uma fundação compreende preliminarmente duas partes para a escolha do
tipo de fundação:

Cálculo das cargas atuantes;


Análise do terreno.

As cargas estruturais devem ser transmitidas às camadas de terreno, capazes de suportá-


las sem ruptura;
As deformações das camadas de solo abaixo das fundações devem ser compatíveis com
a das estruturas;
A execução das fundações não deve causar danos às estruturas vizinhas;
À par do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve levar em consideração o
fator econômico.

TIPOS DE Terreno
Rochas: São materiais componentes da crosta terrestre, os quais por essa definição,
assumem a categoria dos produtos efusivos do magma, dos quais fazem parte basaltos e
granitos. Há outro grupo de rocha, os chamados sedimentares, dos quais fazem parte
calcários e alguns arenitos e siltitos. Finalmente temos também os denominados
metamórficos, dos quais temos os gnaisses, mármores, alguns arenitos, siltitos e
argilitos.
Blocos de rochas e matacões:
Blocos de rochas são definidos como partes de jazimentos fraturados e intemperizados
com diâmetro médio acima de 1m, e geralmente no subsolo, se encontram esparsamente
e envolto de solo laterítico (residual).
Matacões são fragmentos similares às dos blocos de rocha, porém com diâmetro médio
entre 0,25m a 1,0m.
As frações de diâmetro entre 0,07m a 0,25m são denominados de pedras e são
comumente encontrados dentro dos solos residuais, solos coluvionares e às vezes em
solso aluvionares.
Rochas alteradas: São encontradas normalmente em torno das rochas firmes, com
características da rocha matriz, porém já apresentando fissuras e laterização por força do
intemperismo, onde internamente às fissuras, apresentam alterações profundas, por
conta de intrusões de outros materiais.
Solos: São os materiais que tem origem de meteorização das rochas (intemperismo
físico, químico e biológico). São tipicamente a capa do esqueleto rochoso da litosfera.

Sapatas

Utilizadas como base para edificações de diferentes portes, as sapatas de concreto são
simples, seguras e econômicas. Mesmo assim, dependem de especificação e execução
que levem em conta as características do solo e da estrutura

Elemento básico de fundação, não demanda peças e equipamentos especiais de escavação

Indicadas para regiões de solo estável e de alta resistência superficial, as sapatas de


concreto estão entre os métodos de execução de fundações mais elementares e
econômicos.
Quando bem projetadas, costumam demandar pouca escavação e consumo moderado de
concreto. Além disso,suportam cargas elevadas e, em comparação com outros tipos de
fundação superficial, como os blocos não armados, as vigas baldrames e o radier,
podem assumir diversas formas geométricas para facilitar o apoio de pilares com
formatos não convencionais.

Mais do que a versatilidade, no entanto, a principal vantagem desse tipo de fundação


está na execução facilitada, que dispensa, por exemplo, a presença de peças e
equipamentos especiais no canteiro. Tal simplicidade, contudo, não exclui a necessidade
de cuidados. Até porque, por se apoiar em camadas superficiais do solo para transferir
as cargas da construção, esse tipo de fundação está mais suscetível às mudanças nas
camadas do solo do que as fundações profundas.

De acordo com a NBR 6122:1996, que trata de projeto e execução de fundações -


atualmente em processo de revisão -, uma sapata não deve ter dimensão mínima inferior
a 60 cm. Outra recomendação é que se observe o desnível entre sapatas próximas. A
sapata em cota mais baixa deve ser sempre executada antes das demais.Além disso, é
importante que seja respeitado um distanciamento entre cotas de acordo com a
resistência do solo.

Da mesma forma, a garantia de que a umidade do solo não atacará a armadura da sapata
é fundamental para a segurança da edificação a ser construída. Por isso, logo após a
escavação do solo deve ser feito um lastro de 5 cm de concreto magro, ocupando toda a
área sobre a qual será assentada a sapata.

Compatibilidade
"O mais importante na execução de qualquer tipo de fundação é compatibilizar as
cargas atuantes e os deslocamentos previstos com as características do solo de suporte",
ressalta a pesquisadora Gisleine Coelho de Campos,da Seção de Geotecnia do IPT
(Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo). Segundo a engenheira, é
fundamental verificar a geometria do elemento e as características de uniformidade e
resistência do solo sob a base,além da resistência do concreto e o cobrimento da
armadura.

A ligação entre as armaduras da sapata com a estrutura também é um ponto crítico que
merece atenção especial." As armaduras de espera para os elementos estruturais
precisam dispor de geometria e comprimento adequados aos esforços previstos", afirma
Gisleine, destacando ainda que é preciso considerar sempre a possibilidade de
ocorrência de cargas acidentais, que devem estar contempladas nos coeficientes de
segurança adotados no projeto.

Impacto financeiro
A garantia de economia das sapatas diretas passa obrigatoriamente por um projeto que
tire partido das características desse tipo de fundação. Em geral, sapatas de formato
arredondado ou escalonado demandam mais trabalhos com a execução das fôrmas,
interferindo diretamente na produtividade do canteiro.
Fundação de um edifício residencial com sapatas isoladas

Escavação
Seguindo a orientação do projeto de fundações, inicia-
se a escavação da área a receber as sapatas até a cota
de apoio.

Regularização
Com a área escavada e compactada, o passo
seguinte é depositar concreto magro na área
escavada, nivelando com o auxílio de régua e
colher. Essa camada de regularização, que deve
ter 5 cm de espessura no mínimo, é importante
para garantir que a umidade do solo não ataque
a armadura da sapata.

Preparação das laterais


Não só o fundo, mas também as laterais
precisam receber concreto. Por isso, as laterais
de toda a área escavada devem ser chapiscadas.
Marcação dos pilares
Com a vala preparada, inicia-se a marcação dos
pilares. Para tanto, são fixadas estacas de
madeira nos pontos indicados pelo projetista.

Conferência
A checagem do nível é um procedimento
imprescindível para garantir boa marcação dos
pilares.

Armação
Depois de definida a localização de todos os
pilares, tem início a inserção da armação,
sempre seguindo a orientação do projeto de
fundações.
Saída para os pilares
Com o auxílio de arames de aço, são presos
também os ferros especiais de arranque dos
pilares.

Concretagem
A concretagem também deve ser feita, de
acordo com as especificações do projetista, até
a parte superior da sapata. A betoneira pode ser
utilizada se a quantidade de concreto ou a
velocidade de concretagem assim o exigirem.

Finalização
A armação do pilar deve ser montada a partir
dos ferros de arranque. Só então serão
colocadas as fôrmas do pilar para o
prosseguimento da concretagem.

Obs.: Após a desenforma do pilar, deve-se fazer o reaterro da cava da sapata.


Estacas

São aquelas em que a carga é transmitida ao terreno através de sua base (resistência de
ponta) e/ou superfície lateral (resistência de atrito). As fundações profundas estão
assentadas a uma profundidade maior que duas vezes a sua menor dimensão em planta.

Os principais tipos de fundação profunda são:


elemento de fundação executado com auxílio de ferramentas ou
equipamentos, execução esta que pode ser por cravação a percussão, prensagem,
vibração ou por escavação.

Os principais tipos de estaca são:

Estacas pré-moldadas
Caracterizam-se por serem cravadas no terreno, podendo-se utilizar os seguintes
métodos:
. percussão . é o método de cravação mais empregado, o qual utiliza-se pilões
de queda livre ou automáticos. Um dos principais inconvenientes desse sistema
é o barulho produzido.
. prensagem . empregada onde há a necessidade de evitar barulhos e vibrações, utiliza
macacos hidráulicos que reagem contra uma plataforma com sobrecarga ou contra a
própria estrutura.
. vibração . sistema que emprega um martelo dotado de garras (para fixar a
estaca), com massas excêntricas que giram com alta rotação, produzindo
uma vibração de alta freqüência à estaca.
Pode ser empregada tanto para cravação como para remoção de estacas, tendo o
inconveniente de transmitir vibrações para os arredores.
Podem ser fabricadas com diversos materiais, sendo as estacas de concreto
e metálicas as mais usuais.

Concreto
As estacas de concreto são comercializadas com diferentes formatos geométricos.
A capacidade de carga é bastante abrangente, podendo ser simplesmente
armadas, protendidas, produzidas por vibração ou centrifugação.
Dica
A cravação das estacas com martelo automático é mais eficiente do que a cravação
manual, pois a força aplicada é constante, permitindo avaliar as características do solo
através de monitoramento eletrônico.

Metálicas
São encontradas na forma de trilhos ou perfis.
Não há possibilidade de quebra e, caso seja necessário realizar emendas, essas devem
ser soldadas, não devendo permitir o uso de luvas ou anéis.
Um problema que ocorre com relativa freqüência em estacas cravadas por percussão
através de espessas camadas de argila mole é o drapejamento, isto é, encurvamento
das estacas, mesmo quando se tomam cuidados com o prumo durante a cravação.
Tal fato, no entanto, é raramente detectado.
O tratamento teórico deste fenômeno só vem sendo realizado muito recentemente,
não havendo, ainda, meios de quantificá-lo na fase de projeto. Por esse motivo a
eficiência das estacas e principalmente das emendas só pode ser comprovada após
experiência acumulada em várias cravações e provas de cargas nestas formações de
argilas moles.

Estacas moldadas in loco com tubo de revestimento

Estaca de concreto armado moldada in loco que emprega um tubo de revestimento


com ponta fechada, de modo que não há limitação de profundidade devido à
presença de água do subsolo.

Para a cravação da estaca, lança-se areia e brita no interior do tubo, materiais esses
que são compactados através de golpes de um pilão. Realizada a cravação, executase
o alargamento da base, a armação e, finalmente, a concretagem.

A cravação de estacas tipo Franki pode provocar o levantamento das estacas já


instaladas devido ao empolamento do solo circundante que se desloca lateral e
verticalmente. A estaca danificada pode ter sua capacidade de carga prejudicada ou
perdida devido a uma ruptura do fuste ou pela perda de contato da base com o
solo de apoio.
Quando a estaca Franki é moldada em espessas camadas submersas de turfa, argila
orgânica e areias fofas, pode ocorrer estrangulamento do fuste devido à invasão de
água e/ou lama dentro do tubo e o encurtamento da armação ocasionado por
insuficiência de seção de aço.

Elemento de fundação escavado mecanicamente, com o emprego de uma camisa


metálica recuperável, que define o diâmetro das estacas.

O equipamento utilizado é leve e de pequeno porte, facilitando a locomoção dentro da


obra e possibilitando a montagem do equipamento em terrenos de pequenas dimensões.
A perfuração é feita através da queda livre da piteira com a utilização de água. O furo
geralmente é revestido. Atingida a profundidade de projeto, o furo é limpo e concretado.
Durante a concretagem, o apiloamento do concreto e a retirada cuidadosa do
revestimento devem ser observados, para que não haja interrupção do fuste.

Estacas moldadas in loco escavadas mecanicamente

Estaca de concreto moldada in loco, executada através de um equipamento


que possui um trado helicoidal contínuo, que retira o solo conforme
se realiza a escavação, e injeta o concreto simultaneamente, utilizando a haste
central desse mesmo trado.

É um sistema que proporciona uma boa produtividade e, por esse motivo, é


recomendável que haja uma central de concreto nas proximidades do local de
trabalho. Além disso, as áreas de trabalho devem ser planas e de fácil
movimentação.

O sistema pode ser empregado na maioria dos tipos de solos, exceto em locais onde há a
presença de matacões e rochas. Estacas muito curtas, ou que atravessam materiais
extremamente moles também devem ter sua utilização analisada cuidadosamente.
Estacas escavadas com perfuratriz, executadas com equipamento de rotação
ou rotopercussão com circulação de água, lama bentonítica ou ar comprimido.

É recomendado para obras com dificuldade de acesso para o equipamento de cravação,


pois emprega equipamento com pequenas dimensões (altura de aproximadamente 2m).
Pode atravessar terrenos de qualquer natureza, sendo indicado também quando o solo
possui matacões e rocha, por exemplo.

Pode ser executada de forma inclinada, resistindo a esforços horizontais.


Estacas escavadas com uso de lama bentonítica, executadas com equipamentos de
grande porte, como o .clam-shell.

Pode ser escavada abaixo do nível d´água, até a profundidade de projeto.


Na execução, a escavação é preenchida pela lama simultaneamente à retirada do
solo escavado.

Hélice Contínua
Vantagens e desvantagens

Estacas de Madeira: as estacas de madeira são troncos de árvores cravados com bate-
estacas de pequenas dimensões e martelos leves. Antes da difusão da utilização do
concreto, elas eram empregadas quando a camada de apoio às fundações se encontrava
em profundidades grandes. Para sua utilização, é necessário que elas fiquem totalmente
abaixo d’agua; o nível d’agua não pode variar ao longo de sua vida útil.

Utilizam-se estacas de madeira para execução de obras provisórias, principalmente em


pontes.

Vantagens: preço baixo; fácil emenda; resiste a cravação e transporte; fácil corte; são
leves comparadas com outros materiais; durável sob o nível d’agua.

Desvantagens: difícil de obter em certas regiões, atacável por micro-organismos;


aplicável somente para solos submersos em obras permanentes; quando cravadas através
de solos moles ou água para atingir um estrato firme estão sujeitas a romperem sem ser
visível o dano; não admitem carga de trabalho elevada; vulnerável a deterioração
quando não tratada em situação submersa intermitentemente; vulnerável a danos em
cravação difícil.

Estacas Pré-Moldadas de Concreto Armado:

Vantagens: garantia de qualidade da estaca; boa capacidade de carga; possibilidade de


emenda; os solos não coesivos são compactados durante a cravação (aumenta a
capacidade de carga e reduz recalques).

Desvantagens: armadas para transporte e suspensão; transporte envolvendo custos


altos; limitadas em secção e comprimento (devido ao peso próprio); dificuldade de
cravação; vibração na cravação; difícil pré determinação do comprimento (cortes e
emenda difíceis e de elevado custo); podem sofrer deterioração se a água do lençol
freático contém sulfatos ou valor do pH é baixo (águas contaminadas em zonas
industriais); por aumentar a compacidade de solos não coesivos apresentam problemas
de cravação em grupo; vulneráveis ao manuseio; alto custo; grande deslocamento do
solo.

Estacas Metálicas:

Vantagens: fácil emenda e corte; absorve cargas de compressão, tração e horizontais;


resiste a cravação enérgica; indicadas para transmitir cargas horizontais muito
resistentes; causam pouca vibração (penetração fácil); vencem com eiciencia
obstruções; adequadas para penetrar em rochas brandas ou através de materiais duros
com esforço e tempo mínimo; não necessitam de procedimentos auxiliares de cravação
9jateamento, etc.); podem ser cravadas em locais de altura restrita; podem ser cravadas
próxima de estruturas existentes; transmitem cargas elevadas (reduzido no de estaca);
requerem menor espaço de armazenamento; facilmente transportadas e manipuladas;
pequeno deslocamento de solo (pertubação do solo durante a cravação é pequena).

Desvantagens: alto custo; atacável por águas agressivas; atacável por solos corrosivos
(pântanos, pontos alcalinos, solos contaminados) e podem sofrer corrosão por bactérias;
muito esbeltas, difíceis de conservar a verticalidade ou não encurvarem (flambagem) em
argilas moles durante a cravação se existem pedregulhos graúdos ou seixos na argila.

Estacas Strauss: tipo de fundação profunda executada por perfuração através de balde
sonda (piteira), com uso parcial ou total de revestimento recuperável e posterior
concretagem.

Vantagens: baixo custo, uso de revestimento, diâmetro de até 50 cm; capacidade de


carga média; causam pouca vibração; não causam danos às construções vizinhas quando
bem executadas.

Desvantagens: em geral controle inadequado; não são recomendadas executá-las


abaixo do nível d’água, principalmente em solos arenosos, nem em argilas moles.

Estacas tipo Franki: as estacas tipo Franki são executadas enchendo-se de concreto
perfurações previamente executadas no terreno, através de cravação de tubo de ponta
fechada, recuperado. Este fechamento pode ser feito no inicio da cravação do tubo ou
em etapa intermediária, por meio de material granular ou peça pré-fabricada de aço ou
de concreto.

Vantagens: boa qualidade de execução; boa e alta capacidade de carga; execução


permite controle; solos coesivos são compactados durante a cravação; o comprimento
pode ser ajustado de acordo com a variação do nível da camada resistente; a cravação
do tubo com extremidade fechada exclui a influência do nível da água; possui energia
elevada para obstruções; grande resistência ao arrancamento se devidamente armadas.

Desvantagens: comprimento limitado; pouca eficiência do equipamento; vibração na


cravação; exigem cuidados durante a cravação do revestimento para que as estacas
adjacentes não sejam danificadas; em certas condições a execução de uma estaca
provoca o levantamento das adjacentes; as estacas restantes devem ser executadas após
o concreto nas estacas as quais foram cravadas primeiro endurecer; cuidado com o
estrangulamento da estaca; não admitem grande diâmetro; alargamento da base são de
limitada dimensão em solos densos e duros.

Estacas Escavadas: tipo de fundação profunda executada por escavação mecânica, com
uso ou não de lama bentonítica, de revestimento total ou parcial, e posterior
concretagem.

Vantagens: alta eficiência; diâmetros usuais de até 1,6 m, especiais até 3 m;


capacidade de carga elevada; elimina o uso de bloco; podem atingir horizontes de alta
resistência; rápida instalação; sem levantamento da estaca; sem ruído e vibração; podem
ser inspecionado o solo visualmente; são muito econômicas quando empregadas em
comprimento curto; comprimento pode variar de acordo com o nível da camada
resistente; alargamento da base é possível em terrenos favoráveis; obstruções podem ser
vencidas; o material que constitui a estaca não é governado por tensões de manuseio,
transporte ou execução; admitem grandes comprimentos; podem ser instaladas em
locais de limitada altura livre; sem deslocamento do solo; alta resistência por atrito
lateral.

Desvantagens: necessário bom controle, especialmente quando usar bentonita; acesso


do equipamento; necessidade de central de concreto para elementos de grande diâmetro;
exigem experiência na execução e eficiente supervisão de campo; apresentam
problemas com a água (fluxo de água no interior do furo durante e após a perfuração e
durante a concretagem), problemas com revestimento (remoção), problemas com o
concreto (confecção e lançamento) e problemas associados com a construção da estaca ,
portante exigem experiência de quem executa e supervisão rigorosa dos serviços e
materiais; não podem ser estendidas sobre o nível do terreno sem adaptações especiais;
baixa capacidade de carga em solos não coesivos devido ao material amolgado por
operações convncionais de escavação; de uso limitado junto a estruturas existentes.

Estacas Hélice Contínua:

Vantagens: evitam a necessidade de revestimento (e problemas associados); evitam


ruídos; rapidez de execução; evitam vibração; são econômicas; desenvolvem elevado
atrito lateral.

Desvantagens: exige mão-de-obra especializada; não indicada para solos


compressíveis.

Estacas Raiz: é uma estaca de pequeno diâmetro concretada “in loco”, cuja perfuração
é realizada por rotação ou por rotopercussão, em direção vertical ou inclinada. Essa
perfuração se processa com um tubo de revestimento e o material escavado é eliminado
continuamente, por uma corrente fluida (água, lama bentonítica ou ar) que introduzida
através do tubo refluí pelo espaço entre o tubo e o terreno. Completada a perfuração,
coloca-se a armadura ao longo da estaca, concretando-se à medida que o tubo de
perfuração é retirado. Usam-se normalmente concretos especiais auto-adensáveis com
agregados com granulometria fina.
Vantagens: alta capacidade de carga; equipamento com acesso fácil; mínima
perturbação; usam volumes pequenos de materiais; não provocam vibração ou choque
na execução.

Desvantagens: equipamento especial; necessidade de controle construtivo apurado

Tubulões

Tubulões são elementos estruturais de fundação profunda, cilíndricos, construídos


concretando-se um poço (revestido ou não) aberto no terreno, geralmente dotado de
base alargada.

Às vezes os tubulões podem ser vistos como estacas escavadas, de grande diâmetro,
com ou sem base alargada, porém eles se diferenciam das estacas porque pelo menos na
sua etapa final há descida de operário para completar a geometri da escavação ou fazer a
limpeza do solo.

Os tubulões de seção quadrada ou mesmo retangular são denominados de caixões, por


terem as paredes laterais pré-moldadas. As descida ou implantação destes elementos no
subsolo se faz com a escavação do solo na parte interna, até que se atinja a profundidade
adequada para seu apoio.

Os poços são abertos com diâmetro mínimo de 50cm, e as profundidades podem variar
até cerca de 30m. A NBR 6122/96 recomenda que a base do tubulão deve ser
dimensionada, de modo a evitar alturas superiores a 2m. Indicados para obras que
apresentam cargas elevadas, os tubulões são empregados em grande escala em áreas que
apresentam dificuldade de cravação de espaçõs ou de escavação mecânica (áreas com
alta densidade de matacões, lençóis d'água elevados ou cotas insuficientes entre o
terreno e o apoio da fundação

Tipos de Tubulões

Os tubulões dividem-se em dois tipos básicos: a céu aberto (normalmente sem


revestimento) e a ar comprimido (ou pneumático), estes sempre revestidos com camisa
de concreto armado ou camisa de aço (metálica).
Tubulão a Céu Aberto

Tubulão a céu aberto é um poço executado acima do nível d'água, ou abaixo caso seja
possível bombeá-la sem risco de desabamento. A carga é transmitida até o solo
resistente através do fuste ou através de uma base alargada. Após a escavação e a
limpeza ou esgotamento da água, procede-se a concretagem.

a) Sem C ontenção Lateral - Esses tubulões, também chamados de pocinhos, têm seu
fuste aberto por escavação manual, ou mecânica, sendo que a base é, em geral, escavada
manualmente. Não utilizam nenhum escoramento lateral e portanto o fuste, e em
especial a base, somente podem ser executados em solos que apresentem um mínimo de
coesão capaz de garantir a estabilidade da escavação. Nestes casos o diâmetro final
resulta sempre maior do que o previsto em projeto (de 5 a 10%), e o atrito lateral ao
longo do fuste é reduzido.

b) C om C ontenção Lateral Parcial - Estas contenções parciais têm aproximadamente


2m e o solo é escoreado antes de prosseguir a escavação.

c) C om C ontenção Lateral C ontínua - Um exemplo deste é o Gow, que emprega


revestimentos metálicos telescópicos, os quais são recuperados à medida que o concreto
é lançado para o interior da escavação. Alguns tipos de equipamentos cravam uma
camisa metálica, desde a superfície; ao mesmo tempo em que realizam mecanicamente
a escavação, como por exemplo o tubulão tipo Benotto.Normalmente estes tubulões a
céu aberto são exectuados acima do lençol freático pois a escavação manual da base, ou
mesmo do fuste, não pode ser executada abaixo do nível da água. Nada impede,
entretanto, que se estenda a escavação utilizando-se de rebaixamento do lençol. Quando
se emprega um sistema de rebaixamento, dois problemas podem ocorrer:

° volume de água a esgotar, que é função da permeabilidade do solo e do desnível de


água;
° forças de percolação prejudicias à estabilidade das paredes laterais do tubulão, e em
especial, do alargamento da base.

O rebaixamento do lençol freático pode ser executado por qualquer processo, até
mesmo pela instalação de bombas no interior dos próprios tubulões, ou então em poços
destinados a essa operação.

Tubulão a Ceu Aberto

Tubulões Pneumáticos ou a Ar Comprimido

Para tornar possível a escavação abaixo do lençol freático, ou seja, em solos onde haja
água e não seja possível esgotá-la para evitar o desmoronamento das paredes do fuste,
emprega-se os tubulões a ar comprimido com pressão equivalente à pressão de água
intersticial. É importante ressaltar que no caso de utilização de ar comprimido, em
qualquer etapa de execução dos tubulões, deve-se observar que o equipamento deve
permitir que se atendam rigorosamente os tempos de compressão e descompressão
prescritos pela legislação em vigor. Para trabalhar nestas condições, devem ser tomadas
as seguintes providências:

° equipe permanente de socorro médico à disposição da obra;


° câmara de descompressão equipada disponível na obra;

° compressores e reservatórios de ar comprimido de reserva;

° renovação de ar garantida, sendo o ar injetado em condições para o trabalho humano.

a) Tubulões a Ar Comprimido com Camisa de Concreto - Neste tipo de tubulão, todo


processo executivo, desde a cravação da camisa até a abertura e concretagem da base e
do fuste é feita manualmente, com auxílio de operários e um guincho que opera um
balde para a retirada do solo escavado. Esta operação é realizada a céu aberto até se
encontrar água, e a partir daí usa-se o ar comprimido. Atingida a profundidade onde será
alargada a base, a camisa de concreto deve ser escorada convenientemente durante os
serviços de alargamento da base para evitar sua descida. Vantagem dos Tubulões Os
tubulões apresentam, quando comparados a outros tipos de fundações, uma série de
vantagens:

° os custos de transporte dos equipamentos são menores que os de bate-estacas e outros


tipos;

° o processo construtivo produz vibrações e ruídos de muito baixa intensidade, o que é


muito importante para obras urbanas próximas a edifícios;

° os engenheiros de fundações podem observar e classificar o solo retirado durante a


escavação e compará-lo às condições de subsolo previstas no projeto;

° o diâmetro e o comprimento dos tubulões podem ser modificados durante a escavação


para compensar condições de subsolo diferentes das previstas; ° as escavações podem
atravessar solos com pedras e matacões, especialmente para grandes diâmetros, sendo
possível até penetrar em vários tipos de rocha.

Técnicas de Construção Civil;


Canteiro de obras;

O canteiro de obras, tem como objetivo, propiciar a infra-estrutura necessária para a


produção do edifício, com os recursos disponíveis, no momento necessário para sua
utilização, podendo ser mais eficiente e eficaz em função do projeto do produto e da
produção, e da forma de gerenciamento empresarial e operacional, influindo na
produtividade da utilização dos recursos, em função da sua organização e do seu arranjo
físico.

O projeto do canteiro de obras, deve incorporar, os requisitos de produção, exigidos


pelas inovações tecnológicas introduzidas, contribuindo assim, para a melhoria do
processo de produção do edifício, através da organização e do adequado posicionamento
dos elementos do canteiro, e dos recursos necessários para a produção.
Para a definição do projeto de produção, devem ser analisados o processo global e os
sub-processos específicos, dentro de uma visão holística do empreendimento,
analisando os fluxos e os ciclos de produção, evitando a ocorrência de perdas,
identificando as atividades que agregam e as que não agregam valor, em relação aos
desejos e expectativas dos clientes internos e externos, atendendo às especificações que
traduzem as necessidades dos clientes e incorporando a facilidade de serem executadas.

A utilização de ferramentas para a melhoria da qualidade e da produtividade e, a


incorporação de inovações tecnológicas ao processo de produção do edifício, são alguns
dos princípios para a modernização do setor da construção, que podem ser aplicados ao
desenvolvimento do projeto de produção, com vistas à identificação e análise de
problemas, à definição das especificações e ao planejamento das diversas etapas, do
projeto de produção e do projeto do canteiro de obras.

Os canteiros de obra podem ser enquadrados dentro de um dos três seguintes tipos:
restritos, amplos e longos e estreitos.

O primeiro tipo de canteiro (restrito) é o mais freqüente nas áreas urbanas das cidades,
especialmente nas áreas centrais. Devido ao elevado custo dos terrenos nessas áreas, as
edificações tendem a ocupar uma alta percentagem do terreno em busca de maximizar
sua rentabilidade.

Em decorrência disto os canteiros restritos são os que exigem mais cuidados no


planejamento, devendo-se seguir uma abordagem criteriosa para tal tarefa. Existem duas
regras fundamentais que sempre devem ser seguidas no planejamento de canteiros
restritos:

(a) sempre atacar primeiro a fronteira mais difícil;

(b) criar espaços utilizáveis no nível do térreo tão cedo quanto possível.

A primeira regra recomenda que a obra inicie a partir da divisa mais problemática do
canteiro. O principal objetivo é evitar que se tenha de fazer serviços em tal divisa nas
fases posteriores da execução, quando a construção de outras partes da edificação
dificulta o acesso a este local.

Os motivos que podem determinar a criticalidade de uma divisa são vários, tais como a
existência de um muro de arrimo, vegetação de grande porte ou um desnível acentuado.

A segunda regra aplica-se especialmente a obras nas quais o subsolo ocupa quase a
totalidade do terreno, dificultando, na fase inicial da construção, a existência de um
layout permanente. Exige-se, assim, a conclusão, tão cedo quanto possível, de espaços
utilizáveis ao nível do térreo, os quais possam ser aproveitados para locação de
instalações provisórias de armazenamento, com a finalidade de facilitar os acessos de
veículos e pessoas, além de propiciar um caráter de longo prazo de existência para as
referidas instalações.

Projeto do canteiro de obras

O canteiro de obras é definido pela NR-18 (FUNDACENTRO, 1996), como:

"área de trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e


execução de uma obra."

A NB-1367 (ABNT, 1991), define canteiro de obras como:

"áreas destinadas à execução e apoio dos trabalhos da indústria da construção,


dividindo-se em áreas operacionais e áreas de vivência."

TOMMELEIN; LEVITT; HAYES-ROTH (1992a), consideram o processo de


planejamento do canteiro de obras, como sendo:

“identificar os recursos auxiliares necessários para as operações da construção, o


tamanho e a forma, e posicioná-los com limites definidos... dependem do projeto,
localização, organização e forma de produção...”

Bons canteiros devem atender a múltiplos objetivos, classificados em de alto e baixo


nível:

Alto nível: -operações seguras e eficientes;

-boa moral dos trabalhadores;

Baixo nível: -minimizar distâncias e tempo para movimentação de pessoal e material;

-reduzir tempo de movimentação de material;

-aumentar tempo produtivo;

-evitar obstrução da movimentação de material e equipamentos.

FRANCO (1992), considera importante que se dedique atenção especial à elaboração do


projeto do canteiro, para conseguir atingir os resultados desejados de funcionamento:

"para tanto, é essencial que o arranjo do canteiro de obra seja feito através de um
projeto cuidadosamente elaborado que contemple a execução do empreendimento como
um todo, prevendo as diferentes fases da obra e as necessidades e condicionantes para
cada uma delas".

As condições de trabalho, é adotada a seguinte definição:


"O projeto do canteiro de obras é o serviço integrante do processo de construção,
responsável pela definição do tamanho, forma e localização das áreas de trabalho, fixas
e temporárias, e das vias de circulação, necessárias ao desenvolvimento das operações
de apoio e execução, durante cada fase da obra, de forma integrada e evolutiva, de
acordo com o projeto de produção do empreendimento, oferecendo condições de
segurança, saúde e motivação aos trabalhadores e, execução racionalizada dos serviços."

Analisando as diversas propostas existentes na literatura pesquisada, relacionadas ao


canteiro de obras, pode-se identificar as principais características de cada uma.

SANTOS (1995), recomenda para análise do arranjo físico, a utilização de um diagrama


de fluxo, ou de um "mapofluxograma", que consiste no desenho das linhas de fluxo
sobre a planta da obra, com vistas a identificar as circulações de materiais e pessoas,
além da análise baseada em uma série de princípios.

HANDA; LANG (1988) apresentam uma relação de elementos considerados


necessários ao funcionamento do canteiro, e com base nestes elementos desenvolvem
uma lista de verificação, para avaliação dos projetos dos canteiros de obras, contendo
pesos para cada item a ser avaliado.

SAURIN (1997), apresenta um método para diagnóstico, e diretrizes para planejamento


de canteiros de obra de edificações, a partir do diagnóstico e avaliação das alternativas e
planejamento do arranjo físico.

A NEOLABOR (1996), apresenta um método para a organização do canteiro de obras


chamado de "Método de arrumação e limpeza do canteiro - 5L", com as seguintes
etapas: liberação de áreas; localização e arrumação; limpeza do canteiro; limpeza
pessoal e saúde; e lista de verificação e reconhecimento.

TOMMELEIN; LEVITT; HAYES-ROTH (1992b) apresentam um sistema especialista,


"SightPlan", para elaboração do arranjo físico do canteiro de obras, baseado na
identificação do espaço ocupado pelas instalações permanentes, posicionamento inicial
das instalações temporárias, presentes durante toda a obra, e posteriormente as de curta
duração, e posicionamento dos elementos maiores antes dos menores.

Com relação às áreas de vivência em canteiros de obras, devem ser seguidas as


recomendações da NB-1367 - Áreas de vivência em canteiros de obras (ABNT, 1991), e
da NR-18 - Condições e meio ambiente do trabalho na indústria da construção
(FUNDACENTRO, 1996).

Metodologia para elaboração do projeto do canteiro de obras


O projeto do canteiro de obras, como parte do projeto da produção, deve iniciar durante
a definição do programa de necessidades (PN) e evoluir paralelamente ao
desenvolvimento do projeto do produto, durante as etapas de elaboração do estudo
preliminar (EP), anteprojeto (AP) e projeto executivo (PE).

Fases do canteiro

A definição das fases deverá ser feita de acordo com o anteprojeto arquitetônico, as
metas, os requisitos e diretrizes, os condicionantes da produção, o processo construtivo,
o plano de ataque, os cronogramas de materiais e mão-de-obra, e em função dos
principais marcos existentes, que impliquem em alterações substantivas na alocação de
espaço no canteiro, devido ao início de novos serviços, alteração nos processos de
produção, chegada ou utilização de novos materiais e equipamentos, implantação de
novas instalações, ou à necessidade de liberação de espaços para novas frentes de
serviço, entre outros.

Para cada fase da obra, devem ser definidos os meses críticos, com base na maior
dificuldade de movimentação dos materiais, e em função dos quantitativos de mão-de-
obra.

Alternativas de transporte

A avaliação e seleção das alternativas de transporte no canteiro de obras, deverá ser


realizada, com base na definição das fases do canteiro, e no cronograma de materiais, de
acordo com os requisitos e diretrizes, e com os condicionantes da produção, devendo ser
analisadas as alternativas para os meses críticos de cada fase.

A avaliação das alternativas deve ser feita com base em dois critér

ios, o primeiro em função da avaliação da capacidade do sistema atender à produção, e


o segundo em função do custo das alternativas

Elementos do canteiro

A partir do anteprojeto arquitetônico, e dos requisitos e diretrizes, condicionantes da


produção, cronogramas de materiais e mão-de-obra, das fases do canteiro, e da
alternativa de transporte selecionada, devem ser identificados os elementos do canteiro e
suas características, para a fase em estudo, com base nos dados do mês crítico.

Arranjo físico do canteiro

O arranjo físico do canteiro, deve ser elaborado, a partir do anteprojeto arquitetônico,


dos requisitos e diretrizes, dos condicionantes da produção, das características dos
elementos do canteiro, das suas inter-relações, dos fluxos dos processos, da priorização,
e do estudo da alocação dos elementos, tendo como objetivo atender às necessidades da
fase atual, utilizando porém, o arranjo físico da fase anterior como referência, para
possibilitar o mínimo de alterações entre as fases.

O estudo do arranjo físico do canteiro tem como objetivo otimizar o seu funcionamento
global, em relação à capacidade e segurança das instalações e à produtividade das
operações, através principalmente, da minimização do custo da movimentação dos
materiais e da otimização das relações de proximidade, sendo procurado a melhor
solução global para cada fase, ou pelo menos alternativas que atendam às condições
estabelecidas, mesmo que individualmente a localização de algum elemento não seja tão
boa quanto no momento em que foi estudada individualmente.

Depósito e armazenamento de materiais;

São citadas a seguir algumas dimensões usualmente adotadas no dimensionamento das


instalações de movimentação e armazenamento de materiais:
(a) elevador de carga: as dimensões em planta de 1,80 m x 2,30 m são as mais usuais
para torres metálicas de elevadores de carga;

(b) distância entre roldana louca e tambor do guincho: esta distância deve estar
compreendida entre 2,5 m e 3,0 m (NR-18), devendo ser considerada para estimar a
posição do guincheiro;

(c) baias de agregados: as baias devem ter largura igual ou pouco maior que a largura da
caçamba do caminhão que descarrega o material, enquanto as outras dimensões (altura e
comprimento) devem ser suficientes para a estocagem do volume correspondente à uma
carga. No caso da areia e brita, por exemplo, as dimensões usuais são aproximadamente

3,00 m x 3,00 m x 0,80 m (altura);

(d) estoques de cimento: a área necessária para estocagem deve ser estimada com base
no orçamento e na programação da obra. As seguintes dimensões devem ser
consideradas neste cálculo:

- dimensões do saco de cimento: 0,70 m x 0,45 m x 0,11 m (altura);

- altura máxima da pilha: 10 sacos. No caso de armazenagem inferior a 15 dias a NBR


12655 (ABNT, 1992) permite pilhas de até 15 sacos;

(e) estoque de blocos: a área necessária deve ser estimada com base no orçamento e na
programação da obra. O estoque deve utilizar o espaço cúbico, limitando, por questões
de ergonomia e segurança do operário, a altura máxima da pilha em aproximadamente
1,40 m;

(f) caçamba tele-entulho: dimensões usuais em planta de caçambas tele-entulho são de

1,60 m x 2,65 m;

(g) bancada de fôrmas: a bancada deve possuir dimensões em planta que sejam pouco
superiores às da maior viga ou pilar a ser executado;

(h) portão de veículos: o portão deve ter largura e altura que permitam a passagem do
maior veículo que entrará por ele na obra, no decorrer de todo o período de execução.
Usualmente a largura de 4,00 m e a altura livre de 4,50 m são suficientes;
(i) caminhões de transporte de madeira: para verificar se estes caminhões podem entrar
no canteiro e acessar as baias deve-se conhecer o seu raio de curvatura e suas
dimensões. Dimensões usuais são as seguintes:

- raio de curvatura: 5,00 m;

- largura e comprimento do veículo: 2,70 m x 10,00 m;

(j) caminhões betoneiras: dimensões usuais desses caminhões são as seguintes:

- raio de curvatura: 5,00 m;

- largura e comprimento do veículo: 2,70 m x 8,00 m.

Um problema comum em obras é o desperdício do material. Quando se realiza uma obra


com profissionais qualificados o desperdício pode chegar a até 15%; já se a mão-de-
obra é informal, do tipo o pedreiro ser o um conhecido do zelador ou uma indicação
sem referência, pode-se chegar a um desperdício de 30% nos materiais de construção.

Assim, armazenar corretamente os materiais de uma obra é fundamental para evitar


danos e perdas; além disso, quando se tem organização e planejamento a produtividade
da mão-de-obra é maior.

Abaixo seguem as melhores maneiras para o correto armazenamento dos materiais:

AreiaDeve ser estocada em local plano, devidamente cercada por madeiras e coberta por
lona de plástico
Maneira correta de ser armazenar a areia

Pedras

Devem ser guardadas como o indicado para a areia. Não precisam ser cobertas.

Cimento

Por ser um material perecível (estocagem de 30 dias), estraga se ficar em contato com
umidade. Deve ser empilhada em local fechado e seco, sem retirá-lo de sua embalagem.
Compre conforme a obra demandar.

Armazenamento de sacos de cimento

Tijolos e blocosEmpilhados de forma a não ultrapassar 1,50 metro de altura. Devem ser
cobertos com uma lona. Tijolos aparentes devem ser empilhados sobre um tablado de

madeira.
Método correto de ser armazenar tijolos

Cal

Empilhado em local fechado, longe de umidade. Assim como o cimento deve-se evitar
sua compra em grandes quantidades (tempo de estocagem: 30 dias). Deve ser comprado
aos poucos, conforme a demanda, pois se trata de um material perecível.

Barras de aço

Devem ser guardadas de mesmo diâmetro juntas. Podem ser armazenadas em locais
abertos, se não ficarem expostas por muito tempo (até 90 dias). Não devem ser
colocadas em contato com a terra.Tubos e conexõesSeparados de acordo com o tipo.
Não devem ficar expostos ao sol.

Cabos, quadros de luz, tomadas e materiais elétricos em geral

Devem ser guardados em local fechado, separando-os por itens.


Telhas

As de barro devem ser empilhadas verticalmente. Dispostas de modo a ficarem


próximas ao local em que serão utilizadas (para evitar quebras). Telhas metálicas devem
ficar um pouco inclinadas para não acumular água.

Maneira correta de se armazenarem as telhas

Madeiras

As chapas compensadas devem ser cobertas com saco plástico e sem contato com o
solo. Não se deve empilhar um grande número, pois o peso pode danificar o material.
Se a obra tiver tábuas para piso, elas devem ser guardadas sobre estrado de madeira. Já
o madeiramento para o telhado deve ser coberto com plástico.

Portas e janelas

Devem ser guardadas dentro de casa e sem retirar suas embalagens. Dispostas em
posição horizontal.
Azulejo e piso cerâmico

Deve evitar armazená-los em locais úmidos. Devem ser empilhados sem retirar as
embalagens de papelão.

Vidro

Não deve ser estocado. Deve ser usado assim que chegar à obra, ou seja, na etapa final
da obra, no acabamento.

Tijolos e blocos
Empilhe-os de forma a não ultrapassar 1,50 m de altura. Cubra-os com uma lona.
Tijolos aparentes devem ser empilhados sobre um tablado de madeira.

Cal
Material perecível. Empilhe-o em local fechado, longe de umidade. Assim como o
cimento, deve-se evitar sua compra em grandes quantidades (tempo de estocagem: 30
dias). Compre aos poucos (conforme demanda).

Barras de aço
Guarde as barras com o mesmo diâmetro juntas. Podem ser armazenadas em locais
abertos, se não ficarem expostas por muito tempo (até 90 dias). Não coloque-as em
contato com a terra.

Tubos e conexões
Separe-os de acordo com o tipo. Evite deixá-los expostos ao sol.

Pedras
Guarde-as como o indicado para a areia. Não precisam ser cobertas.

Cabos, quadros de luz, tomadas e materiais elétricos em geral


Guarde-os em local fechado (almoxarifado), separando-os por itens.

Telhas
As telhas de barro devem ser empilhadas verticalmente. Disponha-as de modo a ficar
próxima ao local em que serão utilizadas (para evitar quebras). Telhas metálicas devem
ficar um pouco inclinadas para não acumular água.

Madeiras
1. Chapas compensadas: Cubra com saco plástico e não deixe em contato com o solo.
Evite empilhar um grande número, pois o peso pode danificar o material.
2. Tábuas para piso: Devem ser guardadas sobre estrado de madeira.
3. Madeira para telhado: Cubra as vigas com plástico.

Vidro
Não deve ser estocado. Deve ser usado assim que chegar à obra (etapa de acabamento
da obra).

Portas e janelas
Guarde-as dentro da casa, sem retirar suas embalagens, dispondo-as em posição
horizontal.

Azulejo e piso cerâmico


Empilhe sem retirar as embalagens de papelão. Evite locais úmidos.

Locação de obras;

A locação tem como parâmetro o projeto de localização ou de implantação da obra. No


projeto de implantação, a obra sempre está referenciado a partir de um ponto conhecido
e previamente definido. A partir deste ponto, passa-se a posicionar (locar) no solo a
projeção do edifício desenhado no papel.

É comum ter-se como referência os seguintes pontos:

_ o alinhamento da rua;

_ um poste no alinhamento do passeio;

_ um ponto deixado pelo topógrafo quando da realização do controle do movimento de


terra; ou

_ uma lateral do terreno.


Para ilustrar estes referenciais, suponha a necessidade de implantação de uma casa
térrea de área 10x15m², em um terreno de 20x40m² de área. Neste caso, no projeto de
implantação, deverá existir um referencial fixo a partir do qual seja possível definir o
perímetro da casa e os seus recuos com relação aos limites do terreno. Este referencial
poderá ser o próprio alinhamento do terreno, caso ele esteja corretamente definido, ou
mesmo o alinhamento do passeio, como exemplifica a Figura 2.1.

Figura 2.1 - Ilustração do projeto de implantação de uma unidade habitacional.

Por Onde Iniciar a Locação

Nos casos em que o movimento de terra tenha sido feito, deve-se iniciar a locação pelos
elementos da fundação, tais como as estacas, os tubulões, as sapatas isoladas ou
corridas, entre outros. Caso contrário, a locação deverá ser iniciada pelo próprio
movimento de terra.

Uma vez locadas e executadas as fundações, pode ser necessária a locação das
estruturas intermediárias, tais como blocos e baldrames.

Os elementos são comumente demarcados pelo eixo, definindo-se posteriormente as


faces, nos casos em que seja necessário, como ocorre, por exemplo, com as sapatas
corridas, baldrames e alvenarias.

Os cuidados com a locação dos elementos de fundação de maneira precisa e correta são
fundamentais para a qualidade final do edifício, pois a execução de todo o restante do
edifício estará dependendo deste posicionamento, já que ele é a referência para a
execução da estrutura, que passa a ser referência para as alvenarias e estas, por sua vez,
são referências para os revestimentos. Portanto, o tempo empreendido para a correta
locação dos eixos iniciais do edifício favorece uma economia geral de tempo e custo da
obra.

A demarcação dos pontos que irão definir o edifício no terreno é feita a partir do
referencial previamente definido, considerando-se três coordenadas, sendo duas
planimétricas e uma altimétrica, as quais possibilitam definir o centro ou eixo central do
elemento que se vai demarcar (fundação, parede, etc.).

A medição das distâncias é feita com uma trena, que pode ser de aço (comum ou tipo
invar) ou de plástico armada com fibra de vidro. Existem também as trenas de pano que,
no entanto, devem ser evitadas, pois se deformam sensivelmente, causando diferenças
significativas nas medidas.

A coordenada altimétrica é dada pela transferência de nível de um ponto origem


(referência) para o outro que se deseja demarcar. Esta operação pode ser realizada com
auxílio de um aparelho de nível, com um nível de mangueira associado ao fio de prumo,
régua de referência (guia de madeira ou metálica) e trena.

Pode-se utilizar um teodolito para definir precisamente dois alinhamentos mestres,


ortogonais entre si, sendo as demais medidas feitas com a trena.

Como Materializar a Demarcação

A demarcação poderá ser realizada totalmente com o auxílio de aparelhos topográficos


(teodolito e nível), com o auxílio de nível de mangueira, régua, fio de prumo e trena, ou
ainda, um misto entre os dois, como citado anteriormente. A definição por uma ou outra
técnica dependerá do porte do edifício e das condições topográficas do terreno.

O processo topográfico é utilizado principalmente em obras de grande extensão ou em


obras executadas com estrutura pré-fabricada (de concreto ou aço), pois neste caso,
qualquer erro pode comprometer seriamente o processo construtivo. Nos casos de
edifícios de pequena extensão, construídos pelo processo tradicional, é comum o
emprego dos procedimentos "manuais".
Em quaisquer dos casos, porém, a materialização da demarcação exigirá um elemento
auxiliar que poderá ser constituído por simples piquetes, por cavaletes ou pela tabeira
(que também pode ser denominada tapume, tábua corrida ou gabarito).

Estas formas de demarcação estão ilustradas na Figura 2.2.

A tabeira ou gabarito é montada com auxílio de pontaletes de madeira de 7,5x7,5cm ou


7,5x10,0cm, espaçados de 1,50 a 1,80m, nos quais são fixadas tábuas de 15 ou 20cm de
largura, que servirão de suporte para as linhas que definirão os elementos demarcados,
que podem ser de arame recozido nº 18 ou fio de náilon.

A tabeira, devidamente nivelada, é colocada ao redor de todo o edifício a ser locado, a


aproximadamente 1,20m do local da construção e com altura superior ao nível do
baldrame, variando de 0,4m a 1,5m acima do nível do solo. Há também quem defenda
seu posicionamento de modo que fique com altura superior aos operários, para facilitar
o tráfego tanto de pessoas como de equipamentos pela local da obra.

A tabeira pode ser utilizada mesmo em terrenos acidentados e com grande desnível.
Nestes casos é construída em patamares, como ilustra a Figura 2.3.

Figura 2.2 - Ilustração dos elementos auxiliadores para a locação de edifícios: (a) tabeira
[Fonte: LICHTENSTEIN & GLEZER, s.d.]; (b) cavalete [Fonte: IPT, 1987].
Figura 2.3 - Ilustração da tabeira executada em diferentes níveis, acompanhando a
topografia do terreno [Fonte: FABIANI, 1981].

As linhas das coordenadas planimétricas cruzam-se definindo o ponto da locação, o qual


é transferido para o solo com o auxílio do fio de prumo, cravando-se um piquete neste
ponto.

Para a medição das coordenadas, deve-se tomar sempre a mesma origem, trabalhando-
se com cotas acumuladas para evitar a propagação de possíveis erros.

Definido o alinhamento do eixo dos elementos determina-se a face, na própria tabeira,


colocando-se pregos nas laterais, como ilustra a Figura 2.4.

Figura 2.4- Ilustração da demarcação do eixo e das faces de um elemento a ser locado
[Fonte: IPT, 1987].

O ponto que define o eixo central dos elementos deve ser destacado através de pintura,
para que não se confunda com os laterais.
Observe-se que se a locação ocorrer pela face, sempre existirá o risco de haver confusão
na obra, pois não se pode saber qual face foi locada inicialmente, de onde se iniciou as
medidas, se a espessura do revestimento foi ou não considerada.

Assim, após ter sido demarcado o ponto central, deve-se locar os pontos laterais
utilizando-se preferencialmente pregos menores.

De modo geral é preferível que se tenha a tabeira como apoio à demarcação do que o
cavalete, pois este pode se deslocar com maior facilidade, devido a batidas de
equipamentos ou mesmo esbarrões, levando à ocorrência de erros na demarcação. No
entanto, existem situações em que não é possível o emprego da tabeira, como é o caso
da locação de edifícios cuja projeção horizontal seja muito extensa, como por exemplo o
prédio da Engenharia Civil da Escola Politécnica, ou mesmo do Palácio de Convenções
do Anhembi, entre outros. Nestes casos, o uso de equipamentos topográficos auxiliados
por cavaletes é a solução que torna viável a demarcação.

Seja qual for o método de locação empregado, é de extrema importância que ao final de
cada etapa de locação sejam devidamente conferidos os eixos demarcados, procurando
evitar erros nesta fase. A conferência pode ser feita com o auxílio dos equipamentos de
topografia ou mesmo de maneira simples, através da verificação do esquadro das linhas
que originaram cada ponto da locação. Para isto, pode-se utilizar o princípio do
triângulo retângulo (3, 4, 5), como ilustra a Figura 2.5.

Figura 2.5 - Ilustração do método do triângulo retângulo para a conferência do

esquadro entre linhas ortogonais de uma demarcação.

Movimento de terra;
Pode definir-se Movimentação de Terras como o conjunto de trabalhos executados por
homens, máquinas e ferramentas destinadas à preparação dos terrenos para a
implantação de estruturas, pavimentos ou outras obras de Construção Civil.

Em função da dificuldade de escavar, normalmente consideram-se três tipos de terreno:

Terra ou saibro – solo corrente (argila, areia, terra) que pode ser escavado com uma
máquina escavadora de pneus ou rastos sem equipamento especial;

Rocha branda – rochas alteradas ou moderadamente alteradas, fragmentadas ou não que


permitam a escavação com máquina de rasto com ripper de potência equivalente a um
D9 da CATERPILLAR ou equivalente;

Rocha dura – rocha rija, compacta ou em processo inicial de alteração; só pode ser
desmontada a compressor, com explosivos, com produtos químicos expansivos ou com
qualquer técnica especial a definir caso a caso.

A definição do tipo de solo em orçamentos e caderno de encargos é muito importante já


que os preços da escavação podem variar entre 0.5 euros por m3 para terra branda em
escavação geral até 50 ou mais euros por m3 para escavação em rocha dura em abertura
de caboucos.

Escavações;

A primeira etapa é a escavação do solo que pode ser executada de modo mecânico ou
manual em etapas sucessivas de cima para baixo, seguindo a geometria do projeto da
contenção.

A altura máxima a escavar em cada etapa depende do tipo de terreno e da inclinação da


face de escavação, que deverá ser estável durante a fase crítica que ocorre entre a
escavação, grampeamento e aplicação de um revestimento delgado de concreto
projetado.

Para cortes verticais, Gässler (1990) apud Lima, 2002, indicou profundidades de cada
estágio de escavação em função do tipo de solo conforme mostra a Tabela 1.
Tabela 1 – Profundidade de escavação em função do tipo de solo, Fonte: Gässler (1990)
apud Lima, A.P., 2002

O solo a ser escavado deve apresentar uma resistência aparente não drenada ao
cisalhamento mínima de 10 kPa, do contrario não se poderá executar escavações com
geometrias verticais. Uma resistência como esta, entretanto, é possível obter na maioria
dos solos argilosos e arenosos, mesmo em areia puras úmidas, devido ao efeito de
capilaridade. Somente em areias secas e sem nenhuma cimentação entre grãos, ou em
solos argilosos muito moles, este processo dificilmente terá sucesso. Ortigão et al.
(1993, p. 292).

Dringenberg e Craizer, 1992 apud Lima, 2002 recomenda onde possível inclinar a face
do talude para promover redução da armadura de reforço. Lima, 2002, recomenda uma
inclinação de 5°a 10° da face do talude, em relação à vertical, para obter-se um ganho
na estabilidade geral do conjunto na fase construtiva.

Segundo, Zirlis et al. (2003) outra medida para minorar os esforços na superfície de
escavação é utilização de bermas entre as linhas verticais de grampeamento. Em virtude
das condições do terreno, a ordem da instalação dos grampos e da estabilização do
parâmetro pode ser invertida.

Fundações; formas; armação;

Chama-se fundação, a parte de uma estrutura que transmite ao terreno subjacente a


carga da obra.

O estudo de toda fundação compreende preliminarmente duas partes essencialmente


distintas:
a) cálculo das cargas atuantes sobre a fundação;

b) estudo do terreno.

Com esses dados, passa-se à escolha do tipo de fundação, tendo-se presente que:

a) as cargas da estrutura devem ser transmitidas às camadas de terreno capazes de


suportá-las sem ruptura;

b) as deformações das camadas de solo subjacentes às fundações devem ser


compatíveis com as da estrutura;

c) a execução das fundações não deve causar danos às estruturas vizinhas;

d) ao lado do aspecto técnico, a escolha do tipo de fundação deve atentar também


para o aspecto econômico.

Tipos de fundações

Os principais tipos de fundação podem ser reunidos em dois grandes grupos: fundações
superficiais e fundações profundas.

As primeiras, também chamadas rasas, são empregadas onde as camadas do subsolo


imediatamente abaixo das estruturas são capazes de suportar as cargas; as segundas,
quando se necessita recorrer a camadas profundas mais resistentes.

A fixação da profundidade que deve alcançar uma fundação, não é um problema fácil,
pois são inúmeros os fatores que podem influenciar para que um solo não atenda a
necessidade de esforço da fundação.

Fundações Superficiais

São fundações em que a carga é transmitida ao terreno, predominantemente pela pressão


distribuída sob a base da fundação e em que a profundidade de assentamento em relação
ao terreno adjacente é inferior a 2 vezes a menor dimensão da fundação; compreende as
sapatas, os blocos, as sapatas associadas, os radier e as vigas de fundação.

As fundações superficiais que também são chamadas de rasas ou diretas, são as


fundações mais baratas e de simples execução que existem na construção civil. Isso se
deve pela facilidade da construção dos elementos de fundação que dispensam
equipamentos sofisticados, tanto na sua execução quanto na locação dos elementos no
canteiro, e pelo fato de elas serem bem na superfície do terreno o que se dá o nome a
elas.

As fundações superficiais podem ser ainda isoladas quando o elemento suporta apenas a
carga de um pilar que passa pelo seu CG, ou excêntrica quando a resultante das cargas
aplicadas não passa pelo CG da base, é o caso das fundações em divisa de terreno.
Usualmente, uma fundação com carga excêntrica é associada por meio de uma viga de
equilíbrio, com a de um pilar mais próximo.

Dos tipos de fundações superficiais entende-se que:

Os blocos - são elementos de fundação superficial de concreto, geralmente


dimensionado de modo que as tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas
pelo concreto, sem necessidade de armadura. Pode ter as faces verticais, inclinadas ou
escalonadas e apresentar planta de seção quadrada, retangular, triangular ou mesmo
poligonal. Usualmente são fabricados com concreto simples ou ciclópico e com grande
altura para lhes conferir sua rigidez.

As sapatas - são elementos de fundação de concreto armado, dimensionado de modo


que as tensões de tração nele produzidas não podem ser resistidas pelo concreto, de que
resulta o emprego de armadura. Pode ter espessura constante ou variável e sua base em
planta é normalmente quadrada, retangular ou trapezoidal.

Outra característica das sapatas é a sua pequena altura em relação às dimensões da base,
são "semiflexíveis" que ao contrário dos blocos, que trabalham à compressão simples,
as sapatas trabalham à flexão.

Sapata corrida - é o elemento de fundação que absorve as cargas da estrutura


linearmente em toda a sua extensão, são usadas quando as cargas não são muito grandes
e o solo é regularmente resistente.

Placas de fundação ou radiers - são elementos de fundações que reúnem num só


elemento de transmissão de carga um conjunto de pilares, podem ser flexível, quando
são formados apenas por uma laje, ou semiflexível quando são formados por laje e viga.
Os radiers são produzidos geralmente em solos de baixa resistência onde se
utiliza uma grande área de apoio para contra-balancear a baixa resistência do terreno.
São de custo geralmente elevado se comparado com os outros tipos de fundações rasas,
e dependendo das características do solo a fundação pode não acompanhar por igual os
recalques do solo o que acabará em danos a estrutura.

Sapata associada - é uma sapata comum a vários pilares, cujos centros, em


planta, não estejam situados em um mesmo alinhamento.

Viga de fundação - é uma fundação comum a vários pilares, cujos centros, em


planta, estejam situados no mesmo alinhamento ou para carga linear.

Fundações Profundas

São aquelas em que o elemento de fundação transmite a carga ao terreno pela base
(resistência de ponta), por sua superfície lateral (resistência de atrito do fuste) ou por
combinação das duas, e está assentada em profundidade, em relação ao terreno
adjacente, superior no mínimo ao dobro de sua menor dimensão em planta.

Com relação às fundações profundas abordaremos apenas os tubulões deixando as


estacas e os caixões de lado.

Tubulões - são elementos de fundação de forma cilíndrica, em que pelo menos na sua
etapa final de escavação, há descida de trabalhador. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar
comprimido (pneumático), e ter ou não base alargada. Pode ser executado sem
revestimento ou com revestimento de aço ou de concreto, que neste caso, seu
revestimento (camisa de aço), pode ser perdida ou recuperável.

Um detalhe importante sobre a execução de tubulões, é que quando se tratar de tubulões


a céu aberto, o solo necessariamente terá que ser coesivo pois, caso contrário, os
desbarrancamentos impedirão sua execução e o perigo de soterramento será eminente.

Para o caso de solos não coesivos poderá ser feita contenção, que são camisas
cilíndricas de concreto ou aço para conter as paredes laterais do tubulão.
Os tubulões que são executados com auxílio de ar comprimido, são aqueles em que o
nível de água do solo e atingido antes da camada de resistência onde deverá ser arrasada
a base do tubulão. Nestes casos deve se tomar cuidado também para evitar danos com a
saúde dos trabalhadores que trabalham sob o efeito do ar comprimido dentro do tubulão,
bem como com o sistema que garante a vida dos trabalhadores e o bom andamento dos
serviços.

Tipos e Processos de Execuções

Peso final de uma construção corresponde a três elementos, que são assim
determinados:

Carga, que é a resultante da somatória de todos aos pesos dos materiais que entram na
construção do edifício.

Sobre carga, que corresponde à soma de todos os pesos dos elementos que serão
depositados nas dependências do edifício, os quais são: pessoas, móveis e
equipamentos.

Esforços temporários, que atuam sobre o prédio, tais como: chuva, ação do vento e
outras intempéries.

As cargas de um prédio são distribuídas sobre as partes da construção, de duas


maneiras:

Uniformemente, ao longo de seus elementos.

Concentradas, sobre um único ponto determinado, de sua estrutura.

As peças estruturais de uma construção poderão ser executadas por diversos


materiais, assim como: concreto, alvenaria, ferro e ou madeira; porém em nosso meio é
comum o emprego exclusivo do concreto, para as fundações.

Na execução de uma fundação, o concreto é utilizado de duas maneiras:


Simples, quando predomina o esforço de compreensão, e assim aplica-se somente a
argamassa de cimento, areia e brita.

Armado, quando além do esforço de compreensão existe, também o de tração; nesse


caso a argamassa, de concreto, envolverá uma armação de aço.

Os terrenos em seus subsolos são compostos por diversas camadas de materiais


formadas por: argilas, siltes, areias e pedras, camadas essas de espessuras variáveis e de
profundidades diversas.

Conforme a consistência dessas camadas, como também as profundidades que se


encontram, elas apresentam uma determinada resistência, de suporte de cargas, que são
denominadas como Taxa de resistência do solo.

Os prédios deverão apoiar-se em solos, os quais possuem as taxas que resistam


as cargas que a elas deverão ser transmitidos.

Por meio das fundações é que se atinge essas camadas, e por tanto a elas
transfere-se a carga total correspondente ao peso final da construção.

As fundações poderão atingir essas camadas, das seguintes maneiras:

Rasante, quando essas se encontram a pouca profundidade, do nível superior do


terreno.

Profunda, quando essas estão distantes do nível superior do terreno.

Em razão dessas disposições de camadas, classificam-se as fundações como:

Direta, quando se apóia nas camadas rasantes


Indiretas, quando precisa atingir camadas profundas.

Percebe-se assim, que a estabilidade de uma edificação está intimamente ligada


na definição do tipo de fundação, que se deve executar.

Fundação direta.

É aquela que por meio de escavações simples atingem a camada rasante de solo
resistente, sobre a qual apóiam-se as fundações.

Assim sendo haverá um equilíbrio entre a carga total do prédio transmitida ao


solo, e a reação, de igual valor e nos sentidos contrário, que o mesmo produz em função
de sua taxa.

Em razão do sistema de distribuição de cargas, as fundações diretas são


classificadas, pelos seguintes tipos:

Sapata corrida – através de peças de concreto armado, com seção retangular ao longo do
comprimento de todas as paredes do prédio, suas cargas são transmitidas,
uniformemente ao solo resistente.

Sapata isolada – por meio de uma placa de concreto armado, no formato quadrado,
retangular ou então de outra figura geométrica, as cargas do prédio são transmitidas por
suas áreas correspondentes, concentradas e uniformemente distribuída para a camada de
solo resistente, sobre a qual se apóia.
Radie – a base total da construção assenta-se sobre uma grande placa, executada em
concreto armado, a qual distribui, uniformemente a carga total do prédio, por uma
grande metragem igual ou maior que a área da edificação; sendo que assim, o seu peso
será descarregada, sobre uma extensa camada resistente do solo.

Deve-se ter em conta, que apesar da fundação direta, ser um processo fácil de
controle e de execução, a mesma só será técnica e economicamente viável, se for
rasante; isto é, em profundidades não superior a 3,00 m, porque acima dessa metragem,
seu custo passa a ser inadequado, e função dos serviços complementares necessários, e
em comparação a outros tipos de fundações.

Fundações indiretas.

São aquelas que, através de elementos auxiliares, atingem as camadas profundas


dos solos resistentes. Esses elementos auxiliares se denominam de Estacas.

As estacas são peças de comprimentos variáveis, com seções: circular, quadrada


ou outras específicas, constituídas de materiais tais como: madeira, concreto simples ou
armado e metal.

As cargas do prédio são distribuídas, para a camada de solo profundo e


resistente, através das estacas, as quais suportam as mesmas em função de dois esforços
resultantes do contato das estacas com as camadas penetradas; a esses esforços
denomina-se:

Atrito lateral – é a reação que as camadas do solo produzem na estaca, devido o contrato
de sua face externa, ao longo de todo o seu comprimento, dificultando assim a
penetração.

Carga de ponta – é a reação que o solo produz na ponta da estaca, em sentido contrário a
sua penetração, na camada de solo resistente.
A conjugação desses dois esforços: atrito e de ponta, somados com as taxas de
resistências do solo penetrado resultam na determinação da capacidade de suporte carga
de cada estaca.

As estacas, em função dos processos de fabricação, de seus materiais e dos


sistemas de execuções, são classificadas em:

Pré-fabricadas – as quais chegam à obra prontas para serem cravadas

Moldadas “in loco” – que são preparadas no canteiro de serviços e executadas no seu
próprio local de escavação.

Pré-fabricadas

As estacas pré-fabricadas são de matérias como: madeira, metal e concreto simples ou


armado. Suas cravações ao solo, se fazem por meio de um equipamento chamado de
Bate estaca, com o qual através de um peso denominado Martelo, executa a penetração,
no solo, por sua queda livre ou então por meio de pressão a vapor.

O peso do martelo é definido pelo o próprio peso da estaca, ficando assim


correspondendo, para 1 vez nas de madeira ou concreto e meia vez na metálica.

As estacas, pré-fabricadas, são denominadas pelos materiais, com os quais foram


executadas, e encontram-se assim classificadas:

Estaca de madeira – é o elemento utilizado nas fundações, talvez o mais antigo, e,


portanto, já de grande aplicação.
No Brasil as madeiras empregadas na confecção das estacas são: eucalipto, guarantã e
aroeira.

Esse tipo de estaca tem em geral um comprimento de 6,00 a 9,00 m, com seções
circulares, mínimas de 25 cm.

A grande problemática da estaca de madeira é sua duração, por que quando submersa
tem vida indefinida, mas caso ficar enterrada ou exposta ao ar, ocorre o seu
apodrecimento, ao longo do tempo, o que produz a diminuição de sua seção e
evidentemente a perda de sua capacidade de carga.

Por esse motivo, a partir dos anos 40, a estaca de madeira foi sendo abandonada, aqui
no Brasil, nas obras de construção civil, sendo hoje quase que totalmente desconhecida.

Estaca de concreto armado – é feita em usina, com armação e dosagem de concreto


calculada, sob um rigoroso controle técnico, dando assim a garantia de sua capacidade
de carga.

Executada em comprimentos variáveis de até 12,00 m, com seções: circular, quadrada e


octogonal.

Esse tipo de estaca apresenta as seguintes vantagens, sobre as demais:

Sendo industrializada, sua execução é perfeita e tecnicamente controlada.

Aplicável em qualquer tipo de solo, com água ou não, com exceção onde houver rochas.

Inatacável por agentes físicos e químicos do terreno

.
Como desvantagens, tem os seguintes pontos:

Sua armação de aço é super dimensionada, para a carga que irá suportar, o que lhe
produz um acréscimo no custo, entretanto esse super dimensionamento se faz
necessário, para que possa absorver os efeitos que sofre em razão dos esforços devido
ao transporte e cravação.

É preciso que haja espaço no canteiro de obra, para o armazenamento das peças
necessárias, afim de que seja atendido o planejamento de cravação.

Quando de sua cravação, os efeitos de vibrações no solo poderão, ocasionalmente,


produzirem trincas nos prédios vizinhos, próximo ao canteiro de obras.

O seu transporte urbano é oneroso, em função de seu peso e comprimento.

O canteiro de obra deverá ter espaços livres, que permita o seu deslocamento quando do
trabalho de cravação.

Pesos das estacas Pré-fabricadas de concreto

Pesos
Diâmetros

(cm) (kg/m)
20 60

25 85

30 120

35 150

40 200

50 300

Estaca metálica - Formada por perfis de aço nas seções de duplo “T” ou composições de
duas peças soldadas entre si. Possui capacidade de resistência ao ataque de corrosão, em
razão a sua própria composição, ou então por tratamento adequado de pintura
específica.

Em geral é indicada para suportar grandes cargas, como também quando se faz
preciso a sustentação de esforços de compreensão alinhados aos de contenção
por empuxo de terra.

Seu emprego entre nós ainda é limitado a determinados casos, em razão do seu
alto custo.

Cargas admissíveis por estacas pré-fabricadas

Normalmente, o próprio fabricante da estaca é que executa a sua


cravação.Portanto, a viabilização comercial obriga a sua padronização, e assim sendo as
estacas são fabricadas em tipos específicos, que passam a ser.

Processo Tipos Seções Cargas


de admissíveis
(cm)
(t)
fabricação

Circular Quadrada

Pré- Madeira 30 33
fabricada
35 38

40 45

Concreto armado 20 x 20 20
maciço
25 x 25 30

30 x 30 40

35 x 35 50

40 x 40 70

Concreto armado 20 25
circular vazada
25 35

30 45

35 55

40 75

Metálica Do perfil 0,5 t / cm² da


área

Moldadas “in-loco”

As estacas moldadas “in loco” referem-se ao processo de abertura de furos


verticais, no solo, que serão posteriormente preenchidos com concreto simples.
Esse tipo de estaca, em geral, trabalha somente com esforço de compreensão,
podendo, entretanto, em alguns casos absorver esforços, também de tração, desde que
seja reforçada com armação de aço.

Os furos verticais, dependendo das cargas desejadas, podem ser feitos por:

Cavadeira, mais conhecido em obra como Trado (furo sem camisa).

Equipamento Perfuratriz (furo sem camisa).

Por Sonda (furo encamisado).

Segundo os processos de perfurações, as estacas moldadas “in loco”, são classificadas


em

Perfuração simples sem camisa a - Brocas

b – Escavada

Perfuração simples encamisada a - Strauss

b – Franki

Perfuração de poço ( Tubulões) a – Céu aberto

b - Ar comprimido

Brocas – são perfurações feitas manualmente, com trado, normalmente em terreno que o
lençol freático, não fora atingido, e em diâmetro em geral de 20 cm, tendo como
profundidade no máximo até 4,00 m, uma vez que acima dessa metragem torna-se
dificultoso o trabalho de perfuração, como também, sua execução perfeitamente na
vertical.

Terminada a perfuração, o furo é preenchido de concreto simples, acrescido na sua


ponta uma armação, denominada de arranque de estaca.

Pelo o seu sistema de execução passa ser uma peça da fundação, de pouca
capacidade, sendo assim, somente, indicada para obras onde são solicitadas pequenas
cargas.

Escavada – empregando-se um equipamento chamado perfuratriz, que por ser um


equipamento, específico para perfuração, resulta em uma escavação perfeita, tanto
nos seus diâmetro como na sua verticalidade.

No caso de terreno seco, em que a perfuração não atinja o lençol freático, o


sistema poderá ser feito sem qualquer revestimento, empregando-se para isso uma
perfuratriz, que com seu trado helicoidal, formado por peças de diâmetros de 25 ou 35
cm, com comprimento de 6,00 m por peça, que são emendadas por etapas, podendo-se
assim perfurar profundidades, até atingir a camada de solo desejável.

Concluída a perfuração, o fundo do furo será socado, pela a queda de um pilão


de madeira, e depois totalmente preenchida com concreto simples, igualmente, como
fora feito na broca.

Esse tipo de execução apresenta as seguintes vantagens:

Por ser a perfuratriz montada na estrutura de um caminhão, usa-se o seu próprio motor
desse com elemento gerador da energia precisa.

O serviço de perfuração é rápido.


Por esse mesmo motivo, o equipamento é de fácil movimentação

O furo é feito com diâmetros diversos, e na profundidade desejada.

A perfuração é acompanhada, passo a passo, sendo o solo examinado visualmente.

Ausência de vibração do terreno, o que é bom para as edificações próximas

A perfuração pode ser feita, próxima da divisa.

Tipo Strauss – Moldagem no local, utilizando tubulação metálica (camisa) recuperável,


de ponta aberta, para permitir a escavação do solo.

Seu equipamento de execução é bastante simples, formado pelas as seguintes


peças:

Um Tripé.

Um Guincho, movido a motor (elétrico ou a explosão) com um cabo de aço.

Um Guincho manual.

Um Soquete de 300 kg.

Uma Sonda com válvula, que possibilite a retirada da terra cortada.


Diversos Tubos de aço, com rosca, diâmetro variável, no comprimento de 2,00 m cada
(denominados camisas).

Processo de execução:

Com o soquete é iniciada a perfuração, até uma profundidade de 1,00 a 2,00 m, furo
esse que servirá de guia para a colocação do primeiro tubo de aço, dentado na
extremidade inferior, chamado Coroa.

Com a introdução da coroa, o soquete é substituído pela sonda de percussão, a qual por
golpes sucessivos vai retirando o solo do interior do tubo, e abaixo da coroa, e dessa
maneira, a tubulação vai penetrando no terreno.

O trabalho é facilitado pelo o emprega de água, a qual amolece o terreno

Quando estiver todo cravada rosquea-se, nele, o tubo seguinte e assim por diante, até
atingir a camada de solo resistente, ou e então o comprimento da estaca considerado
suficiente para suportar a carga prevista.

A seguir com a sonda, procede-se à limpeza da lama e da água acumulada durante a


perfuração.

Terminada essa etapa, a sonda é substituída pelo o soquete.

Nesse momento é lançado o concreto simples, dentro do tubo, na quantidade suficiente


para se ter uma coluna aproximada de 1,00 m.

Sem puxar a tubulação apiloa-se o concreto, de maneira a formar um bulbo de ponta


inferior da estaca.
Para a execução do comprimento da estaca lança-se concreto dentro da tubulação, e à
medida que ele é apiloado vai-se retirando a tubulação, devagar, por meio do guincho
manual.

Para garantia da continuidade do corpo da estaca (fuste) é preciso que tenha dentro da
tubulação, uma coluna de concreto que ocupe todo o espaço perfurado e eventuais
vazios no subsolo. Dessa maneira o soquete não tem possibilidade de ter contato com o
solo, nem provocar desbarrancamento do terreno, evitando misturar-se com o concreto.

A concretagem é feita um pouco acima da cota de arrasamento da estaca, deixando –se


um excesso que será cortado posteriormente.

No final da concretagem é que se coloca o arranque de estaca, com 2,00 m de


comprimento, que ficará 50 cm para fora. Essa armação, não tem função estrutural, e
sim a simples ancoragem das fundações com as estacas.

A estaca Strauss e apresenta as seguintes vantagens, quanto ao seu emprego:

Leveza e simplicidade no equipamento empregado.

Pode ser utilizada em locais confinados, em terrenos acidentados, ou ainda no interior


de construções existentes, com pé-direito reduzido.

Seu processo de execução não causa vibrações, o que afeta pouco as construções
vizinhas.

Por ser moldada “in loco” é executada no comprimento desejado, não havendo assim
perda de materiais, ou necessidade de suplementação.
É importante frisar, que a coluna de concreto dentro da tubulação, por seu próprio peso,
já tende a preencher a escavação, e contrabalançar a pressão do lençol freático, se
existir.

Essas estacas encontram-se no mercado, com cargas e características técnicas seguintes:

Capacidade de Diâmetro Diâmetro interno Distância mínima do eixo da


carga (t) nominal da tubulação estaca a divisa do lote

(cm) (cm) (cm)

20 25 20 15

30 32 25 20

40 38 30 25

60 45 38 30

90 55 48 35

Observação:

A estaca tipo Franki, é idêntica a Strauss, com a pequena diferença de que sua execução
é feita pela a colocação do tubo (camisa) na vertical, com o terreno, e dentro do qual é
feito no fundo um tampão de concreto, seco e adensado pelo soquete.

Esse tampão, que está aderido, fortemente na extremidade do tubo, pela a percussão
continua do soquete, penetra no terreno até a profundidade desejada, quando então será
feito um lançamento de concreto, que também, por percussão formará um bulbo,
dentro do terreno tornando-se a ponta da estaca.
Terminado o bulbo passa-se a execução do fuste, pelo o lançamento de concreto socado
ao mesmo tempo em que, o tubo é retirado, parcialmente, pela a elevação, de cada 30
cm, por vez.

Nota: Em todos os tipos de estacas moldadas “in loco”, que foram acima
descritos, não se faz necessária armação, porque ocorre na maioria das vezes
trabalharem, somente, com esforços de compressão; porém é preciso apenas, que na sua
extremidade superior, antes do término da concretagem, seja colocada, dentro do
concreto, uma armação de três barras de aço CA50 de 10 mm, com comprimentos de
2,00 m, estribadas a cada 30 cm, com aço CA50 de 6,3 mm.

A finalidade dessa armação é de que ficando dentro do concreto, cerca de 1,50


m, e sobrando 50 cm para fora faça, assim, a ancoragem da estaca com a peça da
fundação.

Essa armação é denominada de Arranque de estaca.

Convém, salientar que no caso da estaca moldada “in loco” sofrer, também,
esforço de tração, então ela deverá ser armada, inteiramente ou parte do seu
comprimento, conforme determinar o cálculo estrutural.

Tubulões - são peças com diâmetros variáveis, superiores a 60 cm, perfurados até
atingirem o solo firme, onde a sua base será aberta em formato de um tronco de cone.
Posteriormente, esse buraco será preenchido totalmente com concreto simples.

Essa peça recebe ou não armação, em função do que o calculo estrutural, assim
definir.

Em função do tipo de solo, a ser perfurado, esse tipo de fundação será


executado, pelos os seguintes processos:
A céu aberto.

Ar comprimido.

Não havendo água no subsolo perfurado, o processo “céu aberto” é feito, pela
simples abertura de poço manualmente com a retirada da terra por sarilho e balde, até
atingir a camada de solo firme.

Em casos contrários, havendo água do lençol freático, é preciso que se utilize


outro processo, que consiste em vedar a boca do poço por meio de um equipamento
próprio, Campânula, e introduzindo através dele “ar comprimido”, que veda a entrada
da água e permite ao operário a escavação e retirada da terra.

Esse sistema de execução tem que ter, um perfeito controle técnico e


operacional, tarefa diária, uma vez que o operário ao entrar na campânula, no início do
trabalho deve sofrer um processo de compressão, para suportar a pressão atmosférica
que irá trabalhar no sub solo. Assim sendo antes de sair, na conclusão do serviço,
deverá sofrer uma descompressão, para voltar ao nível de pressão normal externa.

Durante essas etapas, que se processam lentamente, pois deve haver um perfeito
controle para evitarem-se embolias gasosas, que é a penetração anormal de gás sob a
forma de bolha na corrente sanguínea, a qual pode ocasionar cambraias, dolorosas, ou
até a morte.

O tubulão, como os outros processos de fundações tem, suas vantagens e


desvantagens, as quais podem-se enumerar como:

Somente empregado, quando as cargas da edificação são elevadas e precisam atingir


camadas de solo firme profundas ou então substratos rochosos, o que não permite o uso
de outro tipo de fundação.
Dados aos equipamentos e o processo de execução, seu custo é alto, sendo só indicado
para determinadas situações específicas.

Após a abertura do poço, por um dos dois processos, a sua base será alargada em
forma de um tronco de pirâmide, para obter-se assim a área necessária de distribuição
de carga no solo firme, de acordo com sua taxa de sustentação.

Concluída a escavação, tanto a da base como a do fuste, o tubulão serão


preenchido com concreto, acrescido ou não de armações, segundo indicação do cálculo
estrutural.

No cálculo da carga, que um tubulão suporta é desprezado o atrito lateral do seu


fuste, uma vez que só considera-se a capacidade da área da base, devido, sua grande
dimensão.

Cargas admissíveis para estacas moldadas “in loco”

Tipos Seções (cm) Cargas admissíveis (t)

Broca 20 Máximo 5

Escavada 25 / 35 20 / 30

Strauss 25 20

32 30

Franki 38 40

45 50

Tubulão variáveis Área da base X a taxa do solo


Determinação da profundidade da estaca

Na prática, durante a cravação ou execução da estaca, pode-se verificar quando


ela atingiu a camada de solo, que suporta a carga para a qual está estimada.

A essa verificação, denomina-se o ponto da Nega, que venha a ser o momento


em que, ela, encontra resistência do terreno, que não permite mais sua penetração.

Processos de Tipos Indicações do ponto de nega


fabricação

Pré-fabricada madeira Não penetra mais que 1 cm após 10 golpes do


martelo
concreto

metálica Não penetra mais que 2 cm após 10 golpes do


martelo

Moldada “in loco” broca Não gira mais o trado dado à resistência do solo

escavada Quando a tubulação de aço para de penetrar

strauss

franki

tubulão Não existe nega, pois, aprofunda-se até o solo


desejado.
Fundações sobre as estacas

As estacas são cravadas ou moldadas no solo, sempre isoladamente e espaçadas


entre si; por essa razão, sua atuação sobre o terreno é individual.

As cargas destinadas para as fundações devem distribuir-se, pelas as estacas, e


para tanto precisam de peças em concreto armado que façam essa função.

Conforme a maneira que as cargas são distribuídas, essas partes das fundações
recebem denominações diferenciadas, tais como:

Quando as cargas são distribuídas em uma linha reta, ao longo de uma fileira de estacas,
a peça linear no sentido das paredes e de seção retangular recebe o nome de Viga de
baldrame.

Quando a carga é concentrada em um determinado ponto atingindo assim, um número


específico de estacas tem-se uma peça de concreto, que normalmente no formato de
um tronco de pirâmide ou então de um prisma, que são denominados de Bloco.

As cargas são transmitidas, para as vigas de baldrame, por meio das paredes que estão
sobre elas e enterradas no terreno, e essas alvenarias recebem o nome de Alicerces.

Os alicerces em razão das cargas atuantes podem ser executados com: tijolos comuns,
blocos de concreto ou cerâmico.

As cargas transmitidas para os blocos se fazem por meio de Pilares, que nascem a partir
do próprio bloco.

As peças estruturais, que são executadas, como fundação direta ou indireta sob o solo,
tais como: sapata corrida, sapata isolada, radie, estaca, viga de baldrame, bloco, pilar e
alicerce, formam a parte da construção, denominadas Fundações, ou Infra-estrutura.
NOTA: Para melhores esclarecimentos dos processos de execuções e tipos de
equipamentos que são empregados, nas execuções das escadas de fundações, os
mesmos são apresentados, na seguinte ordem:

Desenho nº 1 – Bate estaca.

Desenho nº 2 - Equipamento para cravação da estaca Strauss.

Desenho nº 3 – Execução da estaca Strauss.

Desenho nº 1
Desenho nº 2
Desenho nº3
5. Técnicas de construção: canteiro de obras; depósito e armazenamento de materiais;
locação de obras; movimento de terra; escavações; fundações; formas; armação;
concreto; estruturas; alvenarias; coberturas; revestimentos; pisos e pavimentações;
impermeabilizações; esquadrias; ferragens; pinturas; máquinas, equipamentos e
ferramentas.

concreto;

O concreto é um material de construção resultante da mistura, em quantidades


racionais, de aglomerante (cimento), agregados (pedra e areia) e água. Logo após a
mistura o concreto deve possuir plasticidade suficiente para as operações de manuseio,
transporte e lançamento em formas, adquirindo coesão e resistência com o passar do
tempo, devido às reações que se processam entre aglomerante e água.

Em alguns casos são adicionados aditivos que modificam suas características físicas e
químicas.

Para se obter um concreto resistente, durável, econômico e de bom aspecto, deve-se


estudar:

• As propriedades de cada um dos materiais componentes;


• As propriedades do concreto e os fatores que podem alterá-las;
• O proporcionamento correto e execução cuidadosa da mistura;

• O modo de executar o controle do concreto durante a fabricação e após o

endurecimento.

Denomina-se de pasta a mistura do cimento com é água, e de argamassa a mistura da


pasta com agregado miúdo. Considera-se concreto a argamassa à qual foi adicionado
agregado graúdo.
Fatores que influem na qualidade do concreto

Para obterem-se as características essenciais do concreto, como a facilidade de

manuseio quando fresco, boa resistência mecânica, durabilidade e

impermeabilidade quando endurecido, é preciso conhecer os fatores que influem

na sua qualidade.

• Qualidade dos materiais

Materiais de boa qualidade produzem concreto de boa qualidade;

• Proporcionamento adequado

Deve-se considerar a relação entre as quantidades: de cimento e de agregados, de


agregados graúdo e miúdo, água e o cimento.

• Manipulação adequada

Após a mistura, o concreto deve ser transportado, lançado nas formas e adensado
corretamente.

• Cura cuidadosa

A hidratação do cimento continua por um tempo bastante longo e é preciso que as


condições ambientes favoreçam as reações que se processam.

Desse modo, deve-se evitar a evaporação prematura da agia necessária à hidratação do


cimento. É o que se denomina cura do concreto.

Classificação dos concretos

• Conforme o modo de fabricação:

Fabricação no local;

Pré-misturado

• Campo de aplicação:

Concreto massa – utilizado em barragens.


Concreto estrutural – utilizado em edifícios e pontes

Cimento

O cimento é obtido aquecendo-se calcário e argila até a sintetização (clinquer de


cimento). Depois se mói a mistura até obter-se um produto de textura fina. Os cimentos
como aglomerantes hidráulicos determinam as características do concreto.

Agregados

Como agregados podem ser utilizados materiais naturais e artificiais, que apresentem
resistência suficiente e que não afetem o endurecimento do concreto. Os agregados
devem por isso ser isentos de impurezas (terra, argila, humus) e de componentes
prejudiciais (no máximo 0,02% de cloretos e 1% de sulfatos). O açúcar é especialmente
perigoso, porque impede a pega do cimento.

A forma dos grãos e a conformação superficial influenciam muitas a trabalhabilidade e


as propriedades de aderência do concreto: agregados redondos e lisos facilitam a
mistura e o adensamento do concreto; agregados com superfícies ásperas aumentam a
resistência à tração.

Utilizam-se predominantemente agregados naturais: areia e cascalho de rio, pedra ou


cascalho britado e areia de britagem, obtidos de pedreiras. Estes agregados dão origem
ao concreto normal. Como agregados artificiais citam-se a escória de alto-forno para
concreto leve e normal; argila expandida ou sintetizada para concreto leve.

Estruturas;

Estrutura são elementos em uma edificação cuja finalidade é resistir aos esforços (peso
e carga de uso) de uma edificação e realizar a transmissão desses para as fundações. Os
elementos estruturais podem ser classificados, de maneira simples como vigas, pilares e
lajes.

São as principais peças estruturais e os três conceitos básicos de armadura:


Armação Negativa: armaduras que ficam na parte superior de vigas, lajes, cintamentos e
sofrem, durante a deformação das peças estruturais, ação de momento fletor negativo.

Armação Positiva: armaduras que ficam na parte inferior de vigas, lajes, cintamentos e
sofrem, durante a deformação das peças estruturais, ação de momento fletor positivo.

Estribos: são posições de aço que tem a função de unir as barras de aço de vigas e
pilares. Os estribos geralmente tem a bitola menor que as barras principais da peça
estrutural.

Cobrimento: o cobrimento é a quantidade de concreto que deve cobrir os aços das peças
estruturais, evitando que o aço sofra o processo de oxidação, fazendo com que a peça
perca resistência.

As peças estruturais são os pilares, vigas, lajes, blocos de concreto, cintamentos, sapatas
e estacas.

Pilares: São peças estruturais de concreto armado ou aço, que trabalham na vertical,
recebendo cargas das vigas ou lajes
Vigas: São peças estruturais de concreto armado ou aço, que trabalham na horizontal,
recebendo cargas das lajes e transferindo-a aos pilares
Lajes: São peças estruturais de concreto armado que trabalham na horizontal, recebendo
as cargas de utilização e peso próprio e transferindo as vigas.

Blocos de fundação: São peças estruturais de transição que fazem a ligação das estacas
ao cintamento.

Cintamento: São peças estruturais que trabalham no nível do terreno fazendo o


travamento das fundações. Recebem as cargas dos pilares e transmitem as fundações.

Estacas: São peças estruturais de fundação que transmitem todas as cargas da edificação
ao solo.

O conhecimento das peças estruturais facilita a leitura de projetos e a execução das


atividades de estruturas na obra.

Alvenarias;

A alvenaria é um termo utilizado para designar os elementos verticais de uma


construção -comumente paredes e muros constituída pela justaposição de unidades
padronizadas,ligadas ou não com argamassa, pode ser executada atualmente, com uma
variada gama de materiais, tais como: tijolos de barro cozido, blocos vazados de
concreto, tijolo maciço cerâmico, tijolo furado de barro cozido e pedras naturais,entre
outros.
Nas construções prediais ele tem função de dividir os cômodos de uma casa e nos
proteger de acontecimentos externos as paredes são usadas para outras
finalidades...passar tubos de água,gás, eletricidade, telefone,cabos de antenas, fios de
campainhas, seguram as caixas que suportam as janelas e portas, prateleiras, quadros
etc... e em algumas construções ela tem função estrutural.

Tipos de alvenaria

1. Alvenaria de pedra

A alvenaria de pedras pode ser de pedra bruta com ou sem argamassa. É muito usada
em muros de contenção de terra (muros de arrimo), que no caso de não serem
argamassados, permitem a saída de água pelos intervalos entre as pedras. A alvenaria de
pedra pode também ser de pedra aparelhada, nesse caso sempre argamassada, possuindo
geralmente a forma de paralelepípedo e chamadas de alvenaria de cantaria, sendo menos
usada, devido exigir mão-de-obra especializada e cara.

A argamassa destinada à alvenaria de pedra deve garantir a união das pedras, mantendo
a mesma resistência das aglomeradas. O traço indicado como normal para alvenaria de
pedra é 1:4 de cimento e areia grossa ou 1:2:2 de cimento, areia e saibro.

2. Alvenaria de tijolo cerâmico

Confeccionadas com blocos cerâmicos maciços ou furados, são as mais utilizadas nas
construções de um modo geral. O consumo de tijolo por m² de alvenaria, bem como, o
consumo de argamassa para assentamento, depende do tipo de tijolo, das suas
dimensões e da forma de assentamento.

Coberturas;

1 – Conceito

Segundo a Morfologia das Estruturas (do Grego: Morfo = Forma, e Lógia = Estudo), as
coberturas são estruturas que se definem pela forma, observando as características de
função e estilo arquitetônico das edificações. As coberturas têm como função principal a
proteção das edificações, contra a ação das intempéries, atendendo às funções utilitárias,
estéticas e econômicas. Em síntese, as coberturas devem preencher as seguintes
condições:

funções utilitárias: impermeabilidade, leveza, isolamento térmico e acústico;

funções estéticas: forma e aspecto harmônico com a linha arquitetônica, dimensão dos
elementos, textura e coloração;

funções econômicas: custo da solução adotada, durabilidade e fácil conservação dos


elementos.

