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Desenho Técnico

Prof. Alisson Aureo Fernandes

Rondonópolis 2023
Desenho Técnico

Faculdade Fasipe Rondonópolis

Curso: Agronomia

Professor Engenheiro Civil e Segurança do Trabalho Alisson Aureo Fernandes

Matéria Desenho Técnico

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Desenho Técnico

- Aula 01
Introdução ao desenho técnico

Por meio do estudo do desenho técnico é possível solucionar diversos problemas mundiais. O
desenho técnico tem por finalidade a representação de forma, dimensão e posição de objetos,
o mais próximo do real. É de suma importância que o engenheiro esteja fundamentado nesta
competência para evitar erros que poderiam prejudicar o ajuste de peças e comprometer o nível
estrutural.

Origem do desenho técnico

O desenho é por vezes menosprezado como uma área dentro da engenharia. De fato, o desenho
é uma ferramenta imprescindível para o nosso dia-a-dia, quer sejamos engenheiros, arquitetos,
agrônomos, jornalistas, futebolistas ou médicos.

Uma nova estrutura, uma nova máquina, um novo mecanismo, uma nova peça nasce da ideia de
um engenheiro, de um arquiteto ou de um técnico, em geral sob a forma de imagens no seu
pensamento. Essas imagens são materializadas através de outras imagens: os desenhos. O
projeto destes sistemas passa por várias fases, em que o desenho é usado para criar, transmi r,
guardar e analisar informação.

A descrição com o obje vo de interpretar, analisar e, principalmente, estabelecer modos de


intervenção no relacionamento dos espaços implica uma a tude de representação gráfica,
caracterizada por uma simbologia própria e, consequentemente, uma linguagem própria.

A representação gráfica e o desenho em geral sa sfazem aplicações muito diversas e estão


presentes em pra camente toda a vidade humana. Cons tui-se na mais an ga forma de
registro e comunicação de informação, e, embora tendo conhecido mais mudanças quanto ao
modo de produção e de apresentação do que as mudanças tecnológicas verificadas ao longo da
História, nunca foi subs tuída efe vamente por nenhuma outra. O desenho deve ser
considerado uma ferramenta de trabalho, tal como o teste de fase/neutro para o eletricista ou a
batuta para o maestro.

Conceito extremamente amplo, a representação gráfica dispõe, independentemente das


diferentes técnicas de produção, de diferentes linguagens conforme o domínio em que é
u lizada e os obje vos a que se des na, desde as artes plás cas até a processamento de imagens
via satélite - passando pela fotografia, pelo vídeo, pelo desenho manual ou por meios
informá cos e sujeita ou não a convenções previamente estabelecidas, como no caso do
Desenho Técnico, que a elevam ao nível de linguagem - a representação gráfica é a a tude
subjacente que permite o registro de toda a simbologia gráfica que possibilita a comunicação.

A transmissão de ideias ou conceitos é, numa primeira fase, transmi da através de esboços mais
ou menos elaborados. Nas fases seguintes, os desenhos ganham complexidade. À medida que
as ideias vão evoluindo e tomando forma, os desenhos podem passar para suportes informá cos
com o auxílio do CAD (Computer Aided Design).

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Desenho Técnico E Desenho Ar s co

Um determinado objeto pode ser descrito de muitas maneiras: por exemplo, através do seu
nome ou de um desenho, que pode ser um desenho livre, de caráter mais ou menos ar s co,
ou um desenho técnico. Como se fará então a dis nção?

Pode-se fazer uma primeira dis nção através do próprio obje vo da descrição: se for des nada
apenas a transmi r uma imagem, sem grande ênfase na quan ficação das dimensões do objeto,
então pode-se estar perante um desenho livre de caráter ar s co ou não; se a descrição for
des nada a explicitar com rigor a forma e as dimensões do objeto representado, bem como os
aspectos relevantes, por exemplo, para a sua produção, então estar-se perante a um desenho
técnico.

A dis nção entre os dois pos de desenho - o desenho técnico e o desenho livre - pode também
ser feita de um modo diferente.

O desenho técnico deve ser perfeitamente percep vel e sem ambiguidades na forma como
descreve determinado objeto;

O desenho livre pode ter, para diferentes indivíduos, várias interpretações e significados do
mesmo objeto, mais especificamente o que vulgarmente se cons tui uma ilustração.

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Modos De Representação Do Desenho Técnico

O desenho técnico pode assumir diversos modos de representação, os modos mais usados são
as representações em vistas e em perspec vas.

As duas formas de representação são fundamentais para a descrição de um objeto, mas cada
uma possui suas par cularidades em situações diferentes no conceito de projeção.

A representação em vistas múl plas de um objeto é um dos pos de representação que se baseia
no conceito de projeção ortogonal (figuras formadas em um plano a par r de outras figuras fora
dele), a quan dade de informação que pode estar con da num desenho deste po é muito
grande, desde o simples esquema até um desenho de produção completo, com anotações, notas
de fabricação, notas de montagem etc. Obedece a determinadas normas e convenções de
representação que, quando assimiladas, permitem visualizar imediatamente o objeto
representado. Em geral a representação em vistas é mais fácil de executar do que a
representação em perspec va.

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A representação por perspec va é usada quando se quer ter uma visão espacial, rápida, de
determinado objeto. O desenho assemelha-se, de fato, a uma fotografia do objeto desenhado,
não sendo necessária nenhuma capacidade especial para a sua interpretação, a informação que
ele consegue transmi r é menor que na representação em vistas múl plas, mas pode ser
importante, por exemplo, em esquemas de montagem ou em catálogos de publicidade, onde
um simples olhar pode dar uma visão clara do objeto.

