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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA


INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAL
CURSO LICENCIATURA EM GEOGRAFIA
DISCIPLINA AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO

Comentário do livro O Bem Viver: uma oportunidade para


imaginar outros mundos!

Grupo: Eduardo Oliveira, Gabriella Moraes


Paula Rita, Wildilliam Campos

Barra do Garças/ MT

2021
O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar outros mundos, nos convida a refletir
sobre o conceito de buen vivir, originário da expressão andina sumak kawsay, em kíchwa,
referindo a uma oportunidade, para imaginar outros mundos. É A VIDA EM
PLENITUDE. São ideias que partem dos povos originários das América, a partir do modo
de vida que eles vivem, apresentam. E da intima relação que eles têm com a natureza.

Para se pensar no modo de viver, devemos observar qual é o modelo econômico que
predomina na nossa sociedade. Que é o Capitalismo Neoliberal. A expansão capitalista
gerou graves problemas ambientais e sociais com graves consequências.

O autor Alberto Acosta nos diz que o desenvolvimento não é uma possibilidade real para
a maioria dos países. Temos alguns países que alcançaram esse desenvolvimento, esse
modelo, sendo que outros países estão nessa busca e nunca alcançam esse
desenvolvimento.

É incoerente falarmos em boa qualidade de vida, de um viver melhor quando os seres


humanos se tornam ferramentas do capital, elementos do capitalismo, se tornam essencial
para alimentar esse sistema.

O capitalismo apresenta três formas de exploração: colonialismo, racismo e machismo.


O autor nos apresenta.

No primeiro capítulo, o autor começa falando sobre o termo bem viver. No Guarani tem
um termo similar que se chama NHANDEREKO, que traduz as mesmas ideias. Logo no
inicio o autor diz que, o livro não traz uma receita de como construir esse modo de vida
e diz também que ele não é outro processo de desenvolvimento. Na verdade, é uma
proposta complexa que critica no todo essa ideia de desenvolvimento, revelando seus
erros e suas limitações.

O autor mais a frente indaga se é possível implementar o bem viver dentro do capitalismo.
Ele afirma que não. Em 2008, o bem viver passou a integrar a Constituição do país. Mas
ele diz que dentro do capitalismo o bem viver não pode ser implementado de fato. É um
avanço, mas não é possível pois o capitalismo é um sistema que gera desigualdades e
destruição na sua essência.

No segundo capitulo, o autor traz reflexões sobre as ideias do bem viver numa escala
global. Ele diz que inicialmente essas discussões podem trazer reflexões sobre o modo de
vida hoje numa escala mundial. Trazendo à tona sobre os impactos climáticos, grandes
exclusões sociais. Essas novas ideias vão ter êxito em função de ação e indignação global.
O autor também fala dos meios de informação, que marginalizam conteúdos que são
contrários ao poder dominante. Destaca também a abundância de informação também,
que muitas vezes servem para solver as informações importantes que estão por aí. Os
avanços tecnológicos são mencionados e frisados de grande importância para a sociedade,
porem tornam-se prejudiciais pois grande parte da população não tem acesso a esses
avanços. São excluídos dentro do sistema Capitalista.

Posteriormente diz que, para essa transformação da sociedade que o Bem Viver propõe,
busca, não há uma receita, isso é um fator positivo, pois não há apenas um caminho. Não
pensar apenas no resultado onde quer chegar, mas também no caminho, o que fazer para
chegar lá.

O capitulo três, o autor faz uma ampla apresentação sobre a ideia de desenvolvimento.
Em 1960, a convicção de desenvolvimento começou a ser abalada. Então começou a
surgir alternativas de desenvolvimento. Foi em 1960 que começa a surgir em todo o
mundo movimentos ambientalistas, os impactos ambientais começaram a ser percebidos,
atrelados aos impactos sociais, econômicos, políticos... não dava mais para falar somente
em impacto ambiental. O autor destaca que o desenvolvimento enquanto proposta global
desconhece violentamente os sonhos e as lutas dos povos subdesenvolvidos, uma ideia
muito colonial.

Mesmo com o avanço do “desenvolvimento” a fome não foi erradicada. Anualmente são
desperdiçados em torno de uma tonelada de alimentos e todo mundo. Ainda existe fome,
não pela falta de comida.

O quarto capítulo, “O bem viver, uma alternativa ao desenvolvimento”, busca um diálogo


por alternativas ao desenvolvimento. É notável pela descrita respeitosa em relação às
visões políticas, ecológicas e culturais. Baseia-se nos relatos e vivencias das populações
marginalizadas pelo sistema de dominação, populações andinas e amazônicas que vivem
em harmonia com a natureza, a mãe terra, Pacha Mama.

O bem viver, o autor Alberto Acosta, nos mostra uma visão de forma clara, mas diferente
do convencional, do que é a vida em comunidade: sentimentos de companheirismo,
coletividade, fraternidade, união, amor ao próximo, são bases nítidas dessa visão
naturalista e que negam ao sistema capitalista e todas as suas práticas.
O bem viver compreende o benefício mutuo de seus indivíduos e comunidades, onde
todos se beneficiam nas relações estabelecidas. Vivem dignamente o hoje, o agora, sem
prejudicar as futuras gerações.

