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Concreto Armado I

Prof. Alisson Aureo Fernandes

Rondonópolis 2023
Concreto Armado I

Faculdade Fasipe Rondonópolis

Curso: Engenharia Civil

Professor Engenheiro Civil e Segurança do Trabalho Alisson Aureo Fernandes

Matéria Concreto Armado I

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Concreto Armado I

- Aula 01
Materiais que compões o concreto

O concreto é um material composto, cons tuído por cimento, água, agregado miúdo (areia) e
agregado graúdo (pedra ou brita). O concreto pode também conter adições e adi vos químicos,
com a finalidade de melhorar ou modificar suas propriedades básicas. O concreto é ob do por
um cuidadoso proporcionalmente, que define a quan dade de cada um dos diferentes materiais,
a fim de proporcionar ao concreto diversas caracterís cas desejadas, tanto no estado fresco.

Para se obter um concreto resistente, durável, econômico e de bom aspecto, deve-se estudar:
• As propriedades de cada um dos materiais componentes;

• As propriedades do concreto e os fatores que podem alterá-las;

• O proporcionamento correto e execução cuidadosa da mistura;

• O modo de executar o controle do concreto durante a fabricação e após o endurecimento.


quanto no estado endurecido.

Tipos De Cimento Portland

 Cimento Portland Comum (CP I)


CP I – Cimento Portland Comum
CP I-S – Cimento Portland Comum com Adição

 Cimento Portland Composto (CP II)


CP II-E – Cimento Portland Composto com Escória
CP II-Z – Cimento Portland Composto com Pozolana
CP II-F – Cimento Portland Composto com Fíler

 Cimento Portland de Alto-Forno (CP III)

 Cimento Portland Pozolânico (CP IV)

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 Cimento Portland de Alta Resistência Inicial (CP V-ARI)

 Cimento Portland Resistente a Sulfatos (RS)

 Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação (BC)

 Cimento Portland Branco (CPB)

Tipos De Aço

Os vergalhões são comercializados em três classes, definidas pela NBR 7480 (barras e fios de aço
destinados a armaduras para concreto armado): CA-25, CA-50 e CA-60. A sigla CA é uma
abreviação de concreto armado, ou seja, esse aço foi desenvolvido para ser utilizado junto com
o concreto pois possui nervuras para a interação do concreto e aumento de aderência. Já a
sequência de números depois da sigla representa a tensão de escoamento daquele tipo de aço,
sendo a tensão máxima que o aço suporta ainda no regime elástico.

Introdução

De modo geral, para se ter um elemento em Concreto Armado, as armaduras de aço são
previamente posicionadas dentro da fôrma (molde), e em seguida o concreto fresco é lançado
para preencher a fôrma e envolver as armaduras, e simultaneamente o adensamento vai sendo
feito. Após a cura e o endurecimento do concreto, a fôrma é re rada e assim origina-se a peça
de Concreto Armado.

As estruturas de concreto são comuns em todos os países do mundo, caracterizando-se pela


estrutura preponderante no Brasil. Comparada a estruturas com outros materiais, a
disponibilidade dos materiais cons tuintes (concreto e aço) e a facilidade de aplicação, explicam
a larga u lização das estruturas de concreto, nos mais variados pos de construção, como
edi cios de pavimentos, pontes e viadutos, reservatórios, barragens, pisos industriais,
pavimentos rodoviários e de aeroportos, paredes de contenção, obras portuárias, canais, etc.

Segundo a NBR 6118/2014, em termos e definições os itens 3.1.3 e 3.1.5 define:

“3.1.3 elementos de concreto armado aqueles cujo comportamento estrutural depende da


aderência entre concreto e armadura, e nos quais não se aplicam alongamentos iniciais das
armaduras antes da materialização dessa aderência”;

No Concreto Armado a armadura é chamada “passiva”, o que significa que as tensões e


deformações nela aplicadas deve exclusivamente aos carregamentos externos aplicados na peça.

Como o aço é material com altas resistências mecânicas, principalmente resistência à tração.