Normas Brasileiras Aplicadas A Desenho Técnico

O conjunto de normas brasileiras que regem o desenho técnico abrange questões referentes à
representação de desenho, tais como: formatos de papel, pos de linhas, escala, caligrafia
técnica, cotagem, legendas, dentre outros.

Para cada um desses temas, há uma NBR específica que fixa as regras referentes a cada assunto.
As principais normas u lizadas em desenho técnico no Brasil são:

 NBR 10647 – Norma geral do desenho técnico: cujo obje vo é definir os termos
empregados em desenho técnico.
 NBR 10068 – Folha de desenho, layout e dimensões: padroniza as dimensões das folhas
e define seu layout com suas respec vas margens e legenda
 NBR 13142 – Dobramento de folhas: fixa a forma de dobramento de todos os formatos
de folhas de desenho, para facilitar a fixação em pastas, eles são dobrados até as
dimensões do formato A4.
 NBR 8402 – Caligrafia técnica: execução de caracteres para escrita em desenhos
técnicos, visando à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na clareza do

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desenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, fixou-se as caracterís cas de


escrita em desenhos técnicos.
 NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenho técnico: pos e largura das linhas.
 NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico: essa norma fixa a
forma de representação aplicada em desenho técnico.
 NBR 8196 – Emprego de escalas: essa norma fixa as condições exigíveis para o emprego
de escalas e suas designações em desenhos técnicos.
 NBR 12298 – Representação de áreas de corte por meio de hachuras em desenho
técnico: essa norma fixa as condições exigíveis para representação de áreas de corte em
desenho técnico.
 NBR 10582 – Definição da folha para desenho técnico: distribuição do espaço da folha
de desenho, definindo a área para texto, margem, gramatura etc.
 NBR 10126 – Emprego de cotas em desenho técnico: fixa os princípios gerais de cotagem
a serem aplicados em todos os desenhos técnicos.

Materiais e U lização

O desenho técnico é uma habilidade que qualquer pessoa é capaz de desenvolver,


principalmente com o auxílio dos instrumentos de desenho. Porém, qualquer a vidade, por
mais prá ca que seja, necessita sempre de um fundamento que venha orientar essa
a vidade, para que seja bem executado, necessita do uso correto dos materiais e
instrumentos de desenho (régua, compasso, esquadros etc.), quando executado à mão livre.

O obje vo principal dos instrumentos de desenho é auxiliar na apresentação dos desenhos,


tornando-os mais precisos e limpos. Entre os equipamentos u lizados no desenho técnico
instrumental, os principais são: o papel, os lápis, lapiseiras e grafites, a borracha, a régua, o
escalímetro, par de esquadros, o transferidor e o compasso.

O escalímetro é um po de régua com marcas proporcionais a determinada(s) escala(s) de


redução e/ou ampliação, de acordo com a finalidade,

A régua é um instrumento u lizado para traçar segmentos de retas e medir distâncias


pequenas, geralmente mede em cen metros e milímetros, a régua u liza uma escala de
1:100.

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O par de esquadros é usado como instrumento de desenho para solução de problemas de


geometria gráfica é u lizado para o traçado de linhas ver cais, horizontais e inclinadas. O
par de esquadros é um conjunto de duas peças de formato triangular, uma com ângulos de
45º, 45º e 90º e outra com ângulos de 30º, 60º e 90º.

O transferidor é usado para medir, aferir ou marcar ângulos, podendo ser de 360° (volta
completa) e 180° (meia volta),

O compasso é instrumento que serve para traçar circunferências de quaisquer raios ou arcos de
circunferência e também para transpor medidas.

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Borracha branca e macia preferencialmente, compa vel com o trabalho que será realizado, para
que, dessa forma, a super cie do desenho não seja danificada.

O lápis comum é um instrumento básico para o desenho, o lápis deve ser constantemente
apontado.

Classificação dos lápis por números:

Nº 1 – macio: usado para esboçar e para destacar traços que devem sobressair;

Nº 2 – médio: é o mais usado para qualquer traçado e para a escrita em geral;

Nº 3 – duro: muito u lizado em desenho geométrico e técnico.

Classificação por letras:

B – Macio: equivale ao grafite nº 1;

HB – Médio: equivale ao grafite nº 2;

H – Duro: equivale ao grafite nº 3.

Classificação por números e letras:

Essa classificação precedida de números dará a gradação que vai de 6B (muito macio) a 9H
(muito duro).

2H, 3H até 9H – muito duro: grau de dureza mais alto, u lizado para desenhos finais; quanto
maior o H, mais rígido e fino o traço é; não apaga facilmente;

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HB – Médio: excelente para uso geral; para layouts, artes finais e letras;

2B, 3B até 6B – muito macio: a ponta é mais macia e dissolve mais, deixando o traço mais
macio e grosso.

A lapiseira e u lizada para o traçado de linhas ní das e finas se girada suficientemente


durante o traçado. As lapiseiras apresentam graduação quanto a espessura do grafite, sendo
as mais comumente encontradas as de número: 0,3 mm, 0,5 mm, 0,7 mm e 0,9 mm.

O papel é um dos componentes básicos do material de desenho, o formato série A


padronizado pela ISO. Os formatos podem ser A4. A3, A2, A1, A0.

Exercício

1 - Desenhar uma estrela de cinco pontas, no tamanho das linhas internas de 15cm na escala
1/75.

2 - Desenhar um quadrado, no tamanho de 18cmx 18cm, na escala 1/125.

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