Para a especificação técnica de uma cobertura ideal, o profissional deve observar os


fatores do clima (calor, frio, vento, chuva, granizo, neve etc.), que determinam os
detalhes das coberturas, conforme as necessidades de cada situação.

Entre os detalhes a serem definidos em uma cobertura, deverá ser sempre especificado,
o sistema de drenagem das águas pluviais, por meio de elementos de proteção, captação
e escoamento, tais como:

detalhes inerentes ao projeto arquitetônico: rufos, contra-rufos, calhas, coletores e


canaletas;

detalhes inerentes ao projeto hidráulico: tubos de queda, caixas de derivação e redes


pluviais.

2 – Tipos de coberturas

De acordo com os sistemas construtivos das coberturas, ou seja, quanto às


características estruturais determinadas pela aplicação de uma técnica construtiva e/ou
materiais utilizados, podemos classificar as coberturas em:

2.1 – Naturais

coberturas minerais: são materiais de origem mineral, tais como pedras em lousas
(placas), muito utilizadas na antigüidade (castelos medievais) e mais recentemente
apenas com finalidade estética em superfícies cobertas com acentuada declividade (50%
< d >100 %). Atualmente, vem sendo substituída por materiais similares mais leves e
com mesmo efeito arquitetônico (placas de cimento amianto);
coberturas vegetais rústicas (sapé): de uso restrito a construções provisórias ou com
finalidade decorativa, são caracterizadas pelo uso de folhas de árvores, depositadas e
amarradas sobre estruturas de madeiras rústicas ou beneficiadas.

coberturas vegetais beneficiadas: podem ser executadas com pequenas tábuas (telhado
de tabuinha) ou por tábuas corridas superpostas ou ainda, em chapas de papelão
betumado;
Madeira serrada Tábuas serradas superpostas
diretamente sobre o caibro das tesouras
e pregadas. Podem receber tratamento
impermeabilizante (piche)

tábuas

caibro

frechal
As tábuas podem ser também
pé-direito pregadas na vertical
justapostas com algum
impermeabilizantes ou com
mata-juntas de madeira
d > 45% serrada

coberturas com membranas: caracterizadas pelo uso de membranas plásticas (lonas),


assentadas sobre estruturas metálicas ou de madeiras ou atirantadas com cabos de aço -
tensoestruturas, ou ainda, por sistemas infláveis com a utilização de motores
insufladores;
coberturas em malhas metálicas: caracterizadas por sistemas estruturais sofisticados, em
estruturas metálicas articuladas, com vedação de elementos plásticos, acrílicos ou
vidros.

coberturas tipo cascas: caracterizadas por estruturas de lajes em arcos, em concreto


armado, tratadas com sistemas de impermeabilização;

terraços: estruturas em concreto armado, formadas por painéis apoiados em vigas,


tratados com sistemas de impermeabilização, isolamento térmico e assentamento de
material para piso, se houver tráfego;

telhados: são as coberturas caracterizadas pela existência de uma armação -sistema de


apoio de cobertura, revestidas com telhas (materiais de revestimento). É o sistema
construtivo mais utilizado na construção civil, especialmente nas edificações.

3 – Coberturas planas

As coberturas planas são caracterizadas por superfícies planas, ou planos de cobertura,


também denominados de panos ou águas de uma cobertura. Na maior parte dos casos,
os planos de cobertura têm inclinações ( - ângulo) iguais e, portanto, declividades
(d%) iguais. No caso do revestimento superior de uma edificação ter inclinação
máxima de = 75º, a área é identificada como cobertura. Para 75º o revestimento é
denominado fechamento lateral.

A cobertura deve ter inclinação mínima que permita o escoamento das águas das
chuvas, e direcionadas segundo o plano (projeto) de captação dessas águas. As
coberturas horizontais têm inclinação entre 1 a 3% e as consideradas inclinadas tem
caimento igual ou maior de 3%. Quanto à inclinação das coberturas, as mesmas podem
ser classificadas em:

coberturas com pequenas declividades, denominadas terraços;

coberturas em arcos;

coberturas planas em superfícies inclinadas, determinadas por painéis de captação


d’água.

Os sistemas de apoio de coberturas planas podem ser executados em: madeira, metal ou
concreto armado (podendo ser misto, também). A escolha e definição do material são
determinadas pelas exigências técnicas do projeto, como o estilo, a função, o custo, vão
de sustentação, etc. Quanto à definição estrutural, as armações de coberturas podem ser
executadas com os seguintes sistemas:

em Madeira:

Sistema de vigas e arcos treliçados em madeira maciça

Sistema de vigas e arcos treliçados em madeira colada


Sistema de treliças tipo tesouras

Sistema tipo cavalete

em Metal:

Sistemas de vigas e arcos treliçados

Sistemas de estruturas especiais (treliças espaciais etc.)

em Concreto Armado:

Sistemas de vigas pré-moldadas

Sistemas de pórticos

Sistemas de estruturas especiais integradas

4 – Elementos do projeto arquitetônico

Nos projetos arquitetônicos, a determinação dos planos de cobertura compõem e


determinam a Planta de Cobertura, elaboradas nas escalas: 1:100, 1:200 ou 1:500. Neste
elemento de arquitetura definem-se linhas divisórias, denominadas: espigão, água
furtada, cumeeira e calhas.

Devem ser indicados por setas ortogonais aos lados do polígono de cobertura, a
orientação da declividade dos panos. Junto da seta, deve ser especificada a Inclinação
(angulo º) que o plano de cobertura faz com a horizontal - ou Declividade - tangente
trigonométrica da inclinação, indicada pela letra d (d = h/d = tag %).

4.1 – Especificações do Projeto Arquitetônico

correspondência entre inclinação ( º) e declividade (d%):


º d%

º d% º d%
1,0 1,7 17,8 32,0
1,7 3,0 20,0 36,4
5,5 9,6 25,0 46,6
5,7 10,0 26,6 50,0
8,6 15,0 30,0 57,7
10,0 17,6 35,0 70,0
11,3 20,0 40,0 83,9
15 26,8 45,0 100,0
altura das cumeeiras, também chamada de Ponto de Cobertura - é a relação entre a
altura máxima da cobertura e o vão. O Ponto varia entre os limites de 1:2 a 1:8 nos
telhados.

Ponto Designação Inclinação Declividade


1:2 Ponto meio 45º 100%
1:3 Ponto terço 33º40’ 66%
1:4 Ponto quarto 26º30’ 49%
1:5 Ponto quinto 21º50’ 40%
1:6 Ponto sexto 18º30’ 33%
1:7 Ponto sétimo 15º50’ 28%
1:8 Ponto oitavo 14º 25%

acabamentos laterais de coberturas:

Oitão - elevação externa em alvenaria de vedação acima da linha de forro (pé-direito),


que ocorrem com a eliminação das tacaniças (planos de cobertura de forma triangular,
limitado pela linha lateral da cobertura e dois espigões);

Platibandas - elevação de alvenarias acima da linha de forro, na mesma projeção das


paredes, com objetivo funcional de proteção das coberturas;
Beiradas - caracterizadas pela projeção das estruturas de apoio de cobertura além da
linha de paredes externas, e a inexistência da execução de acabamento com forro;

Beirais - caracterizados pela projeção das estruturas de apoio de cobertura alem da linha
de paredes externas, com a execução de forros. Em algumas definições arquitetônicas,
executam-se os prolongamentos das lajes de forro em balanço estrutural, além da linha
de paredes externas.

detalhes complementares

elementos de captação de águas: canaletas, calhas e ralos;

iluminação e ventilação zenital: clarabóias e domos.

5 – Tipos de telhados

5.1 – Uma água (meia água)

Caracterizada pela definição de somente uma superfície plana, com declividade,


cobrindo uma pequena área edificada ou estendendo-se para proteger entradas
(alpendre)
Edificação

Alpendre Meia-água

5.2 – Duas águas

Caracterizada pela definição de duas superfícies planas, com declividades iguais ou


distintas, unidas por uma linha central denominada cumeeira ou distanciadas por uma
elevação (tipo americano). O fechamento da frente e fundo é feita com oitões.
Tipo cangalha Duas águas Tipo americano

cumeeira

5.3 – Três águas

Caracterizada como solução de cobertura de edificações de áreas triangulares, onde se


definem três tacaniças unidas por linhas de espigões.

Três águas
tacaniça

5.4 – Quatro águas

Caracterizada por coberturas de edificações quadriláteras, de formas regulares ou


irregulares.
ão
p ig
es

com beirais com platibanda


Quarto águas
cumeeira
rufo e calha

ventilação

5.5 – Múltiplas águas

Coberturas de edificações cujas plantas são determinadas por superfícies poligonais


quaisquer, onde a determinação do número de águas é definida pelo processo do
triângulo auxiliar.

6 – Cobrimento ou Telhamento

O mercado oferece uma diversidade de materiais para telhamento de coberturas, cuja


escolha na especificação de um projeto depende de diversos fatores, entre eles o custo
que irá determinar o patamar de exigência com relação à qualidade final do conjunto,
devendo-se considerar as seguintes condições mínimas:

deve ser impermeável, sendo esta a condição fundamental mais relevante;

resistente o suficiente para suportar as solicitações e impactos;

possuir leveza, com peso próprio e dimensões que exijam menos densidade de
estruturas de apoio;

deve possuir articulação para permitir pequenos movimentos;

ser durável e devem manter-se inalteradas suas características mais importantes;

deve proporcionar um bom isolamento térmico e acústico.

6.1 – Chapa de aço zincado

existem perfis ondulados, trapezoidais e especiais;

podem ser obtidas em cores, com pintura eletrostática;


permitem executar coberturas com pequenas inclinações;

podem ser fornecidas com aderência na face inferior de poliestireno expandido para a
redução térmica de calor;

principais fornecedores: Chapas Dobel (sueca), Mini Kalha Tekno e Perkrom.

6.2 – Telhas autoportantes

executadas com chapas metálicas ou concreto protendido, em perfis especiais


(autoportantes) para vencer grandes vãos, variando de 10 a 30 metros, em coberturas
planas e arcadas, sem a existência de estrutura de apoio;

utilizadas em construções de galpões industriais, agrícolas, esportivos, hangares etc;

principais fornecedores: Kalha Tekno, Imasa, Pimental, Macmetal, Cimasa, Cassol,


Consid etc.

6.3 – Telhas de alumínio

é o material mais leve, e de maior custo;

fornecidas em perfil ondulados e trapezoidais;

refletem 60% das irradiações solares, mantendo o conforto térmico sob a cobertura. São
resistentes e duráveis;

cuidado deve ser observado para não apoiar as peças diretamente sobre a estrutura de
apoio em metal ferroso, as peças devem ser isoladas no contato;

principais fornecedores: Alcan, Alcoa, Asa, Belmetal etc.

6.4 – Telhas plásticas

fornecidas em chapas onduladas e trapezoidais, translúcidas e opacas, de PVC ou


Poliester e em cores;

principais fornecedores: Goyana, Tigre, Plagon, Trorion etc.

6.5 – Telhas cerâmicas

são tradicionalmente usadas na construção civil;

tipos principais: francesa, colonial, plan, romana, plana ou germânica.


6.6 – Telhas de vidro

formatos similares às telhas cerâmicas;

utilizadas para propiciar a iluminação zenital.

6.7 – Telhas de fibrocimento

são fabricadas com cimento portland e fibras de amianto, sob pressão;

incombustíveis, leves, resistentes e de grande durabilidade;

fácil instalação, existindo peças de concordância e acabamento, e exigindo estrutura de


apoio de pouco volume;

perfis variados e também autoportantes, com até 9,0 m de comprimento.

6.8 – Telhas de chapas compensadas e aluminizadas

feitas com lâminas de madeira compensada, coladas a alta pressão;

incombustíveis;

alta resistência mecânica, suportando peso de cinco pessoas;

refletem os raios solares, permitindo temperaturas interiores mais baixas;

dimensões das peças: C = 2,2 m, L = 1,00 m, e = 6 mm.

6.9 – Telhas de concreto

telhas produzidas com traço especial de concreto leve, proporcionando um telhado com
10,5 telhas por metro quadrado e peso de 50 kg/m2;
perfis variados com textura em cores obtidas pela aplicação de camada de verniz
especial de base polímero acrílica;

alta resistência das peças, superior a 300 kg.

6.10 – Chapas de policarbonato

apresentadas em chapas compactas (tipo vidro) ou alveolares, transparentes ou


translúcidas, em cores, praticamente inquebráveis (resistência superior ao do vidro em
250 vezes), baixa densidade, resistentes a raios ultra-violeta, flexíveis, material auto
extinguível não gerando gases tóxicos quando submetido a ação do fogo;

a aplicação de chapas de policarbonato, devido a variedade de tipos e espessuras, é a


solução para inúmeras indicações, tais como: coberturas em geral, luminosos,
blindagem, janelas e vitrines etc.;

basicamente as chapas de policarbonato podem ser instaladas em qualquer tipo de perfil:


de aço, alumínio ou madeira, porém, é necessário que tenham boa área de apoio e folga
para a dilatação térmica.

7 – Estruturas de apoio tipo tesouras

As armações tipo tesouras correspondem ao sistema de vigas estruturais treliçadas, ou


sejam, estruturas isostáticas executadas com barras situadas num plano e ligadas umas
ao outras em suas extremidades por articulações denominadas de nós, em forma de
triângulos interligados e constituindo uma cadeia rija, apoiada nas extremidades.

7.1 – Tipos de tesouras


Independente do material a ser utilizado na execução de estruturas tipo tesoura, as
concepções estruturais são definidas pelas necessidades arquitetônicas do projeto e das
dimensões da estrutura requerida, onde podemos ter os seguintes esquemas:

Tesoura simples
Tesoura com lanternim

Tesoura simples com asnas


Tesoura com lanternim

Tesoura com tirantes e escoras Tesoura sem linha

Tesoura de mansarda Tesoura tipo sheed

Tesoura de alpendre

7.2 – Elementos de uma tesoura e terminologia

Para orientar a comunicação com o pessoal nas obras a terminologia das peças que
compõem um telhado é a seguinte:
3

4
14
2 1
5 7 8 10
2
12 11

6
9
13

1 – Ripas 6 – Frechal 11 – Escora


2 – Caibros 7 – Chapuz 12 – Pontalete, montante ou pendural
3 – Cumeeiras 8 – Perna ou empena 13 – Ferragem ou estribo
4 – Terças 9 – Linha, tensou ou tirante 14 – ferragem ou cobrejunta
5 - Contrafrechal 10 – Pendural ou pendural central 15 – Vista, testeira ou aba
16 – Mão francesa

1
7

15

13

2 2
3

1
1
16
4
1

10

6
9

15

7.3 – Detalhes de ligações dos elementos – sambladuras e entalhes


São tipos de ligações práticas entre duas peças de madeiras definidas após verificação
das resistências das superfícies de contato ao esmagamento e, às vezes, ao cisalhamento
de um segmento da peça (caso específico dos nós extremos da tesoura).

x b
2 cm α
a
d
90º
Dir

b
e
ção
do
d
en

Junta extrema para


te

α pequeno
X pequeno
ntee
do d
α/2

ção
α/2

Dire
ß/2 ß/2
a

Junta intermediária inferior


a
α
ß/2
ß/2

Junta central superior

ão

Su rm
pe
c.

Sucção

c. perm
0
10
6 mm
b
6 mm
A

+
+
+ ++
+ + +
+ + +
+ + +

Corte AA

Cobrejuntas de
A madeira pregadas

Cantoneira
CH 50x6mm
+ + + ++ + + +
+ + + + + +

Cobrejuntas de
madeira pregadas
Chapa reta
50x6mm

7.4 – Detalhes dos elementos de amarração

São os elementos de amarração e de ancoragem que proporcionam a ligação que deve


existir entre a edificação e a cobertura. Usualmente os elementos de amarração são
constituídos de barras, braçadeiras, cantoneiras ou chapas de aço colocados de forma a
fixar as tesouras ou cavaletes firmemente nas lajes, vigas ou paredes da construção de
forma a suportar os possíveis esforços médios de arrancamento ou movimentação da
cobertura (ventos, chuva, e dilatação térmica).
7.5 – Detalhes dos elementos de ancoragem

Os elementos de ancoragem são necessários quando são maiores os esforços de


arrancamento da estrutura de cobertura, exigindo dessa forma a execução de
dispositivos de aprisionamento das tesouras com maior critério. Nos esquemas a seguir
são mostrados sete tipos de ancoragem mais usuais e seus resultados em termos de
desempenho (carga média de ruptura).
7.6 – Detalhes dos elementos de captação de água

Os elementos de captação de águas pluviais de coberturas compõem o sistema de coleta


e condução das águas que vai desde o telhado propriamente dito até ao sistema público
de destinação dessas águas (drenagem superficial e subterrânea da via pública). Em
geral os elementos de captação e condução são executados em chapas de ferro
galvanizado, mas podem ser de PVC rígido, fibrocimento ou concreto armado
impermeabilizado. Na tabela a seguir são relacionadas as chapas de ferro galvanizado
usuais existentes no mercado:

Nº da chapa de FG Espessura em mm peso em kg/m2

28 0,35 3,81

26 0,45 4,01

24 0,55 5,65

22 0,71 6,87

20 0,90 8,08

A colocação e fixação dos elementos de captação de água devem ocorrer pouco antes do
arremate final do telhado e o engenheiro deve verificar os seguintes pontos antes de
liberar a continuidade dos trabalhos, pois é prudente evitar retorno de operários sobre a
cobertura para fazer reparos para não causar danos às telhas e acessórios e com isso
provocar infiltrações e goteiras:

conferir as emendas (soldas e rebites);

verificar se o recobrimento mínimo é respeitado (8 cm em telhados comuns);

fazer um teste de vazamento e caimento (ver se água fica parada em pontos da calha);

ver se existem juntas de dilatação em calhas com mais de 20 m;

verificar os pontos de impermeabilização.


Calha moldura para beiral 8
8 8 8
10 8 10
10 8 35
22 25
16 70 17 89 17
55
60 60 60
16 17 17
55 65 89

Calha americana para beiral 8


10 8 10 8
10 8 8 36
8 31
25
65 75 86
65 75 91

65 71 91

Calha quadrada para encontro com parede


15 15
10 10 10 10

80 80 100 100
75 75

80 100 100

Calha de platibanda
15 15 15 15
10 10 150
110 120

80 85 100

Rufo interno
10 10
10

75 15 85 15 105 15

150 170 200

Rufo externo
10 10 10

60 70 80

170 10 190 10 10
230
Rufo com pingadeira
140 220
135 40
80 15 40 80 15
55 15 40
15 15
15

Calha de água furtada


10 13 13 10 10 13 13 10

12 12 12 12
90 90 105 105

10 13 13 10 30 30
12 12 10 10
130 130 250 250

Glossário na área de execução de coberturas

Água – é o tipo de caimento dos telhados em forma retangular ou trapezoidal (meia-


água, duas águas, três, quatro águas).

Alpendre - cobertura suspensa por si só ou apoiada em colunas sobre portas ou vãos.


Geralmente, fica localizada na entrada da edificação.

Amianto – originado do mineral chamado asbesto, composto por filamentos delicados,


flexíveis e incombustíveis. É usado na composição do fibrocimento.

Beiral – parte da cobertura em balanço que se prolonga além da prumada das paredes.

Caibros – peças e madeira de média esquadria que ficam apoiadas sobre as terças para
distribuir o peso do telhado.

Calha – é canal ou duto em alumínio, chapas galvanizadas, cobre, PVC ou latão que
recebe as águas das chuvas e as leva aos condutores verticais.

Cavalete – é a estrutura de apoio de telhados feita em madeira, assentada diretamente


sobre laje.

Chapuz – é o calço de madeira, geralmente em forma triangulas que serve de apoio


lateral para a terça ou qualquer outra peça de madeira.

Clarabóia – é a abertura na cobertura, fechada por caixilho com vidro ou outro material
transparente, para iluminar o interior.

Contrafrechal – é a viga de madeira assentada na extremidade da tesoura.

Cumeeira – parte mais alta do telhado no encontro de duas águas.


Empena, oitão ou frontão - cada uma das duas paredes laterais onde se apoia a cumeeira
nos telhados de duas águas.

Espigão – interseção inclinada de águas do telhado.

Frechal – é a componente do telhado, a viga que se assenta sobre o topo da parede,


servindo de apoio à tesoura. Distribui a carga concentrada das tesouras sobre a parede.

Platibanda – mureta de arremate do telhado, pode ser na mesma prumada das paredes ou
com beiral.

Policarbonato - Material sintético, transparente, inquebrável, de alta resistência, que


pode substituir o vidro, proporcionando grande luminosidade.

Recobrimentos – são os transpasses laterais, inferior e superior que um elemento de


cobrimento (telha) deve ter sobre o seguinte.

Rincão (água furtada) – canal inclinado formado por duas águas do telhado.

Ripas – são as peças de madeira de pequena esquadria pregadas sobre os caibros para
servir de apoio para as telhas.

Tacaniça – é uma água em forma triangular.

Terças – são as vigas de madeira que sustentam os caibros do telhado, paralelamente à


cumeeira e ao frechal.

Tirante – é a viga horizontal (tensor) que, nas tesouras, está sujeita aos esforços de
tração.

Treliça – é a armação formada pelo cruzamento de ripas de madeira. Quando tem


função estrutural, chama-se viga treliça e pode ser de madeira ou metálica.

Varanda – área coberta ao redor de bangalôs (casas térreas), no prolongamento do


telhado.

Normas Técnicas Pertinentes

Última
Norma Código
atualização

Alumínio e suas ligas - Chapas corrugadas (telhas) NBR14331 06/1999

NBR5720
Coberturas 02/1982
NB344

NBR5639
Emprego de chapas estruturais de cimento-amianto 12/1977
NB554
NBR7196
Folha de telha ondulada de fibrocimento 06/1983
NB94

Membrana acrílica com armadura para


NBR13321 03/1995
impermeabilização

Parafusos, ganchos e pinos usados para a fixação de NBR8055


09/1985
telhas de fibrocimento - Dimensões e tipos PB994

Peças complementares para telhas onduladas de NBR9066


09/1985
fibrocimento - Funções, tipos e dimensões PB1169

NBR7190
Projeto de estruturas de madeira 08/1997
NB11

Projeto e execução de telhados com telhas cerâmicas tipo NBR8039


06/1983
francesa NB792

Telha cerâmica - Determinação da massa e da absorção NBR8947


07/1985
de água MB2132

NBR8948
Telha cerâmica - Verificação da impermeabilidade 07/1985
MB2133

NBR9601
Telha cerâmica de capa e canal 09/1986
EB1701

NBR9600
Telha cerâmica de capa e canal tipo colonial - Dimensões 09/1986
PB1247

NBR9598
Telha cerâmica de capa e canal tipo paulista - Dimensões 09/1986
PB1245

NBR9599
Telha cerâmica de capa e canal tipo plan - Dimensões 09/1986
PB1246

NBR7172
Telha cerâmica tipo francesa 03/1987
EB21

Telha cerâmica tipo francesa NBR7172 03/1987


EB21

Telha cerâmica tipo francesa - Determinação da carga de NBR6462


03/1987
ruptura à flexão MB54

NBR8038
Telha cerâmica tipo francesa - Forma e dimensões 03/1987
PB1013

Telha cerâmica tipo romana NBR13582 02/1996

Telha de fibrocimento - Determinação da absorção de NBR6470


09/1993
água MB236

Telha de fibrocimento - Determinação da resistência à NBR6468


09/1993
flexão MB234

NBR5642
Telha de fibrocimento - Verificação da impermeabilidade 11/1993
MB1089

Telha de fibrocimento - Verificação da resistência a NBR5643


03/1983
cargas uniformemente distribuídas MB1090

Telha de fibrocimento, tipo canal NBR12825 04/1993

Telha de fibrocimento, tipo pequenas ondas NBR12800 01/1993

NBR5640
Telha estrutural de fibrocimento 03/1995
EB305

NBR7581
Telha ondulada de fibrocimento 02/1993
EB93

Telhas de concreto - Parte 1: Projeto e execução de NBR13858-


04/1997
telhados 1

Telhas de concreto - Parte 2: Requisitos e métodos de NBR13858-


04/1997
ensaio 2

Revestimentos;
Revestimentos são todos os procedimentos utilizados na aplicação de materiais de
proteção e de acabamento sobre superfícies horizontais e verticais de uma edificação ou
obra de engenharia, tais como: alvenarias e estruturas.

Nas edificações, consideraram-se três tipos de revestimentos: revestimento de paredes,


revestimento de pisos e revestimento de tetos ou forro.

Revestimento de paredes

Os revestimentos de paredes têm por finalidade regularizar a superfície, proteger contra


intempéries, aumentar a resistência da parede e proporcionar estética e acabamento. Os
revestimentos de paredes são classificados de acordo com o material utilizado em
revestimentos argamassados e não-argamassados.

1 – Revestimentos argamassados

Os revestimentos argamassados são os procedimentos tradicionais da aplicação de


argamassas sobre as alvenarias e estruturas com o objetivo de regularizar e uniformizar
as superfícies, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamentos dos painéis e quando
se trata de revestimentos externos, atuam como camada de proteção contra a infiltração
de águas de chuvas. O procedimento tradicional e técnico é constituído da execução de
no mínimo de três camadas superpostas, contínuas e uniformes: chapisco, emboço e
reboco.

1.1 – Chapisco

Chapisco é argamassa básica de cimento e areia grossa, na proporção de 1:3 ou 1:4,


bastante fluída, que aplicada sobre as superfícies previamente umedecidas e tem a
propriedade de produzir um véu impermeabilizante, além de criar um substrato de
aderência para a fixação de outro elemento.

1.2 – Emboço

O emboço é a argamassa de regularização que deve determinar a uniformização da


superfície, corrigindo as irregularidades, prumos, alinhamento dos painéis e cujo traço
depende do que vier a ser executado como acabamento. É o elemento que proporciona
uma capa de impermeabilização das alvenarias de tijolos ou blocos e cuja espessura não
deve ser maior que 1,5 cm. O emboço é constituído de uma argamassa grossa de cal e
areia no traço 1:3. Usualmente adiciona-se cimento na argamassa do emboço
constituindo uma argamassa mista, em geral nos traços 1/2:1:5; 1:1:6; 1:2:9 (cimento,
cal e areia).

Pisos e pavimentações;

Ao revestimento de pisos designa-se a denominação de pavimentação. Assim sendo,


pavimentação é definida como sendo uma superfície qualquer, continua ou descontínua
com finalidade de permitir o trânsito pesado ou leve. São diversos os materiais
utilizados como pisos na construção civil, sendo que as qualidades gerais da
pavimentação são:

resistência ao desgaste ao trânsito;

apresentar atrito necessário do trânsito;

quanto a higiene necessária;

fácil conservação;

inalterabilidade (cor, dimensões, etc.);

função decorativa;

econômica.

1 – Classificação quanto ao tipo de material

em concreto: simples, armado ou em peças pré-moldadas intertravadas (tipo paver) ou


articuladas (tipo blokret);

em cerâmica: piso cerâmico não vidrado (lajota colonial) e piso cerâmico vidrado de
resistência variável (decorados e antiderrapantes);

em madeira: soalho (tábua), taco e parquete

em pedra:

Naturais – arenitos, granitos, mármores, mosaico português, etc.

Artificiais – granitina, ladrilho hidráulico e concreto

Vinílicos – Ladrilho vinílico semiflexível, em placas fabricadas como resinas de PVC,


plastificantes e pigmentos corantes;

Piso melamínico de alta pressão (PMAP) – são chapas para revestimentos de substratos
rígidos, compostas de material fibroso, celulósico, empregnado com resinas
termoestáveis, amínicas e fenólicas, prensadas por meio de calor e alta pressão,
constituindo um revestimento de elevado índice de resistência ao desgaste, com
espessura de 2 mm, produzidos em diferente versões, específicas para cada aplicação e
uso (convencional, fogo retardante, reforçado etc.).

2 – Considerações gerais quanto aos cuidados na execução de pavimentações

Para a execução de uma pavimentação, devemos considerar os procedimentos de


preparo da base que pode ocorrer sobre o solo ou em lajes de concreto armado;

Na pavimentação em que a base é o solo, deve-se ter o cuidado com a compactação do


aterro, execução de lastro para drenagem e impermeabilização do contra-piso.

Deve-se ter o cuidado de planejar as declividades das superfícies externas, na execução


dos contra-pisos ou lastro de regularização, de acordo com a orientação de captação
d’água, do projeto hidráulico;

Nas áreas de garagens, não deixar de executar declividades mínimas para o escoamento
natural d’água.

Se possível, a cota do piso interno de uma edificação deve estar sempre elevado em
relação ao piso externo;

Antes da execução do contrapiso, deve ser executado o assentamento das redes de


esgotos sob o piso;

Nos trabalhos de assentamento de piso conjugado, madeira e rochas polidas, deve-se


executar primeiro o assentamento das pedras, para evitar que a água de amassamento
infiltre na madeira, provocando distorção nas peças.

Antes da execução do contrapiso, deve ser executado o assentamento da rede de esgoto


e dutos embutidos sob o piso;

A pavimentação com placas ou réguas de laminado plástico termoestável – laminado


fenólico-melamínico – devem ser executados sobre base de cimento plastificado
(argamassa de cimento 1:3 adicionado de acetato de polivinila – PVC), para um perfeito
nivelamento da superfície aplicado com desempenadeira metálica;

Nos trabalhos de assentamento de piso conjugado, madeira e rochas polidas, deve-se


executar primeiro o assentamento das pedras, para evitar que a água de amassamento
infiltre na madeira, provocando distorção nas peças;

Na execução de pisos e contrapisos em concreto em concreto não se deve esquecer de


dimensionar o número de juntas e suas locações.

3 – Pisos em concreto pré-moldados

Além de pisos de concreto moldados in-loco em painéis de variados tamanhos e tipos de


juntas, é cada vez mais freqüente a execução de pisos diferentes das tradicionais pedras
portuguesas (petit-pavet).
Atualmente, existem muitos fornecedores de pisos para os mais diversos usos, tais
como: pátios, calçadas, passeios, quadras esportivas e playgrounds. A base de tais
revestimentos dependem do material utilizado e podem variar desde arenito apiloado até
um contrapiso de concreto (armado). A seguir é mostrado alguns dos tipos de
revestimentos feitos em concreto:

Tipo “blokret” pa ra ti
Decora tivo

Tipo “Blokret” a rticula do Decora tivo

3.1 – Seqüências dos procedimentos para a execução do contrapiso

Os procedimentos a seguir são indicados para o caso de áreas internas sobre lajes com
contrapiso em painéis de 2,0x2,5 m e espessura mínima de 2,0 cm e espessura máxima
dependendo do desnível necessário ou da correção de nível exigida.

Antes de iniciar o contrapiso é necessário retirar todos os entulhos do ambiente, assim


como óleos, graxas, cola, tinta, material que possa soltar-se (usar ponteiro);

Marcar o nível das mestras de acordo com o projeto (transferir o nível) usando nível de
mangueira, lembrando que nas áreas onde haverá escoamento de água (ralo) prever um
caimento mínimo de 1%;

Dois dias antes da execução do contrapiso colocar os tacos (taliscas) conforme o nível
determinado fixando-os com a mesma argamassa que vai ser usada no contrapiso
(depende do revestimento final que vai ser colocado, conforme tabela a seguir). Molhar
o local onde vai ser colocado o taco e polvilhar com cimento comum para garantir a
perfeita aderência da argamassa com a base;

Traço da argamassa

Tipo de revestimento (cimento : areia média)

Água 10 %

Carpetes, madeira, vinílicos e têxteis 1:4a1:5

Base para manta de impermeabilização 1 : 3 a 1 : 4


Cerâmicas e pedras 1:5a1:6

Os tacos deverão ficar a uma distância máxima de 2 metros e após 2 dias, lavar bem a
superfície (água em abundância) e executar as mestras, adotando-se os mesmos
cuidados de polvilhar cimento, inicialmente nos locais das mestras e depois em toda a
superfície que vai receber o contrapiso, espalhando e misturando com a água para
formar uma nata de aderência;

Espalhar a argamassa entre os tacos numa espessura um pouco acima da altura dos tacos
e compactando-a com um soquete (a argamassa deve estar em ponto de farofa). Em
seguida, usando os tacos como apoio, nivelar a mestras com uma régua de alumínio
(reguar) e retirar os tacos, preenchendo o espaço com a mesma argamassa;

Logo após a execução das mestras lançar argamassa entre elas até um pouco acima das
mestras, espalhando com uma enxada ou rodo (espessura máxima por camada de 5 cm),
compactar da mesma forma que as mestras, preenchendo os espaços que ficarem abaixo
das mestras, sempre compactando;

De forma idêntica ao sarrafeamento feito antes, cortar a argamassa com uma régua de
alumínio, fazendo o acabamento (cimento alisado ou desempenho) de acordo com o tipo
de revestimento que será executado;

Isolar a área por no mínimo 3 dias após o término do serviço e controlar o trânsito de
equipamentos que possam danificar o contrapiso. Liberar para a execução do
revestimento decorridos 28 dias de cura. Aos 14 dias fazer a verificação e aderência
com um ponteiro de aço. Testar, também, o caimento jogando água com balde a fim de
verificar empoçamento e caimento inadequado. Refazer onde for necessário.
1 2 3 4 1 2 3 4

8 7 6 5 8 7 6 5

9 10 11 12 9 10 11 12

La stro de Brita a piloa da Concreta gem dos


Coloca çã o da s sa rra fos 1”x3” pa inéis ímpa res

1 2 3 4 1 2 3 4

8 7 6 5 8 7 6 5

9 10 11 12 9 10 11 12

Retira da dos sa rra fos Concreta gem dos


40 hora s depois pa inéis pa res

Esquema pa ra concreta gem de pisos


de concreto em junta seca

Soquete 8kg

Aplica r soluçã o
betuminosa Régua p/ sa rra fea r

Ma nta de lona preta


Subba se de Brita a piloa da
brita 1 (6 a 7 cm)

3.2 – Pisos de alta resistência em concreto armado

São pisos indicados para áreas de tráfego de veículos pesados, como pátios de
estacionamento de ônibus, carga e descarga de caminhões, postos de combustíveis (não
utilizar asfalto, pois este reage em contato com óleo diesel). A altura (h) deve ser
dimensionada em função do tipo de uso previsto. Na figura a seguir, é mostrado um
perfil de um piso de concreto armado, sendo o esquema de concretagem pode seguir o
sistema em xadrez, como foi mostrado no item anterior.

Tela solda da Junta com ma stique

h/ 2

h/ 2 h/ 3

espa ça dor
Ba rra de
tra nsferência

4 - Pisos de madeira

4.1 – Pisos de tábuas (assoalho)

São pavimentos feitos com madeira frisadas (com encaixe tipo macho e fêmea) com
larguras e comprimentos variáveis fixados sobre vigamento ou contrapiso. Geralmente
os de largura de 5 a 8 cm são pregados com a pregação ficando oculta na mecha
(encaixe). Para larguras maiores pode-se usar cola ou pregação aparente ou ainda,
parafusos. Veja na figura a seguir esquemas de fixação de assoalhos de madeira:
Impermeabilizações;

Definição
Segundo Cunha (1979) a impermeabilização é como uma camada cuja função é
promover a estanqueidade do piso ou parede, impedindo a ascensão capilar da umidade
do solo ou a infiltração de águas superficiais, que pode ser feita por materiais rígidos,
semi-flexivel e flexível, a depender do caso.

Tipos de impermeabilização

Para Schlaepfer e Cunha (Apud Moraes, 2002), quanto à rigidez do sistema de


impermeabilização, orientam que esta deve ser compatível com a rigidez ou
flexibilidade da estrutura na área impermeabilizada. Classificadas as estruturas, tem-se,
a seguir, a classificação dos sistemas:

a) Sistemas rígidos – Aplicáveis em estruturas sujeitas a mínimas variações térmicas,


pequenas vibrações e/ou exposição solar. São normalmente empregados em
reservatórios d’água inferiores, subsolos, piscinas enterradas, galerias enterradas de:
cabos elétricos, de inspeção em barragens e galerias em geral, pequenas estruturas
isostáticas expostas.

b) Sistemas flexíveis – Aplicáveis em estruturas sujeitas a variações térmicas


diferenciadas e/ou grandes vibrações, cargas dinâmicas, recalques e/ou forte exposição
solar. São normalmente empregados em: terraços, pilotis expostos, piscinas suspensas,
lajes, fossos, reatores de usinas nucleares, jardins suspensos, calhas de grandes
dimensões de barragens, galerias de trens metropolitanos, coberturas, casas de comando
e força de usinas hidrelétricas.

Dinis (Apud Moraes, 2002) refere que o material que constitui a impermeabilização
deve possuir rigidez e flexibilidade adequadas às temperaturas de utilização, de forma
que acompanhe os movimentos normais que lhe são impostos, sem perder a
continuidade pelo surgimento de fissuras, ranhuras, rompimentos ou outras falhas. O
mesmo autor trata assim, o sistema de impermeabilização quanto à rigidez e
flexibilidade:

a) Sistemas rígidos: cristalização, concreto impermeável, argamassa impermeável, são


sistemas rígidos e só devem ser adotados em estruturas não sujeitas à fissuração ou
grandes deformações, em áreas com adoção de componentes construtivos, que possam
se movimentar e descolar.

b) Sistemas semi-rígidos: argamassas poliméricas, epóxi, suportam micro-fissuras,


dependendo de sua espessura e reforços, suportando também grandes deformações
estruturais.

c) Sistemas elásticos: possuem capacidade de se alongar em função da resistência


estrutural, podendo absorver fissuração desde que adequadamente especificados,
dependendo da espessura, capacidade de deformação e reforços. Pode-se ter nesta
condição sistemas com alongamento ao redor de 40% até mais de 1000%.
d) Impermeabilizações laminares: são os sistemas cujos materiais possuem boa
resistência ao alongamento, sendo capazes de se deformar e retornar ao estado original
continuamente sem se romper.

e) Impermeabilizações por pintura: são as impermeabilizações executadas “in loco”, ou


seja, na própria obra, formada pela intercalação de várias camadas de asfalto, armadas
ou não, com materiais diversos, tais como os tecidos de feltro asfálticos, tecidos de
vidro entre outros.

Para Schlaepfer e Cunha (Apud Moraes 2002) a escolha da impermeabilização depende


de sua rigidez, da sua situação perante os fluxos d’água, dentre outros fatores, podendo
ser projetados diversos tipos de sistemas de impermeabilização, que atenderão à
contento às solicitações do usuário no que diz respeito ao custo mais adequado. Dizem
os mesmos autores que basicamente os sistemas de impermeabilização dividem-se
submetidos aos seguintes fatores:

1- Pressão d’água e direção do fluxo a ser contido;

2- Rigidez / flexibilidade da estrutura;

3- Aderência do sistema à estrutura;

4- Metodologia de preparação e aplicação;

5- Estruturação do produto impermeabilizante;

6- Quantidade de camadas de impermeabilizante.

Picchi (Apud Moraes, 2002) refere que para que os sistemas impermeabilizantes sejam
perfeitamente identificados, quanto ao seu funcionamento e desempenho estrutural, é
necessário que se identifiquem também todas as solicitações a que os mesmos estarão
submetidos. Segundo o mesmo autor, de forma geral, pode-se reunir as seguintes
solicitações conforme designado a seguir:

a)Alongamento – distensão da impermeabilização diante dos efeitos de tração;

b)cisalhamento – deformações tangenciais causadas por esforços paralelos à


impermeabilização, decorrentes de forças de frenagem de veículos, ventos,
movimentações do substrato devido à abertura de trincas, entre outros;

c)esmagamento – colapso da estabilidade dimensional do sistema impermeabilizante,


provocada por carregamentos aplicados em superfícies discretas, provocando a
deslocabilidade lateral dos materiais constituintes do sistema;

d) puncionamento – cisalhamento ortogonal e perimetral, provocado por carregamentos


aplicados em superfícies pequenas;

e) fendilhamento – fissuramento radial, causado por carregamentos pontuais, aplicados


geralmente em forma de impacto;
f) arrancamento – ruptura das ligações de aderência, por forças ortogonais ao substrato e
de sentido oposto ao de assentamento da impermeabilização;

g)deslizamento – ruptura das ligações de aderência, por forças tangencionais ao


substrato, aplicadas através das movimentações estruturais ou diretamente na própria
impermeabilização, através de agentes externos;

h) empenamento– ondulações e franzimento, decorrentes de deslocamentos diferenciais


de dois panos independentes do substrato, separados por juntas ou trincas generalizadas;

i)abrasão – perda da massa por fricção.

Classificação da impermeabilização

Conforme Bauer (2009), a impermeabilização é a proteção das construções contra a


infiltração da água, coexistindo diversos processos para escolha a depender de cada caso
particular, podendo ser classificados em espessas, impermeabilização por membranas e
por calafetagem. Os sistemas de impermeabilização são divididos em 3 grupos: a
impermeabilização espessa ou rígida é utilizada para infiltrações por pressão, sendo
impermeabilizada com argamassa ou injeções impermeabilizantes.

Já no sistema por membranas, impermeabiliza-se com moléculas com películas


relativamente finas de algum material impermeável em estado elástico. São mais
adequados para infiltrações por capilaridade ou por percolação. O sistema de
calafetagem é a vedação de furos e frestas, tais como as juntas de dilatação, que pode
ser utilizada por massas betuminosas, poliméricas, chapas metálicas e chapas pré-
fabricadas de borracha.

Condição inicial para aplicação da impermeabilização

Segundo a norma da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)


NBR9574/1986, p.2, se afirma que para início do serviço são necessários um memorial
descritivo e justificativo, desenho e detalhes específicos, especificação dos materiais a
serem empregados e dos serviços realizados, planilha de quantitativos de serviços a
serem realizados, indicação da forma de medição dos serviços a serem realizados e as
áreas já impermeabilizadas deve ser mantidas e operadas de acordo com o projeto e
eventuais modificações devem ser aprovadas pela projetista e executante sob pena de
cessar a responsabilidade.

Conseqüências da má execução do concreto gerando fissuras

1-Má vibração
2-Desgaste do concreto

3-Efeito de Abrasão

4-Junta de dilatação

5- Tensões verticais

6-Retração hidráulica

Dentre os fatores que podem influenciar nas fissuras do concreto analisados por Alves
(1982), ele aborda em seus estudos que o problema destas fissuras no concreto pode
estar relacionado com a má vibração deste, gerador de inúmeros vazios e aumentos na
porosidade do concreto com agregados inadequados ou mesmo traços errados do
mesmo, com a falta ou a cura tardia do concreto criando um problema gravíssimo de
retração, devido ao composto cimento que possui um alto desprendimento de calor,
elevando a temperatura, para uma posterior evaporação da água da estrutura, que
rapidamente deixa vazios que provocam fissuras na mesma, além das especificações
inadequadas das impermeabilizações e juntas de dilatações que são pontos críticos em
obras, visto que a movimentação dessas lajes está relacionada com a variação térmica,
sendo necessária uma impermeabilização e uma junta flexível.

Diante dessas conseqüências, Verçoza (2010) aponta que a passagem de água nas lajes
traz diversas patologias nas edificações:

a)Goteiras – é gotejamento direto de água advinda de chuvas, vazamentos ou


infiltrações em marquises, floreiras, terraços, etc.;

b)Manchas – é a saturação de água nos materiais sujeitos a umidade tendo como


conseqüência o aparecimento de manchas características e posterior deterioração;

c)Mofo – é o desenvolvimento de fungos que irão causar deterioração dos materiais


(apodrecimento de madeiras e desagregação de revestimentos e alvenaria);

d)Oxidação – é a reação química que ocorre nos metais sujeitos a umidade. No aço,
chama-se ferrugem e causam o aumento considerável de volume das barras
desagregando o recobrimento, expondo as armaduras a mais ataques externos;

e)Eflorescência – é formação de sais solúveis, que se depositam nas superfícies dos


materiais, carregados do seu interior pela umidade que os atravessa, formando manchas
brancas ou em outras situações aumentando de volume, na forma de estalactites. Estes
sais estão presentes nos tijolos, no cimento, na areia, no concreto, na argamassa, etc.;

f)Criptoflorescência – também são formações salinas de mesma causa e mecanismo que


as eflorescências, mas que formam grandes cristais que 18 se fixam no interior da
própria parede ou estrutura, vindo aumentar muito de volume e causando a
desagregação dos materiais;
g)Gelividade – é o fenômeno causado pelo congelamento da umidade existente nos
poros dos materiais, na presença de temperaturas entre 0º a 6º C, aumentando de volume
e desagregando continuadamente a face do material.

h)Condensação – em certas condições de temperaturas e umidade pode ocorrer


condensação, ou seja, o agrupamento de moléculas de água no resfriamento das
mesmas; deterioração – efeitos da ação constante da água (umidade) sobre os materiais
e estruturas, reduzindo a duração dos mesmos;

i)Deterioração é o efeito da ação constante da água (umidade) sobre os materiais e


estruturas, reduzindo a duração dos mesmos.

Esquadrias;

Os serralheiros compram os perfis para uso quase que imediato. Basicamente existem
dois tipos de serralheiros (indústria de caixilhos): os que trabalham de maneira
padronizada e vendem seus produtos através das lojas de materiais para construção e os
que trabalham sob medida, não padronizados.

As esquadrias e caixilhos, compostas com vidros ou outros materiais transparentes ou


translúcidos, são considerados elementos de fechamento de vãos em edificações e fazem
parte dos acabamentos, ou seja, são executados nas etapas finais de uma obra.

Sendo assim é comum, nessa fase da obra, a percepção de defeitos das etapas anteriores
pela falta de prumo, nivelamento e alinhamento, fatores estes que a colocação das
esquadrias apontarão, exigindo muitas vezes a execução emergencial de retrabalhos na
obra antes da instalação de portas e janelas.

Da mesma forma, a qualidade dos serviços e dos materiais empregados serão


imediatamente colocadas à prova na ocupação da edificação, pois o mau funcionamento
na abertura ou fechamento desses elementos é facilmente detectável pelos usuários,
assim como na seqüência, com o uso freqüente, na sua durabilidade e desempenho
contra intempéries, ruídos e ações externas.

Em termos práticos, o termo esquadria é usado para a designação genérica de todos os


sistemas de vedação de vãos com portas, janelas, persianas e venezianas, executados em
madeira ou plástico; e o termo caixilho é usado para identificar toda a vedação de vãos
por meio de portas e janelas executados em metal, seja de ferro ou alumínio.

De acordo com o projeto, as esquadrias e caixilhos de portas e janelas devem atender as


especificações e detalhes estabelecidos em normas técnicas, as exigências do usuário,
adequadas à composição arquitetônica quanto a sua utilização, dimensão, forma,
textura, cor e desempenho. Considerando o desempenho, os sistemas devem observar
as condições principais de:

estanqueidade ao ar: características dos sistemas que devem proteger os ambientes


interiores da edificação das infiltrações de ar que possam causar prejuízo ao conforto do
usuário e/ ou gastos adicionais de energia a climatização do ambiente, tanto no calor
como no frio;

estanqueidade à água: característica dos sistemas em proteger o ambiente interior da


edificação das infiltrações de água provenientes de chuvas, acompanhadas ou não de
ventos;

resistência a cargas uniformemente distribuídas: característica dos sistemas em suportar


pressões de vento estabelecidas nas normas técnicas e que têm de ser compatibilizadas
pelo projetista, segundo o seu local de uso;

resistência à operação de manuseio: característica do sistema em suportar os esforços


provenientes de operações e manuseio prescrita nas normas;

comportamento acústico: característica das janelas em atenuar, quando fechadas, os


sons provenientes de ambientes externos, compatibilizado com as condições de uso e as
normas técnicas.

Esquadrias de alumínio

O setor de fabricação, de fornecimento e de projetos de esquadrias de alumínio tem


adquirido avanços tecnológicos notáveis nos últimos anos, fazendo com que ocorra o
melhor aproveitamento do material, devido, principalmente ao seu alto custo.

Atualmente já é possível encomendar junto ao fornecedor a racionalização do projeto


com o uso de programas de computador que otimizam o consumo de material,
aumentando a padronização, reduzindo perdas e diminuindo o custo da mão-de-obra de
instalação.
1 - Serviços preliminares à colocação dos contramarcos de alumínio

Os serviços de preparação para a colocação de esquadrias de alumínio dependem muito


do tipo de caixilho a ser utilizado e seu acabamento em relação aos peitoris externos e
internos. Os procedimentos a seguir são indicados para projetos padrões de edificações
de alvenaria comum, revestimentos internos com argamassas, pastilhas nas fachadas etc:

alvenaria deve estar concluída e chapiscada com vãos das aberturas com folgas de 3 a 7
cm de cada lado, em cima e em baixo, dependendo da orientação do fornecedor;

no caso de edifícios altos, preferivelmente, a estrutura deverá estar concluída para que
seja possível aprumar os contramarcos a partir de fio de prumo externo;

dependendo do tipo de caixilho, as taliscas das paredes internas também devem estar
indicando o plano final do acabamento;

internamente deve haver uma referência de nível do peitoril em relação ao piso acabado
padrão para todas as janelas do mesmo pavimento ou de conformidade com o projeto.

2 - Assentamento de contramarcos de alumínio

dependendo das dimensões do vão, utilizar sarrafos de madeira de 1”x2” em cruz ou


verticais para dar suporte ao ajuste pela face externa do contramarco e cunhas de
madeira;

os contramarcos deverão ser amarrados precariamente nos sarrafos com arames


recozidos para permitir os ajustes de prumo, alinhamento e nível;
preferencialmente os chumbadores de aço devem ocupar a folga entre o contramarco e o
vão, sem que haja necessidade de fazer rasgos na parede;

sarrafo
contramarco 1”x2”
perfil cadeirinha
arame
chumbador

cunhas
3 a 7 cm

face interna face externa

os chumbadores devem ficar a 20 cm dos cantos e em número suficiente para que não
fiquem a mais de 80 cm uns dos outros;

fazer os ajustes de nível, alinhamento, prumo e esquadro usando cunhas, réguas e


demais ferramentas;

o alinhamento deve compatibilizar a face externa com a face interna da parede e se


ocorrer diferenças adotar, preferencialmente, a face externa como referência;

após conferir todas as referências, dar o aperto no arame de amarração nos sarrafos;
contramarco
tipo cadeirinha
contramarco

argamassa 1:3

fio de prumo chumbador


aço
faceando a
parede interna

sarrafo 1”x2”
cunhas

centro da parede centro com arremate


com arremate alto interno baixo
externo e interno

encaixar os chumbadores (grapas metálicas) no contramarco em número suficiente (ver


norma e indicação do fornecedor);

conferir novamente esquadro, nível, prumo e alinhamento;

fazer o chumbamento definitivo com argamassa de cimento e areia média, no traço 1:3,
apenas nos pontos de ancoragem;

aguardar 24 horas e completar o preenchimento com argamassa e dar o acabamento


(requadro);

no caso de contramarcos de portas é recomendável a colocação de uma proteção na


soleira para evitar que o trânsito de carrinhos e pessoas danifique a peça de alumínio;

após 24 horas pode-se retirar os sarrafos.


3 - Instalação dos caixilhos

Em geral a instalação dos caixilhos de alumínio é feita por pessoal especializado que
pode ser da própria fornecedora dos caixilhos ou por empreiteiro indicado pela mesma.
De qualquer forma, é importante que o engenheiro tome alguns cuidados nesta fase da
obra para assegurar o perfeito funcionamento das janelas e portas de alumínio. Quase
sempre as etapas que antecedem a instalação dos caixilhos são o revestimento interno e
externo.

os caixilhos devem vir embalados em plástico e identificados (tipo, andar, etc.),


preferencialmente em época próxima de sua instalação para evitar que fique por muito
tempo exposto às condições da obra;

a armazenagem na obra deve ser feita em local seguro, afastado da circulação de


pessoas e equipamentos, seco, coberto, livre de poeiras. As peças devem ser colocadas
sobre calços, na vertical, encostadas umas nas outras e separadas por cunhas de madeira,
papelão ou pedaços de carpetes;

cunhas de separação
papelão ou carpetes

caixilhos
parede

cunhas de apoio

ripa 1”x2”
piso

local plano seco, livre de


poeiras e coberto

após a colocação das esquadrias de alumínio e se ainda existir algum serviço a ser
executado, é recomendável proteger os caixilhos com vaselina ou plásticos adesivos;

a limpeza pode ser feita com água e detergente neutro com até 10% de álcool (jamais
utilizar esponjas de aço ou de outra fibra que possa riscar a superfície de alumínio);

as superfícies de alumínio não podem ser expostas ao contato com cimento, argamassas
ou mesmo resíduo aquoso desses materiais ou com ácido clorídrico (muriático), pois
haverá uma reação química na superfície com a formação de manchas definitivas.
Ferragens;

São considerados ferragens todos os acessórios, componentes e peças metálicas para a


sustentação, fixação e movimentação das esquadrias de qualquer tipo.

A qualidade da ferragem vai determinar o bom funcionamento do conjunto, garantir a


durabilidade e a estética de portas, janelas, portões e gradis.

No quadro a seguir é mostrada a classificação geral das ferragens e nas figuras são
mostrados exemplos de alguns dos tipos de ferragens mais utilizados nas obras
correntes.

Pivô
Gonzos
Comum

Charneiras
Convencionais

Dobradiças Palmelas

Axiais

Sobrepor
Fechaduras
Embutir

Ferrolhos
Fechos
Tarjetas

Tranquetas

Cremonas

Visores
Acessórios
Amortecedores
Fixadores

Molas

Alavancas

Puxadores

Rodízios e guias

1 - Dobradiças

São peças fabricadas em ferro (oxidadas, zincadas, niqueladas ou escovadas), em bronze


ou latão (liga e cobre com níquel) que sustentam e permitem a movimentação das
esquadrias. São constituídas de duas chapas, chamadas de asas, interligadas por um eixo
vertical chamado de pino, podendo ainda ter outros elementos conforme o uso. A seguir
são apresentados os diversos tipos mais comuns de dobradiças usadas na construção
civil:

simples sem rodízio simples com rodízio palmela ou palmelão

corta-fogo invisível ou liceu

vai e vem

com chumbador piano

2 - Fechaduras

São os mecanismos instalados nas portas, portões e janelas para travar a sua abertura,
garantir a segurança e permitir o funcionamento da porta ou janela de acordo com a
finalidade. Em geral pode-se classificar as fechaduras em:
de embutir com cilindro - o mecanismo da abertura e fechamento da lingüeta
comandada pela chave é removível, sendo mais utilizadas em folhas de portas que dão
comunicação com a parte externa das edificações;

de embutir tipo gorges - é o tipo mais antigo de fechadura, em que o mecanismo que
aciona a lingüeta da chave é parte integrante do corpo da fechadura;

de embutir tipo de correr - é a fechadura utilizada em folhas de porta de correr, onde a


lingüeta da chave tem forma de gancho (bico de papagaio);

de sobrepor - fechadura instalada na face interna da folha;

de acionamento elétrico – as mais comuns são as que por acionamento elétrico liberam a
lingüeta pelo deslocamento da chapa da contratesta. existem, no entanto, no mercado da
construção civil, inúmeros tipos de fechaduras com acionamento elétrico, como
porteiros eletrônicos, chaves de tempo, com cartões magnéticos controladas por central
informatizada etc.

de embutir com cilindro de embutir para portas de correr

de sobrepor interna para porta de enrolar

personal quádrupla externa interna

3 - Componentes e acessórios para portas e janelas


contratesta - é uma lâmina metálica com aberturas para o encaixe das lingüetas do trinco
e da chave, havendo um ressalto junto à abertura do trinco para proteger a madeira do
batente contra a ação do mesmo, que tende a esfregar (bater) na madeira quando a
lingüeta se recolhe e depois penetra no furo correspondente para travar a folha, junto ao
rebaixo (jabre) do batente, evitando assim desgastar o local;

espelho – é a chapa metálica, com diversos acabamentos, cuja peça única tem dois
orifícios para introdução da chave e do eixo do trinco de fechaduras embutidas, com a
finalidade de dar arremate nas laterais da folha da porta onde foram feitos os buracos;

rosetas - são peças metálicas menores, com diversos acabamentos e geralmente


circulares, que tem a mesma finalidade de arrematar os orifícios de chave e eixo de
trinco de fechaduras, de forma individual, ou seja, como alternativa de acabamento;
maçanetas - são as peças de uma fechadura que tem a finalidade de abrir, fechar e
movimentar a folha de porta, geralmente apresentadas em dois modelos: de bola e de
alavanca. Há vantagens e desvantagens na aplicação de cada modelo, sendo que o
modelo bola diminui a fadiga na mola do trinco, mas apresenta desconforto no
manuseio e em alguns casos quando fica instalado perto do batente, ao rodar a maçaneta
o usuário esfrega as juntas dos dedos no batente. Com o modelo tipo alavanca, esse
problema não existirá, mas a fadiga da mola provocará o desnivelamento da peça com a
horizontal, causando um aspecto estético desagradável com o tempo;

puxadores - são peças com a única finalidade de movimentar a folha e não possuem
mecanismo de trava, apresentadas em dois modelos: do tipo alça e do tipo concha.
Existem, ainda, puxadores do tipo trinco de maçaneta usada em caixilhos de correr;

ferrolho - peça utilizada para prender a folha na soleira ou peitoril, quando houver duas
folhas. Entre os modelos, existe um denominado fecho (ferro pedrez) que é instalado na
face de espessura da folha (encabeçamento), possuindo uma mola que traz sempre a
peça travada;

tarjetas - são peças semelhantes aos ferrolhos, utilizadas para portinholas e portas de
box sanitários, podendo ser executadas em peças mais robustas, com porta cadeado,
para portas e portões externos;

Cremona - é o mecanismo que substitui nas janelas e portas, a fechadura. É um sistema


de cremalheira que movimenta duas varetas de ferro, que faz a vez do ferrolho, podendo
ser simples ou com mecanismo de chave que trava o movimento de rotação da
Cremona;

carrancas - são peças fixadas na alvenaria externa para prender as folhas de venezianas
quando abertas, para que o vento não as faça bater;

fixadores e prendedores - são peças variadas, fixadas no rodapé, no soalho e na folha


das esquadrias ou caixilhos, com o objetivo de fixar a folha para que ela, sobre ação do
vento, não venha bater;

rodízios – são acessórios utilizados para instalação de folhas de correr, que fazem parte
de um sistema composto de trilho, rodízios, guia, pivô e concha.
fecho para portas e ferrolho de sobrepor
para portas e janelas tranca de sobrepor
janelas de correr

dobradiça com gonzos de embutir para


fecho pega ladrão portas e janelas
mola

puxador
alavanca amortecedores puxador
janela de
para vitrô para portas tipo concha
correr

borboleta para puxador porta


mola hidráulica levantadores
guilhotinas de correr
Pinturas;

A pintura na construção civil é uma camada de acabamento na forma de uma película


aderente, estratificada e de espessura total £1,0 mm.

Os múltiplos estratos resultam da aplicação de sucessivas demãos de tintas de fundo


(primers), massas de nivelamento e tintas de acabamento.

A pintura na construção civil é aplicada sobre os mais diversos substratos: peças de


concreto, revestimento de argamassas, alvenarias aparentes, componentes metálicos e de
madeira (esquadrias, gradis, vigamentos, etc.), telhas, pisos cimentícios e de madeira,
etc.
Um sistema de pintura é um conjunto de tintas de fundo (p.ex.: seladores,primers
anticorrosivos, fundos preparadores de superfície), massas de nivelamento(p.ex.: massa
corrida, massa à óleo, massa para madeira) e tintas (e vernizes) de acabamento,
formulados a partir de uma mesma resina.

À primeira vista, uma parede interna ou uma fachada bem acabada aparenta formar a
base ideal para receber uma pintura, entretanto, a pintura sobre superfícies de reboco ou
de concreto não é assim tão simples como parece, constituindo-se num problema onde
os riscos e as dificuldades surgem em grande número. Os materiais de construção
empregados na preparação e no acabamento das paredes são quimicamente agressivos,
podendo, conseqüentemente, atacar e destruir as tintas aplicadas sobre elas.

Os materiais de alvenaria podem conter considerável quantidade de água, apresentar


porosidade excessiva ou irregularmente distribuída, bem como sais minerais ou cal
incorretamente carbonatada, estando sujeitos à degradação progressiva que terminará
por reduzir ou destruir a firmeza destas paredes, e com elas o sistema de pintura
empregado.
A alcalinidade das paredes pode provocar a saponificação das tintas formando manchas,
com posterior amolecimento ou descascamento do filme.
A presença de água pode promover o aparecimento de bolhas e impedir a aderência das
películas, além de favorecer a formação de mofo.
A porosidade irregular pode causar variações no brilho, na cor ou prejudicar a aderência
da tinta.
A presença de sais minerais pode causar a formação de depósitos cristalinos,
descascamento, empolamento, etc.

O resultado final de um sistema de pintura é o produto direto do adequado preparo da


superfície:
• a superfície deverá estar firme, limpa, seca, isenta de poeira, gordura, sabão, mofo,
etc.;
• todas as partes soltas ou mal aderidas devem ser eliminadas através de raspagem ou
escavação da superfície;
• imperfeições profundas das paredes devem ser corrigidas com massa acrílica em
superfícies externas ou internas ou com massa PVA em superfícies internas;
• manchas de gordura ou graxa devem ser eliminadas com água e detergentes;
• paredes mofadas devem ser raspadas e a seguir lavadas com uma solução de água e
água sanitária (1:1) e a seguir lavadas e enxaguadas com água potável;
• no caso de repintura sobre superfícies brilhantes, o brilho deve ser eliminado com uma
lixa fina.

Além desses cuidados, outras considerações devem ser levadas em conta em relação à
superfície que será pintada:
Concreto e reboco - aguardar pelo menos 30 dias para cura total. Sobre rebocos fracos,
deve-se aplicar o fundo preparador de paredes para aumentar a coesão das partículas da
superfície, evitando problemas de má aderência e descascamento. Quando essas
superfícies tiverem absorções diferenciadas, deverá ser aplicado um selador acrílico
pigmentado para uniformizar a absorção. O concreto deve estar seco, limpo, isento de
pó, sujeira, óleo e agentes desmoldantes.

Cimento amianto - é uma superfície altamente alcalina, sendo indicada a aplicação de


um fundo resistente à alcalinidade para selar a superfície. Este procedimento não é
necessário se for utilizado látex acrílico, que tem excelente resistência à alcalinidade.
Pisos - só podem ser pintados os tipos porosos, pois pisos vitrificados (concreto liso,
ladrilhos, etc.) não proporcionam boa aderência. O piso deverá estar limpo e seco,
isento de impregnações (óleo, graxa, cera, etc.). Pisos de concreto liso (cimento
queimado) devem ser submetidos a um tratamento prévio com solução de ácido
muriático e água (1:1), que terá a finalidade de abrir porosidade na superfície. Após esse
tratamento, o piso deve ser enxaguado, seco e então pintado. O tratamente com ácido
muriático é ineficaz sobre pisos de ladrilhos vitrificados.

Madeira - deve ser limpa, aparelhada, seca e isenta de óleos, graxas, sujeiras ou outros
contaminantes. Madeiras resinosas ou áreas que contém nós devem ser seladas com
verniz. Um procedimento aconselhável é selar a parte traseira e os cantos da madeira
antes de instalá-la, para evitar a penetração de umidade por esse lado. Uma cuidadosa
vedação de furos, frestas, junções é necessária para prevenir infiltrações de água de
chuva.

Ferro e aço - materiais muito vulneráveis à corrosão. Devem ser removidos todos os
contaminantes que possam interferir na aderência máxima do revestimento, inclusive a
ferrugem; o processo de preparo depende do tipo e concentração dos contaminantes e as
exigências específicas de cada tipo de tinta. Alguns tipos de tinta têm uma boa
aderência somente quando a superfície é preparada com jateamento abrasivo, que
produz um perfil rugoso adequado para a perfeita ancoragem do revestimento.

Alumínio - é um metal facilmente atacado por ácidos ou álcalis, e sua preparação deve
constar de uma limpeza com solventes para eliminar óleo, gordura, graxas, ou outros
contaminantes. Aplicar inicialmente um primer de ancoragem para garantir uma perfeita
aderência do sistema de pintura.

Ferro galvanizado - é um metal ferroso com uma camada de zinco, usado para dar
proteção à corrosão por mecanismos físicos e químicos, portanto, não é o ferro que será
pintado, mas sim zinco, que é um metal alcalino. As superfícies galvanizadas devem ser
limpas, secas e livres de contaminantes. Um primer específico para este tipo de
superfície, também denominado primer de aderência, deve ser aplicado inicialmente.

Superfícies emassadas - são, em sua maioria, muito absorventes e sujeitas à


contaminação pela poeira residual, proveniente da operação de lixamento. Para garantir
boa aderência do acabamento a ser aplicado, é fundamental, após o lixamento, a
máxima remoção do pó residual produzido. Em seguida, deve ser aplicado um selador
tipo incolor, que penetrará e selará a massa. A própria tinta de acabamento poderá ser
utilizada diretamente sobre a superfície emassada, desde que a 1ª demão, servindo de
seladora, seja aplicada com maior diluição. Acabamentos à base de água devem ser
diluídos, como regra, de 50 a 100% por volume. Acabamentos à óleo ou sintéticos
devem ser diluídos na condição máxima recomendada, conforme o método de aplicação
e solvente.

Superfícies mofadas - devem ser cuidadosamente limpam, com a total destruição destas
colônias. Para tanto, deve-se escovar a superfície, e, a seguir, lavá-la com uma solução
de água potável e água sanitária (1:1), deixando agir por cerca de 30 minutos, após o
que a superfície deve ser novamente lavada com água potável, aguardando a completa
secagem antes de iniciar a pintura.

Superfícies caiadas - não oferecem boa base para pintura, tornando-se necessário uma
raspagem completa seguida de aplicação do fundo preparador de paredes.
Superfícies já pintadas - quando a superfície estiver em boas condições, será suficiente
limpá-la bem, após um lixamento, e a seguir aplicar as tintas de acabamento escolhidas.
Quando em má condições, a tinta antiga deve ser completamente removida e a seguir
deve-se proceder como se fosse superfície nova.

Máquinas, Equipamentos e ferramentas.

1. Máquinas de produção de betão e preparação de material

- Betoneira

- Dispositivos de pesagem e medição para inertes e aglomerantes

- Pás de arrasto e equipamento para alimentação das betoneiras

- Silos para inertes e aglomerantes

- Britadeiras e moínhos

- Crivos e equipamento de classificação de inertes

- Máquinas para lavagens de areia e de brita


- Vibradores (aplicados ao betão e à cofragem)

2. Máquinas de transporte e elevação

- Gruas

- Pórticos e pontes-rolantes

- Elevadores e montacargas

- Correias transportadoras e transportadores helicoidais

- Bombas de betão, bombas de cimento, equipamento para injeção de cimento

- Outras máquinas de elevação

- Carros transportadores elétricos e diesel, empilhadores

- Locomotivas e vagonetas sobre carris

- Camiões, viaturas basculantes, reboques, máquinas de tração

3. Escavadoras, escavadoras-transportadoras e máquinas de compactação

- Escavadoras

- “Exit-Lines”, “scrapers” e “traxcavattors”

- Escavadoras-transportadoras (“moto-scrapers”)

- Bate-estacas (pilão)

- Máquinas de apiloamento e vibradores

- Cilindros de compactação

4. Máquinas para construção de poços, sondagens e bombagem de água

- Sarilhos mecânicos para perfuração, guindastes de perfuração e acessórios

- Máquinas para construção de poços sonda, tubos de perfuração e acessórios,

prensas para tubos

- Brocas, tirantes para brocas e acessórios

- Estruturas de perfuração e acessórios


- Máquinas completas de perfuração do solo

- Bombas centrífugas

- Bombas de pistão, de membrana e de vácuo

- Condutas, canalizações e reservatórios de água

5. Máquinas para construção de estradas e de caminhos de ferro

- Máquinas para a produção de misturas betuminosas

- Máquinas para a construção de pavimentos betuminosos

- Máquinas para a construção de pavimento por aspersão betuminosa

- Máquinas para a construção de pavimentos de betão

- Outras máquinas para a construção de estradas

- Máquinas para a construção de caminhos de ferro

6. Máquinas de ar comprimido e de construção de túneis

- Compressores

- Reservatórios de ar comprimido

- Ferramentas de ar comprimido, martelos perfuradores

- Máquinas para a construção de túneis

7. Máquinas para produção de energia e sua distribuição

- Geradores de vapor e máquinas a vapor

- Geradores a diesel e a gasolina

- Unidades de distribuição de corrente

- Motores eléctricos

- Equipamento de comando de motores eléctricos

- Transformadores, rectificadores, condensadores

8. Máquinas de dragagem e veículos aquáticos


- Dragas e instalações flutuantes de transporte

- Aspiradores e condutas de escoamento

- Instalações flutuantes de descarga

- Rebocadores, barcos a remos, propulsão auxiliar para barcos (a remos)

- Barcaças

- Batelões de carga, pontões

9. Outras máquinas, equipamentos de estaleiros de obra

- Máquinas para o trabalho de metais

- Máquinas para o trabalho de madeiras

- Carros de passageiros, motociclos, camiões

- Barracas, barracões, carros-alojamento, equipamentos de escritório

- Máquinas de medição e de laboratório

- Andaimes tubulares, estruturas metálicas, estacas-pranchas

- Cofragens, suportes de cofragens e apoios

- Máquinas diversas
Ferramentas.

- SERROTE: Ferramenta manual composta de uma lâmina de aço dentado em um cabo


para empunhá-la, usada em madeira para trabalhos leves e em acabamentos.
- MARRETA: Grande martelo para serviços pesados, encontrada em vários tamanhos
de acordo com o tipo de serviço em que será usada.

- MARTELLO: Ferramenta de aço duro temperado, normalmente com cabo em


madeira, destinado basicamente a cravar pregos em madeira. Existem vários tipos de
martelos; o simples ou de pedreiro, usado para pregar ou fazer buracos e cortes em
alvenaria; o picador, especifico para cortes em alvenaria; o de orelhas ou unhas, usado
para colocar e retirar pregos.

- NIVEL DE BOLHA: feito em madeira ou perfil metálico, com um tubo de vidro


engastado na direção de sua maior dimensão, contendo éter (ou outro líquido de pouca
viscosidade) colorido. No líquido há uma bolha pequena de ar. Serve para determinar o
nível de pequenos vão horizontais. Existem níveis com dois tubos de vidro
perpendiculares para medição do nível de pequenos vãos verticais. O nível de bolha é
usado para assentamento de formas, esquadrias, pisos e outros.

- TRENA: fita de aço ou lona especiais, de grande comprimento (ex.: 50 m) com escala
gravada. Usada para medições em locação de obra, pequenos serviços topográficos, etc.

- METRO DE PEDREIRO: Pequenas réguas articuladas que se abre para formar uma
régua de certa rigidez, normalmente com 2 metros de comprimento. Usada pelos
operários da obra para medições pequenas em geral.

- LINHA DE NYLON PARA PEDREIRO: Fio de algodão ou fibra sintética, usado para
orientar e conferir alinhamento de serviços como, por exemplo, revestimentos.

- MANGUEIRA CRISTAL: Conhecida também como mangueira de nível. Tubo


plástico transparente e flexível, cheio de água. Usada para serviços de nivelamento de
pisos, revestimentos e outros.

- ESQUADRO: Instrumento constituído por duas réguas perpendiculares de madeira ou


aço. Utilizado para conferir ou obter ângulos retos em pequenas dimensões.

- BALDE PARA CONCRETO: Possui uma alça em sua parte inferior para facilitar o
lançamento do concreto na forma. Usado também para transportar agregados, cimentos,
argamassas e líquidos
Tecnologia do Concreto;
O concreto é uma rocha artificial formada por uma mistura de agregados graúdos,
miúdo e material ligante, podendo ter ainda aditivos químicos e minerais. Os agregados
são normalmente classificados por origem, tamanho, forma e textura.

O material aglomerante normalmente usado no concreto estrutural é o Cimento Portland


misturado com água potável. Esta mistura inicia uma reação química cujo resultado é a
formação do "Gel", principal agente ligante.

O concreto, devido às suas inúmeras vantagens, tem sido o material mais usado na
construção de prédios residenciais, comerciais, industriais e públicos, pontes, viadutos,
barragens, túneis, silos, reservatórios, etc.

Entre as vantagens deste material de construção podem ser citadas:

Baixo custo relativo;

Disponibilidade dos seus materiais componentes em quase todos os lugares;

Versatilidade, adaptabilidade, durabilidade e possibilidade de incorporar com vantagens


rejeitos industriais poluentes.

As propriedades do concreto e sua importância para os engenheiros se dividem em duas


fases da sua vida: fase de mistura, lançamento, compactação e acabamento e a fase do
concreto em endurecimento, endurecido e em serviço. Trabalhabilidade, plasticidade,
retração autógena, tempo de pega inicial e tempo de pega final são alguns exemplos das
propriedades do concreto na primeira fase. Resistência do concreto à compressão e à
tração, resistência ao desgaste superficial, resistência ao impacto, módulo de
elasticidade, porosidade, fluência e retração são outros alguns exemplos de propriedades
do concreto na segunda fase.

Para ter-se um concreto na estrutura com as características desejadas, durável e de boa


aparência a armadura, é necessário que o traço do concreto seja bem elaborado, que suas
propriedades sejam investigadas no laboratório e no campo e que todos os cuidados de
seleção dos materiais, preparação, lançamento do concreto e cura sejam tomados.

A recente utilização de novos aditivos minerais e químicos está possibilitando a


produção de concretos trabalháveis com propriedades mecânicas mais elevadas
(concreto de alta resistência CAR).

Estes concretos apresentam boa durabilidade (concreto de alto desempenho CAD) e


comportamento sob carregamento diferenciado dos concretos comuns. Com estes
concretos surgiram também novas pesquisas, novos procedimentos e limites para
dimensionamento além de novos conceitos estruturais: edifícios com pilares tendo
diferentes resistências ao longo da altura, edifícios com pisos de concreto leve e pilares
e paredes de concreto de massa específica normal e alta resistência, pontes com vãos de
concretos de diferentes resistências e massas específicas, pontes flutuantes, etc.
Os concretos de alta resistência (CAR) e de alto desempenho (CAD) apresentam
inúmeras vantagens quando comparados com o concreto convencional. No próximo
futuro, a tendência é a de se usar cada vez mais estes tipos de concreto, visando
possibilitar o projeto de estruturas esbeltas, econômicas e duráveis

Estes concretos, ainda pouco usados no Brasil, nos últimos dez anos tem tido suas
utilizações bastante ampliada em outros países, particularmente em edifícios altos,
pontes, pavimentos, elementos pré-fabricados, estruturas "offshore", túneis, estacas,
silos, reatores nucleares, estruturas em geral expostas a ambientes agressivos e
recuperação de estruturas. Os concretos de alta resistência e de alto desempenho são
considerados os "concretos do futuro" e vários países estão investindo nele.

Principais constituintes do concreto

1. Cimento

As matérias primas do cimento são calcário, argila, gesso e outros materiais


denominados adições. A sua fabricação exige grandes e complexas instalações
industriais, como um possante forno giratório que chega a atingir temperaturas
próximas a 1500ºC.

No mercado existem diverso tipos de cimento. A diferença entre eles está na


composição, mas todos atendem às exigências das Normas Técnicas Brasileiras. Cada
tipo tem o nome e a sigla correspondente estampada na embalagem, para facilitar a
identificação. Os tipos de cimento adequados aos usos gerais no meio rural são os
seguintes:

NOME SIGLA
(estampada na embalagem)

CIMENTO PORTLAND comum com adição CP I-S-32


CIMENTO PORTLAND composto com escória CP II-E-32
CIMENTO PORTLAND composto com pozolana CP II-Z-32
CIMENTO PORTLAND composto com filer CP II-F-32
CIMENTO PORTLAND de alto forno CP III-32
CIMENTO PORTLAND pozolânico CP IV-32

Existem ainda outros tipos de cimento para usos específicos.

Em sua embalagem original - sacos de 50 kg - o cimento pode ser armazenado por cerca
de 3 meses, desde que o local seja fechado coberto e seco. Além disso, o cimento deve
ser estocado sobre estrados de madeira, em pilhas de 10 sacos, no máximo.
2. Pedra

A pedra utilizada no concreto pode ser de dois tipos:

- seixo rolado de rios, cascalho ou pedregulho;

- pedra britada ou brita.

Os seixos rolados são encontrados na natureza. A pedra britada é obtida pela britagem
mecânica de determinadas rochas duras.

Independentemente da origem, o tamanho das pedras varia muito e tem influência na


qualidade do concreto. Por isso, as pedras são classificadas por tamanhos medidos em
peneiras (pela abertura da malha). As Normas Técnicas brasileiras estabelecem 6
tamanhos:

Tamanho das Pedras

Pedra zero (ou pedrisco) 4,8 mm a 9,5 mm


Pedra 1 9,5 mm a 19 mm
Pedra 2 19 mm a 25 mm
Pedra 3 25 mm a 38 mm
Pedra 4 38 mm a 76 mm
Pedra-de-mão

O concreto das benfeitorias rurais pode ser feito com pedras 1 ou 2, as mais encontradas
no comércio de materiais de construção.

Se forem utilizados seixos rolados, cascalho ou pedregulho, das propriedades, convém


classificar esse material antes de seu uso. A forma mais simples, porém menos precisa,
de fazer isso é apanhar um punhado de pedras do monte a ser usado e medir a maior
dimensão de cada uma com uma régua milimetrada. A maioria das pedras medidas
deverá se enquadrar da faixa de pedra 1 (9,5 mm a 19 mm) e pedra 2 (19 mm a 25 mm).

Tanto os seixos rolados como as pedras britadas devem estar limpos antes de seu uso. O
pó de britagem, o barro da jazida, galhos, folhas, raízes, devem ser retirados à mão ou
por lavagem.

3. Areia

A areia utilizada no concreto é obtida em leitos e margens de rios, ou em portos e


bancos de areia. A areia deve ter grãos duros. E, assim como a pedra, ela também
precisa estar limpa e livre de torrões de barro, galhos, folhas e raízes antes de ser usada.
As Normas Técnicas Brasileiras classificam a areia, segundo o tamanho de seus grãos,
em: muito fina, fina, média, grossa.

4. Água

A água a ser utilizada no concreto deve ser limpa - sem barro, óleo, galhos, folhas ou
raízes. Em outras palavras, água boa para o concreto é água de beber. Nunca deve ser
utilizada água servida (de esgoto humano ou animal, de cozinha, de fábricas, etc.) no
preparo do concreto.

Propriedades mecânicas

Resistência à compressão

A resistência à compressão simples é a característica mecânica mais importante


de um concreto. Geralmente sua determinação se efetua mediante o ensaio de corpos de
prova, executado segundo procedimentos operatórios normalizados.

A resistência do concreto não é uma grandeza determinística, mas está sujeita a


dispersão cujas causas principais são variações aleatórias da composição, das condições
de fabricação e da cura. Além destes fatores aleatórios, existem também influências
sistemáticas como: influência atmosférica (verão/inverno), mudança da origem de
fornecimento das matérias primas, turmas de trabalho.

Retração e expansão

A retração do concreto é uma deformação independente do carregamento e


devida à variação de umidade do concreto, na tendência a permanecerem em equilíbrio
a umidade do concreto e a umidade do meio exterior. No processo da retração, a água é
inicialmente expulsa das fibras externas o que gera deformações diferenciais entre a
periferia e o miolo, gerando tensões internas capazes de provocar fissuração do
concreto.

Fluência ou deformação lenta

A fluência é uma deformação que depende do carregamento; é plástica, apenas


uma pequena parcela é recuperada. Constata-se, na prática, que a deformação de uma
peça de concreto armado é maior em um tempo t que àquela observada inicialmente,
mantendo-se o mesmo carregamento, ou seja, devido à deformação inicial, imediata,
ocorre uma redução de volume da peça, provocando deslocamento de água existente no
concreto para regiões onde sua evaporação já tenha ocorrido. Isto desencadeia um
processo, ao longo do tempo, análogo ao da retração, verificando-se o crescimento da
deformação inicial até um valor máximo no tempo infinito.
Variação de temperatura

Supõe-se que as variações de temperatura sejam uniformes na estrutura, salvo


quando a desigualdade dessas variações, entre partes diferentes da estrutura, seja muito
acentuada. O coeficiente de dilatação térmica do concreto armado é considerado igual a
10-5/ C.

Concreto armado

O concreto armado é um material composto, constituído por concreto simples e barras


ou fios de aço. Os dois materiais constituintes (concreto e aço) devem agir
solidariamente para resistir aos esforços a que forem submetidos e devem ser dispostos
de maneira a utilizar econômica e racionalmente as resistências próprias de cada um
deles.

A armadura é composta de barras de aço, também chamadas de ferro de construção ou


vergalhões. Eles têm a propriedade de se integrar ao concreto e de apresentar elevada
resistência à tração. Por isso, são colocados nas partes da peça de concreto que vão
sofrer esse esforço. Por exemplo, numa viga apoiada nas extremidades, a parte de cima
sofre compressão e a de baixo, tração. Nesse caso, os vergalhões devem ficar na parte
debaixo das vigas.

Os vergalhões que compõem a armadura são amarrados uns aos outros com arame
recozido.

Existem também armaduras pré-fabricadas, que já vêm com os vergalhões unidos entre
si: são as telas soldadas, que servem de armadura para lajes e pisos.

A maioria dos vergalhões tem saliências na superfície.

As Normas Técnicas Brasileiras classificam os vergalhões para concreto de acordo com


a sua resistência e padronizam as bitolas. Há 3 categorias no mercado: aço CA 25, aço
CA 50, aço CA 60.

Os números 25, 50 e 60 referem-se á resistência do aço: quanto maior o número, mais


resistente será o vergalhão.

Os vergalhões são vendidos em barras retas ou dobrados, com 10m a 12m de


comprimento. Eles são cortados e dobrados no formato necessário, no próprio local da
obra. O uso de telas soldadas em lajes e pisos reduz a mão-de-obra e elimina as perdas
do método de montagem da armadura no local da obra (pontas cortadas que sobram).

O material concreto armado apresenta as seguintes propriedades:

Elevada resistência à compressão do concreto e elevada resistência à tração do aço;


Trabalho conjunto do concreto e do aço, assegurado pela aderência entre os dois
materiais;

Coeficiente de dilatação térmica quase igual - c = (0,9 a 1,4)x10-5/ C, a = 1,2x10-


5/ C;

Praticamente não existem tensões internas entre o aço e o concreto;

O concreto protege a armadura de oxidação, garantindo a durabilidade da


estrutura;

Proteção física (cobrimento) e química (ambiente alcalino).

O princípio básico das peças de concreto armado é combinar o concreto e o aço


de maneira tal que, em uma mesma peça, os esforços de tração sejam absorvidos pelo
aço e os esforços de compressão pelo concreto. As barras da armadura devem absorver
os esforços de tração que surgem nas peças submetidas à flexão ou à tração, já que o
concreto possui alta resistência à compressão, porém pequena resistência à tração.
Devido à aderência, as deformações das barras de aço e a do concreto que as envolve
devem ser iguais. Tendo em vista que o concreto tracionado não pode acompanhar as
grandes deformações do aço, a concreta fissura na zona de tração; os esforços de tração
são, então, absorvidos apenas pelo aço. A armadura deve, portanto, ser colocada na zona
de tração das peças estruturais.

Algumas vantagens e desvantagens do concreto armado:

Vantagens:

Economia - mais econômico que estruturas de aço;

Moldabilidade - adaptação a qualquer tipo de forma e facilidade de execução;

Estruturas monolíticas (sem ligações), hiperestáticas – segurança;

Manutenção e conservação quase nulas e grande durabilidade;

Boa resistência à compressão variável entre 10 a 120 Mpa;

Resistência a efeitos térmicos, atmosféricos e a desgastes mecânicos;

Possibilidade de trabalhar com pré-fabricados.

Desvantagens:
Peso próprio alto - 2,5t/m3 = 25KN/m3;

Dificuldade de reformas e demolições;

Transmissão de calor e som.

É o material estrutural mais aplicado em obras civis no mundo, devido à facilidade de


criação de qualquer seção, mão-de-obra barata e não especializada para a confecção e
materiais que o compõem disponíveis em qualquer região do planeta.

Além do critério resistência, as peças formadas por concreto armado devem atender aos
limites de deformações, e aí se situa a fronteira de sua aplicação: vãos maiores pedem
seções estruturais maiores, e o peso próprio das peças com grandes áreas transversais
acabam tornando a nova seção inviável. As principais características do uso do concreto
armado são: obtenção de peças monolíticas, durabilidade, alta resistência a choques e
vibrações, bom condutor de calor e som, necessidade de escoramentos durante a
fabricação, dificuldade de adaptação e reformas.

Concreto protendido

A protensão pode ser definida como o artifício de introduzir, numa estrutura, um


estado prévio de tensões, de modo a melhorar sua resistência ou seu comportamento,
sob a ação de diversas solicitações.

As resistências de concreto, utilizadas em concreto protendido, são duas a três


vezes maiores que as utilizadas em concreto armado. Os aços utilizados nos cabos de
protensão têm resistência três a cinco vezes superiores às dos aços usuais do concreto
armado.

O sentido econômico do concreto protendido consiste no fato de que os


aumentos percentuais de preço são muito inferiores aos acréscimos de resistência
utilizáveis, tanto para o concreto quanto para o aço de protensão.

Em relação ao concreto armado, o concreto protendido apresenta as seguintes


vantagens:

Reduz as tensões de tração provocadas pela flexão e pelos esforços cortantes;


Reduz a incidência de fissuras;

Reduz as quantidades necessárias de concreto e de aço, devido ao emprego eficiente de


materiais de maior resistência;

Permite vencer vãos maiores que o concreto armado convencional; para o mesmo vão,
permite reduzir a altura necessária da viga;

Facilita o emprego generalizado de pré-moldagem, uma vez que a protensão elimina a


fissuração durante o transporte das peças;

Durante a operação de protensão, o concreto e o aço são submetidos a tensões em geral


superiores às que poderão ocorrer na viga sujeita às cargas de serviço. A operação de
protensão constituído, neste caso, uma espécie de prova de carga da viga;

Uma das vantagens mais importantes do concreto protendido é a da alínea ‘d’ acima.
Para ilustrá-la pode-se criar o fato de que as pontes com vigas retas de concreto armado
têm seu vão livre limitado a 30 m ou 40 m, enquanto as pontes com vigas protendidas já
atingiram vãos de 250 m.

Blocos de concreto

Bloco Estrutural

Podem ser estruturais, de vedação ou canaletas, nos formatos inteiro ou meio bloco.
Apresentam texturas das mais finas, que podem ficar aparentes, até as rústicas,
ranhuradas ou com relevos. Os blocos estruturais medem, no máximo, 39 cm de
comprimento x 19 cm de largura x 19 cm de altura, enquanto os de vedação têm 39 x 9
x 19 cm.
(14 x 19 x 39 cm) (14 x 19 x 19 cm) (14 x 19 x 34 cm) (14
x 19 x 54 cm)

(14 x 19 x 14 cm) (14 x 19 x 29 cm) (14 x 19 x 44 cm)

São constituídos de Cimento Portland, Agregados (areia, pedra, argila expandida etc.) e
água, sendo ainda permitido o uso de aditivos, desde que não acarretem prejuízo às
características do produto.

Devem ser homogêneos, compactos e com arestas vivas, não apresentar trincas, fraturas
ou outros defeitos que possam prejudicar o seu assentamento, resistência e durabilidade
ou o acabamento em aplicações aparentes, sem revestimento. Se destinados a receber
revestimento, devem ter a superfície suficientemente áspera para garantir uma boa
aderência.

O processo de fabricação (mistura homogênea, prensagem, secagem e cura controlada),


confere aos produtos grande regularidade de formas e dimensões possibilitando a
modulação da obra já a partir do projeto, evitando-se improvisos e os costumeiros
desperdícios deles decorrentes.
É importante observar as dimensões estabelecidas em norma, bem como seus limites de
tolerância. Quando vazados, observar ainda a espessura das paredes que compõem os
blocos, pois fora das especificações, comprometem sua resistência.

Blocos de Concreto Celular

São produzidos em autoclave (sistema através do qual a peça é exposta a altíssimas


temperatura e pressão, a fim de ganhar maior resistência), estes blocos formados por
cimento, cal, areia, materiais silicosos e alumínio em pó são leves, porosos e têm boas
qualidades termoacústicas. São recomendados para paredes internas, podendo receber
acabamento com massa fina, gesso ou azulejos. De acordo com a ABNT, deveriam ter
as mesmas dimensões dos blocos de concreto, porém, são encontrados em diferentes
medidas. Podem ser facilmente cortados.

Pavimento Intertravado

São blocos de concreto pré-moldado utilizados para pavimentação. No pavimento, as


peças pré-moldadas de concreto comportam-se como uma camada flexível e única
devido à propriedade de intertravamento. É o intertravamento que proporciona
resistência a estes pavimentos e os diferem dos demais. Depois de intertravadas, as
peças de um pavimento adquirem a capacidade de resistir a movimentos de
deslocamento individual, seja ele vertical, horizontal, ou de rotação em relação a suas
vizinhas.

Exemplos de diferentes modelos de pavimentos intertravados:

Um bom travamento confere às peças de concreto a capacidade de transmitir as cargas


superficiais aplicadas em pequenas áreas, ampliando-as a áreas mais extensas nas
camadas de base, mantendo as tensões no subleito dentro de limites admissíveis.

A propriedade de distribuição das cargas vai melhorando com a utilização do


pavimento, que produz progressivamente um estado de travamento total chamado
intertravamento (“lock up”). A camada de rolamento vai adquirindo maior rigidez, e as
peças pré-moldadas de concreto deixam de constituir uma mera camada de rolamento
para transformar-se numa camada estrutural.