O trabalho em conjunto, entre o concreto e a armadura, fica bem caracterizado na análise de


uma viga de concreto simples - sem armadura, que rompe bruscamente tão logo iniciasse a
primeira fissura após a tensão de tração atuante alcançar e superar a resistência do concreto à
tração.

Entretanto, colocando-se uma armadura posicionada próxima à tensão de tração máxima, eleva-
se significa vamente a capacidade resistente da viga à flexão.

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Um aspecto posi vo no Concreto Armado é que o concreto protege o aço da oxidação (corrosão),
garan ndo a durabilidade do conjunto. Entretanto, a proteção do aço só é garan da com a
existência de uma espessura de concreto entre a barra de aço e a super cie externa da peça
denominado cobrimento, entre outros fatores também importantes rela vos à durabilidade,
como a qualidade do concreto e da execução.

cobrimento

estribo

barra

Vista de uma armadura

Os dois materiais (concreto + aço) deverão trabalhar solidariamente e isso ocorre em


decorrência das forças de aderência entre a super cie do aço e o concreto.

As barras de aço serão acionadas apenas quando o concreto que as envolve deformar, o que as
caracterizam como armaduras passivas.

É a aderência que faz com que o concreto armado atue como material estrutural.

Coeficiente de dilatação e Aderência entre materiais

Embora sejam materiais dis ntos, o concreto e o aço possuem valores de coeficiente de
dilatação térmica muito similar

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Ou seja quando o material es ver em conjunto ira trabalhar de maneira como se fosse somente
um material, trabalhando em conjunto de forma única.

Quando inserimos uma barra de aço dentro de uma mistura de concreto, estamos criando uma
aderência mecânica entre os dois materiais, uma junção entre a super cie do aço com contato
da super cie do concreto trabalhe como um elemento único.

A NBR 6118/2014, define as armaduras passivas e armaduras a va

“3.1.5 armadura passiva qualquer armadura que não seja usada para produzir forças de
protensão, isto é, que não seja previamente alongada.”

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“3.1.6 armadura a va (de protensão) armadura cons tuída por barras, fios isolados ou
cordoalhas, des nada à produção de forças de protensão, isto é, na qual se aplica um pré-
alongamento inicial.”

Vantagem e Desvantagem do uso do concreto armado

Vantagens:
 Apresenta boa resistência à maioria das solicitações.
 Tem boa trabalhabilidade, adaptando-se bem a várias formas.
 Permite obter estruturas monolí cas, o que não ocorre com as estruturas de madeira e
aço por exemplo.
 Manutenção e conservação quase nulas.
 As técnicas de execução são dominadas em todo país. Pode compe r com as estruturas
de aço em termos econômicos.

Desvantagem

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 Resulta em elementos de maiores dimensões que o aço, que com o seu peso
específico elevado (𝛾 =25kN/m³), acarreta um peso próprio grande encarecendo
o seu uso em determinadas situações.
 Reformas e adaptações são de di cil execução.
 É bom condutor de calor e som, exigindo associações com outros materiais em
determinados casos para sanar esse problema.
 São necessários o uso de formas e escoramentos (exceto nas estruturas pré-
moldadas) no local, até o concreto a ngir resistência adequada.
 Tempo de construção mais elevado.
 Geração de muitos resíduos durante a execução.

Normas Técnicas

NBR 6118/2014: Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento.

NBR 6120/2019: Cargas para cálculo de estruturas de edificações.

NBR 8681/2003: Ações e segurança nas estruturas – Procedimento.

NBR 14931/2004: Execução de estruturas de concreto – procedimento.

NBR 6120/ 2019: Ações para o calculo de estruturas de edificação

Materiais e suas propriedades

Os materiais componentes do concreto são: o cimento + agregados + água + adi vos.

Os agregados são areia e brita, sempre nessa ordem quando se refere ao traço.

Lembramos que o traço representa as proporções dos materiais que compõem o concreto. No
traço, cada número representa a proporção do material com relação a um saco de cimento,
sendo que o número 1 representa um saco de cimento de 50 kg.

