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Introdução

A noção de espaço, pensamento visual é de extrema importância para


o desenvolvimento psíquico da pessoa, uma vez que permite a integração
de inúmeras funções mentais. Esta integração ocorre através do desenho
que representa graficamente o mundo que nos cerca concretizando até os
pensamentos abstractos, contribuindo para a saúde mental.

Hoje mais do que nunca as competências e habilidades requeridas


pela organização da produção são: criatividade; autonomia e capacidade de
solucionar problemas, pois a era industrial já se foi.

A leitura e a interpretação da linguagem gráfica são desenvolvidas


com a prática do desenho de uma forma parecida com a alfabetização,
passando a ser uma habilidade fundamental para o estudante de curso
técnico, pois possibilita o uso desta ferramenta base para desenvolver
várias competências.
1. Introdução do desenho técnico e a sua aplicação em Eng.º. Do
Ambiente

O desenho é um suporte artístico ligado à produção de obras bidimensionais,


diferindo, porém, da pintura e da gravura. Neste sentido, o desenho é encarado tanto
como processo quanto como resultado artístico. No primeiro caso, refere-se ao processo
pelo qual uma superfície é marcada aplicando-se sobre ela a pressão de uma ferramenta
(em geral, um lápis, caneta ou pincel) e movendo-a, de forma a surgirem pontos, linhas
e formas planas. O resultado deste processo (a imagem obtida), portanto, também pode
ser chamada de desenho. Desta forma, um desenho manifesta-se essencialmente como
uma composição bidimensional formada por linhas, pontos e formas.

A origem do Desenho Técnico, a humanidade sempre teve a necessidade de


representar em forma de desenho as diversas situações que vivencia. Tais reproduções
da realidade evoluíram progressivamente ao longo dos anos.  Por volta dos séculos XIV
e XVI, durante o Renascentismo, surgiram os primeiros desenhos técnicos, os quais
tinham um viés mais artístico do que conhecemos actualmente. Somente no século
XVIII, com a criação da geometria descritiva, o desenho técnico se transformou em uma
linguagem mais precisa e universal, da forma como utilizamos hoje.

2.A Importância de Desenho Técnico

O desenho é uma forma importante de comunicação, surgiu da necessidade de


representar com precisão: máquinas, peças, ferramentas, etc. Engloba um conjunto de
metodologias e procedimentos necessários para o desenvolvimento e comunicação entre
projectos, conceitos e ideias e, no seu contexto mais restrito, refere-se às especificações
técnicas de produtos e sistemas. A importância do Desenho para o Técnico em
Segurança do Trabalho torna-se essencial à medida que o técnico precisa conhecer todas
as instalações do imóvel em que trabalha e daí poder detalhar seu layout do posto de
trabalho, contendo todas as informações de segurança para o trabalhador.

2.1.Objectivo de se aprender desenho técnico

 Interpretação e leitura de croqui, layout, plantas e projectos residenciais,


comerciais e industriais
 Desenvolver a capacidade em elaborar esboços ou croquis de situações do nosso
quotidiano
 Preparar o Técnico de Segurança para utilizar os princípios básicos do desenho
técnico no planeamento dos ambientes de trabalho
 Identificar e avaliar os ambientes, as instalações e os equipamentos de trabalho
 Capacitar os Técnicos de Segurança a elaborar e implementar mapas de riscos
ambientais
 Propiciar ao Técnico de Segurança o conhecimento teórico-prático da linguagem
do desenho técnico, permitindo a correcta identificação, interpretação, avaliação
das instalações de segurança de tais ambientes.

3. Tipos Desenho Técnico

O desenho técnico pode ser dividido em dois grupos:


 Desenho projectivo - Aqueles provenientes de projecções do objecto, em um ou
mais plano, correspondentes às vistas ortográficas  (figuras de projecções
ortogonais sobre planos, a fim de representar a forma detalhadamente) e as
perspectivas (figuras de projecção sobre um único plano, que permitem uma
melhor visualização do objecto);
 Desenho não-projetivo - advindos de cálculos algébricos são representados por
gráficos, diagramas, esquemas, organogramas, etc.
O desenho projectivo é utilizado em todas as modalidades da Engenharia e da
Arquitectura, e por causa das diferentes modalidades aparece também com outros
nomes:

 Desenho Mecânico;
 Desenho de Máquinas;
 Desenho de Estruturas;
 Desenho Arquitectónico;
 Desenho Eléctrico/Electrónico;
 Desenho de Tubulações;
 Desenho técnico de moda, etc.