O preenchimento das juntas com areia promove diminuição das deflexões e aumento da
capacidade de suporte do revestimento do pavimento. É necessário que exista uma
capacidade adequada de suporte da base para o desenvolvimento do intertravamento. No
entanto, há indicações de que uma rigidez muito elevada da base possa inibir a
ocorrência do fenômeno.

Alterações na microestrutura do concreto

A introdução de aditivos químicos e minerais no concreto geralmente provoca


várias alterações de características, tanto no estado fresco quanto no estado endurecido. A
maior parte delas é decorrente das modificações que surgem na sua microestrutura. Hoje
sabe-se que os aditivos em geral atuam não apenas na fase pasta de cimento, mas também
na interface ou ligação agregado-pasta.

Aditivos minerais como a microssílica ou as cinzas volantes, p.ex., possuem


duas formas básicas de atuação no concreto: uma física, o denominado efeito de filler (ou
de preenchimento de vazios), que colabora para aumentar a coesão e a compacidade tanto
da fase pasta quanto da ligação agregado-pasta, e outra química, a clássica reação
pozolânica de transformação do frágil hidróxido de cálcio no resistente silicato de cálcio
hidratado.

Na fase pasta, estas ações são responsabilizadas pela diminuição do volume de


vazios, pelo fortalecimento da microestrutura e pela redução da porosidade e da
porometria (refinamento dos poros). Como consequências diretas, o material adquire
resistência e durabilidade.

Na ligação agregado-pasta, os avanços obtidos no terreno da microscopia


eletrônica de varredura permitiram identificar, como consequência principal da introdução
dos aditivos minerais no concreto, uma substancial redução de espessura da chamada
zona de transição entre o agregado e a pasta de cimento. Esta região, anteriormente porosa
e frágil, por conta de uma alta concentração de grandes cristais de hidróxido de cálcio
orientados preferencialmente na direção normal à superfície dos agregados, e por um fator
água-cimento mais elevado do que o restante da matriz pasta de cimento, sofre várias
alterações. Os aditivos minerais com seu efeito de filler reduzem os espaços vazios,
aumentando a compacidade. Como são materiais finos, funcionam também como núcleos
de cristalização do hidróxido de cálcio, que passa a se formar em cristais menores e sem
orientação preferencial. A atuação química dos aditivos minerais, por sua vez, encarrega-
se de transformar boa parte destes cristais em gel aglomerante de silicato de cálcio.

Os aditivos químicos, como por exemplo, os redutores de água do tipo


plastificante e superplastificante, colaboram ainda mais na questão, ao proporcionar a
redução do fator A/C e, consequentemente, uma redução ainda maior da porosidade total
e do diâmetro dos poros, o que eleva sobremaneira a durabilidade do concreto. A redução
do fator A/C atua também diretamente na elevação das resistências mecânicas do
concreto.
Em resumo, tanto a fase pasta quanto a ligação agregado-pasta são beneficiadas
pela redução da porosidade, da porometria, pelo fortalecimento das duas regiões, e pela
redução da espessura da zona de transição, que coloca os agregados em contacto direto
com uma fase mais resistente do concreto, aprimorando substancialmente sua aderência.
Tudo isso colabora para a elevação das resistências mecânicas e para o aumento da
durabilidade do material como um todo.

Consequências em termos de resistências mecânicas

A resistência à compressão dos concretos é extremamente beneficiada. Em comparação


com um C.T. de 20 MPa, os C.A.D. podem atingir cerca de 120 MPa, embora a maior
parte das utilizações até o momento não tenha superado uma resistência característica de
80 MPa, limite recomendado pelo Código Modelo MC-90 do Comitê Euro-Internacional
do Concreto (CEB).

A resistência à tração - seja ela direta, na flexão, ou na compressão diametral -


também é beneficiada, embora não proporcionalmente à elevação da resistência à
compressão. Pode entretanto atingir valores da ordem de 10 MPa.

O mesmo acontece com o módulo de elasticidade, onde a não proporcionalidade


com a resistência à compressão tem uma importância muito grande em termos de cálculo
estrutural: a extrapolação das fórmulas tradicionais de correlação pode gerar deflexões
excessivas. Os códigos de cálculo mais recentes já adaptaram suas formulações para
evitar o problema. Em termos absolutos, o módulo de elasticidade dos C.A.D. pode
chegar a 50 GPa, embora geralmente se situe na faixa de 30 a 40 GPa.

O coeficiente de Poisson dos C.A.D. não se altera em relação aos C.T.: mantém-
se em cerca de 0,2. Esta, por acaso, é uma das características do concreto que demanda
maiores pesquisas.

A fluência, ao contrário, é extremamente reduzida, chegando a apresentar


resultados inferiores a 1/5 dos medidos nos C.T., e este é outro parâmetro de grande
importância para o cálculo estrutural.

No sentido oposto, o de grande elevação de valores, comporta-se a aderência


entre o concreto e as barras de armadura, também beneficiada pelo fortalecimento e
diminuição de uma espécie de zona de transição semelhante à que ocorre entre a pasta e
os agregados.

Outra característica que nos C.A.D. é extremamente aprimorada é a resistência à


abrasão, chegando a ser até dez vêzes maior que a dos C.T. e semelhante à de algumas
rochas de boa qualidade, o que favorece a sua aplicação em pisos, pavimentos e estruturas
hidráulicas.

Consequências em termos de durabilidade

A permeabilidade dos C.A.D. é extremamente reduzida, e esta é a característica


do concreto mais frequentemente associada com a sua durabilidade, na medida que
governa a penetração de todos os agentec agressivos provenientes do exterior, o caso mais
comum.
A porosidade também é muito diminuída, podendo chegar a 10%, cerca da
matade da medida nos C.T.. Há ainda indícios de que os poros remanescentes sejam
menos contínuos, mais segmentados ou obstruídos, o que confere com a baixa
permeabilidade dos C.A.D..

A medida do diâmetro dos poros, a porometria, revela uma diminuição tanto do


valor total quanto do diâmetro médio dos poros remanescentes. Em alguns casos obteve-
se a eliminação total dos macroporos (d > 50 nm) e uma redução dos poros capilares (2,5
< d < 50 nm) e de gel (d < 2,5 nm) - praticamente impossíveis de serem eliminados.

Outra característica que é extremamente reduzida nos C.A.D., a absorção capilar,


pode atingir cerca de 1/10 da medida nos C.T..

A resistência aos ataques de cloretos e sulfatos é significativamente ampliada,


como consequência da redução das características anteriores, fato que favorece em muito
a resistência contra a corrosão das armaduras e a integridade do material face a
reações expansivas.

No mesmo sentido colabora o grande aumento da resistência à carbonatação,


além de fornecer uma boa indicação da resistência dos C.A.D. face ao ataque de outros
agentes agressivos gasosos, que não o CO2.

Por todos estes motivos, já existem levantamentos recentes que dão conta da
utilização em muito maior escala dos C.A.D. pela maior durabilidade, e não pelas mais
elevadas resistências mecânicas, como poderia ser esperado.

Consequências em termos do comportamento do material no estado fresco

Os C.A.D. são, regra geral, mais coesos e viscosos que os C.T.. Existem
recomendações de que o abatimento indicado para a execução de um determinado
serviço em C.T. seja acrescido de até 5 cm para o caso dos C.A.D..

A perda de abatimento com o tempo geralmente é mais acelerada,


inconveniente que pode ser combatido de várias formas. Recomenda-se sempre o menor
tempo possível entre a mistura e o lançamento do concreto nas formas.

A massa específica real, da ordem de 2,5 kg/dm3, é pouco superior à dos C.T., o
mesmo ocorrendo com o teor de ar aprisionado. Nenhum desses dois parâmetros, em
geral, é considerado inconveniente aos concretos.

O tempo de pega dos C.A.D. geralmente é um pouco retardado em relação ao do


C.T., o que pode até ser considerado uma vantagem, decorrente das elevadas dosagens de
aditivos químicos.

A quase sempre redução (ou mesmo ausência) de exsudação é o principal motivo


da necessidade de realização de uma cura criteriosa.

Consequências em termos de outras características dos concretos


Ainda não estão convenientemente resolvidas as questões relativas a algumas
características dos C.A.D.. Uma delas, por exemplo, é a retração. Existem dados
desfavoráveis, embora a maior parte deles seja favorável aos C.A.D.. É certo entretanto
que o material sofre grande influência do fenômeno de auto-dissecação, sendo ainda
extremamente sensível às deficiências de cura.

Existem dúvidas também com relação à resistência ao fogo dos C.A.D., que, em
alguns ensaios, revelou um comportamento explosivo.

O mesmo tipo de dúvida diz respeito ao desempenho face aos ciclos alternados
de congelamento e degelo, na medida em que o material parece ser incompatível com a
maior parte dos aditivos químicos incorporadores de ar.

Inconclusivas ainda estão as pesquisas relativas à resistência à fadiga destes


materiais, persistindo a existência de resultados prós e contras.

Produção do concreto de alta resistência

A porosidade da pasta de cimento hidratada e da zona transição são os fatores mais


importantes que determinam a resistência do concreto, embora o agregado, em
concretos de alta resistência, possa passar a ser o fator limitante da capacidade resistente
do material.

Em misturas totalmente compactadas, as propriedades do concreto endurecido,


principalmente resistência e durabilidade, aumentam com o grau de hidratação e com a
redução da relação água/cimento, que é a chave para o controle da porosidade da pasta
de cimento hidratada e da zona de transição. Ocorre, entretanto, que a medida que
fixam-se menores valores para a relação água/cimento, ou reduz-se o conteúdo de água,
com conseqüente perda na trabalhabilidade, ou eleva-se o consumo de cimento,
podendo-se atingir níveis não recomendados, levando em conta os aspectos técnicos e
econômicos decorrentes. O uso de aditivos plastificantes surge como alternativa válida
para compatibilizar os efeitos opostos da relação água/cimento na trabalhabilidade e
resistência do concreto pois, por ser agente redutor de água, é também redutor de
cimento, quando mantém-se a relação água/cimento.

É indiscutível que a redução do consumo de cimento ou conteúdo de água é mais


expressiva quando utiliza-se superdosagens de plastificantes no concreto. Entretanto, o
uso excessivo dos aditivos redutores de água na dosagem dos concretos resulta em
efeitos indesejáveis tais como ar incorporado, exsudação, segregação e retardamento de
pega. Os aditivos superplastificantes surgem como uma alternativa mais eficiente, pois
podem reduzir em mais de 30 porcento a quantidade de água sem ocasionar, quando
bem dosados, os efeitos indesejáveis dos plastificantes.

Materiais constituintes

A seleção de materiais para produção de concretos de alta resistência não é simples,


pois existem cimentos e agregados com grandes variações nas suas composições e
propriedades e ainda não foi estabelecida, na opinião de MEHTA e AITCIN (1990b),
uma diretriz clara do tipo de cimento e agregado mais apropriado para utilização em
CAR. A situação é agravada pelo fato de que inúmeros aditivos químicos e adições
minerais são utilizados simultaneamente, e não existem regras simples que permitam
realizar facilmente a escolha dos materiais mais adequados.

Entretanto, existe consenso de que algumas características e propriedades dos materiais


constituintes afetam beneficamente o comportamento das misturas, permitindo otimizar
as propriedades mecânicas do concreto endurecido.

Apresenta-se, a seguir, algumas considerações a respeito dos materiais utilizados para a


produção de concretos de alta resistência.

Cimento

Na opinião de HOWARD e LEATHAM (1989), não existem critérios científicos que


especifiquem o cimento mais adequado para a produção de concretos de alta resistência.
O melhor cimento é, de acordo com o ACI 363 (1991), aquele que apresenta menor
variabilidade em termos de resistência à compressão.

MEHTA e AITCIN (1990a) comentam que com qualquer tipo de cimento é possível
produzir concretos de alta resistência, sendo preferível, no entanto, o cimento Portland
comum e aqueles com elevados teores de C3S e C2S.

GJORV (1992) atribui importância ao tipo de cimento no que tange à necessidade de


água e trabalhabilidade da mistura, para os quais os fatores de controle são o conteúdo
de C3A e a granulometria do cimento.

Agregados

A qualificação dos agregados para o emprego em concretos de alta resistência baseia-se


no atendimento das exigências mínimas prescritas nas normas atuais para concretos
convencionais (NBR 7211, 1983; NBR 12654, 1992). Além destas exigências, outros
aspectos devem ser considerados, conforme segue.

Agregados graúdos

Dimensão máxima característica

A dimensão máxima característica do agregado de 10 a 14 mm é, de acordo com


GJORV (1992), a mais adequada para produção de concretos de alta resistência. Outros
pesquisadores apontam, como limite máximo utilizado com sucesso, valores de 19 mm
(MEHTA e MONTEIRO, 1993; ACI 363, 1991) ou até 25 mm (ACI 363, 1991;
FIP/CEB, 1990).

Várias são as razões pelas quais um agregado de menor dimensão máxima é capaz de
produzir um concreto mais resistente:

a) Como o agregado é normalmente britado, durante as operações de desmonte das


rochas com explosivos e britagem dos blocos podem ocorrer danos à microestrutura dos
agregados, sendo, probabilisticamente, mais provável de remanescerem falhas e fissuras
em agregados de maiores dimensões (JENNINGS, 1988a).
b) O ACI 363 (1991) justifica o fato baseado no estudo de Cordon e Gillespie, que
consideram que o aumento na resistência é causado pela redução da tensão média de
aderência devido ao aumento da superfície específica dos agregados.

c) Quanto menor o agregado, menor a superfície capaz de reter a água durante a


exsudação do concreto fresco, o que propicia uma zona de transição de menor espessura
e, conseqüentemente, mais resistente.

Distribuição granulométrica

A distribuição granulométrica do agregado influencia, segundo JENNIGNS (1988b), o


empacotamento dos grãos e, como resultado, pode alterar a fração volumétrica de
agregado a ser incorporada em uma mistura de concreto. A fração volumétrica está
relacionada, principalmente, ao módulo de deformação do concreto.

Além disso, a distribuição granulométrica altera a demanda de água da mistura. Como o


fator mais importante para a produção de concretos de alta resistência é uma baixa
relação
água/(cimento + microssílica), a necessidade de água solicitada pela mistura para um
dado abatimento deve ser a mais baixa possível.

Resistência à compressão

Nos concretos de alta resistência, a capacidade do agregado freqüentemente limita as


propriedades mecânicas do concreto. Para os agregados convencionais, o limite
superior, para resistência à compressão, situa-se em torno de 120 a 140 MPa (FIP/CEB,
1990).

Utilizando agregados de Al2O3, DINGSOYR et al., citados por JENNINGS (1988b),


produziram concretos com resistência à compressão de 200 MPa. Com agregados
especiais, como bauxita calcinada, níveis de resistência excedendo 250 MPa já foram
obtidos (FIP/CEB, 1990).

A tabela 3.1 apresenta os resultados da pesquisa de BACHE (apud AMARAL, 1988)


onde, através do aumento da capacidade resistente da argamassa e da zona de transição,
foram alcançados os limites de resistência dos agregados.

Observa-se que, além do tipo de agregado, a dimensão máxima característica influencia


o valor da resistência à compressão obtido.

Tabela 1. Máxima resistência à compressão e módulo de deformação obtidos com


diferentes tipos de agregados (BACHE apud AMARAL, 1988).

TIPO DE AGREGADO DENSIDADE fc28 (MPa) Ec


(kg/m3) (GPa)

16 mm Granito 2500 124,6 68

16 mm Diabásio 2666 168,1 65

10 mm Bauxita Calcinada 2878 217,5 109


4 mm Bauxita Calcinada 2857 268,3 108

Os dados apresentados na tabela 3.2 são resultado de ensaios realizados por


GONÇALVES et al. (1994), com rochas brasileiras. Pode-se constatar que a resistência
à compressão de concretos de baixa relação água/(cimento + microssílica) parece ser
controlada pela fase mais fraca do concreto: o agregado (no caso do gnaisse e granito), a
argamassa (no caso do traquito) ou a zona de transição
(no caso do calcário - pela presença de material pulverulento, ou do seixo - pela
superfície lisa e arredondada).

Tabela 2. Resistência à compressão de rochas, argamassas e concretos aos 28 dias de


idade (GONÇALVES et al., 1994)

TIPO DE ROCHA

fc (MPa) GNAISS TRAQUI CALCÁR GRANI SEIXO


E TO IO TO

ROCHA 76,6 178,3 95,0 78,5 110,0

ARGAMASSA 93,2 93,2 93,2 93,2 93,2

CONCRETO a/(c + 79,8 90,7 73,2* 82,0 71,8


ms)=0,27
*
foi identificado material pulverulento na superfície dos agregados

Forma e textura superficial

Na composição do concreto, a aderência agregado-pasta de cimento exerce um papel


importante para a interação entre os dois componentes. Assim, a forma e textura
superficial do agregado são fatores relevantes no comportamento mecânico. JENNIGNS
(1988a) comenta que agregados angulares com superfícies ásperas proporcionam
melhor entrosamento com a pasta de cimento que agregados lisos e arredondados. Os
valores da Tabela 2.5 comprovam a influência da utilização de um seixo em concretos
de alta resistência, em comparação a agregados britados, onde identifica-se claramente
que a resistência da zona de transição foi responsável pelo valor de ruptura (cerca de 23
% inferior à da fase mais fraca).

O Comitê 363 do ACI (1991) comenta que embora agregados angulares possam
produzir resistências mecânicas maiores, efeitos opostos no aumento do consumo de
água e redução da trabalhabilidade podem surgir se a angulosidade for muito acentuada.

Reatividade

Quando uma rocha não inerte é utilizada, como é o caso das rochas carbonáticas
(calcário, por exemplo), ocorre uma aderência química entre o agregado e a matriz,
melhorando as características da zona de transição e, conseqüentemente, as
propriedades mecânicas do concreto.
A melhoria da zona de transição em concretos com rochas carbonáticas pode ser
atribuída, segundo MONTEIRO e MEHTA (1986), ao refinamento dos grãos uma vez
que a dissolução e reprecipitação do carbonato de cálcio origina uma rede de cristais
menores.

Agregados miúdos

A seleção do agregado miúdo está condicionada à sua demanda de água, fator essencial
devido à sua influência sobre a resistência. Agregados miúdos com partículas
arredondadas e lisas necessitam menos água de mistura e, por este motivo, são
preferíveis para produção de concretos de alta resistência (ACI 363, 1991).

Como a quantidade de finos em concretos de alta resistência é normalmente alta


(consumo de cimento e microssílica), é aconselhável utilizar uma quantidade menor de
areia e/ou uma areia com módulo de finura maior. A bibliografia cita, como módulo de
finura ideal da areia, valores na faixa de 2,7 a 3,2 (PETERMAN e CARRASQUILLO,
1986; HOWARD e LEATHAM, 1989; ACI 363, 1991; GJORV, 1992; e outros).

A resistência à compressão do agregado miúdo, segundo MINDESS (1985), não é tão


importante quanto a do agregado graúdo. AMARAL FILHO (1988) relata que é
possível obter concretos com resistência de até 170 MPa com areia quartzosa normal,
bem graduada e dentro das especificações. Resistências acima deste valor só são obtidas
com a utilização de agregados especiais, como, por exemplo, areia artificial feita com
bauxita calcinada.

Água

De acordo com o ACI 363 (1991), os requisitos de qualidade da água para concretos de
alta resistência são os mesmos que para concretos convencionais.

Aditivos superplastificantes

Ao utilizar aditivos superplastificantes na produção de concretos de alta resistência,


vários aspectos devem ser considerados com relação aos efeitos gerados sobre a
mistura, tanto no estado fresco como no estado endurecido.

Concreto no estado fresco

Consistência

Os superplastificantes possuem grande capacidade de alterar a consistência do concreto,


permitindo reduções significativas no consumo de água da mistura. Embora inúmeros
fatores estejam vinculados à alteração da consistência, no que diz respeito aos aditivos
superplastificantes a questão fundamental é, sem dúvida, a perda da consistência inicial
com o tempo. Para RAABE (1991), a maior dificuldade à propagação do uso destes
aditivos tem sido a taxa relativamente alta de perda de consistência com o tempo
comparativamente aos concretos convencionais, tornando-se um problema sério na
produção dos concretos em obra. A consistência obtida pelo superplastificante,
dependendo das condições, se mantém apenas por um período de 30 a 60 minutos. A
máxima trabalhabilidade alcançada normalmente permanece por 10 a 15 minutos, sendo
seguida por uma perda relativamente rápida do abatimento, resultando na reversão à
consistência original (MAILVAGANAN, 1979 e RAVINDRARAJAH e TAM, 1985).

A seguir, são apresentados os fatores mais relevantes para a produção de concretos de


alta resistência, que afetam a consistência inicial e a taxa de perda de consistência em
concretos com aditivos superplastificantes.

a) Tipo de cimento:

Todos os tipos de cimento Portland apresentam um aumento da trabalhabilidade com a


adição de superplastificante, embora a eficiência, para cada um deles, não seja a mesma.

De uma forma geral, quanto maior a finura do cimento, menor a eficiência do aditivo
devido à diminuição da concentração específica das moléculas adsorvidas na superfície
dos grãos de cimento (BUCHER, 1989).

A composição química do cimento também possui um papel relevante no


comportamento da mistura quanto à consistência inicial e perda com o tempo.
COLLEPARDI (1984) atribui as diferenças de comportamento ao conteúdo de C3A,
gesso e álcalis, bem como à forma do sulfato de cálcio utilizado como regulador de pega
do cimento. Quanto maior o conteúdo de álcalis, maior a velocidade das reações e,
conseqüentemente, maior a perda de consistência. Da mesma forma, a presença de
superplastificante acelera as reações entre o C3A e o gesso. Cimentos contendo maior
quantidade de aluminato tricálcico (C3A) perdem mais rapidamente a consistência
inicial na presença de superplastificantes (ACI 212, 1993).

Além do tipo, o consumo de cimento no concreto influencia a taxa de perda de


consistência com o tempo, que é tanto menor quanto mais elevado for o consumo
(MAILVAGANAM, 1979).

b) Momento de colocação na mistura

Na tecnologia do concreto, sabe-se que o superplastificante age mais efetivamente se ele


for adicionado alguns minutos após a colocação da água de amassamento.

A figura 3.1 (COLLEPARDI, 1994) mostra o efeito do método de mistura de um


aditivo a base de naftaleno no abatimento do concreto, onde observa-se que a colocação
retardada do superplastificante após um período inicial de mistura de 1 minuto resulta
num abatimento cerca de 100 % superior ao do concreto cuja colocação do aditivo foi
imediata (com a água de amassamento).
a/c = 0,45
consumo de cimento = 350 kg/m3
dosagem superplastificante = 0,4% de sólidos por
peso de cimento

T - Concreto Testemunho (sem superplastificante)


R - Colocação retardada do aditivo (após 1 minuto do início da mistura)
I - Colocação imediata do aditivo (com a água de amassamento)

300
R
ABATIMENTO (mm)

250
200
I
150
100
T
50
0

Figura 3.1. Efeito do momento de colocação de um aditivo superplastificante a


base de naftaleno no abatimento do concreto (COLLEPARDI,
1994).

RAMACHANDRAN e MALHOTRA (1984) advertem que, no período entre 5 a 50


minutos após o concreto estar em contato com a água, a colocação do superplastificante
geralmente resulta em valores decrescentes de abatimento.

COLLEPARDI (1994) refere-se ao trabalho de COLLEPARDI et al, onde os autores


apresentam um novo superplastificante capaz de agir independentemente do momento
de adição na mistura. Estudos preliminares com estes novos aditivos apontam como
uma solução viável com vistas a reduzir a variabilidade no abatimento do concreto
fresco causada por mudanças no procedimento de mistura.

c) Consistência inicial do concreto

Vários estudos sobre aditivos superplastificantes mostram que, normalmente, quanto


menor a trabalhabilidade inicial, representada por ensaios de consistência, mais rápida é
sua perda com o tempo (WHITING, 1980; MALHOTRA e MALANKA, 1979; e
outros). Por este motivo, WHITING (1980) sugere que, quando se deseja obter tempos
de lançamento compatíveis com a prática de obra, é recomendável utilizar abatimentos
iniciais mais altos.

d) Temperatura

A variação da temperatura de mistura produz um efeito marcante tanto na consistência


inicial como na taxa de perda da consistência com o tempo nos concretos com
superplastificantes.

As dosagens necessárias de superplastificantes aumentam à medida que a temperatura


do concreto diminui. Segundo MAILVAGANAM (1979), temperaturas abaixo de 22oC
prolongam o estado de máxima trabalhabilidade, enquanto uma perda drástica do
abatimento ocorre a temperaturas acima de 32oC. Diversos pesquisadores
(RAMACHANDRAN e MALHOTRA, 1984; YAMAMOTO e KOBAYASHI, 1986)
apresentam resultados semelhantes.

Métodos para Controlar a Perda da Consistência com o Tempo

Muitos métodos têm sido adotados para controlar a taxa relativamente alta de perda da
consistência de concretos com superplastificantes.

Um método, criticado por COLLEPARDI (1994), é adicionar o superplastificante no


momento de descarga do concreto. Os problemas encontrados neste procedimento, para
misturas de alta resistência (baixas relações água/cimento), estão ligados a vários
fatores:

a) dificuldade de controlar com precisão a dosagem do aditivo e a consistência inicial,


que pode variar com o tempo despendido no transporte (pré-hidratação do cimento);

b) possibilidade de tornar a mistura muito rija, já que o consumo de água é baixo;

c) absorção de parte do aditivo como água de molhagem dos agregados, fazendo com
que a ação sobre o aglomerante seja reduzida (menor quantidade de
superplastificante disponível para dispersar os grãos de cimento, já que parte fica
retida nos agregados, principalmente nas areias).

Outros dois métodos de controlar a perda de consistência incluem adicionar uma


dosagem acima do normal de superplastificante ou utilizar algum tipo de aditivo
retardador. Existem, no entanto, algumas limitações nestes procedimentos pois, algumas
vezes, o efeito final é produzir concretos com baixas resistências iniciais ou agravar a
perda de abatimento.

ALMEIDA (1984) apresenta, como uma possível solução, a introdução na mistura,


juntamente com o aditivo superplastificante, de um aditivo plastificante comum que,
além de minimizar o problema de perda de consistência, pode até reduzir a dosagem
necessária do superplastificante.

A redosagem com superplastificante em diferentes intervalos de tempo é outro método


de recuperar a consistência perdida com o tempo. O ACI 212 (1993) descreve que tem
sido usado, com sucesso, até duas dosagens adicionais, sem que ocorram efeitos
colaterais indesejáveis.

Algumas pesquisas vêm sendo desenvolvidas, com êxito, em busca de novos aditivos
superplastificantes capazes de manter a consistência do concreto por um período de
tempo mais longo - no mínimo 1 a 2 horas. Isto significa que uma das principiais
limitações práticas relativa ao uso destes aditivos poderá, em breve, estar resolvida.

Exsudação e segregação

Embora RAMACHANDRAN e MALHOTRA (1984) afirmem que quando o


superplastificante é utilizado como redutor de água, como no caso de concretos de alta
resistência, não ocorra segregação ou exsudação devido à diminuição da relação
água/cimento, YAMAMOTO e KOBAYASHI (1986) alertam que quando o tempo de
início de pega do concreto é retardado devido a baixas temperaturas ou altas dosagens
de aditivos retardadores, a quantidade de água exsudada pode aumentar
consideravelmente.

Concreto no estado endurecido

Apesar de não ocorrer nenhuma mudança substancial na morfologia das pastas de


cimento hidratado com ou sem superplastificantes, sabe-se que ocorre a formação de
uma estrutura mais densa com a presença de partículas menores na pasta de cimento
hidratado (RAMACHANDRAN e MALHOTRA, 1984).

Quando o superplastificante é utilizado como redutor de água, a diminuição da relação


água/cimento leva a uma melhoria das propriedades mecânicas e durabilidade do
concreto, uma vez que a porosidade total sofre um decréscimo. Pode-se esperar que,
reduzindo em 25 a 35 % o conteúdo de água, ocorra um aumento do 50 a 75 % na
resistência à compressão para a idade de 1 dia (HEWLETT e RIXOM, 1977).

A fissuração e fluência de concretos com superplastificantes são comparáveis à dos


concretos de referência (RAMACHANDRAN E MALHOTRA, 1984). Os resultados
obtidos por diversos pesquisadores (MALHOTRA E MALANKA, 1979; MALHOTRA,
1989; e outros) demonstram que, para uma mesma relação água/cimento, a colocação do
superplastificante não implica em alterações na retração, permeabilidade, resistência à
agressão química, resistência mecânica e módulo de deformação. Alguns trabalhos (ACI
212, 1993; MEHTA E MONTEIRO, 1993, e outros), apontam para uma melhoria das
propriedades mecânicas para igual relação água/cimento, principalmente nas primeiras
idades, justificada pelo fato do aditivo superplastificante promover um aumento da área
de contato efetiva da água e das partículas de cimento, conseguida graças à dispersão
destas partículas e eliminação da sua aglutinação. Esta melhoria, entretanto, pode ser
minimizada nos casos em que o aditivo incorpore ar, como comprovado pelos estudos
de GONÇALVES et al. (1990).

A falta de consenso do meio técnico com relação à influência dos superplastificantes


nas propriedades do concreto endurecido justifica-se, entre outras razões, pela
diversidade de materiais (aditivo, cimento, adições minerais e outros), dosagens e
metodologias utilizadas na realização dos experimentos.

Adições minerais

Os concretos de alta resistência podem ser obtidos com as adições pozolânicas


normalmente utilizadas nos concretos convencionais, como cinza volante ou escória de
alto forno. Entretanto, adições pozolânicas ultra-finas, como a microssílica e a cinza de
casca de arroz, têm-se mostrado mais efetivas no aumento da resistência pois, além do
efeito químico, atuam fisicamente densificando a matriz e a zona de transição. Misturas
ternárias, que fazem uso de combinações de duas pozolanas, também têm sido utilizadas
com sucesso.

ESTUDO DE VIABILIDADE ECONÔMICA

Para efeitos de um estudo econômico comparativo entre a execução de um edifício


convencional com CBR e CAR foi selecionado um prédio de 15 andares com área do
pavimento tipo de 320 m2, cujo cálculo foi referia-se ao 3º pavimento do prédio, tendo
sido utilizado fck de 21 e 60 MPa. Os resultados obtidos de consumo de concreto,
armadura e fôrmas constam na tabela1.

Tabela 1. Consumo de materiais para execução de um pavimento de concreto com fck


de 21 a 60 Mpa.

CONCRETO (m3) ARMADURA (kg) FÔRMAS (m2)

fck 21 fck 60 % fck 21 fck 60 % fck 21 fck 60 %

PILARES 13,2 6,8 -49 2.981 1.192 -60 137 93 -32

VIGAS 14,9 12,1 -19 1.623 1.623 - 180 149 -17

LAJES 27,0 26,1 -3 994 994 - 281 281 -

TOTAL 55,1 45,0 -18 5.598 3.809 -32 598 523 -12

Cabe salientar que as teorias utilizadas para o cálculo foram convencionais,


não sendo ajustados os valores do módulo de elasticidade, comprimento de ancoragem,
coeficientes de fluência, etc, que se alteram na medida que a resistência se eleva, o que
resultaria em valores mais favoráveis de consumo para o CAR. Além disso, as seções
das vigas externas que servem como verga foram mantidas constantes, embora
pudessem sofrer reduções significativas com o fck de 60 MPa. Por fim, a locação dos
pilares não foi alterada, resultando muitas peças estruturais com seção mínima de
armadura e concreto ao passar-se de um fck de 21 MPa para o de 60 MPa. Mesmo
assim nota-se uma economia significativa de concreto, armadura e fôrmas,
principalmente nas peças submetidas essencialmente a esforços de compressão e
cisalhamento.

A partir da tabela 1 e do preço dos materiais constituintes do concreto e


mão-de-obra (cotação de setembro de 1991 - Porto Alegre/RS) foram calculados os
valores da tabela 2.

Tabela 2. Custo comparativo da estrutura do concreto com fck de 21 e 60 MPa (valores


em dólares)

CONCRETO ARMADURA FÔRMAS TOTAL

fck 21 fck 60 fck 21 fck 60 fck 21 fck 60 fck 21 fck 60

MAT. 468 464 1.591 636 3.871 2.628 5.931 3.728

PILARES M.O. 507 261 1.163 465 774 525 2.443 1.251

MAT. 528 826 867 866 5.086 4.210 6.481 5.903

VIGAS M.O. 572 464 633 633 1.016 841 2.221 1.939
MAT. 958 1.782 531 531 7.940 7.940 9.428. 10.252

LAJES M.O. 1.036 1.002 388 388 1.587 1.587 3.011 2.976

MAT. 1.954 3.073 2.989 2.034 16.896 14.777 21.839 19.884

TOTAL M.O. 2.115 1.727 2.184 1.486 3.377 2.395 7.675 6.166

TOTAL GERAL 4.069 4.800 5.173 3.520 20.273 17.730 29.515 26.050

As características dos materiais utilizados são as seguintes:

a) CONCRETOS:

fck 21 MPa

traço - 1:2,2 : 4,29 - a/c=0.62

C = 292 kg/m3

Areia do Jacuí e brita basáltica

Custo estimado: US$ 36,00/m3

fck 60 MPa

traço - 1:1,58 : 3,42 - a/c+ms = 0.40

aditivo/cimento = 0.0154

adição de 10% de microssílica (sobre o peso de cimento)

Areia do Jacuí e brita basáltica

Custo estimado: US$ 68,00/m3

b) ARMADURAS:

Aço CA-50B, disponível no mercado.

c) FÔRMAS:

Convencionais plastificadas.
Pela análise dos valores obtidos nas tabelas 1 e 2 pode-se chegar às seguintes
constatações em relação à substituição de um concreto convencional (fck 21) por um
concreto de alta resistência (fck 60) na estrutura em estudo.

1. Em relação ao consumo de materiais

A redução do consumo de concreto é muito significativa para as peças submetidas a


compressão (pilares), chegando a valores da ordem de 50%, o que viabiliza pilares de
menores dimensões, com melhor aproveitamento das áreas rentáveis a nível dos
primeiros pavimentos. Além disso, a redução simultânea de consumo de armadura em
60% permite a escolha do par-bitolas x fck do concreto - com vistas a manter, sempre
que possível, a mesma seção dos pilares ao longo dos pavimentos, evitando desperdício
de materiais e descontinuidades de mão-de-obra na montagem das fôrmas.

A redução do consumo de concreto em vigas só se faz notar com o aumento das tensões
de compressão e cisalhamento. No caso em estudo, chegou-se a uma economia de
aproximadamente 20% em concreto e fôrmas, sem ganho em área de armadura.
Certamente, estes valores aumentariam com uma nova concepção estrutural, onde fosse
possível tirar partido de resistências superiores do concreto.

Em peças submetidas essencialmente a esforços de flexão, o aumento da resistência do


concreto só é justificável por requisitos de durabilidade, uma vez que não existem
vantagens a nível de redução do consumo de materiais.

2. Em relação ao custo da estrutura

No caso de se utilizar o CAR (fck 60 MPa) para a execução de toda a estrutura de


concreto percebe-se uma economia de 12% em relação à mesma estrutura executada
com concreto de fck 21 MPa.

Utilizando-se somente em pilares o concreto com maior resistência e nas demais peças
estruturais concreto com 21 MPa, obtém-se na execução dos pilares, exclusivamente,
uma economia de 40%, correspondendo a uma redução final de custos de
aproximadamente 11.5% para toda a estrutura de concreto.

Quanto maior o número de pavimentos maiores as vantagens de utilização de CAR em


pilares, não só em relação aos custos como também em termos de viabilização de seções
e comportamento estrutural.

Com uma maior utilização de CAR e conseqüente aumento de consumo de aditivos


superplastificantes e da microssílica, a tendência é que diminuam os custos destes
materiais e, em função disto, o custo do concreto, aumentando as diferenças já
existentes em relação à substituição do concreto de fck 21 para fck 60 MPa,
principalmente quando utilizado em peças submetidas a esforços de compressão.

Concreto

Para que haja total segurança nas concretagens de qualquer obra independentemente do
seu porte, deve-se executar o controle tecnológico do concreto, seja usinado ou não, no
primeiro caso a concreteira deve assumir a responsabilidade pelo serviço e cumprir as
prescrições relativas às etapas de execução do concreto.

Ensaio de Abatimento (NBR 12655)

Moldagem (NBR 5738)

Resistência à Compressão (NBR 5739)

Elaboração de traços empíricos e racionais “Dosagem"

Ensaio esclerométrico (NBR 7584)

Ensaio de aderência (arrancamento) em argamassa e grout (NBR 7680)

Blocos Estruturais

Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria com função estrutural -


Determinação da Resistência à Compressão (NBR 7173 )

Blocos Vazados de Cerâmica Para Alvenaria com função estrutural- Determinação da


Resistência à Compressão (NBR 7171 )

Ensaio de resistência prismática em blocos com função estrutural. (NBR 15270 1 - 2 - 3


/ 2005).

Hidráulica;
Hidráulica significa etimologicamente condução da água que resulta do grego:
hydor – água e aulos – tubo, condução.

A Hidráulica é o ramo da Engenharia Civil que se ocupa do estudo do comportamento d


e líquidos em repouso (hidrostática) e em movimento (hidrodinâmica). Quando
além do estudo dos líquidos se incluem os gases é comum referir‐se à Mecânica de
Fluidos.

Com o evoluir dos tempos a hidráulica começou a preocupar‐se também com os


problemas ambientais relacionados com a poluição/contaminação da água, erosão
e degradação dos solos, uso eficiente da água na agricultura, mudança climática,
entre outros. O engenheiro hidráulico intervém essencialmente no ramo terrestre
do ciclo hidrológico (hydrologic or water cycle) .
Escoamento em condutos forçados
Tendo em vista a pressão de funcionamento, os condutos hidráulicos podem se
classificar em:
a) Condutos forçados: nos quais a pressão interna é diferente da pressão atmosférica.
Nesse tipo de conduto, as seções transversais são sempre fechadas e o fluido circulante
as enche completamente. O movimento pode se efetuar em qualquer sentido do
conduto; e
b) Condutos livres: nestes, o líquido escoante apresenta superfície livre, na qual atua a
pressão atmosférica. A seção não necessariamente apresenta perímetro fechado e
quando isto ocorre, para satisfazer a condição de superfície livre, a seção transversal
funciona parcialmente cheia. O movimento se faz no sentido decrescente das cotas
topográficas.

Equação de Bernoulli aplicada aos fluidos reais


Na dedução deste teorema, fundamentada na Equação de Euler, foram consideradas as
seguintes hipóteses:
a) o fluido não tem viscosidade;
b) o movimento é permanente;
c) o escoamento se dá ao longo de um tubo de fluxo; e
d) o fluido é incompressível.

Arruamento e Pavimentação.
Arruamento
A abertura do arruamento consiste inicialmente na execução dos serviços de
terraplenagem, destinados a remodelar o terreno natural de acordo com as características
das ruas projetadas. Para o remodelamento do terreno, são realizados, quando
necessários, cortes e aterros, de tal modo que os greides ou perfis das ruas
correspondam aos definidos em projeto.
É usual, na abertura do arruamento, abranger uma faixa com largura que contemple não
só o leito carroçável como também os passeios. pós a colocação do estaqueamento
pelas equipes de topografia, as áreas a terraplenar são submetidas à avaliação,
identificando-se possíveis interferências como, por exemplo, árvores, trechos com
presença de rochas aflorantes e trechos em várzea. Constatando-se a presença de
vegetação de porte arbóreo, esta é usualmente removida.

Para a execução de cortes, verificam-se três principais possibilidades: cortes em


solo, cortes em rocha alterada e cortes em rocha sã. Dependendo da situação
encontrada, poderá ser necessário o uso de explosivos. Nos três casos, o material é
removido para bota-fora ou para aterro.

Para a execução dos aterros, é necessária a remoção da cobertura vegetal, bem


como, se for o caso, a remoção de eventual solo orgânico com pouca capacidade de su-
porte. Devem então ser executados endentamentos no terreno, com o objetivo de criar
superfícies estáveis para receber o aterro.

Isto permite que o material lançado como aterro se fixe convenientemente, evitando-
se superfícies favoráveis a rupturas.
Quando da demarcação do arruamento,as quadras são também automaticamente
demarcadas. De acordo com as cotas previstas no projeto de obras de terra, poderão
existir locais onde será necessário o desbaste de quadras ou, ainda, aterros parciais.
Nesses casos, o procedimento é semelhante ao utilizado para a abertura de ruas.

Em um sistema viário, a drenagem constitui a maior responsável pela sua eficiência,


principalmente quando se trata de vias de terra, bastante comuns nos assentamentos,
em geral provisórias, mas com seu revestimento relegado por longos períodos.

O arruamento tende a ser o escoadouro da água de chuva e a impermeabilização imposta


pelo revestimento das vias, ou mesmo o próprio sistema de drenagem, influem na
concentração e aumento de fluxo das águas e, conseqüentemente, podem provocar
erosão nos terrenos circunvizinhos. Sobressai, então, a importância da captação e
condução dessas águas para locais mais adequados, como uma drenagem natural, com
obras complementares para dissipação de sua energia.

Em arruamento de terra, duas são as características técnicas fundamentais que a


via deve apresentar, para garantir condições de tráfego satisfatórias

a) boa capacidade de suporte; e


b) boas condições de rolamento e aderência.

A capacidade de suporte é a característica que confere à via condições de resis-


tência à deformação, ante as solicitações de tráfego. As condições de rolamento
dizem respeito às irregularidades da pista (tal como esburacamento e materiais soltos),
que interferem sobre a comodidade e segurança do tráfego.

Dentre os procedimentos técnicos utilizados para melhorar o leito de um arrua-


mento de terra, destaca-se o revestimento correto do seu leito com uma mistura
compactada de materiais granulares (areia e cascalho) com material ligante (argila).
Evidentemente, sempre acompanhado de um bom sistema de drenagem.

É importante lembrar que, para o revestimento primário, são necessárias áreas de


empréstimo, que devem estar previstas, bem como a sua reabilitação posterior, caso não
se opte por adquirir os materiais de fornecedores já estabelecidos.

Se estiver prevista pavimentação, ela pode ser em concreto, asfalto ou com blocos
simples ou intertravados de concreto. Todas as alternativas resultam redução do grau de
permeabilidade do terreno e, conseqüentemente, diminuindo também o tempo de
concentração das águas superficiais. Tal condição exige um sistema de drenagem
eficiente para evitar áreas de alagamento e erosão.

Pavimentação
Define-se como pavimentação uma superfície qualquer, contínua ou descontínua,
construída com a finalidade de permitir o trânsito leve ou pesado.

Na fase de projeto, o responsável deve levar em consideração diversos fatores


para a escolha do pavimento de um ambiente, como: compatibilidade com o
acabamento, adequação ao ambiente, economia, qualidade, resistência ao desgaste,
condições de atrito adequado ao trânsito, higiene, facilidade de conservação,
inalterabilidade etc.

Na pavimentação em que a base é o solo, alguns cuidados são necessários, como


a impermeabilização da elevação, a compactação do aterro interno e a construção do
contrapiso ou lastro de regularização.

Na pavimentação em que a base é o concreto armado, conforme a qualidade de seu


acabamento, a execução do contrapiso pode ser dispensada, utilizando-se apenas a
argamassa de assentamento que terá a função de regularização, nivelamento e união do
material do pavimento com a laje.
No caso de pavimentação em pisos cerâmicos, é importante especificar o índice
que mede a resistência ao desgaste provocado pela movimentação de objetos e
tráfego de pessoas (PEI). Não se deve confundir, entretanto, o PEI com a qualidade
da cerâmica, pois essa é apenas uma de suas características.

A tabela a seguir ilustra a classificação de pisos cerâmicos seguindo o PEI,recomendada


para utilização em ambientes comerciais:

PEI 4 PEI 5
Tráfego intenso - recomendado para todas Tráfego superintenso - recomendado para
as dependências de ambientes comerciais todas as dependências de ambientes
de alto tráfego, mais adequado para comerciais de altíssimo tráfego, mais
escritórios, garagens, lojas, etc. adequado para bancos, aeroportos,
escolas, hospitais, etc.
Classificação de pisos cerâmicos

A fiscalização deverá verificar, entre outros, os seguintes aspectos:

• a correta execução e teste de todas as caixas de passagem e de inspeção, ralos,


canalizações, antes da execução dos lastros de concreto;
• a conformidade da qualidade, espessura e uniformidade das peças (cerâmica, granito,
etc.) a serem aplicadas com as especificações técnicas, bem como a observância das
recomendações do fabricante;
• os aspectos relacionados com o nivelamento do piso e o seu caimento na direção das
captações de água, como grelhas, ralos, e outras;
• a conformidade do traço e da espessura do contrapiso executado com a indicação do
projeto;
• a existência de juntas de dilatação em número e quantidade suficientes, conforme as
especificações;
• o início da execução do acabamento do piso somente após a conclusão dos serviços de
revestimento dos tetos e das paredes;
• a perfeita limpeza das superfícies preparadas para receber os pisos.

Pavimento é uma estrutura construída após a terraplanagem por meio de camadas de


vários materiais de diferentes características de resistência e deformabilidade. Esta
estrutura assim constituída apresenta um elevado grau de complexidade no que se refere
ao cálculo das tensões e deformações.

NBR - 7207/82 : Pavimento é uma Estrutura construída sobre a terraplenagem

Objetivos:

1. Resistir os esforços verticais oriundos do tráfego

2. Melhorar condições de rolamento (conforto e segurança)

3. Resistir esforços horizontais permitindo uma superfície de rolamento durável


Acabadora de Asfalto Auto -Propulsora

Pavimentadoras equipadas com rodas oferecem alta mobilidade para projetos que
exigem muita movimentação da pavimentadora com um material rodante de absorção
de batida que promove pavimentação suave.
As pavimentadoras com rodas apresentam potência e opções de tração em todas as
rodas para serem usadas nas aplicações mais difíceis. A assistência de direção produz
um radio de curva incrivelmente pequeno para que essas pavimentadoras se adaptem à
operação em ambientes confinados. O sistema de ventilação retira vapores do túnel da
esteira, bem como da câmara da broca e os redireciona para longe do operador para
oferecer um ambiente de trabalho mais confortável.

Pavimentadoras equipadas com esteira oferecem tração superior para projetos


desafiadores que apresentam condições de solo ruim ou a necessidade de usar unidades
de transporte grandes em aclives acentuados.
Pavimentadora de asfalto é um tipo de equipamento de manutenção de estrada que é
desenvolvido com base em nível nacional e internacional de tecnologias avançadas. Ele
pode realizar ligante asfáltico de pulverização e chip processos de espalhamento de
forma síncrona, que permite um contato total entre ligantes e agregados, resultando em
desempenho máximo de coesa.
A pavimentadora de asfalto modificado com borracha atinge um nível avançado em
termos de qualidade e desempenho, e é amplamente utilizado para vedação da estrada,
ponte e casaco impermeável.

Características
1. Nossa Pavimentadora de asfalto modificado com borracha pode realizar a
pulverização de ligante asfáltico e agregados com espalhamento, de forma síncrona, que
permite um contato cheio de ligantes asfálticos e agregados, resultando em desempenho
máximo de coesa.
2. É possível concluir a operação espalhando sem tirar o funil, ideal para o bueiro e
construção de pontes.
3. Dispositivo de mistura poderosa está equipado no tanque de asfalto de borracha para
evitar que o asfalto da precipitação se segrege com seus componentes.

Pavimentadora de asfalto com adição de fibras é desenvolvida de forma independente


por nossa companhia e possui os direitos de propriedade intelectual. É amplamente
utilizado na construção do piso, impermeabilização e revestimento de ponte.

Características
1. Nossa seladora chip síncrona fibra pode executar de forma síncrona ligante asfáltico
pulverização e agregar operações de dispersão de modo a perceber pleno contato entre
aglomerantes e agregados para o desempenho máximo coesa
BLOCO 2
Resistência dos Materiais;
Resistência dos Materiais estuda o comportamento dos sólidos quando estão sujeitos a
diferentes tipos de carregamentos. Esta ciência é conhecida como Mecânica dos Sólidos
e Mecânica dos Corpos Deformáveis. Os sólidos considerados aqui são barras
carregadas axialmente, eixos, vigas e colunas. O material das barras será suposto
homogêneo e isótropo.

O lugar geométrico dos centros de gravidade das seções transversais chama-se eixo da
barra. A barra é reta quando seu eixo é retilíneo, e prismático quando, além de reta tem
todas as seções transversais iguais.

Tensões e Deformações
m

P P
m
- delta

L - épsilon

- sigma
P

Barra Prismática sob tração

Tensão - É a força P por unidade de área A, sendo comumente designada pela letra
grega (sigma minúsculo). Quando a barra da figura está sendo alongada pela força P,
a tensão resultante é uma tensão de tração; se as forças tiverem o sentido oposto,
comprimindo a barra, a tensão é de compressão.
P
(1-1) A unidade no S.I. para tensão é o Pascal (Pa), ou seja, 1 N/m2 = 1 Pa
A
Veja alguns exemplos:
Material Tensão Máxima de Ruptura (MPa)
Aço 350 a 700
Alumínio 210
Cobre 210 a 420
Concreto 14 a 70

Note que 1 MPa (um mega Pascal) = 1 x 106 N/m2 = 1 milhão de N/m2. Outros múltiplos e submúltiplos
decimais das unidades estão na tabela abaixo:
Nome Símbolo Fator pelo qual a Unidade é Multiplicada
exa E 1018 = 1 000 000 000 000 000 000
peta P 1015 = 1 000 000 000 000 000
tera T 1012 = 1 000 000 000 000
giga G 109 = 1 000 000 000
mega M 106 = 1 000 000
quilo k 103 = 1 000
hecto h 102 = 100
deca da 10
deci d 10-1 = 0,1
centi c 10-2 = 0,01
mili m 10-3 = 0,001
micro m 10-6 = 0,000 001
nano n 10-9 = 0,000 000 001
pico p 10-12 = 0,000 000 000 001
femto f 10-15 = 0,000 000 000 000 001
atto a 10-18 = 0,000 000 000 000 000 001
Outras unidades são encontradas na literatura:
Nome da Unidade Símbolo Valor em Unidades SI
atmosfera atm 101325 Pa
bar bar 105 Pa
milímetro de mercúrio mmHg 133,322 Pa
libra-força por polegada quadrada psi 6867 Pa
metro coluna d´água m.c.a. 104 Pa

Deformação - É o alongamento por unidade de comprimento L. Se a barra estiver sob


tração, teremos uma deformação de tração; se a barra estiver sob compressão tem-se
uma deformação de compressão.

(1-2) Note que a unidade é m/m, ou seja, a deformação é adimensional.


L
Exemplo:
Uma barra prismática, com seção retangular (25 mm x 50 mm) e comprimento L=3,6 m, está sujeita a
uma força axial de tração 100000 N. O alongamento da barra é de 1,2 mm. Calcular a tensão de tração e a
deformação unitária da barra.
Solução:
Aplicando diretamente a definição de tensão, temos:
P 100000 N 100000 N N
80
A 25 mm x 50 mm 1250 mm2 mm2
Como 1 N/mm2 = 1 MPa, temos a resposta:
80MPa
Aplicando diretamente a definição de deformação unitária, temos:
1,2 mm 4
3,33 x 10
L 3600 mm
Assim:
4 
3,33x10 ou 0,0333  ou 0,333   (porcento e por mil, respectivamente)

O Teste de Tração
A relação entre as tensões e as deformações, para um determinado material, é
encontrada por meio de um teste de tração.

Um corpo-de-prova, em geral uma barreta de seção circular, é colocado na máquina de


testar e sujeito à tração. A força atuante e as deformações resultantes são medidas à
proporção que a carga aumenta. Obtêm-se as tensões dividindo as forças pela área da
seção transversal da barra, e a deformação específica dividindo o alongamento pelo
comprimento ao longo do qual ocorre a deformação. Deste modo obtém-se um
diagrama tensão-deformação completo para o material em estudo.

Diagrama tensão x deformação típico para o aço estrutural

OA O material obedece à lei de Hooke = E. . A tensão no ponto A é


p (tensão limite de
proporcionalidade).
AB A curva começa a se afastar da reta OA, até que em B começa o chamado escoamento.
O ponto B marca o fim da zona elástica. Se tirarmos a carga no trecho p o
descarregamento seguirá a reta OA.
Para p < e, o descarregamento deixará sempre uma deformação residual.
Por exemplo, no ponto B ( = e) admite-se uma deformação residual 0,001.
BC Escoamento. Caracteriza-se por um aumento relativamente grande da deformação com
variação pequena da tensão.
Depois do escoamento, o material está encruado (endurecimento por deformação a frio).
No ponto B começa a zona plástica.
Quanto mais duro é o metal, menos nítido é o escoamento.
CE No ponto D inicia-se a fase de ruptura, caracterizada pelo fenômeno da estricção, que é uma
diminuição da seção transversal do corpo de prova, numa certa região do mesmo.
A ruptura ocorre no ponto E ( r > 5%, normalmente).
As tensões correspondentes aos pontos D e E chamam-se, respectivamente, tensão máxima
( máx) e tensão de ruptura ( r).

Tensão admissível - Para permitir sobrecargas acidentais, bem como para levar em conta certas
imprecisões na construção e possíveis desconhecimentos de algumas variáveis na análise da estrutura,
normalmente emprega-se um coeficiente de segurança, escolhendo-se uma tensão admissível adm, ou
tensão de projeto. Uma das duas equações deve ser usada:

e
adm ou
c1
lim
adm (1-3)
c2
onde e e lim representam, respectivamente, a tensão no ponto de escoamento e a
tensão máxima do material e c1 e c2 os coeficientes de segurança.

Mecânica dos Solos;


A mecânica dos solos estuda as características físicas dos solos e as suas propriedades
mecânicas (equilíbrio e deformação) quando submetido a acréscimos ou alívio de
tensões.

OBJETIVOS
Substituir por métodos científicos os métodos empíricos aplicados no passado.

PROBLEMA DA MECÂNICA DOS SOLOS

A própria natureza do solo.

SOLO SOB O PONTO DE VISTA DA ENGENHARIA

Solo é a denominação que se dá a todo material de construção ou mineração da


crosta terrestre escavável por meio de pá, picareta, escavadeira, etc, sem necessidade de
explosivos.

EMPREGO DO SOLO NA ENGENHARIA CIVIL

Solo como material de construção: Aterros, Barragens de Terra, Base e Sub-


base de Pavimentos, etc.

Solo como suporte de fundação: Valas, Sapatas, Blocos, Estacas, Tubulões,


Subleito, etc.

ORIGEM E EVOLUÇÃO DA MECÂNICA DOS SOLOS

Os primeiros trabalhos sobre o comportamento dos solos datam do século XVII.


COULOMB, 1773, RANKINE, 1856 e DARCY 1856 publicaram importantes trabalho
sobre o comportamento dos solos. O acúmulo de insucessos em obras de Engenharia
observados no início do século XX como:

- O escorregamento de solo durante a construção do canal do Panamá, 1913;


- Rompimento de grandes Barragens de Terra e Recalque em Grandes edifícios,
1913;
- Escorregamento de Muro de Cais na Suécia, 1914. O Levou em 1922 a
publicação pelos suecos de uma nova teoria para o cálculo e Estabilidade de taludes;
- Deslocamento do Muro de cais e escorregamento de solo na construção do
canal de Kiev na Alemanha,1915.
Em 1925 o professor Karl Terzaghi publicou seu primeiro livro de Mecânica dos
solos, baseado em estudos realizados em vários países, depois do início dos grandes
acidentes.

A mecânica dos solos nasceu em 1925 e foi batizada em 1936 durante a realização
do primeiro Congresso Internacional de Mecânica dos Solos.

Em meados de 1938 foi instalado o primeiro Laboratório de Mecânica dos solos


em São Paulo. Em novembro de 1938 foi instalado o Laboratório de Solos e Concreto
da Inspetoria Nacional de Obras Contra a Seca em Curemas Paraíba.

ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLO

Os solos são formados pela deterioração das rochas através do intemperismo.

ROCHA
Agregado de um ou mais minerais, que é impossível de escavar manualmente, que
necessite de explosivo para o seu desmonte.

INTEMPERISMO
É o conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que ocasionam a
desintegração e decomposição das rochas e dos minerais, formando os solos.

INTEMPERISMO FÍSICO
Ou mecânico é o processo de decomposição da rocha sem alteração química dos
seus componentes. Os principais agentes são:
- Variação de temperatura;
- Repuxo coloidal;
- Congelamento da água;
- Alívio de pressões;

INTEMPERISMO QUÍMICO
É o processo de decomposição da rocha onde os vários processos químicos
alteram solubilizam e depositam os minerais das rochas transformando-a em solo, ou
seja, ocorre a alteração química dos seus componentes. Neste caso há modificação na
constituição mineralógica da rocha, originando solos com características próprias. Este
tipo é mais freqüente em climas quentes e úmidos e, portanto muito comum no Brasil.
Os tipos mais comuns são: Hidrólise; Hidratação; Oxidação e Carbonatação.

HIDRÓLISE
É o mais importante, pois leva a destruição dos silicatos.

HIDRATAÇÃO
Penetração da água nos minerais, através de fissuras. A hidratação ocasiona nos
Granitos e Gnaisses a transformação de feldspato em argila.

CARBONATAÇÃO
O carbonato de cálcio em contato com a água carregada de ácido carbônico se
transforma em bicarbonato de cálcio.

OXIDAÇÃO
Mudança que sofre um mineral em decorrência da penetração de oxigênio na
rocha.

INTEMPERISMO BIOLÓGICO
Ë processo no qual a decomposição da rocha se dá graças a esforços mecânicos
produzidos por vegetais através de raízes, escavação de roedores, etc.

INFLUÊNCIA DO INTEMPERISMO NO TIPO DE SOLO


Os vários tipos de intemperismo e a intensidade com que atuam no processo de
formação dos solos, dão origem a diferentes tipos de solo.

CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO A ORIGEM E FORMAÇÃO


Os solos classificam-se quanto a origem em solos residuais e sedimentares.

SOLOS RESIDUAIS
Solos residuais são os solos que permanecem no local de decomposição rocha que
lhes deu origem. Para a sua ocorrência é necessário que a velocidade de remoção do
solo seja menor que a velocidade de decomposição da rocha.
A rocha que mantém as características originais, ou seja, a rocha sã é a
que ocorre em profundidade. Quanto mais próximo da superfície do terreno, maior é o
efeito do intemperismo. Sobre a rocha sã encontra-se a rocha alterada, em geral muito
fraturada e permitindo grande fluxo de água através das descontinuidades. A rocha
alterada é sobreposta pelo solo residual jovem, ou saprólito, que é um material arenoso.
O material mais intemperizado ocorre acima do saprólito e é denominado solo residual
maduro, que contém maior percentagem de argila.

SOLOS SEDIMENTARES
Os solos sedimentares ou transportados são aqueles que foram levados de seu
local de origem por algum agente de transporte e lá depositados. As características dos
solos sedimentares do agente de transporte.
Os agentes de transporte são:
- Vento (solos eólicos);
- Água (solos aluvionares);
- Água dos Oceanos e Mares (Solos Marinhos)
- Água dos Rios (Solos Fluviais)
- Água das Chuvas (Solos Pluviais)
- Geleiras (Solos Graciais);
- Gravidade (Solos Coluvionares)

SOLOS EÓLICOS
Transporte pelo vento. Devido ao atrito os grãos dos solos transportados possuem forma
arredondada. A ação do vento se restringe ao caso das areias e dos siltes. São exemplos
de solos eólicos as DUNAS e os solos LOÉSSICOS.
Dunas – Barreira.
Loéssicos – Vegetais.
SOLOS ALUVIONARES
O agente de transporte é a água, os solos sedimentares. A sus textura depende da
velocidade de transporte da água. podem ser classificados como de origem PLUVIAL,
FLUVIAL ou DELTAICO.

CARACTERÍSTICAS:
- Grãos de diversos tamanhos;
- Mais grossos que os eólicos;
- Sem coesão.

SOLOS GLACIAIS
Formados pelas geleiras. São formados de maneira análoga aos fluviais.

SOLOS COLUVIONARES
Formados pela ação da gravidade. Grande variedade de tamanhos. Dentre os solos
podemos destacar o TALUS, que é solo formado pelo deslizamento de solo do topo das
encostas.

SOLOS ORGÂNICOS
Impregnação do solo por sedimentos orgânicos preexistentes, em geral
misturados de restos de animais e vegetais. Cor escura e cheiro forte.
As TURFAS são solos que encorporam florestas soterradas em estado avençado
de decomposição. Não se aplicam as teorias da mecânica dos solos.

SOLOS TROPICAIS VERMELHOS


Ou LATERÍTICOS são os solos de evolução pedogênica (sofrem no seu local de
formação ou deposição uma série de transformações físico-químicas. Formados por uma
alternância de saturação e secagem do solo original, aumentando a concentração de
óxido de ferro e alumina na parte superior.

TEXTURA E ESTRUTURA DOS SOLOS


TAMANHO E FORMA DAS PARTÍCULAS

A TEXTURA de um solo, é o tamanho relativo e a distribuição das partículas sólidas


que formam. O estudo da textura dos solos é realizado por intermédio do ensaio de
granulometria. Pela sua textura os solos podem ser classificados em solos grossos e
solos finos.

SOLOS GROSSOS

Solos com 0,074mm e suas partículas tem forma arredondada poliédrica, e


angulosa.
Os solos grossos são os PEDREGULHOS e as AREIAS.

SOLOS FINOS

Os solos finos são os SILTES e as ARGILAS. Solo com 0,074mm. Os solos


finos são os siltes e as argilas.

A fração granulométrica classificada como ARGILA possui diâmetro inferior a


0,002mm e se caracteriza pela sua plasticidade marcante elevada resistência quando
seca.
Segundo a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) os limites das frações de
solo pelo tamanho são os da tabela 1:

TABELA 1
FRAÇÃO LIMITES (ABNT)
Matacão de 25cm a 1m
Pedra de 7,6cm a 25cm
Pedregulho de 4,8mm a 7,6cm
Areia Grossa de 2,0mm a 4,8mm
Areia média de 0,42mm a 2,0mm
Areia fina de 0,05mm a 0,42mm
Silte de 0,005mm a 0,05mm
Argila Inferior a 0,005

Tabela 01- Classificação dos solos segundo a ABNT.

COMPORTAMENTO DOS SOLOS


O comportamento dos solos finos é definido pelas forças de atração moleculares e
elétricas e pela presença de água.
O comportamento dos solos grossos são governados pelas forças gravitacionais. Os
SILTES apesar de serem classificados como finos, o seu comportamento é governado
pelas forças gravitacionais (mesmas dos solos grossos).

COMPOSIÇÃO QUIMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS


Os solos são formados por agregados de um ou mais minerais.

MINERAL
Substância inorgânica e natural, com composição química e estrutura definida. Os
minerais encontrados nos solos podem ser primários ou secundários. Os PRIMÁRIOS,
são os mesmos da rocha de origem, e os SECUNDÁRIOS são formados quando ocorre
a decomposição química.
MINERAIS CONSTITUINTES DOS SOLOS GROSSOS E SILTES
Os solos grossos são constituídos basicamente de SILICATOS apresentam também na
sua composição ÓXIDOS, CARBONATOS E SULFATOS.

SILICATO
Silicato é um composto salino resultante do óxido silício, são abundantes na natureza e
formam os FELDSPATOS, MICAS e QUARTZO e SERPENTINA.

FELDSPATO: São silicatos duplos de AL e de metal alcalino ou alcalino terroso “k”,


“Na” ou Ca, sofrem decomposição acentuada pela ação da água carregada de CO2 ,
produzindo argila branca (CAULIM).

MICA: Ortossilicatos de Al, Mg, K, Na ou Li e raramente Mn e Cr apresenta-se em


forma de lâminas flexíveis, e de fácil clivagem. tem-se a muscovita (mica branca e a
biotita (mica preta)

QUARTZO: é o mais importante do grupo dos silicatos. Sua composição é SIO2. São
identificados macroscopicamente e é o mineral mais abundante na crosta
terrestre.(SiO2) sílica cristalina pura, clorita e o talco.

ÓXIDOS
Composto de metalóide e oxigênio, não se une com a água. Hematita (Fe2O3),
Magnetita (Fe2O4) e Limonita (Fe2O3. H2O).

CARBONATOS
Calcita (CaCO3), Dolomita [(CO3)2CaMg]. A calcita é o segundo mineral mais
abundante na crosta terrestre ( ).

SULFATOS
(CaSO4.2H2O) e Anidrita (CaSO4)

MINERAIS CONSTITUINTES DOS SOLOS ARGILOSOS


As argilas são constituídas basicamente por silicatos de alumínio hidratados, podendo
apresentar silicatos de magnésio, ferro ou outros metais. Os minerais que formam as
frações finas pertencem a três grupos: CAULINITA, ILITA e MONTMORILONITA.
CAULINITA
São formadas por unidades estruturais de silício e alumínio, que se unem
alternadamente, conferindo-lhes uma estrutura rígida. São relativamente estáveis em
presença de água.

ILITAS
São estruturalmente semelhantes as Montmorilonitas. As substituições isomórficas (não
alteram o arranjo dos átomos) que ocorrem tornam ela menos expansiva.

MONTMORILONITAS
Unidades estruturais de alumínio entre duas unidades de silício, e entre as unidades
existem n moléculas de água. São instáveis em presença de água. Ex: BENTONITA.

A presença de um determinado mineral de argila pode ser determinado por análise


TERMODIFERENCIAL, RAIO X, MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE
VARREDURA e ETC.

SUPERFÍCIE ESPECIFICA
É a superfície total de um conjunto de partículas dividida pelo seu peso. Quanto mais
fino for o solo maior será a sua superfície especifica, o que constituí uma das razões das
diferenças entre as propriedades físicas solos finos e dos solos grossos.

A superfície especifica dos argilominerais é:


CAULINITA S = 10m2/s de solo
ILITA S = 80m2/g de solo
MONTMORILONITA S = 800m2/g de solo

FASE SÓLIDO ÁGUA E AR


O solo é constituído de uma fase fluida (água e ou ar) e de uma fase sólida. A
fase sólida ocupa os vazios deixados pelas partículas sólidas.

FASE SÓLIDA
Caracterizada pelo seu tamanho, forma, distribuição e composição mineralógica dos
grãos.

FASE GASOSA
Ar, vapor d’água e carbono combinado. É bem mais compressível que as fases liquida e
sólida.

4.3 FASE LIQUIDA


Preenche os vazios dos solos. Pode estar em equilíbrio hidrostático ou fluir sob
a ação da gravidade ou de outra forma.
ÁGUA CAPILAR

Se eleva pelos interstícios capilares formados pelas partículas sólidas, devido a

ação das tensões superficiais oriundas a partir da superfície líquida da água.

ÁGUA ADSORVIDA (ADESIDA)

É uma película de água que adere às partícula de solos muito finos devido a ação de
forças elétricas desbalanceadas na superfície dos argilo-minerais.

ÁGUA DE CONSTITUIÇÃO

Faz parte da estrutura molecular da parte sólida.

4.5 ÁGUA HIGROSCÓPICA

A água que ainda se encontra no solo seco ao ar livre.

“As água livre, Higroscópica e Capilar podem ser totalmente eliminadas a


temperatura práticas de 1000C”.

Obras de Terra;
A ABNT (NBR 6502) define solo como “Material proveniente da decomposição das
rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não ter matéria orgânica”,
ou simplesmente, produto da decomposição e desintegração da rocha pela ação de
agentes atmosféricos.

A ação contínua do intemperismo tende a desintegrar e decompor as rochas, dando


origem ao solo. Na maioria dos casos, as construções de engenharia são assentes sobre
os solos e, muitas vezes, fogem ao caso as construções de túneis, barragens ou grandes
pontes que exijam fundações em rocha firme.

Na engenharia Civil o solo é todo o material da crosta terrestre que não oferecesse
resistência intransponível à escavação mecânica e que perdesse totalmente toda
resistência, quando em contato prolongado com a água; rocha: aquele cuja resistência ao
desmonte, além de ser permanente, a não ser quando em processo geológico de
decomposição, só fosse vencida por meio de explosivos.
Origem e Constituição:

Mecanismo de formação dos solos:

Processo físico-químico de fragmentação e decomposição das rochas, transporte e


evolução pedogênica.

1o Estágio: Expansão e contração térmica, alternadas das rochas sãs.


· Fraturamento mecânico.
· Percolação de água e crescimento de raízes de plantas nas fissuras das rochas.
· Surgem grandes blocos a pequenos fragmentos.

2o Estágio: Alteração química das espécies minerais.


· Ataque pela água acidulada, ácidos orgânicos, oxidação ....
· Decomposição química, transformando os fragmentos em argilas/areia.

3o Estágio: Transporte por agente qualquer, para local diferente ao da transformação.


(Pode ou não ocorrer)
· Formação dos “solos transportados” ou “sedimentares”.

4o Estágio: Evolução pedogênica


· Processos físico-químico e biológicos
· Lixiviação do horizonte superficial com concentração de partículas coloidais
(menores) no horizonte profundo. Impregnação com húmus (matéria orgânica) do
horizonte superficial.
Exs.: Processo de formação.

Tipos de Solos

De acordo com a origem:

solos residuais
solos transportados ou sedimentares
solos de evolução pedogenênica

SOLOS RESIDUAIS
· São originados do processo de intemperização (decomposição) de rochas pré-
existentes, no qual ele se encontra sobre a rocha que lhe deu origem;
· Para que eles ocorram é necessário que a veloc. de decomposição (temp, regime de
chuvas e vegetação) da rocha seja maior do que a velocidade de remoção por agentes
externos;
· Regiões tropicais favorecem a degradação da rocha mais rápida, sendo comum a sua
ocorrência no Brasil;
· Composição depende do tipo e comp. mineralógica da rocha matriz;
· Solo residual maduro – é mais homogêneo e não apresenta nenhuma relação com a
rocha mãe;
· Solo residual jovem – apresenta boa quantidade de material que pode ser classificado
como pedregulho (# > 4,8 mm). São bastante irregulares qto à resistência, coloração,
permeabilidade e compressibilidade
(intensidade do processo de alteração não é igual em todos os pontos).
· Solo saprolítico – guarda características da rocha sã e tem basicamente os mesmos
minerais, porém sua resistência já se encontra bastante reduzida. Pode ser caracterizado
como uma matriz de solo envolvendo grandes pedaços de rocha altamente alterada,
apresenta pequena resistência ao manuseio;
· Solo de alteração de rocha – preserva parte da estrutura e de seus minerais, porém com
dureza inferior à da rocha matriz, em geral muito fraturada permitindo grande fluxo de
água através das descontinuidades;
· Rocha sã – ocorre em profundidade e mantém as características originais, ou seja,
inalterada;
· As espessuras das faixas são variáveis e dependem das condições climáticas e do tipo
de rocha.

SOLOS TRANSPORTADOS OU SEDIMENTARES


· Formam geralmente depósitos mais inconsolidados e fofos que os residuais, e com
profundidade variável;
· O solo residual é mais homogêneo do que o transportado no modo de ocorrer.
a) SOLOS DE ALUVIÃO
· São transportados e arrastados pela água;
· Sua constituição depende da velocidade das águas no momento de deposição, sendo
encontrado próximo às cabeceiras material mais grosseiro e o material mais fino (argila)
são carregados a maiores distâncias;
· Existem aluviões essencialmente arenosos, bem como aluviões muito argilosos,
comuns nas várzeas dos córregos e rios;
· Estes solos apresentam baixa capacidade de suporte (resistência), elevada
compressibilidade e são susceptíveis à erosão;
· Apresentam duas formas distintas: terraços (ao longo do próprio vale do rio) e
planícies de inundação (forma depósitos mais extensos);
· São fontes de materiais de construção, mas péssimos materiais de fundação.

b) SOLOS ORGÂNICOS
· Formados em áreas de topografia bem caracterizada (bacias e depressões continentais,
nas baixadas marginais dos rios e baixadas litorâneas);
· Mistura do material transportado com quantidades variáveis de matéria orgânica
decomposta;
· Normalmente são identificados pela cor escura, cheiro forte e granulometria fina;
· Quando a matéria orgânica provém de decomposição sobre o solo de grande
quantidade de folhas, caules e troncos de plantas forma-se um solo fibroso,
essencialmente de carbono, de alta compressibilidade e baixíssima resistência, que se
chama turfa. Provavelmente este é pior tipo de solo para os propósitos do engenheiro
geotécnico.

c) SOLOS COLUVIAIS (ou depósito de tálus)


· O transporte se deve exclusivamente à gravidade e o solo formado possui grande
heterogeneidade;
· São de ocorrência localizada, geralmente ao pé de elevações e encostas, provenientes
de antigos escorregamentos;
· Apresentam boa resistência, porém elevada permeabilidade;
· Sua composição depende do tipo de rocha existente nas partes elevadas;
· Colúvio: material predominantemente fino;
· Tálus: material predominantemente grosseiro.

d) SOLOS EÓLICOS
· Formados pela ação do vento e os grãos dos solos possuem forma arredondada;
· É o mais seletivo tipo de transporte de partículas de solo;
· Não são muito comuns no Brasil, destacando-se somente os depósitos ao longo do
litoral.

Terraplanagem;
A terraplenagem ou movimento de terras, pode ser entendida como o conjunto de
operações necessárias para remover a terra dos locais em que se encontra em excesso
para aquele sem que há falta, tendo em vista um determinado projeto a ser implantado.

Assim, a construção de uma estrada de rodagem, ferrovia ou aeroporto, a edificação de


um fábrica ou de usina hidrelétrica, ou mesmo, de um conjunto residencial, exigem a
execução de serviços de terraplenagem prévios,regularizando o terreno natural, em
obediência ao projeto que se deseja implantar.

Pode-se afirmar,portanto, que todas as obras de Engenharia Civil de grande ou pequeno


porte, exigem a feitura de trabalhos prévios de movimentação de terras. Por esta razão a
terraplenagem teve o enorme desenvolvimento verificado neste século

Podemos classificar os equipamentos de terraplenagem, de acordo com a sua finalidade,


da seguinte forma:

a) Unidades de tração (tratores);


b) Unidades escavo empurradoras;
c) Unidades escavo transportadoras;
d) Unidades escavo carregadoras;
e) Unidades de transporte;
f) Unidades aplainadoras;
g) Unidades compactadoras.

As unidades de “a” a “e” são responsáveis pelas quatro operações básicas da


terraplenagem: escavação, carga, transporte e descarga. Essas operações podem ser
realizadas pelo mesmo equipamento, ou por meio de uma equipe de equipamentos,
atuando em harmonia em busca da maior produtividade possível dentro de
uma obra. As unidades “f” e “g” são responsáveis pelas operações complementares de
conformação e compactação do terreno.

1- Unidade de tração
As unidades de tração mais utilizadas nos trabalhos de recuperação e preparação dos
terrenos são:
- tratores de rastos de potência elevada;
- tratores de pneus de potência elevada (tipo industrial ou de trabalhos públicos).

1.1- Tratores de rastos


Os tratores de rastos, tipo industrial ou de trabalhos públicos, distinguem-se dos tratores
de rastos convencionais por disporem de potências relativamente altas, superiores a 50 -
60 kW;
estes tratores são utilizados em trabalhos pesados enquanto os convencionais são
utilizados em culturas em linhas como, por exemplo, na vinha.

Figura 1- Trator de rastos, tipo industrial, com lâmina bulldozer.


1- Macaco hidráulico de elevação 2- Lâmina de corte 3- Braço de fixação

Estes tratores têm, geralmente, montadas lâminas de corte (bulldozers) ou niveladoras


ou pás escavadoras, podendo também realizar trabalhos de tracção, nomeadamente com
“rippers”, grades pesadas, charruas de surriba, etc. A utilização deste tipo de
equipamento torna estes tratores particularmente indicados para trabalhos de
engenharia, ou seja, operações de nivelamento, escavações, carregamento, etc., ou
trabalhos agrícolas como, por exemplo, construção de patamares, limpeza de matos, etc.

Tratores de rodas
A utilização de tratores de rodas tem vindo a impor-se devido à sua maior polivalência,
embora tenham uma menor capacidade de tracção; a utilização de massas suplementares
e pneus de grandes dimensões, assim como uma melhor distribuição de massas nos
eixos motrizes, têm atenuado estas diferenças.

Estes tratores podem ter apenas um eixo motriz, exemplo do tractor da figura 4, mas
apresentam geralmente mais que um eixo motriz para aumentar a sua capacidade de
tração.

Sobre os tratores de rodas puxando scraper:


Como ambos se deslocam sobre rodas, há que considerar o peso do trator e o do scraper,
vazio ou carregado. Calcular resistência ao rolamento, resistência/assistência de rampa,
distribuição do peso , aderência.
A resistência ao rolamento não afeta os tratores de esteiras ...
CONV1- Motoscraper convencional ,
rebocador (cavalo) de 1 eixo:
Para distâncias médias e curtas, terrenos
de compacidade média ou baixa, rampas
< 15 %, terrenos com bom suporte e
pouco afundamento (baixa resistência ao
rolamento.
CONV2 - Motoscraper convencional
, rebocador (cavalo) de 2 eixos:
Distâncias médias e grandes, terreno
compacidade média ou baixa, rampas
até 10 %, terrenos bom suporte e
afundamento < 15% (baixa resistência
ao rolamento).
EL - Motoscraper com elevatório:
Distâncias curtas e médias, terrenos
pouco compactos, solo solto, rampas
pequenas (<10 %) , terrenos com bom
suporte e pouco afundamento (baixa
RR)
MT-Motoscraper (twin) :
Distâncias médias, terrenos compactos, rampas <
30 % (médias e fortes), terrenos de baixa cap. De
suporte e alta resistência ao rolamento.
Scraper rebocado SR por trator de
esteiras:
Distâncias curtas, terrenos compactos,
fortes rampas (> 30 %), terrenos de
baixa capacidade de suporte e alta
resistência ao rolamento.

CONSIDERAÇÕES SOBRE CARGA, TRANSPORTE E ESPALHAMENTO:


Carregamento mais caro: vagões e caminhões (tempo de carga muito maior que dos
scrapers).
Carregamento mais barato: TR e EL quando terreno dispensa uso de pusher, porem
menor velocidade acarreta transporte mais caro. Os EL , invertendo o sentido da esteira,
tem a descarga mais regular, adiantando o espalhamento.
Caminhões e vagões tem transporte com custo menor, porém espalhamento após
descarga mais caro ( é preciso usar trator de lâminas e motoniveladoras).

VAGÃO FORA-DE-ESTRADA

3. Limpeza da faixa de ocupação , desmatamento e destocamento

Fatores que influem nas operações de limpeza:


1. Porte e tamanho das árvores:

Para efeito de desmatamento, a vegetação pode ser classificada em:

campo: vegetação rasteira

capoeira: arbustos e pequenas árvores (tronco diâmetro de 10 a 20 cm)

mata: muitas árvores, e grandes (diâmetro do tronco > 20 cm)


2. Uso final da terra:

Estradas, barragens, reflorestamento, uso agrícola – exigências são diferentes em cada


tipo de obra.
3. Condições do solo:

Espessura da camada de terra vegetal, matéria orgânica, umidade, presença de matacões


e blocos de rocha , influem na escolha dos equipamentos a serem usados.
4. Topografia: grandes rampas, valetas, áreas pantanosas e de baixo suporte,
formações rochosas – alteram a operação de alguns equipamentos.

5. Especificações da obra : tamanho da obra, prazo, disposição de entulho, exigências


de conservação ambiental e dos solos

Equipamentos usados na limpeza:

a) TRATORES DE ESTEIRA (Bull-dozer)

Cortando, limpando, empurrando, acertando e alisando superfícies para melhorar o


tráfego.

No desmatamento, utilizar tratores da maior potência possível.


O entulho é removido para fora da faixa de ocupação, e, em geral, queimado, para
reduzir o volume de material a ser transportado para bota-foras.

Derrubada:
Destocamento:

IMPLEMENTOS PARA LIMPEZA


Ancinho

(brushrake)

BULL-DOZER (Trator de esteira com lâmina):

É o "bom-bril" da terraplanagem, com mil e uma utilidades. Sem exagero, podemos


considerar a invenção do trator de esteiras (1904) como o marco de início da
terraplanagem moderna. É a máquina mais usada, e praticamente obrigatória em
qualquer trabalho de movimentação de terra. Tracionando ou empurrando, o bull- dozer
tem enorme utilização em obras de grande, médio ou pequeno porte.

Posições básicas da Lâmina:


quanto à inclinação horizontal:

posição reta angle-dozer


quanto à inclinação vertical:

plana (horizontal) tilt-dozer

Principais atividades do bull-dozer:

Preparo de cortes e aterros, praças de manobra para motoscrapers no corte e no aterro,


atenuar rampas para uso do equipamento de pneus, espalhamento de terra em ponta de
aterro, escarificação em materiais de 1ª categoria que sejam muito compactos,
escarificação em materiais de 2ª categoria (com escarificadores reforçados). Pusher
(mais indicados os tratores com servo-transmissão tipo "power-shift").

Primeiro espalhamento nos aterros. Desmatamento. Empurrar e puxar. Movimentar


materiais em pequenas distâncias.

Se a inclinação do terreno for muito forte,


é preciso começar cortes com o
"embocamento"

(geralmente lâmina na posição plana e


reta)

Operações com a lâmina em "angle-dozer":exemplo: corte em meia encosta

em terreno pouco inclinado


em terreno muito inclinado
taludamento

Execução de valetas, com lâmina em tilt-dozer, na falta de retro-escavadeira

Unidades escavo-transportadoras:

SCRAPERS E MOTOSCRAPERS

Uso em distâncias médias e longas, com alta produtividade.

Principais elementos de um scraper ou motoscraper:

Os cavalos ou tratores podem ser de esteiras ou rodas, e os de rodas podem ter um ou


dois eixos. Os motoscrapers podem ter motores apenas no cavalo ou serem "push-pull",
com tração em todas as rodas.

Principais elementos da caçamba:


Existem também equipamentos de pequeno porte, apelidados "caixotes", com os
mesmos princípios de trabalho, cuja descarga é executada por um grande giro da
caçamba, não existindo o ejetor. Um exemplo destes são os scrapers Madal, com
capacidade da caçamba na ordem de 3 a 4 m3. Em geral são agrupados (dois) e
rebocados por um trator agrícola, onde ficam os controles.

TRATOR AGRÍCOLA
Equipamento de escavação e carregamento

Os equipamentos utilizados nas escavações, ao carregar os materiais, fazem no parado,


ao contrário das pás - carregadoras que tem que se deslocar; o sistema de translação das
escavadoras, que pode ser de rodas ou rastos, serve apenas para se
deslocarem entre os locais de trabalho.

Tipos de escavadeiras:

As escavadeiras, segundo a maneira de proceder a escavação e devido à forma


construtiva do implemento escavador, podem ser agrupadas com segue:

1) Com caçamba frontal (“shovel”);


2) Com caçamba invertida (retro-escavadeira);
3) Com caçamba de arrasto (“drag-line”);
4) Com caçamba de mandíbula (“clam-shell”);
5) Com caçamba de articulação múltipla (“orange peel”);
6) Com caçamba de garra.

A identificação das escavadoras utilizadas nestas obras faz-se em função da forma como
trabalham, sendo as mais comuns as seguintes:

- retroescavadoras com balde (*);


- escavadoras niveladoras;
- escavadoras com balde rebocado (dragline);
- escavadoras com balde de garras (grappin)

Escavadeiras com caçamba "shovel":

Utilizadas para corte acima do nível da máquina. Se o terreno tem baixa capacidade de
suporte, apoiá-la sobre estivas (plataformas de madeira). Trabalham qualquer tipo de
material, exceto rocha , aceitando até rocha fragmentada, mas tem grande produção com
material de primeira categoria. A caçamba deve ser cheia com um movimento único,
sem aprofundar demais.
Quando a altura de corte ultrapassa o alcance do shovel, trabalha-se em terraços, com
alturas de ataque de no mínimo, 1,50 m por degrau. Os terraços devem ser abertos de
cima para baixo, com distâncias entre frentes de ataque de, no mínimo, 100 m. Ao se
atingir o greide, na plataforma mais inferior, deve-se forçar o trajeto das unidades de
transporte por ele, contribuindo para a compactação do subleito. As equipes em terraços
diferentes devem ser independentes, com as unidades de transporte nunca servindo a
mais de uma carregadeira.
As mais rápidas tem comando hidráulico, concorrendo com as carregadeiras de esteira e
pneus. Devem ser dimensionadas de modo a atender, no limite mínimo, a duas unidades
de transporte, de forma que quando uma acabe de ser carregada, outra tenha acabado de
se posicionar.
Nunca deve escavar enquanto gira. Deve-se procurar trabalhar em cortes largos, de
preferência com duas saídas para os basculantes.
Bulldozers podem auxiliar , principalmente no caso de cortes altas ("fazendo terra").
Nenhuma escavadeira deve se movimentar durante a carga.
Moto-scraper auxiliado por um trator de esteiras
Escavadeiras de arrasto , ou dragas (drag-line):

Usada em terrenos abaixo do nível da máquina, principalmente de pouca consistência.


Podem levantar a carga enquanto giram.
Usos :
Remoção de solos moles, que impeçam o tráfego até de tratores de esteiras. É comum a
necessidade de estivas. Para a chegada das unidades de transporte pode ser necessário
construir estradas de serviço com solos de melhor qualidade, com espessuras a partir de
1,00 m.;
Abertura de grandes valas sem escoramento;
Abertura de canais de drenagem, corta-rios, limpeza de cursos d’água, etc. No último
caso, usar caçambas com aberturas que permitam o escoamento da água. (carga da
caçamba pode perder 70%, i.é. pegar apenas 30% do volume). Esteiras em posição
perpendicular ao movimento de arrasto, contrapesos na traseira da máquina, para
prevenir desequilíbrio.
Escavadeiras de mandíbulas (clam-shell)
Mesma utilização das dragas, alcance mais reduzido, profundidades maiores.
Podem levantar a carga enquanto giram.
Retroescavadeiras :

Como as dragas e as escavadeiras de mandíbula, são usadas para escavação


abaixo do nível da máquina. Não tem o alcance da draga nem escavam na
vertical , como as clam-shell, mas são eficientes na abertura de valas de largura
reduzida (que devem ser posteriormente escoradas). Usadas na abertura de
canais, remoção de solos ruins, etc.
Carga mais eficiente se em nível superior ao do equipamento de transporte. As
de acionamento hidráulico permitem mais precisão de trabalho.
Carregadeiras (de esteira ou de pneus):

Muito versáteis, usadas principalmente quando as distâncias de transporte forem longas.


Caçambas de grande capacidade, altura ótima de corte não afeta tanto quando no caso
das escavadeiras shovel.
Vantagem de poder deslocar-se até as unidades de transporte. Isto
reduz tempo de espera e posicionamento, aumentando a produção.As de pneus só
podem ser usadas em terreno firme, e na carga de materiais de fácil desagregação.

Carregamentos não convencionais:


Escavadeiras Rotativas:

(Usina Hidrelétrica de Marimbondo-1972)


Usadas na escavação de materiais de primeira categoria, quando há necessidade de
altíssimos índices de produção, com volumes da ordem de milhões de m 3.
Escavam bancadas com nível e largura constantes, com caçambas fixas em uma roda
giratória que descarrega o material escavado em uma esteira elevatória que faz a carga
contínua nas unidades de transporte. A possibilidade de alterar a umidade do material
enquanto na esteira , e a de alternar os pontos de saída da esteira – "by-pass" - (que
reduz à quase zero o tempo entre o fim da carga de uma unidade de transporte e o inicio
da carga de outra) , tornam a velocidade de carregamento praticamente insuperável.
Exigem terrenos com topografia favorável, possibilidade de cortes longitudinais longos,
conservação perfeita das bancadas e da área de corte, e geralmente sua alta produção
pede equipamentos de transporte de grande capacidade.
Devido ao alto preço, exigem que a obra tenha prazos de execução superiores a 10000
h, ou cinco anos, para completa amortização da compra.
Alto desgaste nas caçambas exigem 8h de manutenção para 30 h de trabalho, o que
obriga a se ter pelo menos três, duas trabalhando e uma em manutenção preventiva.
Trator e bica, ou carregadeira e bica:

É um modo de carregamento de emergência, não convencional, mas que já foi muito


utilizado. É construída uma plataforma (geralmente de madeira), com alçapão , em
plena caixa de empréstimo. Os basculantes colocam-se sob o alçapão, e a carga é feita
geralmente por um bulldozer. (o dozer não anda sobre a armação de madeira).
Equipamentos escavo-elevadores:
Variante dos escavotransportadores(scrapers) com esteira elevatória, mas com produção
contínua e conseqüente produção maior que a dos scrapers. Também podem ser
encarados - do ponto de vista operacional - como um equipamento de carga da família
das escavadeiras rotativas.
Pode ser rebocado por trator de esteiras (de cuja potência depende a produção) ou ter
autopropulsão. Uso limitado por exigir sempre topografia favorável, com terrenos
planos ou pouco inclinados, como as escavadeiras rotativas.
ESCARIFICAÇÃO :
Escarificador (ripper)

Atualmente as escavadoras são cada vez mais polivalentes, podendo funcionar com
diferentes tipos de elementos e executar vários tipos de movimentos.
Escavadora hidráulica a funcionar como retroescavadora (balde com a abertura
para baixo) ou com o balde virado com a abertura para cima
Escavadora niveladora com balde rebocado

Os equipamentos utilizados na escavação das obras de drenagem permitem executar


vários trabalhos de melhoramento com vista à eliminação parcial da água existente no
solo; a drenagem destes faz-se através da abertura de canais a céu aberto que conduzam
a água para bacias de recepção, que podem ser utilizados para rega durante o período
seco, ou através de condutas enterradas e perfuradas; estas condutas, geralmente feitas
em plástico, têm 4 - 6 m de comprimento e 50 - 70 mm de diâmetro ou, mais
recentemente, por condutas onduladas flexíveis apresentadas em rolos de 50 - 300 m de
comprimento e 50 - 200 mm de diâmetro.