No capitulo cinco, “Riscos e ameaças para o Bem viver”, percebemos o esclarecimento


do termo o Bem viver, devidas as muitas interpretações. No entanto, seu conceito e sua
pratica na sociedade é de muita importância. Não devemos confundir o termo bem viver
com viver melhor, pois o que parece é que para viver bem é necessário a aquisição de
muitos bens materiais e não de uma relação harmoniosa. É reconhecer e nos reconectar a
história e construção da América Latina, é voltar a ancestralidade antes da colonização e
desenvolver essa pratica do Bem Viver inspirada nos povos originários da América
Andina, para assim fortalecer a pratica do Bem Viver.

Diante disso no capitulo 6, “O Bem Viver e os Direitos da Natureza” Acosta traz o debate
do uso da natureza como recurso industrial dentro desse desenvolvimento desenfreado do
capitalismo, que desconecta toda a conexão homem x natureza. Alberto então nos convida
a voltarmos a colocar os pés no chão, a voltar a olhar a natureza como nossa parte, como
a nossa conexão de vida, não ter o olhar de superioridade em cima da natureza, mas ter o
olhar de conectividade, e construindo uma civilização plural e que defenda os direitos da
natureza com uma pegada e luta ecológica. Só assim voltando a essa conexão e respeito
homem x natureza é que iremos construir o BEM VIVER e um desenvolvimento voltado
a essa proposta do bem viver.

Nesse sentido o capitulo 7, “O complexo desafio da construção de um Estado


plurinacional”, é um capitulo que modela todo esse debate do BEM VIVER, e nos
convida através dessa pratica do bem viver a pensar um Estado plurinacional, ou seja, Um
Estado em que se tem nações e não um divisor de povos como o estado liberal prega, esse
mesmo estado liberal que usa as ferramentas do colonialismo para acabar com as culturas,
línguas e igualde dos povos originários. Então o Estado plurinacional é justamente o que
junta, o que se vive a originaria essência dos povos originários e que faz com que a
descolonização aconteça, devolvendo a igualdade aos povos, o respeito as origens, pois
com esse estado liberal o que mais acontece é a desigualdade principalmente o racismo
onde se tem essa ideia colonizadora onde os brancos são os dominadores e os pretos e
indígenas são os dominados, então essa proposta do Estado plurinacional é justamente
para quebrar essa ideia de dominação colonial.
No capítulo 8“Outra economia para outra civilização” Alberto nos convida a pensar um
outro caminho para o desenvolvimento econômico que seja algo voltado a economia
solidaria e sustentável. Então o autor propõe a desmercantilização dos recursos naturais,
voltada a uma economia que se submeta a ecologia, descontruindo a economia da
mineração, dos alimentos transgênicos e monocultivos. O texto então propõe a esse
ligamento com uma economia ligada aos direitos da natureza, e que essa discussão dos
países do sul que servem como território de exploração dos países capitalistas, devem ser
resistências para que possa construir essa outra economia nessa nova sociedade.

Então no capitulo 9 Acosta debate a iniciativa do projeto Yasuní-ITT que a partir de 2007
o Equador tentou dar um primeiro passo para uma transição pós-petrolífera. O autor então
nos mostra os altos e baixos dessa iniciativa, que é uma resistência de preservação da
Amazônia que os países exploradores fazem de tudo para explorar os recursos da
Amazônia, mas que nessa discussão em especial o petróleo na Amazônia, uma iniciativa
que também com o fim de proteger os povos indígenas que vivem o isolamento voluntário
na região, a biodiversidade e também pensando na questão do clima global. Infelizmente
o governo equatoriano fracassou nessa iniciativa que deu mais espaço ao liberalismo, mas
o povo assumiu a luta pela Yasuní-ITT que ganhou voz internacionalmente.

No capitulo 10 Alberto Acosta nos leva pensar em construir esse movimento, essa ideia,
mesmo com os desafios de vivermos em um mundo global que se vive o capitalismo e
que nos empurra sempre que uma outra alternativa de economia não dará certo o livro
nos traz essa esperança que sim existe uma maneira de pensar e viver uma economia mais
justa, mais humana, mais ecológica. Então pensar outros mundos é um ponto fundamental
do livro e o altor nos dá esse caminho de se pensar esses outros mundos, esse debate do
Bem Viver nos faz sentir uma utopia bem pé no chão. A superação do capitalismo através
dessa ideia do BEM VIVER não é algo que será de uma hora para outra, é um processo
que será de passos curtos. Pensar e viver o Bien Vivir é algo e um único caminho para
termos vida humana e vida natureza futura, e voltarmos a ter uma vida com relação e
harmonia de homem x natureza, voltar a nossa raiz.

Referencia: ACOSTA, Alberto. O Bem Viver: uma oportunidade para imaginar


outros mundos. Tradução Tadeu Breda. São Paulo: Autonomia Literária, São Paulo,
2016.

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