Apesar dessa diferenciação possuem as mesmas bases de apresentação e, por


isso, não prejudicam na comunicação.

Desenho Técnico Assistido por um computador

1.Normalização

Podemos pensar em normalização como sendo uma  racionalização.

O desenho técnico é uma forma de comunicação objectiva, não oferecendo


espaço algum, as segundas interpretações. No que lhe concerne, o desenho artístico,
pode e muitas vezes é, subjectivo.

A aplicação de normas no desenho técnico, impede que surjam diferentes formas


de representação do mesmo objecto, o que o poderia tornar subjectivo; isto não significa
que não se possa considerar um desenho técnico uma “obra de arte”, pode ser de facto
arte, sobretudo quando realizado à mão, mas não o podemos classificar na categoria das
artes plásticas (belas-artes). Note-se que um desenho técnico é uma “obra”
eminentemente prática! Mas isso não quer dizer que este não possa conter a informação
necessária para a elaboração, por exemplo, de uma obra de arte.

É fácil começar a divagar sobre o tema, não há dúvida, o desenho técnico deve
ser objectivo, seguir regras bem estabelecidas, tratando-se de um documento de cariz
prático.

As normas

O desenho técnico segue normas estabelecidas internacionalmente


(ISO: International Standard Organization). No entanto, cada país possui “comissões
técnicas” que transportam as normas ISO, e outras de carácter mais ao menos regional,
para a sua linguagem.

Assim, e no caso de Portugal, em termos muitos gerais temos:

 Documentos normativos Portugueses: (NP);


 Documentos normativos Europeus: (NP EN);
 Documentos normativos Internacionais: (NP EN ISO).
 Trata-se de uma estrutura bem definida, na qual Portugal deve respeitar as
normas europeias e a Europa deve respeitar as normas internacionais, estas
abrangem todas as actividades humanas.

Materiais para uso no Desenho Técnico

Dentre todos os possíveis instrumentos que podem ser utilizados no


desenvolvimento de desenhos técnicos mecânicos podemos citar: esquadros, régua T,
transferidor, régua paralela, compassos, curvas francesas, régua flexível, escala
triangular, lápis, lapiseiras e grafites, pranchetas, borracha, gabaritos e, independente  de
qual seja o instrumento utilizado, o projectista deve ser capaz de criar traços firmes e
nítidos, com pressão sobre os instrumentos considerada moderada, aprender a controlar
a intensidade do traço, levando em consideração a pressão exercida no lápis e pela
mudança de dureza da grafite.

Características das principais ferramentas

O ESQUADRO que é um instrumento do desenho técnico que é utilizado para a


confecção de linhas rectas verticais com o apoio de uma régua T ou paralela e para a
criação de ângulos principais de 30º, 45º, 60º, 90º ou a combinação de outros ângulos
com o auxílio de outros esquadros.
O ESCALÍMETRO ou régua tridimensional,  material que auxilia a criação de
desenhos com medidas seguindo a proporção de escalas variadas, preservando a medida
real do desenho.  O escalímetro tem seis tipos de escalas diferentes:

 1: 20 -um por 20
 1: 25 -um por 25
 1: 50 – um por 50
 1:75 – um por 75
 1: 100- um por 100
 1: 125- um por 125

A BORRACHA, que deve ser macia e utilizada para apagar qualquer que seja o
desenho que foi feito de maneira equivocada. Se bem que um bom desenhista utiliza a
borracha o mínimo possível.

O PAPEL é o componente básico para o desenho técnico mecânico, que possui


os formatos padronizados pela ABNT e tem como base o papel AO (A zero), do qual
derivam os outros formatos.
A RÉGUA paralela ou régua T tem como principal objectivo o traçado de linhas
horizontais paralelas. Prende-se esse material à prancheta através de um sistema de fios
e roldanas, onde se consegue um deslizamento perfeito na mesa de trabalho.

No GABARITO de formas encontram -se formas pré-definidas de acordo com a


sua utilização para assim facilitar o desenvolvimento do desenho técnico.

O COMPASSO é usado para fazer a criação de circunferências ou então


marcações em segmentos, de acordo com medidas específicas.

Com o LÁPIS OU A LAPISEIRA,  o desenhista consegue fazer o traçado de


todo o desenho ou a criação da escrita técnica. Geralmente são usados três tipos de
grafites no desenho técnico, são eles 2H, HB e 2B.
Estes são alguns dos materiais necessários para iniciar seus desenhos técnicos.