Os equipamentos mais utilizados nos trabalhos de escavação são as escavadoras de


trincheiras com vários baldes e charruas específicas.

Escavadoras de trincheiras com vários baldes


As escavadoras de trincheiras permitem abrir, em contínuo, valas estreitas (trincheiras)
e pouco profundas para colocação de cabos eléctricos, condutas de gás, tubos de
irrigação e drenagem, etc.

Dos principais tipos de escavadoras de trincheiras, destacam-se as escavadoras de braço


inclinável, as de braço vertical, as com raspadeiras e as com rodas com copos (godets).
A escavadora de braço inclinável é, dentro deste grupo, o equipamento mais divulgado,
escavando no sentido da deslocação e desfazendo-se lateralmente da terra por meio de
um dispositivo suspenso na parte anterior do equipamento.

Estas máquinas apresentam um número importante de velocidades de deslocamento, em


trabalho (de ± 0.5 a ± 4 m/min), o que permite a sua utilização em situações muito
variáveis.

As escavadoras com rodas com copos são indicadas para a abertura de trincheiras

relativamente largas, com uma profundidade máxima de 2.5 m, mas com raios de
curvatura bastante grande e em que o solo não apresente obstáculos. Para estas situações
as escavadoras são mais indicadas.

- Charruas utilizadas em trabalhos de saneamento

As charruas, munidas de acessórios próprios, podem ser utilizadas na abertura de


pequenos canais e fossas de saneamento; os subsoladores podem também ser utilizados
neste tipo de trabalhos.

Assentadores automotrizes de condutas de drenagem com dispositivos


escavadores
São equipamentos que, utilizando um dente rígido, tipo “ripper”, com inclinação
variável, abrem uma galeria em profundidade e que têm, junto ao dente, na parte
traseira, uma caixa estreita que contém o mecanismo de colocação das condutas. A
tração é obtida com um trator de rastos, de elevada potência, sendo a velocidade de
deslocamento de 1500 - 2500 m/h.

A utilização de raios laser nestes equipamentos tem vindo a generalizar-se pois permite
um nivelamento “perfeito” das condutas; a abertura destas, sem esta tecnologia, torna
impossível manter a profundidade das condutas constante.

Assentador automotriz com dispositivo escavador para colocação de condutas

plásticas de drenagem.

EQUIPAMENTO ESCAVADOR TRANSPORTADOR

É o equipamento capaz de executar a escavação do material, recolhe-lo em uma


caçamba, efetuar o transporte desse material ao local conveniente e promover a sua
descarga. As mais antigas escavadoras transportadoras eram as rudimentares “pás de
arrasto” de tração animal que operavam em terrenos já desagregados através de arados
(escarificadores).
Equipamentos de carregamento

Os equipamentos de carregamento têm como função proceder ao transporte dos


materiais escavados para equipamentos de transporte; alguns destes equipamentos
também escavam o material que depositam nos equipamentos de transporte

Figura- Pá carregadora com braços articulados


Dentro deste grupo os carregadores com balde frontal e escavadora na parte traseira

(retroescavadoras) são os mais divulgados.

Materiais de Construção Civil;


Madeira
A madeira é um dos materiais de construção mais utilizado pelo homem. Desde as
construções mais primitivas até as atuais temos exemplos de sua utilização.
Assim como o concreto e o aço, a madeira tem muitos pontos positivos dentre os quais
podemos citar o de ser um material renovável e abundante no país; em termos de
manuseio, apresenta uma importante característica que é a baixa densidade equivalente
a aproximadamente um oitavo da densidade do aço; alta resistência mecânica dentre
outras.
Mas apesar dos aspectos positivos podem ser citadas algumas desvantagens para a
utilização da madeira. Dentre elas podem ser citadas sua susceptibilidade ao ataque de
fungos e insetos, assim como também sua inflamabilidade.
No entanto, estas desvantagens podem ser facilmente contornadas através da utilização
de preservativos, que representa uma exigência indispensável para os projetos de
estruturas de madeira expostas às condições favoráveis à proliferação dos citados efeitos
daninhos. O tratamento da madeira é especialmente indispensável para peças em
posições sujeitas a variações de umidade e de temperatura propícias aos agentes citados.
A madeira tem a desvantagem da sua inflamabilidade. Contudo, ela resiste a altas
temperaturas e não perde resistência sob altas temperaturas como acontece
especialmente com o aço. Em algumas situações a madeira acaba comportando-se
melhor que o aço, pois apesar dela ser lentamente queimada e provocar chamas, a sua
seção não queimada continua resistente e suficiente para absorver os esforços atuantes.
Ao contrário da madeira, o aço não é inflamável, mas em compensação não resiste a
altas temperaturas.
A madeira situa-se como material renovável e com aproveitamento total, exige pouca
energia para obtenção e produz pouca poluição quando industrializada. É o fato que a
extração predatória e técnicas primitivas justificam aparentemente as críticas dos que se
opõem a um uso mais intensivo da madeira na construção.

A tecnologia de construção de habitações de madeira começou a se desenvolver


principalmente a partir de 1833, quando o arquiteto construtor Augustine D. Taylor
concebeu um novo sistema para a construção da igreja de Saint Mary, em Chicago: os
pilares de madeira roliça foram substituídos por montantes de dimensões muito
pequenas (2x4”), mas com espaçamento reduzido, enquanto o revestimento passava a
ser feito com tábuas diagonais que recebiam ainda um acabamento com tábuas ou
sarrafos horizontais de juntas sobrepostas.
Esse sistema ficou conhecido como BALÃO, por sua leveza e aparente fragilidade. No
entanto, nada deve quanto à estabilidade e resistência aos sistemas convencionais. Da
evolução do sistema balão surgiu outro sistema, chamado de estrutura em
PLATAFORMA, cuja característica básica é a execução do piso antes das paredes. Ele
forma uma superfície plana e segura sobre a qual as paredes são construídas. As paredes
são normalmente executadas em painéis ou panos sobre o piso e depois levantados no
seu lugar, temporariamente escorados, aprumados e pregados no sub-piso.

Outro avanço importante surgiu por volta de 1886, com o invento da madeira
compensada ou contraplacada, que passou a substituir as tábuas na formação dos
painéis; nas regiões mais chuvosas as tábuas continuaram a ser usadas no acabamento
externo.

O sistema permite a venda de kits (pacotes), casas pré-fabricadas padronizadas. No


Brasil, existem várias empresas especializadas nesse campo, entre elas a Madezzatti, a
Brotto, a Bel Recanto e outras.

O principal risco do uso da madeira é a utilização inadequada, sem os tratamentos


necessários para assegurar sua durabilidade e resistência. A princípio, devido ao bom
poder de isolamento térmico (uma parede de 5 cm de madeira tem o mesmo coeficiente
de transmissão de calor de uma parede de 30 cm de alvenaria ou de 75 cm de concreto),
e a baixa inércia térmica (material leve que entra rapidamente em equilíbrio com o
ambiente), são características que proporcionam conforto no frio e desconforto no
verão.

Há, no entanto, técnicas de construção que tornam possível habitações com bom
conforto ambiental mesmo em climas mais quentes. Essas técnicas basicamente são as
paredes duplas que formam câmaras de ar e isolamento entre o forro e o telhado.

A rápida deterioração da madeira em climas tropicais é uma das maiores preocupações.


É fundamental a proteção da madeira, inclusive através de detalhes construtivos que
minimizem a exposição dela à umidade e às intempéries, como beirais largos e não
contato direto com o solo, e tratamento com produtos químicos preservativos que
assegurem maior durabilidade.

Além da sujeição da madeira ao ataque de agentes biológicos devido à sua natureza


orgânica, existe o risco do ataque do fogo. Por essa razão, há de pensar bastante nos
projetos habitacionais com grupamentos de casas. O problema do fogo pode ser
solucionado com o revestimento de tintas incombustíveis e com a aplicação de
ignífugos.

A impregnação da madeira com substâncias tóxicas lhe confere resistências aos agentes
biológicos e a impregnação com produtos ignífugos aumenta a resistência ao fogo.
Normalmente, a quantidade de produtos químicos exigida para retardar a combustão da
madeira de forma significativa é bem superior àquelas necessárias para protege-las
biologicamente. Por isso, o tratamento com ignífugos geralmente tem custo mais
elevado do que o tratamento preservativo. Por outro lado, embora os produtos químicos
empregados como retardadores de chama sejam de baixa toxidez, devido às quantidades
empregadas normalmente, a madeira tratada contra o fogo fica também protegida contra
o ataque de agentes biológicos.

As reservas naturais de madeiras mais nobres e duras estão se esgotando, porque só


recentemente começou-se a tomar consciência dos prejuízos da exploração predatória,
existe em contrapartida grandes florestas plantadas de madeiras mais pobres com o
pinus e o eucalipto, de ciclos de crescimento rápido, mediante tratamentos adequados,
podem apresentar desempenho semelhante ao das madeiras de lei. Esse tratamento pode
ser feito nas próprias serrarias, através da instalação de usinas de preservação.

Os métodos de tratamento normalmente usados dividem-se em dois grupos: processos


sem pressão e com o uso de pressão. Alguns dos métodos sem pressão: banho por
imersão a quente, frio/quente ou frio; processo de difusão, processo de ascensão capilar,
vácuo duplo. A maioria desses sistemas é aplicada com a finalidade de proporcionar à
madeira proteção contra o ataque de agentes destruidores. Já os métodos a pressão
(sendo o mais usado o de vácuo-pressão) permitem controlar a quantidade de
preservante retido na madeira (o que não ocorre nos métodos sem pressão) e o grau de
penetração. O controle de qualidade é, assim, mais eficiente, e a proteção da madeira
impregnada mais definida.

Pinus e Eucalipto

O IPT realiza pesquisas com o pinus e os resultados indicam que essa conífera, aos 20
anos, apresenta propriedades mecânicas e desempenho comparáveis ao pinho, assim
como sua densidade se assemelha à da araucária. As árvores mais novas não apresentam
condições satisfatórias para utilização, bem como por apresentarem baixa densidade,
não retêm devidamente os pregos.

Aos 20 e 30 anos, tanto o pinus taeda como o pinus elliotti, poderão substituir o pinho-
do-paraná, pois apresentam diâmetros de 30 a 40cm. O pinus pode substituir inclusive a
peroba nos telhados, utilizando-se outro tipo de estrutura. A adoção de estruturas tipo
CAIBRO TRELIÇADO, que utiliza uma série de tesouras leves e ripas, bastante
utilizadas nos EUA, tem a vantagem de poder ser pré-fabricadas. A carga é distribuída
ao longo da parede e não de forma concentrada. Não parece, mas o volume de madeira
chega a ser menor do que no convencional. As tesouras são justapostas a cada 60cm e
são feitos travamentos para vincular os nós dos banzos de compressão das tesouras.
Esse detalhe construtivo reduz o comprimento de flambagem. Finalmente as ripas são
pregadas sobre as tesouras.

Por se tratar de madeira de crescimento rápido, o EUCALIPTO tem o aparecimento de


tensões internas, impossibilitando, no desdobro, bitolas maiores, por exemplo 20x20cm,
pois aparecem rachaduras que inviabilizam seu uso. No entanto, isso não ocorre em
bitolas 6x12 ou 6x16cm, viabilizando o eucalipto nas estruturas de telhado e até mesmo
assoalhos.

Outro problema ao eucalipto é a sua dureza: a madeira racha ao receber pregos. A


solução é a pré-furação ou união por contraplacados de madeira (formando chapuz) ou o
sistema GANG-NAIL, aplicada por prensas hidráulicas.
O eucalipto tem ótima aplicação como escoramento, inclusive de taludes onde há
problemas com terra e água. As escavações de valas são normalmente escoradas por
tábuas de pinho com estroncas de eucalipto.

Materiais cerâmicos

1. DEFINIÇÃO

Cerâmica é a pedra artificial obtida pela moldagem, secagem e cozedura de argilas ou


misturas contendo argilas.

Fabricação
De uma maneira geral, para a fabricação de tijolos, telhas, lajotas, ladrilhos, peças
sanitárias e outras cerâmicas, observam-se as seguintes fases:

1.1 Extração de Argila e Composição

Normalmente a argila vermelha, extraída em laterais de rios ou barrancos, é utilizada


para tijolos, telhas, lajotas e ladrilhos. As argilas claras, tipo caulim, utilizadas para
azulejos, porcelanas, etc.

1.2 Preparo da Matéria Prima

Constitui-se nas misturas e na maceração das argilas, para eliminação de nódulos que
comprometeriam a qualidade do produto final. Nas pequenas olarias, de trabalhos
manuais, essa maceração é feita de maneira rudimentar com um moinho de tração
animal. Nas olarias de telhas, o equipamento utilizado é a maromba.

1.3 Moldagem

Logicamente é diferente para os diversos produtos cerâmicos.

1.3.1 A seco e semi-seco (4 a 10% de água)

A moldagem é feita por prensagem (azulejos, pisos, tijolos e telhas).

1.3.2 Com pasta plástica consistente (20 a 35% de água)

A moldagem é feita em formas de madeira ou torno de oleiro (vasos, potes, etc)

1.3.3 Com pasta fluida (30 a 50% de água)


A moldagem é feita em formas porosas de gesso e, depois de seca, a peça descola da
forma (porcelanas, louças sanitárias e peças de formato complexo).

1.4 Secagem

Se a cerâmica for úmida para o forno, a umidade interior ficará retida pela externa
aparecendo tensões internas e o conseqüente fendilhamento. Um tijolo, por exemplo,
contém cerca de 1kg de água após a moldagem, e a secagem é feita ao ar livre, coberta e
demora 3 a 6 semanas, nas pequenas olarias. Nas maiores pode-se utilizar a secagem por
ar quente-úmido e por radiação infra-vermelha, o que dá um controle rigoroso dessa
fase, mas tem custo elevado.

1.5 Cozimento

É a fase final do processo produtivo da cerâmica. Nas pequenas olarias os fornos são à
lenha, onde os materiais crus são colocados manualmente, empilhados, como a lenha é
posta na parte inferior, obtém-se geralmente, tijolos supercozidos nas primeiras
camadas, bons tijolos nas fiadas intermediárias e tijolos quase crus nas superiores. Os
outros tipos de fornos tem produtos mais satisfatórios porque são contínuos, isto é, os
materiais entram sobre vagonetes e recebem toda a caloria do processo.

2. TIJOLO COMUM

Conforme a qualidade da argila e o cozimento, apresentam resistência à compressão


desde 5kgf/cm² até 120kgf/cm², geralmente 30kgf/cm².

Nas pequenas olarias a moldagem é manual, em formas de madeiras umedecidas, nas


quais se passa leve camada de areia, para o barro não aderir, enche-se as formas e soca-
se com os dedos, arrasa-se com arame e régua de madeira e debruça-se o tijolo sobre
tábuas, para a secagem. A cerâmica moldada, quando crua, tem o nome de adobe. As
olarias de maior porte já contam com máquinas que fabricam o tijolo por prensagem ou
por extrusão.

Cuidado especial deve haver no recebimento de tijolos na obra, pois, da qualidade do


mesmo resultará a qualidade da alvenaria executada. A partida com muitas quebras deve
ser recusada, pois se os tijolos quebraram no transporte, denota produto fraco.
Diferenças consideráveis de tamanho e cor denotam desuniformidade da argila ou do
cozimento. Ao se percutir dois tijolos deve aparecer um som limpo, característico de
bom cozimento; um som cavo, chocho, indica peça crua, e som agudo sugere peça
supercozida, o que nem sempre é desejável, pois dificulta a execução das instalações
elétricas e hidráulicas pela dificuldade de corte. As peças supercozidas apresentam
quase sempre retração muito grande, diferenciando tamanho, e deformação como
empenamento. Tamanhos e pesos uniformes indicam maior espessura da argamassa nas
juntas diminui a resistência da parede. A uniformidade de peso denota igualdade da
mistura em todas as peças e também igual teor de umidade presente. Ao cortar-se o
tijolo com a colher de pedreiro, deve surgir fratura plana, reta, indício de uniformidade,
e cor uniforme da crosta ao meio, sem mancha central que indica mau cozimento.
A NBR-8041 estabelece as medidas 190x90x57mm e 190x90x90mm, no entanto devido
ao desconhecimento e tradição, tijolos de diferentes tamanhos são encontrados, por
exemplo, 240x110x60mm.

Os tijolos comuns, também denominados caipira, maciço ou burro, são utilizados em


paredes de vedação, encunhamento em paredes de tijolos furados, ou como
autoportantes em pequenas estruturas.

Para a aplicação necessitam ser previamente molhados, sem encharcar, para não
absorver a água da argamassa. Devem ser assentes em amarração e a alvenaria pronta
deve ser molhada para evitar a evaporação brusca da água. Isso é necessário pois, se
houver a retirada da água da argamassa, seu cimento não vai se hidratar,
comprometendo a colagem. Deve-se evitar qualquer dano à alvenaria, como choques ou
batidas, bem como o carregamento, antes da secagem. Se possível, esperar 28 dias,
como no concreto, já que a argamassa é à base de cimento. O traço que apresenta bom
resultado é cimento, cal e areia, 1:2:8. Um traço mais econômico, para alvenarias sem
grandes responsabilidades, é cimento e saibro, 1:8 a 10.

3. BLOCO CERÂMICO (TIJOLO FURADO)

Tem furos cilíndricos ou prismáticos perpendiculares às faces que os contém. São


fabricados por extrusão. A maromba expulsa o barro através de uma boquilha que dá o
tamanho e configuração do bloco. A outra dimensão, espessura do bloco, vai ser
definida no corte, que é feito por arame, normalmente, dessa forma, a fabricação é
contínua com intervalos para o corte e retirada para secagem.

As medidas comerciais mais comuns são 90x190x190mm (tijolo baiano) e


140x190x390mm (bloco vedação ou estrutural). Os estruturais apresentam a linha de
meio-bloco, canaleta e meia-canaleta para vergas, para evitar cortes e quebras.

A alvenaria feita com bloco vedação 90mm resiste a 105 minutos de fogo e a estrutural
de 140mm, 175 minutos. Esta, revestida nas duas faces, apresenta isolamento acústico
de 42dB.

Nas alvenarias de vedação utiliza-se argamassa de assentamento cimento, cal e areia, no


traço 1:2:9. Na alvenaria estrutural o traço é definido pelo calculista, devendo-se ter
cuidados especiais com a qualidade da areia a utilizar.

Deve-se evitar cortes nos blocos para não enfraquecer a alvenaria e minimizar as perdas
de material. Dessa maneira, quando se pensar na utilização de blocos, deve-se rever o
projeto arquitetônico, de modo a obedecer módulos múltiplos das medidas, inclusive
considerando a largura da alvenaria. Pela uniformidade e prumo que se consegue com
os blocos, é possível aplicação de gesso como revestimento.
4. TELHAS CERÂMICAS

São basicamente de dois tipos: as planas e as curvas. Nas planas destaca-se a “francesa”
e a de escamas, que é uma placa mesmo. Entre as curvas são comuns a “paulistinha” e a
“capa-canal”, dentro delas a “romana”, a “portuguesa” e a “italiana”. Devido à relativa
facilidade de se modificar a fabricação, surge, de vez em quando, algum outro tipo de
telha, devendo estarmos atentos para a qualidade da mesma, estudando as possibilidades
de utilização, impermeabilidade, encaixe, etc.

As telhas cerâmicas não devem apresentar absorção excessiva, máxima de 20%, não
podem permitir a percolação e nem vazamentos nos encaixes. Admitem variação
dimensional de +/-2% e empenamento máximo de 5mm. Quando percutir duas telhas,
deve haver som metálico.

Uma telha francesa pesa cerca de 2,5kg, deve ser aplicada com declividade de 32 a 40%
e utilizar-se 15 peças por m². Quando o projeto exige inclinação maior, a olaria deve
produzir com furo no encaixe para permitir a amarração, o que se faz com arame e
cobre. Normalmente o telhado é feito sobre madeiramento serrado, com ripamento
galgado pela telha, sobre caibros, terças e tesouras dimensionadas convenientemente.

As telhas curvas devem ter as mesmas características do barro das planas, declividade
de 30 a 40% e utilizam-se cerca de 16 peças por m². A NBR-8038 tem as especificações
das telhas francesas e a NBR-9598 das telhas capa e canal “paulista”, a NBR-95600 das
demais. Para o cálculo de quantidades (áreas) não esquecer da inclinação, dos beirais,
etc., o que dá diferenças consideráveis, inclusive quanto a contratação de mão de obra.

5. AZULEJOS

Os azulejos são obtidos a partir de uma mistura de argilas, caulins, areia e outros
minerais (feldspato, quartzo, calcário, talco), prensando em moldes metálicos, queimada
a mais de 900ºC e esmaltada numa das faces pela fusão de um esmalte, geralmente em
segunda queima. A fabricação obedece as seguintes fases:

1) Preparo da Matéria-Prima
São estocadas separadamente e sofrem uma série de análises para controle da qualidade,
individualmente.

2) Mistura
Cada matéria-prima é dosada em peso, com precisão, de acordo com a formulação
preestabelecida; cada lote de mistura é levado para um moinho de tambor, adicionada
água, e ocorre a trituração, sob a ação de pedras sílex, resultando na massa cerâmica
líquida chamada barbotina.

3) Limpeza
A barbotina é limpa de eventuais partículas de ferro pela ação de um ímã e filtrada em
peneira vibratória. Escoa para um tanque onde a presença de agitadores evita a
decantação.
4) Atomização
A barbotina é bombeada para a torre de secagem, o atomizador (spray-dryer), onde é
lançada contra o ar aquecido a 400/500ºC. Isso faz com que evapore a água das
gotículas de barbotina resultando num granulado que se deposita no fundo cônico da
torre, de onde é transportado para silos por correias.

5) Prensagem
Dos silos a massa granulada segue para as prensas, onde o azulejo será moldado em
dois impactos: o primeiro retira o ar da massa (aproximadamente 100kg/cm²) e o
segundo é responsável pela moldagem propriamente dita, a uma pressão de 300kg/cm².

6) Secagem
Os azulejos crus são empilhados em vagonetes providos de prateleiras de material
refratário. Passam a seguir pelo secador, onde a umidade residual é eliminada, processo
que leva cerca de 20 horas, a temperatura de cerca de 120ºC.

7) Primeiro Cozimento
Nesta etapa o azulejo cru, cozido, passa-se a denominar-se “biscoito”. O processo
consiste em pré-aquecimento, cozimento e resfriamento e demora cerca de 72 horas,
normalmente num forno túnel, contínuo. Atinge 1.100ºC.

8) Esmaltação
O esmalte é aplicado por máquinas especiais no biscoito transportado por correias. O
esmalte é obtido pela moagem de “fritas”, espécie de vidro próprio para este fim,
acrescidas de outros minerais e corantes. Dependendo do caso, pode receber uma
impressão por “silk-screen”, antes ou depois da esmaltação, resultando na decoração de
“baixo esmalte”, ou “sobre-esmalte”, respectivamente.

9) Segunda Queima
O biscoito é colocado em engradados refratários em vagonetes que passam em forno
túnel, para a queima do esmalte ou queima de alisamento, que demora cerca de 12 horas
e atinge 1.050ºC.

10) Classificação e Embalagem


A classificação é feita visualmente, bem como a embalagem é manual.

5.1 Algumas Características Técnicas Previstas em Norma

1) Variação das Dimensões


É o desvio, em percentual, das dimensões de cada peça em relação à média do lote.

1.1) Tamanho nominal – é a medida “comercial” do material. Por exemplo:


30x30cm, 20x30cm, etc.
1.2) Dimensão de fabricação – é a dimensão “real” do material. Por exemplo:
301,5x301,5mm, 204x306mm, etc.
1.3) Calibre ou bitola – é a faixa de tolerância de tamanho desde o limite maior até
o menor.

2) Qualidade de Superfície e Tonalidade


95% das peças presentes numa caixa devem pertencer à qualidade especificada na
embalagem. Na fábrica a classificação é feita visualmente num conjunto de peças
colocadas num painel devidamente iluminado, como o observador a:

• 1 metro de distância – sem defeitos visíveis = classe A


• 1 metro de distância – com defeitos visíveis = classe B
• 3 metros de distância – com defeitos visíveis = classe C

Alguns fabricantes classificam seus materiais em A, C e D.

Quanto a tonalidade, a norma que as peças da classe A devem formar um conjunto


homogêneo, não proíbe diferenças de tom.

3) Absorção de Água
É o percentual de água absorvida pela peça, em peso, quando imersa em água em
ebulição por duas horas. É fundamental o conhecimento dessa propriedade para
sabermos o comportamento da argamassa, bem como a conveniência ou não no local de
utilização de determinado produto. Classificam-se em quatro grupos: o BI tem AA
menor que 3%; o BIIa, AA de 3 a 6%; o BIIb, AA de 6 a 10%; e o BIII, tem AA maior
que 10%.

4) Dilatação Térmica Linear


O Coeficiente de Dilatação Térmica Linear é o aumento de dimensão que ocorre em
cada milímetro de um corpo de prova, quando a temperatura aumenta de 1ºC. Em
função desta propriedade e pela diferença entre a cerâmica e a argamassa, não se
recomenda o assentamento com junta seca.

5) Resistência ao Gretamento
Gretamento são micro-fissuras na superfície da peça, parecem teias que prejudicam a
aparência e comprometem a impermeabilidade.

6) Resistência a Ataque Químico


Os ensaios são feitos com solução de azul de metileno e permanganato de potássio, para
saber da resistência a agentes que provocam manchas. Para ensaiar a resistência aos
produtos domésticos de limpeza e aditivos de piscinas, usa-se como reagentes o ácido
cítrico a 10%, entre outros, por 6 horas. Para testar à ação de ácidos e bases, usam-se
soluções de ácido clorídrico e hidróxido de potássio a 3%, por 7 dias.

7) Resistência à Abrasão
É importantíssima para podermos definir o material de acordo com a utilização. A
tabela seguinte apresenta uma classificação aproximada, baseada no método PEI –
Porcelam Enamel Institute e é orientativa:
PEI 0 100 Não são recomendados para pisos
PEI I 150 Pavimentos onde se caminha descalço com sapato de sola
macia, sem ligações para o exterior (banheiros,
dormitórios, etc)
PEI II 600 Pavimentos onde se caminha com sapatos normais (salas
residenciais)
PEI III 1.500 Ambientes onde se caminha com sapatos com pequena
quantidade de pó abrasivo (cozinhas, varandas)
PEI IV Até 12.000 Pavimentos onde se caminha com algum abrasivo, mas
não muito severos (entradas, halls, lojas)
PEI V Acima de Pavimentos sujeitos a circulação severa (áreas públicas,
12.000 shoppings, aeroportos, lojas)

A tabela acima é útil para a especificação de pisos.

5.2 Aplicação de Azulejos


Aplicação com argamassa industrializada (cimento-cola)
A parede deve ser emboçada ou preferencialmente rebocada, pois quanto menor a
rugosidade, menor vai ser o consumo de argamassa. Cuidado especial deve ser
observado com o prumo da parede, pois a diferença que pode resultar nos cantos não
pode ser corrigida devido à pouca espessura. A aplicação é precedida do espalhamento
da argamassa com desempenadeira de aço dentada, que forma sulcos de 5x5mm que
serão espremidos com a pressão que se dá nos azulejos, fazendo com que cada peça
fique totalmente aderida ao reboco. A argamassa deve ser preparada e descansar por 15
minutos em média, para que inicie da hidratação e a quantidade produzida deve ser para
o trabalho em menos de duas horas, que é o tempo em que se dá inicio a pega. Depois
disso, não se pode trabalhar. Esse trabalho apresenta rendimento bem superior ao
método convencional, em desuso, mas exige certa prática do azulejista, que já não se
trabalha com linha em todas as fiadas. No método antigo, aplica-se argamassa produzida
na obra (cimento, cal, areia 1:2:8) no substrato de cada azulejo e comprime-se a peça
contra a parede que poderá estar emboçada ou só chapiscada. Em cada fiada vai se
colocando a linha de nível.

Para o uso de cimento-cola é necessário que os azulejos não apresentem empenamento,


pois caso contrário, parte da peça ficará não aderida na sua totalidade.

Rejuntamento
É o que se chama tomada das juntas. Consiste em preencher as juntas entre os azulejos
com nata de cimento branco ou de cimento portland comum. Há no mercado também os
rejuntes industrializados brancos ou coloridos, de efeito impermeabilizante e estético. A
aplicação do rejunte é feita com rodo de borracha, comprimindo a nata de modo a haver
total preenchimento, passando-se na diagonal. Deve ocorrer pelo menos 3 dias após a
aplicação do azulejo, para permitir a aderência, pois nesse prazo qualquer esforço sobre
as peças será prejudicial. Os azulejos devem ser levemente molhados (depende da
absorção) para que não suguem a água da nata, queimando o rejunte e causando o
esfarelamento do mesmo. O consumo de rejunte varia com o tamanho da junta, tamanho
dos azulejos e a espessura deles. Por exemplo, para rejuntar 1m² de azulejos 15x15 com
junta 3mm e espessura 8mm, gasta-se 1,21kg; para rejuntar 1m² de azulejo 30x30,
espessura 8,5mm e junta 4mm, gasta-se 0,33kg. Maiores detalhes consegue-se nos
catálogos dos fabricantes de argamassa e rejunte.

Corte e Perfurações
Os cortes retilíneos são facilmente feitos com a riscagem do esmalte e posterior
“quebra” do biscoito. Essa riscagem é feita com um bastão de aço provido de ponta de
vídea. Existem no mercado as “riscadeiras”, cortadores providos de uma roda
diamantada que confere um trabalho mais preciso. Além disso, pode-se utilizar uma
serra circular munida de disco de aço diamantado.

6. LADRILHOS

Basicamente produzidos por processos semelhantes aos dos azulejos, apresentam-se sob
grande variedade de tamanhos e padrões. São de dois tipos: o Terracota, quando a
própria argila é o acabamento final, produzido principalmente na cor vermelha ou
caramelo, e os Esmaltados, que podem ser produzidos basicamente por dois métodos, o
primeiro, mais tradicional, biqueima, quando uma cerâmica terracota recebe esmalte e é
novamente queimada e o mais moderno, monoqueima, onde o biscoito cru recebe
esmaltação.

Grês é a argila bastante fusível, com bastante mica e baixo teor de ferro, de cor clara.
Normalmente apresenta menor absorção e maior resistência que as argilas vermelhas.

Alguns fabricantes produzem ladrilhos de vários tamanhos e peças como rodapés,


soleiras, peças para batedor de tanque de lavar roupas, anti-derrapantes para rampas,
cantoneiras, etc. Para especificar material cerâmico é necessário conhecimento da classe
PEI, absorção, tamanho, etc, bem como saber da existência ou não de peças
complementares. Cuidado especial deve ser tomado quando se trabalhar com pisos
decorados pois o desenho ou composição precisa ser estudado em cada cômodo e nas
continuidades.

Cuidados na Obra
Ao receber o material, examinar que todas as caixas apresentem os mesmos códigos de
padrão, qualidade, bitola e tonalidade. A estocagem deve ser ao abrigo de intempéries.
Conferir e reconferir a quantidade de compra, pois a falta do material no andamento dos
trabalhos às vezes impede a continuidade, pois não se encontra mais o mesmo material.
Deve-se guardar sobras, de 5 a 10% para reparos futuros. Quando for imprescindível a
mistura de tonalidade, deve-se fazer uma parede diferente da outra, pois isso dificulta a
percepção já que o efeito da luz incidente será diferente.

A aplicação dos ladrilhos cerâmicos tem seqüência semelhante à dos azulejos, podendo-
se utilizar argamassa tipo cimento-cola, ou massa cimento e areia 1:3. Apesar de alguns
fabricantes não recomendarem molhar os materiais, é prudente efetuar a limpeza da face
de assentamento dos mesmos, pois alguns vem cobertos de pó claro, o engobe, que é
resíduo da esmaltação e costuma causar problemas, pois cola-se o pó e não a cerâmica,
que ficará solta.
Devem ser previstas juntas de dilatação em áreas superiores a 20m², ou quando um dos
lados for maior que 5m e em paredes com área superior a 24m².

7. PASTILHAS CERÂMICAS

São materiais semelhantes aos azulejos, porcelana mais compacta e impermeável,


baixíssima absorção, espessura de 3 a 5mm, dimensões 25x25mm, 40x40mm,
50x50mm, sextavadas, palito e outros.

Podem ser esmaltadas numa face, coloridas, ou coloridas no próprio biscoito,


apresentando-se foscas.

Vem de fábrica coladas pela face acabada em folha de papel Kraft formando painéis de
aproximadamente 40x80cm. São aplicadas sobre superfície lisa emboçada ou rebocada,
assentes com argamassa tipo cimento-cola ou com argamassa especial colorida que
também será o rejunte. O painel com papel é pressionado, tomando-se o cuidado da
coincidência das juntas entre painéis e, após a secagem de 72 horas, o papel é retirado
com lavagem com água e soda cáustica, é feito o rejunte, cujos excessos são retirados
24 horas após com solução água/ácido muriático 10:1. Como se nota é um trabalho
demorado e para se obter boa qualidade de acabamento as fachadas necessitam estar em
prumo rigoroso, pois não se pode cortar as pastilhas, bem, como as interferências de
janelas, vitrôs tem que ser criteriosamente analisadas.

8. LITOCERÂMICA

É o revestimento em terracota, que pode ser esmaltado, que imita o tijolo à vista. São
produzidos em medidas próximas de 220x50mm, com espessura de 10 a 15mm. São
assentados sobre emboço, com argamassa cimento-cola ou convencional 1:3. A
qualidade deve ser analisada em cada caso, pois existem no mercado materiais mais ou
menos absorventes, mais ou menos uniformes, resistentes, etc.

MATERIAIS NÃO CERÂMICOS PARA ALVENARIA

1. BLOCO DE CONCRETO

Bloco obtido pela mistura e cura de cimento portland, agregados e água. Esses
agregados são a areia e a pedra, que podem ser substituídos por outros leves como
escória de alto forno, cinzas volantes, argila expandida ou outros que atendam às
especificações.

Comprimento: 39cm
Tolerâncias: 3mm
Altura: 19cm
Largura: 9; 11,5; 14 e 19cm
Resistência à compressão: Bloco de vedação: 4Mpa
Bloco estrutural: 6Mpa
Alguns fabricantes fornecem o bloco tipo aparente, onde uma das superfícies se
apresenta lisa ou com relevos, dispensando qualquer outro acabamento.

Absorção: menos que 7%

São fabricados meio-bloco, canaleta e meia-canaleta para Complementar a montagem


das paredes sem necessidade de quebrar blocos inteiros, devendo o projeto de
arquitetura obedecer previamente a modulação.

São utilizados em paredes de vedação e em paredes auto-portantes, inclusive em


edifícios de múltiplos andares, dispensando pilares e vigas. As resistências dos blocos
são maiores nos andares baixos, diminuindo gradativamente.

Os blocos podem ser assentes com argamassa preparada na obra ou com argamassa
industrializada. Para paredes de vedação o traço indicado é 1:0, 5:4, 5 (cimento, cal
areia). Para paredes estruturais os traços são indicados pelo calculista, que também
indica as ferragens e o grout a serem colocados. As paredes internas executadas com
regularidade aceitam aplicação de gesso diretamente sobre a superfície, dispensando
emboço e reboco.

NORMAS A CONSULTAR:

NBR 7173/82, NBR 7184/82 (blocos vedação); NBR 6136/80, NBR 7186/82, NBR
8215/83, NBR 8798/85, NBR 5718/82 e NBR 8948/85 (blocos estruturais).

2. BLOCO DE CONCRETO CELULAR

Material constituído a partir de uma reação química entre cal, cimento, areia e pó de
alumínio, submetido à cura em vapor à alta pressão e temperatura, resultando em um
produto poroso, leve, com características de isolamento térmico e acústico. Produzido
sob forma de blocos ou painéis.

• Dimensões dos blocos: 30x60cm – espessura de 7,5cm até 60cm.


• Dimensões dos painéis: até 4mx60cm – espessura 7,5 ou 12 cm.
• Densidade: 410kg/m³ (vedação) e 600kg/m³ (autoportante)
• Resistência à compressão: 2,5MPa (vedação) e 4,5Mpa (autoportante)
• Condutibilidade térmica: 0,083 kcal/hmºC
• Isolamento acústico: 37dB (parede 10cm, não revestida)
• Peso/m² parede 10cm não revestida: 68kg
• Resistência ao fogo, parede 10cm: 3 horas
• Trabalhabilidade: as peças podem ser serradas, sem dificuldade.

Empregado sob a forma de blocos de alvenaria de vedação, com características de


produto capaz de reduzir as cargas da estrutura e das fundações. Isolante térmico para
lajes. Como painéis, compõe sistemas construtivos modulares.

Argamassa de assentamento: 1:2:9 (cimento, cal, areia). Os blocos devem ser molhados
antes. O encunhamento pode ser feito com restos do material, serrado na diagonal. Os
cortes com serrote comum e os sulcos com lixadeira, maquita ou similares, para não
haver quebras.

O revestimento é aplicado diretamente, sem chapisco, devendo a parede ser bem


molhada antes.

Cuidado especial com a mão de obra que deve ser bem orientada quanto à espessura da
argamassa, prumo, etc.

O material ainda não está normalizado.

3. BLOCO SILICO-CALCÁRIO

Blocos de forma prismática fabricados por prensagem a partir de uma mistura de cal
virgem em pó e areia silicosa, submetido a um processo de autoclavagem à alta pressão.

Blocos de Vedação:
Apresentam dois furos, tem comprimento de 24cm,
• altura 7,1 ou 11,3cm
• largura 7, 14 ou 19cm
• resistência à compressão: 6Mpa

Bloco estrutural:
Apresentam 14 furos, tem as medidas:

• 11,5x7,1x24cm – 2,7kg – 48pç/m²


• 11,5z11,3z24cm – 4,2kg – 32pç/m²
• 14,0x11,3x24cm – 5,5kg – 32pç/m²
• 17,5x11,3x24cm – 6,4kg – 32pç/m²
• resistência à compressão: 10Mpa
• absorção: 10 a 12%
• isolação acústica: 42dB
• resistência ao fogo: 4 horas
• estabilidade dimensional: +/- 2mm

Utilizado para alvenaria de vedação e estrutural em prédios de múltiplos andares,


dispensando o uso de vigas e pilares.

Em alvenaria de vedação usa-se argamassa 1:2:9 (cimento, cal, areia); na estrutural, o


traço é definido pelo calculista. Pode ser deixado à vista, com juntas fechadas ou
vincadas. Pode receber massa fina ou gesso ou mesmo a massa corrida diretamente ou
ainda, pintura direta.

Os cortes para canalizações devem ser feitas com máquina elétrica.

Não existem normas brasileiras, utilizam-se normas alemãs. Esse bloco é conhecido por
bloco alemão.

Vidro
A produção de vidro no Brasil iniciou-se no inicio do séc. XX, com a fundação, por
industriais nacionais da Santa Marina, que com técnicas artesanais, produziu vidros a
plano de 1906 até 1924.

Na década de 40, com a interrupção de importações por causa da 2º. Grande Guerra,
formou-se um consorcio (Santa Marina e a PPG norte-americana), Industria Paulista de
Vidros a Planos, depois Vidrobrás. Esta era sozinha no mercado até 1962 quando o
Provido iniciou atividades. Nos anos 60 a francesa Saint Gobain adquiriu a Santa
Marina e a também multinacional Pilkington se estabeleceu.

Nos anos 80 uma nova tecnologia desenvolvida pela Pilkington, a “float” foi
introduzida. Formou-se uma “joint-venture”entre a Pilkington e a Saint-Gobain criando-
se a CEBRACE, Companhia Brasileira de Cristal. As Grandes vantagens qualitativas do
produto fabricado com a nova tecnologia permitiam também diferencia-lo dos demais,
definindo o segmento especifico de vidro plano flotado.

No inicio dos anos 90 deixou de ser produzido vidro estirado e só existe no pais a
produção de 2 tipos de vidro plano em sua forma básica: o liso flotado e o impresso.

Produção

A matéria prima para produção do vidro é preparada a partir da fusão de diversos


insumos básicos, entre os quais os principais são: barrilha (60%), areia(5 a 12%),
calcário(5 a 15%) e feldspato (7 a 18%). A reciclagem é fator importante a considerar
pois a fusão de cacos é feita a temperatura mais baixa gerando economia de combustível
e vantagens ambientais, além de divisas, pois parte da barrilha é importada devido a sua
escassez no Brasil.

As etapas seguintes do processo produtivo, que vão do resfriamento da matéria prima


fundida até o produto final, podem, envolver diferentes tecnologia.

No caso do vidro plano a tecnologia “float” consiste basicamente na formação de


lamina sobre chumbo derretido, dando uma superfície sem imperfeições (ondulações).
Os vidros impressos são os lisos com o trabalho final antes do resfriamento total.
Outros trabalhos resultam em maior resistência, curvatura, refletividade etc. a
construção é usuária de 55% do vidro produzido no Brasil.

Na construção civil usa-se o vidro principalmente pela sua transparência, que


proporciona luz e sol no interior das habitações e locais de trabalho, visão para o
exterior, decoração, divisões internas como Box e outras.

Os vidros mais utilizados são os lisos, de diveras espessuras (2,3,4,5,6,8 e 10mm) e os


impressos ou fantasia (canelado, pontilhado, etc) além dos temperados, que são vidros
que receberam um processo térmico que lhes conferiu maior resistência, porém não
podem mais sofrer mais operações de corte, lixamento ou outros.

Os temperados são aplicados diretamente nas alvenarias através de buchas de naylon,


trilhos etc, os lisos e fantasiais, chamados comuns, são aplicados nas esquarias de
madeira aço ou alumínio através de baguete de fixação com gaxetas de neoprene ou
através de massa de vidraceiro. A finalidade da gaxeta ou da massa é dar estanqueidade
e eliminar vibrações.

As massas de vidraceiro se resumem basicamente em duas, a primeira composta de óleo


de linhaça em gesso, podendo ter aditivos, que endurece por oxidação lenta, tendo
elasticidade praticamente nula. A segunda é constituída de óleo e cargas diversas,
dependendo do fabricante, tendo comportamento diverso.

Principais tipos de vidro:

A partir das matérias primas sílica, alumina, cálcio, magnésio, sódio e potássio são
produzidos os produtos de base: o vidro float e o vidro impresso. Esses produtos
beneficiados podem ser transformados em dezenas de tipos de vidros. A seguir
apresentam-se alguns dos tipos de vidro mais difundidos na construção contemporânea.

Vidro Float

É o vidro comum, também conhecido como vidro plano. O vidro derretido é despejado
sobre uma lâmina de estanho líquido, tornando-se uma placa lisa. Ele é normalmente
usado na construção civil em janelas simples com caixilharia. O vidro flotado é a base
para os outros tipos de vidro, recebendo têmpera ou passando pelo processo de
laminação, por exemplo.

Vidro Temperado

O vidro temperado é um vidro de segurança, 5 vezes mais resistente que o vidro


comum, e evita acidentes graves, pois sua ruptura resulta na fragmentação da estrutura
em pequenos pedaços. Este vidro passa pelo processo de têmpera, semelhante ao do aço,
aquecido a uma temperatura de 650 °C a 700 °C, depois imediatamente resfriado.
Possui maior resistência à flexão e tolera uma variação de temperatura de 200 °C.

No entanto o vidro temperado não pode ser cortado como os vidros comum e laminado.
Orifícios e recortes devem ser feitos antes do processo de têmpera.

Além disso, a tensão pontual dos pontos de apoio podem levar a um rompimento,
porém, isto é muito difícil se a estrutura e a espessura do vidro estiverem bem
calculados.

Vidro Aramado

É um vidro de segurança, que possui no seu interior uma tela de arame, o que lhe
confere maior resistência, no entanto sua transparência é afetada e o aspecto
quadriculado da tela de arame é aparente, o que torna sua utilização indesejável em
certos projetos que exigem maior transparência.

Vidro Laminado

É o tipo mais resistente de vidro, composto por duas placas de vidro que envolvem uma
película interna plástica, o polivinil butiral (PVB). A maior espessura permite maior
resistência e a película evita que em caso de rompimento estilhaços cortantes se
desprendam da placa. Com as exigências da arquitetura moderna de utilizar o vidro
como elemento de estrutura, como pavimentos, pilares e vigas, o laminado de
temperados está ganhando grande importância. A laminação de duas ou mais chapas de
vidro temperados permite unir as qualidades desses dois tipos de vidros de segurança.

Vidro Baixo Emissivo

Também conhecidos como vidros Low-E (sigla para Low Emissive), apresentam uma
metalização que permite maior inércia térmica através do vidro, principalmente quando
são incorporados em um vidro insulado (ou duplo), evitando o aquecimento do
ambiente interno.

Vidro Duplo

Vidro duplo é também denominado vidro insulado ou sanduíche de vidros. Na verdade


trata-se de um sistema de duplo envidraçamento que permite aliar as vantagens técnicas
e estéticas de pelo menos dois tipos diferentes de vidro,com o benefício da camada
interna de ar ou gás. O sistema é utilizado quando a intenção é aproveitar a luz natural,
com bloqueio do calor proveniente da radiação solar.

Vidro Serigrafado

No processo de serigrafia do vidro é feita a aplicação de uma tinta vitrificada (esmalte


cerâmico) no vidro comum, incolor ou colorido na massa. Em seguida esse vidro passa
por um forno de têmpera onde os pigmentos cerâmicos passam a fazer parte dele. Ao
final do processo, obtém-se um vidro temperado com textura extremamente resistente,
inclusive ao atrito com metais pontiagudos.

Manutenção

A manutenção dos vidros é simples, bastando sua limpeza com água e produtos
apropriados disponíveis no mercado, não alcalinos. Cuidado especial deve ser dado às
vedações, sejam de massa ou de elastômeros, pois seu não funcionamento
comprometerá esquadria, causando a perda da impermeabilidade, vibrações e até
mesmo a quebra do vidro. As massas devem ser repintadas regularmente e os
elastômeros substituídos quando apresentarem problemas, sendo a inspeção visual.

Estocagem

A estocagem no canteiro de obras, ainda que por pouco tempo, deve obedecer condições
pouco severas, evitando-se poeira, umidade, sol e projeções de cimento ou outros
materiais que possam manchar, incrustar ou riscar. A umidade pode causar a irisação
das chapas (manchas). Devem ser empilhados inclinados a 6% em relação à horizontal e
com espessura máxima de 5cm.
Metais e produtos siderúrgicos,

Os metais aparecem na natureza em estado livre ou, mais comumente, como compostos.
Os minérios são as substâncias portadoras de metais e, as partes não aproveitáveis, as
impurezas denominadas GANGAS.

As minas são os locais onde se encontram as jazidas, na extensão concedida e


delimitada pelo governo federal. Todos os serviços de mineração são controlados pelo
Código de Minas, sendo proibida qualquer exploração que não seja supervisionada pelo
Ministério de Minas e Energia.

1. OBTENÇÃO DOS METAIS

Geralmente, obedece a duas fases: a Mineração e a Metalurgia. Na mineração temos a


colheita do minério que pode ser feita a céu aberto ou subterrâneas, a ferro ou a fogo
(mecânica ou com explosivos), e a concentração (purificação), que pode ser feita com
processos mecânicos ou químicos.

Os principais processos mecânicos são a trituração, a classificação, a levigação (água


corrente, o metal mais pesado afunda e a ganga escoa), a flotação (se a ganga é mais
pesada, faz-se a agitação do minério em mistura de água e óleo, o metal sobe com a
espuma), a separação magnética, a lavagem e outros.

Como principais processos químicos temos a ustulação (aquecimento sob forte jato de
ar) e a calcinação (aquecimento sob fogo direto).

Na metalurgia o metal puro é extraído do minério por um dos seguintes processos:


redução, precipitação química ou eletrólise. O processo de redução mais comum é o
feito com carbono e óxido de carbono a altas temperaturas, em fornos, e do qual resulta
o metal puro ou quase puros, em estado de fusão. O processo de precipitação simples
usa alguma reação química da qual resulte o metal puro. O processo eletrolítico só pode
ser empregado em minérios que possam ser dissolvidos na água. A eletrólise é usada
também para purificação (refino) de metais por algum dos processos anteriores.
1.1 Principais Minérios

• Bauxita (óxido) O2Al2(HO)2 ou Al2(HO)2, da qual o aluminato é extraído por


eletrólise.

• Galena (sulfeto) PbS, do qual o chumbo é extraído por fundição redutora.

• Calcosina (sulfeto) Cu2S

• Cuprita (óxido) Cu2O Minérios dos quais

o cobre é extraído
• Calcopirita (sulfato) Cu2S – Fe2S3 por calcinação e fusão.

• Malaquita e azurita (carbonatos)

• Cassiterita (dióxido) SnO2, da qual é extraído o estanho.

• Blenda (sulfato) ZnS

Minérios dos quais


• Calamina (silicatos) é extraído o zinco.

• Smithsonina (carbonato)

• Siderita (Co3Fe), cor cinza com matizes amarelas, contém 30 a 42% de ferro.

• Magnetita (Fe3O4), cor preta, contém 45 a 70% de ferro.

• Hematita (Fe2O3), cor vermelho escuro, contém 50 a 60% de ferro.

• Limonita (2Fe2O3 – 3H2O), cor parda, 20 a 60% de ferro.


• Pirita (SFe), que é minério de enxofre, onde o ferro é subproduto.

2. LIGAS

Liga é a mistura, de aspecto metálico e homogêneo, de um ou mais metais entre si ou


com outros elementos. Deve ter composição cristalina e comportamento com metal.
Geralmente as ligas tem propriedades mecânicas e tecnológicas melhores que as dos
metais puros. Para a construção civil são importantes as seguintes propriedades:

2.1 Aparência

• sólidos a temperaturas ordinárias


• porosidade não aparente
• brilho característico, que pode ser aumentado por polimento ou tratamento químico.

2.2 Densidade

• varia bastante de uma liga para outra. Geralmente vai de 2,56 a 11,45 sendo que a
platina atinge 21,30.

2.3 Dilatação e Condutividade Térmica

A título de comparação, apresentamos os coeficientes de dilatação seguintes:

• concreto: 0,01 mm/m/ºC


• vidro: 0,08 mm/m/ºC
• metais: 0,10 a 0,03 mm/m/ºC

A ordem decrescente começa com o zinco, segue com o chumbo, estanho, cobre, ferro e
aço (MB 270).
A condutibilidade térmica situa-se entre 1,006 e 0,080 calorias grama/s/cm/ºC. A ordem
decrescente é: prata, cobre, alumínio, zinco, bronze, ferro, estanho, níquel, aço e
chumbo.

2.4 Condutibilidade Elétrica

De uma maneira geral, os metais são bons condutores. O cobre é o mais utilizado e vem
sendo substituído pelo alumínio por razões econômicas.

2.5 Resistência à Tração

É uma das propriedades mais importantes na construção. Submetendo-se uma barra à


tração axial, aparecem forças internas. A tensão de tração é obtida dividindo-se a força
aplicada pela área inicial de seção transversal. Essa tensão determina aumento do
comprimento da barra, deformação.

L-Lo

Alongamento: ------- x 100%


Lo

Lo = comprimento inicial do corpo de prova


L = comprimento após ruptura

S-So

Densidade de estricção: -------- x 100%


So

So = seção inicial
S = seção estricta (afinada)

Levando-se a um sistema de coordenadas as tensões e as deformações, tem-se o


diagrama tensão-deformação. Verificou-se que os metais apresentam dois tipos de
diagramas para a tração:
De 0 a p – as deformações são diretamente proporcionais às tensões (período elástico).
De p a e – há grandes deformações, mesmo que a carga estacione ou diminua, T é limite
de escoamento.
De e a A – forma-se um patamar, sendo a deformação permanente. Segue-se um
revigoramento. Tr, a tensão mais alta do ensaio, limite de resistência. A tensão não
abaixou, houve estricção e a seção diminuiu. TR é a tensão da ruptura.

Na maioria dos metais o diagrama tem a seguinte forma:


Tem-se o trecho elástico AO, mas não aparece o escoamento. Adota-se para o mesmo
um valor n, obtido como segue: estabelece-se uma deformação percentual n% e traça-se
uma paralela à inclinação AO.
A reta é traçada a n% de deformação. O valor n adotado para aços normalmente é 0,2%,
e 0,1% e 0,5% para outros metais. Têm-se o limite de elasticidade, até o qual as
deformações não são permanentes.

2.6 Resistência ao Choque

É a resistência que o metal opõe a ruptura sob ação de uma carga instantânea. O ensaio
é feito pelo aparelho chamado Pêndulo de Charpy.

2.7 Dureza
A ABNT adota a escala de dureza Brinell. O aparelho Brinell é uma prensa com uma
esfera de aço temperado de diâmetro D que faz penetrar no metal em ensaio com uma
carga P. A esfera imprimirá uma marca com diâmetro d.

2P
Dureza Brinell HB = -------------

D(¶D-D2-d2)

2.8 Fadiga

Conforme o metal, a resistência à fadiga é bastante baixa. A causa da ruptura é a


desagregação progressiva da coesão entre os cristais, que vai diminuindo a seção
resistente.

2.9 Corrosão

A vida útil de um metal depende de sua resistência e da proteção que o mesmo tem
contra a corrosão, além, é claro, da resistência à fadiga, dos esforços que recebe, da ação
de fogo, variações de temperatura, etc. Quase todos os metais apresentam corrosão,
exceção feita ao ouro e à platina. A proteção contra a corrosão é assunto bastante
complexo, devendo ser estudada para cada caso, sendo alguns métodos ou cuidados os
seguintes:

• escolha adequada do metal ou liga;


• recobrimento por um óxido ou sal insolúvel e resistente, que impeça a troca
eletrolítica;
• capeamento metálico (p.ex.: niquelação, cromação, galvanização, etc);
• proteção catódica, que consiste em transformar a estrutura que se quer proteger em
cátodo, adicionando um ânodo conveniente;
• não deixar em contato metais de potenciais diferentes. P.ex.: deve haver um isolante
entre telha de alumínio e o gancho de fixação, de aço;
• pintura com tintas apropriadas.

3. METAIS MAIS UTILIZADOS

Sem dúvida a liga mais utilizada na construção civil é o aço, pelo seu largo uso como
armação nos concretos. Estudaremos sucintamente outros metais, citando suas
principais características e usos.
3.1 Alumínio

Usado pela primeira vez na arquitetura em 1884, quando foram fundidos 2.800 gramas
para formar a camada protetora do monumento de Washington.

Utilizado em centrais nucleares, complexos petroquímicos, edifícios, automóveis e


caminhões, barcos, aviões, como refletor de calor e luz, o alumínio consagra-se
definitivamente em segundo lugar entre os metais mais utilizados.

De grande reatividade, o alumínio não se encontra em estado puro, aparecendo


geralmente em substâncias oxigenadas, em fluoretos ou silicatos de constituição
complexa. O óxido de alumínio (corindon) ocorre na natureza sob duas formas:
corindon límpido e colorido (rubis e safiras) e corindon impuro (esmeril), que contém o
ferro como principal impureza.
O principal minério é a bauxita, nome devido à cidade de Lex Baux, na França, onde foi
encontrado em 1821.

Tem peso específico entre 2,56 e 2,70, ruptura à tração entre 8 e 14kg/mm², dureza
Brinell, 20, funde a 650/660ºC. É bom condutor térmico e elétrico. Pela sua resistência à
corrosão é utilizado em embalagens de alimentos e bebidas, manipulação de ácidos e
solventes em processos industriais e outros.

Quanto mais puro o alumínio, maior a resistência à corrosão e menor a resistência


mecânica. A liga com 3% de cobre, 1% de manganês e 0,5% de magnésio, gera o
duralumínio, material que substitui o aço em muitas situações. O bronze de alumínio
é a liga que contém 90/95% de cobre e 10/5% de alumínio.

De condutibilidade elétrica inferior à do cobre, porém mais indicado que este por ter
densidade menor, é preferido na produção de cabos elétricos destinados à condução de
altas tensões. Como é excelente condutor de calor, é utilizado em gigantescos trocadores
de calor industriais, bem como em bandejas para gelar alimentos. Por isso também é
utilizado em utensílios de cozinha, pois assegura aquecimento rápido e uniforme
distribuição de calor.

É utilizado na construção civil, em fios e cabos elétricos, coberturas, revestimentos,


esquadrias (portas, janelas, vitrôs), guarnições, arremates, etc.

Apresentações:

Laminados
• lâminas (espessura até 6mm)
• chapas (espessura acima de 6mm)

Extrudados
• barras redondas, quadradas, chatas
• fios
• perfis especiais (uma infinidade)
Obs.: O processo de extrusão, para fabricação de barras e perfis, consiste basicamente
da prensagem de tarugos (lingotes cilíndricos) contra uma matriz de aço “furada”
(ferramenta) com o desenho do perfil que se deseja produzir.

O alumínio está sujeito a grandes oscilações em seus preços, em função dos ciclos de
conjuntura da economia mundial, por se tratar de uma “commodity”, cotada desde 1979
na Bolsa de Mercadorias de Londres (LME). Por isso o preço varia diferentemente da
inflação nacional.

Esquadrias

Os serralheiros compram os perfis para uso quase que imediato. Basicamente existem
dois tipos de serralheiros (indústria de caixilhos): os que trabalham de maneira
padronizada e vendem seus produtos através das lojas de materiais para construção e os
que trabalham sob medida, não padronizados.

3.2 Cobre

Largamente utilizado pelo homem neolítico (5.000 AC), tornando-se o substituto ideal
para a pedra na fabricação dos mais variados utensílios. No entando, o que realmente
deu importância ao metal avermelhado e brilhante foi a descoberta que, fundido com o
estanho, originou uma liga extremamente dura e resistente: o bronze.

Atualmente, a condutibilidade elétrica e térmica do metal, sua ductibilidade e


maleabilidade, bem como a resistência mecânica de suas ligas, são vastamente
exploradas por praticamente todos os ramos da indústria.

Apresenta densidade entre 8,6 e 8,96, dureza Brinell 35, ruptura à tração entre 20 e 60
kg/mm², funde entre 1.050 e 1.200ºC.

Quando exposto, cobre-se com uma camada de óxido e carbonato, formando o


azinhavre, muito venenoso, mas que protege o núcleo do metal, dando-lhe duração
quase indefinida.

Seus principais usos são: motores elétricos, telefones e telégrafos, circuitos elétricos,
tubulações, serpentinas de aquecimento ou refrigeração, coberturas, ornatos, etc.

O bronze é a liga com 85 a 95% de cobre e 15 a 5% de estanho. Utilizado em ferragens


e ornatos, bem como em máquinas, pela sua capacidade de deslizar, com baixo
coeficiente de atrito sobre o aço, dispensando até lubrificação.

3.3 Chumbo

Pouco abundante (menos de 0,2% da constituição da crosta terrestre), raramente é


encontrado em estado elementar, ocorrendo em vários minérios. Destes, apenas a galena
e a cerusita (carbonato) se prestam à extração do metal (Boquira – BA, Adrianópolis –
PR, Iporanga – SP).
O chumbo apresenta densidade entre 11,20 e 11,45, ruptura à tração próxima de 3,5
kh/mm², dureza Brinell 4,6 e funde a 327ºC.

Formando liga com antimônio tem grande dureza e baixo ponto de fusão e era bastante
utilizado na produção de caracteres tipográficos. Utilizado na fabricação de bateriasi
(placas dos acumuladores), tubos e conexões para água e esgoto (em desuso), coberturas
(impermeabilização), arremates, absorventes de choque, etc.

Pela grande densidade é largamente utilizado no revestimento de ambientes onde são


manipuladas substâncias radioativas. Portas de salas de reatores, por exemplo, são
blindadas com o metal. As instalações radiológicas, bem como as mãos e o corpo dos
operadores de raio-X são defendidas por materiais onde o chumbo se faz presente.

Apresentação: em chapas, numeradas de 1 a 22 (6,7 a 56,33 kg/m²).

Estanho

Tem densidade entre 7,29 e 7,50, dureza Brinell entre 5 e 10, resistência à tração entre 3
e 4 kg/mm².

Solda de Encanador

É a liga chumbo/estanho que funde a 240ºC, sendo que a proporção que resulta em
melhores resultados práticos é 66/34% chumbo/estanho. Essa solda é utilizada na
montagem dos encanamentos de cobre e emendas de calhas e condutores feitos em
chapa de aço galvanizado.

3.4 Zinco

Densidade entre 7 e 7,2, dureza Brinell de 30 a 40, resistência à tração 16kg/mm², funde
a 400/420ºC.

As ligas de zinco podem ser divididas em dois grupos: aquelas em que a porcentagem
dos outros elementos de liga é inferior a 1%, ou seja, mais de 99% de zinco e, aquelas
nas quais a porcentagem de outros elementos é superior a 1%. Ao primeiro grupo
pertencem as ligas usadas em zincografias, pilhas e coberturas. No segundo grupo estão
as ligas ZAMAK e KAYEM, usadas na fabricação de injetados (peças fundidas).

As ligas ZAMAK são utilizadas para fundição em moldes de areia, em coquilha e


sobretudo para fundição sob pressão. Existem duas espécies:

• ZAMAK 13 – alumínio 3,9/4,3%, cobre 0,03%, magnésio 0,03/0,06%


• ZAMAK 15 – alumínio 3,9/4,3%, cobre 0,75/1,25%, magnésio 0,03/0,06%
Zincagem

É a proteção do aço contra a corrosão, tratando-se de um processo de banho com o


zinco eletrolítico.

O zinco é também bastante utilizado em coberturas, em lâminas com a seguinte


composição: cobre 0,6 a 1,2%, chumbo 0,0025%, cádmio 0,0005%, titânio 0,1 a 0,2%,
níquel 0,0003% e ferro 0,0025%.

Latão

É a liga cobre-zinco, de 95 x 5% até 60 x 40%. Apresenta densidade de 8,2 a 8,9,


ruptura à tração de 20 a 80 kg/mm², bastante utilizado na fabricação de tubos, conexões,
torneiras, fechaduras, ornatos, etc.

3.5 Ferro

Siderurgia é a denominação especial da metalurgia do ferro. Como já mencionamos, é o


metal de maior utilização na construção civil.

De acordo com o teor de carbono na composição da liga, temos a seguinte classificação


e denominações:
a) aço forjado ou doce (macio, com certa maleabilidade), menos de 0,2% de
carbono;
b) aço, entre 0,2 e 1,7% de carbono;
c) ferro fundido ou coado, entre 1,7 e 6,7% de carbono.

Encruamento

É o tratamento a frio em que o metal é submetido a esforços que tendem a deforma-lo,


rompendo-se o filme intercristalino e os grãos tendem a se orientar no sentido da
deformação. A resistência à tração e a dureza aumentam, mas diminuem a flexibilidade,
a resistência à corrosão e o alongamento. Se o metal for aquecido, a cerca de 40% da
temperatura de fusão o encruamento tende a desaparecer e os cristais vão se reagrupar.

4.5.1 Ligas de Ferro

• Silício (aço solício) – torna o aço mais macio, com grande elasticidade e quase sem
perda de resistência. Usado para molas.
• Oxigênio – torna o aço mais frágil, difícil de trabalhar.
• Nitrogênio – torna o aço mais duro, porém muito frágil.
• Enxofre – é danoso, torna o aço macio e o clareia.
• Fósforo – é danoso, rebaixa o ponto de fusão. Aumenta a dureza, mas diminui muito a
resistência ao choque e a plasticidade.
• Enxofre e Fósforo – tornam o aço mais fácil de trabalhar, diminuindo o desgaste das
ferramentas e tornando a superfície mais polida.
• Manganês – na proporção de 0,25 a 1% aumenta a resistência aos esforços e ao
desgaste e a capacidade de recozimento. O aço não pode ser trabalhado a frio.
• Cromo – de 2 a 3% dá grande dureza, resistência à ruptura e a oxidação.
• Níquel – com menos de 7% dá grande elasticidade e resistência ao choque e à flexão;
de 7 à 15% torna o aço muito quebradiço, não é recomendável; com mais de 15% o aço
se torna inoxidável.
• Aços rápidos – são ligas de tungstênio, molibidênio e vanádio. Muito resistentes,
mesmo à temperaturas elevadas, são usados na fabricação de ferramentas abrasivas.
• Aços inoxidáveis – aço e cromo (18%) e níquel (8%) (aço 18/8). Um aço inoxidável
de superior qualidade tem 18%Cr, 9%Ni e menos que 0,15% de Carbono.

Alguns produtos com ferro serão estudados a seguir:

Folhas de Flandres (lata)


São chapas finas de aço cobertas por leve camada de estanho, para não oxidar, obtida
por imersão ou deposição eletrolítica. Na confecção de embalagens não deve existir
cantos vivos, para não quebrar a película de estanho, bem como esta será comprometida
se houver amassamento.

Chapas Galvanizadas
São chapas finas de aço revestidas com zinco. É a imersão da chapa em um banho de
zinco fundido. São padronizadas desde o número 10 (3,515mm) até o número 30
(0,399mm de espessura).

Chapas Lisas Pretas


São chapas de ferro fundido, pretas, lisas, laminadas a quente e a frio. As chapas
laminadas a quente são as grossas (5,16 a 75,20mm de espessura). As laminadas a frio
são as finas (1,90 a 0,31mm de espessura). As intermediárias são laminadas a quente ou
a frio, dependendo da indústria produtora.

Ferros Perfilados
Ferro fundido, laminado, apresentado em forma de barras redondas, quadradas,
retangulares, perfis L, T, I, U. Os perfis com dimensões menores de 2” (50mm) são
chamados finos e os de mais de 2” são chamados grossos.

Arames e Telas
Os arames são finos fios de aço laminado, galvanizados ou não. A denominação da
bitola é por número, diminuindo o diâmetro à medida que aumenta o número. Vão de
0,2 a 10,0mm.

O arame utilizado na amarração das armaduras de concreto armado é recozido, ou


queimado, na bitola 18 BWG (1,24mm), sendo utilizado o 16 (1,65mm) em armaduras
pesadas. BWG significa Birmingham Wire Gauge. O arame recozido nº10 é utilizado na
amarração de andaimes e pontateles sem grandes responsabilidades.
As telas são malhas fortes de arame, denominadas pela bitola do arame e abertura da
malha. Por exemplo, uma tela usual para alambrado sem fio (arame) 12 e malha 2”
(50mm).

Pregos
São fabricados a partir de arame galvanizado em máquinas apropriados que cortam o
arame e moldam a ponta e a cabeça do prego.

São denominados por dois números: o primeiro corresponde à bitola do arame na fieira
de Paris e o segundo a uma antiga medida francesa de comprimento, linha, igual a
2,225mm (uma linha é igual a 1/12 da polegada francesa, 27,0mm).

1. AÇOS PARA CONCRETO ARMADO E PROTENDIDO

Os aços estruturais para concreto armado ou protendido, fabricados no Brasil, podem


ser classificados em três grupos principais:

• aços de dureza natural, laminados a quente


• aços encruados a frio
• aço “patenting”

Os primeiros, são os denominados “comuns”, CA-25 (limite de escoamento de


25kgf/mm²), CA-32, CA-40, CA-50 e CA-60, sendo os dois últimos quase os únicos
fabricados atualmente.

Os aços laminados a quente que não sofrem tratamento algum após a laminação. Suas
características elásticas são alcançadas unicamente pela composição química adequada
com ligas de C, Mn, Si e Cr. Em geral, são caracterizados pela existência de um patamar
de escoamento no diagrama tensão-deformação e grandes deformações de ruptura, no
ensaio de tração. Como são laminados a quente, não perdem suas propriedades se
aquecidos. Por isso, podem ser soldados e não sofrem demasiadamente com a exposição
a chamas moderadas em caso de incêndio.

Os aços encruados a frio são originalmente aços de dureza natural que passam por
algum processo para se conseguir um aumento de resistência. Os processos mais
utilizados são os de tração e de torção.

5.1 Aços Encruados por Tração

São os aços trefilados.

No processo de trefilação, há uma compressão diametral do fio durante sua passagem


pela fieira a uma tração elevada, ambas respondendo pela mudança da textura do aço e
pelo aumento de sua resistência. Esse aumento é conseguido à custa de grande perda de
tenacidade. O alongamento de ruptura diminui de 20 para 6 a 8%.

5.2 Aços Encruados por Torção


O importante na produção de aços encruados por torção é assegurar um valor mínimo
do alongamento de ruptura. Este é fixo na EB-3 de acordo com a categoria do aço e
vale:

• 5% para aços CA-60 B


• 6% para aços CA-50 B
• 8% para aços CA-40 B

Pode parecer uma incongruência exigir 8% num caso e satisfazer-se com 5% em outro,
ou então exigir-se duas unidades a mais para os aços de dureza natural. Acontece que
este alongamento de ruptura está associado ao ensaio de dobramento e, não sendo
obedecido, o aço vai romper ao ser dobrado em torno do pino especificado. Esse é o
motivo pelo qual o diâmetro do pino em torno do qual deve ser possível o dobramento a
180º vai crescendo a medida em que o alongamento de ruptura exigido vai diminuindo.

5.3 Nomenclaturas

As especificações estabelecem uma distinção entre fios, barras e cordoalhas.

As barras são obtidas por laminação a quente, com bitola 5 ou superior, podendo sofrer
subseqüentemente um encruamento a frio.

Os fios (ou arames) são obtidos por trefilação ou processo equivalente, com bitola 12,5
ou inferior.

As cordoalhas são um conjunto (feixes) de fios torcidos, utilizadas em concreto


protendido.

Bitola é a designação dos fios ou barras de determinado peso por unidade de


comprimento. O número puro com que se designa a bitola representa o valor
arredondado em milímetros do diâmetro da seção transversal nominal. Esta é a seção
circular de uma barra fictícia que possui o mesmo peso por metro linear, feita com aço
de peso específico 7,85kgf/dm³.

Os aços que podem ser fabricados para uso em concreto armado (CA) são indicados por
CA seguido do número 25, 32, 40, 50 ou 60, que representa a tensão de escoamento
(classe A) ou o limite convencional a 0,2% de deformação permanente, em kgf/mm².
Este valor é designado por fyk, o índice y indicando o escoamento (yeld point) e o índice
k indicando que se trata de valor característico.

No ensaio de tração, os diferentes aços devem apresentar os seguintes resultados


mínimos:

Tensão de escoamento:

• CA 25 – 25 kgf/mm²
• CA 32 - 32 kgf/mm²
• CA 40 – 40 kgf/mm²
• CA 50 – 50 kgf/mm²
• CA 60 – 60 kgf/mm²

Tensão de ruptura mínima:

• CA 25 – 50% mais
• CA 32 - 30% mais
• CA 40 – 10% mais
• CA 50 e CA 60 – também 10% mais

Alongamento mínimo em 10Ø:

• CA 25 – 18%
• CA 32 - 14%
• CA 40 – 10%
• CA 50 – 8%
• CA 60 – 7%

No ensaio de dobramento a 180º, o diâmetro do piso deverá ser:

• CA 25 – 1 a 2Ø
• CA 32 – 2 a 3Ø
• CA 40 – 3 a 4Ø
• CA 50 – 4 a 5Ø
• CA 60 – 5 a 6Ø

5.4 Aderência

Quanto maior for a solicitação do aço no concreto, mais abundantes devem ser as
saliências ou mossas. A primeira exigência das normas a este respeito é que as
saliências ou mossas não permitam a rotação da barra dentro do concreto. Além disso,
as saliências e mossas são estudadas de maneira a não haver concentração de tensões
prejudicando a resistência à aderência ao concreto. Conclui-se que a aderência é a
transferência de carga aplicada numa barra para o concreto que a circunda,
possibilitando a fissuração do concreto em várias seções. Quando a aderência é boa,
aparecem muitas microfissuras, contrariamente se a aderência é ruim, aparecem poucas
fissuras de maiores dimensões, o que não é bom, pois desprotege-se a armadura.

Importante
As bitolas comerciais nos dão a proporção de que a seção transversal de uma barra é
igual a soma das áreas de duas barras imediatamente menores. Dessa forma, uma barra
12,5 pode ser substituída por uma barra 10 mais uma barra 8 (1,25cm², 0,80 + 0,50cm²).

5.5 Aços para Concreto Protendido


São aços trabalhados de forma a suportar uma “pré-tensão”, o que nos permite executar
peças de concreto armado (protendido) de seções menores do que seria no
convencional, em vão maiores.

São fabricados no Brasil três tipos de aço para concreto protendido:

• aço trefilado, patenteado


• aço aliviado de tensões
• aço estabilizado

Os três derivam de um mesmo aço-carbono, diferenciando-se pelo tratamento térmico a


que são submetidos. Por exemplo, o patenteamento é o aquecimento controlado do aço a
1.000ºC seguido de um rápido resfriamento a 520ºC, conseguido numa passagem rápida
num banho de chumbo derretido.

Os aços (fios) fabricados no Brasil são o CP, 160 e 170 (números que indicam a tensão
de ruptura em kgf/mm²). A tensão do escoamento deve se situar 10% menos.

5.6 Telas Soldadas

São elementos pré-fabricados de aço A ou B, formando uma rede de malhas


retangulares ou quadradas. Os fios em cada direção são paralelos e soldados com os fios
cruzados em todos os pontos de interseção. As telas possuem fios com diâmetros
variáveis de 3 a 12,5mm. São regulamentadas pela EB-565 (fabricação e padronização).
São fornecidas em painéis ou rolos, sempre com largura 2,45m.

As telas soldadas são especificadas pela denominação comercial, que cita uma letra L, T
ou Q, conforme a armadura principal seja longitudinal, transversal ou sejam iguais nos
dois sentidos, quadrada, seguindo de um número que indica a seção da armadura. Por
exemplo, Q246 é uma tela com 246mm²/m de armadura. A L335 tem armadura
principal no sentido longitudinal igual a 335mm²/m.

As telas padrão Q são empregadas em lajes armadas em cruz e pisos. As telas L e T são
utilizadas em lajes armadas numa só direção, na fabricação de pré-moldados, tubos, etc.
Para absorver momentos negativos em lajes contínuas, empregam-se especialmente as
padrões T.

Asfaltos e alcatrões

O petróleo é material relativamente abundante na crosta terrestre, da origem a inúmeras


substancias, tendo vasto emprego na construção civil. Muitas vezes livres na natureza,
os derivados de petróleo foram usados desde a antiguidade. Os assírios já os
empregaram em seus palácios e estradas. Foi assim como argamassa na Torre de babel
e, a Bíblia menciona a calafetação da Arca de Noé com asfaltos. Os principais usados na
construção civil são como plásticos, asfaltos e alcatrões.

BETUME
O betume puro é uma mistura orgânica complexa de hidrocarbonetos pesados,
freqüentemente acompanhada de seus derivados não metálicos, de origem natural ou
pirogênica, caracterizando-se por uma força adesiva e por ser inteiramente solúvel no
sulfeto de carbono.
Suas principais características são:

a. É um aglomerante, como a cal ou o cimento, mas não precisa de água para fazer
pega;
b. É hidrófugo, repele a água;
c. Sensível à temperatura, funde facilmente e facilmente solidifica;
d. Para efeitos práticos, é quimicamente inerte;
e. Tem custo de obtenção relativamente baixo.

Por essas propriedades, o betume encontra grande aplicação na construção civil, como
impermeabilizantes,tintas, pisos, etc. Como inconvenientes apresenta o fato de, se puro,
envelhece facilmente, tornando-se quebradiço, e tem baixo ponto de fusão. O
envelhecimento ocorre por causas físicas (evaporação dos constituintes, voláteis) e
químicas (oxidação, ao ar, dos constituintes, formando compostos solúveis em água).

Os materiais betuminosos são o asfalto e o alcatrão.

ASFALTO

São os materiais constituídos predominantemente por betumes, e que se apresentam, à


temperaturas ordinária, no estado sólido ou quase sólido. Tem cor preta ou parda-
escura, cheiro de óleo queimado e densidade em torno de 1. A palavra asfalto vem do
grego e significa firme, estável.

Os asfaltos são de dois tipos: os naturais e os pirogenados, estes obtidos da destilação de


petróleos de base asfáltica.

1 Asfaltos Naturais

O betume é encontrado na natureza em jazidas constituídas de betume puro,


acompanhado de seus derivados e misturados com materiais insolúveis no sulfeto de
carbono (água, argila, impurezas orgânicas, etc.), e contendo poucas resinas voláteis.
Quando o petróleo é expelido do interior da terra, por qualquer razão, e impregna rochas
brandas da superfície, forma os depósitos naturais de asfalto ou rochas betuminosas.
Geralmente tem na composição também oxigênio, enxofre e azoto. O betume é
encontrado na natureza em duas formas: rochas asfálticas, de maior dureza, e asfaltos
naturais, mais finos.

As rochas asfálticas são sedimentárias, habitualmente de base calcária, naturalmente


impregnadas de betume, com 10 a 30% de asfalto, extraído com a fragmentação e
aquecimento. A ganga afunda e o asfalto sobrenada.
Os asfaltos naturais são classificados pela ABNT (TB-27) em nove tipos: CAN 30-40,
CAN 40-50, CAN 70-85, CAN-100-120, CAN 120-150 E CAN 150-200. CAN
significa Cimento Asfáltico Natural e os números correspondem ao índice de penetração
em ensaio normalizado.

2 Asfaltos de Destilação ou de Petróleo

É o mais abundante e barato que os naturais, obtido nas torres de craqueamento. Tem
teor mais elevado de betume e são mais volúveis, porque o resíduo mineral é menor.
São identificados pela TB-27 em dez tipos, sendo nove com os mesmos índices de
penetração do CAN e mais o CAP 200-300. CAP significa Cimento Asfáltico de
Petróleo.

ALCATRÕES

São também minerais constituídos predominantemente por betumes, mas que se


apresentam, na temperatura ordinária, como líquidos oleosos de grande viscosidade.
Tem cheiro de creolina, mais penetrante que o do asfalto, e são originados da destilação
da lenha, madeira, turfa, lignito, graxas, etc. A principal diferença em relação aos
asfaltos e a sensibilidade à temperatura, tendo faixa de utilização menor, visto,
aquecidos, são mais moles, e resfriados, mais duros. Também tem menor resistências às
intempéries, mas tem maior poder aglomerante.

1 Asfaltos Oxidados

Quando os asfaltos destilados recebem um jato de ar, ainda na torre, à temperaturas de


200ºC, resulta o asfalto oxidado ou soprado. Em relação ao CAP comum, o asfalto
oxidado é mais sólido e duro, menos sensível às variações de temperatura, mais
resistente às intempéries, porém menos adesivo, tendo poder aglutinante menor. Não é
bom para pavimentação, bom para impermeabilização de lajes e terraços, usado também
em juntas de manilhas.

2 Asfaltos Diluídos

Os asfaltos comuns precisam ser aquecidos para serem aplicados, visto estarem sólidos
ou quase sólidos à temperatura ordinária. A fim de facilitar a aplicação, procuram-se
processos de tratamentos que permitissem a aplicação à frio, resultando dois tipos de
material: os asfaltos diluídos e os hidrasfaltos.

Os asfaltos diluídos são obtidos por adição de um solvente aos CAP. Resulta um
material de menos viscosidade, o que facilita a colocação, mas diminuído de poder
aglutinante. Depois de aplicado, o tempo que o solvente leva para evaporar chama-se
cura (rápida, média e lenta).

Os hidrasfaltos ou emulsões asfálticas são produzidos a partir da adição de um


emulsionante, geralmente um sabão. Resulta numa dispersão geralmente com 50 a 70%
de cimento asfáltico, 1% de emulsionante e o restante de água. É liquido à temperatura
ambiente e se solidifica com a perda de água. São utilizados em remendos de
pavimentos, em impermeabilizações e na industria de tintas.

3 Piches

Depois de destilado o alcatrão bruto, resulta o piche, obtido também a partir de asfaltos
impróprios para o refino. São misturas de apenas 11 a 17% de betume, com muita
argila, pedrisco, etc. Tem qualidades inferiores aos alcatroes. É sólido à temperatura
ordinária, e, quando funde, o faz desuniformamente, deixando muitos nódulos ou grãos
no seu seio. Os piches podem ser refinados, perdendo quase todo o betume, resultando o
breu, sólido à temperaturas ordinária, porém de maior dureza.

4 Mastiques

Os materiais betuminosos podem ser misturados entre si ou com fileres diversos (de
calcário, granito, carvão, cinzas volantes, fibra de vidro, amianto, plásticos, negro de
fumo, etc.) gerando as mais diversas pastas, com maior ou menor aderência, poder
ligante, resistência, etc., com usos diversos.

5 Filtro Asfáltico

São materiais de larga aplicação em impermeabilizações, constituídos de feltros ricos


em algodão ou papelão absorvente, embebidos com asfalto. Recebem o nome
comercialmente de manta asfáltica, existindo vários fabricantes no Brasil. Há também o
cartão prensado ou feltro mineralizado, que é feltro asfáltico recoberto com pedriscos ou
pó de pedra e prensado para dar maior resistência mecânica. Existem até telhas
onduladas feitas com esse material.

6 Pavimentações

Pavimento asfáltico é todo o pavimento constituído por agregado aglutinado por asfalto.
O asfalto serve como aglomerante e para impermeabilizar, sendo que o agregado dá a
resistência mecânica.

Areia-Asfalto
(sand-asphalt) é um pavimento asfáltico de baixo custo, feito só com areia e asfalto,
usado quando não há agregado graúdo.

Concreto-Asfáltico
É pavimento asfáltico já com agregado graúdo, com grande estabilidade,
resistência e durabilidade.

Solo-Asfalto
É a mistura de asfalto com solo natural, para se obter estabilização, semelhante ao solo-
cimento, mas que não é apropriado para tráfego.

Macadame
Denomina-se o processo inventado pelo Engº John Mac Adam, que consiste em
sucessivas camadas de agregados de diâmetro cada vez menor. Sobre cada camada o
terreno é molhado e comprimido fortemente. Ao final cobre-se tudo com um cimento
adequado, que pode ser o asfalto.

Aglomerantes e cimento

Aglomerante é o material ativo, ligante, em geral pulverulento, cuja principal função é


formar uma pasta que promove a união entre os grãos do agregado. São utilizados na
obtenção das argamassas e concretos, na forma da própria pasta e também na confecção
de natas.

As pastas são, portanto, misturas de aglomerante com água. São pouco usadas devido
aos efeitos secundários causados pela retração. Podem ser utilizadas nos rejuntamentos
de azulejos e ladrilhos.

As natas são pastas preparadas com excesso de água. As natas de cal são utilizadas em
pintura e as de cimento são usadas sobre argamassas para obtenção de superfícies lisas.
As argamassas e os concretos serão estudados nos capítulos seguintes.

Classificação dos Aglomerantes

Os aglomerantes podem ser classificados, quanto ao seu princípio ativo, em:


aéreos: são os aglomerantes que endurecem pela ação química do CO2 no ar, como por
exemplo a cal aérea.
hidráulicos: são os aglomerantes que endurecem pela ação exclusiva da água, como por
exemplo a cal hidráulica, o cimento Portland, etc. Este fenômeno recebe o nome de
hidratação.
poliméricos: são os aglomerantes que tem reação devido a polimerização de uma matriz.

Conceito de Pega

Pega é a perda de fluidez da pasta. Ao se adicionar, por exemplo, água a um


aglomerante hidráulico, depois de certo tempo, começam a ocorrer reações químicas de
hidratação, que dão origem à formação de compostos, que aos poucos, vão fazendo com
que a pasta perca sua fluidez, até que deixe de ser deformável para pequenas cargas e se
torne rígida.
Início de pega de um aglomerante hidráulico é o período inicial de solidificação da
pasta. É contado a partir do lançamento da água no aglomerante, até ao início das
reações químicas com os compostos do aglomerante. Esse fenômeno é caracterizado
pelo aumento brusco da viscosidade e pela elevação da temperatura da pasta.

Fim de pega de um aglomerante hidráulico é quando a pasta se solidifica


completamente, não significando, entretanto, que ela tenha adquirido toda sua
resistência, o que só será conseguido após anos.

A determinação dos tempos de início de e de fim de pega do aglomerante são


importantes, pois através deles pode-se ter idéia do tempo disponível para trabalhar,
transportar, lançar e adensar argamassas e concertos, regá-los para execução da cura,
bem como transitar sobre a peça.

Com relação ao tempo de início de pega os cimentos brasileiros se classificam em:


• cimentos de pega normal tempo > 60 minutos
• cimentos de pega semi-rápida 30 minutos < tempo < 60 minutos
• cimentos de pega rápida tempo < 30 minutos

No caso dos cimentos de pega normal, o fim da pega se dá, de cinco a dez horas depois
do lançamento da água ao aglomerante. Nos cimentos de pega rápida, o fim da pega se
verifica poucos minutos após o seu início.

Cal
É o produto obtido pela calcinação de rochas calcárias a temperaturas elevadas.
Existem três tipos de cales: cal aérea (cal virgem e cal hidratada) e a cal hidráulica.

Cal Virgem
É o aglomerante resultante da calcinação de rochas calcárias (CaCO 3) numa temperatura
0
inferior a de fusão do material (850 a 900 C).

Além das rochas calcárias, a cal também é obtida de resíduos de ossos e conchas de
animais.
O fenômeno ocorrido na calcinação do calcário é o seguinte:
0
Ca CO3 + calor (900 C) ⇒ Ca O + CO2

Calcário + calor ⇒ cal virgem + gás carbônico


O produto que se obtém com a calcinação do carbonato de cálcio recebe o nome de cal
virgem, ou cal viva (CaO), que ainda não é o aglomerante usado em construção. O óxido
deve ser hidratado para virar hidróxido de cálcio Ca(OH)2 denominado de cal extinta ou
cal queimada.

CaO + H2O => Ca (OH)2

Cal virgem + água => Cal extinta + calor

O processo de hidratação da cal virgem é executado no canteiro de obras. As pedras são


colocadas em tanques onde ocorre a sua extinção ao se misturarem com a água. O
fenômeno de transformação de cal virgem em cal extinta é exotérmico, isto é, se dá com
grande desprendimento de calor (250 cal/g, podendo em alguns casos a temperatura
0
atingir 400 C), o que torna o processo altamente perigoso.

Após a hidratação das pedras, o material deverá descansar por 48 horas no mínimo,
antes de ser utilizado na obra.

As argamassas de cal, inicialmente, têm consistência plástica, mas endurecem por


recombinação do hidróxido com o gás carbônico, presente na atmosfera (daí o nome cal
aérea), voltando ao seu estado inicial de carbonato de cálcio.

Ca (OH)2 + CO2 ⇒ CaCO3 + H2O

Cal extinta + gás carbônico ⇒ Carbonato de cálcio + água


A cal viva ou cal virgem é distribuída no comércio em forma de pedras, como saem do
forno ou mesmo moídas e ensacadas.

Cal Hidratada
Cal hidratada é um produto manufaturado que sofreu em usina o processo de hidratação.
É apresentada como um produto seco, na forma de um pó branco de elevada finura. A
cal é encontrada no mercado em sacos de 20 kg.

A cal hidratada oferece sobre a cal virgem algumas vantagens, entre elas:

cilidade de manuseio, por ser um produto pronto, eliminando do


canteiro de obras a operação de extinção;
• maior facilidade de transporte e armazenamento.
Cal Hidráulica
Este tipo de cal é um aglomerante hidráulico, ou seja endurece pela ação da água, e foi
muito utilizado nas construções mais antigas, sendo posteriormente, substituído pelo
cimento Portland.

Aplicação da Cal
A cal pode ser utilizada como único aglomerante em argamassas para assentamento de
tijolos ou revestimento de alvenarias ou em misturas para a obtenção de blocos de
solo/cal, blocos sílico/calcário e cimentos alternativos.

Durante muito tempo a cal foi largamente empregada em alvenarias, que vêm
atravessando muitos séculos de vida útil. Atualmente o maior emprego da cal se dá,
misturada ao cimento Portland.

Por causa da elevada finura de seus grãos (2 μm de diâmetro), e conseqüente capacidade


de proporcionar fluidez, coesão (menor suscetibilidade à fissuração) e retenção de água,
a cal melhora a qualidade das argamassas. A cal confere uma maior plasticidade as
pastas e argamassas, permitindo que elas tenham maiores deformações, sem fissuração,
do que teriam com cimento Portland somente. As argamassas de cimento, contendo cal,
retêm mais água de amassamento e assim permitem uma melhor aderência.

A cal também é muito utilizada, dissolvida em água para pinturas, na proporção de mais
ou menos 1,3 gramas por litro de água. A esta solução chama-se nata de cal e sua
utilização é conhecida como caiação. As tintas de cal, além do efeito estético, têm,
também, efeito asséptico, devido a sua alta alcalinidade (PH alto).

Gesso
Definição
Dos aglomerantes utilizados na construção civil, o gesso é o menos utilizado no Brasil.
No entanto, ele apresenta características e propriedades bastante interessantes, dentre as
quais, pode-se citar o endurecimento rápido, que permite a produção de componentes
sem tratamento de aceleração de endurecimento. A plasticidade da pasta fresca e a lisura
da superfície endurecida são outras propriedades importantes.

Cimento Portland

Definição
Cimento Portland é a denominação técnica do material usualmente conhecido na
construção civil como cimento. O cimento Portland foi criado e patenteado em 1824,
por um construtor inglês, chamado Joseph Aspdin.

Naquela época, era moda na Inglaterra construir com uma pedra, de cor acinzentada,
originária da ilha de Portland, situada ao sul do país. Como o resultado da invenção de
Aspdin se assemelhava, na cor e na dureza a pedra de Portland, foi patenteada com o
nome de cimento Portland.
O cimento é um pó fino com propriedades aglutinantes, que endurece sob ação da água,
sendo, portanto, um aglomerante hidráulico. Depois de endurecido, mesmo sob ação da
água, não se decompõe mais.

O cimento é hoje, sem dúvida, o mais importante dos aglomerantes, sendo de


fundamental importância conhecer bem suas propriedades, para poder aproveitá-las da
melhor forma possível.

