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ESTRUTURAS MISTAS: AÇO - CONCRETO

INTRODUÇÃO

As estruturas mistas podem ser constituídas, de


um modo geral, de concreto-madeira, concreto-
aço ou aço-madeira. Um sistema de ligação
entre os dois materiais deve ser utilizado
para assegurar a transferência de esforços, e
também evitar o desprendimento vertical dos
dois materiais.
ESTRUTURAS MISTAS -
DESENVOLVIMENTO E
PERSPECTIVAS
Nas três últimas décadas, a associação aço-
concreto vem sendo utilizada nos sistemas
estruturais de edificações. Essa associação foi
denominada - estruturas mistas.

Essas se diferenciam das estruturas em concreto


armado e de aço. Uma estrutura mista aço-
concreto é composta por elementos mistos.
Nas estruturas de concreto armado, vigas, pilares e
lajes são constituídas por concreto de qualidade
estrutural e barras de armadura adequadamente
dimensionadas e detalhadas, imersas no concreto
simples.
Nas estruturas metálicas, vigas e pilares
são perfis laminados, soldados, adequadamente
dimensionados e detalhados, cuja junção é feita
pelas ligações, que podem ser soldadas ou
parafusadas.
As estruturas mistas são formadas pela
associação de perfis de aço e concreto estrutural
de forma que os materiais trabalhem conjuntamente
para resistir aos esforços solicitantes.

Desta forma é possível explorar as melhores


características de cada material tanto em
vigas e pilares, quanto nas lajes.

A utilização de elementos mistos e, por


conseqüência, de sistemas mistos, aço-concreto
amplia consideravelmente o conjunto de soluções
em concreto armado e em aço.
De maneira geral, a
crescente utilização de
estruturas mistas é atribuída
a diversos fatores, entre os
quais a necessidade cada
vez maior de grandes áreas
livres por pavimento, que
resulta em grandes vãos
para as vigas, acréscimo
de força vertical nos pilares
e um maior espaçamento
entre eles.
Neste tipo de situação, os elementos mistos
possibilitam a redução das dimensões da seção,
ampliando as áreas livres e reduzindo as forças
verticais que chegam nas fundações.
Outro aspecto importante é a necessidade de
atender aos prazos de entrega da edificação, fator
que requer o emprego de sistemas estruturais para
os quais seja possível obter rapidez e facilidade de
execução, sem grandes acréscimos no custo final
da edificação.
Também é importante a localização da
edificação que, por vezes, resulta em espaço
reduzido para montagem de canteiro de obras
e limitações impostas pela vizinhança.
Os avanços tecnológicos das últimas décadas
colaboraram para a crescente utilização de
estruturas mistas. Tais avanços possibilitaram
também o surgimento de equipamentos que
facilitam o transporte e posicionamento dos
elementos mistos.
Além da variedade de opções e combinações possíveis
para as estruturas mistas, especificamente em relação
às estruturas em concreto armado verifica-se a
possibilidade de dispensar fôrmas e escoramentos,
reduzindo custos com materiais e mão-de-obra, a
redução do peso próprio da estrutura devido à utilização
de elementos mistos estruturalmente mais eficientes
e o aumento da precisão dimensional dos elementos.
Por outro lado, em relação às estruturas de aço, as
estruturas mistas permitem reduzir o consumo de aço
estrutural e substituindo parte dele pelo concreto, que
tem menor custo.
O conjunto de todos estes fatores é o grande
responsável pelos avanços tecnológicos verificados
nos processos construtivos. É importante frisar que o
emprego de elementos mistos constitui não só uma
opção de sistema estrutural, mas também de processo
construtivo.

O surgimento dos elementos mistos e sua associação


com elementos em concreto armado e de aço,
impulsionaram o surgimento das estruturas híbridas.
É cada vez mais comum compor o sistema estrutural
de uma edificação com pilares de aço, vigas mistas,
núcleos ou paredes de concreto armado que
garantem a estabilidade horizontal.
Os primeiros elementos mistos utilizados foram as
vigas, os perfis eram envolvidos com concreto, não
estrutural, a fim de aumentar a resistência ao
fogo..
Vigas Metálicas

Pilares em
concreto
NORMAS TÉCNICAS

O dimensionamento de elementos mistos foi inserido


inicialmente nas normas técnicas já existentes para
elementos de aço.

A norma americana para estruturas de concreto


armado também incluiu o dimensionamento de
pilares mistos em seu texto.

A primeira "norma" criada com o objetivo de abordar


exclusivamente o dimensionamento e verificação de
elementos mistos foi o código europeu, que serviu de
diretriz para a elaboração do texto para revisão da
NBR 8800 (Projeto e execução de estrutde aço). uras
No Brasil, a NBR 8800/86 aborda somente o
dimensionamento de vigas mistas.