Escrita Normalizada e legendas

Tipos de Linhas e grupos de traços utilizado em D.T

O tipo de traços que utilizamos em desenho técnico deve ser o mais apropriado,
conforme os elementos do desenho de que se trate. Os tipos de traços indicados são os
seguintes:

1. Traço contínuo grosso é utilizado na representação de arestas e contornos visíveis.


                                                       
2. Traço interrompido é utilizado na representação de arestas e linhas ocultas.
                                                                     
3. Traço - ponto fino é utilizado na representação de eixos, de planos de simetria e nas
linhas que representam os traços de superfície de corte.
                                                         
4. Traço contínuo fino é utilizado em todas as linhas acessórias e auxiliares, linhas de
cota, de chamada, no tracejado dos cortes, etc.
                                                          
5. Traço - ponto médio é utilizado nos extremos e zonas de direcção das linhas de corte.
                                                           
    Na sua maioria, as formas que o rodeiam são tridimensionais. Os seus olhos captam a
forma tridimensional graças a alguns elementos visuais básicos:

 A linha e, portanto, o ponto que a gera;


 O valor luminoso (o claro-escuro das superfícies, nos volumes);
 A cor própria dos materiais naturais ou sobre estes aplicados;
 A estrutura da forma;
 A textura natural das superfícies ou intencionalmente nestas criadas.

A linha é o elemento básico da linguagem gráfica que melhor define a realidade


formal que o rodeia.

Projecções Ortogonais

Projecção ortogonal é a imagem projectada sobre um plano de uma figura


geométrica ou objecto matemático pertencentes ao espaço. Muitas vezes essa imagem é
comparada à sombra que essa figura teria ao meio-dia, pois a ideia de projecção
ortogonal é exactamente igual a essa.

A seguir, os casos mais importantes de projecções ortogonais:

Projecção do ponto sobre o plano

A projecção ortogonal do ponto sobre o plano é o pé do segmento de


recta perpendicular ao plano cujas extremidades são o próprio plano e o ponto
observado. Essa projecção também é um ponto, mas estará no plano.
Uma recta (e, por consequência, um segmento de recta) concorrente a um plano
no ponto A é perpendicular a ele quando é perpendicular a todas as rectas do plano que
passam por A.

Sendo assim, podemos dizer que a projecção ortogonal de um ponto sobre um


plano é o ponto que está na outra extremidade da distância relativa ao ponto e ao plano.

Ponto fora de um plano e sua projecção ortogonal

Projecção da recta sobre o plano

A projecção ortogonal da recta r sobre o plano α pode render dois resultados


distintos. Uma recta perpendicular ao plano tem como projecção ortogonal apenas um
ponto. Para visualizar isso, imagine a sombra (ao meio-dia) de uma recta na posição
vertical sobre o plano.

Se a recta r não for perpendicular a um plano α, sua projecção ortogonal será a


intersecção entre o plano perpendicular ao plano α que contém essa recta e o próprio
plano α. Essa intersecção é outra recta totalmente contida em α. Observe a imagem a
seguir:

Representação da projecção ortogonal de uma recta sobre um plano


Projecção de um segmento de recta

Também existem dois casos para a projecção de segmentos de recta sobre o


plano:

 O segmento de recta é ortogonal ao plano e, por isso, tem como projecção


apenas um ponto;
 O segmento de recta não é ortogonal ao plano. Sua projecção é o segmento de
recta do plano cujas extremidades são as projecções ortogonais das extremidades
do segmento dado.

Representação da projecção ortogonal do segmento de recta sobre o plano

Projecção de uma figura

Quando o objecto a ser projectado é uma figura, sua projecção ortogonal é outra


figura no plano composta pelas projecções ortogonais de todos os pontos da figura dada.

Projecção de pontos em movimento

Questões envolvendo projecção ortogonal necessitam muito do uso da


imaginação para serem resolvidas. Geralmente são colocadas trajectórias muito
parecidas entre as alternativas de questões objectivas e, especialmente, são colocadas
trajectórias do movimento em outra perspectiva.

Cortes e Secções

Perspectivas em desenho técnico

A palavra perspectiva tem origem no latim e significa “ver através de”. Trata-se
da representação bidimensional de algo tridimensional.

Quando desenhamos, estamos fazendo uma projecção de um objecto que existe


em 3D para uma superfície que permite apenas uma representação 2D (como o papel).
Desenho Técnico: Tipos de Perspectivas

Tipos de Perspectivas

A perspectiva ajuda quem está vendo o desenho a ter uma noção de como aquele
objecto existe no mundo real.