Composição do Cimento Portland


O cimento Portland é composto de clínquer, com adições de substâncias que contribuem
para suas propriedades ou facilitam o seu emprego. Na realidade, são as adições que
definem os diferentes tipos de cimento.

O clínquer, tem como matérias-primas o calcário e a argila. A rocha calcária é


primeiramente britada, depois moída e em seguida misturada, em proporções
adequadas, com argila, também moída. Essa mistura atravessa então, um forno giratório,
0
cuja temperatura interna chega a alcançar 1450 C, atingindo uma fusão incipiente. Esse
calor é que transforma a mistura, no clínquer, que se apresenta primeiramente na forma
de pelotas. Na saída do forno, o clínquer ainda incandescente é bruscamente resfriado, e
finamente moído, transformando-se em pó. Na Figura 2 é apresentada o esquema de
fabricação do cimento Portland.

No clínquer em pó está a essência do cimento, pois é ele quem tem a característica de


desenvolver uma reação química, na presença da água, cujas conseqüências físicas, são,
primeiramente, tornar-se pastoso, portanto moldável e, em seguida endurecer,
adquirindo elevada resistência e durabilidade.

Detalhando um pouco, podemos dizer que a mistura moída de calcário e argila ao


atingir a fusão incipiente (±30% de fase líquida), apresenta reações entre o carbonato de
cálcio (CaCO3), presente no calcário e os diversos óxidos (SiO2, Al2O3, Fe2O3, etc.)
presentes então, o material resultante apresentar resistência mecânica.
Os principais silicatos formados na calcinação do calcáreo e da argila, são:
• silicato dicálcico 2CaO.SiO2 (C2S)

• silicato tricálcico 3CaO.SiO2 (C3S)

• aluminato tricálcico 3CaO.Al2O3 (C3A)

• ferro aluminato tetracálcico 4CaO.Al2O3.Fe2O3 (C4AF)

FIGURA 2 – Fabricação do cimento Portland. (ABCP)


A mistura de cimento e água forma uma solução alcalina de PH entre 11 e 13, na qual
os silicatos se solubilizam, saturando a solução e se depositando, na forma de hidratados
insolúveis que formam cristais que se entrelaçam, tomando a mistura a forma de um
sólido.

Agregados

Agregados para Construção Civil são materiais granulares, sem forma e volume
definidos, de dimensões e propriedades estabelecidas para uso em obras de engenharia
civil, tais como, a pedra britada, o cascalho e as areias naturais ou obtidas por moagem
de rocha, além das argilas e dos substitutivos como resíduos inertes reciclados, escórias
de aciaria, produtos industriais, entre outros. Os agregados são abundantes no Brasil e
no mundo.
Os agregados podem ser naturais ou artificiais. Os naturais são os que se encontram de
forma particulada na natureza (areia, cascalho ou pedregulho) e os artificiais são aqueles
produzidos por algum processo industrial, como as pedras britadas, areias artificiais,
escórias de alto-forno e argilas expandidas, entre outros.

A norma NBR 7211 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) fixa as


características exigíveis na recepção e produção de agregados, miúdos e graúdos, de
origem natural, encontrados fragmentados ou resultantes da britagem de rochas. Dessa
forma, define areia ou agregado miúdo como areia de origem natural ou resultante
da britagem de rochas estáveis, ou a mistura de ambas, cujos grãos passam pela peneira
ABNT de 4,8 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 0,075 mm.

Define ainda agregado graúdo como pedregulho ou brita proveniente de rochas estáveis,
ou a mistura de ambos, cujos grãos passam por uma peneira de malha quadrada com
abertura nominal de 152 mm e ficam retidos na peneira ABNT de 4,8 mm. O rachão
beneficiado define-se como o material obtido diretamente do britador primário e que é
retido na peneira de 76 mm. A areia de brita ou areia artificial, segundo CUCHIERATO
(2000), é o material passível de ser obtido em pedreiras a partir de instalações de
beneficiamento a úmido, apresentando uma granulometria entre 4,8 mm e 0,074 mm.
A bica corrida é o conjunto de britas, pedrisco e pó de pedra, sem graduação definida,
obtido diretamente do britador, sem separação granulométrica (ALBUQUERQUE,
1994).

A mineração de agregados para a construção civil gera grandes volumes de produção,


apresenta beneficiamento simples e,para melhor economicidade, necessita ser produzido
no entorno do local de consumo, geralmente áreas urbanas, devido ao baixo valor
unitário. Este setor é o segmento da indústria mineral que comporta o maior número de
empresas e trabalhadores e o único a existir em todos os estados brasileiros.

Os agregados para a construção civil são obtidos de materiais rochosos variados,


consolidados ou granulares, fragmentados naturalmente ou por processo industrial.
Podem ser oriundos de rochas sedimentares como arenitos e siltitos, entre outras;
metamórficas como os quartizitos, calcários e gnaisses; ígneas como o granito, Sienitos,
basaltos e diabásios.

Os arenitos são constituídos por grãos de quartzo normalmente em uma matriz argilosa
ou siltosa, aglomerados por sílica amorfa, óxidos de fero ou carbonatos, sendo que os
ferruginosos são os menos resistentes. Somente os arenitos silicosos se prestam como
rocha britada, mas a sílica presente pode reagir com os álcalis do cimento Portland ou
causar má adesividade a ligantes betuminosos
1. Siltitos são arenitos de grãos extremamente finos, formados de silt, ou seja, depósitos
de lama e sedimentos muito finos
2. Quartizitos são arenitos metamorfizados em que o cimento que ligava os grãos de
areia e que também eram de sílica se recristalizou.
3 Podem apresentar micas ou feldspatos como acessórios comuns. Calcários podem ter
origem metamórfica ou sedimentar com composição mineralógica principalmente
calcítica (cálcio) ou secundariamente dolomítica (magnésio). De origem metamórfica
são mais resistentes mecanicamente, mas com dureza inferior aos silicatos. Apresentam
boas propriedades como pedra britada para concreto hidráulico, mas sua baixa dureza
não os credencia para uso como revestimento betuminoso em rodovias. Os gnaisses são
também rochas metamórficas com composição variada, dependendo da rocha original,
podem ser ganisses graníticos, gnaisses dioríticos e gnaisses sieníticios
Basaltos e diabásios são compostos principalmente de plagioclásio e piroxênios, podem
estar presentes a olivina ou anfibólio. São rochas básicas. Têm alta resistência
mecânica. Caso ocorra sílica amorfa na sua composição, poderá gerar reações com
álcalis do cimento portland e ter adesividade insatisfatória a ligantes betuminosos.

Para uso como pedra britada têm boas propriedades físicas e mecânicas, mas
apresentam características indesejáveis como fragmentos achatados e angulosos nas
frações mais finas. Granitos são rochas plutônicas ácidas constituídas por cristais de
feldspatos potássicos, plagioclásio, quartzo e mica. Há variedades de granitos. Podem
apresentar coloração avermelhada, cinza, amarela e rosada, entre outras. Têm resistência
mecânica relativamente alta e pequena alterabilidade, são, portanto muito adequados
para uso como pedra britada. Os sienitos são rochas hipoabissais constituídas por
feldspatos potássicos, o quartzo raramente atinge mais que 5% da composição desta
rocha para uso como rochas britadas, têm características semelhantes aos granitos.

Areia é o material granular de dimensões entre 4,8mm e 0,075mm. Pedregulho e


cascalho são materiais naturais, em estado solto, provenientes da fragmentação das
rochas. Têm dimensões entre 100mm e 4,8mm. Quando apresentam formas
arredondadas são denominados de seixos
5. A laterita (o) é uma rocha formada ou em processo de formação por meio de intenso
intemperismo químico de rochas preexistentes, inclusive lateritos antigos, sob condições
tropicais ou equivalentes. É rica em ferro e alumínio, pobre em silício, potássio e
magnésio. Pode ser compacta, coesa, incoesa, terrosa ou argilosa.

Tem aspecto de concreção e apresenta diferentes dimensões, desde <0,005mm como


argila laterítica até >1m bloco de couraça laterítica.
O pó-de-pedra é o material de dimensão máxima inferior a 6,3mm proveniente da
britagem da rocha. O matacão é toda porção de rocha originada pelo intemperismo ou
por britagem, com dimensões acima de 250mm
7 A dispersão geográfica é uma das características naturais dos minerais usados no
emprego imediato na construção civil. Todavia, para que eles sejam economicamente
viáveis, fatores como a legislação mais ou menos restritiva, a inviabilização de reservas
e jazidas pelas cidades e por usos do solo impeditivos à mineração, o uso e posse de
tecnologia de pesquisa e lavra, o sistema de transportes e a demanda por minerais para
agregados são fundamentais.
Em todas as regiões brasileiras há mineração de areias, cascalhos e rochas para brita.

Os usos das areias e britas estão relacionados ao seu tamanho e granulometria. Chegam
ao consumidor final misturados ao cimento (quando da preparação do concreto), ou sem
nenhuma mistura aglomerante.

Entretanto, é misturado ao concreto que os maiores volumes de agregados chegam ao


consumidor final. Uma menor fração da produção é utilizada sem mistura aglomerante,
em drenos, em filtros, em ferrovias (na forma de lastro), na fabricação de gabiões, de
muros de contenção, em base e sub-base de pisos e estradas, e outras aplicações :

Principais Utilizações dos Agregados

Areia Artificial e Areia Natural


Assentamento de bloquetes, tubulações em geral,tanques, embolso, podendo entrar na
composição de concreto e asfalto.
Pedrisco Confecção de pavimentação asfáltica, lajotas, bloquetes, intertravados, lajes,
jateamento de túneis e acabamentos em geral.
Brita 1 Intensivamente na fabricação de concreto, com inúmeras aplicações, como na
construção de pontes, edificações e grandes lajes
Brita 2 Fabricação de concreto que exija maior resistência, principalmente em formas
pesadas
Brita 3 Também denominada pedra de lastro utilizada nas ferrovias.
Brita 4 Produto destinado a obras de drenagem, como drenos sépticos e fossas.
Rachão, pedra de mão ou pedra marroada
Fabricação de gabiões, muros de contenção e bases.
Brita graduada Em base e sub-base, pisos, pátios, galpões e estradas.
Fonte: KULAIF, Yara (2001).

Métodos de ensaio de caracterização dos agregados

ENSAIOS NORMALIZADOS DA ASTM PARA CARACTERIZAÇÃO DE AGREGADOS

Característica Importância Nº do método Critério ou


assunto
ASTM ABNT relacionado

Resistência a Índice de ASTM C 131 ABNT 6465/84 Porcentagem


abrasão e qualidade do máxima de
desintegração agregado; ASTM C 535 perda de massa
resistência ao
ASTM C 779 Profundidade e
desgaste de
pisos, tempo de
pavimentos desgaste

Resistência ao Escamamento ASTM C 666 Nº máx. de


congelamento e superficial, ciclos ou
degelo aspereza, perda ASTM C 682 período p/
de seção e resistir ao
esburacamento congelamento;
fator
durabilidade

Resistência a Durabilidade ASTM C 88 ABNT 1295/92 Perda de massa,


desintegração sob ação do partículas
por sulfetos intemperismo ABNT 1296/92 danificadas
ABNT 1297/92

Forma da Trabalhabilidade ASTM C 295 ABNT7809/83 Porcentagem


partícula e do concreto máxima de
textura fresco ASTM C 3398 partículas
superficial lamelares ou
alongadas

Composição Trabalhabilidade ASTM C 117 ABNT 7217/87 Porcentagem


granulométrica do concreto max. E min.
fresco; ASTM C 136 Passantes em
economia peneiras
normalizadas

Massa unitária Cálculo de ASTM C 29 ABNT7810/83 Massa


Característica Importância Nº do método Critério ou
assunto
ASTM ABNT relacionado

dosagem; ABNT7251/82 compactada e


classificação massa no est.
solto

Massa Cálculos de ASTM C 127, ABNT 9776/87 _


específica dosagem agreg. miúdo
ASTM C 128, ABNT 9937/87
agreg. graúdo

Absorção e Controle de ASTM C 70 ABNT 9775/87 _


umidade qualidade do
superficial concreto ASTM C 127 ABNT 9777/87
ASTM C 128 ABNT 9937/87
ASTM C 566 ABNT9939/87

Resistência à Aceitação de ASTM C 39 ABNT 7221/87 Resistência


compressão e à agregado miúdo maior do que
flexão reprovado em ASTM C 78 95% da
outros testes resistência
obtida com areia
limpa

Terminologia e Entendimento e ASTM C 125 ABNT 9935/87 _


definição dos comunicação
constituintes inequívocos ASTM C 294 ABNT 7225/82
ABNT 9942/87

Constituintes Determinação ASTM C 40 ABNT 7220/87 Porcentagem


dos agregados do teor de máxima
materiais ASTM C 87 ABNT 7221/87 individual dos
deletérios e constituíntes
ASTM C 117 ABNT 7219/87
orgânicos
ASTM C 123 ABNT 9936/87
ASTM C 142 ABNT 7218/87
ASTM C 295 ABNT 7389/92

Resistência à Sanidade contra ASTM C 227 ABNT 9773/87 Expansão


reatividade com a mudança de máxima, teores
álcalis e volume ASTM C 289 ABNT 9774/87 de sílica e dos
variação de constituintes
ASTM C 295 ABNT 7389/92
volume alcalinos
ASTM C 342 ABNT
10340/88
Característica Importância Nº do método Critério ou
assunto
ASTM ABNT relacionado

ASTM C 586

Instalações Prediais hidrossanitárias;


Corresponde ao conjunto de tubulações, conexões e acessórios que permitem levar a
água da rede pública até os pontos de consumo ou utilização dentro da habitação.

Sistemas Sistema direto - todos os aparelhos e torneiras são alimentados diretamente


pela rede pública.

Sistema indireto - todos os aparelhos e torneiras são alimentados por um reservatório


superior do prédio, o qual é alimentado diretamente pela rede pública ( caso haja
pressão suficiente na rede) ou por meio de recalque, a partir de um reservatório inferior.
Misto – parte pela rede pública e parte pelo reservatório superior o que é mais comum
em residências, por exemplo, a água para a torneira do jardim vem direto da rua.

Componentes Sub-ramal- canalização que liga o ramal á peça de utilização.


Ramal – canalização derivada da coluna de distribuição e destinada a
alimentar os sub-ramais.
Coluna de distribuição- canalização vertical derivada do barrilete ou colar
e destinada a alimentar os ramais.
Colar ou barrilete – canalização horizontal derivada do reservatório e
destinada a alimentar as colunas de distribuição.
Ramal predial – canalização que conduz a agua da rede pública para o
imóvel.
Reservatório de água.

Tipos de reservatórios (Caixas D’água)

• Alvenaria de tijolos maçisos + revestimento 1:3 (c.a.) natado + aditivo


impermeabilizante ( sika 1 ou vedacit) ou pintura betuminosa.
• Até 2000 l - ½ tijolo com uma cinta comum no respaldo.
• + 2000L – 1 tijolo + 2 cintas
• Reservatórios enterrados agüentam até 6000 l sem cintas.
• Argamassa armada
• Ferrocimento
• Tambores tratados contra ferrugem

Instalações hidráulicas;
O local adequado de instalação e funcionamento da unidade hidráulica contribui para a
sua operação normal. Sempre que possível, deve ser instalada em local coberto, arejado,
limpo, seco, num ambiente com o mínimo de impurezas suspensas no ar, e afastado de
irradiação de calor.

Com isso a unidade hidráulica tem uma boa troca de calor com o ambiente e pouca
possibilidade de contaminação do reservatório através do filtro de ar (respiro do
reservatório).

As tampas do reservatório devem estar bem vedadas e os filtros de ar bem fixos.

Se a unidade hidráulica for trabalhar num ambiente agressivo, essas condições devem
ser evidenciadas durante o projecto para avaliar a necessidade de instalação de
trocadores de calor, sistema de abastecimento de óleo através de filtros absolutos, filtro
de ar de maior vazão, reservatório de maior dimensão para proporcionar uma melhor
troca de calor com o ambiente, pintura apropriada, etc.

2. Limpeza

Os equipamentos hidráulicos trabalham com elevadas pressões, velocidades


consideráveis, e alta sensibilidade. Necessitam, portanto, de inspecção contínua do
desempenho e do estado de conservação, além de ser obrigatória a limpeza. A limpeza
do local de instalação do sistema hidráulico é fundamental para um bom funcionamento.
Isso reduz a possibilidade de contaminação ambiental, eliminando as impurezas que
penetrariam no sistema hidráulico. Como parte integrante, a limpeza deve ser estendida
e praticada nas oficinas, áreas de montagem, manutenção e testes.

Estas áreas devem estar bem separadas dos locais cujas actividades envolvam serviços
de soldagem, pintura e ambientes com acumulação de poeira, água, vapor, etc.

Portanto, para garantir uma boa instalação, inspecção e manutenção, é necessário dar
uma atenção especial à limpeza do equipamento e da área onde será efectuada a
instalação. Todos os componentes devem estar protegidos e isolados, e deverá ser
mantida essa condição até o momento da montagem final. Qualquer impureza que
venha a contaminar o circuito hidráulico resultará em desarranjos prejudiciais.

3. Montagem e Interligação
A tubulação deve ser bem encaminhada e ter boa localização, para facilitar o acesso aos
pontos de regulação e controlo, bem como facilitar a manutenção e evitar acidentes.

A interligação é feita utilizando-se tubos de aço sem costura, mangueiras de alta pressão
e conexões, com dimensionamento compatível com a vazão e pressão do sistema
hidráulico.

Numa instalação convencional, costumam-se utilizar tubos e conexões com anilha


progressiva tipo Parker EO até 38 mm de diâmetro externo. A partir dessa medida é
recomendado o uso de tubos, conexões forjadas e flanges para solda.

Na montagem, a tubulação não pode estar tensionada. Deve-se evitar também a


utilização de cotovelos e curvas bruscas ao longo da tubulação.

Para tubulações longas, é recomendada a utilização de braçadeiras de material plástico


como suporte.

Deve ser dada atenção especial à limpeza interna da tubulação para que sejam
removidos todos os indícios de contaminantes, como as lascas formadas após operação
de corte de tubos. Numa eventual oxidação interna, o tubo deve ser decapado e lavado
com querosene.

No caso de tubulação soldada ou curvada a quente, a tubulação deverá ser decapada,


neutralizada e lavada com querosene para a completa remoção das carepas de solda.

4. Contaminação

Toda e qualquer tipo de contaminação, deverá ser evitada e combatida. Geralmente a


formação de contaminantes ocorre da seguinte forma:

• Incorporados nos processos de fabricação dos componentes;

• Incorporados durante a montagem do sistema;

• Incorporados no fluido hidráulico ou durante o abastecimento;

• Introduzidos durante a manutenção, cada vez que o circuito é aberto;

• Entram pelo filtro de ar;

• Contaminantes resultantes da degradação dos componentes.

Contaminação em sistemas hidráulicos causa em geral: desgastes, emperramentos e


obstrução de orifícios. Com isso o sistema tem um desempenho insatisfatório, perda de
potência, operação irregular, controlos com capacidade reduzida, choques hidráulicos
com aumento e queda de pressão, vazamentos internos, elevação da temperatura, riscos
de acidentes, provocam vazamentos e até a degradação dos componentes.

Um contaminante circulando num circuito hidráulico resulta em desgaste de um


componente.

Esse desgaste gera novos contaminantes que, em contacto com os outros componentes,
provocam uma “reação em cadeia” na formação de novos pontos de contaminação no
circuito hidráulico.

O custo de ignorar a limpeza e a contaminação do sistema hidráulico é muito grande em


termos de manutenção, substituição e reposição de componentes, tempo de parada e
perda de produção.

Instalações de esgoto;

Os esgotos prediais são, ou deveriam ser, lançados na rede de esgotos da cidade. Essa
rede, que toda cidade possui ou almeja possuir, pode ser instalada de vários sistemas,
dependendo da cidade.

Tratamento do Esgoto

O processo de tratamento permitirá a degradação da matéria orgânica presente nos


esgotos, além de eliminar a maior parte dos microorganismospatogênicos que podem
transmitir doenças.

O tratamento processará da seguinte forma:

Tratamento Preliminar: retira plásticos, estopas, panos e areia, protegendo os

equipamentos da estação contra entupimentos que esses materiais poderiam

causar.

Tratamento Primário: separa e trata os sólidos contidos nos esgotos, produzindo

um rico composto que pode ser usado de maneira restrita como condicionador de

solos para a agricultura.

Tratamento Biológico: através de introdução de ar em tanques chamados

reatores, cria-se microorganismos que são capazes de “comer” a matéria orgânica


e os nutrientes remanescentes do tratamento primário.

Após passar pelas três etapas, os esgotos tratados estarão em condições de

serem lançados no córrego sem causar problemas de poluição.

A instalação predial de esgoto sanitário deverá ser projetada e construída de

modo a permitir rápido escoamento dos despejos e fáceis desobstruções, deve vetar

a passagem de gases e animais das canalizações para o interior dos prédios, além

de não permitir vazamentos, formação de depósitos no interior das canalizações,

escapamento de gases e contaminação da água potável.

A instalação predial de esgotos sanitários não receberá, em hipótese alguma, águas


pluviais.

O esgoto sanitário deverá ser dividido de acordo com o tipo de dejetos que recebe e
contar com sistema de canalização e dispositivos próprios.

Uma instalação de esgotos sanitários é formada por canalizações (tubos) e caixas de


concreto. As caixas destinam-se à manutenção das instalações e devem ter tampa de
ferro fundido, para maior proteção.

A instalação deverá conter ao menos uma canalização aberta para o exterior (é o tubo de
ventilação), destinada à saída dos gases da rede coletora dos esgotos e a entrada de ar na
canalização.

As águas de chuva, piscinas e jardins não devem ser escoadas pelas instalações de
esgotos sanitários.

Observe a figura abaixo


A saída do vaso sanitário é direta na caixa de inspeçao (Cl), de onde parte o
encanamento para o esgoto da rua. A saída da pia da cozinha vai direto para a caixa de
gordura (CGS). A saída do tanque vai para a caixa sifonada (CS); um ralo na cozinha
poderá ir direto para a caixa sifonada (CS).

-vaso sanitário: tubo de ferro fundido, manilha de barro vibrado ou pvc, com 100 mm
-pia de cozinha: tubo pvc, com 50 mm
-lavatório: tubo pvc, com 40 mm
-bidé: tubo pvc, com 30 mm
-banheira: tubo pvc, com 40 mm
-tanque de lavar roupa: tubo pvc, com 40 mm
-ralo do chuveiro (até o ralo sifonado): tubo pvc, com 30 mm
-trecho do ralo sifonado do banheiro até a CI: tubo pvc, com 50 mm
-ralo da cozinha (até a cs): tubo pvc, com 30 mm
-ligações CS-CI e CGS-CI: manilha de barro ou tubo pvc, com 75 mm

A Ligação da caixa de Inspeçao (Cl) com o coletor público, na rua, é feita com manilha
de barro vibrado ou tubo de pvc, de diâmetro nunca inferior a 100 mm (4 polegadas).

Quando não existe rede pública de esgotos, normalmente se faz um simidouro, onde a
água resultante da instalação sanitária infiltra-se na terra.

Porém, não se permite que os esgotos sejam levados para a terra diretamente, havendo
necessidade de tratá-los. Para este fim, é preciso construir uma fossa séptica, um sistema
que permite a fermentação das fezes depositadas, ocorrendo a digestão através das
bactérias que no local se desenvolvem.

A água que deixa a fossa, para se infiltrar na terra, estará relativamente tratada e com
um número mínimo de germes nocivos. A figura da próxima página mostra o desenho
de uma fossa.

A fossa deve ser construída em concreto; suas dimensões vão depender do número de
pessoas que usarão os sanitários. Tome por base a tabela abaixo:

Todas as tubulações do sistema sanitário devem ser montadas de forma que haja uma
ligeira queda, para facilitar o escoamento das águas. Se usar manilhas de barro virado,
cuide para que as uniões fiquem perfeitamente conectadas.

Dimensões internas (em mm)

Pessoas Comprimento Largura Profundidade Capacidade (litros)

4 1,80 0,90 1,50 1900

6 1,90 0,90 1,50 2270

8 2,30 1,10 1,50 2850

10 2,60 1,10 1,70 3400

12 2,60 1,20 1,70 4150

Pode-se entender por instalações hidráulico-sanitárias prediais o conjunto de


canalizações, aparelhos, conexões, peças especiais e acessórios destinados ao
suprimento de água ou ao afastamento de águas servidas ou pluviais dos prédios, desde
a ligação à rede pública de água até o retorno ao coletor público de esgotos ou o sistema
individual de tratamento, e também o encaminhamento das águas pluviais a rede pluvial
da rua ou demais sistemas que utilizem a água da chuva (reutilização, infiltração no
solo, etc).

As instalações hidráulico-sanitárias prediais atendem pelo ao menos dois requisitos


básicos:

Descrição
Requisitos

Fornecer água de qualidade apropriada, em


Hidráulico quantidade suficiente e sob pressão
adequada a todos os aparelhos.

Impedir o retorno de águas poluídas nas


canalizações de alimentação dos aparelhos
Sanitário
e a entrada de gases de esgotos, de roedores
ou insetos nos prédios.

Existe hoje á disposição do engenheiro uma grande variedade de materiais, como


tubulações, caixas d’água, aparelhos e metais sanitários, das mais variadas linhas e
modelos. Cabe decidir entre os mais convenientes para cada caso específico.
Outro aspecto importante a ser levado em consideração durante um projeto de
instalações hidráulico-sanitárias prediais é sua relação com o projeto arquitetônico.

Deve-se haver um perfeito entrosamento com as soluções arquitetônicas e estruturais.


Um projeto de instalações hidráulico-prediais deverá conter:

Instalações de água fria

Instalações de água quente

Instalações de esgoto sanitário

Instalações de águas pluviais

Instalações de prevenção e auxílio ao combate a incêndio

Instalações de Água Fria

As instalações hidráulicas prediais de água fria são contempladas pela norma técnica da
NBR 5626/1982, da ABNT.
O objetivo desta norma é “fixar as condições exigíveis quanto à maneira e os critérios
pelos quais devem ser projetadas as instalações prediais de água fria, para atender às
exigências técnicas mínimas de higiene, segurança, economia e conforto dos usuários.”

Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente,


com pressões e velocidades adequadas ao perfeito funcionamento das peças de
utilização e do sistema de tubulações.

Preservar rigorosamente a qualidade da água do sistema de abastecimento.

Proporcionar o máximo de conforto aos usuários, incluindo a redução dos níveis


de ruído.

Segundo a norma, item 3.2:

Alturas de pontos de utilização:


O projeto das instalações hidráulicas prediais de água fria deve ser desenvolvido em três
etapas distintas e igualmente importantes: concepção do projeto, determinação das
vazões e dimensionamentos.

Instalações de Água Quente

As instalações hidráulicas prediais de água quente são contempladas pela norma técnica
da NBR 7198/1982, da ABNT.
O objetivo desta norma é “fixar as exigências técnicas mínimas quanto à higiene, à
segurança, à economia e ao conforto a que devem obedecer as instalações prediais de
abastecimento de água quente”.
O projeto das instalações hidráulicas prediais de água quente deverá compreender
cálculos, desenhos e memorial descritivo, de modo a:

Garantir o fornecimento de água suficiente, sem ruído, com temperatura


adequada e sob pressão necessária ao perfeito funcionamento das peças de
utilização.

Preservar rigorosamente a qualidade da água

Instalações de Esgoto Sanitário

As instalações prediais de esgoto sanitário visam atender às exigências mínimas de


habitação no que se relaciona à higiene, segurança, economia e conforto dos usuários.
Projetos inadequados dessas instalações resultam em desconfortáveis efeitos, entre os
quais podem ser destacados: refluxo do esgoto, surgimento de espumas em ralos, mau
cheiro nas instalações sanitárias.

A norma técnica da ABNT que regulamenta os procedimentos para instalações prediais


de esgoto sanitário é a NBR 8160, sendo também referentes ao tema que interferem
direta ou indiretamente:

NBR 5645 – Tubos Cerâmicos para canalizações - Especificação

NBR 6943 – Conexão de ferro maleável para tubulações, classe 10 –Padronização.

NBR 7229 – Construção e instalação de fossas sépticas e disposição dos efluentes finais
– Procedimento.

NBR 7362 – Tubos de PVC rígido de seção circular para coletores de esgoto –
Especificação.

NBR 5580 – Tubos de aço – carbono, aptos para rosca NBR 6414, para condução de
fluidos – Especificação.

NBR 5688 – Tubos de PVC rígido para esgoto predial e ventilação – Especificação.

NBR 8161 – Tubos e conexões de ferro fundido para esgoto e ventilação –


Padronização.

Esquema típico de uma instalação sanitária

Conforme o item 4.1.4 da NBR 8160, as instalações prediais de esgoto sanitário devem
ser projetadas de modo a:
Permitir o rápido escoamento dos esgotos e fáceis desobstruções

Vedar a passagem de gases e animais das tubulações para o interior das edificações

Não permitir vazamentos, escapamentos de gases e formação de depósitos no interior


das tubulações

Impedir a poluição da água potável

Por tanto elas deveram coletar e afastar da edificação todos os despejos provenientes do
uso da água para fins higiênicos, e encaminha-los a um destino indicado pelo poder
publico competente.

Este destino poderá ser:

Rede publica coletora de esgoto sanitários.

Sistema particular, quando não houver rede publica.

O esquema de funcionamento de um sistema de esgoto, em geral, é representado no


diagrama a seguir:

Ramal de Descarga

Ramal de Esgoto

Tubo de Queda

Subcoletor

Coletor Predial

Coletor Público ou Tratamento Individual


Instalações de Águas
Pluviais

No Brasil é adotado o sistema separador absoluto, no qual as águas pluviais precipitadas


sobre as edificações devem ter destinos diferentes dos esgotos sanitários, pois a rede
pública coletora de esgotos sanitários é dimensionada levando-se em conta apenas às
vazões correspondentes aos esgotos.

Sendo assim as águas pluviais devem ser encaminhadas ao sistema público de águas
pluviais, que é dimensionado para permitir o adequado escoamento das vazões
correspondentes, que são bastante superiores às dos esgotos sanitários.
As instalações de águas pluviais são contempladas pela norma técnica NBR 611, tendo
como objetivo:

1.1 Fixar as exigências e critérios necessários aos projetos das instalações de drenagem
de águas pluviais, visando garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança,
higiene, conforto, durabilidade e economia.

1.2 Ser aplicada à drenagem de águas pluviais em coberturas e demais áreas associadas
ao edifício,tais como terraços, pátios, quintais e similares. Não se aplica a casos onde as
vazões de projeto e características da área exijam a utilização de bocas-de-lobo e
galerias.

Assim sendo, as instalações de águas pluviais deverão lançar nas sarjetas das vias
públicas a totalidade da chuva precipitada sobre a edificação e deve ser projetadas de
modo a apresentarem:

Estanqueidade

Fácil limpeza e desobstrução

Resistência aos esforços provenientes de variações térmicas, choques mecânicos,


cargas, pressões, etc

Resistência às intempéries

Capacidade de evitar riscos de penetração de gases quando for o caso


Obs: Existe a possibilidade de se realizar um projeto de um sistema de aproveitamento
de água da chuva.

Durante a elaboração do projeto, ou na execução da obra, devem ser consultadas outras


normas da ABNT que a NBR 611 relaciona como complementares ao seu texto:

NB 37 - Execução de rede coletora de esgotos sanitários

NB 94 - Execução de coberturas e fechamentos laterais com chapas onduladas de


cimento amianto

NB 144 – Discriminação de serviços técnicos para construção de edifícios

NB 192 – Elaboração de projetos de obra e arquitetura

NB 279 – Execução de impermeabilização na construção civil

NB 281 – Execução de redes coletoras enterradas de esgoto com tubos e conexões de


PVC rígido de seção circular

NB 554 – Emprego de chapas estruturais de cimento-amianto

EB 5 - Tubos cerâmicos para esgoto

EB 6 – Tubos de concreto simples de seção circular com ponta e bolsa

EB 69 – Tubos coletores de cimento-amianto

EB 109 – Tubos de concreto armado de seção circular

EB 167 – Chapas finas de aço-carbono zincadas pelo processo de imersão a quente

EB 225 – Folhas-de-flandres simplesmente reduzidas

EB 345 – Requisitos gerais para produtos de cobre e ligas de cobre em chapas e tiras

EB 608 – Tubos e conexões de PVC rígido para esgoto predial e ventilação

EB 634 – Materiais asfálticos para impermeabilização na construção civil

EB 635 – Asfaltos para impermeabilização na construção civil

EB 638 – Elastômeros em solução para impermeabilização na construção civil

EB 644 – Tubos de PVC rígido de seção circular, coletores de esgotos


EB 753 – Tubos de PVC rígido para instalações prediais de águas pluviais

PB 34 – Requisitos gerais para chapas finas de aço carbono e aço baixa liga e alta
resistência

PB 77 – Tubos e conexões de ferro fundido para esgoto e ventilação

PB 277 – Dimensões de tubos de PVC rígido

Instalações de telefone;

Tipos de rede interna

Embutida – Quando as instalações passam por um conduíte ou eletroduto diretamente

embutidas na parede.

Aparente – Quando não foi prevista a instalação da linha ou de um ponto telefônico e


por este motivo não existe tubulação. Nesses casos o instalador faz a instalação sobre a
parede.

Distribuidor Geral (D.G.) – Quando existem mais de cinco linhas telefônicas, no

prédio da Escola, é exigido o Distribuidor Geral ou D.G.

Esquemas de Ligações diversas


(TEXTO ANEXO)

Instalações elétricas;

Instalação elétrica é o sistema elétrico físico, ou seja, é o conjunto de componentes


elétricos associados e coordenados entre si, composto para um fim específico.

Circuito elétrico é um conjunto de corpos, componentes ou meios no qual é possível que


haja corrente elétrica. Um sistema elétrico é um circuito ou conjunto de circuitos
elétricos interrelacionados, constituídos para uma determinada finalidade.

Um sistema elétrico é formado essencialmente por componentes elétricos que conduzem


(ou podem conduzir) corrente, enquanto uma instalação elétrica inclui componentes
elétricos que não conduzem corrente, mas que são essenciais ao seu funcionamento, tais
como condutos, caixas e estrutura de suporte.

Nessas condições, a cada instalação elétrica corresponderá um sistema elétrico. Em um


projeto elétrico, as plantas e os detalhes (por exemplo, cortes, diagramas unifilares e
trifilares) representam a instalação, enquanto que os circuitos elétricos envolventes
representam o sistema. Os termos 'sistema elétrico' e 'instalações elétricas' são utilizados
como sinônimos por muitos autores e projetistas.

A NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão (última edição da norma, de 1997)
-baseada na norma internacional IEC 60364 - Electric lnstallations of Buildings -, é a
norma aplicada a todas as instalações elétricas cuja tensão nominal é igual ou inferior a
1.000 V em corrente alternada (CA), ou a 1.500 V em corrente contínua (CC).

As instalações cuja tensão nominal é superior a 1.000 V em CA ou a 1.500 V em CC,


são genericamente chamadas de instalações elétricas de alta tensão. Por sua vez, as
instalações cuja tensão nominal é igual ou inferior a 50 V em CA ou a 120 V em CC são

instalações elétricas de extra baixa tensão.

A NBR 5410 fixa as condições a que as instalações de baixa tensão devem atender, a
fim de garantir seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e animais
domésticos e a conservação de bens. Aplica-se a instalações novas e a reformas em
instalações existentes, entendendo-se, em princípio, como 'reforma' qualquer ampliação
de instalação existente (como criação de novos circuitos e alimentação de novos
equipamentos), bem como qualquer substituição de componentes que implique

alteração de circuito.

A norma aborda, praticamente, todos os tipos de instalações de baixa tensão, como:

_ Edificações residenciais e comerciais em geral;

_ Estabelecimentos institucionais e de uso público;

_ Estabelecimentos industriais;

_ Estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;

_ Edificações pré-fabricadas;

_ Reboques de acampamento (trailers),

_ Locais de acampamento (campings),

_ Marinas e locais análogos;


_ Canteiros de obras, feiras, exposições e outras instalações temporárias.

A norma aplica-se também:

Aos circuitos internos de equipamentos que, embora alimentados por meio de instalação
com tensão igual ou inferior a 1.000 V em CA, funcionam com tensão superior a 1.000
V, como é o caso de circuitos de lâmpadas de descarga, de precipitadores eletrostáticos
etc.;

A qualquer linha elétrica (ou fiação) que não seja especificamente coberta pelas normas
dos equipamentos de utilização;

Às linhas elétricas fixas de sinal, relacionadas exclusivamente à segurança (contra


choques elétricos e efeitos térmicos em geral) e à compatibilidade eletromagnética.

Por outro lado, a norma não se aplica a:

_ Instalações de distribuição de energia elétrica (redes) e de iluminação pública;

_ Instalações de tração elétrica, de veículos automotores, embarcações e aeronaves;

_ Instalações em minas;

_ Instalações de cercas eletrificadas;

_ Equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na medida em que eles


não comprometam a segurança das instalações;

_ Instalações específicas para a proteção contra descargas atmosféricas diretas.

A NBR 5410 é complementada atualmente por outras duas normas, a NBR 13570 –
Instalações Elétricas em Locais de Afluência de Público: Requisitos Específicos - e a
NBR 13534 – Instalações Elétricas em Estabelecimentos Assistências de Saúde:

Requisitos para Segurança. Ambas complementam, quando necessário, prescrições de


caráter geral contidas na NBR 5410, relativas aos seus respectivos

campos de aplicação.
A NBR 13570 aplica-se às instalações elétricas de locais como cinemas, teatros,
danceterias, escolas, lojas, restaurantes, estádios, ginásios, circos e outros locais
indicados com capacidades mínimas de ocupação (n0 de pessoas) especificadas.

A NBR 13534, por sua vez, aplica-se a determinados locais como hospitais,
ambulatórios, unidades sanitárias, clínicas médicas, veterinárias e odontológicas etc.,
tendo em vista a segurança dos pacientes.

- Componentes das instalações

Componente de uma instalação elétrica é um termo geral que se refere a um


equipamento, uma linha elétrica ou qualquer outro elemento necessário ao
funcionamento da instalação. O termo componente também é usado para indicar uma
parte integrante de um equipamento, uma linha ou qualquer outro componente. Assim,
por exemplo, um eletroduto e um conjunto de condutores isolados são componentes

de uma linha constituída por condutores isolados contidos em eletroduto.

Um equipamento elétrico é uma unidade funcional, completa e distinta, que exerce uma
ou mais funções elétricas relacionadas com geração, transmissão, distribuição ou
utilização de energia elétrica, incluindo-se máquinas, transformadores, dispositivos
elétricos, aparelhos de medição, proteção e controle.

Em particular, um equipamento de utilização é o equipamento elétrico destinado a


converter energia elétrica em outra forma de energia diretamente utilizável (mecânica,
térmica, luminosa, sonora etc.).

O termo aparelho elétrico é utilizado para designar equipamentos de medição e certos

equipamentos de utilização, como:

_ Aparelho eletrodoméstico: destinado à utilização residencial ou análoga (por exemplo,


aspirador de pó, liquidificador,lavadora de roupa e chuveiro elétrico);

_ Aparelho eletroprofissional: destinado à utilização em estabelecimentos comerciais ou


análogos (como máquina de escrever, copiadora xerox e microcomputador), incluindo
os equipamentos eletromédicos;

_ Aparelho de iluminação: é o conjunto constituído, no caso mais geral, por uma ou


mais lâmpadas, luminárias e acessórios(reator e starter).
Dispositivos Elétricos

Dispositivo elétrico é um equipamento integrante de um circuito elétrico, cujo objetivo


é desempenhar uma ou mais funções de manobra, proteção ou controle. É importante
observar que um dispositivo elétrico pode, por sua vez, ser parte integrante de uma
unidade maior.

Normalmente, o termo é utilizado para designar um componente que consome um


mínimo de energia elétrica no exercício de sua função (geralmente comando, manobra
ou proteção), correspondendo ao termo device, como é definido na norma norte-
americana NEC - National Electrical Code.

As principais funções exercidas pelos dispositivos elétricos (device) são:

_ Manobra: mudança na configuração elétrica de um circuito, feita manual ou


automaticamente;

_ Comando: ação destinada a efetuar a manobra, que pode ser de desligamento, ligação
ou variação da alimentação de energia elétrica de toda ou parte de uma instalação, sob
condições de funcionamento normal;

_ Proteção: ação automática provocada por dispositivos sensíveis a determinadas


condições anormais que ocorrem em um circuito, a fim de evitar danos às pessoas e aos
animais e evitar ou limitar danos a um sistema ou equipamento elétrico;

_ Controle: ação de estabelecer o funcionamento de equipamentos elétricos sob


determinadas condições de operação.

Esquemas de ligação utilizados em projetos elétricos de baixa tensão

Os projetos elétricos em baixa tensão devem ser utilizados, conforme esquemas de


ligação, onde as ligações são desenvolvidas através de símbolos. Os esquemas
utilizados em instalações elétricas de baixa tensão são dos diagramas multifilares e
unifilares.

1 - Diagrama Multifilar
Representa do o sistema elétricos, com todos os seus condutores e detalhes onde cada
traço representa um cabo e a simbologia utilizada fica restrita aos aparelhos de
utilização. Para um melhor entendimento vamos tomar como exemplo o circuito de uma
lâmpada acionada por um interruptor:

Fig. 1. Ligação de uma lâmpada acionada por um interruptor simples

Baseado neste circuito podemos desenhar o diagrama unifilar do circuito representado


acima, onde os traços de fase (R1) e neutro(N1) são oriundos de um quadro de luz.
Sempre deve-se interromper a fase do circuito através do interruptor.

Fig. 2. Diagrama multifilar da lâmpada acionada por interruptor


Fig.3. Diagrama unifilar da lâmpada acionada por interruptor

2 - Simbologia

A simbologia utilizada em instalações elétricas é definida de acordo com um padrão,


sendo a simbologia comumente utilizada esta representada na tabela abaixo.

Tabela 1- Simbologia empregada nos diagramas unifilares


Instalação elétrica de uma tomada

Diagrama Multifilar

Fig. 4 - Diagrama multifilar de uma tomada monofásica

1.3.3.2 - Diagrama Unifilar

Fig. 5- Diagrama unifilar de uma tomada monofásica

1.3.4 - Acionamento de duas lâmpadas com Interruptor de duas seções

1.3.4.1 - Diagrama Multifilar

Fig.5 - Diagrama Multifilar do acionamento de duas lâmpadas com interruptor de duas


seções
1.3.4.2 - Diagrama Unifilar

Fig. 6 - Diagrama Multifilar do acionamento de duas lâmpadas com interruptor de duas


seções

1.3.4 - Interruptores paralelos(Three-Way)

Este tipo de interruptor é utilizado quando se deseja acionar uma lâmpada ou um


conjunto de lâmpadas através de dois pontos distintos, evitando assim que o usuário
tenha que retornar ao um determinado ponto para desligar a lâmpada, o interruptor
paralelo é usado nos seguintes locais:

_ Escadarias: A melhor solução é instalar um interruptor no inicio da escada e outro no


final da escada;

_ Corredores: Podem ser instalados no inicio e no final do corredor;

_ Quartos: Instala-se um interruptor próximo à porta do quarto e outro na cabeceira da


cama.

O interruptor paralelo também pode ser chamado de three way, pois o interruptor possui
três terminais, onde o terminal central é denominado terminal comum sendo este ligado
na fase ou retorno para a lâmpada e os demais ligados os retornos para o próximo
interruptor paralelo.

Interruptor Intermediário (Four Way)

O interruptor paralelo é utilizado quando é necessário comandar uma lâmpada ou um


conjunto de lâmpadas de três ou mais pontos diferentes. Podem ser usados quantos
interruptores paralelos quanto se desejar, entretanto eles devem ser instalados sempre
entre dois interruptores intermediários. O interruptor paralelo também é conhecido
como interruptor four way, possui quatro terminais, onde são interligados

os retornos provenientes dos interruptores paralelos ou intermediários no caso de


instalação de mais de um interruptor intermediário.

Fig.9 Diagrama Multifilar de um interruptor intermediário

O interruptor intermediário funciona da seguinte maneira: quando na posição I há


contato entre o terminal A e o terminal D e o terminal B com o terminal C mantendo o
circuito desligado. Na posição II há o contato entre o terminal A e C e os terminais B e
D fazendo com que a lâmpada acenda.

Qualquer mudança em qualquer um dos interruptores paralelos irá trocar o estado da


lâmpada assim, se o interruptor estiver desligando o circuito da lâmpada ela poderá ser
ligada através de qualquer um dos interruptores paralelos e vice-versa.
Diagrama unifilar

Fig.12 - Diagrama unifilar de uma lâmpada acionada por um interruptor intermediário

Em uma instalação elétrica, é possível ter os seguintes tipos de equipamentos:

_ Equipamentos relacionados à fonte de energia elétrica da instalação, que são os


transformadores, os geradores e as baterias;

_ Dispositivos de comando (manobra) e proteção, tais como chaves, seccionadores,


disjuntores, fusíveis e relés; equipamentos de utilização, que podem ser classificados em
equipamentos nãoindustriais( aparelhos eletrodomésticos e eletroprofissionais),
equipamentos industriais (tornos, compressores, prensas, fomos) e aparelhos de
iluminação.

Quanto à instalação, os equipamentos em geral podem ser classificados em:

_ Fixos: são projetados para serem instalados permanentemente em um lugar


determinado, como, por exemplo, um transformador (em um poste), um disjuntor (em
um quadro), um aparelho de arcondicionado (em parede ou janela);

_ Estacionários: não são movimentados quando em funcionamento, não possuem alça


para transporte ou possuem massa tal que não possam ser movimentados facilmente,
como, por exemplo, geladeira ou freezer doméstico, lavadora de roupa,
microcomputador, disjuntor extraível (de um cubículo de subestação);

_ Portáteis: são equipamentos movimentados quando em funcionamento ou que podem


ser facilmente deslocados de um lugar para outro, mesmo quando ligados à fonte de
alimentação, como é o caso de certos eletrodomésticos (como enceradeira e aspirador de
pó) ou aparelhos de medição, (como multímetros);

_ Manuais: são os portáteis projetados para serem suportados pelas mãos durante
utilização normal, como é o caso das ferramentas portáteis (furadeiras, ferro de passar
roupas e amperímetro tipo alicate).

A potência instalada de uma instalação elétrica, de um setor de uma instalação ou de um


conjunto de equipamentos de utilização é a soma das potências nominais dos
equipamentos de utilização da instalação, do setor da instalação ou do conjunto de
equipamentos. Um equipamento que absorve energia elétrica é um

equipamento de utilização, e dependendo da necessidade a potência ativa consumida


pode variar desse zero até sua potência nominal.

Para o equipamento de utilização as cargas podem ainda ser caracterizadas como:

_ Cargas lineares: constituídas pelos equipamentos elétricos, cuja forma de onda de


tensão e corrente de entrada permanecem senoidais em qualquer ponto de operação. É o
caso típico de motores de indução usuais, da iluminação incandescente e de cargas de
aquecimento.

_ Cargas não-lineares: constituídas basicamente pelos equipamentos eletrônicos, cujas


tensão e corrente elétricas são distorcidas, contendo harmônicas.

A seguir temos uma tabela com a potência típica de alguns aparelhos eletrodomésticos:
Tabela 2 Potências típicas de alguns aparelhos eletrodomésticos

As instalações de baixa tensão (BT) podem ser alimentadas de várias maneiras:

(a) Diretamente, por uma rede de distribuição de energia elétrica de baixa tensão, por
meio de um ramal de ligação; é o caso típico de prédios residenciais, comerciais ou
industriais de pequeno porte;

(b) A partir de uma rede de distribuição de alta tensão (AT), por meio de uma
subestação ou de um transformador exclusivo, de propriedade da concessionária; é o
caso típico de instalações residenciais de uso coletivo (apartamentos) e comerciais de
grande porte;

(c) A partir de uma rede de distribuição de alta tensão, por meio de uma subestação de
propriedade do consumidor; é o caso típico de prédios industriais e comerciais de médio
e grande porte;

(d) Por fonte autônoma, como é o caso de instalações de segurança ou de instalações


situadas fora de zonas servidas por concessionárias.

A entrada de serviço é o conjunto de equipamentos, condutores e acessórios instalados


entre o ponto de derivação da rede da concessionária e o quadro de medição ou
proteção, inclusive. O ponto de entrega é o ponto até onde a concessionária deve
fornecer energia elétrica, participando dos investimentos

necessários e responsabilizando-se pela execução dos serviços, pela operação e


manutenção, não sendo necessariamente o ponto de medição. A entrada consumidora é
o conjunto de equipamentos, condutores e acessórios instalados entre o ponto de entrega
e o quadro de proteção e medição, inclusive.

O ramal de ligação é o conjunto de condutores e acessórios instalados entre o ponto de


derivação da rede da concessionária e o ponto de entrega.

O ramal de entrada é o conjunto de condutores e acessórios instalados entre o ponto de


entrega e o quadro de proteção e medição.

A Figura 13 mostra esquematicamente os componentes da entrada de serviço.

Assim teremos a distribuição de energia elétrica através da rede publica de baixa tensão

representadas na figura abaixo:


Fig. 14 . Rede pública de distribuição de baixa tensão

Uma subestação é uma instalação elétrica destinada à manobra, transformação e/ou


outra forma de conversão de energia elétrica. Quando este termo é empregado sozinho,
subentende-se uma subestação de transformação.

Chama-se unidade consumidora a instalação elétrica pertencente a um único


consumidor, recebendo energia em um só ponto, com sua respectiva medição.

A origem de uma instalação elétrica para uma unidade consumidora é o ponto de


alimentação da instalação, a partir do qual se aplica a NBR 5410. Deve-se observar que:

(a) Quando a instalação é alimentada diretamente por rede pública de baixa tensão, por

transformador ou por uma subestação da concessionária, a origem corresponde aos


terminais de saída do dispositivo geral de comando e proteção; caso esse dispositivo se
encontre antes do medidor de energia, a origem corresponde aos terminais de saída do
medidor (ver Figura 1.3);

(b) A origem de uma instalação alimentada a partir de um transformador ou de uma


subestação própria corresponde aos terminais de saída do transformador; se a
subestação possuir vários transformadores não ligados em paralelo, haverá tantas
origens e tantas instalações quantos forem os transformadores;

(c) Em instalações alimentadas por fonte própria (em baixa tensão), a origem é
considerada de maneira a incluir a fonte como parte da instalação.

É importante observar que, no caso de edificações de uso coletivo residencial ou


comercial com vários consumidores, a cada unidade consumidora (apartamento,
conjunto de salas, loja, administração etc.) corresponde uma instalação elétrica cuja
origem está localizada nos terminais de saída do respectivo dispositivo geral de
comando e proteção ou do medidor, se for o caso.

A tensão nominal de uma instalação de baixa tensão de uma unidade consumidora é a


tensão na origem da instalação. A tensão de serviço pode, por razões óbvias, ser
diferente da tensão nominal; no entanto, em todos os cálculos que envolvem tensão, a
nominal é a considerada. A resolução n0 505 de

novembro de 2001 da ANEEL, define a tensão nominal na origem da instalação, bem


como a variação permitida.

Um circuito de uma instalação elétrica é o conjunto de componentes da instalação


alimentados a partir da mesma origem e protegidos pelo mesmo dispositivo de proteção.
Em uma instalação há dois tipos de circuitos: os de distribuição e os terminais. Um
circuito de distribuição é o circuito que alimenta um ou

mais quadros de distribuição e um circuito terminal é aquele que está ligado diretamente
a equipamentos de utilização ou a tomadas de corrente.

Um quadro de distribuição é um equipamento elétrico que recebe energia elétrica de


uma ou mais alimentação e a distribui a um ou mais circuitos. Pode também
desempenhar funções de proteção, seccionamento, controle e medição. Um quadro (de
distribuição) terminal é aquele que alimenta exclusivamente circuitos terminais.

Verifica-se, então, que o termo 'quadro de distribuição' é absolutamente geral e inclui


desde os simples 'quadros de luz' até os mais complexos CCMs (centros de controle de
motores).

Abaixo a figura 15 representa um quadro de distribuição.


Fig.15 - Quadro de distribuição

O quadro de distribuição deve ser instalado de preferência o em locais de fácil acesso,


como cozinhas, áreas de serviço, corredores. Também deve ser instalado o mais
próximo possível do medidor ou mais próximo dos locais onde haja a maior
concentração de cargas.

Abaixo temos um quadro de distribuição bifásico em corte onde pode-se visualizar


todos os elementos que o compõem.
Fig. 16. Partes componente de um quadro de distribuição

Uma tomada de corrente pode ser definida como um dispositivo elétrico com contatos
ligados

permanentemente a uma fonte de energia elétrica, que alimenta um equipamento de


utilização por meio da conexão de um plugue.

Em uma instalação pode-se distinguir as tomadas de uso específico, onde são ligados
equipamentos fixos, como por exemplo, aparelhos de ar-condicionado e certos
equipamentos estacionários de maior porte, como é o caso de máquinas de xerox, e as
tomadas de uso geral, onde são ligados equipamentos móveis, portáteis e estacionários.

Pode-se ainda falar em pontos de uso específico, que geralmente são caixas de ligação,
onde são ligados equipamentos fixos (que não utilizam plugues). É o caso da maior
parte dos equipamentos industriais e de certos equipamentos eletrodomésticos e
eletroprofissionais.
Instalação temporária é uma instalação elétrica prevista para uma duração limitada às
circunstâncias que a motivam. São admitidas durante um período de construção,
reparos, manutenção, reformas ou demolições, de estruturas ou equipamentos.

17 Representação do sistema de distribuição de energia elétrica

A NBR 5410 considera três tipos de instalações:

Instalação de reparos: substitui uma instalação defeituosa, sendo necessária sempre que
ocorrer um acidente que impeça o funcionamento de uma instalação existente ou de um
de seus setores;
Instalação de trabalho: permite reparos ou modificações em uma instalação existente,
sem interromper seu funcionamento. A instalação de trabalho: permite reparos ou
modificações em uma instalação existente, sem interromper o seu funcionamento;

Instalação semipermanente: destinada a atividades não habituais ou que se repetem


periodicamente, como

é o caso das 'instalações em canteiros de obras', assim consideradas as que se destinam à


construção de edificações novas, aos trabalhos de reforma, modificação, ampliação ou
demolição de edificações existentes, bem como à construção de obras públicas (como
redes de água, gás, telefonia, energia elétrica e obras viárias).

1. 4 - Equipamentos de utilização

Os equipamentos de utilização podem ser classificados em três grandes categorias:


aparelhos de iluminação, equipamentos industriais e equipamentos não-industriais.

Os aparelhos de iluminação estão presentes em qualquer local e em todo tipo de


instalação e podem ser classificados de acordo com o tipo de fonte utilizada em:

(a) Aparelhos incandescentes: utilizam lâmpadas incandescentes comuns ou refletoras e


as halógenas;

(b) Aparelhos de descarga: utilizam lâmpadas a descarga, que podem ser fluorescentes,
de vapor de mercúrio, de vapor de sódio e de multivapores metálicos etc.

Os equipamentos industriais ou análogos são os utilizados nas áreas de produção das


indústrias e em outras aplicações bem específicas. Podem ser classificados em:

(a) Equipamentos de força motriz: inclui compressores, ventiladores, bombas,


equipamentos de levantamento (como elevadores e guindastes) e em equipamentos de
transporte (como pórticos, pontes rolantes e correias transportadoras);

(b) Máquinas-ferramentas: inclui desde os tornos e fresas até as máquinas operatrizes


mais potentes e sofisticadas;

(c) Fornos elétricos: que são os fomos a arco elétrico, a resistência elétrica e de indução;

(d) Caldeiras elétricas: constando das caldeiras a resistência e a eletrodo;

(e) Equipamentos de solda elétrica: de eletrodo ou ponto a ponto

Os equipamentos não-industriais são utilizados em locais comerciais, institucionais,


residenciaisetc. e até mesmo em indústrias fora das áreas de produção (em escritórios,
depósitos e laboratórios). Podem ser classificados em:

a) Aparelhos eletrodomésticos
(b )Aparelhos eletroprofissionais incluem desde uma simples máquina de escrever até
um sofisticadoequipamento de processamento de dados;

(c) Equipamentos de ventilação, exaustão, aquecimento e ar-condicionado: são todos os


equipamentosimpostos pelos sistemas industriais de ventilação, aquecimento ambiental
e ar condicionado. Observe queos ventiladores e circuladores de ar portáteis, bem como
os aparelhos de ar condicionado (de parede ou de

janela) e os aquecedores de ambiente portáteis, são considerados 'aparelhos


eletrodomésticos';

(d) Equipamentos hidráulicos e sanitários: inclui todos os equipamentos associados aos


sistemashidráulicos e sanitários dos prédios, tais como bombas de recalque,
compressores de ar, bombas de vácuo, bombas de esgoto e ejetores de poços;

(e) Equipamentos de aquecimento de água: inclui aquecedores e caldeiras utilizados


para aquecimento deágua em prédios excluindo-se os chuveiros e torneiras elétricos e os
aquecedores residenciais, classificadoscomo 'aparelhos eletrodomésticos';

(j) Equipamentos de transporte vertical: inclui os elevadores, as escadas rolantes e os


monta

cargas;

(g) Equipamentos de cozinhas e lavanderias: equipamentos utilizados em cozinhas e


lavandeiras industriais, comerciais e institucionais, com exceção de 'eletrodomésticos'
típicos de cozinhas e lavanderiasresidenciais e de pequenas cozinhas comerciais;

(h) Equipamentos especiais: aqueles que não se enquadram nas categorias anteriores,
tais comoequipamentos hospitalares e equipamentos de laboratórios;

(i) Equipamentos de tecnologia da informática: termo empregado pela NBR 5410 para
designar principalmente:

_ Equipamentos de telecomunicação e de transmissão de dados;

_ Equipamentos de processamento de dados;

_ Instalações que utilizam transmissão de sinais com retorno pela terra, interna ou
externamenteligadas a uma edificação;

_ Equipamentos e instalações de centrais privadas de comutação telefônica (PABX);

_ Redes locais (LAN) de computadores;

_ Sistemas de alarme contra incêndios e contra roubo;

_ Sistemas de automação predial;

_ Sistemas CAM (Computer Aided Manufacturing) e outros que utilizam computadores.


2 - Aterramento

Para funcionar adequadamente e com segurança toda instalação elétrica deve possuir
um sistema deaterramento adequadamente dimensionado. Assim caracterizamos o
aterramento como uma ligação intencional de um equipamento ou linha a terra.

São considerados solos bons condutores aqueles com resistividades entre 50 e 100 _m, a
tabela abaixo nosmostra valores típicos de resistividade de alguns tipos de solos.

Tabela 3 -. Resistividades típicas dos tipos de solo

O sistema de aterramento tem por função ;

_ Segurança de atuação da proteção;

_ Proteção das instalações contra descargas atmosféricas;

_ Proteção do individuo contra contatos indiretos;

_ Uniformização do potencial.

Uma das funções mais importantes dos sistemas de aterramento é a proteção contra
contatos indiretos.

Este tipo de acidente é o mais comum que ocorre em instalações residenciais e


industriais, onde ocorre o contato em uma parte metálica que por falta perdeu a sua
isolação e faz com que o corpo do individuo fique eletricamente conectado a uma tensão
de fase e terra.
O limite de corrente alternada suportáveis pelo corpo humano é na ordem de 25 mA,
sendo que entre 15 e 25 mA o individuo já começa a sentir dificuldades de soltar o
objeto. Na faixa de 15 e 80 mA ele é acometido de grandes contrações e asfixia. Acima
de 80 mA o individuo sofre graves lesões musculares e

queimaduras, alem de asfixia imediata. Além deste limite as queimaduras são intensas,
havendo asfixia e necrose dos tecidos. A gravidade das lesões irá depender do tempo de
exposição a corrente elétrica.

2.1- Elementos De Uma Malha De Aterramento

Os principais elementos de uma malha de aterramento são os seguintes:

Eletrodos de terra: Também chamados de eletrodos verticais, podem ser constituídos


dos seguintes elementos:

_ Aço galvanizado: Em geral, após um determinado período de tempo, o eletrodo (haste,

cantoneira ou cano de ferro) sofre corrosão, aumentando, em conseqüência, a resistência


de contato com o solo. Seu uso, portanto, deve ser restrito.

_ Aço cobreado: Dada à cobertura da camada de cobre sobre o vergalhão de aço, o


eletrodo adquire uma elevada resistência à corrosão, mantendo as suas características
originais ao longo do tempo, sendo o tipo de haste mais utilizada conhecida como
cooperweld.

Fig. 18 . Haste de aterramento

Condutor de Aterramento: É o condutor que interliga a malha de aterramento aos pontos


e linhas que devem ser aterradas, geralmente é utilizado cabo de cobre sem
isolamento(Nu). No caso de solos de características ácidas, pode-se utilizar o condutor
de cobre nu de seção não inferior a 16 mm2. Para solos de natureza alcalina, a seção do
condutor de cobre não deve ser inferior a 25 mm2. Em subestações industriais
aconselha-se, até por motivos mecânicos, a utilização do condutor de aterramento com
seção não inferior a 25 mm2.
Fig. 19. Condutor de aterramento

Conexões: São elementos metálicos utilizados para conectar os condutores nas emendas
ou derivações. Existe uma grande variedade de conectores, porém destacam-se os
seguintes;

_ Conectores aparafusados: São peças metálicas utilizadas na emenda de condutores.


Sempreque possível deve-se evitar a sua utilização em condutores de aterramento
devido a sua continuidade não ser perfeita;

Fig. 20 Conector por aparafusamento

_ Conexão exotérmica:É um processo de conexão a quente, no qual se verifica uma


fusão entre o elemento metálico de conexão e o condutor. Existem vários tipos de
conexão utilizando este processo. A conexão exotérmica é executada no interior de um
cadinho; para cada tipo de conexão há um modelo específico de cadinho.
Fig. 21 Cadinho Fig.22. Conexão Exotérmica

_ Condutor de proteção: É aquele utilizado para a ligação das massas (por exemplo:
carcaça dos equipamentos) aos terminais de aterramento parcial e principal. Será ligado
à malha de terra através do

condutor de aterramento.

2.2 - Esquemas de aterramento

Dentro dos esquemas de aterramento, podemos distinguir duas funções primordiais dois
esquemas de aterramento:

- Aterramento de proteção: consiste na ligação à terra das massas e dos elementos


condutores estranhos à instalação. Possui como objetivos:

_ Limitar o potencial entre massas, entre massas e elementos condutores estranhos à


instalação e entre os dois e a terra a um valor seguro sob condições normais e anormais
de funcionamento;

_ Proporcionar às correntes de falta um caminho de retomo para terra de baixa


impedância, de modo que o dispositivo de proteção possa atuar adequadamente.

Aterramento funcional:A ligação à terra de um dos condutores vivos do sistema (em


geral, o neutro) - proporciona:

_ Definição e estabilização da tensão da instalação em relação a terra durante o


funcionamento;

_ Limitação de sobretensões devidas a manobras, descargas atmosféricas e contatos


acidentais com linhas de tensão mais elevada;

_ Retorno da corrente de curto-circuito monofásica ou bifásica à terra ao sistema


elétrico.
De acordo com a NBR 5410, as instalações de baixa tensão estar contidas, quando
considerados aterramentos funcional e de proteção, a três esquemas de aterramento
básicos, classificados em função do aterramento da fonte de alimentação da instalação
(transformador, no caso mais comum, ou gerador) e das

massas, e designados por uma simbologia que utiliza duas letras fundamentais:

_ 1a letra: indica a situação da alimentação em relação a terra:

· T: um ponto diretamente aterrado;

· I: nenhum ponto aterrado ou aterramento através de impedância razoável.

_ 2a letra: indica as características do aterramento das massas:

· T: massas diretamente aterradas independentemente do eventual aterramento da


alimentação;

· N: massas sem um aterramento próprio no local, mas que utilizam o aterramento da


fonte de alimentação por meio de um condutor separado (PE) ou condutor neutro
(PEN);

· I: massas isoladas, ou seja, não aterradas.

_ Outras letras: especificam a forma do aterramento da massa, utilizando o aterramento


da fonte de alimentação:

· S: separado, isto é, o aterramento da massa é feito por um condutor (PE) diferente do

condutor neutro;

· C: comum, isto é, o aterramento da massa do equipamento elétrico é feito com o


próprio condutor neutro (PEN).

dos Condutores Utilizados na Instalação

A norma NBR 5410 – Instalações elétricas de Baixa Tensão- Procedimentos fornece as

medidas necessárias para que a ênfase com relação à segurança e proteção tenha sempre
como objetivo evitar sobrecargas, curto circuitos, entre outros problemas decorrentes a
erros inerentes de cabeamento e projeto.

Em se tratando de dimensionamento de condutores e de sua proteção contra correntes de

sobrecarga e curto circuito em instalações elétricas de baixa tensão devemos considerar


o problema térmico como o fator preponderante. Assim o condutor deve limitar a
corrente, tanto a de regime permanente quanto a transitória, de tal modo que os
condutores não atinjam por efeito Joule, temperaturas que possam afetar a sua
integridade física, comprometendo a sua isolação.Sendo os danos que a isolação pode
sofrer não dependem exclusivamente da temperatura, mas principalmente de quanto
tempo o condutor for exposto a esta temperatura.

Condutor Elétrico

É assim chamado todo material que possui a propriedade de conduzir ou transportar a

energia elétrica, ou ainda, transmitir sinais elétricos.

- Material

Os materiais utilizados na fabricação de condutores de corrente elétrica são


classificados em dois

grandes

grupos:

a) Materiais de elevada resistividade

b) Materiais de elevada condutividade

Os materiais de elevada resistividade destinam-se às seguintes aplicações:

Transformação de energia elétrica em térmica

Exemplos:

_ Fornos elétricos;

_ Chuveiros elétricos;

_ Aquecedores;

_ Ferros elétricos;

_ Soldadores elétricos, etc.

Transformação de energia elétrica em energia luminosa

Exemplos:

· Filamentos para iluminação em geral (tungstênio)

Criar nos circuitos certas condições destinadas a provocar quedas de tensão

Exemplos:

· resistores, reostatos.
Quanto aos materiais de elevada condutividade destinam-se a todas as aplicações em
que a corrente elétrica

deve circular com as menores perdas possíveis, como por exemplo:

_ Ligações de aparelhos, equipamentos e dispositivos;

_ Transformação da energia elétrica em outra forma de energia.Exemplo: bobinas


eletromagnéticas.

Dentre os materiais condutores e elevada condutividade e que possuem maior


diversidade de utilização na

eletrotécnica e eletrônica são os seguintes: cobre chumbo, bronze, alumínio, platina,


latão, prata e

mercúrio.

- Isolação

Trata-se de um conjunto de materiais isolantes aplicados sobre o condutor, cuja


finalidade é isolá-lo eletricamente do ambiente que o circunda, como por exemplo, de
outros condutores e a terra e contra contatos acidentais. Serve também para proteger o
condutor contra ações mecânicas, como no caso da enfiação nos eletrodutos. Não se
deve confundir isolação com isolamento.

Isolação define o aspecto qualitativo, como por exemplo: lsolação de PVC, Polivinil
Antiflam, Polietileno, etc.

Os materiais utilizados como isolação devem possuir também, além de alta


resistividade, alta rigidez dielétrica, principalmente para tensões superiores a 1 kV.

DIMENSIONAMENTO DE TOMADAS DE USO GERAL(TUG´S)

As tomadas de uso geral(TUG´s) são definidas como pontos de tomadas destinados a


aparelhos portáteis, e/ou de baixa potência que podem ser retirados ou alterados de seu
lugar, assim uma tomada de uso geral não é projetada para atender um único
equipamento. Como exemplo de tomadas de uso geral temos: aparelho de

som, ventiladores, liquidificadores, etc.

As tomadas de uso geral saem diretamente de um disjuntor do quadro de distribuição,


podendo ser ligadas duas ou mais tomadas em um mesmo circuito como mostra a
figura:
Divisão dos Circuitos da Instalação Elétrica

- Devem ser previstos circuitos distintos para iluminação e tomadas;

- Devem ser previstos circuitos distintos para tomadas de uso geral da cozinha, copa-
cozinha e área de

serviço;

- Cada tomada de Uso especifico deve ter um circuito exclusivo;

- Devem ser previstos circuitos independentes para tomadas com consumo de mais de
10 A;

- A instalação deve ser balanceada entre as fases da instalação de acordo com o


fornecimento(monofásico,

bifásico e trifásico).

DIVISÃO DAS INSTALAÇÕES

Toda a instalação deve ser dividida em vários circuitos, de modo a:

- limitar as conseqüências de uma falta, a qual provocará apenas o seccionamento do


circuito defeituoso;

- facilitar as verificações, os ensaios e a manutenção;

- evitar os perigos que possam resultar da falha de um único circuito, como, por
exemplo, no caso da iluminação.
Chama-se circuito ao conjunto de pontos de consumo, alimentados pelos mesmos
condutores e ligados ao mesmo dispositivo de proteção (chave ou disjuntor).

Nos sistemas polifásicos, os circuitos devem ser distribuídos de modo a assegurar o


melhor equilíbrio de cargas entre as fases.

Em instalações de alto padrão técnico, deve haver circuitos normais e circuitos de


segurança. Os circuitos normais estão ligados apenas a uma fonte, em geral, a
concessionária local em caso de falha da rede, haverá interrupção no abastecimento.
Estes circuitos são muitas vezes chamados de "não essenciais".

Os circuitos de segurança são aqueles que garantirão o abastecimento, mesmo quando


houver falha da concessionária. Como exemplo de circuitos de segurança, podem-se
citar os circuitos de alarme, de proteção contra incêndio etc., abastecidos
simultaneamente pela concessionária ou por fonte própria (baterias, geradores de
emergência etc.). Os circuitos de segurança são muitas vezes chamados de "essenciais”.

Os circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos de tomadas. Em unidades


residenciais, hotéis, motéis ou similares são permitidos pontos de iluminação e tomadas
em um mesmo circuito, exceto nas cozinhas, copas e áreas de serviço, que devem
constituir um ou mais circuitos independentes.

Devem ser observadas as seguintes restrições em unidades residenciais, hotéis, motéis


ou similares:

Circuitos independentes devem ser previstos para os aparelhos de potência igual ou


superior a 1 500 VA (como aquecedores de água, fogões e fornos elétricos, máquinas de
lavar, aparelhos de aquecimento etc.) ou para aparelhos de ar condicionado, sendo
permitida a alimentação de mais de um aparelho do mesmo tipo através de um só
circuito;

As proteções dos circuitos de aquecimento ou condicionamento de ar de uma residência


podem ser agrupadas no quadro de distribuição da instalação elétrica geral ou num
quadro separado;

Quando um mesmo alimentador abastece vários aparelhos individuais de ar


condicionado deve haver uma proteção para o alimentador geral e uma proteção junto a
cada aparelho, caso este não possua proteção interna própria.

Cada circuito deverá ter seu próprio condutor neutro. Em lojas, residências e
escritórios, os circuitos de distribuição devem obedecer às seguintes prescrições
mínimas:
- residências: um circuito para cada 60 m² ou fração;

lojas e escritórios: um circuito para cada 50 m² ou fração.

CONDUTORES UTILIZADOS

Os condutores utilizados nas instalações residenciais, comerciais ou industriais de baixa


tensão, poderão ser de cobre ou de alumínio, com isolamento de PVC (cloreto de
polivinil) ou de outros materiais previstos por normas, como EPR ou XLPE.

Antes de decidir como abastecer os pontos de utilização de energia devemos escolher a


maneira de instalar os condutores elétricos.

Uma vez escolhida a maneira de instalar e conhecida à potência dos pontos de


utilização, devemos verificar o dimensionamento dos condutores pela queda de tensão
admissível ou pelo critério da capacidade de corrente ( Ampacidade )

DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES PELA QUEDA DE TENSÃO


ADMISSIVEL

Os aparelhos de utilização de energia elétrica são projetados para trabalharem a


determinadas tensões , com uma tolerância pequena . Estas quedas são em função da
distância entre a carga e o medidor e a potência da carga.

Pela norma NBR – 5410 são admitidas as seguintes quedas de tensão :

Para instalações alimentadas por um ramal de baixa tensão , a partir da rede de


distribuição pública de baixa tensão : 4 %

Instalações alimentadas diretamente por uma subestação de transformação a partir de


uma instalação de alta-tensão ou que possuam fonte própria : 7 %

Obs. Em qualquer dos casos , a queda de tensão parcial nos circuitos


terminais para iluminação deve ser igual ou inferior a 2 %
Dimensionamento de Condutores Pelo Critério da Capacidade de

potência:

P
K x V x fator de potência
I=

I - corrente em ampères na linha (exceto neutro)


P - potência em watts

V - tensão em volts entre fase e neutro e, se não há neutro, entre fases

K=1 - para circuitos de corrente contínua ou monofásicos a 2 fios

K = 1,73 - para circuitos trifásicos a 3 fios

K=2 - para 2 fases + neutro de um circuito trifásicos

K=3 - para circuitos trifásicos a 4 fios.

K=1 K=2 K=3 K=1,73

A norma NBR-5410 prevê a seção mínima dos condutores conforme o tipo de


instalação (ver Tab. 01), a seção do condutor neutro (ver Tab. 02).e a seção mínima do
condutor de proteção (ver Tab. 03).
SEÇÕES MÍNIMAS DOS CONDUTORES

Ref: Tabela 40 da NBR- 5410

Seção mínima do
Tipo de instalação Utilização do circuito
condutor material (mm²)

Circuitos de
1,5
iluminação

Cabos Circuitos de força 2,5


isolados
Circuitos de
Instalações
sinalização e circuitos 0,5
fixas em
de controle
geral
Circuitos de força 10
Condutores Circuitos de
nus sinalizaçãoe circuitos 4
de controle

Para um equipamento Como especificado na


específico norma do equipamento

Para qualquer outra


Ligações flexíveis feiras 0,75
aplicação
com cabos isolados
Circuitos a extrabaixa
tensão para 0,75
aplicações especiais
Tab. 01

Seção do condutor neutro

Ref: Tabela 41 da NBR- 5410

Seção dos condutores fase Seção mínima do condutor neutro

em mm² em mm²

S 25 S

35 25

50 25

70 35

95 50

120 70

150 70

185 95

240 120

300 150

400 185

Tab. 02

Seção mínima do condutor de proteção

Ref: Tabela 49 da NBR- 5410

Seção mínima do condutor de


Seção dos condutores fase da proteção correspondente SPE
instalação em mm²
em mm²

S 16 S
16 S 35 16

S 35 S/2

Tab. 03

Depois de escolhido o condutor pelos critérios anteriores, devemos fazer uma


verificação se ele. satisfaz quanto a queda de tensão admissivel conforme Tab. 4.18.

O condutor a ser escolhido é o de maior seção.

Os condutores de baixa tensão, são normalmente comercializados em rolos de 100 m


em diversas cores que na instalação devem ser as seguintes:

condutor fase: preto, branco, vermelho ou cinza;

condutor neutro: azul claro ;

Condutor de proteção: verde ou verde-amarelo;

Condutor retorno: amarelo.

Quantidade de Condutores

Seção 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
nominal Tamanho Nominal dos eletrodutos nominal dos eletrodutos,
em milímetros, conforme NBR-6150
( mm² ) 16 16 16 16
1,5 16 20 20 20 20 20
2,5 16 16 20 20 20 20 25 25 25 25
4 16 20 20 25 25 25 25 25 32 32
6 20 20 25 25 25 32 32 32 32 32
10 20 25 25 32 32 32 40 40 40 40
16 25 32 32 32 40 40 40 40 50 50
25 32 32 40 40 40 50 50 60 60 60
35 32 40 40 50 50 60 60 60 60 75
50 40 40 50 60 60 60 75 75 75 75
70 40 50 60 60 75 75 75 75 85 85
95 60 60 75 75 75 85 85 85
120 60 75 75 85 85
150 75 75 85 85
185 75 85 85
240 85

Tamanho nominal dos eletrodutos rígidos de PVC-equivalência

(mm) 16 20 25 32 40 50 60 75 85
(polegadas) 3/8 1/2 3/4 1 1 1/4 1 1/2 2 2 1/2 3

Instalações Hidráulicas Prediais - instalações de água potável.

As águas são tratadas nas chamadas ETAS (estações de tratamento de água) e as etapas
de tratamento são basicamente quatro: coagulação, decantação, filtração e desinfecção.

A tubulação que sai do reservatório elevado (geralmente localizado nas cotas mais
altas), é denominada rede de distribuição, é ela que conduz a água ate as casas passando
por todas as ruas e avenidas da cidade. Em frente a cada edificação é feita uma ligação à
rede de distribuição, são os chamados ramais prediais. Este ramal predial é ligado a um
medidor de vazão onde finalmente se dá início as instalações prediais de água.

Assim as instalações prediais de água fria são o conjunto de tubulações conexões, peças,
aparelhos sanitários e acessórios existentes a partir do ramal predial, que permitem levar
a água da rede pública até os pontos de consumo ou utilização dentro da habitação.

Tipos de sistemas e partes componentes:

Para o abastecimento podem sem empregados quatro tipos de sistemas:


DIRETO: todos os aparelhos e torneiras são alimentados diretamente da rede pública:

INDIRETO: todos os aparelhos e torneiras são alimentados pelo reservatório superior


da edificação, o qual é alimentado diretamente pela rede pública (caso haja pressão
suficiente na rede) ou através de recalque, a partir de um reservatório inferior;

MISTO: parte dos aparelhos e torneiras são alimentados diretamente pela rede pública e
parte pelo reservatório superior:

D- HIDROPNEUMÁTICO: todos os pontos de consumo são alimentados por um


conjunto hidropneumático, cuja finalidade é assegurar a pressão desejável no sistema,
sem necessidade de reservatório superior.

Os três primeiros sistemas são normalmente os mais utilizados. Em residências o


sistema misto é melhor, pois se evita a utilização de água do reservatório superior,
quando não há necessidade, especialmente nas torneiras de jardins e cozinhas, para
utilização do sistema direto há necessidade de que na rede pública exista água
continuamente e com pressão adequada. O sistema indireto é o ideal para edifícios altos.
O sistema hidropneumático é pouco utilizado devido ao seu alto custo de implantação e
inconvenientes de todo sistema mecânico.

MATERIAIS EMPREGADOS

Geralmente são empregados tubos de aço galvanizado (f°g°) com ou sem costura, de
cobre, de ferro fundido (f°f°) ou PVC rígido com juntas rosqueadas ou soldadas (mais
usados atualmente).

Para instalações não sujeitas a golpe de ariete, os tubos de PVC com juntas soldadas são
os preferidos devido sua facilidade de manuseio e também porque o seu diâmetro se
mantêm praticamente inalterado ao longo do tempo.

Nas tubulações de recalque, sujeitas à maiores pressões é preferível usar tubo de f°g°
com juntas de roscas ou flangeadas, pois subpressões causadas pelo golpe de ariete
provocam danos nos tubos de PVC.

GOLPE DE ARIETE

Quando a água ao descer com velocidade elevada pela tubulação, é bruscamente


interrompida, os equipamentos da instalação ficam sujeitos a golpes de grande
intensidade (elevação de pressão).
Logo, denominados de golpe de ariete à variação da pressão acima e abaixo do valor de
funcionamento normal dos condutos forçados, em consequência das mudanças de
velocidade da água, decorrentes de manobras dos registros de regulagem de vazões. O
fenômeno vem normalmente acompanhado de som que faz lembrar marteladas, fato que
justifica o seu nome. Além do ruído desagradável, o golpe de ariete pode romper
tubulações e danificar aparelhos.

Por essas razões o engenheiro deve estudar quantitativamente o golpe de ariete e os


meios disponíveis para evita-lo ou suavizar os seus efeitos.

Nas instalações prediais, alguns tipos de válvulas de descarga e registro de fechamento


rápido provocam o efeito de golpe de ariete, porém, no Brasil já existem algumas
marcas de válvula de descarga que possuem dispositivos anti-golpe de ariete, os quais
fazem com que o fechamento da válvula de torne mais suave, amenizando quase que
totalmente os efeitos desse fenômeno.

DADOS BÁSICOS DE PROJETOS:

Todo projeto deve ser desenvolvido obedecendo às normas brasileiras (NB92/80) da


(ABNT) e às normas da concessionária local:

DIÂMENTRO MÍNIMO: ½” OU 15 M

(SABESP:3/4” OU 20mm, é conveniente adota-lo)

PRESSÃO ESTÂNCIA MÁXIMA: 40 mca

PRESSÃO DINÂMICA MÍNIMA: 0,5 mca

CÁLCULO DAS PEDRAS DE CARGA: pelas fórmulas de flamant ou fair-whipple-


hsião para água fria pelos respectivos ábacos;

VELOCIDADE DE MÁXIMO: V< 2,5m (D em m, V em m/s)

PERDA DE CARGA NO BARRILETE: 8%=Jmax < 0,08 m/m

ESTIMATIVAS DAS VAZÕES

Nas instalações de água fria devem ser considerados os seguintes consumos:


A- CONSUMO MÉDIO DIÁRIO: valor médio previsto para utilização num edifício em
24 horas. É utilizado no ramal predial, hidrômetro, ramal de alimentação, instalação de
recalque e reservatórios.

CÁLCULO DA ESTIMATIVA: CD=Px CDu

Onde: CD = consumo médio diário, L/dia

P = população, hab

Cdu = consumo médio diário unitário, L/hab/dia

CRITÉRIOS PARA CÁLCULO DA POPULAÇÃO:

5 pessoas/unidade

2 pessoas/dormitórios + 1 pessoa/dormitório Empregada

Código de obras de São Paulo: lotação de edificações

Escritórios 1 pessoa/ 9m2

Lojas: 1 pessoa/3m2

Depósitos:1 pessoa/10m2

Oficinas 1 pessoa/9m2

Hotéis: 1 pessoal/15m2

Hospitais e consultórios:1 pessoal/15m2

Escolas: 1 pessoa/15m2

B-VAZÃO MÁXIMA POSSÍVEL: vazão instantânea decorrentes do uso simultâneo de


todos os aparelhos. É determinada com base nas vazões mínimas de cada aparelhos. É
utilizado, por exemplo, no dimensionamento de uma bateria de chuveiros de um quartel
ou um conjunto de lavatórios de uma escola, etc.
C-VAZÃO MÁXIMA PROVÁVEL: vazão instantânea esperada com o uso normal dos
aparelhos, ou seja, levando-se em conta o uso não simultâneo dos aparelhos. É utilizado
para dimensionar as canalizações principais, tais como, colar ou barrilete, colunas e
ramais de distribuição, etc.

São três os métodos para determinação das vazões máximas prováveis:

I. Aplicação de dados práticos de consumo simultâneo

É a aplicação de coeficientes de redução às somas das vazões dos usos prováveis e


simultâneos correspondentes.

Ex. Calcule a vazão de um ramal de distribuição que alimenta:

1 bacia sanitária com válvula de descarga...............................1,9 L/s

1 bidê........................................................................................0,1 L/s

1 chuveiro.................................................................................0,2 L/s

1 torneira de lavagem...............................................................0,2 L/s

2,4 L/s

Para 4 aparelhos pelo gráfico de HAROLD P. HALL, tem-se que a porcentagem de uso
simultâneo é 53%. Assim , a vazão de dimensionamento seria:

Q = 0,53x2,4 = 1,27 L/s

Mas como tem-se que só a vazão da bacia sanitária com válvula de descarga já é maior
que 1,27 L/s, estão adota-se:

Q= 1,9 L/s

II. Aplicação da teoria das probabilidades atribuindo pesos (MÉTODO DE HUNTER).

A demanda é estimada atribuindo-se “PESOS” para cada aparelho sanitário e


relacionando-se a soma total de todos os aparelhos às vazões máxima prováveis.

Ex.: Para o exemplo anterior tem-se:

1 bacia sanitária com válvula de descarga ........................................6

1 bidê.................................................................................................1
1 chuveiro..........................................................................................2

1 torneira de lavagem........................................................................1

10

Pela tabelas de pesos e vazões tem-se que: Q = 1,9L/s

III. Aplicação do método da NORMA BRASILEIRA

Consiste em atribuir “PESOS” (diferente dos Métodos de Hunter) aos diversos apare-
lhos e relaciona-los com as vazões através da expressão:

Q = C. P

Em que: Q = vazão, L/s

C = coeficiente de descarga (0,3)

P = soma dos pesos de todos os aparelhos

Ex.: Para o exemplo anterior tem-se:

1 bacia sanitária com válvula de descarga.................................40

1 bidê.........................................................................................0,1

1 chuveiro..................................................................................0,2

1 torneira de lavagem................................................................0,5

41,1

Pelo ábaco tem-se: Q = 1,9 L/s

7. RAMAL PREDIAL

Ramal predial é a ligação do domicílio à rede de distribuição, o qual é ligado a um


medidor de vazão onde finalmente se dá início as instalações prediais de água, como
ilustrado na Figura 1
HIDRÔMETRO

REGISTRO TORNEIRA DE
JARDIM

JOELHO DE 90
COM ROSCA

ADAPTADOR PARA PEAD


KIT CAVALETE
TUBO PVC 12,5mm

REDE DE TUBO PEAD 12,5m JOELHO DE 90


DISTRIBUIÇÃO COM ROSCA
COLAR DE TOMADA
DE PVC RÍGIDO
COM TRAVAS

Fugura 1. Esquema da ligação predial.

O dimensionamento do ramal predial é feito do consumo médio diário do imóvel e da


pressão disponível na rede. Normalmente eles são dimensionados pelas companhias
concessionárias, mas podem ser facilmente dimensionados a partir de:

Pressão mínima disponível na rede

Cota do ponto de alimentação do reservatório inferior, em relação a rede pública,

Consumo médio estimado para o prédio.

Segundo a NB – 92/80 a velocidade média da água por alimentador predial deve estar
entre os limites de 0,6 m/s e 1,0 m/s. Assim, fixando-se a velocidade e de posse do CD,
pode-se calcular o diâmetro do ramal predial, aplicando-se a equação da continuidade:

Q=SxV

Em que: Q = vazão do ramal predial

V = velocidade média do ramal predial (entre 0,6 m/s e 1,0 m/s)

S = área transversal do ramal

Assim: Q = CD (L/dia) / 86400 (s/dia)

S= x D2 / 4, onde D é o diâmetro do ramal predial, m

8. Reservatórios
Para suprir as deficiências do abastecimento, deve-se armazenar um volume depara pelo
menos 1 dia de consumo, normalmente se reserva de 2 a 3 vezes o consumo diário, além
disso é costume reservar água para combate a incêndio.

Esta reserva é normalmente distribuída entre o reservatório superior e inferior.

O reservatório inferior deve armazenar 3/5 do consumo

O resrvatório superior deve armazenar 2/5 do consumo.

A reserva de incêndio é estimada em 15% a 20% do consumo diário.

Quando o volume dos reservatórios ultrapassam 5.000 l, devem-se se previstos 2


compartimentos e cada compartimento deve conter as seguintes tubulações:

Alimentação;

Saída para o barrilete de água para consumo;

Saída para o barrilete de água de incêndio;

Extravasor;

Limpeza.

Obs.: para cada compartimento dos reservatórios (superior e inferior) são necessários
instalar automáticos de bóia, comandados eletricamente, por chave de reversão. O
sistema deverá ligar-se automaticamente quando houver água no reservatório inferior e
o superior atingir o nível inferior de água e deverá desligar-se quando atingir o nível
superior desejado ou o nível de água no reservatório inferior atingir um ponto muito
baixo (10 cm antes da válvula de pé).

9. Instalações de recalque

Em prédios de ocupação coletiva é conveniente que sejam instalados pelo menos 2


conjuntos elevatórios de modo que um deles sempre fique de reserva. As normas exigim
que a capacidade horária mínima das bombas seja de 15% do consumo diário. Assim
para recalcar o volume diário de água seriam necessários:

1 h - 15%

x - 100% x = 6,66 h
O cálculo do diâmetro de recalque é feito considerando a equação de bresse para
pequenos diâmetros:

D=cx Q

Em que: q = vazão, m3 / s

c = coeficiente prático de bresse

C tem sido objeto de estudo e no brasil varia de 0,75 a 1,4. Na realidade escolher o valor
de c equivale a fixar a velocidade e cabe ao projetista escolher o valor de c mais
conveniente.

______________________________________________________________________
_______
c v (m/s)

0,75 2,26

0,80 1,99

0,85 1,76

0,90 1,57

1,00 1,27

1,10 1,05

1,20 0,88

1,30 0,75

1,40 0,65

Substituindo a equação da continuidade (v = q / a) na fórmula de bresse tem-se:

V = 4 . Q/( x d2)

v = (4.d2/c2)/( .d2) = 4 / . C2

Nas instalações que funcionam apenas algumas horas por dia e utilizam maiores
velocidades, a norma nb 92/80 aconselha utilizar a sequinte equação:
D =1,3 x Q x 4
X

Em que: x = n/25

n = nu’mero de horas de funcionamento da bomba por dia

A potência do conjunto elevatório é calculada pela expressão:

.Q.H m
p = 75 .

Em que: p = potência da bomba em cavalos-vapor (cv)

Hm = altura manométrica total, m

= peso específico da água = 1000 kgf/m3

= b. m

b = rendimento da bomba

m = rendimento do motor

10. Barrilete

Chama-se de barrilete o cano que interliga as duas metades da caixa d’água e de onde
partem as colunas de água. Podem ser do tipo ramificado ou do tipo concentrado.

Barrilete ramificado
Barrilete concentrado

O dimensionamento do barrilete pode ser feito por dois métodos:

Método de hunter: fixa-se a perda de carga em 8% e calcula-se a vazão como se cada


metade da caixa atendesse à metade das colunas. Conhecendo-se j e q, calcula-se pelo
ábaco de fair-whiple-hsião o diâmetro.

Método das seções equivalentes: considera-se o diâmetro encontrado para as colunas, de


modo que metade das colunas seja atendida pela metade da caixa.