Usaremos nesse exemplo o traço 1:2:3, onde a nomenclatura dos traços progride do mais fino
ao mais grosso,

Primeiro o macete básico: a nomenclatura dos traços progride do mais fino para o mais grosso
e a unidade de medida é sempre um volume de cimento. Assim, o traço 1:2:3 expressa a
mistura de 1 volume de cimento com dois volumes de areia e três volumes de brita.

A quantificação da água tem um tratamento à parte. Ela é adicionada conforme a necessidade


de trabalhabilidade. Se pouca, o concreto será duro, se em maior quantidade, o concreto
amolece e se torna mais amigável, mas perde resistência.

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Lembrando que a lata tem 18 litros. Quando adicionado 15 litros d’água ao traço, a resistência
final será de 20 MPa e com 13 litros se alcança 25 MPa.

Quanto aos aditivos eles podem ou não ser usados na composição do concreto. Normalmente
são utilizados e servem para melhorar a fluidez ou plasticidade, reduzindo a quantidade de água
adicionada e acelerar ou retardar a pega, ou seja, o início do endurecimento do concreto. Para
o estudo das estruturas de concreto armado é fundamental o conhecimento das propriedades
de cada material.

As principais propriedades são os parâmetros fundamentais para o cálculo dos elementos


estruturais, para a fabricação do concreto na usina e para a compra do aço. Em um projeto de
estruturas, os parâmetros relativos ao concreto são normalmente fornecidos na planta de
formas pelo engenheiro de projetos e os parâmetros relativos ao aço são fornecidos na planta
de armações. O projeto de armações, além dos principais parâmetros do aço, deve apresentar
a tabela de aço com os dados relativos aos diâmetros das barras, comprimentos, dobras e peso.

Um dos principais parâmetros do concreto utilizados nos cálculos das estruturas a sua massa
especifica do concreto armado é denominado, pelo item 8.2.2 da NBR 6118/2014

Um dos principais parâmetros do concreto u lizados no cálculo das estruturas é o peso


específico do concreto armado denominado:
“Se a massa específica real não for conhecida, para efeito de cálculo, pode-se adotar para o
concreto simples o valor 2 400 kg/m3 e para o concreto armado, 2 500 kg/m3.”
No projeto de estruturas de concreto a resistência caracterís ca do concreto à compressão aos
28 dias, o fck , e o toma como parâmetro básico no cálculo dos elementos estruturais (vigas,
lajes, pilares, etc.). Para a estrutura atender os requisitos de segurança e durabilidade, o concreto
dessa estrutura deve ter a resistência fck* deve ter igual ou superior ao que foi especificado em
projeto.
No Brasil, a resistência à compressão dos concretos é avaliada por meio de corpos de prova
cilíndricos com dimensões de 15 cm de diâmetro por 30 cm de altura, moldados conforme a NBR
5738.
A resistência à compressão em função do tempo é chamada de 𝑓𝑐𝑗, onde o j representa o
número de dias passados até que o ensaio de compressão seja realizado.

Ex: Você sabe explicar o que significa dizer que fc7 =14MPa?

Resp.: Significa que a resistência do concreto à compressão medida após 7 dias é de 14 MPa.

*FCK (do inglês, Feature Compression Know) foi traduzida para o português como Resistência Caracterís ca do Concreto à Compressão

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Resistencia a tração

A resistência do concreto à tração varia entre 8 e 15 % da resistência à compressão. O


conhecimento da resistência do concreto à tração é uma importante caracterís ca desse
material, par cularmente na determinação da fissuração (momento fletor de primeira fissura e
verificação da abertura da fissura), no dimensionamento de vigas à força cortante e na
resistência de aderência entre o concreto e a barra de aço. São três os pos de ensaio
comumente realizados para a determinação da resistência do concreto à tração: tração direta,
tração indireta e tração na flexão. O ensaio de tração direta é mais di cil de ser executado,
porque exige disposi vos especiais (garras metálicas) e prensa universal, capaz de aplicar força
de tração. Os ensaios de tração indireta e tração na flexão surgiram buscando contornar essas
dificuldades, e o resultado serve como parâmetro para a es ma va da resistência à tração direta,
como permi da pela NBR 6118/2014 item 8.2.5.
A resistência à tração direta fct pode ser considerada igual a 0,9 fct,sp ou 0,7 fct,f, ou, na falta de
ensaios para obtenção de fct,sp e fct,f, pode ser avaliado o seu valor médio ou caracterís co por
meio das seguintes equações:

Módulo de Elas cidade do Concreto


O módulo de elas cidade é um parâmetro numérico rela vo à medida da deformação que o
concreto sofre sob a ação de tensões, geralmente tensões de compressão. Concretos com
maiores resistências à compressão normalmente deformam-se menos que os concretos de baixa
resistência, e por isso têm módulos de elas cidade maiores. O módulo de elas cidade depende
muito das caracterís cas e dos materiais componentes dos concretos, como o po de agregado,
da pasta de cimento e a zona de transição entre a argamassa e os agregados.

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A importância da determinação dos módulos de elas cidade está na determinação das


deformações nas estruturas de concreto, como nos cálculos de flechas em lajes e vigas, na
análise da estabilidade global de edi cios, na determinação de perdas de protensão, etc. Nos
elementos fle dos, como as vigas e as lajes por exemplo, o conhecimento das flechas máximas
é muito importante e é um dos parâmetros básicos u lizados pelo proje sta estrutural.

Quando existe a falta dos resultados de ensaios, no item 8.2.8 da NBR 6118/2014, permite que
calculamos o valor do modulo de elas cidade inicial aos 28 dias.

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Modulo de elas cidade secante

Coeficiente de Poisson e módulo de elas cidade transversal


Ao se aplicar uma força no concreto surgem deformações em duas direções, na direção da força
e na direção transversal à força. A relação entre a deformação transversal e a deformação
longitudinal é chamada coeficiente de Poisson (), que segundo a NBR 6118 (item 8.2.9), “para
tensões de compressão menores que 0,5 fc e tensões de tração menores que fct, o coeficiente de
Poisson ν pode ser tomado como igual a 0,2”, isto é: ν = 0,2.
O módulo de elas cidade transversal (Gc) é determinado tendo-se o coeficiente de Poisson. Para
peças não fissuradas e material homogêneo a expressão de G é:

A NBR 6118 (item 8.2.9) especifica que o módulo de elas cidade transversal deve ser es mado
em função do módulo de elas cidade secante, como:

Diagrama de tensão versus Deformação do concreto à compressão


Para tensões de compressão menores que 0,5 fc, pode-se admi r uma relação linear entre
tensões e deformações, adotando-se para módulo de elas cidade o valor secante dado pela
expressão constante em 8.2.8. Para análises no estado-limite úl mo, podem ser empregados o
diagrama tensão-deformação idealizado.

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Lembrando que o nosso obje vo é sempre buscar o máximo aproveitamento dos materiais
dentro dos limites de segurança, devemos trabalhar u lizando a máxima tensão dos materiais e
o seu limite máximo de deformação.
Para garan rmos a segurança durante o cálculo de uma estrutura, o valor da resistência dos
materiais deve ser minorado, enquanto que os esforços aplicados na estrutura devem ser
majorados.
No caso do concreto, o valor da tensão máxima 𝑓𝑐𝑘 deve ser minorado pelo coeficiente de
ponderação 𝛾𝑐 = 1,4;
Portanto, o valor da resistência de cálculo à compressão do concreto é 𝑓𝑐𝑑 = 𝑓𝑐𝑘/1,4.

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Além da minoração pelo coeficiente de ponderação, a tensão do concreto também sofre uma
redução de 15% em função do chamado efeito Rush.
O efeito Rush é uma redução da resistência do concreto por conta da atuação de cargas de longa
duração, portanto, após a aplicação do coeficiente de ponderação da resistência do concreto 𝛾𝑐
e da redução devido ao efeito Rush, a nossa tensão máxima para cálculo será
𝜎 = 0,85 × 𝑓𝑐𝑑.

Exemplo:
1) Qual o valor da tensão máxima a ser u lizada no cálculo de uma estrutura com concreto
C25?

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