O dimensionamento de pilares mistos e lajes mistas,


que não eram abordados pela NBR 8800, foram
incluídos num dos anexos da NBR 14323/99
(dimensionamento de estruturas de aço em situação
de incêndio) que aborda o dimensionamento de
estruturas de aço em situação de incêndio.
Atualmente após a revisão de texto, a NBR 8800
já contempla o dimensionamento de lajes mistas,
vigas mistas, pilares mistos e ligações mistas.
ELEMENTOS MISTOS

Os elementos mistos surgiram da necessidade de


proteção dos perfis de aço contra a ação do fogo e da
busca por maior rigidez destes elementos. Sua
utilização, quer seja na forma de vigas mistas, lajes
mistas ou pilares mistos, tem apresentado um grande
crescimento nas últimas décadas.
Devido à crescente utilização, critérios para
dimensionamento e verificação de elementos mistos
foram incorporados a diversas normas técnicas,
sobretudo naquelas que abordam estruturas de aço.
Os elementos são compostos por:

- Vigas Mistas;
- Pilares Mistos;
- Lajes Mistas;
- Pavimentos ou pisos mistos;
VIGAS MISTAS
A viga mista é composta por um perfil I, conectado à
laje de concreto por conectores. Pela figura é possível
ver a forma de uma viga mista em que a laje de
concreto é composta por blocos de concreto pré-
moldado que recebem uma capa de concreto moldada
in loco, a qual faz a junção laje-viga.
Vigas Mistas
Vigas Mistas
Em construções escoradas, o elemento estrutural
entra em serviço somente após a cura do concreto
ou seja, após a retirada do escoramento e o
desenvolvimento da ação mista, quando todas as
cargas são suportadas pela seção mista. Em
construções não escoradas, a viga de aço deve ser
dimensionada para as cargas de construção
(peso do concreto e sobrecarga construtiva).
Admite-se que a viga de aço seja travada
lateralmente para efeito de flambagem lateral
desde que a forma tenha rigidez suficiente para
tal...
Em relação aos demais tipos de vigas mistas as
revestidas total ou parcialmente por concreto e
apresentam maior resistência ao fogo e maior
rigidez à flexão.

Vigas mistas –
totalmente
revestidas em
concreto
Uma alternativa para grandes vãos são as vigas
mistas treliçadas (treliças mistas aço-concreto), cujo
dimensionamento também é previsto pelo texto da
NBR 8800/03. As vigas mistas treliçadas são treliças
metálicas com o banzo superior conectado a laje de
concreto ou laje mista gerando um comportamento
misto para resistir a esforços de flexão.
A treliça metálica tem se mostrado uma solução
particularmente atrativa para vãos superiores a
10m e apresenta algumas vantagens em relação
às vigas mistas como, por exemplo:
• são mais leves que as vigas de alma cheia e
possibilitam uma solução fácil para acomodação
das instalações em geral. A forma da treliça, é
variada e depende do tipo de projeto.
PILARES MISTOS

O concreto associado ao aço compondo elementos


mistos surgiu como uma alternativa simples e pouco
onerosa de proteção contra o fogo e a corrosão e,
portanto, sem função estrutural.
A idéia de proteção dos pilares metálicos impulsionou
o surgimento dos primeiros pilares mistos aço-concreto
que, desde então, evoluíram e hoje apresentam
variações no arranjo e composição destes materiais.
Existem diversos tipos de pilares mistos, que diferem
entre si pela posição que o concreto ocupa na seção.
Em função desta posição, os pilares mistos podem ser
classificados em: parcialmente revestidos, revestidos
e preenchidos.

Nos pilares revestidos, o concreto envolve o perfil de


aço.

O pilar misto é denominado parcialmente revestido


quando o concreto é utilizado somente no
preenchimento do espaço entre as mesas do perfil I.
Um pilar preenchido é formado por um perfil tubular
(retangular ou circular) de aço preenchido com
concreto.
Pilares revestidos
Pilares preenchidos

Pilares parcialmente
revestidos
A crescente utilização dos pilares mistos preenchidos
em países europeus, asiáticos e americanos deve-se
ao grande número de qualidades resultantes deste
tipo de associação de materiais.
Tais qualidades abrangem aspectos construtivos,
econômicos e de comportamento estrutural tais como:
alta resistência, rigidez e capacidade de absorver
energia, dispensa uso de formas e possibilidade
de dispensa de armaduras, economia de materiais e
mão-de-obra.
Quanto aos pilares revestidos e parcialmente
revestidos, são necessárias fôrmas e barras de
armadura para evitar a flexão do concreto.
Os pilares parcialmente revestidos podem dispensar
as fôrmas se a concretagem for executada na
horizontal, executando o preenchimento de um dos
lados e, em seguida, o preenchimento do outro lado.
LAJE MISTA