11. Colunas

São tubulações verticais que partem do barrrilete delas saem os ramais de distribuição.
Deve-se evitar colocar em uma mesma coluna válvulas de descarga com aquecedores e
outras peça. As colunas são dimensionadas trecho a trecho e para isso é necessário
dispor de um esquema vertical da instalação, com as peças que serão atendidas em cada
coluna
.

Marchas de cálculo

Numerar as colunas;

Marcar com letras os trechos em que haverá derivações para os ramais;


Somar os pesos de todas as peças de utilização (tabela1);

Determinar a vazão, em l/s (figuras 1 ou 2)

Arbitrar um diâmetro d (mm);

Obter outros parâmetros hidráulicos:

Perdas de carga, j(m/m)

Velocidade, v(m/s) (caso v 2,5 l/s escolher d maior)

Medir em planta o comprimento real, l, as tubulação;

Calcular o comprimento equivalente, le, que é resultante das perdas de carga localizadas
nas conexões, registros, válvulas, etc.

Calcular o comprimento total: lt – l + le;

Calcular a pressão disponível no ponto. A pressão disponível é a diferença de nível


entre mínimo de água no reservatório e este ponto, medindo em metros de coluna de
água (mca);

Calcular a perda de carga unitária, medida em mca;

Calcular a perda de carga total, em mca, obtida pela equação:

12. Ramais de distribuição

São as tubulações que partem das colunas e alimentam as ligações dos aparelhos.
Podem ser dimensionados pelo consumo máximo possível ou pelo consumo máximo
provável. Pelo consumo máximo possível usa-se o método das seções equivalentes, em
que todos os diâmetros são obtidos em função da vazão obtida com ½”.

13. Sub ramais.

São as tubulações que fazem as ligações dos aparelho. São dimensionados pelas
conforme tabela 7 da nb 92/80.

14. Válvula redutora de pressão

Se a pressão estática ultrapassar 40 mca (edifícios com mais de 12 andares) é ne-


cessário reduzir as pressões. Isto pode ser feito de duas maneiras:
A) colocando um reservatório intermediário. Porém geralmente a disposição
arquitetônica do prédio não permite;

B) instalando uma válvula redutora de pressão, que pode ser colocada em um pavimento
in-termediário ou no terreo.

Instalações especiais.

Ar condicionado

Local de fixação do evaporador (Unidade Interna)

O ideal para instalação de ar condicionado é um local onde ele fique voltado para a face
maior do ambiente de preferência no centro, fazendo com que o ar circule na melhor
maneira possível.

(ex: em um ambiente de 3m X 4 m procure colocar o evaporador no centro da parede de


3m)

Em um ambiente entre 2.70 e 3.0 m de pé direito, é bom deixar o evaporador por volta
de 15 cm do teto, nunca com menos de 5 cm, pois prejudica o rendimento e fica horrível
para fixação.

Outra dica para instalação de ar condicionado é manter o evaporador longe de fontes de


calor, como lâmpada, etc., e não instalá-los sob equipamentos eletroeletrônicos, pois
sempre existe o risco de pingar água e danificar o equipamento.

Sistema de drenagem:

O dreno normalmente fica localizado na parte inferior do evaporador em uma das


laterais, o ideal e efetuar a conexão do dreno pelo lado direito, deixando assim o lado
esquerdo para conexão das tubulações.
A Água do dreno desce por gravidade, com exceção do modelo cassete que tem que ser
instalado com bomba de drenagem.

Jamais deve se conectar o dreno em rede de esgotos, procure água pluvial, o dreno
consegue trazer pra dentro do ambiente todo o cheiro do local aonde ele foi conectado,
em ultimo caso coloque um sifão.

Conexões das tubulações

Este é um ponto que é de extrema importância, pois um flange mal feito pode ocasionar
a perda de gás, e trazer grandes transtornos para reposição deste gás e o equipamento
quando roda sem gás, pode até queimar o compressor. Na instalação do ar condicionado
deve-se utilizar apenas graxa na flange, pois metal adere com metal através de graxa,
nunca utilizar veda rosca ou super bonder.

Testes de vazamentos

Quando a tubulação de cobre não leva solda é dispensável a utilização de nitrogênio


para saber se há vazamentos, porem se tiver solda e esta for ficar embutida ou sobre o
forro, o instalador deve pressurizar o sistema com nitrogênio e retornar no dia seguinte
para medir a pressão.

Colocação do condensador (unidade externa)

A mesma foi projetada para trabalhar ao ar livre, quanto mais ar ela tiver melhor, o
suporte do mesmo deve estar bem fixado, às vezes é necessário furar a parede de lado a
lado e fixar por dentro do ambiente, principalmente se este representar um perigo se
cair.

GÁS

Essas instalações se destinam a distribuir o gás no interior dos prédios, para fins de
aquecimento e para consumo em fogões, aquecedores de água e equipamentos
industriais.

Atualmente é distribuído sob as seguintes formas:


Gás de rua ou gás encanado: é extremamente cômoda para os usuários, que têm
apresentado um sistema muito regular, sem a preocupação de evitar que por imprevisão
venha a faltar o combustível.
Gás liquefeitopetróleo de - GLP, gás engarrafado: é uma mistura dos gases propano e
butano de alto poder calorífico, que é fornacida em botijões, garrafões e cilindros e em
certos casos em tanques especiais.
É obrigatória a previsão do local do medidor individual, mesmo que não haja no local
gás canalizado e a instalação vá utilizar inicialmente GLP.
As caixas de proteção ou cabines dos medidores individuais poderão se rcolocadas no
pavimento térreo em áreas de servidão comum dos andares no interior das respectivas
economias.
Somente em casos exepcionais será permitida a localização de medidores em subsolo e
rampas de garagem, desde que sejam assegurados o acesso, a iluminação e a ventilação
Quando o edifício estiver habitado, poderá sr emitida uma conta única para o consumo
de todo o prédio, ficando o rateio do consumo total por conta do consomínio ou dos
proprietários.
Deverá sempre haver registros especiais colocados em área de servidão comum que
permitam fazer o corte de gás de cad economia individualmente.
Os medidores serão abrigados em caixa de proteção ou cabines suficientemente
ventilados, em local devidamente iluminado.

Utilização e adequações dos aparelhor aos ambientes


Na instalação de aquecedores, toda a água deverá utilizar chaminé destinada a conduzir
os produtos de combustão para o arlivre ou para o prisma de ventilação. Os aquecedores
de água não poderão ser instalados no interior de boxes ou acima de banheira com
chuveiro. Só serão permitidos aquecedores que tenham válvulas termostáticas de
segurança do queimador principal.

Todo ambiente que contiver aparelhos domésticos a gás deverá ter uma área total
mínima permanente de ventilação de 800 cm², constituída por duas aberturas; uma
superior, comunicando-se diretamente com o ar livre ou prisma de ventilação acima de
1,5 m de altura, de forma a permitir a circulação do ar ambiente, devendo a abertura
inferior variar de 200 a 400 cm². Nos banheiros srá permitida a abertura superior em
comunicação direta com o exterior, através de rebaixos, desde que haja seção livre
mínima de 1.600 cm² até o comprimento máximo de de 4 m.

Dependências com menos de 6 m³ não podem ter aparelhos em seu interior. Os


banheiros com ventilação mecânica devem ter na parte inferior da port uma área de
ventilação permanente igual a 600 cm². Os aquecedores não devem ser instalados
imediatamente abaixo e sob a mesma vertical que passa pelos basculantes, janelas oupor
quaisquer aberturas de ventilação do ambiente. No caso de ventilação mecânica, devem
ficar pelo menos a 1 m ao lado da abertura de insuflamento de ar.

Elaboração do projeto de instalações de gás


No projeto, deve ser considerada a simbologia. Talvez valesse a pena trocar algumas
considerações escritas por exemplos práticos de desenhos de projetos.

Sobre o GLP
A utilização cada vez em maior escala do GLP se deve às vantagens que ele apresenta
em relação à maioria dos combustíveis.
- elevado rendimento;
- elevado poder calorífico;
- ausência de toxidez;
- facilidade e rapidez de operação;
- ausência de subprodutos de queima, sólidos ou corrosivos.
No início era empregado apenas em residências isoladas. Hoje é empregado em
edifícios de apartamentos e escritórios, seja em forma de instalações individuais ou em
forma de instalação central.

Formas de instalações do GLP

Em residência de porte pequeno e médio: podem ser usados um botijão de 13 kgf além
de outro como reserva alimentando o fogão e o aquecedor da cozinha, e um outro
botijão com um de reserva para o aquecedor do banheiro, colocados externamente à
casa. Não há rede interna de distribuição de gás. As ligações em tubo de cobre recozido
vão da válvula do botijão até o aparelho a que servem.

Em residência de grande porte: Faz-se uma distribuição alimentando a cozinha,


banheiros, área de serviço e até mesmo aparelhos de calefação.
Se o consumo for grande, podem ser utilizados cilindros em vez de botijões.

Em prédios de apartamentos:
* Instalação individual - cada apartamento tem o seu botijão de gás, com 13 kgf em
áreas abetas de fácil acesso ou locais com abertura mínima de 0,50 x 0,12 m permitindo
a saída de gases para o exterior. Existe o inconveniente de vaivém de botijões pela área
de serviço do edifício.
* Instalação coletiva - armazena-se o GLP em uma bateria de cilindros ou em tanques
com capacidade equivalente, devendo haver sempre uma de reserva. Os cilindros ou
tanques de serviço do prédio são colocados em área externa, podendo-se enterrar o
tanque que será enchido pelo carro-tanque do fornecedor de gás liquefeito.

O local escolhido para a instalação dos cilindros, deve possibilitar a dois homens
carregarem os cilindros do caminhão à cabine, por caminho de acesso desimpedido e
fácil.

Exigências nas instalações de GLP:

- Os cilindros ou botijões devem estar afastados , no mínimo, 1,5 m de tomadas,


interruptores, chaves elétricas, ou qualquer aparelho sujeito a centelha ou chama.
- As cabines para instalação externa de cilindros devem ser de material não-combustível
e afastadas no mínimo 1 mde portas, janelas ou outras aberutras do prédio.
- Ficar em nível mais alto que a do terreno.
- Em torno da cabine de botijões ou cilindros, deve ser mantida uma área de segurança
com pelo menos 1,20 m de largura de modo que nesse espaço não haja qualquer
instalação em nível mais baixo, que armazene o gás que escape (sendo o gás duas vezes
mais denso que o ar, tenderia a se acumular em nível mais baixo). Então, nessa área não
seria permitido haver fossas sépticas, caixas de inspeção, ralos, canaletas, caixas de
gordura, etc.

Aquecedor de energia solar


A utilização de energia solar no aquecimento de água vem sendo realizada a várias
décadas e em muitos paises. O elevado custo das formas de energia convencionais
despertam especial interesse no aproveitamento dessa forma de energia, cujo
investimento inicial em equipamentos é compensado pelo fornecimento energético sem
problemas gratuito.

A energia solar aproveitável é em função do tempo de insolação, em média de 6,5 a 7


horas diárias na região Centro-Sul do Brasil, alcançando valores mais elevados na
região Nordeste. Pode-se dizer, pois, que o aquecimento solar útil se realiza durante
cerca de 2372 a 2555 horas, anualmente, tem-se, portanto, necessidade de aproveitar
bem essas horas de insolação captando a energia solar, transferindo o calor para a água e
armazenando-a para sua utilização a qualquer hora.

Para a situação decorrente de vários dias sem insolação ou com insolação insuficiente,
recorre-se a reservatórios bastante grandes, com isolamento térmico de boa qualidade.
Pode haver necessidade de um aquecedor auxiliar que utilize energia convencional, para
suprir situações de falta de insolação por períodos excepcionalmente grandes. O
equacionamento do problema deveria ser a utilização da energia solar como
aquecimento normal da água onde e sempre que possível, e o aquecimento elétrico ou
com combustível como auxiliar, e não o inverso.

As limitações de espaço nas coberturas de residências e edifícios multiresidenciais e


comerciais, além das implicações do ponto de vista arquitetônico, podem, entretanto,
dificultar ou mesmo impossibilitar a instalação dos aquecedores nas dimensões que
estes devem Ter para se constituir no elemento essencial do sistema principal de
aquecimento.

Observações quanto à instalação de água quente

Material dos encanamentos:

Os encanamentos, de preferência, devem ser de cobre recozido com conexões de bronze


ou latão de fabricação Yorkshire, Nibco ou similar. Os tubos e conexões de PVC não
devem ser empregados para água quente, pois possuem elevado coeficiente de dilatação
linear (0,00075 m/°C); amolecem a 100 °C; e a 60 °C sua pressão de serviço é de
apenas 2 Kgf/ cm2. O tubo de ferro maleável galvanizado, embora seja empregado,
apresenta pouca resistência à corrosão.
Planejamento e Controle de Obras;
A função Planejamento e Projeto engloba as atividades ligadas ao diagnóstico, ao
anteprojeto, ao desenvolvimento dos projetos técnicos e de viabilidade econômica e ao
planejamento da obra como um todo. Essa função envolve três subfunções:

Elaboração de estudos de viabilidade técnico-econômica de empreendimentos, de


laudos avaliatórios, de plantas de valores genéricos e pareceres técnicos.
Elaboração de projetos técnicos.
Elaboração de planejamento de obras.

A clara distinção entre estas subfunções é percebida no mercado especializado e


setorizado. A função Execução abrange a dimensão do fazer. Nesta, a obra é transferida
do papel para a realidade. Executar a obra envolve inúmeros processos técnicos e de
controle da produção e produtividade. Os sistemas construtivos a serem empregados
variam segundo as características do projeto e do local onde a obra é realizada.

Também esta função se divide em três subfunções:


Instalação e gerenciamento de canteiros de obras.
Execução de obras.
Controle de processos.

A função Manutenção e Restauração está afeta às obras de recuperação estrutural e


arquitetônica, ao reforço de estruturas, às reformas e às obras de manutenção
propriamente ditas.
Esta se cerca de sistemas construtivos muito específicos, que diferem daqueles
empregados na execução de obras. Suas subfunções são basicamente as mesmas da
função anterior:

Instalação e gerenciamento de canteiros de obras.


Execução de obras de manutenção e restauração.
Controle de processos.

Programação e controle.

O planejamento é uma função de apoio à coordenação das várias atividades de acordo


com os planos de execuções, de modo que os programas preestabelecidos possam ser
atendidos com economia e eficiência.

O planejamento se constitui atualmente em um dos principais fatores para o sucesso de


qualquer empreendimento. Na construção civil, é essencial um sistema que possa
canalizar informações e conhecimentos dos mais diversos setores e, em seguida,
direcioná-los de tal forma que todas essas informações e conhecimentos possam ser
utilizados pela empresa, sendo a realimentação do sistema uma de suas características.

O planejamento é uma função de apoio à coordenação das várias atividades de acordo


com os planos de execuções, de modo que os programas preestabelecidos possam ser
atendidos com economia e eficiência. Dessa feita, o planejamento é a definição do
momento em que cada atividade deve ser concluída e o desenvolvimento de um plano
de produção que mostre as entregas das atividades conforme necessidade e ordem de
execução. Além disso, o mesmo é responsável em demonstrar o tipo de atividade a ser
executada, quando executar, os sistemas construtivos e os recursos utilizados .

Planejamento pode ser definido como um método de decisão adotada, realizado para
antecipar uma ação futura almejada, usando de meios eficazes para materializá-la.

O objetivo do planejamento é reduzir o custo, juntamente com o tempo de execução dos


projetos e as incertezas relacionadas ao seu escopo. O planejamento é considerado como
processo de tomada de decisão que resulta em um conjunto de ações necessárias para
transformar o estágio inicial de um empreendimento em um desejado estágio final.

O planejamento é a ferramenta administrativa que permite compreender a


realidade, avaliar os caminhos, organizar um referencial futuro, estruturando o
caminho adequado e reavaliar todo o processo a qual o mesmo se destina, sendo,
portanto, a parte racional da ação.

Com relação à elaboração do projeto básico, que serve como fundamento para as
concorrências, o projetista desenvolve o planejamento geral do empreendimento,
considerando todos os elementos disponíveis. É nesta fase onde são gerados os números
para serem gerenciados a fim de cumprir os objetivos do gerenciamento.

O planejamento requer muito tempo para a sua elaboração, exige profissionais com
ampla experiência no ramo, representa um trabalho intenso mesmo para as pessoas com
experiência considerável – e deve ser elaborado no canteiro, utilizando-se das equipes
mobilizadas. Caso o planejamento venha a ser elaborado nos escritórios centrais das
empresas interessadas, por equipes afastadas dos problemas a serem enfrentados,
certamente, conterá imperfeições.

Uma parte importante do planejamento de obras é a programação das diferentes


atividades necessárias para a conclusão efetiva do empreendimento. Esta
tarefa exige vivência e conhecimento das práticas construtivas. Bons planejadores
adquirem considerável conhecimento em programação, participando no
planejamento e no controle de projetos reais.

O planejamento é essencial para o sucesso de um empreendimento, sua


importância aumenta quando, na sociedade, existe pouca disponibilidade de
recursos, instabilidade no mercado, entre outros obstáculos. O planejamento da
construção torna-se indispensável para que se canalize informações e conhecimentos,
direcionado à utilização nas execuções dos serviços da construção civil. Em função
destas situações, é fundamental a criação de um sistema capaz de garantir o perfeito
cumprimento das metas preestabelecidas para a execução da obra.

O roteiro básico para o planejamento compreende as seguintes etapas:

Estabelecimento de prazos e metas;


Coleta da documentação e informações;
Reunião com os envolvidos;
Levantamento dos quantitativos dos serviços;
Elaboração do cronograma físico;
Elaboração do cronograma financeiro;
Elaboração dos cronogramas de recurso;
Cotações dos serviços e levantamento dos custos;
Elaboração do cronograma de receitas x despesas;
Estabelecimento das diretrizes para o acompanhamento e controle;
Descrição dos textos.

Controle de obra
O controle efetuado pelo sistema P.C.O. (Planejamento e Controle de Obra), inicia a
partir do orçamento quantificado na fase de planejamento, previamente elaborado
através de sua estrutura integrada, segundo as normas usuais da A.B.N.T, para
apropriação dos dados, obedecendo a uma mesma classificação de materiais e serviços,
permitindo ao sistema iniciar o controle em qualquer etapa da obra. Inicia-se o seu
acompanhamento, serviço por serviço, registrando-se, no banco de dados do
computador, as quantidades e valores dos itens já devidamente codificados e em
análoga correspondência com o orçamento pré-estabelecido.

O controle deve ser efetuado em tempo real, ou seja, deve orientar a realização das
atividades corretivas durante a realização das mesmas. O conceito de controle expanda-
se para além da ideia de inspeção ou verificação, identificado fortemente com a
correção das causas estruturais dos problemas e deve ser baseado na pesquisa em estudo
e não apenas na intuição e experiência .
A informação produzida pelo processo de controle permite tomar decisões sobre novos
objetivos e novos padrões de controle. Frequentemente, só é possível planejar a partir de
informações de controle, e não de projeções ou previsões sobre o futuro. Para melhor
conduzir um sistema de controle é necessário que:

- O controle seja adequado quanto à atividade e quanto à natureza;


- O controle mostre rapidamente as irregularidades;
- O controle seja flexível;
- O controle seja objetivo;
- O controle seja compreensível;
- O controle seja econômico;
- O controle preveja o futuro;
- O controle dê como resultado uma ação corretiva.
O controle deve estar interligado ao planejamento, pois um sempre estará
assessorando o outro. Para um bom controle deve-se conhecer tudo o que acontece em
torno das atividades a controlar, podendo ser dividido em:

a) Materiais que serão utilizados na execução das atividades.


b) As ferramentas de trabalho dos operários.
c) A mão-de-obra necessária à execução.
d) O prazo de execução do serviço.
e) Considerações sobre o método de trabalho empregado.
f) A quantidade produzida de serviço.
g) Os custos correspondentes a cada insumo.
Importância do controle de obra

O controle indica um processo administrativo que tem três etapas:


(1) obter informações sobre os resultados de uma atividade ou processo,
(2) compará-la com a informação sobre os objetivos, e
(3) implementar alguma ação para assegurar a realização dos objetivos.
O controle desempenha papel extremamente importante na preservação dos objetivos e
na identificação da necessidade de mudar os objetivos. Como se sabe, no conjunto de
funções administrativas o passo primordial é o planejamento; posteriormente a
organização para atender a este planejamento, segue-se como vai ser direcionado o
processo e, finalmente caracterizasse o controle, que tem como função principal medir o
progresso, impedir desvio dos planos, indicar ação corretiva.
A ação corretiva pode envolver medidas simples, como pequenas mudanças. Poderá até
estabelecer novos objetivos, formulação de novos planos, modificação da estrutura
organizacional e outros aspectos que conduzam ao melhor objetivo, atendendo desta
forma ao princípio da flexibilidade .
Controle é a função administrativa que consiste em medir e corrigir o
desempenho de subordinados para alcançar os objetivos da empresa conforme os planos
delineados:
- investigar os erros, faltas, negligências, possíveis fraudes, analisando as causas,
comentários, verificando as responsabilidades, a fim de precaver a reincidência com
toda a classe de modificações na organização existente;
- analisar e interpretar os resultados, seja qual for o prazo de tempo do período a
que se refere;
- analisar e interpretar em idênticas condições cada uma das partes do ativo e
passivo do balanço;
- formular uma crítica objetiva e construtiva, propondo sugestões ou
modificações.

O controle das atividades de construção, assim como o planejamento é de suma


importância para o sucesso do andamento da execução de qualquer empreendimento. O
ideal é montar um sistema integrado entre planejamento – obra – compra, de forma que
os pedidos de materiais feitos para as obras, sejam sempre conferidos pelo setor de
planejamento, no sentido de serem estritamente necessários para a execução, não
permitindo assim perdas desnecessárias que quase sempre afetam consideravelmente as
despesas das obras. O planejamento e controle afetam diretamente do inicio ao fim na
execução da obra.

A fase de controle se realiza durante a execução da obra, pois está diretamente ligada a
qualidade do planejamento elaborado e a qualidade do acompanhamento físico-
financeiro da obra, propiciando um controle de boa qualidade e permitindo que se
elabore um planejamento de curto prazo durante os serviços em andamento, nos casos
de correções. Os resultados são obtidos através de comparação do planejamento com as
informações obtidas do controle durante e após a execução da obra. A sistematização do
processo de orçamento vem de encontro à necessidade de uma avaliação detalhada dos
custos pelo interessado .

Viabilidade, planejamento e controle das construções:

Técnico, físico-financeiro e econômico.

Para que se possa dar início ao planejamento de uma obra, faz-se necessário efetuar
estudos preliminares do empreendimento. É importante também analisar a viabilidade
técnica físico financeiro e econômico da construção, que vai desde a escolha do local a
estudos geotécnicos e topográficos, para verificar se há alguma interferência
significativa que possa vir a trazer problemas futuros, de tal modo que comprometa a
margem de lucro esperada. Também se deve montar um cronograma para atendimento
das datas de início e fim, fixadas pelo proprietário.

Para começar a um projeto, deve-se, primeiramente, fazer o planejamento dos serviços


iniciais, iniciando com o levantamento de informações gerais, que serão indispensáveis
para a elaboração da planilha orçamentária, a qual determinará em parte a viabilidade do
empreendimento.

O levantamento dessas informações se resume na verificação geral do pedido de


orçamento recebido, com o intuito de conhecer minuciosamente o escopo dos serviços,
as suas particularidades e os fatores que influenciam em sua execução.

O planejamento deve ser desenvolvido de forma acentuada, desde os primeiros estudos


que envolvem o empreendimento, procurando-se as melhores alternativas para orientar
as decisões.

Viabilidade econômica

Parte-se do pressuposto de que a viabilização de qualquer negócio começa sempre


pelo aspecto econômico. Dentre as várias oportunidades, existe sempre a possibilidade
de se identificar a mais atraente para escolher a melhor - um empreendimento pelo qual
se possa cobrar um bom preço, receber rápido e que custe pouco. Tudo dentro de
estimativas realistas de venda e levantamento de custos confiáveis.

O preço deverá ser maior do que o custo, e as receitas, ou entradas, deverão ser maiores
que os gastos, ou saídas.Quando a decisão de investir está baseada apenas na análise
comparativa da quantidade de recursos entrantes e de saídas referentes ao custeio do
empreendimento, resultando em um lucro, trata-se de viabilização econômica.

Viabilidade financeira
A grande maioria dos negócios de construção civil exige o investimento de capital.
Embora o preço seja, via de regra, superior aos custos, a receita entra no caixa bem
depois da necessidade de pagamentos de despesas. Contratos de prestação de serviços
de construção civil por empreitada e incorporações imobiliárias quase sempre exigem
que se coloque antecipadamente uma quantidade de recursos para alavancar a sua
produção. quando a decisão de investir está baseada na disponibilização de recursos,
com objetivo de se obter o equilíbrio das entradas e saídas, levando-se em conta os
saldos a cada momento (fluxo de caixa), trata-se de viabilização financeira .

Portanto, o estudo de viabilidade econômico-financeira é tal que pretende caracterizar


um empreendimento que proporcione um lucro aos investidores ao final do negócio,
bem como ser capaz de evitar saldos negativos proporcionando, consequentemente,
um fluxo de caixa positivo em qualquer momento do empreendimento.

Entretanto, não deve, uma análise prévia de viabilidade, se restringir a uma análise
econômico-financeira, pois esta não leva em consideração fatores não quantificáveis
que influenciam na qualidade dos indicadores do resultado final do negócio.

Orçamentação de obras

Orçamento é o resultado de um montante dos serviços previstos e planejados,


necessários a execução de uma obra, variando conforme o tipo. Orçar é prever o custo
de uma obra antes da sua execução. É uma previsão de custos e/ou estabelecimento de
preços dos serviços a serem realizados.

Orçamentação é o ato de elaborar orçamentos, também chamados levantamento


de custos/preços; estimar ou calcular, antes da execução da obra, qual será o seu custo.

Os orçamentos têm finalidades diversas e, por isso mesmo, suas características são
diversificadas, dependendo do fim a que se propõem. Os casos mais comuns de
necessidade de orçamentos acontecem primeiro na fase de planejamento da obra, antes
de se ter os projetos definitivos. É o caso dos estudos de viabilidade técnico-econômica,
quando dos estudos preliminares ou projetos básicos, para análise da legislação de uso
dos solos, para estudo prévio de comercialização de obras e outros casos.

Após a fase de planejamento, quando o projeto executivo se encontra concluído, os


orçamentos são necessários para formulação de propostas de custos/preços em obras
particulares, para preparação de propostas na participação em licitações de obras
públicas, para se estabelecer preços de vendas, etc. Em todos esses casos, percebe-se
perfeitamente que os orçamentos não têm que ser, e nem podem ser do mesmo tipo.

A previsão dos custos e preços dependerá muito do grau de conhecimento que o


orçamentista tem do projeto, ficando o sucesso de um empreendimento, entre outros
fatores, dependente do acerto entre o que foi previsto (orçado) e o que irá ocorrer na
prática (custeio). O orçamento é um dos elementos para a tomada de decisões, junto
com o cronograma físico-financeiro.
Geralmente, um orçamento é determinado somando-se os custos diretos
mão-de-obra de operários, material, equipamentos aos custos indiretos equipes
de apoio, despesas gerais do canteiro de obras, taxas e, por fim, adicionam-se os
impostos e lucros para se chegar ao preço final.

Por basear-se em previsões, todo orçamento é aproximado, por mais que todas as
variáveis sejam ponderadas, há sempre uma estimativa associada. O orçamento não
precisa ser exato, porém tem que ser preciso. A aproximação de um orçamento está
embutida, por exemplo, na produtividade adotada para as equipes de trabalhadores, nas
variações de preços dos insumos, no percentual adotado de perdas e desperdício de
materiais, na produtividade de equipamentos,imprevistos, entre outros fatores.

Uma importante característica a ser observada no orçamento é a especificidade que ele


apresenta, cada orçamento é único.

Outra característica do orçamento é a temporalidade, ou seja, um orçamento


que foi elaborado há alguns anos atrás já não é válido hoje. Isto se deve, principalmente,
a flutuação no custo dos insumos ao longo do tempo, criação ou alteração de impostos e
encargos, evolução dos métodos construtivos, entre outros.

O orçamento não se resume à definição do custo da obra, ele tem uma abrangência
muito maior, servindo de subsídio para outras aplicações, tais como:

• Levantamento dos materiais e serviços;


• Obtenção de índices para acompanhamento;
• Dimensionamento de equipes;
• Capacidade de revisão de valores e índices;
• Realização de simulações;
• Geração de cronograma físico-financeiro;
• Análise de viabilidade econômico-financeira.

Tipos de Orçamentos
O orçamento pode ser definido de acordo com seu grau de precisão e do conteúdo dos
dados do projeto em questão:

1. Orçamento por Estimativas


Esse tipo de orçamento é realizado quando há pouca disponibilidade de tempo para o
cálculo dos custos para as tomadas de decisões empresariais e pela pouca
disponibilidade de dados técnicos relativos ao projeto.

Normalmente esse tipo de orçamento é elaborado a partir dos índices sobre o custo
unitário do metro quadrado de construção, obtidos através de revistas técnicas. Estes
índices são obtidos através de revistas técnicas especializadas, por empresas de
consultoria, por experiências de empreendimentos executados anteriormente ou através
dos sindicatos estaduais da construção civil.
A margem de erro nestes casos pode chegar a mais ou menos quarenta por cento, -
margem considerada alta – sendo estas diferenças induzidas pela falta de informação.

2. Orçamento Preliminar
A elaboração do orçamento preliminar tem como objetivo detalhar os quantitativos e
custos dos serviços de construção, embora nem todos os projetos e informações estejam
completos.

A estimativa do orçamento é feita com base no levantamento das quantidades dos


serviços, e na obtenção dos preços unitários dos serviços de construção.
A margem de erro nestes casos pode chegar a mais ou menos vinte por cento.

3. Orçamento Detalhado
Esse tipo de orçamento busca detalhar os quantitativos e custos de todos os serviços da
construção civil com alto nível de precisão e baixo grau de imprevistos.
Para este tipo de orçamento é necessário que tenhamos informações completas sobre o
empreendimento.
A elaboração deste orçamento se dá com base no levantamento das quantidades e na
obtenção dos preços unitários de construção. A margem de erro nestes casos pode
chegar a mais ou menos dez por cento.

Formação do preço de venda.

Existem diversos fatores que influenciam diretamente na formação de preços de venda,


os quais devem ser considerados e incorporados aos preços a serem ofertados no
mercado. A formação do preço de venda dos produtos é um dos pontos importantes para
toda a empresa que quer alcançar sucesso. Sabe-se que é uma decisão importante para a
administração, pois a sobrevivência em longo prazo da empresa é ameaçada pelas
técnicas mal utilizadas na formação do preço a ser praticado.

Wernke (2006, p. 147) afirma:

A adequada determinação dos preços de venda cada vez mais é questão fundamental
para sobrevivência e crescimento das empresas, independentemente do porte ou área de
atuação. Contudo, na prática é comum observar companhias que não têm uma acurada
noção de rentabilidade proporcionada por seus produtos e serviços, bem como das
necessidades quanto aos volumes de venda para atingir os respectivos equilíbrios
operacionais.

Entende-se que, o preço de venda é o valor que a empresa cobra de seus clientes em
uma transação comercial, valor que será suficiente para que a empresa cubra todos os
gastos que foram necessários para colocar o produto à disposição do mercado, incluindo
o lucro desejado.

A formação do preço de venda é influenciada diretamente por diversos fatores que


devem ser conhecidos, analisados e estudados. Caso esse processo não seja
corretamente efetuado, a empresa corre sérios riscos de sofrer prejuízos financeiros.
Toda empresa almeja o sucesso, portanto, é necessário que haja sempre um constante
aprimoramento nas técnicas utilizadas para alcançá-lo.

Explica Wernke (2006) que, a primeira informação que a empresa deve conhecer é o
custo da compra, que trata do custo de aquisição das mercadorias destinadas à venda,
deduzindo-se o valor dos impostos creditáveis, caso a empresa esteja enquadrada no
lucro real, que serão compensados com os valores dos impostos da venda.

Observa-se que, todos os esforços para a aquisição de mercadorias ou matérias-primas


até o momento de sua utilização integram o custo de compra respectivo. Assim
compõem os custos de compra os seguintes fatores:

a) (+) custo da fatura (valor constante na nota fiscal);


b) (- ) descontos dados na fatura (incondicionais, mencionados no corpo da nota
fiscal de compra);
c) (+) despesas acessórias da compra (fretes, seguros, despesas aduaneiras e outros
itens vinculados à aquisição);
d) (+) impostos não recuperáveis fiscalmente (conforme a legislação tributária
pertinente);
e) (- ) impostos recuperáveis fiscalmente (conforme legislação tributária
específica);
f) (=) custo de aquisição das mercadorias, matérias-primas ou serviços.

Calculando-se o preço de venda a partir dos custos, pode-se chegar a um preço de venda
incompatível com o mercado e, portanto, sem condições de competir com a
concorrência. Assim, sugere-se que nas condições atuais analise-se a situação dos custos
e despesas da empresa frente aos preços de mercado, calculando a margem de
contribuição e o faturamento de equilíbrio.

Toda empresa tem como objetivo o lucro, sendo assim, é necessário incorporar ao preço
de venda um percentual que a empresa considere adequado e necessário aos seus
objetivos.

O objetivo do gestor financeiro da empresa é obter lucro na realização de suas


operações. De uma forma geral, lucro é o valor que sobra do valor das vendas menos o
custo das mercadorias vendidas, menos todas as despesas variáveis e fixas.

Custos diretos.

O custo direto total da obra é obtido pelo somatório do produto “quantitativo x custo
unitário” de cada um dos serviços necessários para a execução do empreendimento.

É importante destacar que tanto os quantitativos quanto os custos unitários devem ser
calculados de forma bastante precisa, pois a superestimativa de um e/ou outro pode
elevar o custo total orçado, tornando-o incompatível com os praticados no mercado.

O custo direto representa a parte do custo que depende da quantidade de bens ou


serviços produzidos, como por exemplo: equipamentos do processo ou não, material
permanente ao empreendimento ou utilizado durante a construção, mão-de-obra para
execução.

Composição de custos unitários.

Entende-se como custo unitário de serviço o somatório das despesas efetuadas e


calculadas para a sua execução unitária, ou seja, de uma unidade de medida do serviço,
distribuída pelos diferentes elementos constituintes ou insumos, obedecendo às
especificações estabelecidas para os serviços no projeto.

A composição analítica abrange todos os itens de custo como: mão-de-obra, materiais,


equipamentos, subempreiteiros ou serviços auxiliares, transportes excepcionais e a
parcela do BDI, depois de calculado este último.

Somente após a elaboração das composições analíticas, desenvolvimento de todas as


etapas de cálculo com pesquisa de mercado, determinação do custo horário de
equipamentos, mão-de-obra e composição de encargos sociais, cálculo da administração
local, é que se deve proceder ao cálculo do custo direto. O custo direto de um serviço é
o produto da quantidade do serviço pelo custo unitário direto do serviço. O preço de
venda do serviço será então o produto do custo direto pelo BDI percentual calculado.

As composições unitárias de custos são as "fórmulas" de cálculo dos custos unitários


nos orçamentos discriminados. Cada composição consiste das quantidades individuais
do grupo de insumos (material, mão-de-obra e equipamentos) necessários para a
execução de uma unidade de um serviço.

Obtenção das composições


As composições de custos podem ser obtidas de várias fontes. A melhor forma é o
levantamento direto nas próprias obras, verificando-se o consumo de acordo com a
produtividade da mão-de-obra local e nas condições técnicas em que produz.

Porém, pela quantidade de trabalho envolvido, geralmente de início as composições são


obtidas através de publicações. A utilização indiscriminada, porém, é perigosa, pois os
coeficientes foram determinados em locais distintos, e não há garantias de que sejam
adequados para as condições de nossas obras.

Outra forma de obtenção de composições é o cálculo direto, para o qual apresentam-se


dois casos, a seguir.

(1) Argamassa para alvenaria (1:2:9) - m3:

a) materiais - traço em volume, considerando os pesos específicos:

- o volume para cada parcela do traço é: 1 m3/ (1+2+9) = 0,083333 m3


a1) cimento (1600 kg/m3): 0,83333 x 1600 = 133,3333 kg
a2) cal hidratada (1030 kg/m3): 0,83333 x 2 x 1030 = 171,6666 kg
a3) areia: 0,83333 x 9 = 0,75 m3
a4) perdas: assume-se perda média de 10% nos materiais

b) mão-de-obra: estimada (ou medida na obra) em 10h/m3;


c) betoneira: tempo ocupado estimado (ou medido na obra) em 4h;

Insumos que compõe o custo direto unitário

Mão de Obra – são representados pelo consumo de horas ou fração de horas de


trabalhadores qualificados e/ou não qualificados para a execução de uma determinada
unidade de serviço multiplicados pelo custo horário de cada trabalhador.

O custo horário é o salário/hora do trabalhador mais os encargos sociais.


Materiais – são representados pelo consumo de materiais a serem utilizados para a
execução de uma determinada unidade de serviço, multiplicados pelo preço unitário de
mercado.
Equipamentos – são representados pelo número de horas ou fração de horas
necessárias para a execução de uma unidade de serviço, multiplicado pelo custo
horário do equipamento.
OBS.: Os consumos dos insumos são obtidos pela experiência de cada uma das
empresas do ramo da construção ou através da Tabela de Composição de Custos de
Orçamentos, sendo a mais conhecida a TCPO da Editora PINI.

Produção de equipes mecânicas.

Todos os equipamentos têm um rendimento e um ciclo ótimos que podem ser utilizados
como base para fazer uma estimativa antecipada da produtividade. Além disso, deve-se
levar em conta na estimativa da produtividade a natureza da atividade a realizar, a
eficiência da máquina, a eficiência do operador e, no caso dos equipamentos de
escavação, o tipo de solo a ser escavado.

As variáveis e as fórmulas utilizadas para o cálculo da produção horária da equipe e dos


coeficientes de cada um dos equipamentos encontram-se discriminados na tabela a
seguir:

Custos horários e equipamentos.


Período de Vida Útil do Equipamento

O conceito de vida útil de um equipamento é eminentemente econômico. Para ilustrá-lo,


construiu-se o gráfico a seguir, que representa a evolução dos seus principais
componentes de custo ao longo de certo período:

De acordo com o gráfico apresentado, pode-se ver que os valores de depreciação vão
diminuindo com o número de anos em que o equipamento é utilizado, enquanto o custo
dos reparos para mantê-lo em condições de utilização aumenta com o passar dos anos.

Existe um momento em que as economias de custo de manutenção, que se pode obter


pela utilização de um equipamento novo, são suficientes para cobrir a diferença para
mais no custo de depreciação. Este seria o ponto ideal de troca, pois, embora nesse
preciso instante os custos totais das duas opções sejam os mesmos, o equipamento
antigo entrará, daí por diante, em regime de custos crescentes e o novo em regime de
custos decrescentes.

A vida útil de um equipamento é influenciada por dois fatores preponderantes: os


cuidados com a manutenção e as condições de trabalho sob as quais opera.

Diante do exposto, a determinação da vida útil do equipamento é complexa, pois


envolve vários fatores. Os fabricantes de equipamentos sugerem valores, a partir dos
quais fazem estimativas de custos de depreciação e dos reparos.

Depreciação
Corresponde à parcela referente à perda de valor do equipamento em decorrência de uso
ou obsolescência. A depreciação pode ser classificada em três tipos:

• física: resultante da ação do uso e de fatores adversos, como abrasão, choque,


vibração, impactos etc.;
• funcional: pela obsolescência e/ou inadequação;
• acidental: resultante de acidente durante uso ou transporte do equipamento.
No cálculo do custo horário, não se deve considerar a depreciação acidental do
equipamento.
A depreciação é proporcional ao valor de aquisição do equipamento. Portanto, pesquisas
de custos são necessárias para verificar o preço de aquisição.

Estima-se, de acordo com a máquina, o valor mínimo (residual) de venda, após uso. Os
fabricantes também disponibilizam a vida útil em horas trabalhadas (ou anos).
Existem diversos métodos para avaliar a depreciação (método linear, método do saldo
devedor, método da soma dos anos). Normalmente se utiliza, pela simplicidade, o
método linear. É importante ter em mente que os custos horários de depreciação
dependerão da curva de depreciação considerada.

Princípios de Arquitetura e Urbanismo.

Vantagens da Arquitetura Sustentável

Para Corcuera (2007) há benefícios de utilizar esses parâmetros dentro da arquitetura,


dentre os quais podemos destacar abaixo os benefícios sociais, ambientais e
econômicos:
• Sociais: inclusão social, acessibilidade física, bem-estar e salubridade.
• Ambientais: redução do impacto ambiental, preservação e conservação de recursos
naturais.
• Econômicos: redução do investimento de construção, redução do custo de utilização
da edificação, possibilidade de reuso ou readequação da edificação e componentes para
novas finalidades.

A preservação ambiental tendo em vista alguns critérios básicos:

•Localização urbana: A posição de um edifício em relação ao sol e aos ventos é


muito importante e determina a maioria das necessidades térmicas dos espaços
internos
• Circulação na região: Devem ser preferidos locais arejados, com pouco trânsito e
bem servidos em termos de transportes públicos. Com isto, haverá menos poluição e
melhores alternativas de locomoção.
• Orientação e insolação: Observar a orientação do edifício para que ele receba a
dose adequada de energia solar mantendo o conforto térmico.
• Proteção contra o sol: O uso de técnicas como brise-soleil varandas, persianas
ou até mesmo vegetação são adequadas para proteger as áreas do edifício que
serão afetadas pelo sol.

• Proteção contra ventos frios: O lado Sul da habitação deve ser reservado à
ambientes transitórios como banheiros, despensas, cozinhas e outros cômodos que
necessitem de poucas aberturas para o exterior. No Brasil, sobretudo na região Sul e
Sudeste, o vento frio vem predominantemente do sul, e devem-se prever proteções
como vegetação ou muros caso não se possa usar esta face para os ambientes já
citados. Com isto a necessidade de calefação é quase nula.
• Iluminação natural: Prefira áreas iluminadas naturalmente para minimizar o uso
de iluminação artificial.
• Lâmpadas adequadas: Opte por lâmpadas de baixo consumo e procure usar
iluminação localizada, colocando luz só onde seja de fato necessária.
• Eletrodomésticos de baixo consumo: Use os aparelhos mais eficientes que
puder e note que nem sempre os mais eficientes são necessariamente os mais
caros.
• Cuide do isolamento térmico: A idéia é manter uma temperatura constante
dentro do edifício. Para isso devem-se preferir materiais com baixo índice de
condutibilidade térmica e baixo teor de energia incorporada. E quanto à alvenaria, os
tijolos de barro maciço são uma boa opção.
• Caixilhos e vidros: Em termos de conservação de energia, preferência para
vidros são fabricados de forma a promover redução da transmissão térmica. Vidros
duplos são indicados para a conservação de energia, mas é conveniente usar
caixilhos com grelhas de ventilação, para facilitar a renovação do ar sem a
necessidade de exaustão mecânica.

• Isolamento do solo: No pavimento térreo e em todos os pisos que tenham contato


direto com o solo, optar por materiais resistentes à água. Se a região for de clima
frio, cuidar do isolamento térmico também, usando materiais que evitem perdas
térmicas.
• Ventilação: Uma edificação com ventilação insuficiente poderá reter umidade do ar
afetando o conforto e até mesmo a saúde dos habitantes.
• Cores: As cores das fachadas e das coberturas influenciam diretamente o conforto
térmico. Considere que as cores claras não absorvem tanto calor como as mais
escuras.
• Energia renovável - Procure usar equipamentos que funcionem à base de energia
renovável. Algumas sugestões:
a)Coletores solares térmicos: Captam a energia do Sol e a transformam em calor,
poupando até 70% da energia necessária para o aquecimento de água.
b) Painéis solares fotovoltaicos: A energia solar é convertida em energia elétrica.
Podem ser utilizados inclusive em locais isolados, com ou sem rede elétrica ou como
sistemas ligados à rede.
c) Bombas de calor geotérmicas: Sistemas que aproveitam o calor do interior da
Terra para o aquecimento do ambiente.

Como tornar a construção civil sustentável

Inicialmente, é importante acrescentar que o impacto ambiental que a construção de


um edifício tem sobre o meio ambiente já é conhecido e pode ser analisado em quatro
pontos, a saber:

a) Implantação da construção em um local determinado e sua integração com o


entorno;
b) Comportamento da edificação ao longo de sua vida útil, analisado desde a
influência do projeto arquitetônico;
c) Consumo energético durante a vida útil do edifício, analisado desde as fontes
utilizadas.
d) Características dos materiais utilizados, pelo impacto que produzem sobre o
meio ambiente durante seu próprio processo de fabricação, durante a sua
vida útil e durante a sua fase de reciclagem ou eliminação.

Em geral os passos sustentáveis para um novo modelo de construção, devem basear-se


nas recomendações abaixo:

Em geral os passos sustentáveis para um novo modelo de construção, devem basear-se


nas recomendações abaixo:

A aplicação de conceitos projetuais bioclimáticos;


Minimizar o uso de recursos minerais não-renováveis, energia e água;
Escolher recursos, processos e materiais de baixo impacto ambiental:
Selecionando os materiais de acordo com os processos e o uso de energia de
maior ecocompatibilidade (biomateriais);
Otimizar a vida útil das edificações: Projetar visando a maior durabilidade
possível;
Aumentar a vida útil dos materiais: Projetar em função da valorização
(reaplicação) dos materiais;
Garantir plenas condições de segurança do trabalho a todos os profissionais
envolvidos;
Implantar plano de gerenciamento de resíduos na obra, quando possível
reutilizar na obra sem prejudicar sua qualidade e segurança ou se
responsabilizar pelo destino adequado aos mesmos;
Facilitar a 'desconstrução': Projetar de forma a possibilitar a separação dos
materiais para reaproveitamento e reciclagem.

A ferramenta básica para identificação do estado e das necessidades gerais de uma


obra que se pretende sustentável é a chamada Análise do Ciclo de Vida da Edificação

– ACVE. Esta análise tem sido aceita por toda a comunidade internacional como a
única base legítima sobre a qual comparar materiais, tecnologias, componentes e
serviços utilizados ou prestados. As normas da família ISO 140001
, que propõem um padrão global de certificação de produtos e identificação de serviços
no segmento ambiental, já incorporam a ACVE, que considera:

a) A relação entre a edificação e o entorno: pré-requisitos para definição do local


de implantação da obra; abastecimento (água e energia); destinação de
resíduos (gerados pelos processos construtivos e pelas atividades de seus
usuários); poluentes gerados.

b) A relação entre a edificação e ela mesma: planejamento, projeto, design,


execução, processos construtivos, materiais utilizados.

c) A relação entre o ambiente e o homem: satisfação das necessidades básicas


de ergonomia, especificidades, uso, desenvolvimento de suas atividades e
emissão de agentes patogênicos ao ser humano.

A etapa do projeto arquitetônico para a sustentabilidade das edificações é onde já se


pode identificar os aspectos e impactos ambientais das atividades desenvolvidas ao
longo do ciclo de vida dos edifícios. O edifício deve ser abordado como um produto
global, onde o projeto arquitetônico deve facilitar a integração dos outros projetos.

É evidente que outras áreas de engenharia também devem se adequar. O engenheiro


eletricista precisa considerar as condições de luz natural para quantificar a iluminação,
o engenheiro mecânico precisa ter ciência do condicionamento térmico passivo da
edificação para o cálculo das instalações de ar-condicionado, e o projeto hidráulico
deverá prever o reuso de água, captação de água da chuva, e assim por diante.

Sendo o projeto o ponto de partida do ciclo de vida do edifício, espera-se que grande
parte das soluções minimizadoras de seus impactos parta dos seus planejadores.
Desde evitar a movimentação de terra sempre que possível, até o conhecimento da
topografia e do solo contribui para a criação de projetos integrados à natureza,
incorporando elementos da paisagem local e influenciando a forma da edificação.
As definições desta primeira fase de projeto acarretarão nas conseqüências das fases
seguintes, conforme descrito a seguir:

Fase de Projeto (Planejamento): nesta etapa, a coleta de dados referentes


ao entorno e especificamente à área onde será implantada a edificação é a
tarefa mais relevante devendo ser priorizada pelo arquiteto; pois destes dados
surgirão todas as especificações globais do projeto e a concepção do produto
edifício. Dentre os recursos naturais empregados salienta-se o consumo de
energia elétrica e de água durante a etapa de uso do edifício. É importante
mencionar que além da educação dos usuários, a solução para a redução
desse consumo está na própria concepção das edificações, isto porque as
atividades que geram maior consumo de energia são aquelas destinadas à
iluminação dos ambientes, operação de equipamentos (elevadores, aparelhos
eletrodomésticos, aquecedores de água etc.) e condicionamento de
ambientes internos, todas definidas em projeto.
ƒ
Fase de Implantação: é na etapa de implantação da edificação que surgirão
as conseqüências dos recursos selecionados, tornando-se evidente a
necessidade da seleção consciente de recursos que considerem suas
características e métodos construtivos associados – não agressivos ao meio
ambiente - desde o transporte, descarga no canteiro, armazenagem,
aplicação e sua procedência, por meio da qualificação de fornecedores
responsáveis. Isto implica na escolha de materiais e componentes que gerem
pouco e nenhum resíduo que possa ser lançado ao solo, águas ou ar; e ainda
que seja dada a preferência a materiais recicláveis ou que contenham
componentes reciclados; sendo também importante a escolha de materiais
comerciais disponíveis nas proximidades do canteiro, evitando-se assim
longos percursos de transporte. Outros fatores a serem observados pelos
arquitetos e demais projetistas (pois não só o projeto arquitetônico, mas
também os projetos complementares de engenharia têm o seu papel a
desempenhar) cujos impactos surgirão nesta fase, referem-se aos métodos
construtivos adotados. Os processos construtivos que gerem o menor
consumo de energia e água e àqueles de fácil controle devem ser priorizados,
evitando perdas decorrentes do desperdício. Deve ser função do arquiteto,
projetar de forma a compensar ou evitar a remoção de moradias, supressão
de vegetação e rebaixamento de lençóis freáticos.
ƒ
Fase de Uso: No uso do empreendimento surgem conseqüências referentes
aos materiais especificados no projeto de arquitetura. Os materiais e
mobiliários definidos no projeto arquitetônico devem considerar sua
durabilidade e facilidade de manutenção, além da observância de criar
ambientes internos não poluídos. Outro impacto negativo que pode surgir
durante o uso é consumo superior e desnecessário de energia e de água, os
quais podem ser solucionados na etapa do projeto arquitetônico através da
adoção de sistemas eficientes de iluminação, ventilação e condicionamento
de ar (aquecimento e refrigeração), bem como os dispositivos para economia
de água e de energia associados às instalações prediais. A escolha do
sistema de aquecimento de água deve considerar a disponibilidade local de
sistemas a gás ou o aproveitamento da energia solar, deve-se considerar
também a possibilidade do aproveitamento das águas servidas e sistemas de
coletas de lixo eficientes que permitam que a triagem seja feita pelo usuário.
ƒƒ
Fase de Manutenção: Para uma manutenção eficiente é muito importante
que o acesso às instalações hidráulicas, elétricas e sistemas de
condicionamento de ar e aquecimento de água seja facilitado através da
compatibilização do projeto de arquitetura com os projetos de instalação. É
vital a compatibilização dos projetos de arquitetura com os demais projetos,
pois é daí que se assegura a eficiência de cada um deles. A previsão em
projeto de possibilidades de expansão e modernização da edificação é papel do
arquiteto, evitando assim demolições parciais sem necessidade;
viabilizando também o reaproveitamento dos componentes. Ao executar um
projeto de reforma devem ser priorizadas as ações que minimizem ao máximo
a interferência no entorno, principalmente em locais que permaneçam em
atividade na ocasião da reforma. Salienta-se que um projeto de reforma deve
adequar-se às modificações do meio, à durabilidade buscando sempre a
reabilitação do empreendimento, preservando o máximo já edificado e o seu
aperfeiçoamento através da introdução de sistemas elétricos, hidráulicos e de
ventilação no que diz respeito ao uso dos recursos, sobretudo água e energia.
ƒ
Fase de Demolição: Também são características sustentáveis de um projeto
arquitetônico aquelas que viabilizam uma demolição racional – um processo
de desmonte consciente e comprometido com a definição de materiais e
componentes re-aproveitáveis, não frágeis duráveis e se possível
desmontáveis. Deve-se observar o mercado para reciclagem destes
componentes, significando que devam ser tomados cuidados especiais às
peças de demolição que possuam mercado para reciclagem. Deve ser
tomado muito cuidado com os sistemas que possam desprender gases
inflamáveis ou que contenham CFC.

Arquitetura Bioclimática

Na arquitetura bioclimática se defende diretrizes de projeto – regras gerais que se


destinam a orientar a concepção do edifício – tirando partido das condições climáticas
locais e atendendo às exigências da sustentabilidade, a fim de evitar o desperdício de
energia e materiais. Com relação ao acondicionamento natural recomenda: garantir
melhor orientação (ventos, incidência da luz do sol) e porosidade da massa construída
(massas vazadas melhoram a ventilação), promover a permeabilidade entre ambiente
interno e externo, espaços de transição, otimizar a presença ativa de vegetação
(sombra, resfriamento e alimento) e de água, criar sistema de pátios para integrar o
ambiente visual e, funcionalmente, oferecer lugares de convívio e melhorar o
desempenho da ventilação, integra a edificação aos espaços públicos, integrando-a
aos sistemas de transporte, serviços e praças.

Em relação à climatização passiva é recomendável incorporar técnicas da arquitetura


bioclimática, como por exemplo: fachadas diferenciadas conforme a orientação,
resfriamento evaporativo, sombreamento, incorporação da vegetação no isolamento
da edificação, no resfriamento da edificação, resfriamento passivo noturno, por meio
de vãos nas fachadas que permanecem abertos durante a noite, diminuindo assim, a
massa térmica a ser esfriada ou refrigerada no dia seguinte (massa térmica – inércia
térmica), camada de ar ventilada nas fachadas, captação de luz natural sem elevar
excessivamente a carga térmica, vidros seletivos, deixando passar mais radiação na
faixa de luz visível e menos na faixa do infravermelho, dispositivos de proteção solar
externos, verticais ou horizontais para minimizar a radiação solar direta no interior.

O uso sustentável da água

Um projeto sustentável contribuirá para uma cidade mais sustentável. A integração da


edificação ao entorno é muito importante; razão pela qual os fatores bioclimáticos
devem ser aplicados ao projeto, o que exigirá uma análise do macroclima (clima do
ecossistema em que está inserido), do mesoclima (clima regional), e previsão do
microclima (clima que será formado nos arredores da construção).

O índice pluviométrico é importante para o dimensionamento do sistema de


aproveitamento de águas pluviais, que pode ser utilizada na limpeza, irrigação de
jardins, refrigeração, sistema de combate a incêndio e demais usos permitidos para
água não potável. Águas pluviais e o reaproveitamento de águas de lavagem, desde
que passem por um tratamento local adequado, também podem ser utilizados em
sanitários.

No projeto de hidráulica e saneamento, deve-se fazer a previsão do uso de materiais


para coleta e aproveitamento de água de chuva, tais como calhas, reservatórios, filtros
e bombas, associadas a implementação de pontos nas áreas interna e externa para
reuso desta água, assim como das águas servidas (depois de tratadas). A implantação
de um sistema de para tratamento de efluentes – tanto para águas cinzas, como para
águas negras é de extrema importância, tanto quanto a especificação de ecoprodutos
(tubulação de polipropileno, por ex., caixa de água acoplada, válvulas duplo uso,
redutores de pressão, aeradores, metais com acionamento automático) e demais
equipamentos que permitam a redução do consumo de água.

O uso sustentável da energia

O sol, a iluminação natural, o vento e a vegetação são recursos passivos de


climatização que deverão ser utilizados ao máximo para obter uma habitação arejada,
iluminada e com pouca necessidade de sistemas de climatização artificiais (ex. 8
ventilação natural cruzada). Soluções arquitetônicas tipo brises-soleil, o uso de
venezianas, prateleiras de luz e telas termo-screen externas, ajudam a evitar a
incidência solar direta e a proporcionar melhor conforto térmico.

O chamado “telhado verde” (uso de vegetação/plantas na cobertura) ou a aplicação de


pinturas reflexivas, também podem reduzir significativamente a absorção de calor da
edificação.

O projeto elétrico e de fontes energéticas deve contemplar soluções sustentáveis,


fazendo uma combinação da energia elétrica convencional (oriunda do sistema
público/usinas hidrelétricas) com sistemas de energia renováveis, como a energia
solar fotovoltaica ou o aquecimento solar, a energia eólica ou os demais mecanismos
de conservação de energia. Deve-se ainda prever um sistema de Iluminação eficiente,
especificando lâmpadas de acordo com a atividade a ser desenvolvida no local,
tipologia das luminárias e circuitos.

BLOCO 3
Estruturas de Concreto Pré-moldado;
O uso de concreto pré-moldado em edificações está amplamente relacionado à uma
forma de construir econômica, durável, estruturalmente segura e com versatilidade
arquitetônica. A indústria de pré-fabricados está continuamente fazendo esforços para
atender as demandas da sociedade, como por exemplo: economia, eficiência,
desempenho técnico, segurança, condições favoráveis de trabalho e de
sustentabilidade.

A evolução construtiva das edificações e das atividades da engenharia civil nas


próximas décadas será influenciada pelo desenvolvimento do processo de informação,
pela comunicação global, pelaindustrialização e pela automação. Já existe bastante desta
realidade sendo implementada na Europa.

Entretanto, há muito mais para ser implementado, especialmente com respeito à


eficiência dos processos construtivos atuais, desde o projeto da edificação até o seu
acabamento. Para se mudar a base produtiva na construção civil, com uso intensivo da
força de trabalho, para um modelo mais moderno como a pré-fabricação, envolveria a
aplicação de uma filosofia industrial ao longo de todo o processo construtivo da
edificação.

A pré-fabricação das estruturas de concreto é um processo industrializado com grande


potencial para o futuro. Todavia, geralmente a pré-fabricação ainda é vista por
projetistas inexperientes como se fosse apenas uma variante técnica das construções de
concreto moldadas no local. Nesse caso, aprefabricação significa apenas que partes da
edificação são pré-moldadas em usinas fora do canteiro, para serem montadas depois na
obra, como se o conceito inicial de uma estrutura moldada no local fosse obtido
novamente. Esse ponto de vista é completamente errôneo.
Todo sistema construtivo tem suas próprias características, as quais para uma maior ou
menor influência no layout da estrutura, largura do vão, sistemas de estabilidade, etc.
Para conseguir melhores resultados o projeto deveria, desde o início, respeitar as
demandas específicas e particulares estruturais dos sistemas construtivos pré-moldados.

Sistemas estruturais

Considerando a industria de pré-moldados, existe aparentemente um grande número de


sistemas e soluções técnicas para as construções pré-moldadas. Entretanto, todos estes
fazem parte de um número limitado de sistemas estruturais básicos, onde os princípios
do projeto são semelhantes. Os tipos mais comuns de sistemas estruturais de concreto
pré-moldados são:

· Estruturas aporticadas, consistindo de pilares e vigas de fechamento, que são utilizadas


paraconstruções industriais, armazéns, construções comerciais, etc.
· Estruturas em esqueleto, consistindo de pilares, vigas e lajes, para edificações de
alturas médias e baixas, e com um número pequeno de paredes de contraventamento
para estruturas altas. As estruturas em esqueletos são utilizadas principalmente para
construções de escritórios, escolas, hospitais, estacionamentos, etc.
· Estruturas em painéis estruturais, consistindo de componentes de painéis portantes
verticais e de painéis de lajes, as quais são usadas extensivamente para a construção de
casas e apartamentos, hotéis, escolas, etc.
· Estruturas para pisos, consistindo de vários tipos de elementos de laje montados para
formar uma estrutura do piso capaz de distribuir a carga concentrada e transferir as
forças horizontais para os sistemas de contraventamento. Os pisos pré-moldados são
muito usados em conjunto com todos os tipos de sistemas construtivos e materiais.
· Sistemas para fachadas, consistindo de painéis maciços ou painéis sanduíche, com ou
sem função estrutural. Apresentam-se em todos os tipos de formato e execuções, desde
o simples fechamento até os mais requintados painéis em concreto arquitetônico para
escritórios e fachadas importantes.
· Sistemas celulares, consistindo de células de concreto pré-moldado e, algumas vezes,
utilizados para blocos de banheiros, cozinhas, garagens, etc.
Muitos destes sistemas podem ser combinados numa mesma edificação. A seguir, serão
apresentadas diretrizes gerais para escolha de sistemas estruturais.

Sistemas Estruturais em Esqueleto e Sistemas Aporticados

Sistemas aporticados e em esqueleto consistem de elementos lineares – vigas, pilares,


de diferentes formatos e tamanhos combinados para formar o esqueleto da estrutura.
Estes sistemas são apropriados para construções que precisam de alta flexibilidade na
arquitetura. Isto ocorre pela possibilidade do uso de grandes vãos e para alcançar
espaços abertos sem a interferência de paredes. Isto é muitoimportante para construções
industriais, shopping centres, estacionamentos, centros esportivos e, também, para
construções de escritórios grandes.

O conceito da estrutura em esqueleto oferece maior liberdade no planejamento e


disposição das áreas do piso, sem obstrução de paredes portantes internas ou por um
grande número de pilares internos.
Pelo fato de que nas estruturas em esqueleto o sistema portante ser normalmente
independente dos subsistemas complementares da edificação, como os sistemas de
fechamento, sistemas hidráulicos e elétricos, etc., é fácil adaptar as edificações para
mudanças no seu uso, com novas funções e inovações técnicas.

O conceito de esqueleto também oferece uma grande liberdade para o arquiteto na


escolha do sistema de fechamento. As elementos estruturais são bem adaptáveis para
uma produção racional e processos de montagem.

Estruturas de painéis estruturais

Painéis pré-fabricados são utilizados para fechamentos internos e externos, para caixas
de elevadores, núcleos centrais, etc. Os sistemas de painéis pré-fabricados são muito
utilizados em construções residenciais, tanto para casas quanto para apartamentos. Essa
solução pode ser considerada como uma forma industrializada de paredes moldadas no
local, tijolos convencionais ou paredes de alvenaria. Os painéis pré-fabricados podem
ser portantes ou de fechamento. A superfície dos elementos é lisa nos dois
lados, e pronta para receber pintura ou papel de parede. Os sistemas de fechamento pré-
fabricados oferecem as vantagens de rapidez na construção, de acabamento liso, de
isolamento acústico e de resistência ao fogo. Sistemas modernos fazem parte das
chamadas técnicas de construções abertas, os quais significam que a arquitetura é livre
para criar o projeto de acordo com as exigências do cliente. A tendência é construir
espaços abertos livres entre as paredes portantes e usar divisórias leves para definir o
layout interno. Com essa técnica é possível mudar o projeto futuramente, sem maiores
custos.

Fachadas de concreto

Fachadas pré-fabricadas são adequadas para qualquer tipo de construção. Podem ser
executadas em diversas cores, além do concreto cinza, e podem ser projetadas como
elementos estruturais ou somente de fechamento. As fachadas que suportam carga têm
função dupla, decorativa e estrutural. Estas suportam as cargas verticais dos pavimentos
e dos painéis superiores. Os sistemas de fachadas com painéis estruturais constituem
uma solução econômica, uma vez que isto dispensa o uso de pilares nas bordas e as
vigas para apoio de pisos. Outra vantagem dos painéis estruturais o fato de que a
construção fica protegida internamente num estágio bastante inicial da obra.

As fachadas arquitetônicas de concreto são geralmente empregadas em combinação com


as estruturas de esqueleto, onde a estrutura interna é composta de pilares e vigas. Uma
tendência Os painéis não estruturais para fachadas possuem funções de fechamento e de
acabamento. São fixados na estrutura, que pode ser de concreto pré-moldado, concreto
moldado no local ou metálica.
Sistemas pré-moldados para pisos
Os elementos pré-moldados para pisos são um dos produtos pré-moldados mais antigos.
O mercado oferece uma variedade de sistemas para piso e cobertura pré-moldados, dos
quais podemos distinguir cinco tipos principais: sistemas de painéis alveolares
protendidos; sistemas de painéis com nervuras protendidas (seções T ou duplo T);
sistemas de painéis maciços de concreto; sistemas de lajes mistas;
sistemas de laje com vigotas pré-moldadas. As vantagens principais dos sistemas pré-
moldados para pavimentos são a rapidez da construção, a ausência de escoramento, a
diversidade de tipos, a alta capacidade de vencer vãos e a sua economia.

Os pisos pré-moldados são utilizados extensivamente para todos os tipos de construção,


não somente para estruturas pré-moldadas, mas também em combinação com outros
materiais, por exemplo em estruturas metálicas, de concreto moldado no local, etc. A
escolha do sistema de pavimentos varia para cada tipo de construção e de país para país,
dependendo do transporte, das facilidades de montagem, disponibilidade no mercado,
da cultura construtiva etc. A escolha do tipo mais apropriado dos elementos
para pisos é definida por um número de fatores intervenientes: disponibilidade de
mercado,disponibilidade de transporte, facilidade de montagem, custo de serviços, etc.

Os critérios mais importantes são analisados a seguir:

a) capacidade portante para o vão· Sistemas de lajes com nervuras protendidas são
bastante apropriados para grandes vãos e cargas em construções industriais, armazéns,
centros de distribuição, etc.;
· Sistemas de lajes alveolares protendidas são apropriadas para grandes vãos com cargas
moderadas, para apartamentos, escritórios, estacionamentos etc.
· Sistemas de lajes com placas pré-moldadas são utilizadas para vãos menores com
cargasmoderadas, como por exemplo, residências, apartamentos, hotéis, etc.
· sistemas de lajes com vigotas pré-moldadas são principalmente utilizados para vãos e
cargas menores, principalmente para residências.

b) Tipologias das faces inferiores dos elementos de laje


As faces inferiores dos elementos pré-fabricados para lajes de piso podem ser
nervuradas ou planas, lisas ou rugosas para revestimento, com ou sem isolamento
térmico. Os elementos com nervurasaparentes inferiores oferecem a possibilidade da
embutimento de dutos e tubos entre essas nervuras. No caso das lajes alveolares
protendidas, com faces planas, o uso combinado da protensão com as nervuras
internas possibilita uma menor altura dos painéis. Entretanto, as juntas longitudinais
aparentes entre os painéis alveolares nem sempre aceitável em construções residenciais.
Sistemas de lajes com vigotas pré-moldadas necessitam de revestimento para
acabamento. Finalmente, as lajes alveolares protendidas podem ter uma camada de
isolamento térmico na face inferior. Essa solução é muito aplicada em regiões
mais frias, onde se utiliza em residências com pisos elevados acima do solo sobre
espaços abertos.

c) Peso Próprio
O peso próprio dos elementos para piso pode variar entre menos de 100 kg, como no
caso das lajes com vigotas, para algumas toneladas, como no caso dos painéis em duplo
T para grandes vãos. Assim, a escolha do sistema para piso depende das dimensões dos
vãos no projeto e da capacidade dos equipamentos de montagem que estão disponíveis
no mercado.
d) Isolamento acústico
A propriedade acústica é um critério muito importante na escolha do tipo de piso,
especialmente em construções residenciais. A capacidade de isolamento de ruídos
propagados no ar depende da massa dos painéis por m2. Assim, os pisos de concreto
podem facilmente atender aos requisitos mínimos de desempenho para isolamento de
ruídos com propagação atmosférica. Entretanto, a situação é diferente da transmissão
para ruídos causados por impactos, onde geralmente medidas adicionais devem ser
consideradas, por exemplo no caso de mezaninos suspensos, etc.

e) Resistência ao fogo
Normalmente, os pisos pré-moldados de concreto armado ou protendido conseguem
resistir ao fogo durante 60 a 120 minutos ou mais. Assim, todos os tipos de pavimentos
de concreto podem resistir até 60 minutos, sem nenhuma medida especial. Para uma
proteção de incêndio acima de 90 minutos é necessário aumentar o recobrimento de
concreto das armaduras.

f) Custos com mão-de-obra


Nos países onde os custos da montagem são baixos, existe uma menor necessidade de se
utilizar sistemas industrializados para pisos como são os casos dos painéis em duplo T
ou dos painéis alveolares, comparados com sistemas mais tradicionais e com maior
utilização de mão-de-obra, como os lajes com vigotas pré- moldadas. No mesmo
contexto, também a rapidez na execução pode desempenhar um papel importante.

Sistemas celulares
As unidades celulares são algumas vezes utilizadas para algumas partes das construções,
como por exemplo para os banheiros, cozinhas, garagens, etc. Esse sistema é vantajoso
pois é rápido, a fabricação é industrializada até o término, e os equipamentos celulares
podem ser montados completamente na fábrica. Entretanto, estes sistemas apresentam
maiores dificuldades para transporte e menor flexibilidade arquitetônica.

Aplicação dos sistemas estruturais


A aplicação dos sistemas estruturais descritos acima em sistemas construtivos pré-
moldados está intimamente ligada à tipologia da edificação, a qual depende muito da
sua função: residências;escritórios; comércio; indústria, etc. A seguir são apresentados
os critérios utilizados para escolha do sistema mais apropriado para tipologia de
edificação.

Residências e apartamentos
Residências e edifícios de apartamentos pré-fabricados são geralmente projetados com
sistemasestruturais com painéis, onde uma parte dos painéis são estruturais e outra parte
possui apenas função de fechamento. Esses sistemas são muito utilizados nos países do
Norte Europeu. As fachadas são executadas com painéis sanduíches, com uma camada
interna estrutural, com uma camada intermediária de isolamento entre 50 a 150 mm de
espessura e com uma camada externa não portante de concreto arquitetônico.

As vantagens do sistema são a rapidez de instalação, o bom isolamento acústico e


resistência ao fogo,
onde a superfície pode estar preparada para receber pintura. As inconveniências estão
relacionadas com uma menor flexibilidade no projeto, onde é quase impossível fazer
adaptações futuras.

Soluções mais racionalizadas utilizam painéis pré-fabricados só para os fechamentos


externos entre apartamentos ou nas fachadas, assim como para os sistemas de lajes,
cobrindo toda a largura da residência ou apartamento com vãos de até 11 m. Neste caso,
as divisões internas podem ser feitas com materiais tradicionais, tais como blocos de
gesso, blocos de alvenaria etc., ou com sistemas mais industrializados como as
divisórias de gesso acartonado.

As estruturas de painéis podem ser projetadas com tipologias em paredes cruzadas


(transversais) ou com paredes de contorno. No primeiro caso, as paredes que suportam
carga pré-fabricadas são apenas fornecidas na direção perpendicular para a fachada
frontal, e a blindagem exterior pode ser executadaem concreto pré-fabricado, ou tijolos
de alvenaria tradicionais, ou qualquer outro material da fachada.

No segundo, as paredes pré-fabricadas só constituem o contorno total da construção,


mais conhecidos como paredes para fachada frontal de apartamentos.
Sistema de paredes transversais com painéis de fachada Sistema de painéis perimetrais
Figura 2.7 Edifícios de apartamentos com estruturas de paredes estruturaisOs sistemas
de lajes para pisos normalmente se estendem na direção dos maiores vãos. Para os
sistemas integrais de paredes, as lajes podem ser posicionadas em ambas as direções,
mas a solução ideal é ter todos os elementos de laje em uma direção paralela.

Os seguintes tipos de elementos de piso são utilizados:


Em residências, os critérios de projeto são empregar vãos pequenos a moderados (4 a
11m), com sobrecarga leve (± 2 kN/m2), com sistemas de lajes com as faces inferiores
planas e lisas, com elementos já acabados ou com revestimento, e resistência ao fogo de
aproximadamente 60 min. Juntas longitudinais aparentes não são muito aceitas.

Contudo, há técnicas de preenchimento das juntas, onde se consegue uma superfície


final lisa. Outros critérios para a escolha dos tipos de sistemas para pisos
são as séries de casas no mesmo contrato, o qual pode variar entre 1 até mais de 100
casas, o equipamento de montagem disponível, a presença de grandes aberturas nos
pisos, tradição construtiva, etc.

A solução mais simples para pisos é utilizar as lajes com vigotas pré-moldadas. Os
elementos são leves e fáceis de serem montados, a superfície inferior da laje é áspera e
necessita de reboco. O escoramento durante a execução depende do tipo da vigota.
Qualquer layout para o pavimento pode ser conseguido, onde a modulação não é sempre
necessária, mas desejável. Esse tipo de piso é bastante empregado no Brasil e em outros
países onde o custo da mão-de-obra é baixo na construção civil.

Pequenos elementos de lajes alveolares em concreto armado ou protendido são


provavelmente os sistemas de piso mais utilizados para residências na Europa. Essa
solução é mais industrializada que as lajes com vigota e pode ser montada com
equipamentos leves, sendo freqüentemente utilizado um caminhão com guindaste com
braço mecânico. O layout do pavimento deve ser, preferencialmente, retangular e
também há a necessidade de reboco. Não são necessários escoramentos intermediários
durante a construção.
As placas grandes para pisos em concreto armado só são empregadas para importantes
séries de casas porque é necessário o uso de equipamentos de suspensão de maior
capacidade. As placas precisam de apoio temporário para o preenchimento no local de
uma camada de concreto. a superfície inferior da laje é lisa, e o layout do pavimento não
precisa ser totalmente retangular. Aberturas para tubulações,escadas, etc. podem ser
planejados em qualquer local.

Os elementos do laje alveolar protendida de 1.20 m de largura são apenas empregados


para casas em países industrializados, com uma grande tradição em pré-fabricados. As
vantagens estão na montagem seca e rápida, mas também na capacidade de vencer
maiores vãos.
A superfície é sempre acabada com uma pintura granular (texturizada).
Em edifícios de apartamentos o volume do empreendimento é geralmente grande o
suficiente para instalar uma grua (guindaste alto), e a tipo de piso escolhido será
normalmente maior e mais pesado do que no caso de residências. O nível da carga é
moderado. Além disso, a esbeltez do piso, o tipo da superfície inferior do elemento de
laje e a rapidez da montagem são fatores com um papel importante na escolha do
sistema de piso. No caso de edifícios de apartamentos, os sistemas mais apropriados
serão as lajes alveolares protendidas e as estruturas mistas para pisos com painéis de
concreto.

Edifícios para Escritórios

Normalmente, os modernos edifícios para escritórios requerem alto grau de


flexibilidade eadaptabilidade, onde o espaço interior deve ser livre. Geralmente, os
edifícios de escritório sãoconcebidos como sistemas de estruturas com núcleos de
contraventamento. As fachadas podem ser executadas em qualquer material. As
fachadas pré-fabricadas em concreto arquitetônico podem ou não ser portadores de
carga. No caso das paredes estruturais, a solução mais clássica é o uso de painéis
sanduíche na fachada, enquanto no caso das paredes só para fechamento, emprega-se
mais os painéis maciços de concreto.

A tendência atual para edifícios de escritórios é criar grandes espaços internos com os
vãos dos pisos de até 18 a 20 m. Quando a largura total do edifício se encontra dentro
dessas dimensões, a solução mais apropriada é utilizar paredes estruturais nas fachadas,
onde os elementos de piso estão apoiados diretamente nos elementos de fachada. Para
pavimentos muito largos, o mesmo sistema é completado por uma ou mais linhas de
vigas e pilares internos. Os núcleos de contraventamento são executados com
painéis pré-moldados.As lajes alveolares protendidas compõe o sistema para piso mais
apropriado para edifícios de escritório, devido à sua grande capacidade de alcançar
grandes vãos e por permitir pisos com menores espessuras nos pavimentos. É uma
prática comum empregar um elemento de laje alveolar com 400 mm de espessura para
um vão de 17 m para uma sobrecarga de 5 kN/m2. Elementos de laje com 500 mm de
espessura permitem vãos de 21 m para a mesma sobrecarga, mas esse tipo de elemento
ainda não está disponível no mercado em qualquer lugar. A redução da altura da
construção é na verdade um parâmetro muito importante para edfícios de escritórios,
especialmente em áreas urbanas.
Para vãos menores, com até 6 m, sistemas mistos com elementos de placa também são
empregados.
Estruturas de Concreto Protendido;
Definição de protensão
A protensão pode ser definida como o artifício de introduzir, numa estrutura, um estado
prévio de tensões, de modo a melhorar sua resistência ou seu comportamento, sob ação
de diversas solicitações.
Protensão aplicada ao concreto
O artifício de protensão tem uma importância particular no caso do concreto, pelas
seguintes razões:
O concreto é um dos materiais de construção mais importantes. Os ingredientes
necessários à confecção do concreto (cimento, areia, pedra e água) são disponíveis a
baixo custo em todas as regiões habitadas da Terra.
O concreto tem boa resistência à compressão. Resistências da ordem de 200Kgf/cm2
(20MPa) a 500Kgf/cm2 (50MPa) são utilizadas nas obras.
O concreto tem pequena resistência à tração, da ordem de 10% de resistência à
compressão. Além de pequena, a resistência à tração do concreto é pouco confiável. De
fato, quando o concreto não é bem executado, a retração do mesmo pode provocar
fissuras, que eliminam a resistência à tração do concreto, antes mesmo de atuar qualquer
solicitação. Devido a essa natureza aleatória da resistência a tração do concreto, ela é
geralmente desprezada nos cálculos.
Sendo o concreto um material de propriedades tão diferentes a compressão e a tração, o
seu comportamento pode ser melhorado aplicando-se compressão prévia (isto é,
protensão) nas regiões onde as solicitações produzem tensões de tração.
A utilização de aços de elevada resistência, como armaduras de concreto armado, fica
limitada pela fissuração do concreto. De fato, como os diferentes tipos de aço têm
aproximadamente o mesmo módulo de elasticidade, o emprego de aços com tensões de
tração elevadas implica grande alongamento dos mesmos, o que, por sua vez, ocasiona
fissuras muito abertas. A abertura exagerada das fissuras reduz a proteção das
armaduras contra corrosão, e é indesejável esteticamente.
O artifício da protensão, aplicado ao concreto, consiste em introduzir na viga esforços
prévios que reduzam ou anulem as tensões de tração no concreto sob ação das
solicitações em serviço. Nessas condições minimiza-se a importância da fissuração
como condição determinante de dimensionamento da viga.
A protensão do concreto é realizada, na prática, por meio de cabos de aço de alta
resistência, tracionados e ancorados no próprio concreto. O artifício da protensão
desloca a faixa de trabalho do concreto para o âmbito das compressões, onde o material
é mais eficiente. Com a protensão, aplicam-se tensões de compressão nas partes da
seção tracionadas pelas solicitações dos carregamentos. Desse modo, pela manipulação
das tensões internas, pode-se obter a contribuição da área total da seção da viga para a
inércia da mesma.
Sob ação de cargas, uma viga protendida sofre flexão, alterando-se as tensões de
compressão aplicadas previamente. Quando a carga é retirada, a viga volta à sua posição
original e as tensões prévias são restabelecidas.
Se as tensões de tração provocadas pelas cargas forem inferiores às tensões prévias de
compressão, a seção continuará comprimida, não sofrendo fissuração.
Sob ação de cargas mais elevadas, as tensões de tração ultrapassam as tensões prévias,
de modo que o concreto fica tracionado e fissura. Retirando-se a carga, a protensão
provoca o fechamento das fissuras.
Sentido econômico de concreto protendido
As resistências de concreto, utilizadas em concreto protendido, são duas a três vezes
maiores que as utilizadas em concreto armado. Os aços utilizados nos cabos de
protensão têm resistência três a cinco vezes superiores às dos aços usuais do concreto
armado.
O sentido econômico do concreto protendido consiste no fato de que os aumentos
percentuais de preço são muito inferiores aos acréscimos de resistência utilizáveis, tanto
para o concreto como para o aço de protensão.
Vantagens técnicas do concreto protendido
Em relação ao concreto armado, o concreto protendido apresenta as seguintes
vantagens:
Reduz as tensões de tração provocadas pela flexão e pelos esforços cortantes.
Reduz a incidência de fissuras.
Reduz as quantidades necessárias de concreto e de aço, devido ao emprego eficiente de
materiais de maior resistência.
Permite vencer vãos maiores que o concreto armado convencional; para o mesmo vão,
permite reduzir a altura necessária da viga.
Facilita o emprego generalizado de pré-moldagem, uma vez que a protensão elimina a
fissuração durante o transporte das peças.
Durante a operação de protensão, o concreto e o aço são submetidos a tensões em geral
superiores às que poderão ocorrer na viga sujeita às cargas de serviço. A operação de
protensão constituído, neste caso, uma espécie de prova de carga da viga.
Uma das vantagens mais importantes do concreto protendido é a da alínea d acima. Para
ilustrá-la pode-se criar o fato de que as pontes com vigas retas de concreto armado têm
seu vão livre limitado a 30m ou 40m, enquanto as pontes com vigas protendidas já
atingiram vãos de 250m.
Pontes e Obras de Arte Correntes;
PONTES
As estruturas mistas podem ser constituídas, de um modo geral, de concreto-madeira,
concreto-aço ou aço-madeira. Um sistema de ligação entre os dois materiais deve ser
utilizado para assegurar a transferência de esforços de cisalhamento horizontal, e
também evitar o desprendimento vertical dos dois materiais. Esse sistema pode ser do
tipo rígido ou semi-rígido (flexível).
No caso da ligação rígida, a qual pode ser obtida, por exemplo, pela aplicação de um
adesivo epóxi na superfície de contato entre os dois materiais, os pequenos
deslocamentos entre as peças são impedidos. Já o outro sistema pode ser obtido por
conectores metálicos, como pregos e parafusos. O uso dos conectores metálicos
representa grande facilidade de execução da ligação dos dois materiais e é mais
econômico que o emprego de um adesivo epóxi.
O elemento de concreto que compõe a seção mista assegura a proteção da madeira
contra a ação direta da umidade e a abrasão. A importância do sistema de ligação
consiste no aumento da rigidez da seção, implicando num menor deslocamento vertical
e maior capacidade de carregamento da estrutura, em relação à estrutura somente de
madeira.
A indicação da madeira para se compor uma seção mista deve-se ao fato desse
material ser um recurso natural e renovável, possibilitando assim a aplicação de
espécies de reflorestamento, tais como o eucalipto e o pinus. A madeira pode ser
utilizada com seções brutas (toras), serradas e também seções de laminados colados.
Outra vantagem consiste no fato da madeira ser um material de fácil trabalhabilidade.
As estruturas mistas em concreto-madeira são indicadas para diversas aplicações
constituindo sistemas de forro, paredes e pisos para diversas modalidades de construção,
tais como residências, comércios e indústrias. Recentemente, na Itália, esse tipo de
estrutura tem sido empregada para restaurações de piso e forros de construções antigas.
Atualmente, elementos pré-moldados em concreto-madeira são produzidos em escala
industrial por diversos países, como Suécia, Noruega e Finlândia.
A importância das aplicações de estruturas mistas em pontes
As pontes em madeira representam uma solução menos onerosa que as pontes em
concreto. No entanto, a durabilidade da madeira nas construções quando aplicada sem
um tratamento prévio e estando exposta aos fatores ambientais (umidade, oxigênio e
temperatura) permitem o ataque biológico, e conseqüente redução da vida útil da
estrutura. A utilização de uma laje de concreto sobre as peças de madeira da
superestrutura pode prolongar em até três vezes a vida útil daquelas pontes. Todavia, é
sempre recomendável o tratamento preservante da madeira contra ataques de insetos e
microorganismos, principalmente das madeiras de reflorestamento como o eucalipto e o
pinus. As estruturas mistas em concreto-madeira representam uma solução viável na
execução de pontes de pequenos vãos tanto nas vias rurais quanto nas vias urbanas, o
que as torna um sistema construtivo de uso comum nos EUA, Canadá, Suíça e
Austrália.
Principais problemas detectados em pontes de madeira
Como resultado de uma inspeção realizada em algumas pontes de madeira de
pequeno porte na área rural e pinguelas urbanas, foram levantados problemas que
comprometem a utilização dessas estruturas. Tais problemas estão basicamente
relacionados à biodeterioração da madeira, caracterizada pelo apodrecimento dos
elementos estruturais. Tanto nas pontes quanto nas pinguelas aqui abordadas,
geralmente, foram utilizadas como longarinas, em suas superestruturas, seções de
madeira bruta (toras) não tratada. Os tabuleiros foram executados com peças de madeira
serradas (pranchas), dispostas na direção perpendicular às longarinas, ou ainda na
direção paralela às longarinas quando apoiadas sobre transversinas.
Pequenas pontes para pedestres (pinguelas)
As peças de madeira do guarda-corpo dessas estruturas, em grau de suscetibilidade,
geralmente são as primeiras a apresentar problemas de apodrecimento em razão das
pequenas dimensões de suas seções transversais, e também devido à exposição direta
das ligações com a superestrutura, fatores ambientais que propiciam o ataque por
fungos.
Nos pilares de madeira não tratada e engastados diretamente no solo, mais
especificamente na região de interface de contato com o ar, verifica-se uma drástica
redução de suas seções transversais devido ao apodrecimento da madeira.
As pranchas que constituem o piso dessas pinguelas, devido à abrasão e ao
intemperismo, também alcançam num curto tempo de uso um estado precário de
conservação. A existência de frestas no tabuleiro permite a livre passagem de água de
chuva, que alcança tanto as transversinas quanto as longarinas, ficando parte dela retida
nas regiões de contato das peças, favorecendo assim a proliferação de fungos de
podridão.
Pontes de madeira em estradas rurais
Neste tipo de construção, o tabuleiro geralmente é executado sem um sistema capaz
de proteger a madeira das ações de intempéries e/ou mecânicas. Sobre as pranchas do
tabuleiro, em geral é utilizada apenas uma camada de solo, a qual visa a sua proteção
contra o desgaste e também para reduzir os efeitos do impacto vertical sobre a ponte.
A camada de solo permite a percolação de água que alcança o tabuleiro e também as
demais peças da superestrutura da ponte. A umidade retida no solo e na madeira é o
principal fator do processo de apodrecimento das pranchas do tabuleiro e das
longarinas, e também acarreta a oxidação dos elementos metálicos utilizados nas
ligações das peças de madeira.
Problemas nas galerias de córregos e canais
Nos córregos e canais, tanto nas áreas urbanas quanto nas rurais, são muito utilizadas
as galerias com tubos de concreto, as quais representam uma solução simples e
econômica em relação às pontes em concreto armado. Porém, esse tipo de construção é
capaz de acarretar grandes problemas, principalmente nos períodos de chuva intensa.
A deposição de lixo e vegetações na entrada da galeria podem acarretar a obstrução
total das seções dos tubos de concreto, ocasionando assim inundações das áreas a
montante desse tipo de construção.
O expressivo acúmulo de água pode gerar um processo de erosão do paramento tanto
do canal quanto da galeria, bem como o deslizamento da vegetação de proteção do
talude. A saturação do aterro da estrada pode, além de desestabilizar sua base sobre o
canal, também danificar o pavimento da via, ou ainda a destruição e o arrastamento do
conjunto de obra: aterro, arrimo, tubos de concreto e pavimento.
Uma breve abordagem sobre o dimensionamento
Até o presente não existe no Brasil uma norma específica para o dimensionamento
das estruturas mistas em concreto-madeira. Dessa maneira, o projetista deve nortear-se
mediante indicações de normas internacionais para cada um dos materiais que
constituem a seção do elemento estrutural.
A homogeneização da seção transversal é usual através do método da seção
transformada. Nesse procedimento, determina-se a razão modular (nc), a qual representa
uma relação entre o módulo de deformação longitudinal do concreto (Ec)e o módulo de
elasticidade da madeira (Ew).
nc = Ec/Ew
Na verificação dos estados limites de utilização e último da estrutura (tensões
normais e tangenciais, deslocamentos verticais e ligação), quando utilizado um sistema
de ligação flexível, deve-se considerar o efeito de redução da rigidez da seção. O
parâmetro que quantifica quão flexível é o sistema de conexão, denominado de módulo
de deslizamento, deve ser obtido por ensaios de corpos-de-prova.
Através das indicações da norma alemã DIN (Deutsche Institute für Normung)
1052/73 e homogeneizando a seção transversal constituída por concreto (Ac) e madeira
(Aw), a inércia efetiva é determinada por:
Ief = Iw + ncIc + 1/(1 + k).(ncAcac2 + Awaw2)
O coeficiente k da expressão anterior é função das propriedades geométricas e
elásticas dos materiais, comprimento do elemento estrutural (l) e do espaçamento dos
conectores (s):
k = (p2s/l2K).(EcAcEwAw/EcAc + EwAw)
As distâncias ac e aw representadas na fig. 2 são obtidas, respectivamente, por:
ac = y - (hc/2)
aw = hc + (hw/2) - y
As tensões normais de flexão para o concreto na borda superior e no baricentro da
laje, considerando-se o momento de inércia efetivo e a razão modular, são obtidas
conforme as expressões:
sw2 = (M/Ief).[(aw/1 + k) + (hw/2)]
swm = (M/Ief).(aw/1 + k)
No caso da madeira, as tensões normais na fibra mais tracionada e no baricentro da
alma são calculadas, respectivamente, por:
sc1 = nc (M/Ief).[(ac/1 + k) + (hc/2)]
scm = nc (M/Ief).(ac/1 + k)
O número de conectores (N) a ser empregado na estrutura é determinado pela razão
entre o fluxo e o cisalhamento horizontal (f) e a força admissível pelo conector (F):
N > Ø/F
O fluxo de cisalhamento é proporcional ao momento estático da seção em concreto
(Sc) e à força cortante (V):
Ø = (V *Sc)/[Ief (1 +k)]
Na verificação dos deslocamentos verticais utiliza-se das expressões da resistência
dos materiais, empregando para tanto o momento de inércia efetivo (Ief). Ao projetista
cabe cuidar de detalhes que irão assegurar à estrutura uma vida útil prolongada. É de
fundamental importância impedir a presença de água tanto na madeira quanto no
sistema de ligação, o que pode ser evitado através de pingadeiras e dispositivos de
proteção. Com relação ao concreto, é inadmissível a presença de fissuras ou fendas, o
que comprometeria o comportamento da estrutura mista.
A estrutura mista como solução para os casos apresentados
Conhecidos os reais problemas relacionados à exposição da madeira às intempéries,
busca-se então, indicar a aplicação de estruturas mistas na execução de pontes,
passarelas e pinguelas, bem como nas restaurações daquelas construções em madeira
parcialmente deterioradas que ainda se encontram em condições de utilização. Neste
contexto, diversas pontes em madeira foram reformadas na Austrália, por exemplo, as
quais, após receberem uma laje de concreto sobre seus tabuleiros, possuem uma maior
capacidade de carregamento e é assegurada uma maior vida útil a essas estruturas.
A utilização de uma laje de concreto como tabuleiro de pontes e pinguelas representa
uma solução para proteção contra a biodeterioração da madeira. Se, por um lado, o
emprego da laje em concreto representa um aumento do peso próprio da estrutura da
ponte existente, por outro lado, ao utilizar-se de um sistema de conexão entre a madeira
e o concreto, obtém-se uma superestrutura com seções mais rígidas de maior capacidade
de carga.
Em pinguelas, torna-se possível a eliminação de pilares, necessitando-se então de
apenas encontros que são executados fora da calha do canal.
Para as estradas, sobre canais, o emprego de estruturas mistas em concreto-madeira
representa uma forma de simples execução, e sem dúvida mais econômica que as
pequenas pontes em concreto armado. Em relação ao sistema de galerias
convencionalmente executado com tubos de concreto, pode-se destacar a vantagem da
seção transversal do canal permanecer totalmente livre para o escoamento d'água,
evitando-se assim os riscos expostos anteriormente.
Enfim, tendo em vista o grande número de pontes de madeira, principalmente nas
áreas rurais, e passarelas nas áreas urbanas, e conhecido o estado de degradação do
material quando exposto diretamente às intempéries, abre-se, deste modo, um grande
potencial para a aplicação de estruturas mistas em concreto-madeira.
Segurança e Manutenção de Edificações;
A manutenção de edificações é um tema cuja importância tem crescido no setor da
construção civil, superando, gradualmente, a cultura de se pensar o processo de
construção limitado até o momento quando a edificação é entregue e entra em uso.
As edificações são suporte físico para a realização direta ou indireta de todas atividades
produtivas, e possuem portanto, um valor social fundamental.
Todavia, as edificações apresentam uma característica que as diferencia de outros
produtos: elas são construídas para atender seus usuários durante muitos anos, e ao
longo deste tempo de serviço devem apresentar condições adequadas ao uso que se
destinam, resistindo aos agentes ambientais e de uso que alteram suas propriedades
técnicas iniciais.
É inviável sob o ponto de vista econômico e inaceitável sob o ponto de vista ambiental
considerar as edificações como produtos descartáveis, passíveis da simples substituição
por novas construções quando os requisitos de desempenho atingem níveis inferiores
àqueles exigidos pelas normas ABNT NBR 15575.