Ou seja, ela permite enxergar a sua altura, profundidade e largura.

Existem três tipos de perspectivas usadas em desenho técnico: a cavaleira, a


cónica e a axonométrica. Essa última tem 3 variações: isométrica, dimétrica e trimétrica.
Confiras como elas funcionam:

Perspectiva axonométrica

Isométrica

É baseada num sistema de três semi-retas que têm o mesmo ponto de origem.
Elas formam entre si três ângulos de 120°.

Podemos ter a visão isométrica de um objecto escolhendo a direcção de visualização, de


modo que os ângulos entre as projecções dos eixos x, y e z sejam iguais ou 120°. É
possível ter essa visão olhando para um cubo, por exemplo.

Desenho técnico: perspectiva isométrica


Dimétrica

Quando apenas dois eixos formam ângulos iguais.


Desenho técnico: Perspectiva Dimétrica

Trimétrica

Quando os três eixos formas ângulos diferentes com o plano de projecção.

Perspectiva Trimétrica
Perspectiva cavaleira (ou oblíqua)

A perspectiva cavaleira é um sistema de representação que usa a projecção


paralela oblíqua. As dimensões do plano de projecção frontal, assim como as dos
elementos paralelos a ele, estão em verdadeira magnitude.

Nessa perspectiva, duas dimensões do objecto que será representado são


projetadas em tamanho real (altura e largura). A terceira (a profundidade) tem um
coeficiente de redução.

Os eixos X e Z formam um ângulo de 90° e o eixo Y é geralmente 45° (ou 135°)


em relação a ambos.

Perspectiva Cavaleira

Perspectiva cónica (ou do arquitecto)

Essa é a perspectiva mais usada pelos arquitectos, e por isso também é


conhecida como perspectiva do arquitecto. Ela é a que representa com mais exactidão
como o olho humano enxerga os objectos.
A perspectiva cónica possui 3 variações, com 1, 2 ou 3 pontos de fuga. Cada
uma delas possui regras próprias para sua construção.

A principal diferença entre as perspectivas que vimos até aqui e a cónica é que
as linhas que eram paralelas agora são desenhadas de forma oblíqua, além de ter origem
em um PF (ponto de fuga).

No entanto as linhas referentes à altura e largura permanecem sem alteração.

Perspectiva cónica com um ponto de fuga

Cotagem em desenho técnico

Para representar qualquer objecto em um desenho técnico é necessário saber


suas dimensões reais.

O tamanho das peças deve ser indicado na planta sob a forma de medidas, e é o
conjunto dessas informações que chamamos de cotagem.

Para interpretar os desenhos cotados você deve conhecer três elementos básicos:
cota (ou valor numérico), linha de cota e linha auxiliar.

As cotas são os números que indicam as medidas da peça.

A linha de cota é aquela que fica abaixo do número e que tem setas ou traços
oblíquos nas extremidades.

A linha auxiliar ajuda a ter uma visão melhor do desenho quando a linha de cota
não está delimitada dentro do desenho.

Cotagem

As regras para a utilização da cotagem estão descritas na ABNT/NBR 8403


Conclusão

Em meio a um projecto, o Desenho Técnico entra como um instrumento


elementar para que a excelência do trabalho seja alcançada. Sendo a última etapa de um
planeamento, ele é responsável por informar detalhes e precisões do produto em
desenvolvimento, tornando o processo eficaz e minimizando erros.

O Desenho Técnico é a peça fundamental de qualquer projecto. Sua importância


está presente tanto na facilidade para comunicação quanto na produtividade. É certo
que, independente do nicho de um projectista, o Desenho Técnico é essencial para
fornecer informações suficientes para uma fabricação ou qualquer outra representação
final de um produto. Sendo assim, em uma realidade completamente globalizada, o
poder do Desenho Técnico torna possível o gerenciamento e compartilhamento de
conceitos em qualquer parte do mundo.
Referências Bibliográficas

https://desenho-tecnico.info/
https://omegajunior.com.br/2020/06/10/a-importancia-de-um-desenho-tecnico-para-o-
seu-projeto/
https://designrepcom.com/2020/08/04/normalizacao-no-desenho-tecnico/
http://www.educ.fc.ul.pt/icm/icm2002/icm106/expdesenho2.html
https://www.vivadecora.com.br/pro/estudante/desenho-tecnico/
https://coemjr.com.br/blog/desenho-tecnico-essencial-projeto/

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