A utilização de lajes com fôrma de aço incorporada


teve início no final da década de 30 nos Estados
Unidos, no entanto a ação conjunta aço-concreto
só passou a ser considerada em meados da década
de 50, a partir de estudos desenvolvidos.
Estudos recentes tem mostrados que é viável a
utilização de lajes com fôrma de aço incorporada
também em estruturas de concreto armado.
Atualmente a utilização das lajes com fôrma de aço
incorporada é uma alternativa atraente porque
permite a racionalização do processo construtivo e,
por isso, são empregadas com sucesso em edifícios
de aço, de concreto armado e em pontes,
apresentando vantagens construtivas, estruturais e
econômicas.

Dentre as vantagens advindas do uso de lajes com


fôrma de aço incorporada estão:
♦ A fôrma de aço substitui as armaduras de tração da
laje, gerando economia de tempo, material e mão-de-
obra, pois os serviços de corte, dobramento e
montagem das armaduras são eliminados ou
reduzidos;
♦ Elimina a utilização de fôrmas de madeira, que
constituem uma parcela significativa do custo total de
uma estrutura de concreto;
Lajes de aço
incorporada
♦ Reduz a necessidade de escoramentos tornando
o canteiro de obras mais organizado, reduzindo o
tempo gasto com montagem e desmontagem dos
escoramentos e retirada da fôrma;
♦ A fôrma de aço pode servir de plataforma de
trabalho nos andares superiores e proteção aos
operários em serviço nos andares inferiores;
♦ As fôrmas de aço são leves, de fácil manuseio
e instalação;
♦ O uso de fôrmas de aço facilita a execução das
diversas instalações e a fixação de forros.
O somatório das características citadas resulta em uma
notável economia na construção, reduzindo prazos,
desperdício de materiais e mão de obra e
Incrementando a qualidade do produto final.
Nas lajes mistas ou laje composta ou, ainda, laje com
forma de aço incorporada, a fôrma de aço suporta as
ações permanentes e sobrecargas construtivas antes
da cura do concreto e, após a cura, o concreto passa a
trabalhar estruturalmente em conjunto com a fôrma de
aço que substitui, total ou parcialmente, a armadura da
laje.
PAVIMENTO MISTO
A nomenclatura “pisos mistos” é utilizada para
descrever um tipo de sistema estrutural e construtivo
no qual as vigas são embutidas na altura da laje de
concreto. Estes pisos mistos são formados por vigas
e lajes, embutidas uma na outra. A aparência
compacta, fruto do embutimento da parte da viga de
aço no concreto da laje, é a principal característica
deste tipo de piso.
Com o objetivo de reduzir a altura dos pisos ou
pavimentos, a comunidade técnica começou a estudar
e caracterizar, na década de 1970, os pisos de
pequena altura.

Dentro desse contexto, pesquisadores desenvolveram


um perfil de aço de seção I com dimensões
menores.

Sistemas construtivos formados por pórticos de aço


e pisos de pequena altura foram o sistema mais
utilizado para edifícios nos países nórdicos, na
década de 1980. O sucesso desse tipo de pisos
impulsionou o surgimento de outros tipos de seções
para as vigas.
No piso misto de pequena altura pode ser utilizada
uma laje mista ou alveolar, ambas apoiadas na viga.
No caso da laje alveolar em concreto armado, os
painéis pré-fabricados são posicionados na viga de
aço e, posteriormente, pode ser executada uma capa
de concreto consolidando painéis de concreto e viga
de aço ou somente o preenchimento do espaço
existente entre as mesas do perfil de aço.
Com o desenvolvimento das tecnologias de
laminação de perfis, foi lançado em 1997, um perfil
laminado assimétrico com mesa inferior mais larga
que a superior; na mesa superior foram executadas
ranhuras na face externa para melhorar a aderência
com concreto.

Perfil usada
nos pisos
mistos
Pisos Mistos
Existe ainda a possibilidade da utilização de treliças
espaciais suportando lajes de cobertura ou de piso.
Uma solução eficiente, neste caso, é conectar a laje de
concreto a parte superior da treliça desenvolvendo um
sistema de piso misto aço-concreto. O edifício que
emprega treliça espacial mista para compor os
pavimentos, substitui as lajes nervuradas. Nesse caso,
o sistema misto apresenta 20% de aumento na
capacidade de carga com acréscimo de 3% no custo.

Edifício empregando
Sistema de piso com
treliça espacial mista
para compor os
pavimentos
OBRAS COM ESTRUTURA MISTA
AÇO-CONCRETO
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS
MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS
ESTRUTURAS MISTAS

Material elaborado por: Profª Angela A. de Souza - SENAI

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