3 Definições
Para os efeitos desta Norma aplicam-se as seguintes definições, e as constantes da
ABNT NBR 14037 e ABNT NBR 15575-1:

3.1 Edificação
Produto constituído pelo conjunto de sistemas, elementos ou componentes estabelecidos
e integrados em conformidade com os princípios e técnicas da engenharia e da
arquitetura

3.2 Serviço de manutenção


Intervenção realizada sobre a edificação e seus sistemas, elementos ou componentes
constituintes.

3.3 Sistema de manutenção


Conjunto de procedimentos organizado para gerenciar os serviços de manutenção

3.4 Previsão orçamentária


Documento elaborado da estimativa do custo para a realização do programa dos
serviços de manutenção.

3.5 Verificação
Constatação de determinado fato e condição relativa a um objeto, realizada por
profissional capacitado ou habilitado.
NOTAS
Em função da magnitude ou complexidade do fato e condições constatados a verificação
pode evoluir para um estudo mais aprofundado.

3.6 Urgência
Velocidade com a qual o serviço deve ser resolvido

3.7 Gravidade
Indicador do grau de interrupção de não dispor do serviço

4 Requisitos para um sistema da manutenção


4.1 Organização
4.1.1 A organização do sistema de manutenção deve levar em consideração as
características das edificações, tais como:
a) tipo de uso das edificações;
b) tamanho e complexidade funcional das edificações;
c) número e dispersão topográfica das edificações; e
d) relações especiais de vizinhança e implicações de entorno
4.1.2 O sistema de manutenção deve ser orientado por um conjunto de diretrizes que
estabeleçam:
a) padrões de operação a fim de assegurar a preservação do desempenho previsto
em projeto e do valor das edificações ao longo do tempo;
b) fluxo de informações, entre os diversos intervenientes do sistema, incluindo
formas de comunicação entre o proprietário e os usuários, ou entre os
proprietários e os condôminos; e
c) incumbências e autonomia de decisão dos intervenientes.
4.1.3 Recomenda-se que os indicadores de eficiência da gestão do sistema da
manutenção sejam periodicamente avaliados e estabelecidos de forma a contemplar, por
exemplo, alguns dos seguintes parâmetros:
a) Atendimento ao desempenho mínimo das edificações mencionado nas
ABNT NBR15575-1 a ABNT NBR 15575-6.
b) Prazo acordado entre a observação da não-conformidade e a conclusão
de serviço de manutenção;
c) Tempo médio de resposta às solicitações dos usuários e intervenções de
emergência;
d) Satisfação dos usuários da edificação;
e) Cumprimento dos preceitos legais, regulamentos e normas aplicáveis;
f) Periodicidade das verificações efetivas vis-a-vis com as estabelecidas no
manual de operação, uso e manutenção
g) Balanço entre os recursos disponíveis e os recursos necessários para a
realização dos serviços de manutenção.
NOTA: Dependendo do empreendimento outros parâmetros podem ser utilizados.
4.1.4 Na organização do sistema de manutenção deve ser prevista infra-estrutura
material, financeira e de recursos humanos, capaz de atender os diferentes tipos de
manutenção necessários, a saber:
a) manutenção rotineira, caracterizada por um fluxo constante de serviços simples
e padronizados, para os quais somente são necessários equipamentos, materiais e
pessoal permanentemente disponíveis nas edificações;
b) manutenção corretiva, caracterizada por serviços que demandam ação ou
intervenção imediato a fim de permitir a continuidade do uso dos sistemas,
elementos ou componentes das edificações, ou evitar graves riscos ou prejuízos
pessoais e/ou patrimoniais aos seus usuários ou proprietários; e
c) manutenção preventiva, caracterizada por serviços cuja realização é programada
com antecedência, priorizando as solicitações dos usuários, estimativas da
durabilidade esperada dos sistemas, elementos ou componentes das edificações
em uso, gravidade e urgência, e relatórios de verificações periódicas sobre o seu
estado de degradação;

4.1.5 O sistema de manutenção deve promover a realização coordenada dos diferentes


tipos de manutenção das edificações, procurando minimizar a ocorrência de serviços de
manutenção corretiva.
4.1.6 Os recursos humanos envolvidos nos serviços de manutenção devem receber
treinamento específico quando não realizados por empresas especializadas ou
profissionais qualificados.

4.2 Coleta de dados – Verificações


4.2.1 As verificações devem ser feitas atendendo os intervalos constantes da ABNT
NBR 14037.
4.2.2 As verificações devem ser elaboradas e ordenadas por meio de modelos – ver
Anexo B desta Norma - elaborados de forma a facilitar os registros e sua recuperação
considerando:
a) um roteiro lógico de verificações dos sistemas, subsistemas, elementos e
componentes da edificação;
b) os equipamentos imprescindíveis da edificação;
c) as formas de manifestação esperadas da degradação dos sistemas, subsistemas,
elementos ou componentes da edificação;
d) as solicitações e reclamações dos usuários.

4.2.3 Os relatórios das verificações devem:


a) descrever a degradação de cada sistema, subsistema, elemento ou componente
da edificação;
b) apreciar ou estimar a perda do seu desempenho;
c) recomendar ações para minimizar os serviços de manutenção corretiva e
preventiva;
d) ser preditivos
NOTA: Anunciar com antecedência o que vai ou pode acontecer, prognóstico.

4.3 Programa de manutenção


4.3.1 O programa consiste na determinação das atividades essenciais de manutenção,
sua periodicidade, os responsáveis pela execução, os documentos de referência e os
recursos necessários, todos referidos individualmente aos sistemas, e quando aplicável
aos elementos e componentes.
4.3.2 O programa de manutenção deve considerar:
a) durabilidade esperada dos sistemas, e quando aplicável aos elementos e
componentes, devendo atender à ABNT NBR 15575-1;
b) relatórios das verificações, constando comparativos entre as metas previstas
versus metas efetivas tanto físicas como financeiras;
c) relatórios das verificações constando as não-conformidades encontradas;
d) relatórios das verificações sobre as ações corretivas e preventivas;
e) solicitações e reclamações dos usuários;
f) registros das lições aprendidas;
g) rastreabilidade dos serviços;
h) restrições climáticas e ambientais;
i) escala de prioridades entre os diversos serviços; e
j) previsão financeira

4.3.3 O programa deve pelo menos conter uma sistematização ou estrutura que
contemple:
a) designação do sistema, e quando aplicável aos elementos e componentes;
b) descrição da atividade;
d) periodicidade em função de cada sistema, e quando aplicável aos elementos e
componentes;
e) identificação do responsável;
d) documentação referencial e formas de comprovação; e
e) custo.
4.3.4 A periodicidade é variável em função de cada sistema, e quando aplicável aos
elementos e componentes.
O Anexo A contém modelo de indicações de séries temporais para a periodicidade.
4.3.5 Esta Norma apresenta modelos de sistematização das atividades de manutenção a
serem realizadas, e que são normalmente citadas no Manual do Proprietário e no
Manual das Áreas Comuns entregues ao proprietário, atendendo à ABNT NBR 14037.
4.3.6 Os modelos descritos em 4.3.4 devem ser adaptados para cada edificação.
4.3 7 O Anexo A desta Norma apresenta exemplos de modelos – não restritivos – para a
elaboração do programa de manutenção preventiva, a saber:
a) em A.2.1 Periodicidade das verificações para o primeiro ano;
b) em A.2.2 Periodicidades das verificações bi-anual, trienal e qüinqüenal:
c) em A.2.3 Periodicidades a serem estabelecidas conforme o empreendimento,
e especificada pelo fabricante do sistema ou do sub-sistema.

5 Requisitos para o planejamento anual das atividades


5.1 Considerações
O planejamento anual dos serviços de manutenção deve ser estabelecido de forma a
considerar:
a) disponibilidade de recursos humanos;
b) disponibilidade de recursos financeiros;
c) redução da necessidade de sucessivas intervenções;
d) seqüência racional e duração das atividades;
e) cronograma físico x financeiro;
f) necessidades de haver desenhos, incluindo seus detalhes;
g) procedimentos de execução, ou referencia às normas técnicas;
h) especificações detalhadas dos insumos e materiais;
i) manutenibilidade;
j) dispositivos de sinalização e proteção dos usuários;
k) instruções em caso de imprevistos;
l) prever acessos seguros a todos os locais da edificação onde sejam realizadas
verificações e atividades de manutenção
m) minimizar a interferência nas condições de uso normal da edificação durante a
sua execução

5.3 Previsão orçamentária anual


O sistema de manutenção deve possuir mecanismos capazes de prever os recursos
financeiros necessários para a realização dos serviços de manutenção em período futuro
definido.
As previsões orçamentárias devem incluir uma reserva de recursos destinada à
realização de serviços de manutenção corretiva.
As previsões orçamentárias devem ser flexíveis, de modo a assimilar uma margem de
erro em estimativas físicas, de custos e de índices inflacionários.
As previsões orçamentais devem ser elaboradas considerando:
a) as condições dos sistemas, dos subsistemas, dos elementos e dos componentes
da edificação, demonstradas no relatório de verificação e nas solicitações dos
usuários;
b) os riscos decorrentes da não realização dos serviços de manutenção no prazo
previsto; e
c) os recursos disponíveis; e
d) a urgência, a gravidade e idade da edificação, principalmente quando envolvem
risco, saúde e segurança
As previsões orçamentárias devem expressar claramente a relação custo e benefício dos
serviços de manutenção, e constar em ata as deliberações sobre a realização ou não
destas intervenções.

6 Requisitos para o processo de controle


6.1 Orçamento e contratação dos serviços de manutenção
6.1.1 Os orçamentos dos serviços de manutenção devem ser discriminados devendo
conter pelo menos os seguintes itens:
a) dados do cliente;
b) escopo dos serviços ou objeto;
c) descrição de cada atividade ou lista de verificações
d) especificações técnicas, desenhos, cálculos ou projetos;
e) lista dos equipamentos e EPI´s utilizados;
f) condições comerciais, valor e forma de pagamento, validade da proposta;
g cronograma físico-financeiro ou prazos;
h) procedimento executivo adotado;
i) verificações e controles de execução adotados;
j) periodicidade dos serviços;
k) incumbências de cada parte;
k) responsabilidades; e
m) garantias

6.1.2 A contratação de serviços de terceiros pode ser feita com base em:
a) preço fixo para determinado serviço claramente discriminado;
b) preço unitário, em que a empresa contratada recebe pelos serviços
efetivamente realizados, tendo como base um preço unitário previamente
pactuado;
c) contrato global por período determinado, com preço previamente
estabelecido, em que o contratado assume a responsabilidade pela manutenção
de uma edificação ou equipamento em funcionamento;
d) por administração, onde a empresa contratada é ressarcida das despesas de
mão-de-obra, materiais e equipamentos necessários para a realização dos
serviços de manutenção e remunerada por uma porcentagem sobre o total das
despesas realizadas.
6.1.3 Para a avaliação das propostas deve-se observar:
a) qualificação da empresa ou profissional em termos de capacidade técnica,
recursos humanos e equipamentos necessários ao desenvolvimento dos serviços;
b) experiência da empresa ou profissional na área, incluindo a menção de outros
serviços em andamento ou já concluídos;
c) referencias formais de outros clientes;
d) proposta técnica apresentada, incluindo atendimento a esta Norma;
e) preço, prazo para a execução, condições de pagamento, cronograma físico-
financeiro com base no contrato; e
f) habilitação jurídica, regularidade fiscal, idoneidade e capacidade financeira da
empresa ou profissional, avaliada em relação ao porte de serviço contratado

6.2 Acompanhamento da execução


6.2.1 Antes do início dos serviços o executante deve providenciar:
a) dispositivos especiais que assegurem condições necessárias à realização segura
dos serviços de manutenção;
b) dispositivos que protejam os usuários das edificações de eventuais danos ou
prejuízos decorrentes da execução dos serviços de manutenção;
c) delimitações, informações e sinalização de advertência aos usuários sobre
eventuais riscos.
6.2.2 Durante a realização dos serviços de manutenção todos os sistemas de segurança
da edificação devem permanecer em funcionamento, ou se for o caso prever sistemas de
reserva.
6.2.3 Não é permitida a obstrução, mesmo que temporária, das saídas de emergência.
6.2.4 A execução deve seguir o cronograma físico-financeiro planejado condicionando-
se a execução de uma nova etapa à aprovação da etapa anterior.
6.2.5 Caso os serviços resultem em mudança de características da edificação
tecnicamente permitidas, o memorial descritivo, as especificações, os respectivos
projetos e o manual de operação, uso e manutenção da edificação devem ser
atualizados.
6.2.6 Durante a realização dos serviços devem ser estabelecidos controles a fim de
assegurarem a terminalidade.

7 Requisitos para a documentação


7.1 Generalidades
A estrutura de documentação e registro de informações deve ser concebida para
propiciar evidências do sistema de gestão da manutenção, economia na realização dos
serviços de manutenção, reduzir a incerteza no planejamento, projeto e execução dos
serviços de manutenção e auxiliar no programa e no planejamento de serviços futuros,

A documentação do sistema de gestão da manutenção deve incluir:


a) manual de operação, uso e manutenção das edificações conforme ABNT NBR
14037 e Manual dos fornecedores dos equipamentos;
b) o programa da manutenção;
c) o planejamento da manutenção contendo o previsto e o efetivo, tanto do ponto
de vista cronológico quanto financeiro
d) os contratos firmados;
e) mapa de cotação dos preços dos serviços;
f) normas técnicas, catálogos, manuais dos projetos, desenhos, procedimentos
executivos dos serviços de manutenção e propostas técnicas;
g) relatório de verificação;
h) diário de obra;
i) os documentos mencionados no Anexo A da ABNT NBR 14037, em que
devem constar a qualificação do responsável e os comprovantes da renovação;
j) registros de serviços de manutenção realizados requeridos por esta Norma -
conforme Anexo B.
k) ata das reuniões do condomínio em que assuntos afetos à manutenção
constarem da ordem do dia ou da agenda.

7.2 Registros
Devem ser mantidos legíveis e disponíveis para prover evidências da efetiva
implementação do programa de manutenção, do planejamento, das verificações e da
efetiva comprovação da realização das manutenções.
Recomenda-se que para cada registro haja local em que deve constar:
a) sua identificação;
b) as funções responsáveis pela coleta dos dados que compõe o registro;
c) estabelecimento da forma de arquivamento do registro;
d) estabelecimento do período de tempo pelo qual o registro deve ficar
armazenado assegurando sua integridade;

Os registros devem demonstrar custos, tempo de execução de cada serviço e


conter anotações da efetiva execução e dados que possibilitem tomar ações
futuras.

As atas das reuniões de condomínio devem ser consideradas como registros que
evidenciam toda sorte de eventos referentes ao sistema da gestão da manutenção

Devem ser considerados registros as Notas Fiscais, contratos, certificados, termos


de garantia e demais comprovantes da realização dos serviços ou da capacidade
técnica das empresas ou profissionais para execução dos mesmos.

Esta Norma recomenda para a organização e a coleta dos dados a utilização de um “


Livro de Registro da Manutenção” , onde devem estar indicados os serviços de
manutenção preventiva, corretiva, alterações realizadas conforme Anexo C.
7.3 Fluxo da documentação
O condomínio deve dispor de um fluxo, escrito e aprovado, de documentação.
Esta norma recomenda que sejam seguidas as fases indicadas na Tabela 1.
As deliberações referentes à documentação mencionada na Tabela 1 deve constar em ata
do condomínio.
Tabela 1 – Fluxo da documentação

Manual de Operação,
Uso e Manutenção

Planejamento
Programa da
da Arquivo
Manutenção
Manutenção

Propostas Mapa de
Contratos
Técnicas Cotação

Registros de
Controles

Diário de Obra
da
Arquivo Execução
Relatórios de
Inspeção

7.4 Arquivo
Toda a documentação dos serviços de manutenção executados deve ser arquivada como
parte integrante do manual de operação, uso e manutenção da edificação, ficando sob a
guarda do proprietário, síndico e/ou da administradora do condomínio.

Toda esta documentação deve estar disponível ao construtor/incorporador quando


solicitado.
Quando houver troca do responsável pela guarda da documentação estes devem ser
entregues formalmente ao sucessor.

7.5 Indicadores gerenciais


O sistema de manutenção pode dispor de indicadores de eficiência da gestão do sistema
de manutenção com a finalidade de mensurar, por exemplo:
a) a relação entre custo e tempo estimados e efetivamente realizados;
b) a taxa de sucesso das intervenções, medida pela incidência de retrabalho
necessário;
c) a relação ao logo do tempo do custo-benefício geradas pelas manutenções
d) a manutenibilidade do valor da edificação ao longo de sua vida útil, em
função do resultado do sistema de manutenção.

8 Incumbências ou encargos
8.1 O proprietário de uma edificação, o síndico, a administradora e a empresa
responsável pela sua manutenção, devem atender a esta Norma, às normas técnicas
aplicáveis e ao manual de operação, uso e manutenção da edificação.

8.2 O proprietário de uma edificação, o síndico, ou a administradora devem fazer


cumprir e prover os recursos para o Programa de manutenção preventiva das áreas
comuns.

8.3 O construtor ou incorporador deve entregar ao proprietário do imóvel o manual de


operação, uso e manutenção da edificação que atende à ABNT NBR 14 037.

8.4 No caso de propriedade condominial, os condôminos, respondem pela manutenção


das partes autônomas individualizadas e pelo conjunto da edificação de forma a atender
ao manual de operação, uso e manutenção de sua edificação.

8.5 O proprietário ou os condôminos podem delegar a gestão da manutenção da


edificação à empresa ou profissional legalmente habilitado.

8.6 A empresa ou profissional deve assumir a incumbência técnica pelo sistema de


manutenção da edificação ficando sob sua incumbência:
a) Assessorar o proprietário ou condôminos nas decisões que envolvam a
manutenção da edificação, inclusive no sistema da manutenção e planejamento
anual das atividades, conforme indicado em 4 e 5;
b) Providenciar e manter atualizados os documentos e registros da edificação,
fornecer documentos que comprovem a realização dos serviços de manutenção,
tais como contratos, notas fiscais, garantias, certificados, etc.
c) Realizar as verificações na edificação e orientá-las ;
d) Preparar previsões orçamentárias;
e) Implementar os planos de manutenção;
f) Adaptar o programa modelo disposto no Anexo A desta Norma à edificação;
g) Realizar ou supervisionar a elaboração de projetos e a programação dos serviços
de manutenção;
h) Realizar os serviços de acordo com as normas técnicas brasileiras, projetos e
orientações do manual de operação, uso e manutenção da edificação que atende
à ABNT NBR 14 037.
i) Orçar os serviços de manutenção;
j) Realizar ou assessorar o proprietário ou os condôminos na contratação de
serviços de terceiros para a realização da manutenção da edificação, quando for
o caso;
k) Supervisionar a execução dos serviços de manutenção;
l) Estabelecer e implementar um sistema de gestão dos serviços de manutenção,
conforme esta Norma;
m) Orientar os usuários sobre o uso adequado da edificação em conformidade com
o estabelecido nas normas técnicas e no manual de operação, uso e manutenção
da edificação;
n) Assessorar o proprietário ou os condôminos naquelas situações emergenciais.
Anexo A
(informativo)

Modelo para a elaboração do programa de manutenção preventiva


A.1 Introdução
Este Anexo apresenta exemplos de modelo - não restritivos – para a elaboração do
programa de manutenção preventiva
Os modelos descritos em A.2.1, A.2.2 e A.2.3 encampam periodicidade relativa ao
primeiro ano, aos primeiros cinco anos (bi-anual, trienal e qüinqüenal) e que devem ser
estendidas para os demais anos, bem como as periodicidades a serem estabelecidas
conforme o empreendimento.
As séries temporais indicadas são largamente usadas no setor

A.2 Modelos
A.2.1 Periodicidade mínima das verificações para o primeiro ano

Elemento/ Atividad Periodicid


Sistema Responsável Documentos
Componente e ade

a cada semana

Equipe de
Manutenção
Equipament Sauna Úmida Fazer a drenagem de Local
os água no equipamento
industrializa
dos

Verificar nível de
óleo, entradas e saídas
Equipament Grupo de ventilação Equipe de
os Gerador desobstruídas, local Manutenção
industrializa isolado, sempre após Local
dos o uso do equipamento

a cada 15 dias

Instalações Hidráulicas / Bombas de água Equipe de


Louças /Metais / Bombas limpa e de água Manutenção
servida:alternar a Local
chave no painel
elétrico para utilizá-
las as em sistema
rodízio

Iluminação de
emergência
Equipament Efetuar teste de Equipe de
os funcionamento dos Manutenção
industrializa sistemas por quinze Local
dos minutos

Equipament Grupo Fazer teste de Equipe de


os Gerador funcionamento dos Manutenção
industrializa sistemas por quinze Local
dos minutos

a cada mês

Jardim Manutenção geral Empresa Contrato com


Especializada Empresa
Especializada

Equipament Pressurização Deverão ser Equipe de


os de escada alternados os Manutenção
industrializa ventiladores através Local
dos de chave comutadora,
para que não haja
desgaste.

Equipament Pressurização Efetuar a manutenção Empresa Relatório da


os de escada preventiva dos especializada Empresa
industrializa ventiladores e do Especializada
dos gerador

Equipament Banheira de Ligar o motor Equipe de


os Hidromassage Manutenção
industrializa m / Spa Local
dos

/ continua
continuação

Elemento/ Ativida Periodicid


Sistema Responsável Documentos
Componente de ade

a cada mês

Equipament Ar Manutenção Empresa Contrato e


os Condicionado recomendada pelo Especializada Relatório da
industrializa fabricante e Empresa
dos atendimento à Especializada
resolução 176 do
ministério da Saúde e
à norma NBR 13971

Equipament Iluminação de Para Blocos Equipe de


os emergência autônomos e Manutenção
industrializa Módulos. Efetuar Local
dos teste de
funcionamento do
sistema por mais de
uma hora

Equipament Automação de Manutenção Geral Empresa Contrato e


os portões dos sistemas. Especializada Relatório da
industrializa Empresa
dos Especializada

Revestiment Pedras Enceramento de Equipe de


os de naturais peças polidas (ex.: Manutenção
parede/ piso (mármore, pisos, bancadas de Local
e teto granito e granito, etc), e se de
outros) alto tráfego
semanalmente ou
diariamente

Instalações Hidráulicas / Limpeza dos ralos e Equipe de


Louças /Metais / Bombas grelhas das águas Manutenção
pluviais e calhas; e Local
diariamente em época
de chuvas intensas

a cada 2 meses

Instalações Hidráulicas / Bomba de Equipe de


Louças /Metais / Bombas incêndio:Testar seu Manutenção
funcionamento Local

Equipament Gerador de Limpar e regular Empresa


os sistemas de
industrializa água quente queimadores Especializada
dos

Equipament Gerador de Limpar os filtros de Equipe de


os água quente água Manutenção
industrializa Local
dos

Equipament Iluminação Para Unidades Equipe de


os de Centrais. Verificar Manutenção
industrializa emergência fusíveis, led de carga Local
dos da bateria selada, nível
de eletrólito da bateria
comum

Jardim Verificar vegetação Equipe de Manutenção Local e/ou


próxima à quadra Empresa Especializada

a cada 3 meses

Equipament Porta corta Aplicar óleo Equipe de


os fogo lubrificante nas Manutenção
industrializa dobradiças e Local
dos maçanetas

Esquadrias de Alumínio Limpeza da persiana Equipe de Contrato e


de enrolar Manutenção Relatório da
Local Empresa
Especializada

Esquadrias de Alumínio Limpeza dos orifícios Equipe de Contrato e


dos trilhos inferiores Manutenção Relatório da
Local Empresa
Especializada

Esquadrias de Alumínio Limpeza geral Equipe de Contrato e


esquadria (zona Manutenção Relatório da
marítima ou Local Empresa
industrial) Especializada

Instalações Hidráulicas / Verificar as caixas de Equipe de


Louças /Metais / Bombas esgoto e águas Manutenção
pluviais Local

Equipament Banheira de Limpeza da Equipe de


os Hidromassage Tubulação Manutenção
industrializa m / SPA Local
dos

a cada 4 meses

Sistema de Dados- Efetuar serviços de Empresa Contrato e


informática- Relatório da
automação Voz- operação especializada Empresa
Telefonia- Especializada
vídeo-TV

/ continua
continuação

Elemento/ Atividad Periodicid


Sistema Responsável Documentos
Componente e ade

a cada 6 meses

Equipament Circuito Verificação no Empresa Contrato e


os Fechado de sistema instalado. Especializada Relatório da
industrializa TV Empresa
dos Especializada

Equipament Gerador de Drenar o depósito de Equipe de


os água quente água quente; Manutenção
industrializa Local
dos

Instalações Hidráulicas / Acionar as tubulações Equipe de


Louças /Metais / Bombas que não são Manutenção
constantemente Local
usadas (ladrão),

Desratização e Aplicação de produtos Contrato e


Desinsetização químicos Certificado da
Empresa
Especializada

Instalações Hidráulicas / Limpar e verificar Equipe de


Louças /Metais / Bombas regulagem do Manutenção
mecanismo de Local
descarga

Instalações Hidráulicas / Limpar os aeradores Equipe de


Louças /Metais / Bombas (bicos removíveis). Manutenção
Local

Instalações Hidráulicas / Manutenção de Empresa Contrato e


Louças /Metais / Bombas Bombas de Recalque Especializada Relatório da
– água potável, Empresa
incêndio, esgoto e Especializada
águas pluviais

Sistemas de combate a Manutenção a fim de Empresa Contrato e


incêndio (splinkers, etc) e assegurar a Especializada Relatório da
seus componentes operacionalidade do Empresa
industrializados (bombas, sistema e Especializada
válvulas de fluxo, componentes
detectores de fumaça

Instalações Hidráulicas / Testar abertura e Equipe de


Louças /Metais / Bombas fechamento dos Manutenção
registros dos sub Local
solos e cobertura
(barrilete)

Instalações Quadro de Testar os disjuntores Equipe de


Elétricas Distribuição Manutenção
de Circuitos Local

Play ground Verificar integridade Equipe de


dos brinquedos, Manutenção
encaixes e apertos dos Local e/ou
parafusos Empresa
Especializada

Revestiment Deck de Verificar os Equipe de


os de madeira elementos de fixação Manutenção
parede/ piso Local
e teto

Instalações Hidráulicas / Verificar os ralos e Equipe de


Louças /Metais / Bombas sifões das louças, Manutenção
tanques e pias. Local

Instalações Hidráulicas / Verificar Equipe de


Louças /Metais / Bombas funcionamento das Manutenção
bombas submersas, e Local
semanalmente nas
épocas de chuva

Instalações Hidráulicas / Limpeza dos Empresa Certificado e


Louças /Metais / Bombas reservatórios (inferior Especializada Atestado de
e superior) Potabilidade da
Água emitido
por Empresa
Especializada
A.2.2 Periodicidades mínimas das verificações bi-anual, trienal e qüinqüenal

Elemento/ Periodicid
Sistema Atividade Responsável
Componente ade

a cada ano

Estrutural Lajes, vigas e Verificação da Empresa Contrato e Relatório da


pilares integridade especializa Empresa Especializada
estrutural conforme da
ABNT NBR 15575-
2 conforme seções
de 3.1 a 3.10

Equipament Porta corta Efetuar a regulagem Empresa Contrato e Relatório da


os fogo das portas especializa Empresa Especializada
industrializa da
dos

Equipament Gerador de Verificação Empresa Contrato / Relatório


os água quente completa do sistema Especializ Técnico acompanhado
industrializa ada da respectiva ART
dos

Equipament Sistemas de Verificação Visual Empresa Contrato e Relatório de


os proteção contra Especializ Empresa Especializada
industrializa descargas ada
dos atmosféricas

Impermeabilização Inspecionar a Equipe de


camada drenante do Manutenç
jardim, verificando ão Local
se não há obstrução
na tubulação e
entupimento dos
ralos;

Impermeabilização Inspecionar e refazer Equipe de


onde necessário os Manutenç
rejuntamentos dos ão Local
pisos, paredes,
soleiras, ralos e
peças sanitárias.

Revestiment Azulejo/ Lavagem da Empresa Contrato Empresa


os de Cerâmica/ fachada, muros, especializa Especializada
parede/ piso Pastilha áreas externas da
e teto
Equipament Gerador de Lavar internamente Empresa
os água quente os depósitos de água Especializ
industrializa quente ada
dos

Instalações Hidráulicas / Limpar o crivo do Equipe de


Louças /Metais / Bombas chuveiro Manutenç
ão Local

Equipament Gerador de Limpeza das Empresa


os água quente chaminés Especializ
industrializa ada
dos

Esquadrias de Alumínio Limpeza geral Equipe de Contrato e Relatório da


esquadria (zona Manutenç Empresa Especializada
urbana ou rural) ão Local

Equipament Sistema de Manutenção Empresa Contrato e Relatório da


os segurança, recomendada pelo Especializ Empresa Especializada
industrializa fabricante ada
dos

Sistemas de Dados – Manutenção Empresa Contrato e Relatório da


Automação informática – recomendada pelo Especializ Empresa Especializada
Voz – fabricante ada
Telefonia –
Vídeo –
Televisão

Esquadrias de Alumínio Reapertar parafusos Equipe de Contrato e Relatório da


aparentes dos fechos Manutenç Empresa Especializada
ão Local

Instalações Quadro de Reapertar todas as Equipe de


Elétricas Distribuição de conexões Manutenç
Circuitos ão Local

Equipamentos de Incêndio Recarga de Contrato e Certificado


Extintores Empresa Especializada

Equipament Banheira de Refazer o Equipe de


os Hidromassage rejuntamento das Manutenç
industrializa m / Spa bordas ão Local
dos

Esquadrias de Alumínio Regulagem do freio Empresa Contrato e Relatório da


Especializ Empresa Especializada
ada
/continua

continuação

Sistema Elemento/ Atividade Responsá Documentos


vel
Componente

a cada ano

Esquadrias de Ferro Repintar as Empresa


esquadrias especializa
da

Revestiment Paredes e Tetos Repintar os forros Empresa Contrato Empresa


os de Internos dos banheiros Especializ Especializada
parede/ piso revestidos de ada
e teto Argamassa/
Gesso liso/ ou
executado com
componentes
de Gesso
Acartonado
(Dry-Wall)

Pintura / verniz (interna/ Repintar os forros Empresa Contrato Empresa


externa) dos banheiros Especializ Especializada
ada

Forros Gesso Repintar os forros Empresa Contrato com


dos banheiros especializa Empresa Especializada
da

Instalações Hidráulicas / Trocar os vedantes Equipe de


Louças /Metais / Bombas (courinhos) das Manutenç
torneiras, ão Local
misturadores de
lavatório e de bidê e
registros de pressão

Revestiment Paredes Verificar a Equipe de


os de externas/ calafetação de rufos, Manutenç
parede/ piso fachada fixação de para ão Local
e teto raios, antenas e
elementos
decorativos

Revestiment Piso Verificar as juntas Equipe de


os de Cimentado, de dilatação, e Manutenç
parede/ piso Piso Acabado preencher com ão Local
e teto em Concreto, mastique quando
Contrapiso necessário.

Instalações Hidráulicas / Verificar as Equipe de


Louças /Metais / Bombas tubulações de Manutenç
captação de água do ão Local
jardim para detectar
a presença de raízes
que possam destruir
ou entupir as
tubulações;

Esquadrias de Ferro Verificar o Equipe de


desempenho da Manutenç
vedação e fixação ão Local
dos vidros

Vidros Verificar o Equipe de


desempenho da Manutenç
vedação e fixação ão Local
nos caixilhos

Instalações Hidráulicas / Verificar, anéis Equipe de


Louças /Metais / Bombas o´ring dos registros Manutenç
de pressão, ão Local
misturador de
lavatório e de bidê

Vidros Vidros Temperados: Empresa Contrato Empresa


Inspeçionar o Especializ Especializada
funcionamento do ada
sistema de molas e
dobradiças e
verificar a
necessidade de
lubrificação.

Quadra Poliesportiva Equipamentos: Empresa Contrato Empresa


Pintar os especializa Especializada
equipamentos da

Play ground Pintura dos Equipe de Contrato com Empresa


brinquedos Manutenç Especializada
ão Local
e/ou
Empresa
Especializ
ada

Revestiment Deck de Remover o verniz Empresa Contrato Empresa


os de existente com o uso especializa
parede/ piso madeira de removedor, lixar da Especializada
e teto e envernizar
novamente

Revestiment Rejuntamento e Verificar e Empresa Contrato Empresa


os de Tratamento de completar o especializa Especializada
parede/ piso Juntas rejuntamento nas da
e teto juntas de dilatação e
juntas de trabalho
com mastique .

\continua

continuação

Sistema Elemento/ Atividade Responsá Documentos


vel
Componente

a cada 2 anos

Esquadrias de madeira Encerar as Empresa


esquadrias especializa
da

Instalações Tomadas, Reapertar conexões Equipe de


Elétricas Interruptores e e verificar estado Manutenç
Pontos de Luz dos contatos ão Local
elétricos
substituindo as
peças que
apresentem desgaste

a cada 3 anos

Revestiment Paredes Efetuar lavagem da Empresa Contrato Empresa


os de externas/ fachada e muros. Especializ Especializada
parede/ piso fachada ada
e teto

Esquadrias de madeira Pintar ou envernizar Empresa


as esquadrias especializa
da

Equipamentos de Incêndio Teste Mangueiras Contrato e Certificado


da Empresa
Especializada
Instalações Hidráulicas / Verificar gaxeta, Equipe de
Louças /Metais / Bombas anéis o´ring e Manutenç
estanqueidade dos ão Local
registros de gaveta e
dos registros de
esfera

Instalações Hidráulicas / Verificar o Empresa Contrato e Relatório da


Louças /Metais / Bombas diafragma da torre Especializ Empresa Especializada
de entrada e a ada
comporta do
mecanismo de caixa
acoplada

Revesti Paredes e Tetos Repintar as áreas Empresa Contrato Empresa


mentos Internos revestidos internas (unidades Especializ Especializada
de de Argamassa/ privativas e áreas ada
parede/ Gesso liso/ ou comuns)
piso e executado com
teto componentes de
Gesso Acartonado
(Dry-Wall)

Pintura / verniz (interna/ Repintar as áreas Empresa Contrato Empresa


externa) internas (unidades Especializ Especializada
privativas e áreas ada
comuns)

Forros Gesso Repintar os forros Empresa Contrato com


das áreas secas especializa Empresa Especializada
da

Revesti Paredes externas/ Repintar as áreas Empresa Contrato Empresa


mentos fachada externas e as Especializ Especializada
de fachadas da ada
parede/ edificação (unidades
piso e privativas e áreas
teto comuns),

Pintura / verniz (interna/ Repintar as áreas Empresa Contrato Empresa


externa) externas e as Especializ Especializada
fachadas da ada
edificação (unidades
privativas e áreas
comuns),

Quadra Poliesportiva Pisos de concreto Empresa Contrato Empresa


polido pintado: especializa Especializada
Repintar a superfície da
quando necessário
em função do uso
Equipa Sistemas de ver NBR-5419 Empresa Livro de Registro de
mentos proteção contra especializa Manutenção/Contrato
industri descargas da Empresa Especializada
alizados atmosféricas

Revesti Pisos de Madeira Raspar, calafetar e Empresa Contrato Empresa


mentos Tacos e Assoalhos aplicar acabamento especializa Especializada
de nos pisos com da
parede/ acabamento
piso e
teto .

\continua

continuação

Sistema Elemento/ Atividade Responsá Documentos


vel
Componente

a cada 5 anos

Equipamentos de Incêndio Teste Hidrostático Empresa Contrato e Certificado


dos extintores Especializ da Empresa
ada Especializada

Instalações Hidráulicas / Verificar a Empresa Contrato e Relatório da


Louças /Metais / Bombas estanqueidade da Especializ Empresa Especializada
válvula de descarga, ada
torneira automática
e torneira eletrônica

Equipament Sistemas de Verificação Empresa Contrato e Relatório de


os proteção contra periódica de acordo Especializ Empresa Especializada
industrializa descargas com a norma NBR ada
dos atmosféricas 5419.
Medição Ôhmica do
Sistema nas
verificações ou
atendendo a
legislação
municipal.
NOTA: Em locais
expostos à corrosão
severa, os intervalos
entre verificações
devem ser
reduzidos.
A.2.3 Periodicidades a serem estabelecidas conforme o empreendimento, e
especificada pelo fabricante do sistema ou elemento/componente.

Sistema Elemento/ Atividade Responsável Documentos


Componente

Limpar os Equipe de Contrato e


filtros e Manutenção Local Relatório da
efetuar e/ou Empresa Empresa
revisão nas Especializada Especializada
Instalações Hidráulicas /
válvulas
Louças /Metais / Bombas
redutoras
de pressão
conforme
orientações
do
fabricante;

Equipament Sistema de Manutençã Empresa Contrato e


os combate à o Especializada Relatório da
industrializa incêndio recomenda Empresa
dos da pelo Especializada
fabricante

Equipament Grupo Gerador Manutençã Empresa Contrato e


os o Especializada Relatório da
industrializa recomenda Empresa
dos da pelo Especializada
fabricante

Equipament Sauna Úmida Manutençã Empresa Contrato e


os o Especializada Relatório da
industrializa recomenda Empresa
dos da pelo Especializada
fabricante

Equipament Sauna Seca Manutençã Empresa Livro de


os o Especializada Registro de
industrializa recomenda Manutenção /
dos da pelo Contrato e
fabricante Relatório da
Empresa
Especializada

Equipament Iluminação de Manutençã Empresa Contrato e


os emergência o Especializada Relatório da
industrializa recomenda Empresa
dos da pelo Especializada
fabricante
Revestiment Revestimentos Manutençã Empresa Contrato com
os de especiais o Especializada Empresa
parede/ piso (fórmica, pisos recomenda Especializada
e teto elevados, da pelo
materiais fabricante
compostos de
alumímio)

Forros Madeira Manutençã Empresa Contrato com


o Especializada Empresa
recomenda Especializada
da pelo
fabricante

Piscina Manutençã Empresa Contrato com


o Especializada Empresa
recomenda Especializada
da pelo
fabricante

Equipament Elevadores Manutençã Empresa Contrato e


os o Especializada Relatório da
industrializa recomenda Empresa
dos da pelo Especializada
fabricante e
atendiment
o às leis
municipais
pertinentes.

Quadra Poliesportiva Pisos em Equipe de Manutenção


grama; Manutenção Local Local e/ou
seguir as e/ou Empresa Empresa
orientações Especializada. Especializada
da empresa
de
paisagismo

Quadra Poliesportiva Pisos Equipe de Contrato


flutuantes e Manutenção Local Empresa
de base e/ou Empresa Especializada
asfáltica: Especializada
seguir as
recomenda
ções do
fabricante

Equipament Aquecedor Verificar Empresa Contrato e


os Individual os Especializada Relatório da
industrializa equipament Empresa
dos os Especializada
Equipament Instalações de Verificação Empresa Contrato e
os interfone no sistema Especializada Relatório da
industrializa instalado. Empresa
dos Especializada

Equipament Exaustão Verificação Empresa Contrato e


os mecânica no sistema Especializada Relatório da
industrializa instalado. Empresa
dos Especializada

Equipament Antena Verificação Empresa Contrato e


os Coletiva no sistema Especializada Relatório da
industrializa instalado. Empresa
dos Especializada

Anexo B
(normativo)

Lista dos registros

B.1 Objeto
Este Anexo apresenta uma lista dos registros que devem estar disponíveis no
condomínio constituindo evidências de que as atividades de manutenção foram levadas
a efeito.

A elaboração de planilhas (Check-List) de verificações deve seguir modelo feito


especialmente para cada edificação, com suas características e grau de complexidade,
sugerimos a seguir modelos não restritivos a fim de auxiliar o Síndico a realizar
periodicamente as verificações, ver também Anexo C.

B.2 Classificação dos registros


Os registros devem ser classificados pela natureza ou dos sistemas, ou dos subsistemas,
ou dos elementos ou dos componente da edificação, utilizando-se, por exemplo, a
subdivisão constante do Anexo A.

B.3 Tabela dos principais registros


A Tabela B.1 indica uma lista possível, a qual pode variar de edifício para edifício.
Os vários tipos de registros indicados constituem as evidências de que o condomínio
efetuou as manutenções previstas.

Tabela B.1 - Lista dos registros

Gerais

Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA)

Programa de Manutenção Preventiva

Planilha ou Lista de verificações da execução do Programa de Manutenção


Preventiva

Relatório de verificações das manutenções corretivas executadas

Atas de Assembléias dos assuntos afeitos à Manutenção

Sistemas eletromecânicos

Relatório de verificações Anual dos Elevadores (RIA)

Atestado do Star-up do Gerador

Relatório de verificações da Manutenção de Elevadores

Verificações e Relatório das Instalações Elétricas

Verificações e Relatório de Medição Ôhmica (com terrômetro calibrado e aferido


INMETRO)

Verificações e Relatório de Manutenção de Bombas

Atestado SPDA

Proteção contra descargas atmosféricas

Automação Dados - informática - Voz -


Telefonia - Vídeo - Televisão

Gerador de água quente Verificações com registros no Livro de


Manutenção ou em formulários
Ar Condicionado específicos ou dependendo do caso
Relatório da Empresa Especializada
Aquecedor Coletivo

Circuito Fechado de TV

Antena Coletiva
Grupo Gerador

Quadro de Distribuição de Circuitos


Verificações com registros no Livro de
Manutenção
Tomadas, Interruptores e Pontos de Luz

Elevadores Verificações com registros no Livro de


Manutenção ou em formulários
Exaustão mecânica específicos ou dependendo do caso em
Relatório da Empresa Especializada

Equipamentos em geral

Livro de registro das atividades da manutenção

Certificado de Garantia dos Equipamentos Instalados

Manuais Técnicos de Uso, Operação e Manutenção dos Equipamentos Instalados

Relação de equipamentos

Sistemas de segurança

Automação de portões Verificações com registros no Livro de


Manutenção ou em formulários
Instalações de interfone
específicos ou dependendo do caso em
Relatórios de empresa especializada

Sistema de segurança específicos Certificado da Empresa Especializada

Instalações Hidráulico-Prediais e gás

Verificações com registros no Livro de


Manutenção ou em formulários
Instalações Hidráulicas/ Esgotos / Águas específicos ou dependendo do caso em
pluviais / Louças / Metais / Bombas Relatórios bem como Certificado da
Empresa Especializada/ Certificado e
Atestado de Potabilidade da Água

Atestado de Instalação de Gás

Verificações de Limpeza dos Reservatórios com registro no Livro de Manutenção


Verificações da Limpeza do Poço de Esgoto, Poço de Água Servida, Caixas de
Drenagem e Esgoto com registro no Livro de manutenção

Banheira de Hidromassagem

Sistemas combate a incêndios

Auto de Verificação de Corpo de Bombeiros (AVCB)

Certificado de Recarga de Extintores

Atestado de Brigada de Incêndio

FICAM -Ficha de inscrição do Cadastro de Manutenção do Sistema de Segurança


contra incêndio das edificações

Apólice de Seguro de Incêndio ou outro Sinistro que Cause Destruição (obrigatório


) e outros opcionais

Certificado de Teste Hidrostático de Extintores

Livro de Ocorrências da Central de Alarmes

Certificado de Desratização e Desinsetização

Sprinklers e seus componentes


industrializados (Bombas, válvulas de
fluxo, detectores de fumaça, etc.) Verificações com registros no Livro de
Manutenção ou em formulários
Pressurização de escada específicos ou dependendo do caso em
relatórios, como Certificado da Empresa
Equipamentos de Incêndio Especializada
Iluminação de emergência
Revestimentos de paredes / pisos e tetos

Pedras naturais (mármore,


granito e outros)

Deck de madeira

Azulejo/ Cerâmica/ Pastilha

Paredes e Tetos Internos


revestidos de Argamassa/
Gesso liso/ ou executado
com componentes de Gesso
Acartonado (Dry-Wall)

Paredes externas/ fachada

Piso Cimentado, Piso


Acabado em Concreto, Verificações com registros no Livro de Manutenção
Contrapiso ou em formulários específicos
Rejuntamento e Tratamento
de Juntas

Paredes externas/ fachada

Forros de gesso

Pisos de Madeira Tacos e


Assoalhos

Revestimentos especiais
(fórmica, pisos elevados,
materiais compostos de
alumímio)

Forros Madeira

Esquadrias

Alumínio

Ferro Verificações com registros no Livro de Manutenção


Madeira ou em formulários específicos

Vidros
Lazer

Jardim

Play ground

Quadra Poliesportiva

Piscina Verificações com registros

Sauna Seca no Livro de Manutenção ou em formulários específicos,


devendo incluir referências às condições de higiene
Sauna Úmida

SPA

Desratização e
desinsetização

Pintura e impermeabilização

Pintura / verniz
Verificações com
(internamente e/ou
externamente) registro no Livro de Manutenção ou em formulários
específicos
Impermeabilização
Anexo C
(informativo)

Modelos de verificações e seus registros

C.1 Introdução
Este Anexo apresenta exemplos de modelo - não restritivos – para as verificações e seus
registros

C.2 Modelo de livro de registro de manutenção

Sistema Responsável
Data da
Atividade pela Prazo Custos
Subsistema realização
atividade

C.3 Modelos de lista de verificações para um subsistema


C.3.1 Manutenção Preventiva da Central de Interfone
Segue um modelo possível

Condomínio

Endereço

Equipamento

Características do Tipo XYZ Central de interfones – NN aptos.


equipamento

Serviços a serem realizados “incluir periodicidade” Status

Verificação das proteções (fusíveis / disjuntores)


Verificação do sistema de alimentação

Verificação das conexões elétricas

Verificação das placas de comando

Verificação do circuito eletrônico

Verificação das sinalizações de operação

Verificação da limpeza geral

Verificação da re-aperto das conexões

Realização de testes de funcionamento

Verificação da ausência de interferências no sistema

Manutenções corretivas a serem realizados em função do status :

Hora início

Hora término

Data

Data próxima
verificação

Responsável pelo serviço : Empresa responsável :

Responsável do condomínio
C.3.2 Manutenção Preventiva da Central de Alarme
Segue um modelo possível

Condomínio

Endereço

Equipamento

Características do Tipo XYZ Central de alarme do sistema de combate


equipamento a incêndio.

Serviços a serem realizados “incluir periodicidade” Status

Verificação dos fusíveis

Verificação do sistema de alimentação C.A.

Verificação do sistema de alimentação C.C.

Verificação e teste do sistema automático

Verificação e teste dos sensores de fumaça

Verificação dos motores e ventiladores do sistema de


pressurização

Verificação e testes dos interruptores de acionamento manual

Verificação e testes dos pressostatos hidráulicos

Verificação dos chicotes de comando

Teste de lâmpadas de comandos sinóticos

Verificação e testes da interface c/ sistema de pressurização de


escadas

Verificação da conformidade com a ABNT NBR 9077

Verificação da conformidade com a IT-CB13/01

Verificação e testes dos comandos elétricos

Verificação das proteções (fusíveis / disjuntores)

Verificação e testes dos dispositivos visuais

Verificação dos circuitos hidráulicos de combate a incêndio

Verificação dos chuveiros automáticos


Verificação da integridade e existência de avisos pertinentes

Verificação das sinalizações de operação

Verificação das saídas e rotas de fuga de emergência

Re-aperto das conexões elétricas

Limpeza e proteção das placas de comando eletrônico

Testes gerais de comando e funcionamento do sistema

Manutenções corretivas a serem realizados em função do status :

Hora início

Hora término

Data

Data próxima
verificação

Responsável pelo serviço : Empresa responsável :

Responsável do condomínio
C.4 Modelos de lista de verificações para um equipamento
C.4.1 Manutenção Preventiva das Bombas
Segue um modelo possível

Condomínio

Endereço

Equipamento Bombas 01 a 04

Motor Modelo no. série

Bomba Modelo potência

Quadro comando Modelo no. série

Serviços a serem realizados “incluir periodicidade” Status

Elétrica

Rec Rec Press Press


01 02 02
01

Verificação dos fusíveis

Verificação dos contactores de comando

Verificação do relé térmico

Verificação e teste dos sinalizadores do quadro

Verificação do sistema de alimentação de C.A,

Verificação e re-aperto dos bornes e cabos

Verificação da temperatura de trabalho do motor

Corrente elétrica de partida

Corrente elétrica de trabalho.

Testes de funcionamento manual

Testes de funcionamento automático

Testes de alarmes
Mecânica / Hidráulica

01 02 03 04

Verificação dos mancais

Lubrificação dos mancais

Limpeza geral do equipamento

Verificação da tubulação
(vazamento+oxidalão+conservação)

Verificação das válvulas hidráulicas

Verificação da bóia de nível

Verificação do nível de ruído (dB A)

Manutenções corretivas a serem realizados em função do status :

Hora início

Hora término

Data

Data próxima
verificação

Responsável pelo serviço : Empresa responsável :

Responsável do condomínio

-------------------------------------------------
Gestão da Qualidade na Construção Civil;
As palavras “qualidade” e “produtividade” invadem o cenário da construção civil, que
começa a enxergar os benefícios diretos da gestão dentro e fora dos canteiros de obra. O
uso de materiais de construção de última geração e o monitoramento de todas as etapas
da obra são algumas estratégias que estão sendo adotadas pelas principais empresas que
compõem o mercado da construção.
“No ramo da construção civil, qualidade é coisa séria.” Esse é o lema que Walter
Segond de Vasconcelos, gestor da Qualidade da Emplavi, adota no seu dia-a-dia de
trabalho. Na construtora, que atua 24 anos no Distrito Federal, não há espaço para erros.
“Todas as etapas da obra são medidas e monitoradas.
Avaliamos os indicadores de desempenho e procuramos sempre melhorar. Além disso,
torna-se necessário não só acompanhar detalhadamente cada etapa da obra, como
também se manter atualizado em relação aos materiais utilizados e se preocupar em
qualificar a mão-de-obra necessária para cada tipo de serviço”, reforça Vasconcelos.

E empresa recebeu, em julho do ano passado, duas certificações, atestando a sua


eficiência pela NBR ISO 9001:2000 e o Programa Brasileiro de Qualidade e
Produtividade no Habitat – PBQP-H, Nível A.

No mesmo caminho da Emplavi estão outras quase 3000 construtoras que atualmente
passam pelo processo de avaliação de conformidade no PBQP-H. Desse total, mais de
duas mil já foram auditadas por organismos certificadores credenciados. Isso demonstra
o alto grau de aceitação e a credibilidade que o Programa conquistou no segmento de
obras e serviços de construção. Nos setores privado e público, a adesão de construtoras
ao Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da
Construção Civil (SiAC/PBQP-H) está se consolidando como fator de diferenciação no
mercado.

Mas ainda existem grandes desafios a serem superados quando o assunto é qualidade.
Melhorar a relação com clientes e saber avaliar o grau de satisfação em relação aos
serviços prestados são alguns dos desafios apontados pela Coordenadora Geral do
PBQP-H, Maria Salette. Segundo a coordenadora, essas preocupações refletem
diretamente no processo de construção de edificações. “No que diz respeito à área de
projetos, certamente, novas atribuições profissionais deverão ser demandadas, tais
como: correção e prevenção de defeitos, recuperação de patrimônio histórico,
regularização técnica de edificações e sítios urbanos, bem como a gestão da operação e
manutenção do ambiente construído; com isto alguns projetistas passarão a ser
diretamente vinculados aos fabricantes de subsistemas”, explica Salette.

Já no que dizem respeito às construtoras, para Salette estas deverão assumir um papel de
coordenação geral do processo, com forte tendência de sub-contratação, que, em alguns
casos, passará a incluir materiais e mão de obra. “As micro e pequenas empresas
fornecedoras de serviços sub-contratados desempenharão um papel técnico e econômico
cada vez mais importante no setor”, ressalta.

Outro desafio a ser enfrentado refere-se à mão-de-obra informal que progressivamente


deve ser substituída pela montagem de componentes, ou seja, com recursos humanos
melhor treinados, sendo necessário o desenvolvimento da sua capacidade de aprender.
Quanto aos fabricantes, a coordenadora ressalta que esse segmento deverá investir na
interação dos processos de construção. “Refiro-me à introdução de serviços associados,
tais como projeto, serviço de entrega mecanizada e planejada, instalação e manutenção
durante o uso. Os revendedores de materiais, importante no atendimento a pequenos
consumidores, tendem a assumir papéis de maior impacto na cadeia, tais como
gerenciamento logístico e montagem de kits. Acredito também que o processo de gestão
da construção deverá ser mais profissional entre as partes; contrato com divisão de
riscos compatível com a capacidade de cada parte em gerenciá-los. A certificação de
sistemas de gestão da qualidade, gestão ambiental e gestão da higiene e segurança do
trabalho tendem a ser fortemente utilizadas como indutoras do desenvolvimento do
setor”.

Um bom exemplo

Em São Paulo, grandes construtoras como a INPAR estão seguindo os caminhos


traçados pelo PBQP-H. Para manter a garantia do produto final por meio de sistemas de
gestão da qualidade, a empresa criou o PQO - Plano da Qualidade da Obra, que
funciona como um facilitador para o cumprimento das especificações de projetos,
memoriais, prazos. Além disso, o programa promove a organização das informações
para a comunicação correta aos clientes, investidores e usuários finais.

O programa, auditado pelo CTE - Centro de Tecnologia de Edificações, já rendeu bons


resultados para a INPAR.

O CTE também é responsável pelo desenvolvimento de produtos inovadores como o


QRO - Qualidade Real de Obras. Com o uso do QRO, o Centro oferece às construtoras
uma ferramenta otimizada para acompanhamento dos serviços das etapas de cada uma
de suas obras, sob o ponto de vista da qualidade. Na linguagem dos engenheiros, o
produto pode ser encarado como uma "super FVS" que fornece dados sobre a real
qualidade dos serviços executados. Esta avaliação da qualidade é convertida em uma
pontuação de zero a dez, permitindo uma visualização pelo diretor técnico, das
pontuações de cada obra e de cada etapa de serviços, permitindo uma comparação entre
todas as obras e todos os serviços. Além do acompanhamento da qualidade, o CTE
desenvolveu também critérios de pontuação para organização do canteiro, gestão de
resíduos, segurança do trabalho e gestão ambiental.

Hidrologia aplicada;
A movimentação da água de um meio para outro na Terra . A essa circulação da água
se dá o nome de ciclo hidrológico.

A Figura 1 apresenta o ciclo hidrológico, onde se distinguem os seguintes mecanismos


de transferência de água:

- precipitação

- escoamento superficial

- infiltração
- evaporação

- transpiração

Precipitação

A precipitação compreende toda a água que cai da atmosfera na superfície da Terra. As


principais formas são: chuva, neve, granizo e orvalho. A precipitação é formada a partir
dos seguintes estágios:

- resfriamento do ar à proximidade da saturação

- condensação do vapor d’água na forma de gotículas

- aumento do tamanho das gotículas por coalizão e aderência até que seja grande o
suficiente para formar a precipitação.
Figura 1 – Ciclo hidrológico

Escoamento superficial

A precipitação que atinge a superfície da Terra tem dois caminhos onde seguir:
escoar na superfície ou infiltrar no solo. O escoamento superficial é responsável pelo
deslocamento da água sobre o solo, formando córregos, lagos, rios e eventualmente
atingindo o mar. A quantidade de água que escoa depende dos seguintes fatores
principais:

- intensidade da chuva

- capacidade de infiltração no solo.

Infiltração

A infiltração corresponde à água que atinge o solo, formando os lençóis d’água. A água
subterrânea é grandemente responsável pela alimentação dos corpos d’água superficiais,
principalmente nos períodos secos. Um solo coberto com vegetação (ou seja, com
menor impermeabilização advinda, por exemplo, da urbanização) é capaz de
desempenhar melhor, as seguintes importantes funções:

- menos escoamento superficial (menos enchentes nos períodos chuvosos)

- mais infiltração (maior alimentação dos rios nos períodos secos)

- menos carreamento de partículas do solo para os cursos d’água

Evapotranspiração
A transferência da água para o meio atmosférico se dá através dos seguintes
principais mecanismos denominado evapotranspiração:

- Evaporação: transferência da água superficial do estado líquido para o gasoso. A


evaporação depende da temperatura e da umidade relativa do ar.

- Transpiração: as plantas retiram a água do solo pelas raízes. A água é transferida para
as folhas e então evapora. O mecanismo é importante, considerando-se que em uma área
coberta com vegetação a superfície de exposição das folhas para a evaporação é
bastante elevada.

e) Mananciais

Por manancial conceitua-se a fonte de abastecimento de água, que pode ser, por
exemplo, um rio, um lago, uma nascente ou poço, proveniente do lençol freático ou do
lençol profundo, Figuras 2 e 3.

Os mananciais podem ser considerados de acordo com as condições hidrológicas


(origem da água) ou com as condições sanitárias.
Figura 2 – Lençol freático originado um riacho e uma fonte de emergência, alimentando
um rio e, por baixo deste, formando um curso de água subterrânea.

Figura 3 – Lençol artesiano atingido por dois poços, um jorrante, porque perfurado num
ponto do terreno abaixo do nível piezométrico.

Obs:

1) lençol freático é o que se encontra sobre a primeira camada impermeável e cuja


água fica sob pressão atmosférica

2) Lençol artesiano é o que se situa entre duas camadas impermeáveis e cuja água
sofre pressão superior à atmosférica.

Mananciais quanto as condições hidrológicas:

- águas meteorológicas ou atmosféricas: chuva e neve;


- águas superficiais: rios, córregos, lagos, represas, mares, etc.;

- água subterrâneas:

do lençol freático ou raso, fontes;

do lençol artesiano: poço artesiano ou profundo, poço jorrante ou surgente

Mananciais quanto as condições sanitárias:

- mananciais protegidos;

- mananciais desprotegidos.

Recursos hídricos superficiais e subterrâneos,

Origem e Ocorrência da Água Subterrânea

A água é encontrada em todos os corpos do sistema solar nas formas de vapor ou gelo.
A Terra porém, é o único que possui água no estado líquido e em abundância. Ela
representa um recurso natural de valor econômico, estratégico e social, além de ser um
dos elementos fundamentais para existência e bem estar do homem e componente
importantíssimo na manutenção dos ecossistemas do planeta.

Apesar de, aparentemente, a Terra dispor de uma enorme quantidade de água, quase
97% estão represadas nos mares e oceanos e cerca de 2% congeladas nas regiões
polares. Apenas 1% da água doce está efetivamente disponível para o consumo humano,
uso agrícola e industrial. Ela se encontra em córregos, rios e lagos constituindo os
recursos hídricos superficiais, assim como nos interstícios do solo e subsolo, formando
os recursos hídricos subterrâneos. Estes últimos representam cerca de 97% do total de
água doce existente no planeta Terra.
Ciclo da Água

A movimentação constante da água na Terra passando pelos estados líquido, sólido e


gasoso, dos oceanos para a atmosfera, desta para a terra, sobre a superfície terrestre ou
no subsolo, e o retorno para os oceanos, recebe a denominação de Ciclo Hidrológico.
O ciclo se inicia quando o sol aquece e evapora a água dos oceanos, rios, lagos e solos.
O vapor d'água sobe e junta-se formando as nuvens. Estas, por determinadas condições
atmosféricas, condensam-se e precipitam-se em forma de chuva, granizo ou neve.
Quando chove sobre os continentes, parte da água é retida pela vegetação e acaba
evaporando novamente para a atmosfera. Outra parte escoa diretamente para os rios e
lagos, retornando assim aos oceanos ou infiltra-se no solo.

A parte da água infiltrada é retida pelas raízes das plantas e acaba evaporando através da
capilaridade do solo ou através da transpiração desses vegetais; outra parte da água
move-se para as camadas mais profundas, por efeito da gravidade, até chegar à chamada
zona de saturação. Nessa região do subsolo todos os poros da formação sedimentar, as
fissuras das rochas, enfim os espaços vazios são preenchidos com água, constituindo
aquilo que se denomina de Água Subterrânea.

O ciclo hidrológico acaba fechando-se porque a água subterrânea obedecendo a


morfologia do terreno, percorre muito vagarosamente em direção aos rios, lagos e
oceanos.

Ciclo da Água
Conservação da Água Subterrânea

A quantidade de água subterrânea que pode ser bombeada com segurança ano após ano,
depende da capacidade do reservatório natural e das condições climáticas e geológicas
que possibilitem a recuperação do aquífero.

A água existente num reservatório natural foi acumulada por anos, ou mesmo séculos.
Se a quantidade de água retirada através do poço for menor que a quantidade recuperada
através da infiltração, o bombeamento pode continuar indefinidamente, sem causar
qualquer efeito desastroso. Porém se o bombeamento for maior que a recarga, poderá
haver em longo prazo o esgotamento do aquífero.

Como todos os demais recursos, a água subterrânea deve ser conservada e utilizada
adequadamente, para assegurar uma disponibilidade no futuro. Por Isso o planejamento,
feito por técnicos especializados é sempre imprescindível.

Infiltração
A infiltração é o nome dado ao processo pelo qual a água atravessa a superfície do solo.
É um processo de grande importância prática, pois afeta diretamente o escoamento
superficial, que é o componente do ciclo hidrológico responsável pelos processos de
erosão e inundações.

Após a passagem da água pela superfície do solo, ou seja, cessada a infiltração, a


camada superior atinge um “alto” teor de umidade, enquanto que as camadas inferiores

apresentam-se ainda com “baixos” teores de umidade. Há então, uma tendência de um


movimento descendente da água provocando um molhamento das camadas inferiores,
dando origem ao fenômeno que recebe o nome de redistribuição.

Fatores que Intervém na Capacidade de Infiltração

A infiltração é um processo que depende, em maior ou menor grau, de diversos fatores,


dentre os quais destacam-se:

Condição da superfície: a natureza da superfície considerada é fator determinante no


processo de infiltração. Áreas urbanizadas apresentam menores velocidades de
infiltração que áreas agrícolas, principalmente quando estas têm cobertura vegetal.

Tipo de solo: a textura e a estrutura são propriedades que influenciam expressivamente


a infiltração.

Condição do solo: em geral, o preparo do solo tende a aumentar a capacidade de


infiltração. No entanto, se as condições de preparo e de manejo do solo forem
inadequadas, a sua capacidade de infiltração poderá tornar-se inferior à de um solo sem
preparo, principalmente se a cobertura vegetal presente sobre o solo for removida.

Umidade inicial do solo: para um mesmo solo, a capacidade de infiltração será tanto
maior quanto mais seco estiver o solo inicialmente.

Carga hidráulica: quanto maior for a carga hidráulica, isto é a espessura da lâmina de
água sobre a superfície do solo, maior deverá ser a taxa de infiltração. Temperatura: a
velocidade de infiltração aumenta com a temperatura, devido à diminuição da
viscosidade da água.
Presença de fendas, rachaduras e canais biológicos originados por raízes decompostas
ou pela fauna do solo: estas formações atuam como caminhos preferenciais por onde a
água se movimenta com pouca resistência e, portanto, aumentam a capacidade de
infiltração.

Compactação do solo por máquinas e/ou por animais: o tráfego intensivo de máquinas
sobre a superfície do solo, produz uma camada compactada que reduz a capacidade de
infiltração do solo. Solos em áreas de pastagem também sofrem intensa compactação
pelos cascos dos animais.

Compactação do solo pela ação da chuva: as gotas da chuva, ou irrigação, ao atingirem


a superfície do solo podem promover uma compactação desta, reduzindo a capacidade
de infiltração. A intensidade dessa ação varia com a quantidade de cobertura vegetal,
com a energia cinética da precipitação e com a estabilidade dos agregados do solo.

Cobertura vegetal: O sistema radicular das plantas cria caminhos preferenciais para o
movimento da água no solo o que, consequentemente, aumenta a TI. A presença de
cobertura vegetal reduz ainda o impacto das gotas de chuva e promove o
estabelecimento de uma camada de matéria orgânica em decomposição que favorece a
atividade microbiana, de insetos e de animais o que contribui para formar caminhos
preferenciais para o movimento da água no solo. A cobertura vegetal também age no
sentido de reduzir a velocidade do escoamento superficial e, portanto, contribui para
aumentar o volume de água infiltrada.

Hidrogramas, Vazões de enchente;

A vazão, ou volume escoado por unidade de tempo, é a principal grandeza que


caracteriza um escoamento. Normalmente é expressa em metros cúbicos por segundo
(m3.s-1) ou em litros por segundo (L.s-1).

a) vazão média diária


É a média aritmética das vazões ocorridas durante o dia (quando se dispõe de aparelho
registrador – linígrafo, Figura 31); o mais comum é a média das vazões das 7 e 17 horas
(horas de leitura do nível da água – linímetro, Figura ).
Estação Fluviométrica com réguas linimétricas e linígrafo

b) vazão específica
Vazão por unidade de área da bacia hidrográfica; m3.s-1.km-2, L.s-1.km-2, L.s-1.ha-1.
É uma forma bem potente de expressar a capacidade de uma bacia em produzir
escoamento superficial e serve como elemento comparativo entre bacias.
É comum ter-se como dados que caracterizam uma bacia, as vazões máximas, médias,
mínimas, Q7-10, Q95%, em intervalos de tempo tais como hora, dia mês e ano.

Método do Hidrograma

Hidrógrafa, Hidrograma, ou Fluviograma é a representação gráfica da variação da vazão


em relação ao tempo. Um hidrograma mostrando as vazões médias diárias para um ano
é mostrado na Figura.
Ietograma e Hidrografa de uma chuva isolada.

Se a chuva tiver duração suficiente para permitir que toda a área da bacia hidrográfica
contribua para a vazão na seção de controle, atinge-se no ponto B, o valor máximo para
a vazão resultante da precipitação sob análise (vazão de pico).

Mesmo que toda a área da bacia não contribua para a vazão, o ponto B é um máximo da
hidrógrafa, porém não representando a condição crítica. Caso a chuva tenha duração
superior ao tempo de concentração da bacia, a hidrógrafa tenderá a um patamar, com
flutuações da intensidade de precipitação.

Neste trecho AB, há a contribuição simultânea dos escoamento superficial e de base,


chamado também de trecho de ascensão do escoamento superficial direto.

No trecho BC, devido à chuva já haver terminado, reduz-se gradualmente a área de


contribuição do escoamento superficial. É o chamado trecho de depleção do escoamento
superficial direto, o qual se encerra no ponto C.
No trecho após o ponto C, volta-se novamente a se ter apenas a contribuição do
escoamento de base, o qual é chamado de curva de depleção do escoamento de base.

De modo diferente, pode-se explicar da seguinte maneira: iniciada a precipitação, parte


é interceptada pela vegetação e obstáculos e retida nas depressões até preenchê-las
completamente, parte se infiltra no solo suprindo a deficiência de umidade. Esta parte
corresponde ao intervalo de tempo to a tA na Figura anterior.

Uma vez excedida a capacidade de infiltração do solo, inicia-se o escoamento


superficial direto, ponto A no hidrograma. A vazão, então, aumenta até atingir um
máximo, ponto B, quando toda a bacia estiver contribuindo. A duração da precipitação é
menor ou igual ao intervalo de tempo to a tB. Terminada a precipitação, o escoamento
superficial prossegue durante certo tempo e a curva de vazão vai diminuindo. Ao trecho
BC do hidrograma denomina-se curva de depleção do escoamento superficial.

Mas além do escoamento superficial direto, o curso d’água recebe uma contribuição do
lençol subterrâneo, o qual tem uma variação devida à parte da precipitação que se
infiltra.

Na Figura é mostrada a seção transversal do curso d’água e a relação entre o aumento da


vazão e a elevação do lençol.

Ilustração do curso d’água e lençol freático.


No início da precipitação, o nível da água no curso d’água e no lençol estavam na
posição N e LL devido à água infiltrada, e após suprida a deficiência de umidade no
solo, o nível do lençol cresce até atingir a posição MM. Ao mesmo tempo em razão do
escoamento superficial, o nível d’água passa de N para O. Para as grandes enchentes
pode ocorrer uma inversão temporária do escoamento, ou seja, a elevação do nível do
curso d’água superar a correspondente elevação do lençol, fazendo com que a água flua
do rio para o lençol. No hidrograma anterior, a linha tracejada AEC representa a
contribuição da água do lençol subterrâneo ao curso d’água.

A separação do hidrograma em escoamento superficial direto e escoamento básico é


muito importante para o estudo das características hidrológicas da bacia e para alguns
métodos de previsão de enchente. Embora a linha AEC seja a mais correta para separar
os escoamentos, ela é de difícil determinação e para todos os fins práticos utiliza-se a
reta AC. O ponto A é facilmente determinado, pois corresponde a uma mudança brusca
na inclinação da curva de vazão, representando o início do escoamento superficial. O
ponto C, de mais difícil determinação, normalmente é tomado no ponto de máxima

curvatura, sendo que o período de tempo entre o ponto B (pico do hidrograma) e

o ponto C, é sempre igual a número inteiro de dias.

A determinação do volume escoado superficialmente é feita por planimetria da área


hachurada ABCA e, uma vez determinada e conhecendo-se o total precipitado, pode-se
calcular o coeficiente de escoamento superficial (C):

Dividindo-se o volume total escoado pela área da bacia, determina-se a precipitação


efetiva, ou excesso de precipitação (parte hachurada no ietograma).

Captação

Captação compreende obras, equipamentos e canalizações destinadas a retirar água da


fonte de suprimento que pode ser um rio, lago, lençol subterrâneo, reservatório de
barragem, etc.

A captação tem a finalidade de criar condições para que a água seja retirada do

manancial em quantidade capaz de atender ao consumo. Abaixo Formas típicas de obras


de captação.
Na Fig. abaixo mostra uma obra de captação que emprega um canal de regularização
com enrocamento de pedras (ou vertedor) para permitir elevação do nível e facilitar a
retirada da água.

Captação de água do lençol freático


Saneamento Básico;
saneamento básico é o conjunto de medidas adotadas em uma região, em uma cidade,
para melhorar a vida e a saude dos habitantes impedindo que fatores fisicos de efeitos
nocivos possam prejudicar as pessoas no seu bem-estar físico mental e social.
O abastecimento de água potável, o esgoto sanitário, a impeza urbana, o manejo de
resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais são o conjunto de serviços de infra-
estruturas e instalações operacionais que vão melhorar a vida da comunidade. É
importante a preocupação dos governantes garantirem o bem estar e a saúde da
população desde que também sejam tomadas medidas para educar a comunidade para a
conservação ambiental.

Redes de esgotos

Os esgotos foram gerados, coletados e transportados para a destinação final. Entretanto,


no ciclo de utilização da água, ela recebeu uma série de impurezas e se transformou em
esgoto, portanto imprópria para disposição no corpo d’água de onde foi captada (rio,
lago, lençol freático), sem antes passar por um processo de depuração.

É no processo de adequação dessa água, ou melhor, de purificação do esgoto, que


estaremos interessados de agora em diante. Desde já enfatizamos que o tema a seguir
gira em torno do potencial poluidor dos esgotos e do seu efeito sobre as águas
receptoras e, portanto, estaremos nos referindo, ora as características dos esgotos, ora as
características das águas receptoras.

Composição dos esgotos


Os esgotos domésticos contém aproximadamente 99,9% de água e 0,1% de substâncias
orgânicas e inorgânicas que foram incorporadas à ela no seu ciclo doméstico de
utilização. Todo o potencial poluidor do esgoto está contido nesta “pequena” parcela de
0,1%. Nela estão presentes aquilo a que nos referimos frequentemente como “matéria
orgânica” do esgoto, “teor de sólidos” de um esgoto ou “nutrientes” presentes no
esgoto.

Sistemas de esgotos redes

A água aduzida à população, após sua utilização nas mais diversas atividades, passa a
ser enquadrada como água servida ou esgoto. A utilização da água nas atividades
domésticas, comerciais ou industriais agrega grande quantidade de impurezas estranhas
a uma água natural e, por isso, ela também se torna imprópria para retornar
ao manancial de origem, razão pela qual precisa passar por um processo de adequação
antes da disposição final. Esse processo de adequação recebe a denominação
“tratamento de esgoto”. É na coleta, transporte e tratamento dos esgotos que estaremos
interessados por enquanto.

Tipos de sistemas de esgotos

Quando o esgoto coletado dos prédios for transportado na mesma rede que transporta as
águas da chuva o sistema é dito “sistema unitário”.
Por outro lado, quando esgotos e águas de chuva são transportados em redes separadas,
o sistema é chamado “sistema separador” ou “sistema separador absoluto”.

O sistema unitário, apesar de ser constituído por uma única rede de tubulações e,
portanto menos oneroso, tem uma séria desvantagem. Por coletar e transportar água de
chuva precisa ser conectado as bocas de lobo (estruturas que captam estas águas das
sarjetas) o que permite o desprendimento de gases mau cheirosos do esgoto para a rua,
principalmente em épocas de estiagem.

No Brasil apenas o sistema separador é previsto, tanto que só existe Norma


prescrevendo o projeto e execução de redes coletoras de esgoto sanitário (NBR 9649).
Para as redes de coleta de águas pluviais não há norma pertinente e o projeto é orientado
por critérios estabelecidos na bibliografia.

A tendência no Brasil é se utilizar o sistema separador, entretanto sistemas unitários,


dado o custo relativamente baixo, podem receber financiamento público quando o
projeto tiver características sociais, ou seja, atender populações carentes.

Quantificação dos esgotos


Quantificar com precisão a água consumida pela população já é uma tarefa difícil;
quantificar a parcela desta água que retorna na forma de esgoto, é mais difícil ainda. Por
isso, o consumo de água (como já vimos) é estimado com base em dados estatísticos de
consumo resultantes de um grande número de estudos e pesquisas. Da mesma forma,
estatisticamente, estima-se a quantidade de esgotos gerados por uma comunidade em
80% da água consumida.

Classificação dos esgotos


Conforme a origem de um esgoto ele recebe as seguintes denominações:

1 Esgoto doméstico: água residuária gerada nas residências e proveniente da descarga


de vasos sanitários, mictórios, bidês, lavatórios, chuveiros, pias de cozinha, banheiras,
tanques e lavagem de pisos internos. É também chamado esgoto cloacal.
2 Esgoto industrial: água residuária proveniente de qualquer atividade industrial: como
matéria prima, auxiliar (banhos, fervura...), lavagem de pisos e utensílios industriais,
como água de resfriamento, etc.

3 Esgoto sanitário: água residuária originada pela mistura de esgoto doméstico e


industrial.

Características dos esgotos domésticos


As características físicas, químicas e biológicas dos esgotos domésticos variam em
função de alguns fatores, entre eles, com a região, o clima e o nível sócio-econômico da
população. De acordo com estes fatores, o esgoto pode se apresentar mais ou menos
concentrado.

A rede de esgotos
Depois de gerados os esgotos, é necessário dar uma destinação adequada à eles. A
solução para essa destinação pode ser feita de forma individual ou coletiva.

A solução individual é aquela em que o esgoto é disposto dentro do próprio lote ou


domicílio onde foi gerado e isso é feito em fossas sépticas seguidas por sumidouros.
Esta solução, em geral, é de responsabilidade do proprietário do lote. Ele instala e
“opera” o sistema.

A solução coletiva consiste em coletar os esgotos gerados pela comunidade através de


redes de tubulações estrategicamente localizadas para tal finalidade. Esta solução é de
responsabilidade do município que pode operá-la ou conceder a operação à terceiros.
Em alguns municípios é a própria prefeitura que opera este serviço embora, em outros,
possa ser uma companhia de saneamento pública ou privada que opere sob concessão
do poder municipal.

Traçado da rede de esgoto


O traçado da rede deve ser feito sobre uma planta da região em escala 1:2000 dotada de
curvas de nível de metro em metro.
Os diversos trechos são desenhados acompanhando a topografia das ruas e o sentido do
escoamento, em cada trecho, deve ser indicado através de uma seta. Um poço de visita
deve ser previsto:

(i) nas cabeceiras de rede;


(ii) nos cruzamentos;
(iii) nas mudanças de direção;
(iv) nas mudanças de diâmetro;
(v) a cada 100 metros.
Observe que os esgotos são orientados para o ponto mais baixo do terreno onde são
reunidos e encaminhados para o corpo receptor (rio) através de uma tubulação chamada
emissário.

Hidráulica da rede de esgotos


A rede coletora de esgotos é constituída de tubulações que, do ponto de vista hidráulico,
funcionam como canais ou condutos livres, caracterizados por apresentar em seu
interior uma superfície livre sobre a qual reina a pressão atmosférica. Isso é muito
importante e, é a principal diferença entre este tipo de rede e aquelas de distribuição de
água, que funcionam sob a pressão imposta por um reservatório elevado ou um sistema
de bombeamento.

Esta característica das redes de esgoto exige uma inclinação mínima (Imín) para que o
esgoto possa escoar sob ação da gravidade e isso pode constituir um problema quando a
topografia da cidade for muito “plana”. A figura procura esclarecer esse aspecto das
redes de esgoto comparando a declividade mínima da tubulação com a declividade
natural do terreno.

Quando o terreno é plano (horizontal) a tubulação necessariamente precisa aprofundar


de modo a satisfazer a condição de inclinação mínima, para permitir o escoamento do
esgoto para jusante (para frente).

Nesse caso, a profundidade no final do trecho (h2) será maior que no início (h1).
Quanto mais longa a rede, mais profunda se torna a tubulação e maior volume de terra
precisa ser escavado para a abertura das valas e assentamento da tubulação.

Aceita-se que quando a profundidade atinge mais que 4 m o custo de assentamento se


torna proibitivo e se impõe a necessidade da instalação de uma estação elevatória
(bombeamento) que recupere a altura da tubulação, isto é, que permita trazer atubulação
para próximo da superfície.

Quando o terreno apresenta inclinação mas, igual a inclinação mínima necessária, a


tubulação deve ser assentada com profundidade uniforme, isto é, com h2 = h1. Esta é a
rede com menores custos de escavação uma vez que o fundo das valas permanece
paralelo à superfície, obedecendo apenas a profundidade mínima.

Apesar do terreno apresentar inclinação, esta não é suficiente para garantir a declividade
mínima como em (a). Nesse caso a vala vai aprofundando para jusante e, com isso, os
custos de escavação. Podemos observar que h2 será maior que h1.

Características das redes


As redes de esgotos, ao contrário das redes de abastecimento de água, exigem maiores
cuidados na sua implantação.

1 Profundidade
A profundidade de assentamento deve ser tal que permita uma altura de aterro sobre a
tubulação de pelo menos 90 cm (no leito) ou 65 cm (no passeio).

2 Diâmetro e material dos tubos


O diâmetro mínimo exigido para as tubulações de esgoto é aquele que permita, com
certa facilidade, a limpeza e desobstrução. Até a algum tempo era exigido um diâmetro
mínimo de 150 mm, entretanto, com o aperfeiçoamento dos equipamentos de limpeza, a
exigência passou a ser 100 mm.

Nas redes de esgotos podemos encontrar tubos de ferro fundido, aço galvanizado,
concreto, cimento amianto, manilhas cerâmicas e PVC. Estes últimos têm sido muito
empregados devido a uma série de vantagens como peso reduzido, facilidade de
transporte, nenhuma reação química com os componentes do esgoto, etc.

Os diâmetros mais empregados são 100, 150, 200, 250 e 300 mm mas, podemos
encontrar tubos com 1000 mm e até mais.

Inclinação e velocidade mínimas


A inclinação mínima deve ser aquela que provoque uma velocidade capaz de arrastar a
areia e a matéria orgânica que eventualmente se deposite no interior da tubulação
promovendo assim sua auto-limpeza.

Poços de visita
São estruturas cuja finalidade é permitir a inspeção da rede para detectar eventuais
problemas. São muito úteis para a limpeza e desobstrução e o afastamento entre eles
deve ser no máximo 100 m. São construídos em alvenaria de tijolos ou concreto pré-
moldado.
São constituídos por uma câmara inferior chamada balão e um acesso mais estreito que
recebe o nome “pescoço”.
As figuras abaixo mostram alguns detalhes destas estruturas que podem ser construídas
em alvenaria de tijolos ou em concreto pré-moldado.

Tubos de Inspeção e Limpeza (TIL)


Já tivemos a oportunidade de chamar a atenção para o fato que os PV’s constituem uma
solução onerosa pois, além de numerosos, têm um custo unitário elevado. Além disso, a
experiência dos operadores de rede mostra que muitos deles são pouco ou nunca
visitados. Isso levou as Normas a permitir a substituição dos PV’s por estruturas mais
simples e menos onerosas, nos locais onde não reste dúvidas sobre a possibilidade de
limpeza e desobstrução. Estas estruturas são feitas com as próprias tubulações e
recebem a denominação Tubos de Inspeção e Limpeza (TIL). A figura mostra algumas
configurações destas estruturas.
Construção da rede
A execução da rede de esgotos exige mais cuidados que a das redes de abastecimento de
água. A razão disso é que as redes de esgoto exigem uma inclinação definida no projeto
e que precisa ser cuidadosamente garantida. Isso é feito com equipamentos e
instrumentos adequados.

1 Sondagens
Os dados sobre a natureza do solo e da posição do lençol freático são obtidos no local
da obra através de inspeção visual e sondagens.
Sempre que houver indícios da existência de solo desfavorável para abertura de valas,
devem ser feitos furos de sondagem para permitir o conhecimento do material a ser
encontrado durante as escavações.

A sondagem dá informações a respeito da consistência do solo e da necessidade ou não


de esgotamento das valas. Só com este conhecimento é possível elaborar uma estimativa
realista de custos.

2 Locação das valas


O trabalho de locação das valas consiste em demarcar o alinhamento das valas. Este
trabalho começa pela localização dos poços de visita previstos no projeto. A posição
dos poços é materializada por um piquete. Um fio esticado entre os piquetes marca a
linha de centro da vala.
A largura da vala varia com o diâmetro da tubulação a ser assentada e deve ser prevista
no projeto. Se a rua for pavimentada, esta deve ser removida numa extensão de 20 cm
além dos limites da vala.

Escavação das valas


Quando houver mão de obra barata, como em muitas cidades do interior, predomina a
escavação manual sobre a mecânica, em especial nas obras de menor vulto. As
ferramentas normalmente empregadas são a pá, picareta, enxada e alavanca.

A escavação mecânica, realizada através de máquinas apropriadas (valetadeiras,


retroescavadeiras, etc) agiliza os trabalhos e dá maior rapidez no andamento das obras,
entretanto, a escavação macanizada encontra limitações relacionadas ao alto custo das
máquinas, a profundidade máxima que alcançam (3m), a presença de escoramentos que
impedem a ação das máquinas, etc.

Escoramento das valas


Dependendo da consistência do terreno poderá haver risco de desmoronamento e, nesse
caso, as paredes da vala precisam ser escoradas. Solos arenosos encharcados e argila
muito mole são exemplos da necessidade de um bom escoramento. Por outro lado
terrenos consistentes como argila dura e terra compacta, poderão dispensar a utilização
de escoramento. Em alguns casos, paredes inclinadas permitem dispensar o uso de
escoras.

De qualquer modo, em valas com mais de 1,5 metros de profundidade o escoramento é


necessário, mesmo que o terreno apresente consistência, ao menos de modo
simplificado para que o operário de sinta seguro e possa manter sua produtividade
normal. A figura abaixo mostra o aspecto de algumas valas com e sem escoramento.
Necessidades de esgotamento
Quando a escavação atingir o lençol freático a execução da obra fica comprometida,
pois não só dificulta o andamento do trabalho como afeta o equilíbrio do solo
provocando a instabilidade das paredes da vala e até o seu desmoronamento. Nesse caso
se torna necessário eliminar ou reduzir a água existente acima do fundo por meio
do rebaixamento do lençol freático.

O rebaixamento é feito com o auxílio de ponteiras filtrantes cravadas no terreno


e ligadas a uma ou várias bombas de sucção. Estas ponteiras são tubos perfurados
revestidos com uma tela de malha fina para reter a passagem da areia. A figura procura
esclarecer esse ponto.
Assentamento da tubulação nas valas
A instalação dos coletores na vala é feita com auxílio de equipamentos e instrumentos
bastante simples. O alinhamento do eixo da vala é feito com um fio esticado entre dois
piquetes (estacas) cravados nos PV’s inicial e final do trecho. Em seguida a vala é
escavada manual ou mecanicamente observando a largura determinada para o trecho em
questão.
O próximo passo é cravar os piquetes de 20 em 20m e nivelar o topo deles. Em seguida
instala-se os moirões e as travessas que são niveladas a partir dos piquetes com nível de
mangueira.
O alinhamento dos tubos na vala pode ser feito com auxílio de um gabarito ou uma
cruzeta conforme a preferência como mostram as figuras.

Bases de assentamento

O contato entre o tubo e o fundo da vala onde ele irá descansar é chamado leito do tubo
e a ele deve ser dada toda atenção sob pena de prejudicar o serviço de alinhamento e
nivelamento feitos até agora.

Em terreno firme e uniforme os tubos podem ser assentados diretamente sobre fundo da
vala constituindo este fundo o próprio leito. De preferência, escavar uma canaleta de
seção semicircular para restringir movimentos laterais do tubo.

Quando o solo do fundo for rochoso ou estiver misturado com rochas (pedras) é
necessário remover o fundo “podre” da vala e preencher com areia “limpa” uniforme
que, depois de apiloada, vai constituir uma base segura e evitar que o tubo se apóie em
pontos isolado e fique sujeito a tensões capazes de danifica-lo.
Em alguns casos, quando o terreno original for muito inconsistente (argila mole, lama) é
necessário construir um berço de concreto magro e até mesmo fazer uso de estacas de
sustentação ao berço.

Ligações prediais de esgoto


Ramal predial ou ligação predial é o trecho de canalização que vai do alinhamento
predial até a rede pública de esgoto. A execução desta ligação é normalmente feita por
solicitação do interessado quando a rede coletora já existe. Quando a rede é nova, para
reduzir de custos e evitar futuras e sucessivas aberturas de valas na rua, pode-se
adotar a prática de deixar prontos os ramais prediais. A figura mostra como são feitas as
ligações prediais.
Manutenção da rede de esgotos
A manutenção da rede de esgotos consiste em reparar eventuais deslocamentos da
tubulação provocados por excesso de carga nas vias públicas, por recalques devido a
percolação de água no lençol freático ou acidentes quando da construção de outras redes
(de abastecimento de água, águas pluviais, elétricas, telefônicas, de gás, etc).

Entretanto, os serviços de manutenção mais freqüentes são aqueles relacionados com a


limpeza em virtude da areia infiltrada através das juntas (que não são perfeitamente
estanques) ou desobstruções devidas a materiais estranhos inseridos indevidamente na
rede (trapos, absorventes, sapatos, tubos de detergentes e shampoos, dentaduras, etc).

As equipes de manutenção utilizam basicamente varetas e arames de aço além de


equipamentos de jato de água de alta pressão para realizar as desobstruções.

Tratamentos de esgotos. Tratamentos de águas residuárias,

O objetivo do tratamento dos esgotos é remover, pelo menos em parte, as impurezas


agregadas a água no seu ciclo de utilização (residencial, comercial, industrial).

Água residuária ou " esgoto " o líquido conduzido pelas canalizações de esgotamento
das comunidades é simplesmente água suja ; e a medida que a tecnologia de saneamento
evolui surgem novas técnicas de depuração de águas servidas.

As águas residuais transportam uma quantidade apreciável de materiais poluentes que se


não forem retirados podem prejudicar a qualidade das águas dos rios, comprometendo
não só toda a fauna e flora destes meios, mas também, todas as utilizações que são
dadas a estes meios, como sejam, a pesca, a balneabilidade, a navegação, a geração de
energia, etc.É recomendado recolher todas as águas residuais produzidas e transportá-las
até a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR). Depois de recolhidas nos
coletores, as águas residuais são conduzidas até a estação, onde se processa o seu
tratamento.
O tratamento efetuado é, na maioria das vezes, biológico, recorrendo-se ainda a um
processo físico para a remoção de sólidos grosseiros. Neste sentido a água residual ao
entrar na ETAR passa por um canal onde estão montadas grades em paralelo, que
servem para reter os sólidos de maiores dimensões, tais como, paus, pedras, etc., que
prejudicam o processo de tratamento. Os resíduos recolhidos são acondicionados em
contentores, sendo posteriormente encaminhados para o aterro sanitário.

Etapas do Tratamento

As águas residuais (esgoto) são recolhidas através de coletores e canalizadas para as


ETAR, onde se efetua um tratamento que, de um modo geral, compreende as seguintes
etapas:

Tratamento Preliminar (gradagem e desarenação/desengorduramento), Decantação


Primária,Tratamento Biológico, Decantação Secundária e Desinfecção.

As ETAR são infra-estruturas onde se procura optimizar os processos naturais de


depuração permitindo que o tratamento da água ocorra de forma mais acelerada e
controlada.

O tratamento das águas residuais é realizado por um conjunto de etapas de tratamento


que permitem o cumprimento dos objetivos pretendidos, definidos em legislação e
aplicados às diversas instalações pelas entidades competentes.
No Tratamento Preliminar são separados os sólidos grosseiros (gradados), para proteção
do equipamento electromecânico presente na ETAR, a remoção de areias e de
substâncias inertes que, sendo mais densas que a água, sedimentam e acabam por ficar
retidas, bem como a remoção de óleos e gorduras.

Nível do tratamento
Os requisitos a serem atingidos no tratamento do esgoto dependem da legislação
ambiental que prevê padrões de qualidade para o efluente e para o corpo receptor.

Em nível federal a Resolução CONAMA No 347/2005 do Conselho Nacional do Meio


Ambiente (antiga Resolução No 20) define padrões, muito gerais, a serem atendidos por
efluentes, para que possam ser lançados nos corpos receptores. A definição de
parâmetros mais específicos fica ao encargo dos órgãos estaduais.

Os níveis de tratamento são geralmente classificados em:

Preliminar;
Primário;
Secundário e,
Terciário ou Avançado.

Tratamento Preliminar: Objetiva apenas a remoção de sólidos grosseiros como trapos,


absorventes, pedaços de madeira, animais mortos, etc, que afluem à estação de
tratamento.
Tratamento Primário: Objetiva a remoção de sólidos sedimentáveis e parte da matéria
orgânica representada por estes sólidos.
Tratamento Secundário: Objetiva a remoção de matéria orgânica e eventualmente
nutrientes (nitrogênio e fósforo), uma vez que, neste nível de tratamento, predominam
os mecanismos biológicos.
Tratamento Terciário ou Avançado: Objetiva a remoção de poluentes específicos,
usualmente compostos tóxicos e compostos não biodegradáveis. É empregado também
para a remoção complementar de poluentes não suficientemente removidos no
tratamento secundário, como nutrientes (nitrogênio e fósforo).
O tratamento em nível terciário é muito raro no Brasil (von Sperling,). Alguns efluentes
industriais exigem tratamento terciário. O tratamento dos esgotos é usualmente
classificado pelo mais elevado nível de tratamento a que foi submetido.

Tratamento preliminar
Este estágio do tratamento, as vezes o único, compreende a utilização de grades de ferro
(manuais ou mecanizadas) para a remoção de sólidos grosseiros e caixas de areia para
remoção da areia que se agrega ao esgoto em seu percurso através da rede coletora de
esgotos.

No tratamento preliminar predominam mecanismos físicos como sedimentação (da


areia), peneiramento e gradeamento.
Apesar de não fazer parte do tratamento propriamente dito, podemos encontrar nesta
etapa do tratamento estruturas com finalidades diversas. Por exemplo, calhas Parshall
para medição da vazão do esgoto e bombas para recalcar o esgoto às unidades
subsequentes.

Dependendo do porte da estação as grades utilizadas podem ser de limpeza manual ou


mecanizadas. A limpeza das grades manuais (remoção de sólidos grosseiros) é feita com
auxílio de um rastrilho (rastelo ou ancinho). As grades mecanizadas são utilizadas nas
grandes estações de tratamento onde a quantidade de sólidos é muito grande. A
limpeza é promovida por rastelos acionados por motores elétricos.

O fluxograma típico do tratamento preliminar é o indicado na figura abaixo.


Tratamento primário
O tratamento primário tem por objetivo separar os sólidos sedimentáveis e flutuantes.
Isso é conduzido em unidades chamadas decantadores primários.
O dimensionamento destas unidades é baseado na análise de sólidos sedimentáveis,
realizada em cone Imhoff,.

Uma parcela significativa dos sólidos em suspensão é constituída por matéria orgânica e
a remoção destes sólidos implica remoção de matéria orgânica, portanto um processo
simples como a sedimentação já contribui para a redução da carga de DBO nas
unidades subseqüentes (tratamento secundário).

A unidade de tratamento primário é constituída por um (ou mais) decantadores onde os


sólidos orgânicos (fase sólida) são separados do esgoto (fase líquida). Os decantadores
utilizados no tratamento primário recebem a denominação “decantador primário” e o
lodo orgânico separado, lodo bruto ou “lodo primário”.

Os decantadores podem ter a forma quadrada, retangular ou circular e, podem variar


desde tanques bastante simples até unidades sofisticadas com estruturas para a raspagem
do lodo sedimentado no fundo.

Nos decantadores primários o mecanismo de remoção do lodo é simples e normalmente


feito por carga hidráulica.

O lodo sedimentado nos decantadores primários é altamente instável, isto é, muito


propenso a entrar em decomposição e desprender maus odores. Por isso, à medida que
vai sedimentando deve ser removido e conduzido para o tratamento da fase sólida. O
tratamento do lodo normalmente é feito em digestores anaeróbios com ou sem

aproveitamento do gás metano.

Observe que algumas estações sobrecarregadas podem melhorar a eficiência na remoção


dos sólidos sedimentáveis adicionando coagulantes ao esgoto, entretanto isso não é
muito comum. A adição do coagulante, quando isso é feito, normalmente é procedida na
etapa anterior do tratamento (T. preliminar).
Observe também que nem todas as estações de tratamento empregam o tratamento
primário. Dependendo da concepção de projeto (do processo tratamento adotado), o
tratamento é conduzido da etapa preliminar direto à fase de tratamento secundário. Nos
processos de tratamento por lagoas de estabilização e em algumas variantes do processo
de lodos ativados a etapa primária é dispensada.

Deve-se chamar a atenção também que em hipótese alguma o lodo primário pode ser
conduzido aos leitos de secagem. Para isso, o lodo precisa ser estabilizado primeiro
(tratado).

Tratamento Secundário
O principal objetivo do tratamento secundário é a remoção da matéria orgânica. Como
já vimos, a matéria orgânica se apresenta em parte suspensa e em parte dissolvida no
esgoto bruto. Uma parcela da matéria orgânica em suspensão (≈ 40%) foi removida no
tratamento primário junto com os sólidos sedimentáveis que lá ficaram retidos.

Os processos de tratamento secundário são concebidos de forma a reproduzir em espaço


reduzido e de forma muito mais rápida, aqueles mecanismos de decomposição que
ocorrem naturalmente nos corpos d’água quando lá são despejados os esgotos das
cidades e das indústrias.

A essência do tratamento secundário é a inclusão de uma etapa biológica ao processo de


tratamento. Enquanto nos tratamentos preliminar e primário predominam mecanismos
físicos, no tratamento secundário a remoção da matéria orgânica é efetuada por reações
bioquímicas realizadas por microorganismos .

O tratamento biológico é o modo mais eficiente de remover matéria orgânica de


esgotos. O esgoto provê o alimento biológico, os nutrientes e os próprios
microorganismos que desse esgoto vão se alimentar. Através do controle cuidadoso da
vazão, da recirculação dos microorganismos sedimentados (nos decantadores
secundários), do fornecimento de oxigênio e outros fatores, as culturas de
microorganismos são mantidas na quantidade desejada para processarem rapidamente
os poluentes do esgoto.

As culturas biológicas podem ser desenvolvidas de duas formas básicas: em suspensão


ou fixas (aderidas). A base de todo o processo é o contato entre os microorganismos e o
esgoto.
a) Cultivo em suspensão ou disperso
No cultivo em suspensão a biomassa cresce de forma dispersa no meio líquido, sem
nenhuma estrutura de sustentação ou suporte. Aplicações desse tipo de crescimento são
encontrados nos sistemas de tratamento por lagoas de estabilização, lodos ativados e
reatores anaeróbicos de fluxo ascendente (UASB ou RAFA).

b) Cultivo aderido
No crescimento aderido a biomassa cresce grudada num meio de suporte formando uma
camada gelatinosa chamada biofilme. Esse meio de suporte pode ser natural ou
artificial.
Processos de tratamento biológico que utilizam meios de suporte para o crescimento da
biomassa são: Filtro biológico (aeróbio e anaeróbio), Biodisco (disco biológico),
sistemas de disposição no solo, etc.
Exemplos de meios de suporte natural: pedra britada, seixo rolado, pedaços de madeira,
grãos de areia do solo, etc.
Exemplos de meios de suporte artificial: peças de plástico com as mais diversas formas
são encontradas no mercado com diferentes nomes (Flocor, Del-Pak, etc.).

Os meios de suporte (pedras, etc) são geralmente dispostos dentro de uma câmara, onde
o esgoto flui, percolando através deste leito de filtragem.

Tratamento por lagoas de estabilização


Lagoas de estabilização são grandes tanques construídos nas depressões naturais do
terreno ou escavados artificialmente. O esgoto afluente entra numa extremidade da
lagoa e sai na extremidade oposta.

Ao longo desse percurso, que demora vários dias, se desenvolve o processo de ataque
dos microorganismos sobre a matéria orgânica. O crescimento dos microorganismos é
do tipo disperso.

A utilização de lagoas de estabilização como alternativa de tratamento geralmente


dispensa a etapa de tratamento primário, mas não o tratamento preliminar. Os tipos de
lagoas mais empregados pelos projetistas são:

a) Lagoas anaeróbias
São lagoas relativamente pequenas quando comparadas com os demais tipos de lagoas.
Tem profundidade entre 4m e 5m e são destinadas a receber grande quantidade de
esgotos de modo que todos os mecanismos de reposição de oxigênio sejam incapazes de
manter qualquer teor de Os sólidos sedimentáveis vão ao fundo e sofrem decomposição
anaeróbia da mesma forma que os sólidos em suspensão e dissolvidos na coluna
d’água. O volume destas lagoas é calculado de modo que o esgoto que entra permaneça,
mais ou menos, cinco dias antes de sair. Durante esse tempo a matéria orgânica
(sedimentada, em suspensão e dissolvida) vai sendo gradativamente convertida em
gases (principalmente carbônico, metano e sulfídrico).

Os projetistas são unânimes em afirmar que uma lagoa anaeróbia bem dimensionada (t
= 5 dias) não deve exalar maus odores. A medida que os gases vão se formando, vão se
dissipando na atmosfera. Entretanto, não devemos esquecer que se trata de um processo
induzido por microorganismos anaeróbios e, como tal, muito sensíveis as variações
de temperatura e de carga (flutuações na quantidade de esgoto afluente). Nesse caso,
variações muito acentuadas na quantidade de esgotos afluente ou variações bruscas de
temperatura podem levar ao desprendimento de maus odores.

Podemos observar também que a eficiência deste processo de tratamento é melhor nas
regiões norte e nordeste, onde a temperatura média é mais elevada e as flutuações da
temperatura são menores que na região sul. Os diversos autores apregoam eficiências da
ordem de 50% a 60% para lagoas anaeróbicas. Na região sul entretanto, podemos
esperar eficiências da ordem de 30% a, no máximo 50%, quando bem projetadas.

Chamamos a atenção que, eficiências dessa ordem, indicam que o tratamento não pode
ficar restrito a utilização de uma única lagoa anaeróbia. Por isso, lagoas anaeróbias são
normalmente seguidas por outras unidades de tratamento, em geral lagoas facultativas.

b) Lagoas facultativas
Lagoas facultativas tem funcionamento um pouco diferente das lagoas anaeróbias. São
lagoas projetadas para que os sólidos sedimentáveis entrem em decomposição anaeróbia
no fundo mas, que a parte superior da coluna d’água se mantenha em condições
aeróbias. Assim, nessas lagoas, os mecanismos de estabilização anaeróbia e aeróbia
acontecem simultaneamente, um junto ao fundo e o outro na coluna d’água.

Para garantir que uma parte da coluna d’água se mantenha aeróbia, a lagoa precisa ser
mais rasa e ocupar uma área maior, para o melhor aproveitamento da energia solar que
alimenta o processo de fotossíntese. Vemos então que as condições aeróbias são
mantidas não apenas pela reaeração atmosférica, mas principalmente pela reação de
fotossíntese das algas.
Na coluna d’água o processo é essencialmente o mesmo que ocorre nos corpos d’água,
não necessitando de nenhum equipamento auxiliar. Isso exige um tempo de
permanência do esgoto, dentro da lagoa, um pouco mais elevado, geralmente maior que
20 dias.
Muito interessante é o fato que as algas, assim como as bactérias, respiram o tempo todo
(24 h), isto é, a partir do CO2 e da luz solar elas sintetizam (internamente) moléculas
orgânicas que precisam ser oxidadas para obtenção da energia química necessária ao
crescimento, reprodução e locomoção. Essa oxidação representa uma reação de
respiração que ocorre com consumo de oxigênio. Assim, vemos que as algas tanto
produzem oxigênio (durante o dia) como também o consomem (24h). O balanço entre
produção de oxigênio (fotossíntese) e consumo (respiração) é altamente favorável à
produção, cerca de 15 vezes maior. Isso torna as algas indispensáveis ao funcionamento
das lagoas facultativas (von Sperling, 1996).

Muitos são os gêneros de algas encontradas nas lagoas facultativas mas, com mais
freqüência e maior quantidade as algas verde (clorofícias) dos gêneros Chlamydomonas,
Euglena e Chlorella e as algas azuis (cianofícias) dos gêneros Oscillatoria, Phormidium,
Anacystis e Anabaena.

A predominância das algas verdes é claramente notada pela cor esverdeada do líquido
em praticamente todos os sistemas de lagoas facultativas, entretanto, havendo pouca
disponibilidade de nutrientes ou um abaixamento do pH, as algas azuis tendem a
dominar o processo.

A profundidade de uma lagoa facultativa pode variar de 1,5m a 3,0m enquanto o tempo
de permanência do esgoto na lagoa varia entre 15 dias (regiões mais quentes) e 45 dias
(nas regiões mais frias). A área ocupada por essas lagoas é muito maior que aquela
ocupada pelas lagoas anaeróbias e, assim como aquelas, seu valor depende da
quantidade de esgoto a ser tratado. De modo grosseiro se pode dizer que a área de uma
lagoa facultativa pode variar de 1ha a 40ha e até mais dependendo da população
servida. As normas recomendam que não se utilizem lagoas com mais de 15ha. A
eficiência alcançada é de 70% a 85% quando bem projetadas.

c) Sistemas Lagoa anaeróbia-facultativa / Sistema Australiano


Vimos que uma lagoa anaeróbia sozinha não produz um efluente com a qualidade
desejada devido a sua baixa eficiência. Vimos também que as lagoas facultativas
apresentam uma boa eficiência mas, em contrapartida ocupam áreas enormes. O sistema
mais utilizado pelos projetistas é aquele que combina uma lagoa anaeróbia seguida por
outra facultativa. Este arranjo é conhecido como sistema australiano.

Como a lagoa anaeróbia já reduz em 30% ou 40% o teor de matéria orgânica, o restante
(70 a 60%) exigirá uma área menor para a lagoa facultativa. Esse sistema é o mais
empregado, tanto no tratamento de esgotos domésticos como no tratamento de efluentes
industriais.

O sistema tem uma eficiência um pouco maior que uma única lagoa facultativa e,
continua sendo de operação simples. No entanto, a existência de uma lagoa anaeróbia é
sempre motivo de preocupação devido a possibilidade da liberação de maus odores. Se
o sistema estiver bem equilibrado, isso não deve ocorrer. Entretanto, eventuais
problemas operacionais, como aumento na carga de esgoto ou queda brusca de
temperatura, pode levar ao desprendimento de gases mau cheirosos. É uma boa prática
pensar que, como os sistemas anaeróbios abertos estão sujeitos ao desprendimento de
maus odores, só utilizalos como alternativa de projeto em zonas afastadas das
aglomerações urbanas. A figura, extraída de von Sperling, apresenta de forma
esquemática o sistema australiano.

Num sistema como esse, tratando esgoto doméstico, podemos esperar eficiência global
da ordem de 80% a 90%, se bem projetado e operado, produzindo um efluente com 60
mg/l a 30 mg/l de DBO5, respectivamente.

Sistema de tratamento por lagoas

d) Lagoas aeradas
Quando o terreno disponível para a instalação da lagoa for pequeno, a área exposta ao
sol pode ser insuficiente para manter a fotossíntese.

Nesse caso, podemos optar por um sistema de lagoa em que o suprimento de oxigênio é
feito mecanicamente através de aeradores mecanizados ou dispositivos sopradores de ar.
Neste tipo de lagoa o suprimento de ar é suficiente para oxigenar a camada aeróbia, mas
insuficiente para revolver o lodo do fundo que se decompõe anaeróbicamente, como nas
lagoas facultativas convencionais.

A aeração da lagoa facultativa pode ser uma opção quando a carga de esgoto aumenta
muito devido ao crescimento da população.
É importante observar que o sistema de lagoa aerada é uma alternativa quando a área
disponível é pequena ou quando o sistema convencional já está sobrecarregado. Nesse
caso, a diminuição da área (ou do volume) da lagoa facultativa tem que ser compensada
por um aumento na quantidade de bactérias presentes na massa líquida (liquor). É
óbvio, pois para decompor a mesma quantidade de esgoto num volume menor, só
aumentando a quantidade de bactérias. É claro também que nestas condições a
fotossíntese já não será suficiente para repor o oxigênio consumido por uma quantidade
maior de bactérias atuando sobre uma quantidade maior de esgotos. O suprimento
artificial de oxigênio é a solução para este problema.

Tratamento por Lodos Ativados


Quando analisamos o item “lagoas aeradas” ficou evidente que a diminuição no volume
da lagoa facultativa poderia ser obtido por meio do aumento da quantidade de biomassa
(bactérias) em suspensão. Quanto maior a concentração de biomassa em suspensão
maior será a avidez por alimento (matéria orgânica), e mais carga de matéria orgânica
(esgoto) pode ser digerida no processo.

a) Lodo ativado convencional


O sistema denominado “lodos ativados” funciona de modo muito semelhante as lagoas
aeradas, com a diferença que, a carga de esgoto com que esse sistema opera é muito
maior que aquela. O processo é mantido aeróbio por meio de um dispositivo de aeração
(aerador).

No tanque de aeração (reator) as bactérias se alimentam da matéria orgânica tirando


dela a energia necessária aos seus processos de crescimento e reprodução. Na saída do
tanque o efluente tem um aspecto escuro devido a grande quantidade de sólidos em
suspensão. Este material em suspensão é constituído praticamente só por bactérias que
se proliferaram em grande quantidade dentro do reator, mais de dez vezes a quantidade
existente nas lagoas aeradas.
O líquido efluente do reator (tanque de aeração) é feito passar por um processo de
sedimentação onde os sólidos são separados da fase líquida. Essa unidade de
sedimentação é chamada decantador secundário porque recebe o efluente do tratamento
secundário (biológico). No decantador secundário o lodo constituído de bactérias vai ao
fundo, e o líquido sobrenadante, bastante clarificado, pode ser disposto num rio, lago ou
no solo. Este líquido é o resultado do tratamento secundário.

Muito interessante é que no decantador secundário o teor de matéria orgânica original é


muito baixo porque já foi estabilizada no reator. Como o lodo é praticamente só
bactérias e o alimento já foi quase todo consumido, as bactérias ficam esfomeadas a
ponto de digerirem o próprio material celular num processo chamado autofagia ou
autooxidação.

O lodo biológico excedente do decantador secundário necessita ser estabilizado antes da


disposição final.
Esse lodo, depois de estabilizado, não corre o risco de vir a exalar maus odores.
Entretanto, é um lodo “muito líquido” que precisa ser desidratado para ocupar menos
espaço. Essa desidratação do lodo pode ser feita em unidades chamadas leitos de
secagem, adensadores mecanizados de lodo ou ainda em filtros prensa.

O lodo mais recente, formado por bactérias esfomeadas, é retornado para a entrada do
reator num processo chamado recirculação do lodo. Essas bactérias, devido a escassez
de alimento no decantador secundário, chegam ao reator muito dispostas a devorar o
esgoto novo afluente a ETE e o fazem com extrema rapidez. Este lodo formado por
bactérias esfomeadas é, do ponto de vista do tratamento, muito ativo e recebe a
denominação LODO ATIVADO.

No processo de lodos ativados a estabilização da matéria orgânica é muito rápida e a


velocidade de consumo de oxigênio, muito alta. Por isso, são necessários dispositivos de
aeração muito eficientes. A figura mostra um destes dispositivos.

O processo é tão intenso que não é permitido ao lodo sedimentar no fundo do reator. A
biomassa é mantida, o tempo todo, em suspensão e completamente misturada para
manter a homogeneidade do tratamento. O gasto de energia é bastante elevado para
manter a concentração de oxigênio dissolvido nunca abaixo de 1 mg/l.

A grade de retenção de sólidos grosseiros, a caixa de areia e a canaleta Parshall fazem


parte do tratamento preliminar.
O tratamento primário é conduzido no decantador primário que separa os sólidos
sedimentáveis do esgoto. O lodo daí retirado não sofreu qualquer tipo de tratamento
biológico e é portanto muito instável e sujeito a se decompor e exalar mau cheiro. Note
que este lodo precisa ser tratado ainda e isso geralmente é conduzido em reatores
anaeróbicos. Só depois disso, quando estiver estabilizado é possível coloca-lo nos leitos
de secagem se existirem.

O reator, em conjunto com o decantador secundário, constituem o tratamento


secundário ou tratamento biológico.Desta unidade restam um líquido com DBO muito
menor que no esgoto bruto e pode ser conduzido para disposição final no corpo receptor
e um lodo que precisa ainda ser ser estabilizado em digestores anaeróbios antes da
disposição final.

É importante observar que o lodo excedente do decantador secundário, juntamente com


o lodo do decantador primário são instáveis e necessitam ser estabilizados. Ambos
devem ser conduzidos ao digestor anaeróbio.

b) Lodos ativados com aeração prolongada


Uma variante deste processo é o chamado “lodo ativado com aeração prolongada” ou
extendida. Neste sistema, o lodo é recirculado tantas vezes que permanece no sistema
por 20 a 30 dias antes de ser descartado, enquanto o tempo de detenção hidráulico varia
de 16 a 24 horas.

Este tempo maior garante que o lodo seja completamente oxidado dispensando a
necessidade de decantador primário, ou seja, toda carga de esgoto bruto pode ser
diretamente aplicada no sistema reator/decantador secundários.
Este processo tem outra grande vantagem: como não é gerado lodo bruto no decantador
primário, dispensa o reator anaeróbico de lodo.

O dispositivo de aeração no tanque de mistura do processo de lodos ativados pode ser


do tipo misturador mecânico de turbina ou por ar comprimido. No sistema por ar
comprimido o ar é injetado no fundo do tanque e as bolhas de ar ascendem na coluna
líquida entregando oxigênio a água.

O ar é difundido na massa líquida através de difusores de bolhas de ar (pedra porosa). O


tamanho dos poros determina o tamanho das bolhas.
Observe que quanto menor as bolhas de ar, maior a eficiência na transferência de
oxigênio para a água. Entretanto o sistema fica mais sujeito a entupimentos.

c) O decantador secundário
O decantador secundário é parte integrante do processo de tratamento por lodos ativados
uma vez que, parte do lodo (fase sólida) sedimentado tem que retornar a entrada do
tanque de aeração.
Geralmente são construídos em concreto e possuem um mecanismo que dirige o lodo
para um poço, de onde é recolhido para a recirculação.
As fotos procuram esclarecer os detalhes construtivos destes decantadores. O
decantador é construído em concreto sob medida para receber os raspadores fornecidos
por diversos fabricantes.

Tratamento por filtros biológicos


O filtro biológico é um processo de tratamento secundário de crescimento aderido, isto
é, a biomassa é desenvolvida aderida a um meio de suporte que pode ser pedras,
pedaços de madeira ou peças de plástico disponíveis no mercado para esta finalidade.

O meio de suporte (pedras por exemplo) é colocado dentro de um tanque e o esgoto,


pré-sedimentado, é percolado através deste meio. As bactérias se desenvolvem na
superfície das pedras gerando uma película de aspecto gelatinoso chamada “filme
biológico” ou “zoogléa”.

Quando o esgoto percola através do leito de pedras entra em contato com o biofilme e
sofre a depuração.
O esgoto é disposto sobre o leito filtrante por intermédio de uma haste distribuidora
rotativa para que seja uniformemente distribuído.

O nome de filtro é uma reminiscência histórica, já que as primeiras estações de

tratamento de esgotos, na Inglaterra, usavam inicialmente areia para filtrar os esgotos


(que logo entupiam).

Instalações Prediais Elétricas;


Instalação elétrica é o sistema elétrico físico, ou seja, é o conjunto de componentes
elétricos associados e coordenados entre si, composto para um fim específico.

Circuito elétrico é um conjunto de corpos, componentes ou meios no qual é possível


que haja corrente elétrica. Um sistema elétrico é um circuito ou conjunto de circuitos
elétricos interrelacionados, constituídos para uma determinada finalidade.
Um sistema elétrico é formado essencialmente por componentes elétricos que
conduzem (ou podem conduzir) corrente, enquanto uma instalação elétrica inclui
componentes elétricos que não conduzem corrente, mas que são essenciais ao seu
funcionamento, tais como condutos, caixas e estrutura de suporte.

Nessas condições, a cada instalação elétrica corresponderá um sistema elétrico. Em um


projeto elétrico, as plantas e os detalhes (por exemplo, cortes, diagramas unifilares e
trifilares) representam a instalação, enquanto que os circuitos elétricos envolventes
representam o sistema. Os termos 'sistema elétrico' e 'instalações elétricas' são utilizados
como sinônimos por muitos autores e projetistas.

A NBR 5410 - Instalações Elétricas de Baixa Tensão (última edição da norma, de 1997)
-baseada na norma internacional IEC 60364 - Electric lnstallations of Buildings -, é a
norma aplicada a todas as instalações elétricas cuja tensão nominal é igual ou inferior a
1.000 V em corrente alternada (CA), ou a 1.500 V em corrente contínua (CC).

As instalações cuja tensão nominal é superior a 1.000 V em CA ou a 1.500 V em CC,


são genericamente chamadas de instalações elétricas de alta tensão. Por sua vez, as
instalações cuja tensão nominal é igual ou inferior a 50 V em CA ou a 120 V em CC são
instalações elétricas de extra baixa tensão.

A NBR 5410 fixa as condições a que as instalações de baixa tensão devem atender, a
fim de garantir seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e animais
domésticos e a conservação de bens. Aplica-se a instalações novas e a reformas em
instalações existentes, entendendo-se, em princípio, como 'reforma' qualquer ampliação
de instalação existente (como criação de novos circuitos e alimentação de novos
equipamentos), bem como qualquer substituição de componentes que implique
alteração de circuito.

A norma aborda, praticamente, todos os tipos de instalações de baixa tensão, como:

_ Edificações residenciais e comerciais em geral;


_ Estabelecimentos institucionais e de uso público;
_ Estabelecimentos industriais;
_ Estabelecimentos agropecuários e hortigranjeiros;
_ Edificações pré-fabricadas;
_ Reboques de acampamento (trailers),
_ Locais de acampamento (campings),
_ Marinas e locais análogos;
_ Canteiros de obras, feiras, exposições e outras instalações temporárias.

A norma aplica-se também:

Aos circuitos internos de equipamentos que, embora alimentados por meio de instalação
com tensão igual ou inferior a 1.000 V em CA, funcionam com tensão superior a 1.000
V, como é o caso de circuitos de lâmpadas de descarga, de precipitadores eletrostáticos
etc.;
A qualquer linha elétrica (ou fiação) que não seja especificamente coberta pelas normas
dos equipamentos de utilização;
Às linhas elétricas fixas de sinal, relacionadas exclusivamente à segurança (contra
choques elétricos e efeitos térmicos em geral) e à compatibilidade eletromagnética.

Por outro lado, a norma não se aplica a:

_ Instalações de distribuição de energia elétrica (redes) e de iluminação pública;


_ Instalações de tração elétrica, de veículos automotores, embarcações e aeronaves;
_ Instalações em minas;
_ Instalações de cercas eletrificadas;
_ Equipamentos para supressão de perturbações radioelétricas, na medida em que eles
não comprometam a segurança das instalações;
_ Instalações específicas para a proteção contra descargas atmosféricas diretas.

A NBR 5410 é complementada atualmente por outras duas normas, a NBR 13570 –
Instalações Elétricas em Locais de Afluência de Público: Requisitos Específicos - e a
NBR 13534 – Instalações Elétricas em Estabelecimentos Assistências de Saúde:
Requisitos para Segurança. Ambas complementam, quando necessário, prescrições de
caráter geral contidas na NBR 5410, relativas aos seus respectivos
campos de aplicação.
A NBR 13570 aplica-se às instalações elétricas de locais como cinemas, teatros,
danceterias, escolas, lojas, restaurantes, estádios, ginásios, circos e outros locais
indicados com capacidades mínimas de ocupação (n0 de pessoas) especificadas.
A NBR 13534, por sua vez, aplica-se a determinados locais como hospitais,
ambulatórios, unidades sanitárias, clínicas médicas, veterinárias e odontológicas etc.,
tendo em vista a segurança dos pacientes.

- Componentes das instalações


Componente de uma instalação elétrica é um termo geral que se refere a um
equipamento, uma linha elétrica ou qualquer outro elemento necessário ao
funcionamento da instalação. O termo componente também é usado para indicar uma
parte integrante de um equipamento, uma linha ou qualquer outro componente. Assim,
por exemplo, um eletroduto e um conjunto de condutores isolados são componentes
de uma linha constituída por condutores isolados contidos em eletroduto.

Um equipamento elétrico é uma unidade funcional, completa e distinta, que exerce uma
ou mais funções elétricas relacionadas com geração, transmissão, distribuição ou
utilização de energia elétrica, incluindo-se máquinas, transformadores, dispositivos
elétricos, aparelhos de medição, proteção e controle.

Em particular, um equipamento de utilização é o equipamento elétrico destinado a


converter energia elétrica em outra forma de energia diretamente utilizável (mecânica,
térmica, luminosa, sonora etc.).

O termo aparelho elétrico é utilizado para designar equipamentos de medição e certos


equipamentos de utilização, como:

_ Aparelho eletrodoméstico: destinado à utilização residencial ou análoga (por


exemplo, aspirador de pó, liquidificador,lavadora de roupa e chuveiro elétrico);
_ Aparelho eletroprofissional: destinado à utilização em estabelecimentos comerciais
ou análogos (como máquina de escrever, copiadora xerox e microcomputador),
incluindo os equipamentos eletromédicos;
_ Aparelho de iluminação: é o conjunto constituído, no caso mais geral, por uma ou
mais lâmpadas, luminárias e acessórios(reator e starter).
Dispositivos Elétricos

Dispositivo elétrico é um equipamento integrante de um circuito elétrico, cujo objetivo


é desempenhar uma ou mais funções de manobra, proteção ou controle. É importante
observar que um dispositivo elétrico pode, por sua vez, ser parte integrante de uma
unidade maior.

Normalmente, o termo é utilizado para designar um componente que consome um


mínimo de energia elétrica no exercício de sua função (geralmente comando, manobra
ou proteção), correspondendo ao termo device, como é definido na norma norte-
americana NEC - National Electrical Code.

As principais funções exercidas pelos dispositivos elétricos (device) são:


_ Manobra: mudança na configuração elétrica de um circuito, feita manual ou
automaticamente;
_ Comando: ação destinada a efetuar a manobra, que pode ser de desligamento, ligação
ou variação da alimentação de energia elétrica de toda ou parte de uma instalação, sob
condições de funcionamento normal;
_ Proteção: ação automática provocada por dispositivos sensíveis a determinadas
condições anormais que ocorrem em um circuito, a fim de evitar danos às pessoas e aos
animais e evitar ou limitar danos a um sistema ou equipamento elétrico;
_ Controle: ação de estabelecer o funcionamento de equipamentos elétricos sob
determinadas condições de operação.

Esquemas de ligação utilizados em projetos elétricos de baixa tensão


Os projetos elétricos em baixa tensão devem ser utilizados, conforme esquemas de
ligação, onde as ligações são desenvolvidas através de símbolos. Os esquemas
utilizados em instalações elétricas de baixa tensão são dos diagramas multifilares e
unifilares.

1 - Diagrama Multifilar
Representa do o sistema elétricos, com todos os seus condutores e detalhes onde cada
traço representa um cabo e a simbologia utilizada fica restrita aos aparelhos de
utilização. Para um melhor entendimento vamos tomar como exemplo o circuito de uma
lâmpada acionada por um interruptor:
Fig. 1. Ligação de uma lâmpada acionada por um interruptor simples

Baseado neste circuito podemos desenhar o diagrama unifilar do circuito representado


acima, onde os traços de fase (R1) e neutro(N1) são oriundos de um quadro de luz.
Sempre deve-se interromper a fase do circuito através do interruptor.

Fig. 2. Diagrama multifilar da lâmpada acionada por interruptor


Fig.3. Diagrama unifilar da lâmpada acionada por interruptor

2 - Simbologia
A simbologia utilizada em instalações elétricas é definida de acordo com um padrão,
sendo a simbologia comumente utilizada esta representada na tabela abaixo.

Tabela 1- Simbologia empregada nos diagramas unifilares


Instalação elétrica de uma tomada

Diagrama Multifilar

Fig. 4 - Diagrama multifilar de uma tomada monofásica


1.3.3.2 - Diagrama Unifilar

Fig. 5- Diagrama unifilar de uma tomada monofásica


1.3.4 - Acionamento de duas lâmpadas com Interruptor de duas seções
1.3.4.1 - Diagrama Multifilar

Fig.5 - Diagrama Multifilar do acionamento de duas lâmpadas com interruptor de


duas seções

1.3.4.2 - Diagrama Unifilar


Fig. 6 - Diagrama Multifilar do acionamento de duas lâmpadas com interruptor de
duas seções

1.3.4 - Interruptores paralelos(Three-Way)


Este tipo de interruptor é utilizado quando se deseja acionar uma lâmpada ou um
conjunto de lâmpadas através de dois pontos distintos, evitando assim que o usuário
tenha que retornar ao um determinado ponto para desligar a lâmpada, o interruptor
paralelo é usado nos seguintes locais:

_ Escadarias: A melhor solução é instalar um interruptor no inicio da escada e outro no


final da escada;
_ Corredores: Podem ser instalados no inicio e no final do corredor;
_ Quartos: Instala-se um interruptor próximo à porta do quarto e outro na cabeceira da
cama.
O interruptor paralelo também pode ser chamado de three way, pois o interruptor possui
três terminais, onde o terminal central é denominado terminal comum sendo este ligado
na fase ou retorno para a lâmpada e os demais ligados os retornos para o próximo
interruptor paralelo.

Interruptor Intermediário (Four Way)


O interruptor paralelo é utilizado quando é necessário comandar uma lâmpada ou um
conjunto de lâmpadas de três ou mais pontos diferentes. Podem ser usados quantos
interruptores paralelos quanto se desejar, entretanto eles devem ser instalados sempre
entre dois interruptores intermediários. O interruptor paralelo também é conhecido
como interruptor four way, possui quatro terminais, onde são interligados
os retornos provenientes dos interruptores paralelos ou intermediários no caso de
instalação de mais de um interruptor intermediário.

Fig.9 Diagrama Multifilar de um interruptor intermediário

O interruptor intermediário funciona da seguinte maneira: quando na posição I há


contato entre o terminal A e o terminal D e o terminal B com o terminal C mantendo o
circuito desligado. Na posição II há o contato entre o terminal A e C e os terminais B e
D fazendo com que a lâmpada acenda.
Qualquer mudança em qualquer um dos interruptores paralelos irá trocar o estado da
lâmpada assim, se o interruptor estiver desligando o circuito da lâmpada ela poderá ser
ligada através de qualquer um dos interruptores paralelos e vice-versa.

Diagrama unifilar
Fig.12 - Diagrama unifilar de uma lâmpada acionada por um interruptor
intermediário
Em uma instalação elétrica, é possível ter os seguintes tipos de equipamentos:
_ Equipamentos relacionados à fonte de energia elétrica da instalação, que são os
transformadores, os geradores e as baterias;
_ Dispositivos de comando (manobra) e proteção, tais como chaves, seccionadores,
disjuntores, fusíveis e relés; equipamentos de utilização, que podem ser classificados em
equipamentos nãoindustriais( aparelhos eletrodomésticos e eletroprofissionais),
equipamentos industriais (tornos, compressores, prensas, fomos) e aparelhos de
iluminação.
Quanto à instalação, os equipamentos em geral podem ser classificados em:
_ Fixos: são projetados para serem instalados permanentemente em um lugar
determinado, como, por exemplo, um transformador (em um poste), um disjuntor (em
um quadro), um aparelho de arcondicionado (em parede ou janela);
_ Estacionários: não são movimentados quando em funcionamento, não possuem alça
para transporte ou possuem massa tal que não possam ser movimentados facilmente,
como, por exemplo, geladeira ou freezer doméstico, lavadora de roupa,
microcomputador, disjuntor extraível (de um cubículo de subestação);
_ Portáteis: são equipamentos movimentados quando em funcionamento ou que podem
ser facilmente deslocados de um lugar para outro, mesmo quando ligados à fonte de
alimentação, como é o caso de certos eletrodomésticos (como enceradeira e aspirador de
pó) ou aparelhos de medição, (como multímetros);
_ Manuais: são os portáteis projetados para serem suportados pelas mãos durante
utilização normal, como é o caso das ferramentas portáteis (furadeiras, ferro de passar
roupas e amperímetro tipo alicate).
A potência instalada de uma instalação elétrica, de um setor de uma instalação ou de
um conjunto de equipamentos de utilização é a soma das potências nominais dos
equipamentos de utilização da instalação, do setor da instalação ou do conjunto de
equipamentos. Um equipamento que absorve energia elétrica é um
equipamento de utilização, e dependendo da necessidade a potência ativa consumida
pode variar desse zero até sua potência nominal.
Para o equipamento de utilização as cargas podem ainda ser caracterizadas como:
_ Cargas lineares: constituídas pelos equipamentos elétricos, cuja forma de onda de
tensão e corrente de entrada permanecem senoidais em qualquer ponto de operação. É o
caso típico de motores de indução usuais, da iluminação incandescente e de cargas de
aquecimento.
_ Cargas não-lineares: constituídas basicamente pelos equipamentos eletrônicos, cujas
tensão e corrente elétricas são distorcidas, contendo harmônicas.

A seguir temos uma tabela com a potência típica de alguns aparelhos eletrodomésticos:

Tabela 2 Potências típicas de alguns aparelhos eletrodomésticos


As instalações de baixa tensão (BT) podem ser alimentadas de várias maneiras:
(a) Diretamente, por uma rede de distribuição de energia elétrica de baixa tensão, por
meio de um ramal de ligação; é o caso típico de prédios residenciais, comerciais ou
industriais de pequeno porte;
(b) A partir de uma rede de distribuição de alta tensão (AT), por meio de uma
subestação ou de um transformador exclusivo, de propriedade da concessionária; é o
caso típico de instalações residenciais de uso coletivo (apartamentos) e comerciais de
grande porte;
(c) A partir de uma rede de distribuição de alta tensão, por meio de uma subestação de
propriedade do consumidor; é o caso típico de prédios industriais e comerciais de
médio e grande porte;
(d) Por fonte autônoma, como é o caso de instalações de segurança ou de instalações
situadas fora de zonas servidas por concessionárias.
A entrada de serviço é o conjunto de equipamentos, condutores e acessórios instalados
entre o ponto de derivação da rede da concessionária e o quadro de medição ou
proteção, inclusive. O ponto de entrega é o ponto até onde a concessionária deve
fornecer energia elétrica, participando dos investimentos
necessários e responsabilizando-se pela execução dos serviços, pela operação e
manutenção, não sendo necessariamente o ponto de medição. A entrada consumidora
é o conjunto de equipamentos, condutores e acessórios instalados entre o ponto de
entrega e o quadro de proteção e medição, inclusive.
O ramal de ligação é o conjunto de condutores e acessórios instalados entre o ponto de
derivação da rede da concessionária e o ponto de entrega.
O ramal de entrada é o conjunto de condutores e acessórios instalados entre o ponto de
entrega e o quadro de proteção e medição.

A Figura 13 mostra esquematicamente os componentes da entrada de serviço.

Assim teremos a distribuição de energia elétrica através da rede publica de baixa tensão
representadas na figura abaixo:
Fig. 14 . Rede pública de distribuição de baixa tensão
Uma subestação é uma instalação elétrica destinada à manobra, transformação e/ou
outra forma de conversão de energia elétrica. Quando este termo é empregado sozinho,
subentende-se uma subestação de transformação.

Chama-se unidade consumidora a instalação elétrica pertencente a um único


consumidor, recebendo energia em um só ponto, com sua respectiva medição.
A origem de uma instalação elétrica para uma unidade consumidora é o ponto de
alimentação da instalação, a partir do qual se aplica a NBR 5410. Deve-se observar que:
(a) Quando a instalação é alimentada diretamente por rede pública de baixa tensão, por
transformador ou por uma subestação da concessionária, a origem corresponde aos
terminais de saída do dispositivo geral de comando e proteção; caso esse dispositivo se
encontre antes do medidor de energia, a origem corresponde aos terminais de saída do
medidor (ver Figura 1.3);
(b) A origem de uma instalação alimentada a partir de um transformador ou de uma
subestação própria corresponde aos terminais de saída do transformador; se a
subestação possuir vários transformadores não ligados em paralelo, haverá tantas
origens e tantas instalações quantos forem os transformadores;
(c) Em instalações alimentadas por fonte própria (em baixa tensão), a origem é
considerada de maneira a incluir a fonte como parte da instalação.
É importante observar que, no caso de edificações de uso coletivo residencial ou
comercial com vários consumidores, a cada unidade consumidora (apartamento,
conjunto de salas, loja, administração etc.) corresponde uma instalação elétrica cuja
origem está localizada nos terminais de saída do respectivo dispositivo geral de
comando e proteção ou do medidor, se for o caso.

A tensão nominal de uma instalação de baixa tensão de uma unidade consumidora é a


tensão na origem da instalação. A tensão de serviço pode, por razões óbvias, ser
diferente da tensão nominal; no entanto, em todos os cálculos que envolvem tensão, a
nominal é a considerada. A resolução n0 505 de
novembro de 2001 da ANEEL, define a tensão nominal na origem da instalação, bem
como a variação permitida.
Um circuito de uma instalação elétrica é o conjunto de componentes da instalação
alimentados a partir da mesma origem e protegidos pelo mesmo dispositivo de proteção.
Em uma instalação há dois tipos de circuitos: os de distribuição e os terminais. Um
circuito de distribuição é o circuito que alimenta um ou
mais quadros de distribuição e um circuito terminal é aquele que está ligado
diretamente a equipamentos de utilização ou a tomadas de corrente.
Um quadro de distribuição é um equipamento elétrico que recebe energia elétrica de
uma ou mais alimentação e a distribui a um ou mais circuitos. Pode também
desempenhar funções de proteção, seccionamento, controle e medição. Um quadro (de
distribuição) terminal é aquele que alimenta exclusivamente circuitos terminais.
Verifica-se, então, que o termo 'quadro de distribuição' é absolutamente geral e inclui
desde os simples 'quadros de luz' até os mais complexos CCMs (centros de controle de
motores).

Abaixo a figura 15 representa um quadro de distribuição.


Fig.15 - Quadro de distribuição
O quadro de distribuição deve ser instalado de preferência o em locais de fácil acesso,
como cozinhas, áreas de serviço, corredores. Também deve ser instalado o mais
próximo possível do medidor ou mais próximo dos locais onde haja a maior
concentração de cargas.

Abaixo temos um quadro de distribuição bifásico em corte onde pode-se visualizar


todos os elementos que o compõem.
Fig. 16. Partes componente de um quadro de distribuição
Uma tomada de corrente pode ser definida como um dispositivo elétrico com contatos
ligados
permanentemente a uma fonte de energia elétrica, que alimenta um equipamento de
utilização por meio da conexão de um plugue.
Em uma instalação pode-se distinguir as tomadas de uso específico, onde são ligados
equipamentos fixos, como por exemplo, aparelhos de ar-condicionado e certos
equipamentos estacionários de maior porte, como é o caso de máquinas de xerox, e as
tomadas de uso geral, onde são ligados equipamentos móveis, portáteis e estacionários.
Pode-se ainda falar em pontos de uso específico, que geralmente são caixas de ligação,
onde são ligados equipamentos fixos (que não utilizam plugues). É o caso da maior
parte dos equipamentos industriais e de certos equipamentos eletrodomésticos e
eletroprofissionais.
Instalação temporária é uma instalação elétrica prevista para uma duração limitada às
circunstâncias que a motivam. São admitidas durante um período de construção,
reparos, manutenção, reformas ou demolições, de estruturas ou equipamentos.

17 Representação do sistema de distribuição de energia elétrica


A NBR 5410 considera três tipos de instalações:
Instalação de reparos: substitui uma instalação defeituosa, sendo necessária sempre
que ocorrer um acidente que impeça o funcionamento de uma instalação existente ou de
um de seus setores;
Instalação de trabalho: permite reparos ou modificações em uma instalação existente,
sem interromper seu funcionamento. A instalação de trabalho: permite reparos ou
modificações em uma instalação existente, sem interromper o seu funcionamento;
Instalação semipermanente: destinada a atividades não habituais ou que se repetem
periodicamente, como
é o caso das 'instalações em canteiros de obras', assim consideradas as que se destinam à
construção de edificações novas, aos trabalhos de reforma, modificação, ampliação ou
demolição de edificações existentes, bem como à construção de obras públicas (como
redes de água, gás, telefonia, energia elétrica e obras viárias).

1. 4 - Equipamentos de utilização
Os equipamentos de utilização podem ser classificados em três grandes categorias:
aparelhos de iluminação, equipamentos industriais e equipamentos não-industriais.
Os aparelhos de iluminação estão presentes em qualquer local e em todo tipo de
instalação e podem ser classificados de acordo com o tipo de fonte utilizada em:
(a) Aparelhos incandescentes: utilizam lâmpadas incandescentes comuns ou refletoras
e as halógenas;
(b) Aparelhos de descarga: utilizam lâmpadas a descarga, que podem ser fluorescentes,
de vapor de mercúrio, de vapor de sódio e de multivapores metálicos etc.
Os equipamentos industriais ou análogos são os utilizados nas áreas de produção das
indústrias e em outras aplicações bem específicas. Podem ser classificados em:
(a) Equipamentos de força motriz: inclui compressores, ventiladores, bombas,
equipamentos de levantamento (como elevadores e guindastes) e em equipamentos de
transporte (como pórticos, pontes rolantes e correias transportadoras);
(b) Máquinas-ferramentas: inclui desde os tornos e fresas até as máquinas operatrizes
mais potentes e sofisticadas;
(c) Fornos elétricos: que são os fomos a arco elétrico, a resistência elétrica e de
indução;
(d) Caldeiras elétricas: constando das caldeiras a resistência e a eletrodo;
(e) Equipamentos de solda elétrica: de eletrodo ou ponto a ponto
Os equipamentos não-industriais são utilizados em locais comerciais, institucionais,
residenciaisetc. e até mesmo em indústrias fora das áreas de produção (em escritórios,
depósitos e laboratórios). Podem ser classificados em:

a) Aparelhos eletrodomésticos
(b )Aparelhos eletroprofissionais incluem desde uma simples máquina de escrever até
um sofisticadoequipamento de processamento de dados;
(c) Equipamentos de ventilação, exaustão, aquecimento e ar-condicionado: são todos
os equipamentosimpostos pelos sistemas industriais de ventilação, aquecimento
ambiental e ar condicionado. Observe queos ventiladores e circuladores de ar portáteis,
bem como os aparelhos de ar condicionado (de parede ou de
janela) e os aquecedores de ambiente portáteis, são considerados 'aparelhos
eletrodomésticos';
(d) Equipamentos hidráulicos e sanitários: inclui todos os equipamentos associados
aos sistemashidráulicos e sanitários dos prédios, tais como bombas de recalque,
compressores de ar, bombas de vácuo, bombas de esgoto e ejetores de poços;
(e) Equipamentos de aquecimento de água: inclui aquecedores e caldeiras utilizados
para aquecimento deágua em prédios excluindo-se os chuveiros e torneiras elétricos e os
aquecedores residenciais, classificadoscomo 'aparelhos eletrodomésticos';
(j) Equipamentos de transporte vertical: inclui os elevadores, as escadas rolantes e os
monta
cargas;
(g) Equipamentos de cozinhas e lavanderias: equipamentos utilizados em cozinhas e
lavandeiras industriais, comerciais e institucionais, com exceção de 'eletrodomésticos'
típicos de cozinhas e lavanderiasresidenciais e de pequenas cozinhas comerciais;
(h) Equipamentos especiais: aqueles que não se enquadram nas categorias anteriores,
tais comoequipamentos hospitalares e equipamentos de laboratórios;
(i) Equipamentos de tecnologia da informática: termo empregado pela NBR 5410 para
designar principalmente:
_ Equipamentos de telecomunicação e de transmissão de dados;
_ Equipamentos de processamento de dados;
_ Instalações que utilizam transmissão de sinais com retorno pela terra, interna ou
externamenteligadas a uma edificação;
_ Equipamentos e instalações de centrais privadas de comutação telefônica (PABX);
_ Redes locais (LAN) de computadores;
_ Sistemas de alarme contra incêndios e contra roubo;
_ Sistemas de automação predial;
_ Sistemas CAM (Computer Aided Manufacturing) e outros que utilizam computadores.

2 - Aterramento
Para funcionar adequadamente e com segurança toda instalação elétrica deve possuir
um sistema deaterramento adequadamente dimensionado. Assim caracterizamos o
aterramento como uma ligação intencional de um equipamento ou linha a terra.
São considerados solos bons condutores aqueles com resistividades entre 50 e 100 _m, a
tabela abaixo nosmostra valores típicos de resistividade de alguns tipos de solos.

Tabela 3 -. Resistividades típicas dos tipos de solo


O sistema de aterramento tem por função ;
_ Segurança de atuação da proteção;
_ Proteção das instalações contra descargas atmosféricas;
_ Proteção do individuo contra contatos indiretos;
_ Uniformização do potencial.
Uma das funções mais importantes dos sistemas de aterramento é a proteção contra
contatos indiretos.
Este tipo de acidente é o mais comum que ocorre em instalações residenciais e
industriais, onde ocorre o contato em uma parte metálica que por falta perdeu a sua
isolação e faz com que o corpo do individuo fique eletricamente conectado a uma tensão
de fase e terra.
O limite de corrente alternada suportáveis pelo corpo humano é na ordem de 25 mA,
sendo que entre 15 e 25 mA o individuo já começa a sentir dificuldades de soltar o
objeto. Na faixa de 15 e 80 mA ele é acometido de grandes contrações e asfixia. Acima
de 80 mA o individuo sofre graves lesões musculares e
queimaduras, alem de asfixia imediata. Além deste limite as queimaduras são intensas,
havendo asfixia e necrose dos tecidos. A gravidade das lesões irá depender do tempo de
exposição a corrente elétrica.
2.1- Elementos De Uma Malha De Aterramento
Os principais elementos de uma malha de aterramento são os seguintes:
Eletrodos de terra: Também chamados de eletrodos verticais, podem ser constituídos
dos seguintes elementos:
_ Aço galvanizado: Em geral, após um determinado período de tempo, o eletrodo (haste,
cantoneira ou cano de ferro) sofre corrosão, aumentando, em conseqüência, a resistência
de contato com o solo. Seu uso, portanto, deve ser restrito.
_ Aço cobreado: Dada à cobertura da camada de cobre sobre o vergalhão de aço, o
eletrodo adquire uma elevada resistência à corrosão, mantendo as suas características
originais ao longo do tempo, sendo o tipo de haste mais utilizada conhecida como
cooperweld.

Fig. 18 . Haste de aterramento


Condutor de Aterramento: É o condutor que interliga a malha de aterramento aos
pontos e linhas que devem ser aterradas, geralmente é utilizado cabo de cobre sem
isolamento(Nu). No caso de solos de características ácidas, pode-se utilizar o condutor
de cobre nu de seção não inferior a 16 mm2. Para solos de natureza alcalina, a seção do
condutor de cobre não deve ser inferior a 25 mm2. Em subestações industriais
aconselha-se, até por motivos mecânicos, a utilização do condutor de aterramento com
seção não inferior a 25 mm2.

Fig. 19. Condutor de aterramento


Conexões: São elementos metálicos utilizados para conectar os condutores nas emendas
ou derivações. Existe uma grande variedade de conectores, porém destacam-se os
seguintes;
_ Conectores aparafusados: São peças metálicas utilizadas na emenda de condutores.
Sempreque possível deve-se evitar a sua utilização em condutores de aterramento
devido a sua continuidade não ser perfeita;

Fig. 20 Conector por aparafusamento


_ Conexão exotérmica:É um processo de conexão a quente, no qual se verifica uma
fusão entre o elemento metálico de conexão e o condutor. Existem vários tipos de
conexão utilizando este processo. A conexão exotérmica é executada no interior de um
cadinho; para cada tipo de conexão há um modelo específico de cadinho.

Fig. 21 Cadinho Fig.22. Conexão Exotérmica


_ Condutor de proteção: É aquele utilizado para a ligação das massas (por exemplo:
carcaça dos equipamentos) aos terminais de aterramento parcial e principal. Será ligado
à malha de terra através do
condutor de aterramento.

2.2 - Esquemas de aterramento


Dentro dos esquemas de aterramento, podemos distinguir duas funções primordiais dois
esquemas de aterramento:
- Aterramento de proteção: consiste na ligação à terra das massas e dos elementos
condutores estranhos à instalação. Possui como objetivos:
_ Limitar o potencial entre massas, entre massas e elementos condutores estranhos à
instalação e entre os dois e a terra a um valor seguro sob condições normais e anormais
de funcionamento;
_ Proporcionar às correntes de falta um caminho de retomo para terra de baixa
impedância, de modo que o dispositivo de proteção possa atuar adequadamente.
Aterramento funcional:A ligação à terra de um dos condutores vivos do sistema (em
geral, o neutro) - proporciona:
_ Definição e estabilização da tensão da instalação em relação a terra durante o
funcionamento;
_ Limitação de sobretensões devidas a manobras, descargas atmosféricas e contatos
acidentais com linhas de tensão mais elevada;
_ Retorno da corrente de curto-circuito monofásica ou bifásica à terra ao sistema
elétrico.
De acordo com a NBR 5410, as instalações de baixa tensão estar contidas, quando
considerados aterramentos funcional e de proteção, a três esquemas de aterramento
básicos, classificados em função do aterramento da fonte de alimentação da instalação
(transformador, no caso mais comum, ou gerador) e das
massas, e designados por uma simbologia que utiliza duas letras fundamentais:
_ 1a letra: indica a situação da alimentação em relação a terra:
· T: um ponto diretamente aterrado;
· I: nenhum ponto aterrado ou aterramento através de impedância razoável.
_ 2a letra: indica as características do aterramento das massas:
· T: massas diretamente aterradas independentemente do eventual aterramento da
alimentação;
· N: massas sem um aterramento próprio no local, mas que utilizam o aterramento da
fonte de alimentação por meio de um condutor separado (PE) ou condutor neutro
(PEN);
· I: massas isoladas, ou seja, não aterradas.
_ Outras letras: especificam a forma do aterramento da massa, utilizando o aterramento
da fonte de alimentação:
· S: separado, isto é, o aterramento da massa é feito por um condutor (PE) diferente do
condutor neutro;
· C: comum, isto é, o aterramento da massa do equipamento elétrico é feito com o
próprio condutor neutro (PEN).

dos Condutores Utilizados na Instalação


A norma NBR 5410 – Instalações elétricas de Baixa Tensão- Procedimentos fornece as
medidas necessárias para que a ênfase com relação à segurança e proteção tenha sempre
como objetivo evitar sobrecargas, curto circuitos, entre outros problemas decorrentes a
erros inerentes de cabeamento e projeto.
Em se tratando de dimensionamento de condutores e de sua proteção contra correntes de
sobrecarga e curto circuito em instalações elétricas de baixa tensão devemos considerar
o problema térmico como o fator preponderante. Assim o condutor deve limitar a
corrente, tanto a de regime permanente quanto a transitória, de tal modo que os
condutores não atinjam por efeito Joule, temperaturas que possam afetar a sua
integridade física, comprometendo a sua isolação.Sendo os danos que a isolação pode
sofrer não dependem exclusivamente da temperatura, mas principalmente de quanto
tempo o condutor for exposto a esta temperatura.

Condutor Elétrico
É assim chamado todo material que possui a propriedade de conduzir ou transportar a
energia elétrica, ou ainda, transmitir sinais elétricos.

- Material
Os materiais utilizados na fabricação de condutores de corrente elétrica são
classificados em dois
grandes
grupos:
a) Materiais de elevada resistividade
b) Materiais de elevada condutividade
Os materiais de elevada resistividade destinam-se às seguintes aplicações:
Transformação de energia elétrica em térmica
Exemplos:
_ Fornos elétricos;
_ Chuveiros elétricos;
_ Aquecedores;
_ Ferros elétricos;
_ Soldadores elétricos, etc.

Transformação de energia elétrica em energia luminosa


Exemplos:
· Filamentos para iluminação em geral (tungstênio)

Criar nos circuitos certas condições destinadas a provocar quedas de tensão


Exemplos:
· resistores, reostatos.
Quanto aos materiais de elevada condutividade destinam-se a todas as aplicações em
que a corrente elétrica
deve circular com as menores perdas possíveis, como por exemplo:
_ Ligações de aparelhos, equipamentos e dispositivos;
_ Transformação da energia elétrica em outra forma de energia.Exemplo: bobinas
eletromagnéticas.
Dentre os materiais condutores e elevada condutividade e que possuem maior
diversidade de utilização na
eletrotécnica e eletrônica são os seguintes: cobre chumbo, bronze, alumínio, platina,
latão, prata e
mercúrio.

- Isolação
Trata-se de um conjunto de materiais isolantes aplicados sobre o condutor, cuja
finalidade é isolá-lo eletricamente do ambiente que o circunda, como por exemplo, de
outros condutores e a terra e contra contatos acidentais. Serve também para proteger o
condutor contra ações mecânicas, como no caso da enfiação nos eletrodutos. Não se
deve confundir isolação com isolamento.
Isolação define o aspecto qualitativo, como por exemplo: lsolação de PVC, Polivinil
Antiflam, Polietileno, etc.
Os materiais utilizados como isolação devem possuir também, além de alta
resistividade, alta rigidez dielétrica, principalmente para tensões superiores a 1 kV.
DIMENSIONAMENTO DE TOMADAS DE USO GERAL(TUG´S)
As tomadas de uso geral(TUG´s) são definidas como pontos de tomadas destinados a
aparelhos portáteis, e/ou de baixa potência que podem ser retirados ou alterados de seu
lugar, assim uma tomada de uso geral não é projetada para atender um único
equipamento. Como exemplo de tomadas de uso geral temos: aparelho de
som, ventiladores, liquidificadores, etc.
As tomadas de uso geral saem diretamente de um disjuntor do quadro de distribuição,
podendo ser ligadas duas ou mais tomadas em um mesmo circuito como mostra a
figura:

Divisão dos Circuitos da Instalação Elétrica


- Devem ser previstos circuitos distintos para iluminação e tomadas;
- Devem ser previstos circuitos distintos para tomadas de uso geral da cozinha, copa-
cozinha e área de
serviço;
- Cada tomada de Uso especifico deve ter um circuito exclusivo;
- Devem ser previstos circuitos independentes para tomadas com consumo de mais de
10 A;
- A instalação deve ser balanceada entre as fases da instalação de acordo com o
fornecimento(monofásico,
bifásico e trifásico).

DIVISÃO DAS INSTALAÇÕES


Toda a instalação deve ser dividida em vários circuitos, de modo a:
- limitar as conseqüências de uma falta, a qual provocará apenas o seccionamento do
circuito defeituoso;
- facilitar as verificações, os ensaios e a manutenção;
- evitar os perigos que possam resultar da falha de um único circuito, como, por
exemplo, no caso da iluminação.

Chama-se circuito ao conjunto de pontos de consumo, alimentados pelos mesmos


condutores e ligados ao mesmo dispositivo de proteção (chave ou disjuntor).
Nos sistemas polifásicos, os circuitos devem ser distribuídos de modo a assegurar o
melhor equilíbrio de cargas entre as fases.

Em instalações de alto padrão técnico, deve haver circuitos normais e circuitos de


segurança. Os circuitos normais estão ligados apenas a uma fonte, em geral, a
concessionária local em caso de falha da rede, haverá interrupção no abastecimento.
Estes circuitos são muitas vezes chamados de "não essenciais".

Os circuitos de segurança são aqueles que garantirão o abastecimento, mesmo quando


houver falha da concessionária. Como exemplo de circuitos de segurança, podem-se
citar os circuitos de alarme, de proteção contra incêndio etc., abastecidos
simultaneamente pela concessionária ou por fonte própria (baterias, geradores de
emergência etc.). Os circuitos de segurança são muitas vezes chamados de "essenciais”.
Os circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos de tomadas. Em unidades
residenciais, hotéis, motéis ou similares são permitidos pontos de iluminação e tomadas
em um mesmo circuito, exceto nas cozinhas, copas e áreas de serviço, que devem
constituir um ou mais circuitos independentes.
Devem ser observadas as seguintes restrições em unidades residenciais, hotéis, motéis
ou similares:
Circuitos independentes devem ser previstos para os aparelhos de potência igual ou
superior a 1 500 VA (como aquecedores de água, fogões e fornos elétricos, máquinas de
lavar, aparelhos de aquecimento etc.) ou para aparelhos de ar condicionado, sendo
permitida a alimentação de mais de um aparelho do mesmo tipo através de um só
circuito;
As proteções dos circuitos de aquecimento ou condicionamento de ar de uma residência
podem ser agrupadas no quadro de distribuição da instalação elétrica geral ou num
quadro separado;
Quando um mesmo alimentador abastece vários aparelhos individuais de ar
condicionado deve haver uma proteção para o alimentador geral e uma proteção junto a
cada aparelho, caso este não possua proteção interna própria.
Cada circuito deverá ter seu próprio condutor neutro. Em lojas, residências e
escritórios, os circuitos de distribuição devem obedecer às seguintes prescrições
mínimas:

- residências: um circuito para cada 60 m² ou fração;

- lojas e escritórios: um circuito para cada 50 m² ou fração.


-

CONDUTORES UTILIZADOS
Os condutores utilizados nas instalações residenciais, comerciais ou industriais de baixa
tensão, poderão ser de cobre ou de alumínio, com isolamento de PVC (cloreto de
polivinil) ou de outros materiais previstos por normas, como EPR ou XLPE.
Antes de decidir como abastecer os pontos de utilização de energia devemos escolher a
maneira de instalar os condutores elétricos.
Uma vez escolhida a maneira de instalar e conhecida à potência dos pontos de
utilização, devemos verificar o dimensionamento dos condutores pela queda de tensão
admissível ou pelo critério da capacidade de corrente ( Ampacidade )

DIMENSIONAMENTO DE CONDUTORES PELA QUEDA DE TENSÃO


ADMISSIVEL

Os aparelhos de utilização de energia elétrica são projetados para trabalharem a


determinadas tensões , com uma tolerância pequena . Estas quedas são em função da
distância entre a carga e o medidor e a potência da carga.
Pela norma NBR – 5410 são admitidas as seguintes quedas de tensão :

Para instalações alimentadas por um ramal de baixa tensão , a partir da rede de


distribuição pública de baixa tensão : 4 %
Instalações alimentadas diretamente por uma subestação de transformação a partir de
uma instalação de alta-tensão ou que possuam fonte própria : 7 %
Obs. Em qualquer dos casos , a queda de tensão parcial nos circuitos
terminais para iluminação deve ser igual ou inferior a 2 %
Dimensionamento de Condutores Pelo Critério da Capacidade de

potência:

P
I=
K x V x fator de potência

I - corrente em ampères na linha (exceto neutro)


P - potência em watts
V - tensão em volts entre fase e neutro e, se não há neutro, entre fases
K=1 - para circuitos de corrente contínua ou monofásicos a 2 fios
K = 1,73 - para circuitos trifásicos a 3 fios
K=2 - para 2 fases + neutro de um circuito trifásicos
K=3 - para circuitos trifásicos a 4 fios.

K=1 K=2 K=3 K=1,73

A norma NBR-5410 prevê a seção mínima dos condutores conforme o tipo de


instalação (ver Tab. 01), a seção do condutor neutro (ver Tab. 02).e a seção mínima do
condutor de proteção (ver Tab. 03).
SEÇÕES MÍNIMAS DOS CONDUTORES

Ref: Tabela 40 da NBR- 5410

Seção mínima do
Tipo de instalação Utilização do circuito
condutor material (mm²)

Circuitos de
1,5
iluminação

Cabos Circuitos de força 2,5


isolados
Circuitos de
Instalações
sinalização e circuitos 0,5
fixas em
de controle
geral
Circuitos de força 10
Condutores Circuitos de
nus sinalizaçãoe circuitos 4
de controle

Para um equipamento Como especificado na


específico norma do equipamento

Para qualquer outra


Ligações flexíveis feiras 0,75
aplicação
com cabos isolados
Circuitos a extrabaixa
tensão para 0,75
aplicações especiais

Tab. 01

Seção do condutor neutro


Ref: Tabela 41 da NBR- 5410

Seção dos condutores fase Seção mínima do condutor neutro


em mm² em mm²

S 25 S

35 25
50 25

70 35

95 50

120 70

150 70

185 95

240 120

300 150

400 185

Tab. 02

Seção mínima do condutor de proteção


Ref: Tabela 49 da NBR- 5410

Seção mínima do condutor de


Seção dos condutores fase da proteção correspondente SPE
instalação em mm²
em mm²

S 16 S

16 S 35 16

S 35 S/2

Tab. 03

Depois de escolhido o condutor pelos critérios anteriores, devemos fazer uma


verificação se ele. satisfaz quanto a queda de tensão admissivel conforme Tab. 4.18.

O condutor a ser escolhido é o de maior seção.

Os condutores de baixa tensão, são normalmente comercializados em rolos de 100 m


em diversas cores que na instalação devem ser as seguintes:
condutor fase: preto, branco, vermelho ou cinza;
condutor neutro: azul claro ;
Condutor de proteção: verde ou verde-amarelo;
Condutor retorno: amarelo.

Seção 3
Quantidade de Condutores
4 5 6 7 8 9 10 11 12
nomina
l Tamanho Nominal dos eletrodutos nominal dos eletrodutos,
( mm² ) em
1,5 16 milímetros,
16 16 conforme
16 16 NBR-6150
20 20 20 20 20
2,5 16 16 20 20 20 20 25 25 25 25
4 16 20 20 25 25 25 25 25 32 32
6 20 20 25 25 25 32 32 32 32 32
10 20 25 25 32 32 32 40 40 40 40
16 25 32 32 32 40 40 40 40 50 50
25 32 32 40 40 40 50 50 60 60 60
35 32 40 40 50 50 60 60 60 60 75
50 40 40 50 60 60 60 75 75 75 75
70 40 50 60 60 75 75 75 75 85 85
95 60 60 75 75 75 85 85 85
120 60 75 75 85 85
150 75 75 85 85
185 75 85 85
240 85

Tamanho nominal dos eletrodutos rígidos de PVC-equivalência

(mm) 16 20 25 32 40 50 60 75 85
(polegadas) 3/8 1/2 3/4 1 1 1/4 1 1/2 2 2 1/2 3

Instalações Hidráulicas Prediais - instalações de água potável.


As águas são tratadas nas chamadas ETAS (estações de tratamento de água) e as etapas
de tratamento são basicamente quatro: coagulação, decantação, filtração e desinfecção.

A tubulação que sai do reservatório elevado (geralmente localizado nas cotas mais
altas), é denominada rede de distribuição, é ela que conduz a água ate as casas passando
por todas as ruas e avenidas da cidade. Em frente a cada edificação é feita uma ligação à
rede de distribuição, são os chamados ramais prediais. Este ramal predial é ligado a um
medidor de vazão onde finalmente se dá início as instalações prediais de água.

Assim as instalações prediais de água fria são o conjunto de tubulações conexões,


peças, aparelhos sanitários e acessórios existentes a partir do ramal predial, que
permitem levar a água da rede pública até os pontos de consumo ou utilização dentro
da habitação.

Tipos de sistemas e partes componentes:

Para o abastecimento podem sem empregados quatro tipos de sistemas:

A- DIRETO: todos os aparelhos e torneiras são alimentados diretamente da rede


pública:
B- INDIRETO: todos os aparelhos e torneiras são alimentados pelo reservatório
superior da edificação, o qual é alimentado diretamente pela rede pública (caso haja
pressão suficiente na rede) ou através de recalque, a partir de um reservatório
inferior;
C- MISTO: parte dos aparelhos e torneiras são alimentados diretamente pela rede
pública e parte pelo reservatório superior:
D- HIDROPNEUMÁTICO: todos os pontos de consumo são alimentados por um
conjunto hidropneumático, cuja finalidade é assegurar a pressão desejável no sistema,
sem necessidade de reservatório superior.

Os três primeiros sistemas são normalmente os mais utilizados. Em residências o


sistema misto é melhor, pois se evita a utilização de água do reservatório superior,
quando não há necessidade, especialmente nas torneiras de jardins e cozinhas, para
utilização do sistema direto há necessidade de que na rede pública exista água
continuamente e com pressão adequada. O sistema indireto é o ideal para edifícios altos.
O sistema hidropneumático é pouco utilizado devido ao seu alto custo de implantação e
inconvenientes de todo sistema mecânico.

MATERIAIS EMPREGADOS
Geralmente são empregados tubos de aço galvanizado (f°g°) com ou sem costura, de
cobre, de ferro fundido (f°f°) ou PVC rígido com juntas rosqueadas ou soldadas (mais
usados atualmente).
Para instalações não sujeitas a golpe de ariete, os tubos de PVC com juntas soldadas são
os preferidos devido sua facilidade de manuseio e também porque o seu diâmetro se
mantêm praticamente inalterado ao longo do tempo.
Nas tubulações de recalque, sujeitas à maiores pressões é preferível usar tubo de f°g°
com juntas de roscas ou flangeadas, pois subpressões causadas pelo golpe de ariete
provocam danos nos tubos de PVC.

GOLPE DE ARIETE
Quando a água ao descer com velocidade elevada pela tubulação, é bruscamente
interrompida, os equipamentos da instalação ficam sujeitos a golpes de grande
intensidade (elevação de pressão).
Logo, denominados de golpe de ariete à variação da pressão acima e abaixo do valor de
funcionamento normal dos condutos forçados, em consequência das mudanças de
velocidade da água, decorrentes de manobras dos registros de regulagem de vazões. O
fenômeno vem normalmente acompanhado de som que faz lembrar marteladas, fato que
justifica o seu nome. Além do ruído desagradável, o golpe de ariete pode romper
tubulações e danificar aparelhos.
Por essas razões o engenheiro deve estudar quantitativamente o golpe de ariete e os
meios disponíveis para evita-lo ou suavizar os seus efeitos.
Nas instalações prediais, alguns tipos de válvulas de descarga e registro de fechamento
rápido provocam o efeito de golpe de ariete, porém, no Brasil já existem algumas
marcas de válvula de descarga que possuem dispositivos anti-golpe de ariete, os quais
fazem com que o fechamento da válvula de torne mais suave, amenizando quase que
totalmente os efeitos desse fenômeno.

DADOS BÁSICOS DE PROJETOS:


Todo projeto deve ser desenvolvido obedecendo às normas brasileiras (NB92/80) da
(ABNT) e às normas da concessionária local:

DIÂMENTRO MÍNIMO: ½” OU 15 M
(SABESP:3/4” OU 20mm, é conveniente adota-lo)

PRESSÃO ESTÂNCIA MÁXIMA: 40 mca


PRESSÃO DINÂMICA MÍNIMA: 0,5 mca
CÁLCULO DAS PEDRAS DE CARGA: pelas fórmulas de
flamant ou fair-whipple-hsião para água fria pelos respectivos ábacos;
VELOCIDADE DE MÁXIMO: V< 2,5m (D em m, V em m/s)
PERDA DE CARGA NO BARRILETE: 8%=Jmax < 0,08 m/m
ESTIMATIVAS DAS VAZÕES
Nas instalações de água fria devem ser considerados os seguintes consumos:

A- CONSUMO MÉDIO DIÁRIO: valor médio previsto para utilização num edifício
em 24 horas. É utilizado no ramal predial, hidrômetro, ramal de alimentação, instalação
de recalque e reservatórios.

CÁLCULO DA ESTIMATIVA: CD=Px CDu

Onde: CD = consumo médio diário, L/dia


P = população, hab
Cdu = consumo médio diário unitário, L/hab/dia

CRITÉRIOS PARA CÁLCULO DA POPULAÇÃO:

5 pessoas/unidade
2 pessoas/dormitórios + 1 pessoa/dormitório Empregada
Código de obras de São Paulo: lotação de edificações
- Escritórios 1 pessoa/ 9m2
- Lojas: 1 pessoa/3m2
- Depósitos:1 pessoa/10m2
- Oficinas 1 pessoa/9m2
- Hotéis: 1 pessoal/15m2
- Hospitais e consultórios:1 pessoal/15m2
- Escolas: 1 pessoa/15m2

B-VAZÃO MÁXIMA POSSÍVEL: vazão instantânea decorrentes do uso simultâneo


de todos os aparelhos. É determinada com base nas vazões mínimas de cada aparelhos.
É utilizado, por exemplo, no dimensionamento de uma bateria de chuveiros de um
quartel ou um conjunto de lavatórios de uma escola, etc.

C-VAZÃO MÁXIMA PROVÁVEL: vazão instantânea esperada com o uso normal


dos aparelhos, ou seja, levando-se em conta o uso não simultâneo dos aparelhos. É
utilizado para dimensionar as canalizações principais, tais como, colar ou barrilete,
colunas e ramais de distribuição, etc.
São três os métodos para determinação das vazões máximas prováveis:
I. Aplicação de dados práticos de consumo simultâneo
É a aplicação de coeficientes de redução às somas das vazões dos usos prováveis e
simultâneos correspondentes.

Ex. Calcule a vazão de um ramal de distribuição que alimenta:


1 bacia sanitária com válvula de descarga...............................1,9 L/s
1 bidê........................................................................................0,1 L/s
1 chuveiro.................................................................................0,2 L/s
1 torneira de lavagem...............................................................0,2 L/s
2,4 L/s
Para 4 aparelhos pelo gráfico de HAROLD P. HALL, tem-se que a porcentagem de uso
simultâneo é 53%. Assim , a vazão de dimensionamento seria:
Q = 0,53x2,4 = 1,27 L/s
Mas como tem-se que só a vazão da bacia sanitária com válvula de descarga já é maior
que 1,27 L/s, estão adota-se:
Q= 1,9 L/s

II. Aplicação da teoria das probabilidades atribuindo pesos (MÉTODO DE


HUNTER).
A demanda é estimada atribuindo-se “PESOS” para cada aparelho sanitário e
relacionando-se a soma total de todos os aparelhos às vazões máxima prováveis.

Ex.: Para o exemplo anterior tem-se:


1 bacia sanitária com válvula de descarga ........................................6
1 bidê.................................................................................................1
1 chuveiro..........................................................................................2
1 torneira de lavagem........................................................................1
10
Pela tabelas de pesos e vazões tem-se que: Q = 1,9L/s
III. Aplicação do método da NORMA BRASILEIRA
Consiste em atribuir “PESOS” (diferente dos Métodos de Hunter) aos diversos apare-
lhos e relaciona-los com as vazões através da expressão:

Q = C. P

Em que: Q = vazão, L/s


C = coeficiente de descarga (0,3)
P = soma dos pesos de todos os aparelhos

Ex.: Para o exemplo anterior tem-se:


1 bacia sanitária com válvula de descarga.................................40
1 bidê.........................................................................................0,1
1 chuveiro..................................................................................0,2
1 torneira de lavagem................................................................0,5
41,1

Pelo ábaco tem-se: Q = 1,9 L/s

7. RAMAL PREDIAL
Ramal predial é a ligação do domicílio à rede de distribuição, o qual é ligado a um
medidor de vazão onde finalmente se dá início as instalações prediais de água, como
ilustrado na Figura 1
HIDRÔMETRO

REGISTRO TORNEIRA DE
JARDIM

JOELHO DE 90
COM ROSCA

ADAPTADOR PARA PEAD


KIT CAVALETE
TUBO PVC 12,5mm

REDE DE TUBO PEAD 12,5m JOELHO DE 90


DISTRIBUIÇÃO COM ROSCA
COLAR DE TOMADA
DE PVC RÍGIDO
COM TRAVAS

Fugura 1. Esquema da ligação predial.

O dimensionamento do ramal predial é feito do consumo médio diário do imóvel e da


pressão disponível na rede. Normalmente eles são dimensionados pelas companhias
concessionárias, mas podem ser facilmente dimensionados a partir de:
- Pressão mínima disponível na rede
- Cota do ponto de alimentação do reservatório inferior, em relação a rede pública,
- Consumo médio estimado para o prédio.

Segundo a NB – 92/80 a velocidade média da água por alimentador predial deve estar
entre os limites de 0,6 m/s e 1,0 m/s. Assim, fixando-se a velocidade e de posse do CD,
pode-se calcular o diâmetro do ramal predial, aplicando-se a equação da
continuidade:

Q=SxV
Em que: Q = vazão do ramal predial
V = velocidade média do ramal predial (entre 0,6 m/s e 1,0 m/s)
S = área transversal do ramal

Assim: Q = CD (L/dia) / 86400 (s/dia)

S= x D2 / 4, onde D é o diâmetro do ramal predial, m

8. Reservatórios
Para suprir as deficiências do abastecimento, deve-se armazenar um volume depara pelo
menos 1 dia de consumo, normalmente se reserva de 2 a 3 vezes o consumo diário, além
disso é costume reservar água para combate a incêndio.
Esta reserva é normalmente distribuída entre o reservatório superior e inferior.
O reservatório inferior deve armazenar 3/5 do consumo
O resrvatório superior deve armazenar 2/5 do consumo.
A reserva de incêndio é estimada em 15% a 20% do consumo diário.

Quando o volume dos reservatórios ultrapassam 5.000 l,


devem-se se previstos 2 compartimentos e cada
compartimento deve conter as seguintes tubulações:

- Alimentação;
- Saída para o barrilete de água para consumo;
- Saída para o barrilete de água de incêndio;
- Extravasor;
- Limpeza.

Obs.: para cada compartimento dos reservatórios (superior e inferior) são necessários
instalar automáticos de bóia, comandados eletricamente, por chave de reversão. O
sistema deverá ligar-se automaticamente quando houver água no reservatório inferior e
o superior atingir o nível inferior de água e deverá desligar-se quando atingir o nível
superior desejado ou o nível de água no reservatório inferior atingir um ponto muito
baixo (10 cm antes da válvula de pé).

9. Instalações de recalque
Em prédios de ocupação coletiva é conveniente que sejam instalados pelo menos 2
conjuntos elevatórios de modo que um deles sempre fique de reserva. As normas exigim
que a capacidade horária mínima das bombas seja de 15% do consumo diário. Assim
para recalcar o volume diário de água seriam necessários:

1 h - 15%
x - 100% x = 6,66 h

O cálculo do diâmetro de recalque é feito considerando a equação de bresse para


pequenos diâmetros:

D=cx Q

Em que: q = vazão, m3 / s
c = coeficiente prático de bresse

C tem sido objeto de estudo e no brasil varia de 0,75 a 1,4. Na realidade escolher o valor
de c equivale a fixar a velocidade e cabe ao projetista escolher o valor de c mais
conveniente.
______________________________________________________________________
_______
c v (m/s)

0,75 2,26

0,80 1,99

0,85 1,76

0,90 1,57

1,00 1,27

1,10 1,05

1,20 0,88
1,30 0,75

1,40 0,65

Substituindo a equação da continuidade (v = q / a) na fórmula de bresse tem-se:

V = 4 . Q/( x d2)

v = (4.d2/c2)/( .d2) = 4 / . C2

Nas instalações que funcionam apenas algumas horas por dia e utilizam maiores
velocidades, a norma nb 92/80 aconselha utilizar a sequinte equação:
4
D =1,3 x Q x X

Em que: x = n/25
n = nu’mero de horas de funcionamento da bomba por dia

A potência do conjunto elevatório é calculada pela expressão:

.Q.H m
p=
75 .

Em que: p = potência da bomba em cavalos-vapor (cv)


Hm = altura manométrica total, m

= peso específico da água = 1000 kgf/m3

= b. m

b = rendimento da bomba

m = rendimento do motor

10. Barrilete
Chama-se de barrilete o cano que interliga as duas metades da caixa d’água e de onde
partem as colunas de água. Podem ser do tipo ramificado ou do tipo concentrado.
Barrilete ramificado

Barrilete concentrado

O dimensionamento do barrilete pode ser feito por dois métodos:

A- Método de hunter: fixa-se a perda de carga em 8% e calcula-se a vazão como


se cada metade da caixa atendesse à metade das colunas. Conhecendo-se j e q,
calcula-se pelo ábaco de fair-whiple-hsião o diâmetro.

B- Método das seções equivalentes: considera-se o diâmetro encontrado para as


colunas, de modo que metade das colunas seja atendida pela metade da caixa.

11. Colunas
São tubulações verticais que partem do barrrilete delas saem os ramais de distribuição.
Deve-se evitar colocar em uma mesma coluna válvulas de descarga com aquecedores e
outras peça. As colunas são dimensionadas trecho a trecho e para isso é necessário
dispor de um esquema vertical da instalação, com as peças que serão atendidas em cada
coluna
.

Marchas de cálculo

Numerar as colunas;
Marcar com letras os trechos em que haverá derivações para os ramais;
Somar os pesos de todas as peças de utilização (tabela1);
Determinar a vazão, em l/s (figuras 1 ou 2)
Arbitrar um diâmetro d (mm);
Obter outros parâmetros hidráulicos:
Perdas de carga, j(m/m)

Velocidade, v(m/s) (caso v 2,5 l/s escolher d maior)

Medir em planta o comprimento real, l, as tubulação;


Calcular o comprimento equivalente, le, que é resultante das perdas de carga
localizadas nas conexões, registros, válvulas, etc.
Calcular o comprimento total: lt – l + le;
Calcular a pressão disponível no ponto. A pressão disponível é a diferença de
nível entre mínimo de água no reservatório e este ponto, medindo em metros de
coluna de água (mca);
Calcular a perda de carga unitária, medida em mca;
Calcular a perda de carga total, em mca, obtida pela equação:

12. Ramais de distribuição


São as tubulações que partem das colunas e alimentam as ligações dos aparelhos.
Podem ser dimensionados pelo consumo máximo possível ou pelo consumo máximo
provável. Pelo consumo máximo possível usa-se o método das seções equivalentes, em
que todos os diâmetros são obtidos em função da vazão obtida com ½”.

13. Sub ramais.


São as tubulações que fazem as ligações dos aparelho. São dimensionados pelas
conforme tabela 7 da nb 92/80.

14. Válvula redutora de pressão


Se a pressão estática ultrapassar 40 mca (edifícios com mais de 12 andares) é ne-
cessário reduzir as pressões. Isto pode ser feito de duas maneiras:
A) colocando um reservatório intermediário. Porém geralmente a disposição
arquitetônica do prédio não permite;
B) instalando uma válvula redutora de pressão, que pode ser colocada em um pavimento
in-termediário ou no terreo.
Transportes;
Reinicio do ciclo de operação.

Transporte é a movimentação de terra do local Escavado (origem) para o local onde será
depositado em Definitivo e posterior retorno do equipamento descarregado.
Principais tipos de unidades de transporte :
CM - caminhões ( caçamba comuns ou fora-de-estrada )
VG F - vagões com descarga pelo fundo (botton-dump)
VGL - vagões com descarga lateral
VG T - vagões com descarga traseira (rear-dump) e
UNIDADES ESCAVOTRANSPORTADORAS ( SCRAPERS )
CONV 1 scraper convencional
CONV 2 scraper convencional c / rebocador de 2 eixos
EL scraper com esteira elevatória
PP push-pull
MT-TR motor traseiro , tração em todas as rodas
SR scraper rebocado por trator de esteiras

Conforme a natureza do material transportado:


Todos os equipamentos mencionados podem transportar argila, areia, pedregulho miúdo
e graúdo. Mas os scrapers EL, PP e os vagões VGF não são indicados para o uso com
rocha escarificada ou dinamitada. (desgaste).

Conforto nas Edificações;


Topografia.
Os estudos topográficos terão por finalidade o levantamento das características
geométricas existente, executados por método topográfico convencional.

Os levantamentos topográficos realizados nas fases anteriores podem ser


complementados de forma a servir de base para os projetos executivos e direcionar a
implantação das obras.

Em áreas com vegetação arbórea densa, como por exemplo talvegues com matas
ciliares, a restituição aerofotogramétrica ou levantamento a laser devem ser
complementados por topografia convencional a fim de corrigir as distorções inerentes
aos métodos utilizados.

O levantamento planialtimétrico cadastral envolve inicialmente a implantação de


poligonal de apoio. Deve-se determinar a cota dos vértices da poligonal por nivelamento
geométrico, constituindo assim um marco e referência de nível - RN. Deve-se levantar
detalhes a partir da poligonal de apoio através de poligonais auxiliares, levantando
pontos por irradiação. A altimetria deve ser apresentada em curvas de nível,
representando os pontos de cota mais significativos.

O levantamento topográfico cadastral deverá abranger toda a extensão da via definida


para projeto, transversalmente e longitudinalmente, contendo todos os elementos a
seguir:

a) transversalmente à via deverão ser levantadas e amarradas às larguras das calçadas,


do canteiro central, das ilhas, das pistas de rolamento, das sarjetas, das faixas de trânsito
e de estacionamento, zebrados e outros;
b) longitudinalmente à via deverão ser levantadas e amarradas todas as ocupações das
interferências existentes na pista de rolamento, calçadas, ilhas, canteiros, anotando as
edificações que geram demanda de veículos significativos tais como: escola,
supermercado, etc.;
c) posteamento: postes de madeira, metálico e de concreto;
d) Guias de calçadas (meio fio) rebaixadas para acessos a garagens (interno ao lote),
para estacionamento na calçada e para acessos a pedestres;
e) prismas de concreto, balizadores;
f) tipos de revestimento da calçada (concreto; pedra portuguesa; etc.);
g) tapumes, cercas, bloqueios, totens, apoios de passarelas, escadas e rampas;
h) vegetação existente: árvores, arbustos e gramados ou canteiros;
i) ondulações transversais à via e sonorizadores;
j) mobiliário urbano: telefones públicos (inclusive cabines), bancas de revistas, caixa de
coleta do correio, jardineiras, banco de jardim, banco ”caixa automático”, lixeira, abrigo
de ônibus, coretos, gradis para proteção de pedestres, monumentos, caixas de
passagens de redes subterrâneas;
k) sinalização semafórica: locação dos controladores e dos equipamentos semafóricos
veiculares e para pedestres, caracterizando o tipo de sustentação, o número de focos por
grupo focal e laços detetores;
l) sinalização vertical: locação das placas com a devida codificação das mesmas,
esclarecendo o tipo de sinal de trânsito e todas as mensagens complementares. Para as
placas de sinalização indicativa é necessário identificar todas as mensagens, cores, setas,
tarjas, pictogramas e tipo de letra caixa alta ou baixa. É imprescindível o levantamento
do tipo de sustentação da placa existente (poste de concreto, coluna ou braço projetado
do semáforo, pórtico, suporte simples, etc.) e do estado de conservação destas placas;
m) sinalização horizontal: locação das marcas viárias (ou “as-built”, caso exista projeto
da área) e dos dispositivos auxiliares existentes tais como tachões, tachas, a locação
deverá ser realizada de acordo com a orientação do analista responsável pela

execução do projeto. Para as situações onde for necessária a remoção da demarcação


viária, a mesma deverá ser levantada para a realização do orçamento do respectivo
serviço. Deverá ser levantado também o estado de conservação da sinalização horizontal

e do pavimento existente.

Os elementos do levantamento cadastral são passíveis de atualização em função de


evolução tecnológica associada aos meios e métodos para o desenvolvimento desta
atividade.

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